#a dama do lotação
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esqueletosgays · 6 months ago
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A DAMA DO LOTAÇÃO (1978)
Director: Neville D'Almeida Cinematography: Edson Santos
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secosmolhadoseafins · 9 months ago
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bresiltropical · 1 year ago
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Cinema brasileiro em vermelho
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semioticas · 1 year ago
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A Dama do Lotação
Neville de Almeida, Sonia Braga e Nelson Rodrigues na primeira entrevista coletiva para o lançamento de “A Dama do Lotação”, em 1978. Com roteiro baseado em uma crônica de Nelson Rodrigues, o filme é um dos grandes recordistas de bilheteria da história do cinema brasileiro.
Veja mais em: Semióticas – Unanimidade para Nelson Rodrigues
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lostgoonie1980 · 3 months ago
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447. A Dama do Lotação (A Dama do Lotação, 1978), dir. Neville d'Almeida
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artepoetica · 5 months ago
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A Dama do Lotação, Vidas Secas, São Paulo S.A.: boa, Netflix!: Sextou!
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allurared · 1 year ago
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nataneuae · 2 years ago
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Entrou no quarto, deitou-se na cama, vestido, de paletó, colarinho, gravata, sapatos. Uniu bem os pés; entrelaçou as mãos, na altura do peito; e assim ficou. Pouco depois, a mulher surgiu na porta. Durante alguns momentos esteve imóvel e muda, numa contemplação maravilhada. Acabou murmurando: - O jantar está na mesa. Ele sem se mexer, respondeu: - Pela última vez: morri. Estou morto para o mundo.
Nelson Rodrigues, "A Dama do Lotação".
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ctrl-shift-z · 3 years ago
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A Dama do Lotação (1978)
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bloglivre-blog · 5 years ago
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Mario Abbade estreia como diretor com documentário sobre o cineasta Neville d’Almeida
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Mario Abbade estreia como diretor com documentário sobre o cineasta Neville d’Almeida
Você provavelmente conhece Mario Abbade das críticas de cinema que o jornalista escreve para o jornal O Globo, mas sua atuação vai muito além disso. Ele é um apaixonado pela sétima arte tendo livros publicado sobre o assunto, é curador de mostras de cinema, pesquisador e professor de crítica cinematográfica. Porém, agora o crítico decidiu mudar de lado e foi para trás das câmeras. Com o documentário Neville d’Almeida – Cronista da beleza e do caos, Mario Abbade marca a sua estreia como roteirista e diretor.
O longa-metragem pretende resgatar o papel do artista e cineasta mineiro Neville d’Almeida – diretor de A Dama do Lotação (1978) e Os Sete Gatinhos (1980), ambos baseados na obra de Nelson Rodrigues – através de imagens raras, entrevistas realizadas com ele, um vasto material de arquivos e acervo audiovisual. O documentário estreou no 47º Festival Internacional de Cinema de Roterdã, na Holanda, ocorrido entre 24 de janeiro e 4 de fevereiro. O filme ganhou o prêmio Impact Docs, concedido por um júri de especialistas internacionais através da internet, um prêmio externo à organização do Festival, mas dado a filmes exibidos pela seleção oficial.
Dono da quinta maior bilheteria do país com A Dama do Lotação, o primeiro trabalho de Neville d’Almeida no cinema foi como assistente de direção em Fome de Amor (1973), dirigido pelo saudoso Nelson Pereira dos Santos (1928-2018). Já seu primeiro trabalho como diretor e roteirista foi com o longa-metragem Jardim de Guerra (1970), no qual um jovem imprudente (Joel Barcelos) é envolvido por engano em um conflito político e cai nas garras de uma organização repressora. Na época o filme foi retaliado pela censura do regime militar brasileiro.
Notório por sua abordagem radical e transgressora, Neville dirigiu verdadeiros clássicos do cinema nacional e foi o verdadeiro responsável por colocar o Nelson Rodrigues na filmografia brasileira. Durante o regime militar ele enfrentou problemas com a censura e se tornou o cineasta a ter o maior número de certificados de proibição contra seus filmes. Apesar dos inúmeros sucessos e filmes premiados em festivais, Neville não tem projetos selecionados por editais por 20 anos, devido ao que ele chama de “ditadura dos editais”. No entanto, seu filme Mangue-Bangue (1971), faz parte da coleção permanente da Cinemateca do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MOMA), como “Ícone da Contracultura do Cinema Mundial”.
Aos 77 anos de idade Neville d’Almeida é autor de mais de 10 roteiros entre originais e adaptações literárias. Ao longo dos 48 anos de vida profissional dirigiu atrizes como: Sônia Braga, Regina Casé, Cláudia Raia, Louise Cardoso, Norma Bengell (1935-2013), Christiane Torloni, Glauce Rocha (1930-1971), Dina Sfat (1938-1989), Bruna Linsmayer, Vera Ficher, entre outras. Também trabalhou com os atores: José Mayer, Paulo Cezar Pereio, Carlinhos de Jesus, Nuno Leal Maia, Jorge Dória (1920-2013), Mauricio do Valle (1928-1994), Lima Duarte, Antônio Fagundes, Antônio Pitanga, Jhonny Massaro, Chay Suede, entre outros.
Ao lado do pintor, escultor, artista plástico e performático Hélio Oiticica (1937-1980) o cineasta trabalhou em parceria na criação de instalações pioneiras chamadas de “quasi-cinemas”. Oiticica e Neville d’Almeida criaram cinco “quasi-cinemas” que chamaram Blocos-Experiências em Cosmococa que vieram a ser as primeiras Instalações Audiovisual Interativas e Sensoriais da história da Arte Contemporânea. A obra tem hoje um pavilhão permanente no Instituto Inhotim.
O trabalho mais recente do cineasta nas telonas foi o drama A Frente Fria que a Chuva Traz (2015). O filme mostra um grupo de jovens ricos que aluga uma laje na favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, onde organiza festas regadas a bebidas e drogas. Entre eles, está Amsterdã (Bruna Linzmeyer), uma jovem pobre que se infiltra nas festas dos ricos para conseguir drogas, mesmo que tenha que pagar com favores sexuais.
Neville d’Almeida – Cronista da beleza e do caos é uma obra fundamental tanto para conhecer quanto para compreender esse diretor tão controverso quanto cheio de admiradores. O longa também foi exibido no festival internacional de documentário É Tudo Verdade onde competiu na categoria melhor longa-metragem brasileiro, na qual venceu Auto de Resistência, de Natasha Neri e Lula Carvalho.
Nesta semana o documentário recebeu o segundo prêmio internacional, desta vez no Festival de Jakarta (Jakarta International Film Festival – JIFFEST). O diretor Mario Abbade usou sua rede social para parabenizar toda a equipe e compartilhou uma imagem da estatueta concedida na categoria International Documentary, concedido a filmes documentários com qualquer duração.
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secosmolhadoseafins · 1 year ago
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gazeta24br · 2 years ago
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O maestro João Carlos Martins e a Bachiana Filarmônica SESI-SP realizam, no próximo dia 4, um concerto gratuito no Espaço Sociocultural - Teatro CIEE, em São Paulo (SP). A apresentação, que inicia às 20h, integra a Temporada de Concertos 2022, e traz obras de origem italiana e alemã, além de uma composição nacional. Para assistir, é preciso reservar os ingressos. Para compor o repertório da noite, foram escolhidas as obras Sinfonia nº3 de W.A Mozart; Con te Partiro, de Francesco Sartori; Mio Babbino Caro, de Giacomo Puccini - peça que tem participação da soprano Karen Stephanie. A orquestra o maestro também executa Portais Brasileiros 2: Cirandas, criação do compositor brasileiro André Mehmari, que será apresentada no Carnegie Hall, em Nova Iorque, no dia 19 de novembro, em concerto especial que celebra a estreia, ocorrida há 60 anos, de João Carlos Martins na sala de espetáculos internacional. COMO ASSISTIR? Para prestigiar o concerto, é necessário solicitar os ingressos gratuitos por email  [email protected], a partir do dia 1º de novembro. É possível reservar até dois convites por pessoa. A Temporada de Concertos 2022 é produzida pela Fundação Bachiana e viabilizada pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O Espaço Sociocultural - Teatro CIEE fica na rua Tabapuã, 445 - Itaim Bibi, São Paulo (SP). MAESTRO Dono de um talento ímpar, João Carlos Martins iniciou seus estudos de piano ainda aos 8 anos de idade. Aos 13 anos começou a consolidar sua carreira no Brasil e cinco anos mais tarde no exterior. Patrocinado por Eleanor Roosevelt, que era, naquele momento, a primeira-dama dos Estados Unidos, João fez sua estreia no Carnegie Hall, uma das salas de espetáculos mais famosas de Nova York. Na época, ele tinha 21 anos e, depois disso, todos os concertos que ele realizou no local tiveram lotação esgotada. Porém, uma série de acontecimentos quase interrompeu sua carreira. O maestro teve que lidar com os efeitos de um acidente durante uma partida de futebol, um golpe dado em sua cabeça durante um assalto na Bulgária, e uma distonia focal, doença que altera o funcionamento dos músculos e compromete os movimentos. Com a progressão da enfermidade, João Carlos Martins sentia dificuldades para tocar piano, o que resultou, em 2002, que ele abandonasse os palcos como pianista. SOLISTA Karen Stephanie tem Licenciatura em Música, pela USP (Universidade de São Paulo) e, em 2011, iniciou suas experiências com o canto, passando por aulas de professores como Celine Imbert, Juliana Starling e Paulo Mandarino. Recebeu o prêmio na categoria Cantora Revelação no concurso Carlos Gomes, em Campinas (SP) e marcou presença no festival internacional Fiato al Brasile, na Itália, de 2012 a 2015. Entretanto, não deixou a música de lado, indo estudar regência. Em 2006, criou a Fundação Bachiana com a missão de democratizar o acesso à música e fomentar o cenário da arte no Brasil e no mundo. Atualmente, é regente e diretor-artístico da Bachiana Filarmônica SESI-SP, orquestra conhecida internacionalmente. Recentemente, voltou a tocar piano usando as duas mãos com a ajuda de ‘luvas biônicas’, desenvolvidas e presenteadas pelo designer industrial Ubiratatan Bizarro Costa. ORQUESTRA O primeiro concerto da Bachiana Filarmônica aconteceu em 2004, na Sala São Paulo, seguindo, logo depois, para salas de espetáculo renomadas do Brasil e do mundo, levando um repertório composto por obras de Brahms, Tchaikovsky, Beethoven, entre outros grandes nomes da música erudita. No desejo de atuar na evolução musical dos jovens, foi fundada a Orquestra Bachiana Jovem, em 2006. Após apresentações em diversas cidades, as duas orquestras — Bachiana Filarmônica e Bachiana Jovem — se tornaram uma só: a Bachiana Filarmônica SESI-SP, uma das mais importantes orquestras da iniciativa privada do país. LINK PARA VÍDEOS E agora, João? Clique aqui Maestro ao piano Clique aqui PARA MAIS FOTOS: PASTA FLICKR NESTE LINK SERVIÇO
Maestro João Carlos Martins e Bachiana Filarmônica SESI-SP Temporada de Concertos 2022 Data: 04/11 Horário: 20h Ingressos gratuitos: solicitar por email [email protected] (a partir de 01/11, até 2 convites por pessoa) Local: Espaço Sociocultural - Teatro CIEE, rua Tabapuã, 445 - Itaim Bibi, São Paulo (SP) -  MAPA AQUI
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semioticas · 2 years ago
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Arte & Política
Bela, talentosa e militante da Democracia: Sonia Braga –– aniversariante de 8 de junho. Estrela na galeria das grandes atrizes do Brasil, Sonia Braga estreou em 1969, aos 18 anos, na libertária montagem do musical “Hair” nos palcos, em plena ditadura militar, passando à TV com o infantil “Vila Sésamo” e dezenas de novelas, entre elas “Gabriela”, “Saramandaia” e “Dancin' Days”.
No cinema, soma mais de 50 filmes no Brasil e no exterior, dos recordistas de público do cinema nacional “Dona Flor e Seus Dois Maridos” e “A Dama do Lotação” a outros sucessos de público e crítica como “O Bandido da Luz Vermelha”, “O Casal”, “Eu Te Amo”, “Gabriela, Cravo e Canela”, “O Beijo da Mulher Aranha”, “Tieta do Agreste”, “Rebelião em Milagro”, “Memórias Póstumas”, “Lope” e os recentes “Aquarius” e “Bacurau”.
Veja também:
Semióticas – Unanimidade para Nelson Rodrigues
https://semioticas1.blogspot.com/2012/08/unanimidade-para-nelson-rodrigues.html
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mezanino · 6 years ago
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A Dama da Lotação
Às dez horas da noite, debaixo de chuva, Carlinhos foi bater na casa do pai. O velho, que andava com a pressão baixa, ruim de saúde como o diabo, tomou um susto: — Você aqui? A essa hora? E ele, desabando na poltrona, com profundíssimo suspiro: — Pois é, meu pai, pois é! — Como vai Solange? — perguntou o dono da casa. Carlinhos ergueu-se; foi até a janela espiar o jardim pelo vidro. Depois voltou e, sentando-se de novo, larga a bomba: — Meu pai, desconfio de minha mulher. Pânico do velho: — De Solange? Mas você está maluco? Que cretinice é essa? O filho riu, amargo: — Antes fosse; meu pai, antes fosse cretinice. Mas o diabo é que andei sabendo de umas coisas… E ela não é a mesma, mudou muito. Então, o velho, que adorava a nora, que a colocava acima de qualquer dúvida, de qualquer suspeita, teve uma explosão: — Brigo com você! Rompo! Não te dou nem mais um tostão! Patético, abrindo os braços aos céus, trovejou: — Imagine! Duvidar de Solange! O filho já estava na porta, pronto para sair; disse ainda: — Se for verdade o que eu desconfio, meu pai, mato minha mulher! Pela luz que me alumia, eu mato, meu pai!
A Suspeita
Casados há dois anos, eram felicíssimos. Ambos de ótima família. O pai dele, viúvo e general, em vésperas de aposentadoria, tinha uma dignidade de estátua; na família de Solange havia de tudo: médicos, advogados, banqueiros e até um tio, ministro de Estado. Dela mesma se dizia, em toda parte, que era “um amor”; os mais entusiastas e taxativos afirmavam: “É um doce de coco.” Sugeria nos gestos e mesmo na figura fina e frágil qualquer coisa de extraterreno. O velho e diabético general poderia pôr a mão no fogo pela nora. Qualquer um faria o mesmo. E todavia… Nessa mesma noite, do aguaceiro, coincidiu de ir jantar com o casal um amigo de infância de ambos, o Assunção. Era desses amigos que entram pela cozinha, que invadem os quartos, numa intimidade absoluta. No meio do jantar, acontece uma pequena fatalidade: cai o guardanapo de Carlinhos. Este curva-se para apanhá-lo e, então, vê, debaixo da mesa, apenas isto: os pés de Solange por cima dos de Assunção ou vice-versa. Carlinhos apanhou o guardanapo e continuou a conversa, a três. Mas já não era o mesmo. Fez a exclamação interior: “Ora essa! Que graça!” A angústia se antecipou ao raciocínio. E ele já sofria antes mesmo de criar a suspeita, de formulá-la. O que vira, afinal, parecia pouco. Todavia, essa mistura de pés, de sapatos, o amargurou como um contato asqueroso. Depois que o amigo saiu, correra à casa do pai para o primeiro desabafo. No dia seguinte, pela manhã, o velho foi procurar o filho: — Conta o que houve, direitinho! O filho contou. Então, o general fez um escândalo: — Toma jeito? Tenha vergonha! Tamanho homem com essas bobagens! Foi um verdadeiro sermão. Para libertar o rapaz da obsessão, o militar condescendeu em fazer confidências: — Meu filho, esse negócio de ciúme é uma calamidade! Basta dizer o seguinte: eu tive ciúmes de tua mãe! Houve um momento em que eu apostava a minha cabeça que ela me traía! Vê se é possível?!
A Certeza
Entretanto, a certeza de Carlinhos já não dependia de fatos objetivos. Instalara-se nele. Vira o quê? Talvez muito pouco; ou seja uma posse recíproca de pés, debaixo da mesa. Ninguém trai com os pés, evidentemente. Mas de qualquer maneira ele estava “certo”. Três dias depois, encontro acidental, com o Assunção, na cidade. O amigo anuncia, alegremente: — Ontem, viajei no lotação com tua mulher. Mentiu sem motivo: — Ela me disse. Em casa, depois do beijo na face, perguntou: — Tens visto o Assunção? E ela, passando verniz nas unhas: — Nunca mais. — Nem ontem? — Nem ontem. E por que ontem? — Nada. Carlinhos não disse mais uma palavra; lívido, foi ao gabinete, apanhou o revólver e o embolsou. Solange mentira! Viu, no fato, um sintoma a mais de infelidade. A adúltera precisa mesmo das mentiras desnecessárias. Voltou para sala; disse, à mulher, entrando no gabinete: — Vem cá um instantinho, Solange. — Vou já, meu filho. Berrou: — Agora! Solange, espantada, atendeu. Assim que ela entrou, Carlinhos fechou a porta, à chave. E mais: pôs o revólver em cima da mesa. Então, cruzando os braços, diante da mulher atônita, disse-lhe horrores. Mas não elevou a voz, nem fez gestos: — Não adianta negar! Eu sei de tudo! E ela, encostada à parede, perguntava: — Sabe de quê, criatura? Que negócio é esse? Ora veja! Gritou-lhe, no rosto, três vezes a palavra “cínica”! Mentiu que a fizera seguir por um detetive particular; que todos os seus passos eram espionados religiosamente. Até então não nomeara o amante, como se soubesse tudo, menos a identidade do canalha. Só no fim, apanhando o revólver, completou: — Vou matar esse cachorro do Assunção! Acabar com a raça dele! A mulher, até então passiva e apenas espantada, atracou-se com o marido, gritando: — Não, ele não! Agarrado pela mulher, quis se desprender, num repelão selvagem. Mas ela o imobilizou, com o grito: — Ele não foi o único! Há outros!
A Dama da Lotação
Sem excitação, numa calma intensa, foi contando. Um mês depois do casamento, todas as tardes, saía de casa, apanhava o primeiro lotação que passasse. Sentava-se num banco, ao lado de um cavalheiro. Podia ser velho, moço, feio ou bonito; e uma vez — foi até interessante — coincidiu que seu companheiro fosse um mecânico, de macacão azul, que saltaria pouco adiante. O marido, prostrado na cadeira, a cabeça entre as mãos, fez a pergunta pânica: — Um mecânico? Solange, na sua maneira objetiva e casta, confirmou: — Sim. Mecânico e desconhecido: duas esquinas depois, já cutucara o rapaz: “Eu desço contigo.” O pobre-diabo tivera medo dessa desconhecida linda e granfa. Saltaram juntos: e esta aventura inverossímil foi a primeira, o ponto de partida para muitas outras. No fim de certo tempo, já os motoristas dos lotações a identificavam a distância; e houve um, que fingiu um enguiço, para acompanhá-la. Mas esses anônimos, que passavam sem deixar vestígios, amarguravam menos o marido. Ele se enfurecia, na cadeira, com os conhecidos. Além do Assunção, quem mais? Começou a relação de nomes: Fulano, Cicrano, Beltrano… Ele berrou: “Basta! Chega!” Em voz alta, fez o exagero melancólico: — A metade do Rio de Janeiro, sim senhor! O furor extinguira-se nele. Se fosse um único, se fosse apenas o Assunção, mas eram tantos! Afinal, não poderia sair, pela cidade, caçando os amantes. Ela explicou, ainda, que, todos os dias, quase com hora marcada, precisava escapar de casa, embarcar no primeiro lotação. O marido a olhava, pasmo de a ver linda, intacta, imaculada. Como é possível que certos sentimentos e atos não exalem mau cheiro? Solange agarrou-se a ele, balbuciava: “Não sou culpada! Não tenho culpa!” E, de fato, havia, no mais íntimo de sua alma, uma inocência infinita. Dir-se-ia que era outra que se entregava e não ela mesma. Súbito, o marido passa-lhe a mão pelos quadris: “Sem calça! Deu agora para andar sem calça, sua égua!” Empurrou-a com um palavrão; passou, pela mulher, a caminho do quarto; parou, na porta, para dizer: — Morri para o mundo.
O Defunto
Entrou no quarto, deitou-se na cama, vestido, de paletó, colarinho, gravata, sapatos. Uniu bem os pés; entrelaçou as mãos, na altura do peito; e, assim ficou. Pouco depois, a mulher surgiu, na porta. Durante alguns momentos, esteve imóvel e muda, numa contemplação maravilhada. Acabou murmurando: — O jantar está na mesa. Ele, sem se mexer, respondeu: — Pela última vez: morri. Estou morto. A outra não insistiu. Deixou o quarto, foi dizer à empregada que tirasse a mesa e que não faziam mais as refeições em casa. Em seguida, voltou para o quarto e lá ficou. Apanhou um rosário, sentou-se perto da cama: aceitava a morte do marido como tal; e foi, como viúva, que rezou. Depois do que ela própria fazia nos lotações, nada mais a espantava. Passou a noite fazendo quarto. No dia seguinte, a mesma cena. E só saiu, à tarde, para sua escapada delirante, de lotação. Regressou horas depois. Retomou o rosário, sentou-se e continuou o velório do marido vivo.
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rubensburgel · 3 years ago
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Momento Dama do Lotação com @patileals na Bahia… 🚌🚌🚌 #damadolotação (em Arraial d'Ajuda) https://www.instagram.com/p/CYfdAPalxrI/?utm_medium=tumblr
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portals4 · 3 years ago
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Conversa com Bial 08/07/2021: Neville d´Almeida é o convidado
Conversa com Bial 08/07/2021: Neville d´Almeida é o convidado
Conversa com Bial traz papo com cineasta nesta quinta O Conversa com Bial desta quinta-feira, 08 de julho, traz um bate papo com o cineasta Neville d’Almeida. No papo, o convidado fala das obras que atuou como diretor, as mais conhecidas sendo elas: “A Dama do Lotação”, “Rio Babilônia” e “Os 7 Gatinhos”. Ele que completou 80 anos recentemente fala da evolução do cinema e como que tem se adaptado…
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