#Harry “The Hipster” Gibson
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Looney Tunes Song References
Decided to track down some of the song references in the Looney Tunes and Merry Melodies shorts.
Book Revue (1946) Stop That Dancing Up There
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Long-Haired Hare (1949) When Yuba Plays The Rumba On The Tuba
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Little Red Rodent Hood (1952) Rag Mop
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Back Alley Oproar (1948)
The song being sung is Angel In Disguise.
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But it's in the style of Spike Jones.
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#Looney Tunes#Merry Melodies#Book Revue#Long-Haired Hare#Little Red Rodent Hood#Back Alley Oproar#Harry “The Hipster” Gibson#Rudy Vallée#Ames Brothers#Marion Mann#Spike Jones#Youtube
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"Who put the Bezedrine in Mrs. Muphy's Ovaltine?"
Label for Chocolate Flavored Ovaltine, certificate of registration dated 12/28/1937.
“Untouched by hand”!
Record Group 241: Records of the Patent and Trademark Office
Series: Case Files for Registered Product Labels
Transcription:
Keep reading
#archivesgov#December 28#1937#1930s#Great Depression#food#chocolate#Ovaltine#food labels#1940s#novelty songs#drug culture#Youtube#harry hipster gibson#who put the benzedrine in mrs muphy's ovaltine
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also regarding dreams, last year i had a dream i was a man very specifically named Harry Gibson. i found this strange and looked it up in the morning and it turns out there's musician named Harry 'the hipster' Gibson from the 40s/50s (coincidentally, the era the dream took place in) and i've been listening to him ever since!
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Virginia “Bubbles Darlene” Lachimia was married to Harry “The Hipster” Gibson from 1965 to 1971.
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Moms Mabley and Harry the Hipster Gibson at Cafe Society.
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Harry "The Hipster" Gibson - Who Put The Benzedrine In Mrs. Murphy's Ovaltine
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Harry The Hipster Gibson Plays Bix - Phantom Dancer 5 May 2020
Harry The Hipster Gibson Plays Bix – Phantom Dancer 5 May 2020
Harry ‘ The Hipster’ Gibson is your feature artist on this week’s Greg Poppleton Phantom Dancer. You’ll hear him play two of Bix Beidebecke’s famous piano compositions, In a Mist and Candlelight on live 1944 radio.
The Phantom Dancer, your non-stop 2 hour mix of swing and jazz from live 1920s-60s radio, is produced and presented by 1920s-30s singer and actor Greg Poppletoncan be heard online from…
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#band remotes#bix beidebecke#bop#community radio#greg poppelton#harry the hipster gibson#jazz#mix#mixtapes#old radio shows#old time radio#otr#radio#swing#sydney
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Who Put the Benzedrine in Mrs Murphys Ovaltine ? by Harry "The Hipster" Gibson, 1944. https://www.instagram.com/p/CUVC9aXIz7y/?utm_medium=tumblr
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Hipster
O que é um Hipster? Nessa questão entramos no território da Língua inglesa tal como é falada nos EUA (lembrar da distinção feita por Barthes entre langue e parole), especialmente as "gírias" faladas pelos músicos negros de jazz na década de 1940. O termo hipster se refere a toda uma "subcultura dos anos 1940", ou seja, uma cultura underground, porque diretamente associada à comunidade negra dos EUA numa época em que ser negro era realmente estar numa posição social marginal, uma época em que era inimaginável um "presidente preto" na Casa Branca. No início dos anos 1940, o termo "hipster" ou "hepcat" referia-se aos aficionados do jazz, em particular do bebop, que se popularizou nessa década. O hipster adotou o estilo de vida do músico de jazz, incluindo alguns ou todos os seguintes modos: as roupas, a gíria, o uso de maconha e outras drogas, uma atitude relaxada, humilde e às vezes sarcástica, pobreza auto-imposta e costumes sexuais liberais ou desinibidos. Essa é a definição primária: o hipster é um indivíduo artístico, boêmio, que adora jazz ou mesmo toca algum instrumento, e adota o estilo de vida dos músicos de jazz.
O hipster padrão era o cara branco que ia até o bairro negro (o Harlem era o paradigma) para ouvir Charlie Parker ou Thelonius Monk. Contudo, originalmente se referia a qualquer um "ligado" no jazz. Nos primeiros dias do jazz, os músicos usavam a variante hep para descrever qualquer pessoa "por dentro" do mundo que girava em torno do jazz. Eles e seus fãs eram conhecidos como hepcats. Em 1938, a palavra hepster foi usada pelo músico Cab Calloway no título de seu dicionário, Cab Calloway's Catologue: A "Hepster's" Dictionary , que define hepat cat como "um cara que sabe todas as respostas, entende jive ". O que é jive? Jive talk ou Harlem jive era o jargão do jazz, a gíria do jazz, o "vernáculo do mundo do jazz" ou "linguagem hip", um dialeto inglês afro-americano desenvolvido no Harlem, onde "jive" ( jazz ) foi tocado e amplamente adotado na comunidade afro-americana, com seu pico na década de 1940. O jornalista e ensaísta H. L. Mencken definiu jive como "um amálgama de gírias negras do Harlem e as gírias de viciados em drogas e criminosos mesquinhos, com acréscimos ocasionais das colunas de fofoca da Broadway e do campus do colégio (high school campus)". Esse foi o contexto lingüístico de onde surgiu o vocábulo hipster. Como vemos, um contexto marginal ou fora de qualquer padrão acadêmico...
No transcurso da década de 1940, o termo hip ganhou popularidade entre os músicos de jazz, para substituir o hepcat. Em 1944, o pianista Harry Gibson modificou hepcat para hipster em seu breve glossário "For Characters Who Don't Dig Jive Talk", publicado em 1944 com o álbum Boogie Woogie In Blue , apresentando o sucesso autointitulado "Handsome Harry the Hipster". Os hipsters ou descolados foram definidos como "personagens que gostam de jazz quente." Em 1947, Gibson procurou esclarecer a mudança no disco "It Ain't Hep", que descreve musicalmente a diferença entre os dois termos. A questão Hip vs. Hep é hoje datada e só interessa aos historiadores da cultura. O mais importante, sociologicamente, é compreender a extensão do "modo de vida hipster" na sociedade afluente norte-americana.
Nos anos 50, os hipsters eram geralmente jovens brancos de classe média que buscavam imitar o estilo de vida dos músicos de jazz negros que admiravam. Foram esses jovens que Kerouac, ele mesmo um aficcionado do jazz, idealizou como a Beat Generation (sendo que o próprio termo Beat também fazia parte do vernáculo ou jargão jazz). Em The Jazz Scene (1959), o historiador Eric Hobsbawm descreveu a linguagem hipster, ou seja, "jive-talk ou hipster-talk", a "conversa hipster" como "um jargão ou cant projetado para definir o grupo separado dos estranhos". Um cant é o jargão ou linguagem de um grupo, muitas vezes empregado para excluir ou enganar pessoas de fora do grupo (um tipo de linguagem secreta com elementos de hipocrisia). Nessa época, "hipster" já era um termo na moda, usado para designar um grupo social específico. Este grupo inclui artistas, escritores e músicos de jazz, além de seus fãs ou epígonos, formando um típico "círculo boêmio". Nesse grupo já figuram os "poetas beats", certos artistas que popularizaram o "estilo de vida hipster" e os músicos de jazz brancos, como Benny Goodman, Al Cohn, Gerry Mulligan, Stan Getz, Mezz Mezzrow, Barney Kessel, Doc Pomus, Bing Crosby, Frank Sinatra, Dean Martin, Jerry Lewis, Joey Bishop, Chet Baker, Gene Krupa, Jack Kerouac & Cia., que deveriam ser considerados alguns dos verdadeiros hipsters originais, ao lado dos negros. Os hipsters foram fundamentais para transformar o "mundo branco" ou WASP e sua cultura nas décadas de 1940 e 1950. O clarinetista Artie Shaw descreveu o cantor Bing Crosby como "o primeiro branco descolado (hip white person) nascido nos Estados Unidos".
Os descolados ou hipsters estavam mais interessados no bebop e no jazz "quente" do que no blues ou folk-music. Os jovens brancos começaram a frequentar as comunidades afro-americanas (os "bairros de preto") por causa de sua música e dança, mas também por um desejo de fugir das regras e normas convencionais. Esses primeiros jovens divergiram do mainstream devido às suas novas filosofias de vida, uma espécie de "existencialismo americano" que valorizava a diversidade racial, uma natureza sexual exploratória (o modo de vida hipster foi o início da "revolução sexual") e o hábito de usar drogas. A droga de escolha era a maconha, e muitos termos de gíria hipster eram dedicados à substância. Esse estilo de vida se expandiu rapidamente no final dos anos 50, com uma florescente cena literária desenvolvida pelos beats (o vocábulo beat é outro termo de origem afro-americana). Em 1958, Jack Kerouac descreveu a geração beat como loucos hipsters iluminados "vagando pela América, vagabundeando e pegando carona em todos os lugares". Perto do início de seu poema Howl, publicado em 1956, Allen Ginsberg mencionou "hipsters com cabeça de anjo queimando pela antiga conexão celestial com o dínamo estrelado na maquinaria da noite". Em seu ensaio de 1957 The White Negro, Norman Mailer caracterizou os hipsters como existencialistas americanos, vivendo uma vida cercada pela morte - seja aniquilada pela possível guerra atômica ou estrangulada pela conformidade social - e optando por "divorciar-se da sociedade", para existir sem raízes ou partir naquela jornada desconhecida para satisfazer os "imperativos rebeldes do eu".
Jack Kerouac e Norman Mailer foram provavelmente os dois autores que mais contribuíram para criar uma mitologia do hipster. O ensaio de Norman Mailer de 1957, intitulado "The White Negro", tornou-se para muitos o exemplo paradigmático da ideologia hipster. Mailer descreve os hipsters como indivíduos "com origem de classe média", que tentam "diminuir sua brancura" e adotar o que acreditam ser "o estilo de vida despreocupado, espontâneo e descolado dos hipsters negros": sua maneira de falar e linguagem, seu uso de drogas, sua apreciação do jazz e do blues, e sua forma supostamente mais livre de procurar o bom orgasmo (há no texto de Mailer uma forte influência da psicanálise de Wilhelm Reich). Em um aceno para a discussão de Mailer sobre hipsterismo, outros autores trataram do fenômeno durante todo o período da "contracultura dos anos 60".
Jack Kerouac, que se tornou um símbolo da contracultura, uma espécie de avô dos hippies, em um pequeno artigo publicado como "Aftermath: The Philosophy of the Beat Generation" na revista Esquire, em março de 1958, afirma que a "Geração Beat" foi uma visão que ele e John Clellon Holmes tiveram, no final dos anos 40, sobre "uma geração de hipsters loucos e iluminados aparecendo de repente e vagando pela América, sérios, vagabundos e pedindo carona em todos os lugares, esfarrapados, beatíficos, belos de uma nova maneira graciosa e feia". Era uma visão que parecia confirmar a profecia de Arthur Rimbaud, o poeta simbolista francês, a respeito de uma "revolução de costumes".
De fato, Rimbaud, esse genial poeta que abandonou tudo e foi viver na África, no meio dos pretos, pode ser considerado o primeiro Hipster da cultura ocidental.
No clássico Uma Temporada no Inferno, lemos o seguinte: "Sonhava cruzadas, viagens de descobertas das quais não existem notícias, repúblicas sem história, guerras de religião sufocadas, revolução de costumes, deslocamento de raças e continentes: eu acreditava em tudo quanto era encantamento" - Rimbaud. Foi esse o imaginário que influenciou toda a literatura ocidental posterior, todos os movimentos de vanguarda derivados do simbolismo e mesmo todo o "espírito" da contracultura. A figura de Rimbaud é absolutamente central e paradigmática para se entender como o mundo moderno "liberal" se transformou na pós-modernidade. O mito Rimbaud, explorado por sucessivas gerações, deu ao Ocidente uma fórmula de evasão e de "alquimia do verbo" que funde o "desregramento dos sentidos" ao sentimento do sagrado. Foi o próprio poeta francês que tornou isso possível ou que sugeriu essa possibilidade: "Acabei considerando sagrada a desordem de meu espírito" - Rimbaud.
Na obra poética de Rimbaud encontramos já plenamente desenvolvida uma característica típica do hipster: a sensação de estar "fora do mundo", de viver à margem das coisas ou na periferia do sistema social. "A verdadeira vida está ausente. Não estamos no mundo" - Rimbaud. Essa afirmação se repete outras vezes: "Ah! o relógio da vida parou neste instante. Já não estou no mundo" - Rimbaud. Essa impressão é acompanhada por certa melancolia ou exaustão... "Minha vida foi somente doces loucuras, é lamentável. (...). Decididamente, estamos fora do mundo. (...) Estou exausto!" - Rimbaud. Exausto! Derrubado! Vencido! Era exatamente assim que os negros se sentiam quando usavam o termo "beat", colhido por Kerouac. E Rimbaud chegou mesmo a escrever: "Sou um animal, um negro".
L' Eternité c'est la mer mêlée au soleil. A poesia de Rimbaud é tão rica visualmente que parece antecipar as explorações cognitivas com drogas psicodélicas. Em sua origem, esse tipo de experiência estava associado a uma busca legítima de conhecimento, como podemos ver no ensaio de Aldous Huxley, As Portas da Percepção. O título da obra alude a essa passagem: "Se as portas da percepção fossem purificadas, todas as coisas surgiriam diante do homem como verdadeiramente são, infinitas" - William Blake (um autor muito influente na contracultura americana). Toda a espiritualidade da contracultura foi uma tentativa de captar esse Infinito. Vivemos simultaneamente em dois mundos: um é material - ar, fogo, água e terra - e limitado por leis do espaço/tempo; o outro, o universo espiritual, é infinito. Que o infinito possa ser "tocado" por meio de drogas é algo já sugerido pelo "pai do simbolismo", Charles Baudelaire, na obra Paraísos Artificiais, de imensa influência no contexto da contracultura. Talvez o próprio termo "alucinógenos" tenha sido popularizado pela influência dos autores simbolistas. "As alucinações são inumeráveis" - Rimbaud.
Os poetas loucos, os poetas rebeldes, são a origem das rebeliões juvenis em massa que transformaram o Ocidente. A tal "revolução de costumes" é hoje um fato consumado. E nessa revolução é notável destacar que o lugar do negro, do homossexual e da mulher na sociedade foi alterado. O homem branco, diante dessa revolução, pode sentir tanto simpatia como antipatia (e talvez a principal diferença entre liberais e conservadores seja uma diferença de afetos). De acordo com o estoicismo grego, tais são as influências que os seres humanos exercem entre si: atrativa, que provoca simpatia; repulsiva, que provoca antipatia; e neutra, que resulta na indiferença.
Em meio a esse pathos ambivalente, o macho branco que curte jazz e marihuana e cerveja artesanal e comida vegetariana e poesia francesa, pode ver a si mesmo numa linhagem de estranhos cavaleiros... Os "Delicados cavaleiros da tempestade" (Hart Crane). Um verso que serviu para Jim Morrison, um dos artistas mais conscientes da evolução poética que ia dos simbolistas aos beats, compor uma de suas canções mais conhecidas... estou falando, é óbvio, de Riders on the Storm...
Jim Morrison foi um assíduo leitor de Rimbaud, Kerouac e Blake, ele largou o curso de cinema na UCLA (foi colega de classe de Coppola) e tornou-se o vocalista do The Doors. O nome da banda The Doors, aliás, veio de um verso de William Blake: "There are things that are known and things that are unknown; in between are doors". A crítica na época não viu o The Doors simplesmente como mais uma banda de rock. "A música do The Doors é uma música de revolta. Ela fala da loucura que existe em todos nós. É mais surreal que psicodélica..." (Gene Youngblood, Los Angeles Free Press, 1967). As canções compostas por Morrison tinham relação com elementos profundos do psiquismo... Não era simplesmente "diversão".
Blake, Rimbaud, Kerouac e Morrison foram profundamente ligados a temas místicos ou sagrados, em geral confrontados com o "problema do mal" ou vistos sob um pano de fundo de desolação e loucura. A revolta, a loucura e a violência são a marca do século XX. Há sangue nas ruas de Chicago. Sangue nas ruas de Paris. Sangue nas ruas da cidade de San Paolo del Brasile. There's danger on the edge of town... (The Doors). É nesse cenário violento que aparece o hipster, no ocaso do sol... O hipster ou beatnick dos anos 50 está em busca de sentido, não só gozo e aventuras. O vagabundo errante é o mesmo beatnik que segue viagem até o retorno ao estado primitivo de filho do Sol. "Por sete anos vivi no lasso palacete do exílio... Amanhã entramos em minha cidade natal" - Jim Morrison. Sete anos é apenas um símbolo. Toda essa vida é um exílio, e a nossa "cidade natal" fica no Além. Essa foi a "mística beat" que tantos jovens seguiram...
Mas agora me parece necessário fazer uma digressão. Kerouac tínha ouvido a palavra 'beat' ser falada nas esquinas da Times Square e no Village, e em outras cidades na América do pós-guerra. Beat é um estado de espírito, significando "para baixo" (derrubado) e "para fora" (marginal), mas cheio de convicção ou fé intensa. Em seu contexto original, o termo beat nunca significava delinquentes juvenis, "significava personagens de uma espiritualidade especial que não se uniam, mas eram Bartlebies solitários olhando pela janela morta de nossa civilização" - os heróis subterrâneos que finalmente abandonaram a falsa liberdade do Ocidente e estavam tomando drogas, ouvindo bebop, tendo lampejos de percepção, experimentando a "perturbação dos sentidos", falando estranho, sendo pobre e feliz, profetizando um novo estilo para a cultura americana, um novo estilo de vida, um novo encantamento... (assim pensava Kerouac). "Mas quanto à existência real de uma geração Beat, provavelmente era apenas uma ideia em nossas mentes". Kerouac se recorda de ficar acordado 24 horas, na companhia de amigos, bebendo xícara após xícara de café preto, tocando disco após disco de Wardell Gray, Lester Young, Dexter Gordon, Willie Jackson, Lennie Tristano etc., e "falando loucamente sobre aquele novo sentimento sagrado lá fora nas ruas". Kerouac imaginava "histórias sobre algum estranho e beatífico negro hepcat santo com cavanhaque pegando carona em Iowa com uma trompa nas costas e trazendo a mensagem secreta de fluir para outras costas, outras cidades, como um verdadeiro Walter, o Sem dinheiro, liderando uma invisível Primeira Cruzada...". Para Kerouac, a Geração Beat tinha como herói o homem negro pobre de espírito livre e coração musical. "Nós tivemos nossos heróis místicos e escrevemos, ou melhor, cantamos romances sobre eles, erguemos longos poemas celebrando os novos 'anjos' do underground americano". Na realidade, porém, havia apenas um punhado de hepcats reais que vagavam pela América, e o que havia desapareceu rapidamente durante a Guerra da Coréia, diz Kerouac, quando (e depois que) "um novo tipo de eficiência sinistra apareceu na América", e talvez isso tenha sido o resultado da universalização da televisão e nada mais... Muitos personagens da cena hip depois de 1950 desapareceram em prisões e manicômios, ou foram humilhados em conformidade silenciosa, e assim "a própria geração teve vida curta e foi pequena em número" (Kerouac).
Kerouac parece oscilar entre duas concepções ou imagens da Geração Beat, uma real (ligada ao mundo do jazz dos anos 40) e outra ideal (aquilo que a sua própria geração deveria ter sido). O significado da palavra beat, segundo John Clellon Holmes, envolve "uma espécie de nudez de espírito", e o "sentimento de estar reduzido à primitividade da consciência". Essa primitividade não quer dizer idealizar a natureza, o que poderia ser ironizado: "E a primavera trouxe-me o horrível gargalhar do idiota" - Rimbaud. O "primitivo" do beatnik ou do hipster não é o "primitivo" do romantismo. É algo muito mais selvagem e perigoso, pois envolve uma descida aos aspectos sombrios da existência, tal como se pode ver em Baudelaire ou Céline, e mesmo Dante.
A busca do sentido da vida é uma questão espiritual, e esse é o tema de fundo de toda a "mística beat" ou de toda espiritualidade que possa haver no existencialismo americano ou modo de vida hipster. "(...) o problema da vida moderna é essencialmente um problema espiritual" - John Clellon Holmes. O que está em questão é conhecer a Verdade. On the Road, de Jack Kerouac, 'Um Bárbaro na Ásia', de Henri Michaux, 'O Coração das Trevas', de Joseph Conrad, 'Marcas Marinhas', de Saint-John Perse, representam uma espécie de "épico moderno" da exploração interior. São viagens de psiconautas pelos abismos da alma...
O problema é que conhecer a verdade pode ser impossível para quem vive em um estado de alienação. "Nossos corações encontram-se poluídos demais para conhecer aquilo que chamamos verdade" (Wallace Fowlie). Mas os poetas, os maiores poetas, conseguem furar essa barreira e ver o maravilhoso, testemunhar o real. Walt Whitman acreditava, no dizer de Gay Wilson Allen, "que Deus encarnou a Si mesmo em Sua criação, e que, para compreender Deus, o homem deve simplesmente comungar com a Natureza visível". O panteísmo de um poeta, de um grande poeta, porém, não reduz o sagrado ao dado material. Um poeta, um verdadeiro poeta, está sempre ao lado de Dante e Homero, e não pode ter uma visão materialista das coisas. Natureza é matéria (terra, água, fogo, ar), vida (vegetal, animal, fungi, monera, protista) e Noosfera (as leis naturais, a ordem cósmica, e a esfera da consciência ou espírito - Nous). O mundo da vida é mundo da consciência, isto é, do Espírito.
Poetas não fazem profissão de ceticismo. Um poeta não pode negar o Espírito sem matar o coração do lirismo. Crisipo, o estóico, afirmava que "não há movimento sem causa" e que "toda proposição é verdadeira ou falsa". Nenhum ceticismo é capaz de refutar o princípio de causalidade ou o princípio lógico do "terceiro excluído". Um poeta sente a mesma convicção a respeito das "verdades do coração". Poetas acreditam na verdade, acreditam que é possível acessar o real, o real profundo do Espírito, contudo não se ocupam em descrever o real com "linguagem ordinária" e fazem da linguagem um uso não-convencional.
Não existe vida experimental sem linguagem experimental. Um poeta explora a linguagem para representar o Mundus Imaginabilis. É a consciência do possível que nos faz sair do fatalismo. Nem tudo o que se realizou no passado era necessário. E nada do que será feito tem uma consistência imutável. A civilização é um castelo de areia ou um "jogo de linguagem". O estilo de vida hipster é puro "jogo de linguagem".
Uma enorme pedra caiu do céu. Uma pedra negra de Baal. Um clarão de meteoros rasgou o véu. Estrelas transcendentais despertaram na noite. A consciência gira em êxtase. A roda de Duchamp gira. A terra gira. A menina negra brincando no pátio gira. E o tempo é mais doce que uma sinfonia...
Fazer poesia é inventar a si mesmo. É a auto-afirmação da personalidade. Indivíduo humano, pessoa, sujeito: corpo, mente, espírito. Tudo interligado. O corpo com a Matéria, a mente com a Cultura, o espírito com o Universo ou a Verdade do Ser.
Ser indivíduo é ser parte do Universo. Marco Túlio Cícero, em um tratado sobre o destino, escreve "Duo indiuidua" querendo dizer "dois átomos". A questão é que Átomo significa propriamente "indivisível", e Cícero traduz literalmente por indiuiduum (indivíduo) essa palavra grega. O hipster é um indivíduo, um "átomo" do Todo. E se o Universo é sagrado, o hipster é sagrado. Tudo o que vive é sagrado, dizia Wlliam Blake. Esse é o significado da Nota de rodapé para Uivo, a ultima parte do famoso poema de Allen Ginsberg.
O poeta, esse ser individual, está enamorado do Caos. O Caos primordial transcende o Tempo. O Caos é a Origem. A Origem é o Destino. O importante é aceitar o Destino.
A fuga que o poeta louco empreende do mundo convencional do mercado, indo na direção do mundo interior, é uma busca pela pureza original da Idade de Ouro... Cair no centro azul de uma visão solar e perder todas as antigas referências inúteis é o princípio da poesia. Recomeçar a partir da verdadeira Origem, o fim.
A finalidade da vida sempre tem relação com o descobrimento do indizível. "A Essência da Existência é o estado de Buda" - Jack Kerouac (Mexico City Blues). Mas, para descobrir a verdade interior, pode ser preciso ocultar a verdade exterior. I must find a place to hide... (The Doors). Esse mundo de juros e ganância não é uma comunidade de "vagabundos do dharma". O fantasma da guerra nunca tira férias... No one here gets out alive and it's all over for the unknown soldier. O que fazer antes do derradeiro fim? Music is your only friend until the end (The Doors). Assim é no Ocidente... quando tudo termina... ah Ocidente... "Os pântanos ocidentais!" (Rimbaud).
"Interesso-me por tudo que diz respeito à revolta, à desordem e ao caos" - Jim Morrison, o "xamã elétrico". Sentimentos são reais. "A vida é um Domingo" - Vassili Kamiênski. Ensolarado é o meu sonho. "O mundo do espírito é o mundo verdadeiro - os raios do espírito, os raios reais" (Jack Kerouac). Ainda resta o Livro das Mil e Uma Noites para a nossa consolação...
La Liberté revit (Rimbaud). Estamos salvos! Nunca mais serei ateu! "Horror de minha idiotice" - Rimbaud. Estamos salvos! Mas o capitalismo é o inferno... "Acredito-me no inferno, logo estou nele. (...) O inferno nada pode contra os pagãos" - Rimbaud. Estamos salvos! Estamos loucos! Estamos drogados! "Bebi um grande gole de veneno" - Rimbaud.
A práxis poética de Rimbaud está associada ao tópos da evasão, da vagabundagem e da aventura. Rimbaud criou a ponte entre o sobrenatural e o surreal. O hipster, o fascista, o clown, o asceta, o anarquista, o aristocrata serão as faces do Novo Século Dadaísta.
A Uniao Europeia, a França especialmente, está fadada ao espetáculo de ver seus filhos fugindo para o Oriente ou para alguma floresta tropical. "Agora estou amaldiçoado, horroriza-me a pátria. O melhor é um sono, completamente bêbado, na praia" - Rimbaud. Nas florestas e desertos inóspitos a juventude européia irá encontrar aquela velha sabedoria dos almanaques escritos em javanês: "Tenho vivido mais ocioso que um sapo" (Jarbas, o bárbaro). Então, todo o esforço para realizar a Grande Obra será abandonado... "Detesto todas as profissões" - Rimbaud. Esse é o futuro da cultura ocidental?
Napoleão IV será muçulmano, pró-Eurásia e nacional-socialista.
Nossa era é uma era de revoltas e loucuras. "Pois o Imperador está bêbado de seus vinte anos de orgia!" (Rimbaud).
Rimbaud e Jim Morrison deram voz à postura de rejeição e desprezo da juventude contra a sociedade capitalista moderna, ou sociedade de massa, sociedade de consumo, sociedade do espetáculo etc. Contudo, essa atitude cínica não significa "resolver" os problemas sociais... "A contracultura foi uma forma de radicalismo que rejeitava os valores da classe média americana, abraçando um novo hedonismo que incluía sexo, drogas e rock and roll" (Wallace Fowlie). Esse novo hedonismo hoje já não tem nada de novo e é parte integrante da sociedade de consumo.
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Harry "The Hipster" Gibson. "Boogie In Blue" (documentary)
In 1991, Harry's daughter Arlena (Lena) and Lena's daughter Flavyn, made a short documentary of his life. Flavyn was going to film school at the time and chose a very worthy subject. Interviews, music videos, interviews with his friends and family. This is a Harry videography, the definitive biography for all fans of the Hipster. Harry Gibson was the original hippie. The original hipster. He lived from 1915 to 1991 and died shortly after this video was made.
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Who Put the Benzedrine in Mrs Murphy’s Ovaltine? - Harry "The Hipster" Gibson (1944)
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Harry Hipster Gibson - Who Put The Benzedrine In Mrs. Murphys Ovaltine (...
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Harry “the Hipster” Gibson performing an at he often performed in jazz clubs, 1947
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Harry 'The Hipster' Gibson - 12 Feb 2019 Phantom Dancer
Harry ‘The Hipster’ Gibson – 12 Feb 2019 Phantom Dancer
SWING HARP
Harry ‘The Hipster’ Gibson is this week’s Phantom Dancer feature artist with Greg Poppleton. The stride and boogie pianist claimed to have invented the word ‘hipster’. His stellar career nosedived in 1946 after he released the drug song ‘Who Put The Benzedrine in Mrs Murphy’s Ovaltine?’. That same song brought him out of obscurity when ‘discovered’ by Dr Demento in 1985 after which he…
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