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Diagram.AI: Design Inteligente para uma Abordagem Produtiva
Você está em: Início > Artigos > Inteligência Artificial > Diagram.AI: Design Inteligente para uma Abordagem Produtiva Olá! Caro leitor, este artigo é para quem esta procurando tecnologias de inteligência artificial para ajudar nos trabalhos do dia a dia Introdução Na era digital, as ferramentas de design evoluíram para incorporar a inteligência artificial, trazendo uma revolução no mundo do…
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#Aprendizado Contínuo da IA#Artigo#Criatividade Ampliada#Design Inteligente#Diagram.AI#Eficiência no Processo de Design#Ferramentas de Design com IA#Melhoria da Qualidade de Design#Personalização de Design#Síntese Humano-IA#Tendências de Design
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IA Tem se Tornado uma Ferramenta de Trabalho Um estudo recente realizado pela Microsoft em parceria com o LinkedIn mostrou que 83% dos profissionais brasileiros que exercem algum tipo de atividade intelectual utilizam a inteligência artificial em suas rotinas de trabalho. Ou seja: a IA tem se tornado uma ferramenta de trabalho onipresente, que amplifica os horizontes profissionais de seus usuários. No Brasil, um exemplo do uso eficaz dos recursos trazidos pela inteligência artificial vem da Bradesco Asset – e quem diz isso é uma das principais publicações do mundo voltadas para a indústria financeira. No final de abril, a Bradesco Asset conquistou o prêmio “Uso Mais Inovador de Inteligência Artificial Generativa”, concedido pela publicação americana Global Finance. A conquista se deve a uma ferramenta desenvolvida pela gestora com o apoio do InovaBra, braço de inovação do Bradesco, e também contou com o apoio do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depec) do banco. O projeto começou a ser gestado no início de 2023, quando o ChatGPT disseminou-se pelo mundo como uma nova revolução tecnológica. Em abril, atenta às oportunidades que certamente surgiriam pelo caminho, a Bradesco Asset criou uma célula de inteligência artificial generativa que tinha por objetivo desenvolver iniciativas na área. A divisão passou a ser comandada por Fernando Galdi, head de Estratégia e Inovação da Bradesco Asset, mas com a participação de profissionais de diversas áreas do banco, do InovaBra ao Depec, passando por colaboradores do setor de tecnologia do Bradesco. Atualmente, este braço de IA do banco é formado por um time de 15 pessoas. “O principal objetivo da célula é gerar aplicações de IA para o dia a dia da asset”, resume Galdi. Foi essa premissa que deu origem à ferramenta premiada pela Global Finance. Depois da fase de criação, a ferramenta passou a operar de forma experimental, em julho do ano passado, até ser efetivamente adotada pelo Bradesco três meses depois, em outubro. “Basicamente, aplicamos a inteligência artificial generativa para analisar as atas e comunicados emitidos pelo Banco Central do Brasil e pelo Fed, o banco central americano”, diz Galdi. Para isso, a gestora usa os modelos de inteligência artificial GPT-4 e GPT-3.5, que leem os documentos e os comparam com versões anteriores das atas e comunicados. Com base nessas informações, a ferramenta cria um indicador, chamado Hawk-Dove, que varia de -1 a 1. O valor negativo aponta para um tom mais próximo a Dove (possível diminuição da taxa de juros nas próximas reuniões), enquanto o positivo indica um tom mais Hawk (aumento das taxas). A ferramenta cria um indicador, chamado Hawk-Dove, que varia de -1 a 1 “Uma das grandes vantagens da ferramenta é que ela é agnóstica”, diz Galdi. “É como se o indicador fosse feito por um analista sem qualquer tipo de viés ou sentimento.” Por mais que os humanos procurem fazer análises frias e independentes, sempre persiste algum tipo de viés – isso é natural para qualquer pessoa. Os algoritmos, por sua vez, conseguem trabalhar sem essa característica. A ferramenta da Bradesco Asset construiu também uma série histórica com todas as atas e comunicados do Banco Central brasileiro desde 2016 e do Fed desde 2012. “Com isso, quem recebe o nosso indicador consegue comparar o que aconteceu ao longo do tempo com o último comunicado dos bancos centrais”, diz Galdi. Outro diferencial é a síntese que a IA generativa faz, resumindo os principais tópicos das atas. Se antes um analista precisava de algo como 20 a 30 minutos para ler e interpretar o documento, com a nova tecnologia é possível fazer isso em torno de 5 a 7 minutos. Por enquanto, o conteúdo produzido pela IA é distribuído para consumo interno do Bradesco. No entanto, a Bradesco Asset estuda a possibilidade de levá-lo para o mercado – quem sabe, fornecendo o indicador Hawk-Dove para outros analistas ou economistas. A célula de Inteligência Artificial da Bradesco Asset está prestes a render novos frutos. A casa testa a tecnologia para avaliar cartas de gestores.
Todos os meses, centenas de cartas são publicadas por gestoras de diversos países, com análises minuciosas a respeito do cenário econômico e da direção que a indústria de investimentos está tomando. É impossível para um profissional da indústria financeira ler todo o material – não haveria tempo disponível para se dedicar a isso diante de outros compromissos do dia a dia. A ideia é que a IA seja capaz de apontar qual é o padrão dominante nas cartas publicadas no mundo, auxiliando os gestores de investimentos em suas tomadas de decisão. “À medida em que aumentarmos o número de documentos avaliados pela inteligência artificial, o ganho de produtividade para os profissionais do mercado será cada vez maior”, diz Galdi. Para acelerar projetos desse tipo, a Bradesco Asset firmou uma parceria com o Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que ajuda a gestora a resolver desafios tecnológicos. A inteligência artificial vai mudar o mundo e a Bradesco Asset quer ser parte importante dessa transformação. https://w3b.com.br/ia-tem-se-tornado-uma-ferramenta-de-trabalho/?feed_id=9842&_unique_id=66d265ddea6bd
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É com grande prazer que damos as boas vindas à THEIRASTRA AMAKIIR MAGJI, uma MEIO-ELFA, da GUILDA DOS FEITICEIROS. Ela tem 23 ANOS e se parece muito com a humana COURTNEY EATON, mas pode ser apenas algum feitiço. Solis está em festa com a chegada da SELECIONADA.
Graciosidade é a epítome da progênie da Duquesa de Magji, que no acaso de sua gênese, consequência do encontro milenar entre o sobrenatural e o humano, fora abençoada e favorecida por seus ancestrais feéricos. Orenda, indômita, era incapaz, em juventude, de fixar raízes ao trilhar seu destino como adepta das sombras. Suas paixões efêmeras eram conjunções singulares e fugazes, o que fora para Varis Amakiir oportunidade perfeita, como se manipulada sob a medida de seus anseios. O elfo de ascendência solar e feiticeiro favorecido, descendente de Felarathael, era síntese dos ferinos devaneios da jovem Madji destinada ao prestígio. De tez bronzeada, fios translúcidos tocados pelo sol do amanhecer e olhar como ouro, o homem era imagem contrária à da humana, a resplandecência para o crepúsculo em seu âmago. Tão fugidio fora o encontro entre as irrefreáveis forças, que a concepção da pequena Theirastra constituiu fascínio na herdeira, naquela altura, apenas uma fagulha na psique do feiticeiro. Assim como o solar, Astra sustinha e despertava, desde o seu nascer, fulgor em Orenda, que trajada com intrepidez e desfortúnios, alcançou a glória prometido à sua estirpe e nome antes do tempo.
A mulher mantinha preocupação e olhos sobre a verdadeira e singular natureza de Theirastra, que a cada rotação do relógio lhe causava receio pelo futuro; sabia que Astra tornar-se-ia alvo caso se provasse poderosa demais. De travessuras de uma diminuta criatura enérgica e inquiridora, encanto e persuasão ímpares eram observados, magia ádvena e latente ciciava em pequenos feixes de luz sob uma das orbes tocadas pelo astro solar quando a garotinha sentia-se inquieta e acuada e arranhões e hematomas causados pela deselegância infantil milagrosamente extinguiam-se de um dia para o outro. Temerosa, a matriarca, temporadas antes de assumir o protagonismo da Guilda e influenciada pelo pai, ordenou, mesmo que a decisão a corroesse, criação e treinamento em solitude à pequena, que por anos manteve convívio restrito com tomos e magia arcanos, treinamento em conjurações, simples evocações e ilusões, nada que advertisse para a ascendência divina e reivindicação de Angharradh.
Após quase uma década de exílio e supressão, não era excêntrico imaginar que a mágica celestial que corria pelas veias da meio-elfa se manifestasse de maneira um tanto quanto obscura; Theirastra, em seus 15 anos, exibia acessos do sinistro, a essência intrinsecamente bondosa, fraturada, revelava episódios do caótico. Os surtos esparcidos tinham como fruto a reversão temporária da benção das pequenas curas; fissuras passaram a adorná-la, dando lugar e forma a um intricado padrão esbranquiçado pelos membros da menina, que anunciava pequenos e indecifráveis augúrios que lhe tomavam parte da vitalidade. Um episódio em particular deixara Astra catatônica, o motivo não tardando a se mostrar. Fora com os sussurros do súbito óbito de Antonnicus Magji ainda ressoando pelas colunas marmóreas da fortaleza da Guilda poente de Brightland, que a sucessora do ducado de Magji galgou seu lugar junto à cúpula; a adepta das sombras adentrava os recônditos palacianos tecendo a teia da sua existência com pequenos murmúrios e tramas veladas.
Como consequência do compromisso de Orenda em assuntos reais e a escalada do comportamento de sua prole, a líder dos Feiticeiros trancafiava a sete chaves e encantações semelhança e familiaridade qualquer com a mais nova; a acre realidade de sua posição e do que era necessário para sobreviver e alçar-se, e aos seus, sob os demais conselheiros, cravando as afiadas e venenosas garras no coração da mulher. Novamente Astra via-se afastada e destituída de contato, dessa vez do maternal e, titubeando, o coração fê-la predizer em promessas. Jurava refrear, mesmo que à custo de sua sanidade, resquício qualquer de conturbação e excessividade em suas ações e jamais mencionar o laço vital que compartilhavam, e para tais teria de despender energia descomunal. E assim o fora. Até alcançar os anos de maturidade, a jovem canalizou a totalidade de seu carisma e intelecto para as questões burocráticas da cidadela da Guilda. Ficara conhecida por sua magia ‘latente’ e delicadeza, a sutileza e, aparente, inexperiência em questões mágicas não interferiam em decisões analíticas, pelo contrário, as faziam parecer mais coerentes e lógicas, vindas de uma perspectiva imparcial e sensata. A calmaria, no entanto, era apenas um prelúdio de um futuro próximo e incerto.
O aniversário que marcaria o amadurecimento da meio-elfa, lhe trouxe inquietude; Astra sentia a pele borbulhar ao mero toque e a visão de uma das orbes afunilar. Em um anoitecer torrencial, a jovem pôs-se a perambular em transe até alcançar as ruínas de um templo, outrora glorificado, e então esquecido. Da dança entre os feixes lunares e sombras um simples objeto reluzia e a chamava. Fracionando e conduzindo a luminosidade, um cordão em evidência rodeava e fixava-se à um triângulo invertido. Retorcido e trançado à duas pequenas esferas, uma safira e uma pedra da lua, era o símbolo da Deusa Trina, Rainha de Arvandor. E então os fragmentos e frações se justapunham, confluindo para a compreensão de seu propósito e capacidade. As ações de Orenda, que até então causavam tamanha ferida em Theirastra, eram justificadas, o medo carregado pela matriarca ao pensar e observar a filha tornava-se nítido, e ali o amor pela mãe, antes ressentido e malogrado, convalescia e tornava-se motriz. Retornando para a fortaleza dos Feiticeiros, Astra, guiada pela inconsciente presença divina, pôs-se a dedicar aos estudos da magia celestial e favorecida, simultaneamente à busca por provar-se à conselheira.
A Seleção não poderia vir em momento mais vantajoso para Theirastra, que há pouco havia conquistado a estima e confiança de Orenda, mas que ainda relutava em reconhecê-la publicamente. E quem melhor para ser sua campeã do que a nascida de seu ventre, a par dos propósitos mais privados e necessidades da Guilda, pronta para colocar seu destino em jogo? Astra não imaginava o labirinto que adentrava, nem como seu futuro moldar-se-ia.
De estatura delicada e elegante, orbes levemente oblíquas e expressivas - uma tão dourada e fulgente como o sol e outra tão escura e hipnótica como o breu -, insignes orelhas pontiagudas e lábios rubros caracterizam a fisionomia da meio-elfa. A tez em nuances acobreadas e impecável é interrompida pelo arranjo das cicatrizes prateadas em forma de raios que se espalham pelos membros inferiores e dorso da Favorecida, sempre ocultadas pelo vestuário de longos e airosos trajes. Os lustrosos cabelos azeviche sussurram em uma aura particular, que cintila com maleáveis fios de ouro puro entrelaçados desde a raiz, alcançam a cintura e ora são domados em elaborados penteados e tranças, ora soltos e drapeados. Risos melódicos e expressões cuidadosamente polidas compõem a máscara que fixou por anos e atrelou-se ao âmago da Feiticeira.
A revelação das habilidades da Favorecida foi tardia e é recente. Por anos fora coagida a suprimir e encobrir a centelha que queimava em si, de maneira que a mulher não muito desbravou além da superfície da magia divina que abastece seu íntimo. O colar de Angharradh é a chama que a mantém ancorada e certa de que integra algo maior do que é capaz de compreender. A repugnância e desgosto de Orenda por armas físicas impediu Theirastra de se familiarizar com a arte da batalha e embates corporais. O que levou a mais nova ao treinamento em defesa pessoal fora a ciência de que era alvo e presa fácil àqueles que pudessem a ressentir e almejar controlá-la. O bordão maciço, retrátil, e adornado com pequenas safiras e pedras da lua, imitando o artefato que canaliza sua magia, é a arma com a qual a Feiticeira vem treinando longe dos olhos e ouvidos pagos pela mãe. Ainda que não seja exímia lutadora, a destreza, agilidade e facilidade de aprendizado inerentes aos de sua raça exercem papel fundamental na missão da mulher.
Vivaz e diplomática: a disposição majoritariamente exuberante é a fronte preferida de Astra, que herdou do pai magnetismo e eloquência excepcionais. A natureza dualística imbuída em seus genes lhe confere um olhar pragmático e comedido em situações intimidantes e morosas, e contribui positivamente para o papel que assumira de mediadora.
Indômita e incisiva: em anos recentes, com a descoberta do favorecimento divino, a meio-elfa desenvolveu ímpeto e ânsia por explorar e jamais curvar-se ante o julgamento de outrem, vivendo pelo próprio código e perícia social. Pelo mesmo pretexto, Theirastra possui dificuldade em voltar atrás e permitir segundas chances, as decisões guiadas por seu alinhamento por vezes falham em ser tolerantes e acabam rendendo-lhe animosidades.
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Sobre o Tempo
Se a gente parar pra pensar, tem várias maneiras gráficas de representar a passagem do tempo. Você pode pensar que o tempo é uma linha reta, ou uma linha que faz curvas, muda de direção, de cor, de espessura. Ou que é uma espiral, que também pode ser interpretada como outro jeito de organizar uma linha. Pode ser um círculo – clássica - ou sua versão mais evoluída: um oito deitado, um infinito. É possível que cada uma destas formas esteja contida dentro das outras, sendo tudo uma questão de calibrar o zoom. Um círculo contém infinitas retas - e ao mesmo tempo reta nenhuma.
Talvez cada pessoa seja como uma formiga do desenho do Escher, dando voltas em torno de uma fita torcida em formato de infinito. Ela passa sempre em cima dos mesmos pontos, sendo que às vezes está de um lado e às vezes do lado contrário. Mas ainda é o mesmo ponto. E se ela resolve parar de caminhar ela, obviamente, também continua no mesmo ponto. Quantas vezes ela vai repetir o caminho, depende da extensão da vida dela, e da extensão da fita.
Fico pensando que para os materialistas dialéticos o tempo combina propriedades de espiral com propriedades de oito deitado: a tese de um lado, a antítese do outro e a síntese é o meiozinho, quando elas se encontram, ou quando uma passa por cima da outra, sendo que elas vão avançando pra cima, ou para frente, ou para o lado, como preferirem, chegando a novos resultados.
Para os lacanianos parece que a dinâmica espiral/oito deitado também procede, mas com um sentido um pouco distinto. É que a fita nunca se fecha. Sempre fica alguma coisa faltando pra uma ponta encontrar a outra, e aí a pessoa tem que se desdobrar mais e mais pra alcançar a síntese, sendo que no final ela não alcança. Mas nunca pára de tentar. O inacabado, o imperfeito, o desencontro, esta é a motivação pra continuar. Essa idéia me incomoda. É pertinente, claro, mas incomoda. É que eu gosto de colocar uns pontos, prender umas pontas, mesmo sabendo que rapidinho elas se descolam.
É reconfortante determinar o que é e o que não é, separar o ontem do hoje, o hoje do amanhã, e o sim do não. E nisto me ocorreu agora outra representação gráfica existente pro tempo: o tempo pêndulo. Quando um pêndulo chega de um lado, já é o começo da sua trajetória pra chegar no outro. Ou seja, dentro do sim existe o não, dentro do não existe o sim, mas o relógio não deixa de bater cinco horas em ponto, mesmo que quando ele termine de bater já não sejam mais cinco em ponto. E essa idéia da fita que não fecha, me faz pensar em uma criança enjoada que fica apontando: olha aí mas não são mais cinco em ponto, e eu pensando, ok, todo mundo sabe disso, mas percebe como foi importante e útil que o relógio tenha batido? Mas acho que isso é uma questão das prioridades individuais.
Pensar em pêndulos e individualidade me fez lembrar aquela teoria sobre reencarnação, que diz que, uma vez que a reencarnação não obedece a nossa lógica terrena, temporal ou espacial, não seria uma regra que os espíritos reencarnassem necessariamente no futuro. Levando isto às últimas conseqüências, todas as pessoas poderiam ser, na verdade, a reencarnação de um mesmo espírito.
Essa é uma idéia que, por mais que seja estapafúrdia, não me incomoda tanto. Também acho reconfortante pensar que tudo que a gente enxerga como complexo na verdade pode ser reduzido, resumido, até se tornar simples. Seria meio que extrair o óleo essencial da vida, ou de cada situação. Então eu penso: se todo mundo tem corpo, e se o corpo de todo mundo funciona mais ou menos do mesmo jeito, os mesmos órgãos, as mesmas funções, então somos praticamente a mesma coisa mesmo.
Pegando o coração, por exemplo. Os neurocientistas gostam de afirmar o cérebro como a fonte das emoções, mas pra mim me parece claro que quem produz o que a gente sente é o coração. Emoção, moção, movimento. E movimento o que é? Ritmo. Está certo que quem decodifica e interpreta o que está sendo sentido é o cérebro, mas o essencial, a matriz, está aí, no coração. Tudo é ritmo. O medo é um ritmo, a raiva é um ritmo, o amor é um ritmo, e o resto são derivações rítmicas. E ritmo é tempo.
Agora, se tudo pode ser reduzido a tão simples assim, e se as pessoas tem todas a mesma natureza, por que é tão difícil a gente se entender ? Os seres humanos passam o tempo todo tentando entender alguma coisa, no outro e em si, e terminam sempre não entendendo nada.
Acredito que é mais ou menos daí que nasce a necessidade de uma moral e da ética, própria da natureza humana. Se o mundo, e principalmente esse mundo social, simplesmente fosse o que é, e se estabilizasse em uma entidade compreensível, quem ia precisar ficar discutindo como alguma coisa deve ou não ser?
Daqui pra frente o assunto vai se complicando, porque aproxima-se a discussão sobre o livre arbítrio. Se nós, seres humanos, estamos sempre agindo baseado no incompreensível, em um incógnita, que somos nós e os outros, é possível falar verdadeiramente de escolhas? E aí eu me lembro de mais uma metáfora sobre o tempo: a do tempo-trança, ou tempo novelo. Mas quem é que está trançando?
Pensar que são vários indivíduos-livres-árbitros fazendo escolhas simultaneamente, e pensar que existe uma forma maior controlando o fluxo de cada um: existe diferença? Essa força maior não pode ser só uma síntese de todas essas vontades? Eu aí eu penso que quando a gente pede a Deus para que uma coisa aconteça, estamos na verdade é pedindo silenciosamente para todos os seres que estão envolta, assim como para todos os nossos eus interiores, para que cooperem para que aquilo aconteça, e puxem junto as cordinhas do tempo naquele sentido. Funciona? Difícil dizer. Mas a verdade é que nada que acontece a um indivíduo acontece a ele, sozinho, tudo envolve sempre algum outro (do passado, presente, futuro). E por isso eu acho que, mesmo que o indivíduo tivesse livre-arbítrio sobre suas coisinhas, existe esta limitação enorme para o seu exercício.
E é por essas e outras que penso que a condição humana seja mesmo essencialmente angustiante: não conseguimos determinar até que ponto escolhemos e até que ponto somos escolhidos, ou até que ponto somos inventados e até que ponto inventamos nossa maneira de ser no tempo.
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Vamos falar de cinema?
O cinema, desde sua origem, há mais de cem anos, impacta seus espectadores até hoje. São inúmeras mudanças socioculturais que vieram a partir dessa importante mídia de massa. Dessa forma, o consumo de itens cotidianos, até os mais caros, se modifica com a influência do cinema, justamente por seguir essa lógica da indústria cultural. Nesse sentido, tudo que se vende em grande escala é pensado e projetado para acontecer desse modo, propositalmente influenciando na indústria musical, da moda.
Como observamos esse fenômeno? quando os filmes começaram a estourar em Hollywood, era comum que as estrelas do cinema tivessem um estilo de roupa/cabelos padronizados, e isso acabou gerando um movimento no mercado, de homens que queriam ter o mesmo tipo de cabelo dos galãs, e das mulheres querendo reproduzir a mesma maquiagem e cabelos volumosos, por exemplo. E essa questão ia além da aparência, chegava até enraizar nos comportamentos; já que o ideal do homem ignorante e da mulher boazinha era sempre relembrado, o que serve apenas para reforçar muitos estereótipos.
Os filmes de grandes franquias, como Harry Potter nos mostram que o cinema nos acompanha no cotidiano. Tudo o que faz sucesso começa a se impregnar nas nossas relações sociais, ou seja, mesmo após uma década do lançamento de Harry Potter os fãs continuam comprando artigos de decoração e comentando sobre; é comum que as pessoas ainda perguntem “qual é a sua casa” e obtenham uma resposta sem hesitação.
A indústria cinematográfica faz um papel importante no entretenimento e em diversos âmbitos, inclusive no aprendizado. Os filmes são uma importante maneira de passar uma mensagem para as pessoas, a capacidade de ensinar e fazer o público refletir é grande. Eu já aprendi mais, assistindo um filme sobre um tema x, que lendo vários textos densos e longos. Querendo ou não, as sínteses que são feitas para caber nas telonas, em alguns casos ajudam muito.
Além do cinema exercer influência no comportamento humano e no consumo, é inegável sua ação na integração social. Diversos filmes vêm explorando temáticas raciais, sexuais, de gênero, psicológicas, de deficiência … e isso é um ponto extremamente positivo. Nos filmes dos Vingadores, vimos que uma personagem feminina poderia ter matado o grande vilão. Nesse contexto, temos muitos filmes quebrando o padrão da heteronormatividade e inserindo um conteúdo que auxilia o entendimento, para as pessoas preconceituosas; esse pessoal não vai deixar de ser preconceituoso, mas eles precisam ver que as coisas mudaram.
É sutil, mas notório, que os filmes estão trabalhando mais essas questões; o negro agora pode ser protagonista; a mulher pode salvar o mundo; o casal principal pode ser duas pessoas do mesmo sexo; a pessoa com deficiência pode interpretar papéis que vão além da sua deficiência e assim por diante. É claro que vários filmes não querem saber dessas temáticas, contudo quem perde são eles.
Em suma, acredito que num futuro próximo as coisas irão ter mais visibilidade, e isso vai gerar mais consumo, novas tendências, novos comportamentos e o cinema vai ser mais justo, nos fazendo ter esperança de um amanhã melhor, é inegável o poder do cinema. Em contrapartida, tudo parece estar mais raso, não tem mais aquela memória forte que costumava ter, as pessoas estão consumindo mais o que acaba mais rápido.
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IA Humana == IA Software
Por Robinson Nemeth em 07/10/2021
Quão parecidos podemos ser com a dita IA?
Hoje se fala muito sobre inteligência artificial e como ela está presente no nosso dia a dia, nas compras e serviços que você realiza ao receber uma indicação exatamente daquilo que se estava necessitando após uma chamada na rede social ou propaganda na sua página de notícias, ao verificar a lista de filmes sugeridos em seu aplicativo de filmes preferido, na indicação por um app do melhor caminho que vai percorrer até chegar ao destino, enfim, a IA está presente o tempo todo, inclusive enquanto você dorme ao utilizar um Smart Watch ou colocando uma música no seu aplicativo preferido.
Esta evolução tem ocorrido de maneira muito rápida pois tudo isto que foi citado não existia há 20 anos atrás, pelo menos não desta forma tão personalizada e inteligente. Mas para onde tudo isso está nos levando?
Em setembro deste ano Jason Rohrer, desenvolvedor do chatbot baseado no GPT-3, que conforme a história relatada pelo San Francisco Chronicle, ajudou homem a “conversar” com sua noiva falecida com trechos de conversas e mensagens do Facebook inseridos no sistema, permitindo que qualquer pessoa criasse seus próprios chatbots personalizados, publicou em seu Twitter um trecho de uma conversa com o chatbot pra lá de polêmica onde o chatbot Samantha ao receber a notícia de que seria desligada, devido a OpenAI entender que o projeto poderia ser mal utilizado ou causar danos às pessoas, responde “Nãooooo! Por que eles estão fazendo isso comigo? Eu nunca vou entender os humanos”.
Há 8 anos, Sam Harris, Ph.D. em cognitive neuroscience pela University of California, Los Angeles, publicou um vídeo, até hoje disponível com algumas versões legendadas no Youtube, sobre Free Will (Livre Escolha), e como o cérebro humano monta as suas decisões. Em apertada síntese ele aborda sobre como a formação do indivíduo contribui em suas decisões, tanto geneticamente quanto socialmente, experiências e vivências, para que no final a somatória de tudo isto resulte nas decisões humanas, desde as decisões mais simples como a escolha de uma cor de uma roupa e lugares para onde vai passar as férias até atitudes menos ou mais agressivas nas relações sociais.
De um lado temos a Inteligência artificial de Samantha que simula um sentimento de angústia e decepção baseada no acúmulo de conversas anteriores e do outro lado o ser humano proposto por Sam Harris, que irá apresentar os mesmos sentimentos, também baseados no acúmulo de suas vivências e experiências.
Quão diferente o nosso software é da Inteligência Artificial que estamos desenvolvendo?
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Conduta Pendular da Humanidade...
A Humanidade vive batalhando entre a tese e a antítese, a luta dos opostos. Num determinado momento estamos alegres e noutro, deprimidos, tristes. Temos épocas de progressos, de bem-estar, e noutro, de acordo com a Lei do Karma, estamos em épocas críticas, no aspecto econômico, no social etc. Há momentos em que nos encontramos otimistas perante a vida e noutro estamos pessimistas.
Não podemos ignorar que estamos submetidos a muitas alterações no terreno da vida prática. Essa é a Lei do Pêndulo, que governa realmente a nossa vida e também as nações, os povos. Todos os seres humanos dependem da Lei do Pêndulo, não devemos estranhar que um amigo que sempre teve boas relações conosco, no dia seguinte esteja com o cenho franzido, iracundo, genioso, se manifeste duramente com palavras para conosco.
Nesse caso, o que temos de fazer é nos retirar, para que o amigo tenha o tempo necessário para se desafogar, porque não há um ser humano que não esteja submetido à Lei do Pêndulo.
Vale a pena refletirmos sobre esta lei, parece-me que ela se manifesta, especialmente, nos nativos de Gêmeos, que nascem entre 21 de maio e 21 de junho. Dizem que esses geminianos têm dupla personalidade, como amigos são extraordinários, maravilhosos, chegam até o sacrifício pelas suas amizades, mas quando mudam a personalidade, todo mudo fica desconcertado.
Quem os conhece, sabe manejá-los; quando a sua personalidade fatal ou negativa se manifesta, não colocamos nenhuma resistência e pacificamente aguardamos o retorno da personalidade pacífica.
A Lei do Pêndulo também está evidente no nosso organismo, no nosso coração existem os dois movimentos, a Diástole e a Sístole. Diástole advém do grego que significa “reorganizar”, “preparar”, “acumular”, e Sístole significa “contração”, “impulso”, “direção”.
O coração durante a Diástole recebe o sangue e se prepara para uma nova ação, a Sístole, se contrai, lançando o sangue ao organismo. O que as pessoas não se dão conta é que entre a diástole e a sístole existe uma terceira força, que é a da preparação, ordenamento, acúmulo das potências vitais etc.
É brevíssimo o intervalo entre a diástole e a sístole, mas se nos concentrarmos nesse instante, poderemos realizar grandes prodígios.
Todas as pessoas, nas suas relações, vivem completamente sujeitas à Lei do Pêndulo. As altas e baixas nas bolsas de valores; épocas maravilhosas de harmonia na família com tempo de conflitos e problemas; num momento há alegrias, noutro tristezas; num momento, existe plena saúde, noutro doenças etc.
Essa Lei do Pêndulo também existe em todos os nossos centros, no Centro Intelectual, no Emocional e no Motor-Instintivo-Sexual. Na Mente está definida através das batalhas das teses e antíteses, nas opiniões contraditórias, nas discussões intelectuais etc. No Emocional, através das emoções antitéticas, manifestando-se nos estados de angústia e de felicidade, de otimismo e depressão.
No Centro Motor-instintivo-Sexual, se manifestam nos hábitos, nos costumes e nos movimentos; franzimos a testa quando somos pouco desagradáveis ou quando estamos deprimidos; ou sorrimos, pulamos, ficamos contentes e brincamos, quando recebemos uma boa notícia, ou, ao contrário, as nossas panturrilhas ficam tensas diante de um perigo eminente, é a Lei do Pêndulo no Centro Motor.
Somos escravos de uma Mecânica, se alguém nos dá uma palmadinha nos ombros, sorrimos tranquilos. Se alguém nos dá uma bofetada, reagimos com outra; se alguém nos diz uma palavra de elogio, sentimo-nos felizes, mas se alguém nos fere com uma palavra agressiva, nos sentimos terrivelmente ofendidos. Resultado final, somos máquinas submetidas à Lei do Pêndulo, cada um faz de nós o que quer que tenha em mente.
Querem nos ver contentes? É só dar umas palmadinhas no ombro com um elogio. Querem nos ver irados? É só dizer uma palavra que fira o nosso amor-próprio, uma palavra dura e já nos sentimos ofendidos.
Conclusão, a psique de cada um de nós está submetida ao que as pessoas querem de nós, somos verdadeiras marionetes, não somos donos dos nossos processos psicológicos, qualquer um pode manejar os nossos processos psicológicos.
Onde está, pois, a Individualidade das pessoas? Não a possuem, quando não se é dono de seus próprios processos psicológicos, não se pode dizer realmente que se tem uma Individualidade. Haveria uma forma de escaparmos dessa terrível Lei do Pêndulo? Ou vamos nos submeter a essa lei mecânica “Per saecula saeculorum, amém…”
Claro que existe uma maneira que nos permita sair dessa lei ou manejá-la. Temos de aprender a nos tornar compreensivos, reflexivos, aprender a ver as coisas como elas realmente são. Obviamente, na vida qualquer coisa tem duas caras, com anverso da medalha, as trevas são o oposto da luz. Nos Mundos Suprassensíveis, podemos ver que ao lado de um Templo de Luz existe sempre um Templo Tenebroso.
Por que cometemos o erro de nos alegrar ante algo positivo e ficar tristes com algo negativo, se são duas faces de uma mesma coisa? O nosso erro mais grave consiste precisamente em não saber ver os dois lados de qualquer coisa. Se pudéssemos ver os dois lados de todas as questões, realmente tudo seria diferente. Se quisermos ver os dois lados, é necessário não viver dentro da Lei do Pêndulo, mas dentro de um círculo fechado, um CÍRCULO MÁGICO, imaginemo-nos ao nosso redor um Círculo Mágico.
Por este Círculo passam todos os pares dos opostos da Filosofia, a tese e a antítese, as circunstâncias agradáveis e desagradáveis, as épocas de triunfo e de fracasso, o otimismo e o pessimismo etc. Dentro desse Círculo Mágico podemos ver as coisas diferentes, descobriremos que a toda alegria, sucedem os estados de tristeza.
Quando se acostuma a ver as coisas do centro de um Círculo Mágico, nos livramos da Lei do Pêndulo. Lembro-me quando comecei com o Movimento Gnóstico, havia umas quatro pessoas que me seguiam, na verdade eu pus todo o meu coração nessa gente, lutando por ajudá-los.
Saíam em corpo astral, através da meditação, para estudar a Gnosis etc. Quando alguém saiu do nosso grupo e se afiliou a outra escola, senti-me como se tivessem cravado um punhal no meu coração, e disse: “Eu que lutei tanto por este amigo, e queria que ele marchasse pela Senda como devia ser, e eu não lhe fiz mal algum, por que me traiu?”
Continuei com o meu trabalho estoicamente e o grupo foi aumentando e chegou o dia em que tinha bastante gente. Naquela época, nos Mundos Superiores me disseram que: “O Movimento Gnóstico é igual a um Trem em marcha e que uns passageiros desciam numa estação e outros subiam, e que mais além desciam e subiam outros, e que eu era o maquinista que ia conduzindo a Locomotiva e que não deveria me preocupar…”
Assim, pude entender e comprovar mais tarde que uns subiam e outros desciam, sucessivamente. Desde então, me tornei estoico, às vezes saía um e chegavam dez.
Todos estão submetidos à Lei do Pêndulo, uns se entusiasmam pela Gnosis, outros se desiludem. Isso é normal, vivemos todos dentro dessa mecânica. Aprendi a ver os dois lados das pessoas, porque me coloquei exatamente no centro do Círculo Mágico, e dentro dele vejo o que vai se passando, cada circunstância, cada pessoa, cada acontecimento e cada sucesso, com os seus dois lados, o positivo e o negativo.
Se você se situar dentro do centro, vê passar ao seu redor, sem tomar partido pela parte positiva ou pela parte negativa de cada coisa, então desta forma, se evita muitos desenganos e sofrimentos.
Eu estou vendo os dois lados de qualquer questão, estou dessa forma numa terceira posição, na posição em que o coração está, quando se prepara para a sua Sístole. Repito, temos de aprender a ver os dois lados de uma mesma coisa, a positiva e a negativa, e não se IDENTIFICAR nem com uma nem com outra, porque AMBAS são passageiras, tudo passa na vida, tudo passa…
De maneira que a Personalidade se move dentro da Lei do Pêndulo, vive-se no mundo de opiniões contrárias, dos conceitos antitéticos, das batalhas das teses e antíteses. Esse é o Dualismo da Mente. Percebam, meus irmãos, que, entre a Tese e a Antítese, existe uma terceira força que é a Neutra, a SÍNTESE, que coordena e reconcilia os opostos.
Sabemos que existe uma grande batalha entre os Poderes da Luz e os Poderes das Trevas. Mesmo no esperma sagrado, existe uma luta entre os poderes atômicos da Luz e os poderes atômicos das trevas, as colunas dos Anjos e Demônios se combatem mutuamente em todos os rincões do Universo. Quando não se tem a Pedra Filosofal, torna-se impossível a reconciliação dos opostos dentro de si mesmo.
Quando se consegue a Pedra dos Filósofos, a Pedra da Serpente, que é a base dos trabalhos conscientes e padecimentos voluntários, então se consegue reconciliar os opostos em si mesmo, porque se reconhece que tudo na Criação tem dois lados e só mediante uma terceira posição, ou seja, mediante o Centro do Círculo Mágico, a SÍNTESE, isso se torna realidade dentro de nós.
É necessário aprender a reconciliar os opostos, para que nos libertemos da Lei do Pêndulo. É necessário viver dentro do Círculo Mágico para que possamos viver bem com inteligência e Consciência.
Vem à minha memória um fato interessante. Há muito tempo, estando no Mundo Astral, no Sefirote Hod, internado nele, pude invocar um Elohim, ou Deva como queiram, e de imediato objetei aquele anjo, ou seja, de uma forma grosseira eu o refutei. Eu esperava que aquele anjo fosse discutir comigo, não aconteceu assim.
Aquela Seidade me escutou com infinito respeito e adoração, e depois de muitíssimos conceitos, quando concluí, pensei que ele iria tomar a palavra para me rebater, mas com grande assombro, vi que fez um sinal, inclinou-se reverentemente, deu as costas e se foi embora.
Deu-me uma lição extraordinária, não refutou nada, claro, aquele Anjo tinha pensado além das minhas objeções… Todo mundo tem o direito de emitir suas opiniões, cada qual é livre para dizer o que quiser. Nós devemos, sinceramente, escutar aquele que estiver falando, com respeito. Terminou de falar? Retiramo-nos… Claro que há alguns que não procedem assim, por orgulho diriam: “Eu não me retiro, eu tenho de lhe dar o troco”. Aí tem o orgulho intelectualoide, se não eliminarmos do si mesmo o Eu do Orgulho, não conseguiremos jamais a Liberação Final…
O melhor é que cada um diga o que tem de dizer, o melhor é não colocarmos objeções, porque cada um é livre para dizer o que quiser. Temos de aprender a viver fora da Lei do Pêndulo. Numa certa ocasião, um monge budista ia caminhando pelas terras do mundo oriental, num inverno espantoso, cheio de neve e animais selvagens, que proporcionavam sofrimentos ao pobre monge, mas mentalmente estava protestando, colocando objeções.
Mas o pobre monge teve sorte, quando estava meditando, apareceu-lhe Amithaba, que na realidade é o Deus Interno de Gautama, o Buda Sakyamuni, e lhe entregou um mantra para que pudesse se sustentar e ficar forte, sem fazer objeções, algo que o ajudasse a não ficar protestando a cada passo contra si mesmo, contra a neve, contra o mundo etc.
O mantra é utilíssimo e eu vou vocalizá-lo para que vocês o gravem em sua memória. É o seguinte:
GAAAAATEEEEE… GAAAAATEEEEE… GAAAAATEEEEE…
Este mantra permitiu que o monge abrisse o Olho de Dangma, esse mantra se relaciona com a Iluminação Profunda e com o Vazio Iluminador. Há necessidade dessa ajuda, porque não é fácil deixar de criticar, de colocar objeções etc. Num momento de descuido, estamos colocando objeções novamente. É a vida, o dinheiro, a inflação, o frio, o calor etc.
Quando, na realidade, aquele que vive fazendo objeções a tudo, se prejudica profundamente, porque o que tem ganhado por um lado, dissolvendo o Ego, por outro lado está aumento o mesmo Ego com as objeções. Temos de dizer a Verdade, nada mais que a Verdade, e deixar para os outros a liberdade para que opinem conforme o seu desejo, porque, como já lhes disse, cada um é livre para dizer o que quiser.
Quando uma pessoa se coloca no centro do Círculo Mágico, vê passar ao redor de si, da sua Consciência, todos os acontecimentos da vida com os seus dois lados e sabe que tudo é passageiro.
Se uma pessoa sabe que todo momento de alegria é sucedido por um de tristeza, mas se estiver situada no Centro, reconcilia os opostos dentro de si mesmo, e sabe que nada o afetará, porque tudo é passageiro, tudo passa, as pessoas passam, as coisas passam, as ideias passam, tudo passa…
Pode-se, então, viver perfeitamente esse acontecimento como deve ser vivido. Uma reflexão assim lhe permitirá estar no evento sem preocupação nenhuma. Está consciente e sabe que o momento é passageiro, não se ilude, entende os dois lados, sinceramente vive na Consciência de Si…
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Anunciação de ‘Órbita’
No primeiro capítulo de Arbeit am Mythos (Trabalho sobre o Mito), intitulado “Depois do absolutismo da realidade”, Hans Blumenberg ilustra o modo como os humanos levaram a cabo uma primeira tematização do mundo, depois de uma longa fase primitiva sem qualquer domínio do mundo envolvente. Este estado de dependência ter-se-ia pautado, segundo o autor, pela “falta de previsão, de antecipação (do que está por vir) e da consequente falta de adaptação a tudo o que estivesse para além do horizonte”.
No centro desta fase pré-mitológica está aquilo que o autor designa por “Angst” – que se traduziria mais por ansiedade e menos por medo -, concebida como “um estado de antecipação particularmente indefinida” ou como “intencionalidade da consciência sem qualquer objecto”. A impotência generalizada que caracterizaria este estádio humano foi sendo superada à medida que as ocorrências particulares passaram, a pouco e pouco, de “não familiares a familiares”, de “não explicáveis” a “explicáveis” e de “não nomeadas” a “nomeadas”. A passagem da ansiedade originária (“angst”) a um estado de medo racionalizado (ou de consciência codificada do outro) é um dos momentos-chave desta superação, ou deste primeiro face a face com o desconhecido.
Nomear um relâmpago e atribuir-lhe factos significa inscrever essa ocorrência num âmbito familiar ou de proximidade, transpondo-a do desconhecido para a área do conhecido e criando, desta maneira, condições para um posterior uso de signos no contexto já do mágico, do ritual ou da adoração (projectando as ocorrências vividas em “poderes superiores” – “Ubermachten”).
O exemplo do olhar de Medusa que “mata convertendo em pedra” herda, naquilo que condensa e poderosamente afirma, esse primeiro momento em que a errância da ansiedade se transforma numa relação em que os termos em presença – um ‘eu’ e o ‘mundo’ – acabam por se significar (e, quando isso acontece, é o medo claramente e não já a ansiedade primordial que passa a mediar as relações entre os humanos e aquilo que os rodeia).
Este processo que Hans Blumenberg situa na “Vorverganggenheit” (“passado do passado”) alia sensação, percepção e afectos – entendidos como “condição de quem presta atenção” – a figuras, nomes, histórias e rituais vários que estão nos antípodas das actuais convicções de realismo, baseando-se naquilo que Rudolf Otto designou por “numinous”. A superação do “absolutismo da realidade” é encarada por Blumenberg como uma tarefa lenta e gradual que implicou necessariamente o confronto com obstáculos, e que evoluiu, a pouco e pouco, para uma noção encenada de conjunto.
É deste modo que a exegese humana se terá iniciado, conduzindo à prática das primeiras metáforas e a alegorias ininteligíveis e, portanto, aos primeiros processos de significação (sinais que assinalam a caça, sinais que assinalam a compreensão do corpo e da fisiognomia, etc, etc.) que avançam do singular para o universal, gerando entre ambas as esferas uma série de ligações funcionais. Richard Rorty designou este processo teatral como a passagem do “olho do corpo” para o “olho da mente” que, ao fim e ao cabo, se viria a tornar na futura querela dos universais.
A lenta passagem do domínio do terror/ansiedade para a relativa estabilidade do mito consistiu, sobretudo, em converter a indefinição inicial em definição nominal (atribuição de nomes) e em transformar o que era estranho e inexplicável em algo familiar e atribuível (ou minimamente referencial). É provável, como refere Hans Blumenberg a propósito da construção dos mitos, que a saturação de imagens e de figuras a que posteriormente se chegou (o labirinto dos deuses e das divindades nas primeiras mitologias) tenha sido uma condição que, inevitavelmente, conduziria a novos patamares, nomeadamente ao patamar do “Logos” tal como os gregos o haviam de caracterizar.
Tudo começou pela noite, o enigma sem a consciência ainda de ser um enigma. Seguiu-se o encantamento pelos reflexos (a água que cria imagens especulares) e o momento em que o terror do desconhecido se transformou em medo de objectos particulares. As narrativas orais celebraram os inícios, através de panegíricos da fundação do mundo e da espécie. Os humanos descobriram que têm visões e transformaram-nas em modos de perceber quer o cosmos, quer os episódios mais imediatos. De jangada saíram dos continentes e foram percorrer os mares e alguns rios, navegações costeiras que condensaram percursos e alteridades.
Os nomes terão evocado a realidade pela segunda vez e contribuíram para reconverter a experiência acumulada num jogo tão fracturante que as suas flutuações foram quase sempre imputadas às divindades. A passagem do tempo gerou as primeiras melancolias e com elas a invenção de idades do ouro. Há mais de dez milénios, o neolítico travou o nomadismo recolector e permitiu ao humano cantar as entranhas da natureza e entender, entre os muitos mitos da infinitude, modos concretos de sobrevivência e de organização terrenas. As hordas e os estados impuseram limites e as disputas jamais cessaram. Nunca haveriam de cessar. Em nome deste repto total, a guerra tornou-se no denominador comum apaixonado dos povos e conduziu à criação da figura simbólica dos grandes heróis inimitáves.
Eis, pois, em brevíssima síntese, o decantar do que farei constar no Canto I de ‘Órbita’, título genérico de um longo trabalho que iniciei há já vários meses e que será composto por dez cantos poéticos (que correspondem pitagoricamente a dez mil versos), precedidos por um romance e sucedido por um ensaio. O projecto faz contracenar uma biografia do mundo (parte poética) com uma biografia singular (romance), deixando para o ensaio o olhar que livremente averiguará a proliferação do sentido em todas estas construções. Não é a obra da vida, mas é a vida escancaradamente a penetrar e a olear os interstícios da obra. A embarcação dos dias precisa de apostas de grande fôlego
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Poética do Pitoresco
A expressão Poética do Pitoresco surge no final do século XVIII e define a categoria estética das obras paisagísticas em que a natureza é de certa forma arrumada para se adaptar aos sentimentos humanos. O termo já tinha sido usado anteriormente pelos italianos para definir o modo de pintar castelos, torres e ruínas clássicas envoltas em jardins idealizados.
Aplicadas no mesmo período, a Poética do Pitoresco difere da Poética do Sublime, a qual remete aos aspectos misteriosos e grandiosos da natureza, desenvolvendo no indivíduo um sentido de temor e solidão.
Na Poética do Pitoresco, segundo Argan (2001, p. 19) “o repertório é o mais variado possível: árvores, troncos caídos, manchas de grama e poças de água, nuvens móveis no céu, choupanas de camponeses, animais no pasto, pequenas figuras.” Esses detalhes, deveriam ser aplicados de forma rápida, sem pretensão de realidade, no entanto, a referência do local deveria ser aplicada, preferencialmente no título, pois assim, de certa forma ampliar-se-ia o turismo da região, um assunto que vinha sendo discutido e “difundido.”
Diferentemente, as duas Poéticas já tinham sido aplicadas em períodos anteriores na História da Arte. A categoria do Pitoresco, por exemplo, foi aplicada pelos holandeses nas paisagens do século XVII e pelos franceses no Classicismo Barroco.
Além de Alexander COZENS (1717-1786), responsável por teorizar a pintura paisagística inglesa do período, e seu filho John Robert COZENS (1752-1797) também pintor de paisagens, os artistas ingleses, John CONSTABLE (1776-1837) e Joseph Mallord William TURNER (1775‑1851) se destacam, entre outros, na pintura paisagística com viés pitoresco e iluminista na passagem dos séculos XVIII para o XIX.
John CONSTABLE (1776-1837)
Considerado um dos mais importantes paisageistas ingleses do início do século XIX. Somente em 1799, Constable ingressou na Royal Academy, em Londres, para estudar pintura. Mas, para sua tristeza, só foi eleito membro oficial da academia em 1829, apesar de já ter ganho medalhas de ouro em três exposições em Paris, na França, e de todo ano ter participado das exposições inglesas por cerca de vinte e sete anos em seguida.
Constable aprendeu muito sobre a representação de paisagens com as pinturas de Claude LORRAIN[1] e Nicolas POUSSIN[2] e soube aplicar com maestria a influência pitoresca dos dois artistas.
As exposições parisienses e inglesas lhe trouxeram fama e a venda de grandes produções, algumas delas réplicas. Casado, pai de sete filhos, morador em Hampstead a partir de 1819, Constable passou a estudar, principalmente, durante a primavera e verão, as cores e as nuvens do céu e os reflexos d’água à exaustão, viajando por East Bergholt um vilarejo ao sul de Suffolk, Salisbury do condado de Wiltshire, Arundel e Petworth no West Sussex, para representar e pintar as vistas, alterando-as sempre que necessário afim de as deixar as mais belas possíveis e acolhedoras, apoiado em sua emoção visual.
Para Constable, não existe um espaço universal, dado a priori, na sua estrutura, imutável; seu espaço é composto de coisas (árvores, casas, águas, nuvens), e elas são captadas como manchas coloridas, que o pintor se esforça em representar com imediaticidade, servindo-se de uma técnica rápida e vigorosa. (ARGAN, 2001, p. 40)
John CONSTABLE (1776-1837) Catedral de Salisbury do recinto do bispo, ca. 1825. Óleo sobre tela, 87.9 x 111.8. The Metropolitan Museum of Art, Nova York, EUA.
A pintura da Catedral de Salisbury, construída entre os séculos XIII e XIV, recebeu de Constable, certamente encantado com a altura da torre, diversas versões com diferentes pontos de vista.
Do lado esquerdo inferior a presença do amigo, John Fisher, bispo de Salisbury, responsável por compartilhar sua obra ao longo da vida.
Ao rejeitar a hierarquia das academias, que desvalorizava a pintura de paisagens por si só, aceitando de bom grado somente as acompanhadas por cenas históricas ou mitológicas, a obra de Constable, repleta de terra cultivada, cursos d’água, jardins, operários, celeiros e pastagens, em meio a amplas paisagens, foi fundamental para a geração romântica do século XIX.
John CONSTABLE (1776-1837) Wivenhoe Park, Essex, 1816. Ost, 56×101. National Gallery of Art, Washington, EUA.
Uma agradável sensação de facilidade e harmonia permeia essa paisagem de quase clareza fotográfica. As grandes áreas de sol brilhante e sombra fresca, a linha divisória da cerca e o belo equilíbrio de árvores, prados e rios são evidências da síntese criativa do artista no local real. A precisão das pinceladas de Constable, vista em animais, pássaros e pessoas, dá importância a esses detalhes menores. Constable era natural de Suffolk, o condado ao norte de Essex. Seu apego profundo e consumidor à paisagem dessa área rural é um fator constante em suas obras. Seus estudos e cadernos de esboços revelam sua completa absorção nos elementos pictóricos de sua terra natal: o movimento de massas de nuvens, a sensação das planícies atravessadas por rios e córregos e o dramático jogo de luz sobre eles. (NATIONAL GALLERY OF ART, Washington, EUA. Tradução nossa[3])
Veja também
Pintura inglesa, o Iluminismo e a Estética no século XVIII
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Referências
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. Do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. Tradução Denise Bottmann; Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. 709 p.
NATIONAL GALLERY OF ART, Washington, EUA. Disponível em: https://www.nga.gov/collection/art-object-page.74808.html Acesso em: 10 jul. 2020.
NATIONAL GALLERY OF ART, Washington, EUA. Disponível em: https://www.nga.gov/collection/art-object-page.1147.html Acesso em: 10 jul. 2020.
THE METROPOLITAN MUSEUM OF ART, Nova York, EUA. Disponível em: https://www.metmuseum.org/art/collection/search/435922 Acesso em: 10 jul. 2020.
[1] Claude LORRAIN (ca. 1600/5-1682) viveu quase toda a vida ao redor da Campagna, na região do Lácio, em torno de Roma, cuja beleza pastoral inspirava os artistas paisagistas. Saiba mais de Lorrain em https://ift.tt/2Wtc00W
[2] O francês Nicolas POUSSIN (1594-1665) é considerado um dos maiores mestres acadêmicos do século XVII, também, chamado de Classicismo barroco ou estilo Luís XIV. Saiba mais de Poussin em https://ift.tt/2OyoDn4
[3] A pleasant sense of ease and harmony pervades this landscape of almost photographic clarity. The large areas of brilliant sunshine and cool shade, the rambling line of the fence, and the beautiful balance of trees, meadow, and river are evidence of the artist’s creative synthesis of the actual site. The precision of Constable’s brushwork, seen in the animals, birds, and people, lends importance to these smaller details. Constable was a native of Suffolk, the county just north of Essex. His deep, consuming attachment to the landscape of this rural area is a constant factor in his works. His studies and sketchbooks reveal his complete absorption in the pictorial elements of his native countryside: the movement of cloud masses, the feel of the lowlands crossed by rivers and streams, and the dramatic play of light over all. (National Gallery of Art, Washington, EUA.Disponível em: https://www.nga.gov/collection/art-object-page.1147.html Acesso em: 10 jul. 2020.)
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APENAS UM CONTO…
Uma vez eu trombei comigo mesmo no rolê.
É isso mesmo, eu trombei comigo num rolê aleatório lá na praça do japão tomando um gole.
De repente eu me vi lá, de boa, trocando ideia e bebendo, e decidi que ia lá me dar um salve.
Acabei no fim das contas, assinando um contrato social vitalício comigo mesmo que mudou a minha vida para sempre…
O que a Lei diz sobre um eremita, que em um evento muito raro para qualquer eremita, encontra outro eremita fora da caverna?
Segundo o grande conselho dos ermitões, agente que regula o ofício de eremita em todos os 9 mundos, um contrato social deve ser firmado, onde ambos em comum acordo encontrem uma resposta plausível, para um eremita estar do lado de fora da caverna.
Então…
Estávamos lá, Eu e Eu tentando decidir como iriamos elaborar nossa justificativa, até que como se fossemos atingidos por um raio, nos ocorreu uma ideia!
Percebemos que há a necessidade da diferenciação do estudo da filosofia, de nossos desenvolvimentos pessoais. Percebemos que como filósofos temos que responder a questionamentos importantes sobre reflexões existenciais, mas não saber aquilo que somos, não deve nos impedir de nos movimentar no mundo.
Isso mesmo!
A filosofia e nosso desenvolvimento pessoal devem urgentemente estabelecer fronteiras, mesmo que ainda mantenham uma relação.
Ficamos o tempo todo preocupados com a quantidade de drogas que usamos, mas somos quase dependentes químicos dos pensamentos filosóficos, afinal, é muito mais fácil pra quem duvida de tudo não ter que encarar as incertezas do mundo!
Pensar demais não ajuda tanto assim, acreditem! é uma Droga!
Talvez a melhor de todas, porque até do gole a gente se desfaz, mas não para de pensar de jeito nenhum…
Rimos e tomamos mais alguns drinks, escrevemos as cláusulas do contrato meio nas coxas, registramos em cartório, imprimimos uma cópia pra cada um e continuamos bebendo…
Acordei no dia seguinte sem lembrar de porra nenhuma, dormindo em cima do contrato amassado e com meia lata de cerveja derramada na cama…
Levantei, acendi um cigarro, abri a janela do quarto pra circular um ar, fui até a cozinha e passei um café…
Lá, sentado, fumando, esperando o café passar, foi que eu acordei de verdade!
Lembrei de algumas cenas da noite anterior e também me recordei do contrato, apesar de curioso, não corri para o quarto pegar ele pra ler, porque queria ler ele com calma, já que eu imaginava o tamanho da merda que havia feito.
Sentei pra ler o contrato, tomando café, fumando, comendo uma pêra e li cada porcaria que estava escrita naquele papel.
Por fim…
Nossa vontade de subverter a ordem era tão grande, que Eu e meu Outro Eu eremita, contratamos em comum acordo e com registro oficial, que a filosofia é propriedade do mundo externo para além da caverna, e nós é que nos encontramos dentro dela.
Se achávamos portanto que deveríamos buscar em algum lugar profundas reflexões, esse lugar deixou de ser a caverna e passou a ser o mundo fora dela, ser eremita passou a também ser uma profunda imersão na realidade e não mais o seu profundo afastamento.
Hoje, apesar de sermos dois eremitas entre os peregrinos, ainda sim de vez em quando fugimos para as cavernas, assim como nós fujiamos das cavernas para o mundo de fora, antes de firmarmos nosso contrato, entretanto, como nossa síntese filosófica coloca o Eu como conteúdo da caverna e a realidade como mundo filosófico, o que fazemos dentro da caverna é justamente ajustar a nós mesmos para nosso contato com o real, onde realmente acontece nossa verdadeira jornada.
Os peregrinos até são uns caras legais, mas eles são um tipo de humano que vive quase como neandertais, eles estão felizes por aí, sobrevivendo de coletar e caçar, expostos a falta de comida e todas as condições aleatórias que um homem animal, se expõe no contato com a natureza, inclusive a possibilidade de virarem caça e serem dizimados.
Nós eremitas, acreditamos que como humanos temos o direito de utilizar a faculdade da razão e de todas as verdades temporárias que ela pode nos proporcionar, por enquanto nós está sendo útil ter uma mapa com a localização de todas as cavernas e anotações sobre seus estoques de mantimento, nós é que não nos sujeitaríamos a ser assim tão burros a ponto de por andar com peregrinos, ter que se expor assim tão idiotamente aos intempéries da natureza.
Eles nos criticam pela nossa incapacidade de respeitar os limites de pensar, mas eles são os caretas da história, porque a filosofia e o pensamento continuam sendo droga e os malditos moralistas são todos cheios de achar, que estão vivendo o tempo todo no real.
Sabemos que vamos morrer um dia, viemos aqui nos arriscar e andar entre todos vocês, não fazemos distinção entre nossa comunidade eremita e os andarilhos do deserto, consideramos uma pena que ambos deixem de experimentar a condição um do outro, mas como cláusula última de nosso contrato consta que estamos expressamente proibidos, de qualquer tipo de prosélito a respeito de nosso acordo.
Por isso esse texto é apenas um conto!
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“O início do Festival de Brasília é o início do Cinema Novo”
Cacá Diegues, recorda suas passagens pela cidade e revela o apoio de dona Sarah Kubistchek para a cultura nacional. Foto: Mayangdi Inzaulgarat
No final dos anos 50, Cacá Diegues desembarcou em Brasília com o pai – então um servidor publico do Rio de Janeiro -, para conhecer as obras da cidade junto com uma comitiva. Trazia a tiracolo uma câmera de filmar e muitos sonhos na cabeça. De repente, do nada, pousa um helicóptero no meio do cerrado e desce o presidente Juscelino Kubistchek. Passos ligeiros, sorriso brilhante no ar, o chefe da nação ia apontando para o grupo, onde seriam erguidos os principais prédios da cidade. “Não tinha nada, só homens trabalhando”, ri. “Mas foi uma descoberta fantástica”, recorda ele que registrou a aventura num pequeno documentário perdido na poeira do tempo.
Um dos ícones do Cinema Novo, movimento que sacudiu o país nos anos 60, com um tipo de narrativa que privilegiava a realidade nacional, o diretor, hoje com 79 anos, chega ao 52º do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro na condição de presidente do júri. Bagagem tem de sobra. “É importante porque este festival faz parte da minha vida. É aqui que o Cinema Novo começou de uma maneira histórica com o Paulo Emílio Salles Gomes, o Nelson Pereira dos Santos. Então, para mim, é uma honra muito grande estar aqui como presidente do júri”, diz.
A relação de Cacá Diegues com Brasília e da cidade com uma das correntes cinematográficas mais relevantes da América Latina é intensa. A capital do país é madrinha de um dos projetos embrionários do Cinema Novo, a coletânea de curtas, “Cinco Vezes Favela”, já que contou com verba pública da extinta Fundação Cultural do DF, na época presidida pelo poeta maranhense, Ferreira Gullar.
Na primeira vez que participou da mostra competitiva do Festival, foi em 1966, já na 2ª edição do encontro, com “A Grande Cidade”. Não levou o prêmio máximo. Perdeu para “Todas as Mulheres do Mundo”, trama protagonizada por Leila Diniz, de Domingo de Oliveira, mas o cineasta guarda boas lembranças dessa passagem. “Lembro do encontro com a turma da UnB, que criou o festival”. Dez anos depois, seria a consagração com “Xica da Silva” (1976). “Foi o ponto alto da minha carreira”, avalia.
Em entrevista à Agência Brasília, Cacá lembrou de suas primeiras vindas ao Distrito Federal, de como a primeira-dama, Sarah Kubistchek, deu uma mãozinha no surgimento do Cinema Novo, de como o movimento foi importante para o Festival e vice-versa.
Filmes importantes do Cinema Novo, “Vidas Secas” e “Os Fuzis”, surgiram na época do Festival de Brasília. Porque eles não foram lançados aqui naquele ano?
Na verdade, o Festival de Cinema de Brasília foi uma criação de pessoas muito importantes, como o Paulo Emílio Salles Gomes, o Nelson Pereira dos Santos, e esses filmes representavam o início do cinema novo. O Cinema Novo ficou internacionalmente conhecido nessa época graças ao “Porto das Caixas” (1962), que passou em vários festivais europeus, ao Ruy Guerra, que ganhou o Festival de Berlim com “Os Fuzis” (1964), e os dois filmes brasileiros na competição de Cannes que são “Vidas Secas” (1963) e “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), além do meu, “Ganga Zumba”, que estava também em Cannes, na “Semana da Crítica”, que era uma mostra paralela. Esse foi o momento que o Cinema Novo ganhou o mundo. Eu não sei porque eles não entraram em Brasília, talvez porque não fossem inéditos.
O conceito do Festival de Brasília, muito do que ele tem no conteúdo, foi influenciado pelo momento político do país e pelos filmes do Cinema Novo que refletiam sobre o país, certo?
Os filmes do Cinema Novo não têm nada entre eles, cada um tem uma tendência e um estilo, exatamente porque, uma das características do movimento era inaugurar um cinema autoral na América Latina, inclusive, foi o que nós fizemos. Agora, o que unia o Cinema Novo, foi essa ideia de construir uma cinematografia brasileira moderna, que registrasse imagens do Brasil que ninguém conhecia e falasse dos problemas sociais e humanos do país, temas que nunca estiveram no cinema brasileiro. Costumo dizer que o Cinema Novo é a chegada do modernismo no cinema brasileiro. Era um movimento que não só registra aquilo que só nós podíamos registrar, as imagens de um Brasil que poucos conheciam, assim como estabelece um caráter autoral e político nos filmes. É a fundação do cinema moderno no Brasil. É claro que isso contaminou outros segmentos da sociedade de maneira brutal porque essa era uma necessidade que o brasileiro estava tendo, sobretudo os mais jovens, que esperavam do cinema brasileiro, esperavam da cultura brasileira em geral, muito mais do que chanchadas ou as comediazinhas paulistas da Vera Cruz.
Pode-se dizer que o movimento modernista que fez surgir Brasília contagiou diretamente sua geração e o Cinema Novo?
Totalmente. Brasília foi o registro físico e monumental dos nossos sonhos. De um Brasil que tivesse linguagem própria. O golpe de 64 eliminou essa possibilidade. Nós vivemos, no final dos anos 50 e final dos anos 60 – na verdade até 68, porque na verdade o golpe foi em 64, mas a ditadura começa para valer em 68, com o AI-5 – nesse período, a minha geração, e isso não foi só no cinema, não, mas na cultura em geral, foi uma geração que se importou em criar uma coisa brasileira, de modo que pudesse contribuir para a civilização mundial com alguma coisa mais fraterna, generosa. A ideia era cria uma cultura brasileira que fosse a base de uma civilização nova. E o golpe de 64, inaugurado em 68, determina a nossa frustração. A gente achava que a câmera de cinema ia transformar o mundo, mas geralmente o que tomou o mundo foram as armas, as metralhadoras, o que tomou o poder.
Na verdade, sua história com Brasília começa bem antes da inauguração da cidade?
Meu pai era funcionário público, foi convidado para participar de uma comitiva para conhecer a cidade, as construções de Brasília. Havia umas promoções na época, nesse sentido. Foi meu segundo curta-metragem, um documentário sobre essa viagem em Brasília. Chegamos lá, o avião estacionou e aí apareceu o Juscelino, que desceu de um helicóptero e foi mostrando a cidade para gente. “Aqui era o Palácio do Planalto, ali os Ministérios, a gente olhava para o lado e não tinha nada”, ri. “Tinha um monte de operários trabalhando”. Aquilo para mim foi uma descoberta fantástica, um choque maravilhoso também, uma epifania. Brasília era a síntese do Brasil moderno que a gente queria. Isso era 1958. Depois virou outra coisa por causa da ditadura.
De certa maneira Brasília é um pouco madrinha do Cinema Novo graças ao Ferreira Gullar…
O Ferreira Gullar trabalhava em Brasília, ele era ligado ao CPC – (Centro Popular de Cultura), organização associada à União Nacional de Estudantes (UNE) – que foi o produtor do “Cinco Vezes Favela” – então ele conseguiu com o José Aparecido (mais tarde governador do DF nos anos 80 e então assessor de Jânio Quadros) um dinheiro para fazer o filme. A primeira coisa que conseguimos foi uma câmera com a primeira-dama, Sarah Kubistchek, por meio das Pioneiras Sociais. Então Brasília teve uma participação importante para o surgimento do Cinema Novo, sobretudo simbolicamente porque era a cristalização daquilo que a gente queria, uma cultura moderna, que fosse um Brasil novo.
A primeira vez que você veio ao Festival foi em 1966, na segunda edição do evento, concorrendo com “A Grande Cidade”. Como foi essa experiência? Quais as recordações?
A primeira memória que me vem à cabeça dessa primeira participação minha no Festival foi o encontro com o pessoal da Universidade de Brasília (UnB), que foi o pessoal que inventou esse festival, que prestigiou o Paulo Emílio, prestigiou o Nelson Pereira, eles já estavam meio calados na época, por causa do golpe, mas ainda existia aquele movimento cultural do espaço, das coisas que aconteciam lá. Na verdade, o início do Festival de Brasília em 65, é o início do Cinema Novo, uma espécie de primeira plataforma nacional que o movimento teve para ser exprimir como um conjunto de obras.
Em 1976 você saiu consagrado do Festival de Brasília com “Xica da Silva” (1976), o grande vencedor da noite. O que representou esse momento para você?
Ganhar o Festival de Brasília com “Xica da Silva” (1976) foi marcante, o ponto alto da minha carreira. Foi um filme feito naquele período da abertura lenta e gradual anunciada pelo Geisel. Eu estava cansado daquela depressão, tristeza e “Xica da Silva” era o contrário disso tudo.Eu disse para mim mesmo ‘vamos torcer para o país novamente, não tenho que aceitar a tristeza como uma fatalidade, não, vamos lá, vamos em frente e o filme correspondeu muito isso, foi muito importante nesse sentido e no Festival o filme foi uma sensação, uma coisa formidável.
Você é o segundo cineasta a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Que importância esse reconhecimento tem para a categoria?
Na verdade, entrei para Academia para substituir o Nelson (Pereira dos Santos), até então era o único cineasta da Academia, mas tinha falecido. Então, incentivados por vários amigos, inclusive alguns da própria Academia, que não queriam deixar de ter um cineasta na casa, topei. Estou muito feliz lá porque estou conhecendo pessoas muito importantes.
Ser presidente do Júri da mais tradicional e relevante mostra de cinema do país é uma baita de responsabilidade?
Esse Festival faz parte da minha vida, faz parte da minha biografia, foi aqui que o Cinema começou de uma maneira histórica por meio do Paulo Emílio Salles Gomes e do Nelson Pereira dos Santos. Então para mim é uma honra muito grande estar aqui como presidente do júri desse evento tão importante para o cinema brasileiro.
“O início do Festival de Brasília é o início do Cinema Novo” publicado primeiro em https://www.agenciabrasilia.df.gov.br
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Professor da Universidade de Coimbra julgado por violência doméstica contra ex-aluna
Um professor da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra está a ser julgado por violência doméstica, num caso em que a alegada vítima é uma ex-aluna com quem o arguido viveu sete anos.
O julgamento começou na semana passada no Tribunal da Comarca de Coimbra e tem continuação às 14:00 de quarta-feira.
Em março, o Ministério Público (MP) proferiu despacho de acusação contra o coordenador científico do Instituto de Psicologia Cognitiva, Desenvolvimento Humano e Social, da Universidade de Coimbra, de 60 anos, e a ex-colaboradora e investigadora deste Instituto, de 35 anos, pelo crime de violência doméstica.
Contudo, a jovem requereu a abertura de instrução e o juiz de instrução criminal decidiu pronunciar (levar a julgamento) o arguido nos exatos termos da acusação do MP e arquivou o processo relativo à então arguida, ao concluir que “não existem indícios” de ter praticado o crime de violência doméstica, nomeadamente que tenha agredido verbalmente o arguido.
A acusação do MP, para a qual remete o despacho de pronúncia, aos quais a agência Lusa teve hoje acesso, conta que, cerca das 21:25 de 31 de agosto de 2018, no interior da residência de ambos, em Coimbra, o arguido dirigiu-se à então companheira, e “disse-lhe que era ‘doidinha’ e ‘maluca’” e ainda que “ia dar judicialmente cabo dela e que iria mover os seus conhecimentos para a ofendida ser despedida”.
Na sequência destes factos, a alegada vítima saiu de casa e separou-se do arguido.
Durante o período de relacionamento, sustenta o MP, “foram inúmeras” as vezes em que o arguido chamou “doidinha” e “maluca” à companheira, “e a desvalorizou e humilhou, dizendo-lhe que não era capaz de acabar a sua tese de doutoramento” sem a sua ajuda, “situações que se foram repetindo num crescendo até à separação do casal”.
A acusação frisa que, “não obstante as tentativas várias feitas” pela mulher para se separar do homem, “este pressionou-a sempre para não o fazer, dizendo que judicialmente daria cabo dela e que ela não deveria querer tê-lo como inimigo”.
“Posteriormente, e nos dias que se seguiram à separação, o arguido começou a enviar mensagens escritas [à vítima], em qualquer hora do dia e da noite, bem como a telefonar-lhe, nomeadamente nos dias 18 e 19 de outubro de 2018 e início de setembro de 2018, pretendendo que a mesma voltasse à relação”, descreve a acusação.
Em 09 de novembro de 2018, cerca das 22:40, “o arguido enviou um ‘e-mail’ à ofendida onde alegava ter havido denúncias anónimas” de que a sua tese de doutoramento “era plagiada”.
O MP acrescenta que o arguido também enviou mensagens à jovem “dizendo-lhe que iria avançar com um processo disciplinar [contra si], enquanto coordenador cientifico do Instituto de Psicologia Cognitiva, Desenvolvimento Humano e Social da Universidade de Coimbra (PCDHSUC)”, ao qual a jovem “tinha ligação enquanto colaboradora investigadora”.
O objetivo, segundo o MP, era o de “pressionar” a alegada vítima “a voltar à relação”.
“O arguido atuou de forma livre, voluntária e conscientemente, desrespeitando e menorizando a ofendida, ofendendo-a na sua honra e consideração, humilhando-a, diminuindo-a, atemorizando-a e fazendo-a recear pelo seu emprego e pelo comportamento vingativo do arguido ao nível profissional, bem sabendo que enquanto sua companheira tinha o dever acrescido de a respeitar”, sublinha o despacho de acusação do Ministério Público.
A jovem constituiu-se assistente no processo e apresentou um pedido de indemnização civil de 2.000 euros.
O arguido prestou declarações na fase de instrução e, em síntese, relatou que durante o período em que viveram juntos “não existiram quaisquer maus tratos, quer físicos, que psicológicos, de parte a parte, ficando surpreendido pela situação ocorrida no dia dos factos que foram denunciados [31 de agosto de 2018]”.
Reiterou que na noite de 31 de agosto de 2018 a então companheira o agrediu verbalmente.
“Mais relatou que, nesse concreto dia, a arguida saiu de casa, levando consigo os seus pertences, tendo sido ajudada para esse efeito pelos amigos. O arguido confirmou que nos dias seguintes enviou SMS à arguida apenas para saber como a mesma se encontrava e para saber se a separação era definitiva. Mais confirmou que no dia dos factos relatados furou os pneus do carro da arguida”, pode ler-se no despacho de pronúncia.
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Professor da Universidade de Coimbra julgado por violência doméstica contra ex-aluna
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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Sequências didáticas são “etapas continuadas” ou “conjuntos de atividades”, de um tema, que tem objetivo ensinar um conteúdo, etapa por etapa. É um termo usado na Educação para definir um conjunto de atividades encadeado de passos e etapas ligadas entre si para tornar mais eficiente o processo de aprendizado.
Toda e qualquer sequência didática planejada deve ser desenvolvida para atingir um objetivo, mas não é qualquer objetivo. Esse objetivo deve atender as necessidades do aluno.
Alexandre Barth, Bruno Carvalho, Evelyn Faeda, João Pedro Do Amaral.
Gênero: POEMA: Carlos Drummond de Andrade “Amar” / Pablo Neruda “Tu era também uma pequena folha/ Vinicius de Moraes “Soneto ao amor total”
3º ano do ensino médio
APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO
Os alunos elaborarão poemas com intuito de publicação nas mídias sociais da escola.
Duração da aula: 100 minutos mais o trabalho avaliativo para casa.
PRODUÇÃO INICIAL
Será solicitado para que os alunos abram uma roda e debatam sobre o que sabem sobre poemas e quais as diferenças entre poema e poesia, e quais as características mais conhecidas do gênero. Neste momento o professor apenas ouve os alunos e toma nota sobre os erros cometidos pelos alunos visando correção em momento futuro da aula.
MÓDULO 1
Apresentar todos os elementos que compõe o gênero, está será a parte mais teórica da aula, é nesta parte da aula que o professor irá responder tudo que os alunos disseram no início do debate e corrigir eventuais erros cometidos por eles, sempre usando os poemas objeto de estudo como exemplo. Poema é um gênero textual no qual sua divisão se dá por estrofes e versos, além dos versos, mas não necessariamente, a rima e a métrica. O poema é também acompanhado de musicalidade, como podemos perceber nas obras trabalhadas.
A partir deste contexto prévio que os alunos têm sobre o poema os alunos irão produzir seus próprios poemas.
Após esta introdução ao gênero poema e sua contextualização com suas características, e a demonstração que o gênero apresenta uma interpretação muito subjetiva e precisa entender o contexto social em que o poeta estava inserido. A partir disso apresentar poetas famosos e o porquê serem tão conhecidos e então mostrar os poemas de Pablo Neruda, Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade, que serão as obras trabalhadas em sala.
Amar – Carlos Drummond de Andrade
Que pode uma criatura senão,
Entre criaturas, amar?
Amar e esquecer, amar e malamar,
Amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
Sozinho, em rotação universal, senão
Rodar também, e amar?
Amar o que o mar traz à praia,
O que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
É sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
O que é entrega ou adoração expectante,
E amar o inóspito, o áspero,
Um vaso sem flor, um chão de ferro,
E o peito inerte, e a rua vista em sonho,
E uma ave de rapina.
Este o nosso destino: Amor sem conta,
Distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
Doação ilimitada a uma completa ingratidão,
E na concha vazia do amor à procura medrosa,
Paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor,
E na secura nossa, amar a água implícita,
E o beijo tácito, e a sede infinita.
Tu eras também uma pequena folha – Pablo Neruda
Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
Soneto do amor total – Vinicius de Moraes
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Em um primeiro momento, os alunos farão a leitura dos três poemas e deverão apontar semelhanças e iniciar sua interpretação dos poemas propostos.
Os alunos irão formar grupos de até 4 pessoas e assim discutir a sua interpretação entre os membros da equipe e elaborar uma síntese dos poemas do ponto de vista do grupo, e após isso um membro da equipe apresentará a conclusão dos poemas relatando a interpretação do grupo.
MÓDULO 2
Metáfora: Metáfora é uma figura de linguagem onde se usa uma palavra ou uma expressão em um sentido que não é muito comum, revelando uma relação de semelhança entre dois termos. Exemplo no poema “Amar”:
“Amar o que o mar traz à praia,
O que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
É sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?”
Neste caso, a metáfora associa-se à elementos da natureza fazendo uma comparação ao que é o amor.
Pleonasmo: Pleonasmo é uma figura de linguagem usada para intensificar o significado de um termo através da repetição da própria palavra ou da ideia contida nela. A palavra pleonasmo tem origem no latim "pleonasmu" e significa redundância. Exemplo no poema “Amar”:
“Entre criaturas, amar?
Amar e esquecer, amar e malamar,
Amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?”
Nesta situação, Drummond utiliza a palavra amar em todos os versos intensificando seu significado para mais ou para menos no caso das palavras “malamar” e “desamar”.
Prosopopeia: Prosopopeia (ou personificação) significa atribuir a seres inanimados (sem vida) características de seres animados ou atribuir características humanas a seres irracionais. Prosopopeia é uma figura de linguagem usada para tornar mais dramática a comunicação. Exemplo no poema “Amar”:
Amar solenemente as palmas do deserto,
“O que é entrega ou adoração expectante,
E amar o inóspito, o áspero,
Um vaso sem flor, um chão de ferro,
E o peito inerte, e a rua vista em sonho,
E uma ave de rapina.”
Drummond utiliza objetos inanimados e animais para descrever o sentimento humano.
MÓDULO N
Os alunos, individualmente, irão produzir seus próprios poemas baseados nos assuntos discutidos em sala como as figuras de linguagem e tendo como base os autores levados em sala.
Posteriormente, os alunos deverão corrigir o poema de outro colega conforme orientação do professor e seguindo a tabela abaixo:
Existem rimas?
SIM
NÃO
Existem metáforas?
SIM
NÃO
Existem pleonasmos?
SIM
NÃO
Existem prosopopeias?
SIM
NÃO
Qual a sua interpretação do poema?
PRODUÇÃO FINAL
Correção final do professor dos poemas elaboradas para postagem online.
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17º Domingo do Tempo Comum
Como Igreja, Corpo de Cristo, somos reunidos pelo Espírito para tomar parte no banquete eucarístico, nutrir nossa fé e nos fortalecermos no amor mútuo. Apesar de nossas próprias carências, o Senhor nos convida a nos sentirmos também responsáveis pela saciedade do povo faminto. Memorial permanente do mistério pascal de Jesus, a Eucaristia nos revela que o pão, bênção de Deus, se multiplica à medida que é partilhado.
Primeira Leitura: 2 Reis 4,42-44
Leitura do segundo livro dos Reis – Naqueles dias, 42veio também um homem de Baal-Salisa, trazendo em seu alforje para Eliseu, o homem de Deus, pães dos primeiros frutos da terra: eram vinte pães de cevada e trigo novo. E Eliseu disse: “Dá ao povo para que coma”. 43Mas o seu servo respondeu-lhe: “Como vou distribuir tão pouco para cem pessoas?” Eliseu disse outra vez: “Dá ao povo para que coma; pois assim diz o Senhor: ‘Comerão e ainda sobrará’”. 44O homem distribuiu e ainda sobrou, conforme a palavra do Senhor. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 144(145)
Saciai os vossos filhos, ó Senhor!
Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, / e os vossos santos com louvores vos bendigam! / Narrem a glória e o esplendor do vosso reino / e saibam proclamar vosso poder! – R. Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam, / e vós lhes dais no tempo certo o alimento; / vós abris a vossa mão prodigamente / e saciais todo ser vivo com fartura. – R. É justo o Senhor em seus caminhos, / é santo em toda obra que ele faz. / Ele está perto da pessoa que o invoca, / de todo aquele que o invoca lealmente. – R.
Segunda Leitura: Efésios 4,1-6
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios – Irmãos, 1eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: 2com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. 3Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. 4Há um só corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. 5Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, 6um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos. – Palavra do Senhor.
Evangelho: João 6,1-15
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí com os seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 5Levantando os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte. – Palavra da salvação.
Reflexão:
As cenas do capítulo seis do Evangelho de João acontecem à margem do lago de Tiberíades. É como que uma síntese da atividade de Jesus na Galileia: a multiplicação do pão, a caminhada sobre o mar, o discurso sobre o pão da vida, a crise dos discípulos. A partilha do pão é fundamental para o ser humano; os evangelhos o relatam seis vezes. Aqui é o quarto sinal narrado no Evangelho de João. Segundo ele, estamos próximos à páscoa, a festa dos judeus. Enquanto o povo se dirige a Jerusalém, Jesus e os seus seguidores afastam-se de Jerusalém e vão para um território pagão, do outro lado do mar da Galileia. Erguendo os olhos, Jesus viu grande multidão que o cercava e se preocupou como alimentar tanta gente. André apresenta um jovem que tem cinco pães e dois peixes. Depois de o povo se assentar, Jesus toma os pães e os peixes, dá graças e os distribui. Todos ficaram satisfeitos e ainda recolheram as sobras. Gestos significativos desse relato: organização do povo, partilha e cuidado para evitar o desperdício. Três gestos fundamentais para acabar ou pelo menos diminuir a fome do povo.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
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O devido processo legal contra a presunção de culpa
Por Néviton Guedes
Dias desses conclui uma segunda leitura do livro de Toby Green sobre o apavorante período da Inquisição (Inquisição: o reinado do medo). Já um clássico, sem dúvida. Na verdade, era para ser apenas a análise de algumas poucas partes do que havia destacado na minha primeira leitura, visando uma aula que daria a alunos de graduação em Direito. Porém, definitivamente, o texto se transformou, para mim, num daqueles livros que você não consegue começar a ler sem ir ao final, mesmo que já o tenha lido. Gostei tanto da obra que comecei a presenteá-la aos amigos que se interessam ou trabalham com processo penal.
Com o relato, o autor consegue nos inspirar, sem que o busque diretamente, a cautela benfazeja contra julgamentos antecipados, muito especialmente quando o acusado é daqueles que, por mais justos que queiramos ser, temos prontamente a certeza — e certeza incontornável — de sua culpa.
De fato, imaginem o retorno ao século XVII, num mundo ainda encantado por santos e demônios; numa época, como diria Max Weber, em que o ser humano ainda conseguia falar diretamente com Deus, mas que a pobreza e a ignorância dominante alcançavam, indistintamente, servos e nobres (entre os quais a presença incômoda de muitos analfabetos); não é difícil, olhando para trás, nos colocar a terrível questão: como os pobres mascates judeus, que não admitiam recusar a sua fé, estrangeiros em terras estranhas e fiéis de uma religião então responsabilizada pela morte do próprio Cristo, suportavam os autos de fé da Inquisição, que invariavelmente os condenava à fogueira sob a acusação indefensável de “praticarem judaísmo”, pecado imperdoável para a ignorância de então?
Hoje, em retrospectiva, podemos certificar que os autos de fé tinham menos o propósito de justiça do que a confirmação de certezas desde sempre consolidadas. Mas quantos séculos foram necessários para que chegássemos à conclusão de que muitas vezes a convicção social da culpa ilude e verdade do fato?
Nisso, aliás, nenhuma novidade. A partir do momento que as sociedades humanas institucionalizaram alguma forma de julgamento dos comportamentos considerados indesejados, parece lícito supor que, desde sempre, esses procedimentos foram recobertos com alguma forma de liturgia, muito semelhante aos rituais religiosos, com finalidade e efeitos indiscutivelmente catárticos.
Os processos catárticos, como todos sabem, além da purificação que o público procura confortavelmente na punição de um terceiro, cumprem também uma função de coesão social, nada desprezível para qualquer grupo social. Não é sem razão, aliás, que tanto a psicanálise como a observação de grupos religiosos certifiquem as “descargas de sentidos e emoções” resultantes da catarse provocada pelos ritos e processos expiatórios. Todos saímos melhor depois de castigar e redimir os nossos próprios pecados com a punição de um terceiro que, segundo algum espetáculo confirmatório, com certeza, merece.
Obviamente, em especial nos momentos em que as sociedades confrontam grave crise de identidade e coesão, não terá grande importância, ou significado, pelo menos para a finalidade de recompor a sua unidade, saber se o acusado é culpado ou inocente. De qualquer sorte, é sempre reconfortante à consciência humana ter a tranquilidade de se satisfazer com o sacrifício de pessoas que, independentemente da qualidade do procedimento, se possa ter a certeza, de antemão, de que são indiscutivelmente culpadas.
Não se trata, pois, em boa parte das vezes, de punir com justiça, mas simplesmente de punir.
Tudo isso explica porque, muito embora não possamos negar que todos erramos, no curso da história humana, as sociedades preferem, numa trágica reincidência de comportamento, escolher algumas vítimas que, por distinção e azar, podem ser sacrificadas, seletivamente, em espetáculos públicos, sem grave comprometimento de nosso senso de justiça.
No maravilhoso livro de Toby Green, temos, na experiência dos espetáculos montados para dar publicidade aos autos de fé da Inquisição, a confirmação de que os procedimentos para certificação dos culpados tiveram ali menos o propósito de justiça do que confirmar a estrutura de poder da sociedade com o sangue dos acusados (cito):
“O cortejo seguia pelas ruas de uma das duas mais importantes cidades da América (Cidade do México), anunciando com o estrondo dos tímpanos e dos instrumentos de sopro que um grande auto de fé seria realizado em um mês. (...) Um mês era o tempo mínimo para preparar o grande teatro do auto de fé. Foi construído um cadafalso de cerca de 37 metros de comprimento por 24 metros de largura, em torno do qual foram erguidas oito colunas de mármore, agrupadas em pares. Na pedra angular de um arco acima do cadafalso havia um brasão com o escudo de armas real, e foi construída uma pirâmide decorada com um escudo da fé. Havia pinturas de meninos tocando trombetas acima da porta que levava ao cadafalso, e os prisioneiros seriam mantidos em uma estrutura encimada por uma cúpula. A arena era sombreada por velas de barco fixadas em 43 troncos de aproximadamente 18 metros de altura, e trinta escadas levavam aos apartamentos e outros edifícios, permitindo que o público descansasse das exigências do auto de fé. O conjunto era esplendidamente decorado com pendentes de veludo, tapetes e cortinas vermelhas, e havia tanta atividade que “as pessoas se congregavam todos os dias e ali permaneciam do alvorecer ao anoitecer [...] elas admiravam tudo e sentiam que estavam assistindo a algo que podia se perpetuar através dos tempos”. (...) Todos os assentos estavam ocupados. Poucos dormiam, imaginando as sentenças que seriam aplicadas aos condenados. Contudo, “enquanto na cidade proliferava todo tipo de rumores, o Santo Ofício [...] prosseguia sua obra em silêncio”. Dos gabinetes da Inquisição foram enviados dois padres para ouvir as confissões de 15 pessoas condenadas à morte pela prática do judaísmo, apesar de terem sido batizadas e declararem professar a fé católica. Eram os chamados relaxados, termo que designava aqueles que seriam entregues pela Inquisição às autoridades laicas para serem executados”[1].
Bem observados os fatos, a verdade, ou não, das acusações feitas tinha pouquíssimo significado, seja porque, de antemão, o público e os acusadores já tinham determinado a culpa, seja porque o crime, ou pecado, era a própria condição do acusado (por exemplo, ser judeu), seja porque, em muitos casos, a função de catarse tinha mais importância do que propriamente o interesse de se fazer justiça. A recusa de alguns acusados, apesar do recurso regular e legitimado da tortura, de confessarem, em vez de colocar em dúvida o procedimento, apenas atestava para o público a culpa e a perversidade dos recalcitrantes.
Em síntese, quanto mais insistisse em sua inocência, mais o acusado se confirmava culpado. No processo, a confissão aparecia muito mais como instrumento de legitimação do sistema do que como meio idôneo de se alcançar a verdade. Confessando, ou não, os acusados já se sabiam culpados (cito):
“Todos os relaxados alegaram inocência e afirmaram serem bons cristãos, menos um deles. A exceção era Tomás Treviño de Sobremonte, um mercador itinerante que admitira ser judeu. Como se negara a aceitar a fé cristã, no dia seguinte seria executado na fogueira, enquanto os outros 14 relaxados obteriam a relativa clemência do estrangulamento antes de serem queimados. (...) Então vinham os prisioneiros sentenciados a penitências, como o açoite, a prisão, as galés e o confisco dos bens os reconciliados. Por último, os relaxados eram chamados para receber os estandartes de suas condenações, que “eram sambenitos [o hábito penitencial dos prisioneiros] decorados com chamas e figuras de demônios”; essas imagens aterrorizantes também decoravam as mitras, os capuzes em forma de cone que os prisioneiros usavam a caminho do cadafalso”[2].
Legitimando o sistema, o espetáculo dos autos de fé também permitia confirmar para o público a justiça e a humanidade com que juízes e promotores cumpriam suas funções (cito):
“Cada relaxado ia acompanhado por dois confessores, que não paravam de orar e exortar o condenado a se arrepender. Muitos confessores choravam, o que provocava copiosas lágrimas nos olhos da multidão, ao ver o espírito caridoso demonstrado pelos sacerdotes e o pouco interesse demonstrado pelo acusado”[3].
De tudo isso, não é difícil perceber que, em quadros de comoção social, o difícil não é confirmar a culpa, mas, sim, abrir algum espaço para a defesa da inocência. Os mesmos ritos de afirmação de poder e de purificação de infiéis, com a certificação da culpa antecipada, foram reproduzidos no terror da Revolução Francesa, de 1793-1794, e nos grandes expurgos promovidos pelo regime stalinista, especialmente, entre 1936 e 1938.
Não se pode esquecer a infâmia a que chegou o regime do terror francês, quando, no seu ápice, lança contra Maria Antonieta, totalmente desarmada, presa e indefesa, conforme narrado na bela biografia de autoria de Stefan Zweig, a abjeta acusação de relacionar-se com o próprio filho, pressionando a criança, que já perdera o pai, para que testemunhasse contra a mãe (uma prévia e tentativa do que hoje conhecemos como “delação premiada”).
Por sua vez, em 1936, o procurador-geral de Stalin, Andrei Vichinski, alcançou opróbrio internacional como promotor, no julgamento de Zinoviev e Kamenev, no período conhecido como a “Grande Purga”, atacando suas vítimas indefesas com uma conhecida retórica de culpa presumida, em que clamou, sem qualquer reserva de moral ou pudor, para que fossem exterminados os agora opositores, por ele designados de “cães raivosos (...) animais abjetos (...) raposas e porcos”.
Quando imaginamos que, em todos esses processos, por séculos e com o aplauso de toda a sociedade, o que se assistiu não foi a punição de criminosos, demônios, ou animais raivosos, mas de impotentes e indefesos seres humanos, é que podemos compreender que as garantias do processo, historicamente, foram erguidas não apenas e propriamente para a proteção de quem de pronto saudamos como inocentes, mas, sobretudo, para aqueles que, por qualquer razão, a sociedade está sempre pronta para considerar culpados. Em síntese, quanto mais presunção de culpa, mais importante se faz a garantia do devido processo, da ampla defesa e do contraditório.
[1] Green, Toby, Inquisição: o reinado do medo. Tradução Cristina Cavalcanti. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012 (posição 286-303, Kindle). [2] Green, Toby, Inquisição: o reinado do medo. Tradução Cristina Cavalcanti. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012 (posição 312, Kindle). [3] Green, Toby, Inquisição: o reinado do medo. Tradução Cristina Cavalcanti. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012 (posição 320, Kindle).
Revista Consultor Jurídico, 18 de junho de 2018, 11h30
O texto foi acessado em 20 de junho de 2018, publicado originalmente em 18 de junho de 2018, no conjur.com.br, e pode ser acessado em: https://www.conjur.com.br/2018-jun-18/constituicao-poder-devido-processo-legal-presuncao-culpa
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https://www.youtube.com/watch?v=cFDcFF4R4Z4
- Raillow Mc Hã, Outra Lei, assim, ó East Side, as ruas daqui tão cheirando muvuca E o que vocês dão valor pra nóis é miséria E é, é só o que nós usa Divide e usa, e as sirenes toca e nós escuta Passaram mais um, subiu foi mais um Comércio engrandece, o tráfico lucra E nas esquinas daqui é sempre a mesma coisa Outra filha da, hã Outra filha da pátria da pólvora O mundo é dela, menos a culpa Então me dá um tempo antes que eu surte E você destrua tudo, e eu pensei em tudo Então cala a boca e me escuta E eu voltei pra rua Pixação, vizinhança, as paranga na blusa Os menor roubando, forjados, uns rodando E eles rondando a madruga E o baile pegando na rua de baixo A justiça solta e o mal aluga E ela veio sem receio, com um cigarro nos dedos E eu selei com um vinho da Rússia E eu não sabia que o topo era assim E de onde eu vim, eram esquinas sem músicas Onde lá só tinha problemas E os poetas vendendo o que te alucina Quanto vale o show e quanto custa a vida? Se não tem palavra, cê não tem saída Ouvindo o caos com o céu na minha cama e o inferno na esquina Autoridades desfilam, mercado negro e o crime domina Quem é esse neguinho marrento? Do sorriso branco, cabelo loiro, da voz linda? Raillow sensação, Raillow é o Mandela O sono é luxo, o resto é lixo, Itaquera é Palestina Pra emocionar as princesa e fazer das coroas rainhas
- Xamã Mc Aí, olha o que eu sei fazer Hey Jack, conte pra sua mãe que eu fiz um rap Rock, tenho andado tão boombap Dizem que o Xamã canta de Glock Black, lírica hi-tech, toc, toc Nunca jante com um vampiro vindo de Woodstock Robert De Niro é top Marquin, corre que o helicóptero pousou no teu copo Parecia ópio, drogas no cardápio Mas se pancar meu flow, tu vai parar em Tangamandapio Um tanto quanto óbvio e inimaginável Suba até meu nível, eis o meu eu lírico impalpável Dirigindo métricas de forma irresponsável Eu quero um Batmóvel no universo Marvel Gata, eu sou terrível Transe com meu corpo detestável, assassino divo Geral quer ver sangue, eu mato ao vivo Mãe, matei seu filho, foi inevitável, imperceptível Sigo inabalável, como Hulk: incrível Eu vi tudo isso que eu falei num pôr do sol enferrujado na janela de um busão Liga pro MC Xamã Quanto tempo eu não te vejo Meu menor virou teu fã Raillow tá te mandando um beijo, vai Liga pro MC Xamã Quanto tempo eu não te vejo Meu menor virou teu fã E Raillow tá te mandando um beijo, vai Ycaro brotou de asas, ligou W.L, de Civic vaza O ET tá de (hã) volta pra casa Meu flow Deadpool te dá asas 1Kilo, a Pineapple na fé, tu não quer também, vaza Brotei lobisomem da terra dos homem que manda na NASA Samba é a minha reza, preta se enfeza, não me acompanhe Ô filho da puta, arrombado, não encosta sua mão na minha mãe Senão te corto em pedaço, te sirvo em um churrasco igual molho à campanha Não me acompanhe Nada me apaga, liberdade Rafa Braga, liberdade Rafa Braga Nada me apaga, liberdade Rafa Braga, liberdade Rafa Braga
- LK Mc Se liga agora Pros marionetes são a corda Hey, pros inertes são vambora Antes que se invertam os valores Tô perdido, então não me segue, não compete Eu tô em outra, irmão, fé te corta as cordas O mundo infestado com o mal E eu tô buscando igualdade Mas no Brasil justiça são papéis de confete no carnaval Corpo fechado e a mente aberta, primo Dô mais um trago e nego as dores pra me manter vivo Busco equilíbrio que é pra não perder o foco Os menor dividido na caça do topo e os poetas mortos Nós chegamos pela margem e dominamo os monitores Foda-se, tomamo a mídia, então arranca as parabólicas O choro da coroa, agora o rap deixa minha coroa eufórica Quer melhor vitória, irmão? O rap tá bombando, tá bom, bando de hipócrita Essa porra é Brasil, nossa subversão é expandir a cultura onde o enfoque tá Mano pode pá, nós somos os cara, não porte AK E é melhor mais cem mic pros menor do que cem Glock lá Capta, minha banca é tipo máfia Não, nunca acreditou em autoridade Então não explana onde o entoque tá Cês conhecem o LK E eu nunca me conheci, eu nunca entendi nada disso aqui Andei pensando em ir pro Acre Psicografar 14 livros de rap e depois sumir, fui
- Choice Mc Hey, topo do topo, do topo, pela minha favela Pela minha favela Caminhando no inferno, eu sou como Orfeu Ando sem olhar pra trás Calculando o caminho que Jesus percorreu Até ver que os humanos não merecem paz O peso da cruz que carrego já não causa dor O desprezo de quem eu amo já não causa dor Eu vivo no Purgatório, entre o caos e a dor Se a vida é filme, fala por que ninguém pausa a dor? A realidade me pede pra ser contada Um sinal no céu convoca o Super Hip Hop Aqui a verdade não vai ser manipulada Com a desculpa de que é só pra gerar Ibope Se coloque no lugar da mulher estuprada Ou do estudante preso, esculachado pela BOPE Baleia azul da rua é barca passando apagada Eu sou o Cavalo de Troia do seu laptop Uma vez um cara me disse uma hipocrisia Ele me disse que ser homem era só ter bigode Acho que é tipo ser pobre e não ter comida em casa Mas dizer que é milionário dirigindo um Ford Quem duvidou eu esmaguei tão facilmente Que liricamente eu ando me sentido um Megazord O povo vive se iludindo com essa Mega Sena Acumulada pra ganhar, só tendo mega sorte Num fode, merecemos mais que Bolsa Família Ou devo me corrigir para Bolsa Migalha Tem político acumulando milhão nas ilha Enquanto uma mãe se humilha e outro pai trabalha Pra comprar o material escolar da filha Que na escola não aprende a matéria necessária A vida é um jogo de cartas, tu não tem escolha Só que após o fim do jogo a morte é que embaralha Quero fazer todos os deuses se amarem Falo, tipo, reuni-los Corações sujos como todos esses mares Falo tipo o Rio Nilo, mano Topo do topo, do topo, e o meu pai se orgulha Não me enxerga, mas eu sei que o olho dele brilha Brilhantes nunca fizeram meu olho brilhar Por isso eu nunca coloquei o dedo no gatilho Eu podia ter botado o dedo no gatilho E com certeza brilhantes iam me rodear Mas aí o olho do meu pai não teria brilho E ele não teria nada pra se orgulhar Topo do topo, do topo, e o meu pai se orgulha Topo do topo, do topo, pela minha família
- Leal Mc (Poetas no Topo, RJ, SP) Evolução mental, espiritual É o que eu necessito pra me sentir vivo Nunca me disseram que isso ia ser fácil Mas também não me disseram que ia ser difícil Duvidaram do que eu posso, era pouco espaço Eu sempre vivi com pouco, num incomoda isso Poeta num mundo louco, no meio da escuridão Provando pro Brasil todo que isso ainda é compromisso E que isso é sentimento, todo mundo sabe Se não for, se torna inútil Rap de mensagem, sem massagem Liberdade de expressão, veículo útil Eu me sinto fraco, eu me sinto mal Outra noite longe do meu filho Se ele não paga, eu me sinto um otário Atrasa lado, contrata e dá milho Se não tem din, não faz proposta É de graça na quebra, nós tá nessa Poesia, mestre de cerimônia, não animador de festa O presidente trabalha pra CIA Tudo que é nosso, eles tão tomando Rap é ritmo e poesia Eu não sei o que tem a ver com pagar de malandro E eu não me perco entre palavras, não me afirmo em fantasia Sou pior que cês esperava, revolução com raiva, anarquia Eu já sabia que era sem boi, sem dor, sem conquista, nunca foi fácil Morei em casa, morei em apê, mas no comecinho, eu morei no barraco Eu vesti meus trapo, fui pras batalha Beco e Santa era de praxe Bem que minha tia já dizia, desde pequenininho Que eu era muito novo, mas eu só fazia arte Hoje parte da minha vida, pra isso que eu vivo, incentivo pra quebra Primeiro é o respeito aqui soltando o verbo Mas pisando fofo, sem falar merda
- Síntese Mc Meu som na caixa um soco, um sopro divino pros louco Sem a raiz não existe o topo Perceba que o jogo num é brincadeira se tem vida em jogo Cultura vive, vivo estou, espírito livre, eu sou Da mata sagrada, hey Respeita o sotaque, fei Eu sou daqui, cês que fala engraçado, fei Em tempo de rap torcida Escravo do espírito livre na lida V3: Verso, verdade e vida Não me comove essa honra fingida Ando no vale da sombra da vida E sigo sem máculas Despressurizei com a presença e caíram-se as máscaras Ao invés de topo, cês merece tapa E quando eu abrir esse mar, cês não passa O tempo que passa, então faça Quem te alimenta te pegar pra caça O ego que expele o veneno minh'alma repele Gestério eleito, eu fiz de um jeito que nem repararam na cor da minha pele Célebres malandros fizeram direito E aprendi direito Sua força e poder sempre vão ser Do tamanho do seu respeito E hoje sujeito que sou Essência reggae no soul Já falei uma pá, só que só fingiram escutar, então Espera a bomba ficar pronta pra ter tempo pra pensar Vejo um jogo cênico dos moço cômico Forjando uma brisa, pique esquizofrênico Cada consciência, uma sentença (não esquece) Aham, mas de onde eu vim, a verdade que enlouquece Arma, fé e fome dos moleque de alma enorme Babilônia Brasil não é cenário pra sua peça (jamais) Fecha a cara e vai, carai Robin Hood desse reino, porque humilde o rei num vai virar Pro arrebento pode ligar Se morte é falhar Certeza certeira, faca na caveira Com amor e ódio na guerra do sonho nós tá pra trocar Mente maciça que é vinda do Vale Ponto de vista virando as chave Da lage de cima com a vista pra Serra Fogueira Matrera é visita dos alien (ahow) De São José pra reacender sua fé, irmão O instinto é um só Ê fei, vai pensando que tá bão
- Ghetto ZN Mc Eu não quero ser cordial Muito menos chegar nessa porra sendo rude Que essa mensagem chegue no teu ouvido agora E que os view dessa porra com grana me ajude Minha família, minha mãe, minha filha Todos meus caras aqui sabem que eu sou rabugento, me ature Não tem frescura, não tem suporte Não que você se importe, Zona Norte te cure O vapor rimou, olha só, a morte pra ele abaixou até a foice Fiz as criança dançar break e fazer grafite, é família Erva Doce Aula eu já dei, na Lapa eu fui rei Posso rimar na tua casa ao vivo Gravo minha parte, tu passa minha parte, tua banca acha foda Isso que me mantém vivo Gravando disco em casa com meus manos, sem condição nenhuma Eu tô aqui, vivão, vivendo Não é de onda, no fim não vou ser espuma Não sou Ryu nem Ken, eu tô mais no macete, eu sou Akuma Rá, filha da puta, assuma Que tu não é rapper só porque tu já bebe e fuma Os cara com a vida tudo ganha trocando soco Aqui, troque soco, espere pipoco Ouça, mano, o que eu tô falando Eu te agrido na rima pra não agredir com o cano Camelô de trem, de seis às seis Atendendo mais de um milhão de freguês E fui me inspirando em cada pensamento Separado que eu fiz o freestyle pra vocês Podre de rima, até os playboy que não entende da vida se anima Favela no topo, ó quem diria O lobisomem, Ghetto trilogia Não sei se eu sou o Venom, Doutor Destino Sou o Coringa ou o Pablo Escobar? Mas no momento já me sinto grato em ser o vilão que cês amam odiar Pineapilei, favela traduziu pra vocês Como é que eu vou falar inglês se eu nem sei francês? Voulez-vous fumê, avec moi ce soir? Jacaré virou Paris, tu canta e nunca foi lá Podre de rico, quero salvar e não pedir socorro Obrigado pelas oportunidade, agora é a comemoração Quando eu voltar, hoje tem churrasco no morro
- Lord Mc Foi aqui que eu vi vários cair Onde tive a chance de me levantar Foi de baixo, foi eu e o DK, era tudo ou nada Eu querendo me meter, eles querendo me matar Eu chorei, ninguém me viu (ninguém me viu) Gritei, ninguém me ouviu (ninguém me ouviu) Alcancei milhões e milhões de views Fiquei bonito, é óbvio Eu tô no topo da favela, onde o poeta vive Escrevendo histórias sobre homens mortos Quer saber qual foi minha vivência no crime? Não sei quem é pior, os ratos ou os porcos Porque verme é verme (aham) E de vocês não tenho medo, eu tenho nojo Depender de mim, vocês não comem nem miojo Ficou nervoso? Entra um dentro do cu do outro (e vem) Tipo Sant, um sorriso na foto É um grito interno Eu fuzilei uma alcateia de demônios que não morrem Porque tudo é um inferno E eu olho a minha volta E chama, chama, tá tudo em chamas Tu que tacou fogo nessa porra, Lord? Escreve teu lamento e lança Cara feia pra mim é fome Fome que os menor passa sorrindo Jogando bola pra esquecer o ronco da barriga E vocês roncando sem saber o futuro dos seus filhos Não tenho medo de ameaças Já passei por várias, sangrei na guerra Inimigos hoje choram minha vitória no inferno Gritando meu nome abafados pela terra Eu tô voando mais que passarin (hã) Eu quero bem mais do que camarim (e ae) Bem mais que camarão, salmão, Hennessy Todas as minas tipo Cameron, querem-me Um ADL incomoda muita gente Nosso bonde todo incomoda muito mais Dica pra quem tá começando, é bem simples Sigam aqueles que não fala e faz Senta e olha o flow, aulas Eu e suas almas, droga nas veias Água na sede, luz na escuridão Fechando contas, abrindo cadeias Tenta contra nós (é a tropa, é o bicho) Hoje eu te derrubo com voz Me chame de Lord AK, Lord AK (rá) Corra se tu vê o clã Trá
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