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REVIEW: Sakuraco Snack Boxes vs Bokksu et al
A cultura japonesa de lanches precisa ser explorada. Sei da minha primeira viagem ao Japão – seis semanas mochilando de Tóquio para Kyoto, para Hokkaido e muitos lugares no meio – que muitos mochileiros vivem do conteúdo dos 7/11s. Pelo menos, eu e a maioria das pessoas que conheci vivíamos para duas refeições por dia de qualquer maneira. Há tanta coisa para escolher! Não importa se você quer…
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Continho. Um conto de horror ou amor
Os avôs, em geral, são aqueles q contam as histórias fofinhas para os netos. No meu caso, não foi bem assim.
Quando eu tinha idade para ser neta- antes dos cinquenta, portanto.
A partir desta idade, na régua da longevidade, vc está perto de ser avó. Mas, deixemos de digressão. Quando eu tinha idade para ser neta, minha avó contou-me, pela primeira vez, uma história que nunca esqueci.
Hj é o aniversário de sua morte - sempre achei estranho este negócio "aniversariar" perda, mas, vamos deixar de encher linguiça. Hoje é o aniversário da morte da minha avó, Lena.
Contava ela q morou um ano na Inglaterra. Não era casada ainda. Namorava à distância aquele que seria meu avô. Após se formar em jornalismo, ela resolveu tirar um ano sabático, mochilando pela Europa.
Enquanto o namorado concluía o curso de direito, ela juntou os trocados, que amealhou trabalhando meio expediente durante o curso, e entrou no avião. Aperfeiçoar o inglês foi o argumento perfeito para receber ok e ajuda financeira dos pais. Ainda assim, a grana era pouca, era preciso se virar.
Minha avó sempre foi muito trabalhadora e determinada. Em pouco tempo se desdobrava entre faxinas e atendimento nos pubs da vida.
Depois de algumas semanas em Londres, conseguiu alugar quarto no terceiro andar de uma casa inglesa típica. Na real, era um sótão adaptado, mas pra ela foi uma conquista. A cozinha era compartilhada com donos da casa, um casal de velhinhos fofos que alugavam o sótão para ela e outro quarto, no segundo andar para um indiano muito calado. Só assim o casal idoso conseguia continuar naquela casa enorme e cheirando a naftalina.
No mais perfeito estilo inglês, os quatro moradores nunca se encontravam. Seja porque as rotinas eram desconectadas, seja porque os quatro personagens assim preferissem. Ou seja por qualquer outro motivo q, por enquanto, não será mencionado.
O que mais incomodava a minha avó naquela moradia era a necessidade de pisar "como um ladrão furtivo", assim orientou o casal inglês na ocasião de aceitá-la como inquilina. Subir os degraus, equilibrando o peso do corpo cuidadosamente era exaustivo, mas ela estava satisfeita em morar em local privilegiado em Londres.
Já tinha mais de mês q havia aportado em Richmond quando ela notou que, ao retornar do trabalho à noite deu por falta da sua escova de dente. Bateu todos os cantos e não achou. E nada. Ninguém entrava ali, ou não devia. Afinal cabia a ela a manutenção do ambiente e a ela havia sido assegurado privacidade total no acordo de locação.
Era só uma escova, deixa pra lá. Não iria se desgastar com os velhinhos por tão pouco. Mas q isto não se repetisse. Resolveu armar arapuca para o caso do ladrão de escova de dente voltar ao local do crime. Era prender na maçaneta fio de cabelo- nada original, mas funcionava nos filmes. Se o fio fosse rompido, seria sinal do invasor. Ela tinha cabelo curto, à época, não funcionou. Acabou usando um fio fininho de lã que se soltou do cachecol.
Quando voltou a noite, sorriu ao perceber q o fio permanecia ali, intocado. E pensou: vamos seguir. Entrou. Primeiro desembrulhou a nova escova de dente e foi guardar no armário do banheiro. Eis que a imponente desaparecida descansava lá. A fujona,posta na prateleira, como se nada tivesse acontecido.
Como era possível? Não, não era possível. Ninguém entrara. Como aquela escova simplesmente se materializou novamente.
O dia seguinte seria longo com duas faxinas por fazer. Resolver esquecer o contratempo e dormir. Haveria alguma explicação, seja lá qual fosse.
Voltou pra casa, à noite. Tudo permaneceu tranquilo e assim foi por mais alguns dias. Até q mais um ser inanimado se animou.
Minha avo que tinha certas obsessões, por exemplo, deixar as duas esponjas da pia de lavar pratos uma em cima da outra. E assim o fez naquele dia, mas,depois de escovar os dentes e voltar à cozinha para tomar um copo de água, observou que as esponjas estavam arrumadas na forma de um L.
A princípio imaginou q talvez ela tivesse deixado assim, mas quanto mais forçava a memória, tinha certeza, que não. Havia colocado uma sobre a outra.
Aquilo começou a assustá-la. Talvez devesse superar o seu receio de incomodar os outros e se aventurasse a conversar com o taciturno indiano. Quem sabe ele também estivesse às voltas com acontecimentos estranhos.
Eles nunca tinham, de fato, trocado palavras. Só ouvia as pisadas - nada leves, diga-se até - dele na escada de acesso ao segundo andar. De longe viu, certa vez, uma silhueta, e só. Estava escuro e quase nada se enxergava. Ela, quando chegava, subia a escada com a lanterna do celular para não incomodar os outros. O indiano, por sua vez, galgava os degraus na penumbra. Era tão discreto que nem parecia que existia de fato.
Ele era um indiano de rotinas. Sempre por voltas das 23h chegava. Minha avó não fazia ideia no que ele trabalhava e nunca o vira sair para trabalhar.
Resolveu, em atitude arrojada emboscá-lo no segundo andar, fingindo que precisara o usar o banheiro. Seria um encontro casual. Apesar de ter o próprio toilette, ela diria que a descarga estava quebrada, mas q , no dia seguinte, acionaria o casal para consertar. Pronto.
Pouco antes da 23h, ela empoleirou-se no banheiro. Não demorou para os degraus rangerem diante das pisadas firmes. Ela abriu a porta devagar e, na escuridão do rol da escada só pode ver o vulto entrando apressado no quarto e a porta batendo estrondosamente. Ela se assustou, mas conteve o grito. Acendeu a lanterna do celular e pensou: bom, deixa pra lá. Melhor ir dormir. Mas, ao apontar a lanterna para o chão, na tentativa de se reencontrar com a escada, ela viu pingos de sangue que seguiam na direção da porta do indiano.
O primeiro instinto foi bater na porta, pensando que ele talvez precisasse de ajuda. Porém, o medo venceu a solidariedade: se ele quisesse ajuda, era só pedir. Vou dormir.
Dormir que nada. Passou a noite virando de um lado para o outro da cama. Será que ele sofrera um acidente?! E se sentiu péssima por não ter oferecido ajuda.
E pensou, talvez para acalmar a consciência pesada, e se ele fosse um assassino e se tivesse acabado de perpetrar um crime bárbaro nos becos de Londres?! Um novo Jack the Ripper?!
Ainda assim a culpa lhe tomou. Talvez ela pudesse tê-lo acossado, feito ele confessar a violência e dizer onde estava a vítima e , talvez, só talvez, ela pudesse chegar a tempo de evitar que a vítima se esvaísse em sangue.
Deixa disso e vai dormir que o dia amanhã tem muito trabalho e começa cedo. Disse pra si. Em algum momento caiu num sono pesado, como se tudo não tivesse passado de um pesadelo. De uma armação ficcional dos seus neurônios inquietos.
Acordou cedo e, pela primeira vez, embora nunca antes o encontrara durante o dia, desejou fortemente que não se esbarrassem. No trabalho, esqueceu o indiano, mas os desaparecimentos/reaparecimentos voltaram a ocupar seu pensamento ao final do dia.
Tomou a firme decisão de encarar os anfitriões ingleses sobre os incidentes. Quem sabe aquela casa antiga guardasse memórias soturnas. É verdade que se, houvesse histórias mal assombradas ali, não teria sido de bom tom alugar o imóvel sem prevenir o inquilino quanto ao passado lúgubre.
Conseguiu chegar cedo em casa, queimou o primeiro compromisso da noite. O objetivo era encontrar os velhinhos e se antecipar a chegada do indiano. A entrada da minha avó era pela porta dos fundos. Cruzava a cozinha e já caia na escada q acessava o sótão. Nestes poucos dias ali, ela jamais havia se encontrado com o casal. Como ela quase não cozinhava em casa e tomava o café da manhã no quarto, aquele cômodo era praticamente apenas um acesso.
Entrou na cozinha e aguardou distraidamente q o casal viesse preparar o jantar ou um chá que fosse. Espero muito e nada. Que incomum. Será que foram jantar fora? Duvido, pensou minha avó.
A inquietação tomou conta dela. Partiu para o ataque. Dirigiu-se para um cômodo que pela disposição normal das casas inglesas deveria ser a biblioteca. Na cabeça dela, ávida leitora de histórias de detetives metidos, ingleses idosos, chá e biblioteca sempre caminhavam juntos. Bateu na porta. Ninguém respondeu. Nada. Notou q a porta, na verdade, não estava vedada. Botou a mão na maçaneta e na mesma hora teve a vontade de virar de costas e sair correndo. E se encontrasse o casal de velhinhos de mãos dadas, mortos, no sofá, como se fossem duas múmias?! E se um deles tivesse enfiado uma tesoura no outro?! E se, pior de tudo, flagrasse o exato instante em que o indiano os eviscerava?!
Mas não pôde. Abriu a porta. Nada além de muita poeira, teias de aranha e poltronas cobertas por lonas, como se ali estivessem por décadas. Ninguém estava lá e, para dizer a verdade, parecia que aquela biblioteca não via gente de carne e osso já fazia muito tempo.
Aquilo não fazia sentido algum. A minha avó contou que naquele momento começou a duvidar da própria lucidez. Os velhinhos fofos. Onde estavam? Busca a imagem mental deles. Curioso. Ela não conseguia lembrar bem deles. Se esforçou e só vinha um esboço de memória. Nada de material para se apegar.
Naquela altura, contou minha vó, ela estava enlouquecida de enxaqueca. Nada fazia sentido, mas tudo q pensou foi: vou para o meu quarto, tomarei um diazepam e dormi.
No outro dia minha avó acordou com a sineta da porta da cozinha sendo tocada, esperou q os velhinhos atendessem, em vão. Desceu e abriu.
Um senhor a olhou, escancarou um sorriso latino e disse: finalmente, conseguimos vender a casa. Agradeço por ter tomado conta do imóvel neste período. Acho que estamos quites. Você não pagou aluguel e não tive q contratar vigilância para evitar depredação da casa. Agora, vc precisa desocupar o sótão em três dias, quando o novo proprietário assume o imóvel.
Ouvindo aquele homenzinho bigodudo de óculos de aro preto e nariz atrevido falar aquilo tudo, ela ficou atordoada. E o casal de velhinhos, seriam expulsos também? E o indiano assassino! Ah, dane-se ele.
Pensou em bater o pé, resmungar, dizer que não lembrava nada daquilo. Que tinha tratado com o casal de velhinhos. Que nem sequer tinha pagado ainda porque os velhinhos aceitaram receber os dois primeiros meses só no fim da estada, mas desistiu.
Quer saber, pensou, vou aproveitar a deixa e largar esta casa velha e seus segredos. Chega de rangidos, sumiço de escova, pingos de sangue.
Ela subiu, arrumou os pertences em duas malas e desceu pela última vez aquela escada. Minha avó confessou q, até perder de vista a silhueta da casa, ainda acreditou que veria o casal de velhinhos acenando alegres, ou a sombra do indiano estripador na janela do quarto do segundo andar. Nada. Sua última lembrança disso tudo foi encoberta pelo fog londrino.
Pois bem, vovó me contou esta história em vários momentos da vida. E em cada qual a história ganhava contornos diferentes e acréscimos ou supressões de informação. Quando criança, admito, cheguei a perder noites de sono assombrada pelo fantasma do indiano, dos velhinhos.
Na versão da adolescência, ouvi a história com a indulgência arrogante de quem faz um favor. Já adulta, adorei juntar todas as histórias em uma só, na minha cabeça. Ao fim, acredito q já escreviámos a quatro mãos.
Alguns décadas antes de falecer, minha avó manifestou sinais agudos de demência. No final , foi o corpo e a alma, mas a lucidez já havia a abandonado.
Quando lembro dos velhinhos, do indiano e, principalmente, do estranho desaparecimento da escova de dente e da mudança de posição das esponjas, me perguntou se já não tinha sido, - para usar o que se diz por aí do jeito reverso- se já não tinha sido uma visita da doença.
Fim
31 de agosto de 3023.
Valentina Pinheiro
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"É... Eu aqui sem razão Fiquei com o mar de emoção Agora, da hora É... O vento me trouxe você As conchas do meu bem querer Beleza, na areia Se eu me despedir do sol É esquema, em Bainema Sé eu puder tocar o céu De estrelas, em Cueira É... Moreré" Gil Sant'Anna #gilsantanna #música #music #ilhadeboipeba #alonetime #boipeba #alone #paz #pazinterior #vida #praia #beach #ocean #se #moreré #bahia #lifestyle #mochilando #backpacker #trip #travel #worldpackers #história #escrevendoavida #instagood #dreadlove #instatravel #instadread #instamusic #remember (em Ilha De Boipeba) https://www.instagram.com/p/BwKt-TNgRY9/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=1b6pznn0xsngs
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Copacabana, Bolívia | 2013.
estava dentro do ônibus a caminho de Copacabana (Bolívia), na companhia do meu pai. o dia estava lindo. dentre as curvas da estrada avistei essa kombi, abri a janela bem rápido e disparei várias vezes, deu certo.
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West Papua - Indonesia.
By: Tommy San
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Da serie #eusoudotrecho , hoje em Alter do Chão, no Pará, um dos caminhos que ja trilhei hoje percorrendo no inicio de uma nova aventura... #mochilando #eusoudotrecho #mylife #osbotelhos #turistando #blessedlife (em Alter Do Chão, Para, Brazil) https://www.instagram.com/p/CiYuJmVLbyG/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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E que venha 2020 !!! Com mais trilhas , montanhas e lugares encantadores e que seja muito mais emocionante que o ano que está passando ... . . . . . #fimdeano #viradadeano #anonovo #ano #trilha #trilhos #tunel #aventura #aventurasemfim #natu #natureza #aventurasemfim #mochila #mochilando https://www.instagram.com/p/B6vkxBLJEhh/?igshid=1a3xksw9uzucn
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