#VentoParado
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O En(canto) de Lira
Nas terras distantes de Valéria, onde os campos de lavanda se estendiam até o horizonte e os rios sussurravam segredos antigos, havia uma lenda sobre uma canção capaz de transformar corações. Essa canção, dizia-se, não era apenas um arranjo de notas, mas uma magia antiga, tecida nas estrelas e concedida a uma alma pura que pudesse carregar seu poder.
Lira, uma jovem de voz doce como o mel, vivia em um vilarejo escondido entre colinas. Desde criança, ela possuía um dom raro: sua voz encantava todos ao seu redor. Ao cantar, o vento parava para escutar, as árvores se curvavam levemente, e até os corações mais duros amoleciam ao som de suas melodias. Mas, apesar de sua habilidade, Lira sentia uma profunda solidão. Cantar, para ela, era uma forma de preencher o vazio que sempre a acompanhava.
Um dia, enquanto caminhava pelos campos, Lira ouviu uma voz suave, quase como um sussurro, vinda do vento: "Canta que é no canto que eu vou chegar." Curiosa, ela começou a cantar uma melodia que veio do fundo de sua alma, uma canção que nunca havia entoado antes. Era uma melodia sobre esperança, sobre a busca por alguém que pudesse entender o que ela carregava em seu coração.
Conforme cantava, uma figura apareceu à distância, caminhando em sua direção. Era um jovem, envolto em uma aura misteriosa, seus olhos brilhando com uma luz que Lira nunca havia visto antes. Ele parecia ser parte do vento, como se tivesse sido trazido pela própria canção que ela entoava.
O jovem, ao se aproximar, sorriu para Lira e disse: "Canta o teu encanto que é pra me encantar." Sem hesitar, Lira continuou a cantar, agora com mais fervor, sentindo que cada nota estava tecendo uma conexão invisível entre eles. A cada verso, o mundo ao redor deles parecia desaparecer, deixando apenas a melodia e os dois.
"Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você," pediu o jovem, e Lira, com o coração batendo mais rápido, começou a cantar sobre suas esperanças, seus medos, e a solidão que a acompanhava. Sua voz revelou tudo o que ela era, sem reservas, como se a música fosse a única linguagem capaz de expressar sua verdadeira essência.
Conforme Lira cantava, o jovem fechou os olhos, absorvendo cada palavra, cada nota. Quando ela terminou, ele abriu os olhos e falou suavemente: "Que explique a minha paz, tristeza nunca mais." E então, Lira compreendeu. Aquele jovem não era um estranho; ele era a materialização de tudo o que ela havia procurado. Ele era a personificação de sua própria paz, um reflexo de seu coração encontrado na melodia que ela havia cantado.
Eles ficaram ali, em silêncio, deixando o momento se estender como uma eternidade. Lira percebeu que, finalmente, a tristeza havia partido. O vazio que sempre sentira havia sido preenchido pelo simples ato de cantar sua verdade para alguém que a ouvia com o coração.
A partir daquele dia, Lira e o jovem, que revelou ser chamado Orion, caminharam juntos, suas almas ligadas por uma canção que nunca seria esquecida. Diz-se que sua melodia ecoa até hoje nas colinas de Valéria, trazendo paz e esperança a todos que a escutam, lembrando que a verdadeira magia reside no poder de compartilhar a própria essência através da música. E assim, tristeza nunca mais.
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