#Vidas Secas
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Vidas Secas, Nelson Pereira dos Santos, 1963
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Fabiano & Baleia
A little painting/fanart of "Vidas Secas" (Dried Lives). A Brazilian book of 1937. Highly recommended!
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Vidas Secas: Fabiano
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No capítulo III, Cadeia, Fabiano vai à feira da cidade buscar mantimentos. Ele tem esse medo constante de ser passado para trás, de ser enganado, não confia em ninguém. Ali, mesmo percebendo que seria enganado de qualquer forma, resolve tomar uma dose de cachaça na bodega do Seu Inácio. Após tomar sua cachaça aguada, Fabiano reclama e pergunta para o dono da mercearia por que ele sempre coloca água em tudo, e o que obtém como resposta é apenas o silêncio. Nessa mesma cena, o protagonista do capítulo tem seu primeiro encontro com o Soldado Amarelo. O soldado chega na bodega chamando Fabiano para jogar apostado lá dentro, e, sem pensar sobre, ele aceita:
“Levantou-se e caminhou atrás do amarelo, que era autoridade e mandava. Fabiano sempre havia obedecido. Tinha muque e substância, mas pensava pouco, desejava pouco e obedecia.” (p. 14)
Em seguida, após o desenrolar dos acontecimentos que culminaram em sua prisão injusta. O narrador relembra a trajetória de Fabiano e como ele chegou naquela situação:
“Nunca vira uma escola. Por isso não conseguia defender-se, botar as coisas nos seus lugares. O demônio daquela história entrava-lhe na cabeça e saía. Era para um cristão endoidecer. Se lhe tivessem dado ensino, encontraria meio de entendê-la. Impossível, só sabia lidar com bichos.” (p. 18)
Nesse trecho fica evidente a situação de pobreza e analfabetismo em que sempre viveu. Ele é consciente de que a maioria dos problemas que lidou durante sua vida foram devido a sua falta de instrução, isso fica claro principalmente nos momentos em que ele tenta imitar as palavras de seu Tomás da Bolandeira para ser reconhecido como alguém culto.
O analfabetismo é uma característica predominante em países subdesenvolvidos, e na década de 1930 ainda afetava o Brasil com números alarmantes. Essa característica da literatura modernista é classificada por Candido (1989, p. 140–162) como fase da consciência catastrófica de atraso. Pois, a partir de uma consciência de si mesmo numa situação global, o Brasil deixava de ser uma potência com infinitas possibilidades e passava a se enxergar como atrasado, inferior e até mesmo sem salvação.
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No capítulo VIII, Festa, a família dirige-se à cidade para a festa da Igreja, usando roupas apertadas e desconfortáveis feitas pela Sinhá Terta. Neste capítulo, Fabiano fica se comparando em relação às outras pessoas da cidade, e é onde ele demonstra seus pensamentos em relação ao que as pessoas da cidade pensam dele:
“Comparando-se aos tipos da cidade, Fabiano reconhecia-se inferior. Por isso desconfiava que os outros mangavam dele. Fazia-se carrancudo e evitava conversas.” (p. 42).
Especificamente neste capítulo, fica evidente a percepção do eu pelo outro. Além da própria estratégia de discurso indireto e discurso indireto livre feita pelo autor ao longo da obra, no qual os personagens aparecem sempre com uma representação atribuída pelo narrador onisciente. Esse capítulo inteiro se passa como um monólogo interior dentro da cabeça de Fabiano, o que evidencia a presença do fator psicológico na construção da personagem.
Mas, a questão do outro no romance de Graciliano Ramos vai além de como os personagens se veem em relação ao mundo. Há também a questão da representação do autor em relação aos sertanejos, que é uma representação de um local e de uma vivência na qual ele não pertencia. Como diz Luís Bueno em O Romance do Outro:
“À ação segue, portanto, a desconfiança na legitimidade da própria ação. Como falar em nome do outro, ou mesmo para o outro? Afinal, o intelectual que escreve o romance de 30 não vem das camadas mais baixas da população e, ao tratar da vida proletária, sempre fala de um outro. Como falar do outro? Com que autoridade?” (CAMARGO, Luís. 2006)
Acontece que Fabiano — assim como Graciliano Ramos ao escrever esse romance de um local do qual ele não fazia parte — sentia que não pertencia aos locais no qual se inseria. Logo no capítulo inicial tem-se o monólogo no qual ele questiona a sua própria humanidade e se reconhece como um animal, ele não pertence nem mesmo a sua própria espécie. Posteriormente, é apresentada a situação em que Fabiano não conseguiu se expressar para se opor ao ato de prisão realizado pelo Soldado Amarelo, ele não foi capaz nem de verbalizar seus sentimentos e pensamentos como um ser humano comum. Exceto nos momentos em que ele reconhece sua própria força e seu domínio em relação a natureza, Fabiano se sente e se coloca sempre abaixo dos outros.
Todos esses aspectos presentes na obra fazem com que a vida de Fabiano não tenha uma perspectiva de mudanças. Ele está fadado a viver esse ciclo eterno de desgosto e penúria. Suas condições sociais iniciais foram determinantes para toda sua trajetória. Por fim, ao perceber que seus filhos teriam o mesmo destino, Sinhá Vitória passou a desejar algo diferente para eles, já Fabiano só conseguia imaginar a mesma vida insalubre para as crianças, seriam vaqueiros igual ao pai, assim como o avô e bisavô foram. Nessa obra, fica evidente que as vidas são secas não apenas por conta das dificuldades do sertão da caatinga, mas principalmente por conta da impossibilidade de tornarem-se vidas frutíferas.
Referências
CANDIDO, Antonio. A educação pela noite & outros ensaios. São Paulo: Ática, 1989. p. 140–162: Literatura e subdesenvolvimento.
CAMARGO, Luís Gonçales Bueno de. Uma história do romance brasileiro de 30. 2001. Tese de doutorado. Teoria e História Literária na área de Literatura Brasileira. Unicamp — Instituto de Estudos da Linguagem. Campinas. 2001.
Por: Anderson Kennedy S. Souza.
(If you want to read this in english: https://medium.com/@andersonkennedy71/vidas-secas-fabiano-4cfd44cfec45)
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Vidas Secas (1963) dir. Nelson Pereira dos Santos
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Round 1
Info post Vidas Secas
Info post Veinte poemas de amor y una canción desesperada
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Serie 6. De nombre violeta
Livres dos nomes, as coisas ficavam distantes, misteriosas.
Vidas secas, Graciliano Ramos.
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Dia da Literatura Brasileira: celebre lendo os Clássicos
Para comemorar o dia da literatura brasileira, uma lista com cinco clássicos nacionais. Livros que todo bom leitor deve conhecer. #DiadaLiteraturaBrasileira #Clássicos
No dia 1º de maio se comemora o Dia da Literatura Brasileira. A data foi escolhida por ser o nascimento do escritor José de Alencar. Por isso separamos cinco clássicos da literatura brasileira, dentre os livros que já foram publicados pelos nossos grandes autores. São obras que todo bom leitor deve conhecer. Elas ajudam a contar a história do Brasil, assim como de todos nós. A Escrava Isaura…
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A atriz Maria Ribeiro, que interpretou a Sinha Vitória no clássico filme "Vidas Secas" (1963), de Nelson Pereira do Santos, obra seminal do Cinema Novo baseada no romance homônimo de Graciliano Ramos, completou 100 anos de vida no último dia 25 de março. Tendo atuado em filmes pela última vez em 2003, hoje está aposentada e vive em Genebra, na Suíça.
Maria Ribeiro provavelmente é a mais idosa atriz brasileira ainda viva.
Aplausos, Maria Ribeiro!
#maria ribeiro#cinema#cinema brasileiro#teatro brasileiro#arte brasileira#cultura brasileira#elenco brasileiro#dramaturgia brasileira#atrizes brasileiras#vidas secas#nelson pereira dos santos#cinema novo#graciliano ramos
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vidas secas - graciliano ramos
#essa parte me pegou mt n sei pq#me recordou tb de muitas aulas inclusive a aula que eu to indo agora tipooo#vidas secas#graciliano ramos#citações#quotes
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Capítulo 2 -- Fabiano
Fabiano, para levar algo para o jantar, cruza dois gravetos no chão e reza. Ele move os braços da direita para esquerda, como seus antepassados haviam feito conforme precisavam afastar o mato, mas é inútil.
Fabiano exclama que é homem e depois conclui que é bicho, ele se lembra da vez que um fazendeiro tentara expulsá-lo de sua terra. Ele e a família se apoderam da casa deserta, se agarram à terra.
Fabiano já passou por muita coisa, e deixaria filhos robustos nem que passasse a vida inteira governado por brancos. Os filhos precisavam entrar no bom caminho, calejar.
Se a seca desaparecer, os meninos estarão livres para perguntar o que fosse e ler o que quisessem, mas, por hora, pessoas como seu Tomás da Bolandeira morriam da mesma forma que todos: de fome.
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youtube
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Uma vida endurecida pela luta, o sofrimento e a injustiça.
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@the-blue-fairie @themousefromfantasyland @algumasblog
Vidas Secas(1963) - Nelson Pereira dos Santos
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Vidas Secas - Graciliano Ramos
Vidas Secas é um influente e importante romance do escritor brasileiro Graciliano Ramos, escrito entre 1937 e 1938, publicado originalmente em '38 pela antológica Livraria José Olympio Editora, hoje editado pela Editora Record, e considerado por muitos como a maior obra do autor. Quarto e último romance de Graciliano, narrado em terceira pessoa, Vidas Secas aborda uma família de retirantes do sertão nordestino condicionada a uma vida subumana, diante de problemas como a seca, a miséria, a fome, a desigualdade social, as lutas de classes e, consecutivamente, o caleidoscópio de sentimentos, pensamentos, desejos e emoções, misturados à aspereza e ao clima do semiárido, que a condição lhes obriga a viver e a procurar meios de sobrevivência, expressando, assim, um espelhamento artístico ainda muito forte com a denúncia política e a situação histórico-social.
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Barren Lives - Graciliano Ramos
Barren Lives is a novel by twentieth-century Brazilian writer Graciliano Ramos, written in 1938. It tells the cyclical story of a family of five: Fabiano, the father; Sinhá Vitória, the mother; two sons and their dog called Baleia in the poverty stricken and arid Brazilian northeast. One of the distinguishing characteristics of the book is that it is written in said cyclical manner, making it possible to read the first chapter as a continuation of the last chapter, reflecting the cycle of poverty and desolation in the Sertão. Another distinguishing characteristic is that the dog Baleia is considered the most sensible and human character. It is often considered amongst the most important works in Brazilian literature, blurring the genres of Modernism, Regionalism, and Realism with a "dry", concise style of writing. Due to its exploration of complex social and existential problems within Brazilian society, Vidas Secas has been lauded by critics as significantly contributing to the evolution of Brazilian literature.
Read more about this novel on Wikipedia.
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