Tumgik
#Sê-lo
sarava · 3 months
Text
Tumblr media
O fogo alumia as brumas e tem nome de rei: Xangô.
É majestade do início ao fim.
Começa na centelha. Que queima aos poucos até se fazer fogueira. Até mesmo estourar que nem rojão.
O fogo, seja o que cozinha os alimentos, o que se acende em prece nos altares, o que incendeia materiais e paixões, é potência.
Causa luz e sombra. De todo jeito, ele desmonta.
É para Xangô que se pede justiça contra um mundo arquitetado nos privilégios cruéis e nas proteções desniveladas.
É dele que se espera o clarear dos fatos e das reflexões, a queima das palavras falsas. O braseiro para tostar as violações de direitos e desonestidades naturalizadas e fazer delas carvão.
Kaô Kabecilê
O fogo é a primeira e maior conquista humana do antigo. Assim como a noção de justiça é. É Xangô. O orixá dos nossos primórdios e que buscamos alcançá-lo.
O grande juiz. O fogo que queima o errado, todo o errado. O rei, não por coroação irresponsável. Mas por sê-lo coroado indiscutivelmente o incorruptível, o que reina pelos irreináveis.
#xangô #orixá #orixás #axé #saravá #matrizafricana #candomblé #umbanda #batuque #povodeterreiro
Tumblr media
42 notes · View notes
hasbadana · 4 months
Text
Todos queremos viver sem medo. Medo não deveria fazer parte de nosso vocabulário.
As pessoas que admiramos e reportamos como heróis são valentes que correm toda classe de riscos e os superam.
O salmista nos ensina que o temor de DEUS nos pode levar a uma vida sem temor.
Temer a DEUS não é ter medo DELE.
Temer a DEUS significa respeitá-LO e reverenciá-LO como o DEUS Todo-Poderoso.
Quando confiarmos plenamente que DEUS cuida de nós, descobrimos que todos os nossos demais temores e medos, até mesmo o da morte, não mais existirão.
"SENHOR, sê comigo, fortalece o meu coração, que eu confie plenamente em TI!"
Márcio Melânia
Se você é abençoado por esta mensagem, não guarde para você somente, leia, medite, ore e passe adiante.
#devocional #deus #bíblia #meditação #bomdiacomdeus #oração #palavradedeus #adoração #jesus #vidaeterna #esperança
7 notes · View notes
Text
Tumblr media
Não, não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo…
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
LISBON REVISITED (1923)
4 notes · View notes
refeita · 2 years
Text
feita de apocalipses
abraçando o mundo com toda minha força e mantendo o sorriso no lugar sob máscaras variadas alternando em cores. lampejos de verdade perpassam o rosto enquanto tensiono mais uma vez a mandíbula e sustento a expressão mais neutra que dou conta - hoje. é sempre sobre o hoje. furacões seguidos de tsunamis, vulcões acompanhados de terremotos. sou destrutiva e construtiva, porém não vou te deixar ver meus destroços. não vou te convidar para a sala de espera enquanto grito com os espelhos. engano bem, sem olhar a quem, entrego falas que convencem porque sou treinada para isso durante todo o tempo. a melhor forma de fazer com que não prestem tanta atenção em você é, provavelmente, esperar que ninguém te note. ninguém nunca notou meu desastre, ninguém nunca viu que sou um apocalipse emocional ambulante, esbarrando em quinas e mundos sem discriminar. só não se engane pensando que lê um pedido de socorro, pois isso está muito longe de sê-lo. não se engane pensando que está lendo um pedido de ajuda desesperado, pois não te peço nada aqui. eu só te digo uma fração dos pensamentos que correm em minhas veias quando estou sozinha. tento dia após dia equilibrar a balança entre a eu que atua e a eu que vive, a que se faz de inteira e a que aceita o vazio inevitável de existir. esbarro, sim, em mil perguntas e respostas, coisas não ditas e não feitas, em pura expansão de caos. me perco nos caminhos e me encontro com a mesma confusão, tudo isso porque estou tentando me tornar outra coisa antes que perca a habilidade de ser mais que já fui. há um novo apocalipse para surgir amanhã, tão destrutivo quanto o de hoje, porém ainda mais belo. no fim do dia, a conclusão é ambígua e desajeitada: o fim do mundo é avassalador, mas também enche os olhos com suas cores em colisão. sou feita de apocalipses que se transmutaram em novos universos, feita do caos que dá corpo aos meus medos e voz às minhas coragens.
229 notes · View notes
elcitigre2021 · 19 days
Text
Tumblr media
AUTODEFESA PSÍQUICA NOS PLANOS MENTAL, EMOCIONAL E ESPIRITUAL - Joshua David Stone
Uma das melhores maneiras de manter afastada as forças das trevas é evitar pensar nelas. Quanto mais você pensa nelas, mas as atrai. É só manter a vibração física, mental, emocional e espiritual num plano elevado para que elas jamais entrem na sua existência.
Jamais consinta em submeter-se a uma anestesia sem antes fazer muitas orações pedindo proteção. Se alguém tocar suas joias, use a invocação da Luz de Deal Walker, o cristaleiro:
Invoco a Luz do Cristo.
Sou um canal claro e perfeito.
A Luz é o meu guia.
Segure suas joias, diga esse mantra três vezes em voz alta e canalize a vibração da Luz Crística às joias para purificá-las e espiritualizá-las. O mantra da alma também é eficiente nisso. O recurso de proteção mais comum é a simples invocação da Luz Branca. Basta fazer o pedido à sua alma, que imediatamente ela jorrará dentro de você.
A lei da mente é a seguinte: a pessoa vive no plano onde concentra a sua atenção. A ideia é manter a atenção fixa na Luz. A maioria das pessoas não tem controle suficiente sobre o ponto onde se concentra a sua atenção.
Outra qualidade psicológica necessária à proteção é o discernimento espiritual. Quando você começa a viver novamente no piloto automático, torna-se bastante impressionável e hiper sugestionável. Num plano psicológico e espiritual, é bem importante não conceder seu poder assim tão fácil.
Por exemplo, não dê seu poder ao corpo físico quando ele se cansa. Não dê seu poder a previsões astrológicas. Não dê seu poder aos sonhos; conheço gente que deixou um sonho mau arruinar todo o seu dia.
Em essência, o que eu quero dizer é que não se deve dar o poder pessoal a ninguém ou nada, incluindo aqui o próprio Deus. Não se trata de blasfêmia. Deus não quer o seu poder. Deus quer que você assuma o seu próprio poder, ao mesmo tempo rendendo-se à Ele e à Sua vontade, e não à vontade do ego. Deus ajuda os que ajudam a si mesmos.
Não dê seu poder aos pensamentos, sentimentos, corpo físico, ego negativo, mente subconsciente, outras pessoas, clima, astrologia, biorritmos, vidas passadas, criança interior, subpersonalidades, energia externa, mestres ascensionados, espíritos-guias ou gurus. Qualquer mestre espiritual de algum valor irá encorajá-lo a assumir o seu próprio poder e a reconhecer a sua igualdade.
Se você aprende a permanecer no seu poder, todas essas ferramentas se tornam desnecessárias, pois jamais irá precisar delas. Você só se torna vítima quando perde o seu poder.
Raptos ou implantes ocorrem em função de uma abertura na aura que permite essas coisas. Feche-a, então. Retorne seu poder pessoal e também aquilo que Edgar Cayce chama de raiva positiva, então essas coisas deixarão de ser apenas possibilidade.
Uma das confusões de muitas pessoas espiritualizadas é pensar que devem permanecer abertas em todos os momentos. Nada pode estar mais longe da verdade. Tudo na vida deve ser equilibrado. Há o yin e o yang, o feminino e o masculino; há o momento de estar aberto e o momento de permanecer fechado. Você precisa aprender a abrir e fechar o seu campo energético quando quiser.
Quando há por perto alguma energia negativa, é preciso ser capaz de fechar e proteger o espaço psicológico e espiritual. Você pode permanecer amoroso, ainda que se feche às energias negativas. Permanecer receptivo o tempo todo é querer tornar-se vítima das energias dos outros.
Os chakras são como as lentes de uma máquina fotográfica, que podem ser abertas e fechadas por um comando do operador. Se você decide que neste Universo de Deus não existe meio de os extraterrestres negativos o raptarem, então certamente eles não o farão.
Tranquilize-se e saiba que você é Deus. E pode o próprio Deus, o Pai, ser vítima de algo? Pois você foi criado à imagem e semelhança d’Ele, e portanto você também não pode ser vítima de nada – a menos que queira sê-lo, ao não assumir a plenitude do seu poder.
Com respeito a doenças físicas e emocionais, se você pensa que é vulnerável, provavelmente está certo.Se usa seus poderes criadores para programar os corpos físico e emocional para que não adoeçam, certamente não adoecerão. Se você pensa que é o Cristo e um só com Deus, então é isso o que você é.
É de novo a lição de saber onde concentrar a própria atenção. Você precisa aprender a concentrar sua atenção onde Deus quer que você concentre. Muitas vezes você é fraco demais nesse particular.
É por isso que Dwhal Khul reafirma seguidamente a importância de manter a mente “firme na Luz”. Quando você entra num estado diferente da perfeição, então a lição é imediatamente fazer uma afirmação ou oração que o leve de volta àquele estado perfeito que Deus vê em você.
Caso esteja lidando com um sentimento negativo, visualize-se vomitando-o e depois matando-o com uma lança ou espada. Depois coloque um belo anjo ou seu mestre espiritual dentro de si mesmo, para substituir aquilo que antes ocupava esse lugar.
Uma boa prece para exorcizar entidades possessoras é encontrada no livro “It´s All Right”, de Isabelle Hickey:
“Pelo nome e poder de Jesus Cristo, deixe o meu campo magnético e volte à Fonte, para ser elevado novamente à Luz.”
Uma oração que ela recomenda para quem busca proteção é a seguinte: “Permaneço no centro de toda a Luz. Aqui nada pode me tocar.”
Max Freedom Long – que recuperou para o mundo ocidental os ensinamentos hunas do Havaí, há muito tempo perdidos – criou um mantra para os pesquisadores da cultura huna que temiam forças negativas:
“Recuso-me a aceitar qualquer sugestão de qualquer fonte negativa; mereço somente o bem e só a boa vontade chega até mim. Tenho comigo a proteção do meu Eu Superior em todos os momentos, e ela me envolve com um manto de Luz. Não temo mal nenhum. Nada que não seja bom pode tocar minha vida de modo algum. Permaneço sereno, seguro e tranquilo no pleno conhecimento de que sou protegido em todos os momentos, dia e noite.”
Outro mantra protetor, que Edgar Cayce recomenda salmodiar antes da meditação, é o seguinte: “Envolvo-me na proteção encontrada no pensamento de Cristo.” Uma oração protetora muito poderosa encontra-se no livro Psychic Self-Defense:
“Visualize-se segurando na mão direita a espada flamejante do Senhor Miguel, e diga – ´Em nome de Deus, tomo a espada do poder para me defender contra o mal e a agressão´. Imagine-se crescendo em altura até o dobro ou triplo do seu tamanho normal. Agora, com a ponta da espada, trace no chão um círculo mágico que o envolva. Veja um rastro de chama seguindo a ponta da espada.
“Depois de terminar, junte as mãos em oração, erga-as sobre a cabeça e, olhando para o Leste, diga numa prece – ´Que o poderoso Arcanjo Rafael me proteja de todo o mal que se aproxima do Leste´. Voltando-se para o Sul, diga a mesma coisa invocando o Arcanjo Miguel. Voltando-se para o Oeste, invoque o Arcanjo Gabriel. Depois, olhando para o Norte, invoque o Arcanjo Uriel. Depois volte-se novamente para o Leste.”
Essa fórmula é especialmente eficaz para proteger seu espaço durante o sono. A ideia é traçar um círculo em torno da cama. Esse círculo dura do pôr-do-sol ao amanhecer. Para começar e concluir a prece é necessário fazer o sinal cabalístico da cruz. Este é um recurso extremamente eficiente, muito semelhante ao sinal-da-cruz do catolicismo.
Tocando a testa, diga: “Vosso, oh Deus (tocando o plexo solar), é o reino (tocando o ombro direito), o poder (tocando o ombro esquerdo) e a glória (juntando as mãos) pelos séculos dos séculos. Amém.”
Para selar sua aura usando o sinal-da-cruz, Dion Fortune, no mesmo livro, recomenda ficar bem ereto e fazer o sinal-da-cruz tocando a testa, o peito, o ombro direito e o esquerdo, dizendo: “Pelo poder do Cristo de Deus dentro em mim, a quem sirvo de todo o coração, alma, força e entendimento, envolvo-me agora com o círculo divino de Sua proteção, no qual nenhum erro mortal ousa entrar.”
Se quiser, você pode usar apenas o sinal-da-cruz. Mas se você deseja uma tripla proteção, pode usar o sinal do pentáculo, ou estrela de cinco pontas. Este é um meio bastante eficaz para proteger uma casa de espíritos intrometidos. A estrela pode ser criada no ar à sua frente; depois é só visualizá-la imediatamente em todas as janelas e portas da casa. Ela pode ser criada da seguinte forma:
Se você quer selar sua aura por estar ao lado de alguém que tenta sugar sua vitalidade, entrelace os dedos e coloque as mãos sobre o plexo solar. Ao mesmo tempo, encoste os cotovelos contra os lados do corpo e encoste um pé no outro. Fazendo assim, você transforma seu corpo físico num círculo fechado que não pode ser drenado.
As forças das trevas não conseguem entrar no seu campo se a sua frequência global é elevada até uma vibração suficientemente alta. Para elevar rapidamente sua vibração, diga a seguinte oração que criei para esse fim:
“Amado Deus, Cristo, Espírito Santo, poderosa Presença Eu Sou, Mahatma, minha Mônada, Vywamus, Sai Baba, Djwhal Khul, Mestre Jesus, Virgem Maria e a Grande Irmandade Branca:
Com esta prece invoco um pilar de Luz. Invoco o meu corpo de Luz glorificado. Invoco a completa infusão de energia do Mahatma. Invoco o décimo segundo raio dourado. Invoco a ascensão de uma coluna de Luz. Invoco a chama violeta de Saint Germain. Invoco a Luz de mil sóis, que desça agora no meu sistema de quatro corpos. Invoco o meu eu elevado da quinta dimensão, para que ele funda sua aura com a minha.
Invoco a chama da ascensão. Invoco o meu veículo vivo de Luz, meu Merkabah, e peço para ser colocado dentro dele. Invoco um alinhamento axiatonal. Invoco a completa ancoragem do meu décimo segundo chacra no chacra do alto da cabeça. Invoco a completa descida de minha alma e Mônada no meu sistema de quatro corpos. Invoco a elevação de minhas frequências vibracionais até a do próprio Cristo. Invoco a vibração do Aum.”
As Palestras “Eu Sou”, de Saint Germain, recomendam a seguinte oração para invocar a proteção do Tubo de Luz:
“Amada, poderosa e vitoriosa Presença de Deus Eu Sou em mim! Envolve-me na tua presença esplendorosa, na tua invencível proteção Crística cósmica do tubo de pura essência de Luz eletrônica. Garante, por mim, que essa proteção seja ativa e todo-poderosa, e eternamente sustentada.
Não deixes que nenhuma criatura humana desarmônica jamais consiga transpô-la para me atingir. Que esse tudo de essência luminosa me faça e mantenha invisível e invulnerável a toda miséria humana, constantemente elevando e conservando minha atenção na Tua onipresença em todos e tudo. Conscientemente, aceito agora mesmo essa dádiva, com pleno poder!”
Termino este capítulo com aquela que, acredito, é hoje a oração mais poderosa nesta Terra. É a oração da Grande Invocação do Senhor Maitreya, o Cristo Planetário, que garante a todos proteção.
Do ponto de Luz da Mente de Deus
Que a Luz flua às mentes dos homens.
Que a Luz desça à Terra.
Do ponto de Amor no coração de Deus
Que o amor flua aos corações dos homens.
Que o Cristo volte à Terra.
Do centro onde se conhece a Vontade de Deus
Que a determinação guie as minúsculas vontades dos homens –
A determinação que os mestres conhecem e favorecem.
Do centro que chamamos raça dos homens
Que evolua o Plano de Amor e Luz
E possa então selar a porta onde habita o mal.
Que a Luz, o Amor e o Poder restaurem o Plano na Terra.
(Do livro Psicologia da Alma – Chaves para a Ascensão – Joshua David Stone)
– DE CORAÇÃO A CORAÇÃO
3 notes · View notes
sobreiromecanico · 1 month
Text
The Word for World Is Forest: O ponto sem retorno
Tumblr media
Foi uma das minhas (re)leituras deste Verão, esta novela que Ursula K. Le Guin imaginou e escreveu com a Guerra do Vietname em pano de fundo. The Word for World Is Forest, editado o originalmente na antologia de 1972 Again, Dangerous Visions de Harlan Ellison e publicado em edição própria em 1976, será porventura um dos dois textos fundamentais da literatura de ficção científica que foram beber àquele conflito marcante do século XX que tanto cinema e tanta literatura inspirou. O outro, claro, será The Forever War de Joe Haldeman; mas se Haldeman foi recuperar a sua própria experiência de combate para descrever a crescente e inevitável dissociação que os soldados sentem ao deixar o combate e regressar ao dia-a-dia, Le Guin foi explorar algo porventura ainda mais difuso, e sem dúvida menos enaltecido: as consequências permanentes do acto de resistência a uma força invasora. Não será talvez desadequado dizer que enquanto Haldeman se centra no trauma individual, Le Guin aborda o trauma colectivo, social.
Dificilmente um texto de ficção científica poderia ser mais pertinente do que este, quando o lemos durante os anos da invasão russa à Ucrânia e da brutalidade de Israel sobre Gaza.
Neste ponto particular, reler The Word for World Is Forest trouxe-me à memória várias vezes um dos meus filmes preferidos, A Princesa Mononoke de Hayao Miyazaki: no rescaldo de um conflito total, e mesmo que desse embate resulte uma vitória, será sempre impossível regressar ao ponto onde se estava antes da guerra; um novo ponto de equilíbrio terá de ser encontrado, absorvendo todas as mudanças forçadas, todas a perdas irrecuperáveis, toda a devastação causada. Os invasores podem ser repelidos, mas as feridas permanecerão. Não creio que Miyazaki tenha lido Le Guin antes de imaginar Mononoke, mas não me surpreende que tenha chegado a conclusões idênticas: se há marca definidora da obra tanto do cineasta japonês como da autora norte-americana será a profunda humanidade das suas histórias.
Na introdução ao texto, Le Guin diz que não acredita que existam seres humanos absolutamente maus, mas que ainda assim escreveu o Capitão Davidson, antagonista da trama, como uma personagem que encarna um Mal absoluto, sem quaisquer características redentoras, por ínfimas que sejam. E isso nota-se nos capítulos narrados a partir do ponto de vista de Davidson: o seu monólogo interno é furioso, misógino, racista, xenófobo, de uma crueldade quase impossível, quase caricatural - e em momento algum deixa de ser verosímil. Quem ler este livro de forma mais literal (um flagelo...) talvez se choque com a crueza de Davidson, um choque que é mais do que propositado: é necessário. Mas a resistência liderada por Selver, ao recorrer aos métodos de Davidson, obriga toda a sua até então pacífica sociedade a mudar de forma profunda e irreversível - da guerra, lá está, nada nem ninguém algum dia regressa.
The Word for World Is Forest foi urgente e necessário em 1972, durante a guerra; continuou a sê-lo em 1976, no rescaldo do conflito; e mais de cinquenta anos volvidos, com tantos espectros do passado a regressar das profundezas, não perdeu nem um pouco da sua urgência ou da sua pertinência. Dos livros adultos de Ursula K. Le Guin talvez este seja o mais didáctico, um exercício arriscado que a autora executou com mestria; mas a verdade é que as suas lições continuam necessárias, mesmo as mais difíceis de aprender.
6 notes · View notes
db-ltda · 3 months
Text
Paz no desequilíbrio...
Se a busca por equilíbrio se resumisse única e exclusivamente a viver uma vida limpa de meditação e entrega a coisas superiores e de luz, então um desequilíbrio seria criado. Só busca uma vida assim quem pressupõe que é alguém totalmente obscuro e que precisa de constante iluminação, agindo desde o princípio de forma desequilibrada.
O equilíbrio é algo que depende do momento e das contingências: no inverno, o chuveiro precisa de mais calor para ser morno; no verão, nem precisa do quente. Todo ano passam invernos e verões, e a natureza, agindo de forma cíclica, compensa o verão do início do ano com o frio de junho e julho; depois torna a esquentar.
Toda mente que se apega à vida equilibrada dança como alguém na corda bamba, tentando equilibrar dois pratos com duas varetas. Nunca há paz em seu coração, porque o desequilíbrio e a mudança não são aceitáveis, pois existe um desejo de que se atinja um ponto de total equilíbrio e a vida finde seu movimento natural.
Ao pecador, misericórdia; e a quem vive pelo bem, humildade. Do contrário, o bem-aventurado se esgueira no pecado da presunção, e o pecador é em si mesmo a pessoa mais correta.
O que há em nós para sustentar tal constante mudança senão a capacidade de amar?
Sem amor, a vida não persevera, porque, sem perseverança, o que é ruim deve simplesmente morrer e, para ele, não há salvação. O mundo então se torna uma realidade cindida onde os bons residem à direita e os ruins à esquerda, de tal forma que já não exista mais uma só e única coisa, causando guerra, difamação, apontamento e infortúnios sem fim.
A Deus é dado o direito, por ter criado tudo, de a tudo também sustentar. Por isso, os maus vivem conforme Ele permite, tanto quanto os bons. Mas isso não é aceitável àquelas pessoas que se sentem no direito de residir em um único lado.
Ora, que beleza haverá na vida se não nascerem as flores mais belas justamente da poeira sem valor que habita as fendas das rochas?
Que alegria teríamos se, ao olhar para o horizonte, não víssemos mais a vida tendenciando a continuar a nascer mesmo nos lugares mais inesperados?
Quem somos nós para julgar onde o amor deve florescer, se é por ele e com ele, onde, mesmo com as nossas mais mórbidas falhas, a vida se sustenta?
Quem achamos que somos para dizer o que deve vir a florescer e o que deve morrer, se lá, em meio ao deserto, um escorpião se alimenta da formiga que poliniza a rosa do deserto, que se alimenta da pouca ou quase nenhuma humildade do ar?
Quem somos nós para dizer que um amor que nasce entre nós deve vigorar ou ser acabado frente a um breve desentendimento, ou mesmo a uma guerra que se arrasta por anos e que parece que nunca irá findar?
Sei que parece positivo demais pensar que a vida sempre há de florescer em todos os cantos porque ela resume-se a constantemente florir. Mas, se pensarmos que a morte é o adubo da vida, então a morte em si e mesmo a paisagem mais terrorífica e morta deveriam servir de alimento às vidas que florescerão amanhã.
Não é certo por acaso viver em um mundo em que a vida um dia irá acabar?
Não é certo crer que para tudo há um fim, inclusive para a própria vida que eternamente floresce? Pensar que ela em si mesma um dia deixará de florescer?
Ora, como na questão do equilíbrio, a realidade não é tanto uma coisa que, por tanto sê-lo, não evoque o seu contrário. Uma terra que eternamente floresce suplica por um pouco de morte, tanto quanto uma terra devastada suplica pela vida. E assim, sucessivamente, o equilíbrio se perfaz, à medida que o desequilíbrio exige sua compensação natural.
Mas não por isso devemos nos entregar a sermos nós quem irá equilibrar os pratos atravessando de uma ponta a outra da corda, pois tudo isso está dito e dessa forma funciona. Pois, independente de nossa intenção de manter as coisas equilibradas, será pelo desequilíbrio que regularemos onde colocar mais peso.
Se hoje nosso amor desequilibra, se há nele um movimento mais para a direita com tendência a cair, que joguemos nossos corpos em direção à esquerda, mas não com a intenção de que, com isso, não precisemos mais tornar a nos desequilibrar.
Nada neste mundo escapa de um vazio, pois o vazio e a falta suplicam em sua própria existência por um constante preenchimento, de tal forma que um esvaziamento surgirá também, tão logo tudo tenha sido preenchido.
O que é que perdura dentro disso senão o amor?
O que é que une o certo e o errado, o em cima e o embaixo, a esquerda e a direita, senão uma união de ambas as coisas que as permite existirem em concomitância?
O casamento entre o bem e o mal é um voto de fidelidade tão intenso e tão longínquo que, mesmo sendo totalmente diferentes, um só pode existir com a presença do outro.
E, se é assim com bem e mal em si mesmos, por que não com o bem e com o mal entre um pai e um filho, uma mãe e uma filha, um homem e uma mulher?
Longe do constante equilíbrio eu vagueio, buscando que o desequilíbrio se mostre para que eu tenha certeza que a vida perdura, pois o dia em que o desequilíbrio não mais se mostrar, terá sido findado qualquer movimento e, com o fim do movimento, a vida também findará.
Sou grato, aliás, pela inconformidade, pelo inadequado, pela iminência de coisas que necessitam de conserto e, mais ainda, pelas que não se podem consertar. Do contrário, eu seria capaz de dar cabo do desequilíbrio, de encontrar um ponto onde tudo está em total harmonia e nada mais me restaria fazer.
As coisas mórbidas me atraem, a morte e o defeito me revigoram, a misericórdia me alimenta, e a paz é algo que desisti de encontrar por meio do equilíbrio.
Quando desejamos paz à vida de alguém, devemos sempre lembrar que desejamos desarmonia, pois, do contrário, desejaríamos a morte. Pois aí, ao fim e ao cabo, paz é em si a aceitação da desarmonia, uma atitude que, se não acontece, causa dor e sofrimento simplesmente por as coisas serem como são.
Em si mesmas contrastantes, em si mesmas desarmoniosas e desequilibradas…
Ao desejarmos a qualquer um um pouco de paz, então que desejemos isso em qualquer circunstância e não apenas quando todas as coisas estão em paz. Porque, se tudo estiver em paz, não há paz a ser desejada, nem tão pouco prometida ou buscada.
Ao desejarmos paz, que desejemos então um certo tanto de desequilíbrio, porque, se ao desejarmos paz desejarmos equilíbrio, não mais que desejamos que a vida do outro seja uma corda bamba, onde ele, com malabarismos mil, fique tentando a tudo consertar.
Desejar paz não é desejar equilíbrio; desejar equilíbrio é desejar guerra, pois é preciso esquentar o chuveiro nos dias frios de inverno; é preciso lutar contra o frio produzindo calor e assim, sucessivamente.
Ao desejarmos então a paz, que não desejemos a guerra, mas que desejemos que o amor prevaleça frente a ela, para que, mesmo com a guerra, com o deserto e com a inóspita poeira que habita a fenda das rochas, ainda assim nasça uma flor.
Senão…
É muito melhor que não desejemos a paz.
4 notes · View notes
eu-sem-poesia · 1 month
Text
Canção do Tamoio
Não chores, meu filho
Não chores, que a vida
É luta renhida: Viver é lutar
A vida é combate
Que os fracos abate
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte
Só teme fugir
No arco que entesa
Tem certa uma presa
Quer seja tapuia
Condor ou tapir
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz
E os tímidos velhos
Nos graves conselhos
Curvadas as frontes
Escutam-lhe a voz!
Domina, se vive
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança
Na voz do porvir
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte
Que a morte há de vir!
E pois que és meu filho
Meus brios reveste
Tamoio nasceste
Valente serás
Sê duro guerreiro
Robusto, fragueiro
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz
Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D'imigos transidos
Por vil comoção
E tremam d'ouví-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras
Pior que o trovão
E a mãe nestas tabas
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror
Teu nome lhes diga
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!
Porém se a fortuna
Traindo teus passos
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora
Tranqüilo nos gestos
Impávido, audaz
E cai como o tronco
Do raio tocado
Partido, rojado
Por larga extensão
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão
As armas ensaia
Penetra na vida
Pesada ou querida
Viver é lutar
Se o duro combate
Os fracos abate
Aos fortes, aos bravos
Só pode exaltar.
2 notes · View notes
jadlee · 2 months
Text
Tumblr media
A gente é forte porque não tem opção. Porque a única opção é sê-lo.
Com toda a exaustão, com todas as lágrimas, com toda a fé extraordinária que a gente precisa tirar de dentro da gente, a gente é forte. Porque não há outro jeito. E ainda há alguém QUE TENHA A OUSADIA de querer insinuar que isso é um defeito.
---------- Rachel Carvalho
5 notes · View notes
oqueereal · 11 months
Text
NÃO ACEITO SER MAIS UM EM SUA VIDA. Se algum dia falhar e não conseguir ser para você o que mais ninguém é, pulo fora. No dia em que for mais um, não serei nenhum, simplesmente, e nesse dia você não precisará mais de mim, não farei falta. Se algum dia for mais um, será porque eu falhei, não você. Fui eu que não fui capaz de ser único e o único em sua vida. Ao seu lado, você precisa de alguém que te preencha o coração, que não te deixe sequer ponderar mais ninguém. Ao seu lado, você precisa de alguém que seja o tal. É esse que você merece ter. E se algum dia eu deixar de sê-lo, eu mesmo me vou embora. Porque, enquanto eu estiver perto, será você minha prioridade, e sua felicidade será minha maior motivação. Só depois de você estar bem é que eu procurarei ficar bem também. E, se eu for o motivo do seu desconforto, então eu deixarei de ser motivo, porque farei tudo para mudar ou porque fui embora. Nunca permitirei ser um estorvo ou um entrave à sua felicidade.
9 notes · View notes
amor-barato · 4 months
Text
Às vezes, pensava estar louco ou não ser como as demais criaturas. Mas por outro lado, podia fazer tudo o que elas faziam. Com um pouco de aplicação e de trabalho, podia ler Platão, resolver problemas trigonométricos e acompanhar uma análise química. Só uma coisa me era impossível: arrancar de meu interior aquele objetivo oculto e sombrio e projetá-lo para fora de mim, em qualquer direção, como faziam aqueles que tinham certeza de querer ser professores ou juízes, médicos ou artistas, e sabiam quando chegariam a sê-lo e que vantagens isso lhes traria. Para mim era impossível. Talvez chegasse um dia a ser algo semelhante, mas como poderia sabê-lo agora? Talvez tivesse que buscar e rebuscar o caminho durante anos a fio e não chegar a ser nada nem alcançar qualquer objetivo. E talvez atingisse um fim, mas algum fim perverso, perigoso e temível. 
Hermann Hesse (Demian)
5 notes · View notes
hasbadana · 2 months
Text
Uma vida sem DEUS produz uma pessoa velha amargurada, solitária e sem esperança.
Uma vida centrada em DEUS é plena, faz que os "anos maus" - quando as incapacidades, as enfermidades e os impedimentos que podem ser as barreiras que nos impedem de desfrutar da vida plenamente - satisfaçam-nos devido à Esperança da Vida Eterna.
Ser jovem é emocionante. Mas a emoção da juventude pode converter-se em um obstáculo para nos aproximarmos de DEUS se quem é jovem centra sua atenção nos prazeres passageiros em lugar dos valores eternos.
Que coloquemos nossos talentos e dons à serviço de DEUS enquanto ainda podemos fazê-lo.
Não desperdicemos nosso tempo em atividades más ou sem significado e que podem tornar-se maus hábitos e fazer-nos insensíveis.
Agora é hora de buscar a DEUS!
"SENHOR, tenho me lembrado de TI desde minha tenra idade, sê comigo na minha velhice."
Márcio Melânia
Se você é abençoado por esta mensagem, não guarde para você somente, leia, medite, ore e passe adiante.
#devocional #deus #bíblia #meditação #bomdiacomdeus #oração #palavradedeus #adoração #jesus #vidaeterna #esperança
3 notes · View notes
89words · 6 months
Text
Eu te amo porque te amo. Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo. Eu te amo porque te amo. Amor é estado de graça e com amor não se paga. Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos.
Carlos Drummond de Andrade - “As Sem-Razões do Amor”
3 notes · View notes
espiritismo · 4 months
Text
Caridade e esperança
1 Lembra-te da esperança para que a tua caridade não se faça incompleta.
2 Darás ao faminto, não somente a côdea de pão que lhe mitigue a fome, mas também o carinho da palavra fraterna, com que se lhe restaurem as energias.
3 Não apenas entregarás ao companheiro, abandonado à intempérie, a peça que te sobra ao vestiário opulento, mas agasalhá-lo-ás em teu sorriso espontâneo a fim de que se reerga e prossiga adiante, revigorado e tranquilo.
4 Não olvides a paciência divina com que somos tolerados a cada hora.
5 Qual acontece ao campo da natureza, em que o sol mil vezes injuriado pela treva, mil vezes responde com a bênção da luz, dentro de nossa vida, assinalamos a caridade infinita de Deus, refazendo-nos a oportunidade de servir e aprender, resgatar e sublimar todos os dias.
6 Não te faças palmatória dos próprios irmãos, aos quais deves a compreensão e a bondade de que recebes as mais elevadas quotas do Céu, na forma de auxílio e misericórdia, em todos os instantes da experiência.
7 Não profiras maldição nem espalhes o tóxico da crítica, no obscuro caminho em que jornadeiam amigos menos ditosos, ainda incapazes de libertarem a si mesmos das algemas da ignorância.
8 Recorda que Jesus nos chamou à senda terrestre para auxiliar e salvar, onde muitos já desertaram da confiança no eterno bem.
9 Seja onde for e com quem for, atende à esperança para que o mundo conquiste a vitória a que se destina.
10 Aliviar com azedume é alargar a ferida de quem padece e dar com reprimendas é envolver o socorro em repulsivo vinagre de desânimo ou desespero.
11 À maneira de raio solar que desce à furna cada manhã, restaurando o império da luz, sem reclamação e sem mágoa, sê igualmente para os que te rodeiam a permanente mensagem do amor que tudo compreende e tudo perdoa, amparando e auxiliando sem descansar, porque somente pela força do amor alcançaremos a luz imperecível da vida.
Emmanuel
2 notes · View notes
claudioxe · 8 months
Text
Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa do teu pai e vai para a terra que eu te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra. (Gênesis 12:1-3)
Ao ouvir o Chamado do SENHOR, você está disposto e disponível para segui-lo, independente das condições e adversidades que passará? Porque, ao ouvir e obedecer, o SENHOR andará contigo até seu caráter ser reto, firme e fiel a Deus e se cumprir cada uma das Promessas que te anunciou durante a sua jornada com Ele. É uma jornada que durará toda vida e em cada momento haverá lições que enriquecerão a tua vida com fé, dons espirituais da parte de Deus e com a Presença do Todo-Poderoso para nunca estar sozinho. E onde você estiver, a Presença, a Paz e as bençãos de Deus estará, também. Aba Pai, OhSenhorJESUS, Sérgio Madureira!!!
4 notes · View notes
Text
Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento. Relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor. Chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado. Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta. A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado. O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita. O amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine? Minha resposta? O amor é o desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre o desconhecido, a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação. O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante. A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos, e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim. Não, não podemos subestimar o amor e não podemos castrá-lo. O amor não é orgânico. Não é meu coração que sente o amor. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O amor brilha. Como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida, o amor grita seu silêncio e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do amor, se estivermos também a devorá-lo. O amor, eu não conheço. E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor a navega. Morrer de amor é a substância de que a vida é feita. Ou melhor, só se vive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.
2 notes · View notes