Tumgik
#Greta Ruga
comimuelud · 2 years
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As linhas do meu coração têm perfume.
De Andreia Donadon Leal.
Dia chuvoso, frio; ora na estiagem, ora nublado. Esfria, esquenta. Difícil não ver ternura na divergência do tempo, no compartilhamento da inutilidade aparente dos móveis. Há ternura no desabafo textual alinhavado por letras, palavras e orações na carta envelhecida do adolescente. Perco-me na fala poética do autista. Volto o vídeo, repetidas vezes. “Sou péssimo de coordenação motora, mas muito inteligente”. Oro por ele e por nós de noite a noite, às vezes, perdida no condicionamento repetitivo da prece: senhor, tende piedade de nós; nos livre deste buraco negro! Inspiro um pouco de mofo, tédio e desordem de ideias. A inutilidade dos jogos de tintas nas telas me comove profundamente. Sem tecnicismo, a arte se faz livre no descumprimento do figurino. Vozes ao longe, gritadas, incompreensíveis, lembram-me a musicalidade simbolista das ‘vozes veladas, veludosas vozes’. Transpiro com frequência. Envelheci hoje, porque ontem não tive tempo de notar as primeiras rugas. Não me restringi ao rosto nem à pele. Eu deveria ter outras coleções de brinquedos quebrados; ter cumprido dietas ao avesso, sabotado planos milimetricamente engendrados...
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O vento é fluxo sem destino, vagando entre gretas da casa. A musicalidade do silêncio tem sinais sonoros em emoções. Faço sessões de terapia dialogando com pássaros e osgas. A música ao longe me toma a atenção. Perco-me nos acordes afinados e desafinados. Sempre me encantei com a amizade fraterna das cadeiras com as toalhas de banho. Abajur sem luz toma brilho do porta-retratos vazio e sujo. Conferencio com o silêncio que me corta. Sou ponto minúsculo navegando distâncias invisíveis. Conspiro com janelas e portas, nosso confinamento diário. As cortinas compreendem o juramento de ‘até que a doença nos afaste do êxtase da convivência’. Dói-me a consciência lembrar da cadeira de balanço quebrada! De ter feito absolutamente nada para devolver-lhe o status quo. Minhas meias foram colocadas na fronha do travesseiro, para aquecer meus sonhos noturnos. Sonhar acordada advém da arte de: liberta-se do automatismo insano. Desabafos e segredos sempre foram guardados por trincos, chaves e portas. Eles nunca me delataram! Aparto dores com emplastros de folhas de chá de poesia. As aflições do ser humano são minhas aflições compartilhadas. Nunca neguei que me alimento de doses de brisa e irracionalidade para fazer poesia. Que razão há nos meus versos? Que razão maior há em não ter motivo para existir? Que razão mais armada e amada há de ser absolutamente ternura na inutilidade aparente dos móveis cobertos de poeira, na carta velha do adolescente apaixonado, de sentir cheiro do sol, da nuvem; de colocar meias na fronha do travesseiro para aquecer os sonhos? As linhas do meu coração têm perfume.
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gralhando · 9 months
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Cruciverbalismo da carne fiel
Quero ser fiel à tua velhice como guardiã dos teus odores encrudescidos e guardiã dos teus movimentos interminados. A teia do tempo cobrindo tuas pupilas e eu quero aparar os fios que sobram das extremidades completar em silêncio úmido e macio as palavras que se perderem nas gretas da tua língua. Quero velar o ruído da tua respiração um solitário barco a remo que atravessa o escuro oceano da noite variando entre sustos e abismos seu ritmo quebradiço. Quero amar tuas rugas quando a cânfora e o óleo escorrerem nas ligaduras. Beijar cada um dos teus ossos através do papel redobrado reescrito pelos cravos destes anos. Coroar tua fronte com meus seios porque a cada dia que escoa do tempo as runas da tua alma brilham acrescidas de mais uma cruz.
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black-is-no-colour · 6 years
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Maison Margiela Artisanal by John Galliano, Spring 2018 show; Look 30, Greta Ruga. Photographed by Giovanni Giannoni.
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therunwayarchive · 6 years
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Greta Ruga at Ralph & Russo, Spring 2018 Haute Couture
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RUGA Greta
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mallouca · 2 years
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Penso com frequência nessa imagem que sou a única ainda a ver e que nunca mencionei a ninguém. Ela continua lá, no mesmo silêncio, fascinante. Entre todas as imagens de mim mesma, é a que me agrada, nela me reconheço, com ela me encanto.
Muito cedo foi tarde demais em minha vida. Aos dezoito anos já era tarde demais. Entre os dezoito e os vinte e cinco anos, meu rosto tomou um rumo imprevisto. Aos dezoito envelheci. Não sei se isso acontece com todo mundo, nunca perguntei. Acho que me falaram dessa arremetida do tempo que às vezes nos atinge quando atravessamos as idades mais jovens, as mais celebradas da vida. Esse envelhecimento foi brutal. Eu o vi ganhar meus traços, um a um, mudar a relação que existia entre eles, aumentar os olhos, entristecer o olhar, marcar mais a boca, imprimir profundas gretas na testa. Ao invés de me assustar, acompanhei a evolução desse envelhecimento do meu rosto com o interesse que teria, por exemplo, pelo desenrolar de uma leitura. Sabia também que não me enganava, um dia ele diminuiria o ritmo e retomaria seu curso normal. As pessoas que me haviam conhecido, aos dezessete anos, quando estive na França, ficaram impressionadas ao me rever dois anos depois, aos dezenove. Eu conservei aquele novo rosto. Foi o meu rosto. Claro, ele continuou a envelhecer, mas relativamente menos do que deveria. Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, a pele sulcada. Ele não decaiu como certos rostos de traços finos; manteve os mesmos contornos, mas sua matéria se destruiu. Tenho um rosto destruído.
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soshandling · 4 years
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A REVOLUÇÃO NÃO VAI PASSAR NA TELEVISÃO
https://www.youtube.com/watch?v=qGaoXAwl9kw
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A REVOLUÇÃO NÃO VAI PASSAR NA TELEVISÃO
Tu não vais poder ficar em casa
Não vais poder ligar, desligar e desligar-te
Não vais poder perder-te em substâncias
Nem beber uma cerveja durante o intervalo
Porque a revolução não vai passar na televisão
A REVOLUÇÃO NÃO VAI PASSAR NA TELEVISÃO
A revolução não vai ser transmitida na Netflix
Em quatro episódios sem anúncios pelo meio
A revolução não vai mostrar imagens do presidente
A dar abraços a velhos mais novos do que ele
Nem a Graça Freitas numa conferência de imprensa
A lavar dali as mãos em linguagem gestual
A REVOLUÇÃO NÃO VAI PASSAR NA TELEVISÃO
A revolução não te vai ser apresentada na gala dos Globos de Ouro
Nem aparecer no programa da Cristina ou da Ana Leal
A revolução não te vai tornar mais atraente
A revolução não te vai tirar as rugas da cara
A Revolução não te vai fazer perder peso
PORQUE A REVOLUÇÃO NÃO VAI PASSAR NA TELEVISÃO
Não terás fotografias tuas com a Greta Thunberg
A chegar num barco à vela ao Cais do Sodré
Ou a comer da lata de salsichas ao lado da Isabel Jonet
O Marques Mendes não te vai anunciar
O fim da segurança social ao domingo à noite
A REVOLUÇÃO NÃO VAI PASSAR NA TELEVISÃO
Não haverá corpos sensuais em manifestações
A abraçar polícias de choque em slow-motion
Não haverá corpos sensuais em manifestações
A abraçar polícias de choque em slow-motion
Não haverá imagens do Pacheco a pregar ao lobo e ao coelho
A Catarina e o Jerónimo não vão juntar os seguidores no twitter
E ganhar a maioria absoluta
Ninguém vai querer casar com um agricultor
Nem saber o segredo das celebridades
Ou se o Martim fica com a Martinha no final da novela
Porque vamos todos estar nas ruas com os olhos bem abertos
A REVOLUÇÃO NÃO VAI PASSAR NA TELEVISÃO
Não haverá destaques no noticiário das oito
De mulheres famosas a gritar: - eu também
Enquanto as pobres morreram sem ninguém
A música de fundo não vai ser escrita pelo Pacman,
A Capicua, ou o Boss AC,
Não vai ser cantada pelo Osíris, pelo Zambujo ou pelo pica do sete
A REVOLUÇÃO NÃO VAI PASSAR NA TELEVISÃO
A revolução não vai voltar dentro de momentos
Depois do vídeo da catástrofe, do tiroteio ou dos gatinhos
Nem com a entrada da pomba da paz pela janela,
De um leão no peito, ou de um frio na tua espinha
A revolução não vai escorregar como um bom vinho
Nem vai ajudar-te a combater o mau hálito ou o catarro
A revolução VAI colocar-te aos comandos do teu destino
A REVOLUÇÃO NÃO VAI PASSAR NA TELEVISÃO, NÃO VAI PASSAR NA TELEVISÃO A REVOLUÇÃO NÃO VAI DAR EM DIFERIDO, COMPANHEIROS A REVOLUÇÃO VAI SER AO VIVO!
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italianaradio · 5 years
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ARTI MARZIALI E KICKBOXING Tutti i vincitori del campionato Mediterraneo dell’Acsi
Nuovo post su italianaradio https://www.italianaradio.it/index.php/arti-marziali-e-kickboxing-tutti-i-vincitori-del-campionato-mediterraneo-dellacsi/
ARTI MARZIALI E KICKBOXING Tutti i vincitori del campionato Mediterraneo dell’Acsi
ARTI MARZIALI E KICKBOXING Tutti i vincitori del campionato Mediterraneo dell’Acsi
ARTI MARZIALI E KICKBOXING Tutti i vincitori del campionato Mediterraneo dell’Acsi Lente Locale
R. & P.
Ha avuto luogo domenica, presso il palasport di Polistena, l’undicesima edizione del Campionato Mediterraneo di Arti Marziali e Kickboxing organizzato dal Comitato reggino dell’ACSI, EPS riconosciuto dal Comitato Olimpico Nazionale, presieduto, a livello nazionale, dal dottore Antonino Viti, in collaborazione con l’Amministrazione Comunale di Polistena, guidata dal Sindaco, Michele Tripodi e dal Comitato Italiano Paralimpico, presieduto, in Calabria, dal dr. Scagliola. Una manifestazione di gran successo, che ha registrato la partecipazione di tanti bravi atleti provenienti da diversi centri della Calabria. A coordinare l’evento il noto Maestro Giuseppe Cavallo, direttore tecnico dell’Accademia di Siderno, Caulonia e Polistena, specialista di alto livello internazionale nel campo delle arti marziali, difesa personale e kickboxing, oltre che insegnante di molti campioni nazionali e mondiali e di membri della nazionale italiana. Accanto al dottore Cavallo,  la presidente Teresa Peronace, la segretaria generale Mariangela Mileto, il dirigente sportivo Franco Garelli e qualificati presidenti di giuria e ufficiali di gara, tra i quali: il maestro Nicola Geranio, il maestro Arturo Messina, l’istruttore Silvano Mario Tavernese, l’allenatore Mery Minniti, l’avvocato Giovanni Audino, il maresciallo Antonio Riggio. L’efficiente servizio sanitario è stato diretto dal medico Bartolo, con l’ausilio di un team della Croce Rossa Italiana del comitato di Taurianova. Al termine della stupenda kermesse, che ha visto competere gli atleti nelle discipline della kickboxing, dei kata, del combattimento con armi di spugna e della lotta a terra, si sono classificati, al primo posto, nelle varie categorie: Francesco Morabito (Accademia Maestro Cavallo), Salvatore Iannizzi (Acc. Cavallo), Antonio Cannatà (Accademia Maestro Cavallo), Gabriele Pronestì (Accademia Maestro Cavallo), Maria Ilaria Serranò (Accademia Maestro Cavallo), Giuseppe Garruzzo (Kickboxing Rosarno maestro Messina), Michelangelo Mazzitelli (KB Rosarno), Rocco Mazzone (Accademia Maestro Cavallo), Pietro Tropeano (Accademia Maestro Cavallo), Vittorio Saraco del 2008 (Accademia Maestro Cavallo), Tommaso Platì (Accademia Maestro Cavallo), Domenico Carnuccio (Accademia Maestro Cavallo), Chiara Ienco (Accademia Maestro Cavallo), Francesco Zappavigna (Accademia Maestro Cavallo), Rocco D’Agostino (KB Rosarno), Jacopo Platì (Accademia Maestro Cavallo), Ababei Darius (palestra Rosarno maestro Messina), Giuseppe Sorbara (Accademia Maestro Cavallo), Giovanni Verzì e Umberto Bellocco (KB Rosarno), Caterina Bartolo (Accademia Maestro Cavallo), Maria Pia Candido (Accademia Maestro Cavallo), Cristian Treccosti (Accademia Maestro Cavallo), Alessandro Corti (Accademia Maestro Cavallo), Marco Lombardo (Accademia Maestro Cavallo), Mattia Congiusta (Accademia Maestro Cavallo), Letizia Fazzolari (Accademia Maestro Cavallo).
La medaglia d’argento è, invece, andata a: Manuel Tropeano, Rebecca Mammoliti,  Giuseppe Cannatà, Umberto Bellocco, Giovanni Barone, Ilaria Piscioneri, Giuseppe Gioffrè, Rita De Franchis, Antonio Santostefano, Greta Commisso, Domenico Nobile, Massimiliano Scala, Federico Vallelonga, Salvatore Condoleo, Gaetano Rao, Michelangelo Mazzitelli, Desiree Scala, Antonio Sassano, Francesco Galluccio, Roberto Guarneri, Vittorio Saraco del 2007, Antonio Saraco, Gloria Gallo, Carlo Scarfò, Daria Martelli, Ilario Fameli
Al terzo posto: Francesco Ingegnere, Gabriele Morabito, Andrea Morabito, Baildè Saidou, Simone Singh, Giovannino Verzì, Alessia Ierace, Autora Ciccone, Matthias Marafioti, Antonio Dichiera, Lorenzo Guttà, Cosimo Ruga,  Daniele Aloi, Rocco Rao, Francesco Astorino, Samuel Cimino, Maria Cosimina Ruga, Rosario Saraco, Niccolò Dimasi, Tommaso Ciancio,  Vincenzo Brizzi, Kevin Meduri, Giuseppe Riitano, Bruno Demasi, Nicola Multari, Gabriele Piccolo, Francesco Sorgiovanni, Pietro e Francesco Frammartino, Pietro Casile, Stefano Macedonio, Alex Martelli, Cosimo Tassone, Caterina Calcaterra, Gabriele Graziano,
Un bel combattimento dimostrativo di kickboxing è stato, infine, effettuato dalle cugine Serena e Sara Leotta della palestra di kickboxing di Rosarno.
ARTI MARZIALI E KICKBOXING Tutti i vincitori del campionato Mediterraneo dell’Acsi Lente Locale
ARTI MARZIALI E KICKBOXING Tutti i vincitori del campionato Mediterraneo dell’Acsi Lente Locale
R. & P. Ha avuto luogo domenica, presso il palasport di Polistena, l’undicesima edizione del Campionato Mediterraneo di Arti Marziali e Kickboxing organizzato dal Comitato reggino dell’ACSI, EPS riconosciuto dal Comitato Olimpico Nazionale, presieduto, a livello nazionale, dal dottore Antonino Viti, in collaborazione con l’Amministrazione Comunale di Polistena, guidata dal Sindaco, Michele Tripodi e dal […]
ARTI MARZIALI E KICKBOXING Tutti i vincitori del campionato Mediterraneo dell’Acsi Lente Locale
Gianluca Albanese
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altamontpt · 5 years
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Nove anos após o último concerto em nome próprio, os Vampire Weekend regressaram a Portugal para darem duas horas e meias de concerto de uma intensidade inesperada.
Ezra Koenig, Chris Baio e Chris Tomson têm razão para estarem satisfeitos. O agora trio, após a saída do multi-instrumentalista Rostam Batmanglij, está numa forma impecável e Lisboa pôde testemunhar isso neste concerto.
O Coliseu dos Recreios não encheu mas estava muito bem composto e com um público composto por várias idades, desde os que os viram dar o primeiro concerto na edição de 2008, no Optimus Alive, aos que os conheceram pela primeira vez com o novíssimo disco Father Of The Bride, muitos deles acompanhados pelos seus pais. É precisamente por esta mistura que afirmamos que a banda tem razões para estar satisfeita. Em dez anos muita coisa mudou. O rock e, em particular, o indie viviam um momento forte. Em 2019 o cenário é outro. A nova geração abraçou o movimento hip-hop tornando bandas como os Vampire Weekend ou MGMT nuns músicos de velha guarda e, ao contrário do que acontecia com as bandas pré anos 2000, estas tornam-se facilmente esquecíveis e postas em terceira ou quarta linha de alinhamentos de festivais, vide Franz Ferdinand ou Interpol, antes realeza do movimento indie.
Formados durante a cena indie de Williamsburg, em Nova Iorque, a banda que se juntou para tocar músicas que pudessem ser a banda sonora dos filmes de Wes Anderson está mais madura. Essa mudança começou em 2013 com Modern Vampires of The City, um disco mais introspectivo, no qual conseguia-se encontrar as primeiras rugas da banda e quem as tem sabe perfeitamente que atrás dessas rugas estão experiências, momentos e vivências que nos ajudam a crescer.
Com a chegada à fase adulta vêm decisões importantes e, por vezes, fracturantes. A saída de Rostam foi um duro golpe no futuro da banda, ele que tão importante tinha sido para o som da banda, especialmente no segundo disco – Contra – trazendo um som mais electrónico à base mais aprumadinha de Koenig. Ao mesmo tempo, a perda de Batmanglij, aliada à mudança para a costa oeste dos Estados Unidos, abriram caminho a Ezra para abraçar outro tipo de influências e sonoridades. E foi isso mesmo que todos puderam testemunhar no, sempre óptimo, Coliseu dos Recreios.
Com um globo enorme, cópia da capa do último disco, com projecção 3D, a banda entrou em palco por volta das 21:20. Para quem ainda não tinha tido oportunidade de os ver ao vivo desde a saída de Rostam, a novidade é que são agora sete os elementos em palco. A Ezra Koenig, e aos seus companheiros de banda, Chris Baio no baixo e Chris Tomson na bateria, juntam-se Brian Robert Jones na guitarra, Garrett Ray nas percussões, Will Canzoneri ao piano e Greta Morgan nas teclas e vozes de suporte.
Com esta formação mais coesa e robusta, os Vampire Weekend deram início às hostilidades. Num total de 28 músicas, a passar as duas horas e meia de concerto, a banda não fez o típico best of que muitos pecam em fazer, mesmo tendo discos novos para apresentar. Depois do cheirinho dado no NOS Alive, a banda fez questão em elogiar Portugal, Lisboa e o público nacional por diversas vezes, prometendo não nos fazer esperar tanto tempo para voltar em nome próprio (nove anos desde o concerto dado no Campo Pequeno).
A banda começou “Flower Moon”, décima terceira música do seu último trabalho, e começamos a ver que não há razão para temer um eventual esquecimento da banda norte-americana. O seu som está revigorado, descomprometido com o seu passado. Se antes eram vistos como uns meninos bem comportados, os betinhos do rock, com um som e estilo muito certinho, com este novo som e figurino na banda, especialmente o guitarrista Brian Jones Robert, a ideia que passa é de uma banda que não arruma a cama assim que se levanta, não mete os pratos na loiça mal toma a refeição e não dobra a roupa antes de se deitar. O sol da Califórnia faz milagres.
Apesar de terem tocado várias dos primeiros discos (“Holiday, “Oxford Comma”, “Cousins” ou “A-Punk”) e ainda uma (desncessária) da banda sonora do filme Twilight (“Jonathan Low”), o cerne do concerto foram os últimos dois discos, especialmente Father Of The Bride e felizmente que assim foi, pois esta nova formação da banda trouxe momentos muito interessantes às músicas, com solos de guitarra e bateria, jams à imagem dos Grateful Dead, que, curiosamente, é uma banda que Ezra Koenig anda muito interessado.
Quando Ezra e companhia deram o primeiro adeus com a belíssima “Jerusalem, New York, Berlim”, o concerto já ia na 21ª música. Regressaram para o encore com a divertida “Mansard Roof”, faixa que abre o seu disco de estreia, e aí começou a dar-se mais outro momento especial entre a banda e o público. Ezra disse que estavam abertos os pedidos para músicas a serem tocadas. Gritos ouviam-se de todo o lado da plateia mas eram os que estavam mais perto que seriam ouvidos, no entanto, em vez de pedirem coisas óbvias, os fãs mais acérrimos da banda foram pedindo faixas mais inusitadas: “Ladies of Cambridge”, lado B do single da música anterior; “The Kids Don’t Stand a Chance” e “My Mistake”, esta pedida por um italiano de Nápoles, de seu nome Giacomo, que inclusive subiu ao palco para tocar o piano da canção. Se foi tudo arranjado antes não o sabemos mas que foi inesperado e delicioso, isso foi.
“Worship You” e a bela “Ya Hey”, de Modern Vampires marcavam as despedidas da banda que terminaria o concerto com Walcott, e a promessa de que voltarão novamente, desta vez com menos intervalo de tempo. A banda tem razões para estar satisfeita e orgulhosa com o seu presente. Os milhares que estiveram ontem no Coliseu também. São boas notícias para a velha guarda do indie rock.
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Fotografia: Inês Silva
Setlist:
Flower Moon
Holiday
Bambina
Unbelievers
Everlasting Arms
One (Blake’s Got A New Face)
Sympathy
Oxford Comma
Jonathan Low
Unbearably White
Step
Sunflower
This Life
Married In A Gold Rush
Harmony Hall
Diane Young
Cousins
A-Punk
2021
Giving Up The Gun
Jerusalem, New York, Berlin
Encore:
Mansard Roof
Ladies of Cambridge
My Mistake
The Kids Don’t Stand A Chance
Worship You
Ya Hey
Walcott

Nove anos após o último concerto em nome próprio, os Vampire Weekend regressaram a Portugal para darem duas horas e meias de concerto de uma intensidade inesperada.
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giancarlonicoli · 5 years
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17 NOV 2019 13:11
ARCHEO - I RICORDI (AL VETRIOLO) DI ANTONELLO FALQUI: “MIKE BONGIORNO ERA BRAVO MA ARIDO CON LE DONNE. RASCEL ERA PERFIDO: QUANDO SBAGLIAVA, DAVA LA COLPA AGLI ALTRI. CON NUREYEV VENIMMO QUASI ALLE MANI. ERA LEGGIADRO, MA AVEVA UN CULONE E DETESTAVA ESSERE RIPRESO DA DIETRO - QUANDO GUARDO LA TV DI OGGI MI INCAZZO. GLI AUTORI SONO PATETICI. I REGISTI NON SANNO NEANCHE DA DOVE SI COMINCI. MINA ODIAVA ANCHE ROMA. SOSTENEVA CHE I ROMANI FOSSERO VILLANI. BERLUSCONI, CON MEDIASET, HA INVOLGARITO TUTTO E LA TV DI ANTONIO RICCI È DOZZINALE. QUANDO LO BOCCIAI ALL'ESAME DA PRESENTATORE, BAUDO PARLAVA SICILIANO STRETTO, ERA CAFONE E VOLGARE”…
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Condivido in pieno:  Nella sua tv c'è un paradosso. Nasce a Milano, nella culla della moda, ed è provinciale.
Malcom Pagani per il "Fatto quotidiano" del 13 aprile 2014
I coltelli d'avorio sono chiusi nella teca: "Una mania di mio padre che li collezionava" perché le armi sono una tentazione: "Non bisognerebbe mai custodirle in casa" e rimandano sempre un sinistro riflesso: "Il regista Enzo Trapani, un caro amico, teneva in bella vista sulla parete le sue pistole. Un giorno più triste di altri ne prese una e si sparò".
A 88 anni, le memorie di chi inventò i varietà televisivi più moderni del ‘900 italiano sfumano in controluce. Dietro tende, libri e velluti, oltre un portone solido come la stretta di mano che concede indifferente al bastone, Antonello Falqui ha smesso di fare i conti con l'età: "Invecchiare disturba, ma avendo iniziato a riflettere sul senso della fine già un quarto di secolo fa, non mi farò sorprendere. Quando lavoravo non lasciavo molto spazio all'esitazione. Allora ero giovane, deciso e con le idee molto chiare. Oggi molto meno. Non mi ricordo i cognomi, i dubbi sono aumentati e i confini tra il bene e il male restano confusissimi".
Seduto su una poltrona, con le Muratti sul tavolo: "Ne fumo 15 pacchetti alla settimana" e una consapevole, impressionante somiglianza con Aldo Grasso: "Me l'hanno detto, non hanno torto", Falqui ritrova le costellazioni del suo passato solo a tarda notte. Quando: "La robaccia che propongono in tv evapora" e alle ore più improbabili, nel silenzio, sugli schermi clandestini dei canali tematici passano buchi neri e asteroidi, meteore, stelle e frammenti di Canzonissima, Studio Uno e Milleluci: "Le trasmettono di nascosto, alle 3 di mattina e li capisco.
Era un'altra tv. Un'altra civiltà. Un'altra cultura. Non vogliono avere raffronti". Pausa: "Altrimenti la gente penserebbe ‘ma si sono rincoglioniti?'". Pianeti lontani, figli di una Rai in cui lavoravano Flaiano e La Capria: "Come i suoi coetanei, Dudù venne via da Napoli perché lì non si può fare niente. La città è magnifica, ma in sincerità, che si combina a Napoli? A sud amano esagerare. Mettono al mondo 10 figli, poi la vettovaglia scarseggia e alla fine si trovano male. La filosofia è generosa, non troppo meditata".
A Roma: "Peggiorata, imbarbarita, ancora bellissima", in una famiglia "con qualche ristrettezza economica", da unico erede di sua madre "Alberta, casalinga e di Enrico, critico letterario" Falqui ha sempre abitato. "Se si esclude un lampo milanese all'inizio dei '50, non l'ho mai lasciata. Con i miei abitavo in Via Giulia, di fronte a Ponte Sisto. All'inizio di quei portici, vivevano Carlo e Mario Verdone, mio insegnante al Centro Sperimentale di Cinematografia. Era un uomo sapiente e buonissimo, promuoveva tutti".
Promosse anche lei.
Iniziai nel cinema. Aiuto regista di Curzio Malaparte e poi di Anton Giulio Majano nel primo orrendo film da attore di Mastroianni. Marcello era meraviglioso. Simpatico. Nelle pause ci raccontavamo l'infanzia.
Come arrivò in televisione?
Sandro Pugliese, il direttore dei programmi della Rai di allora, era molto amico di mio padre. Si lamentava: "Ho solo verbosa gente di teatro qui. Teorici e parolai. Non c'è nessuno che curi l'immagine". Non me lo feci ripetere e corsi a Milano per sperimentare. Firmai da regista la prima trasmissione in assoluto della tv di Stato. Si intitolava "Arrivi e partenze". L'esordio di Bongiorno. Mike intervistava personaggi celebri in partenza.
Era il gennaio del 1954.
Bongiorno nel mestiere era bravo, ma un po' arido con le donne. Non le trattava bene. Stava con un'attrice, Flora Lillo. Andavamo a sciare al Sestriere. Lui partiva per conto suo e la abbandonava nella baita, tristissima.
Che televisione era quella dell'epoca?
Non volevo alfabetizzare il Paese come il maestro Manzi, ma solo intrattenerlo con grazia ed eleganza. Così provai a trasformare la tv e spostai in quel contenitore il teatro di rivista, già declinante all'inizio degli anni '50. L'avanspettacolo lo conoscevo bene. Facevo sega a scuola per andare a vedere Rascel al Bernini. Era fantastico. Evadeva dalla classica corrente del comico. Accostava arditamente, osava, rischiava. Poi certo, come tutti i bassi e i brutti, era cattivo.
I bassi e i brutti sono cattivi?
Non è determinismo, è la verità. Prenda Brunetta, non è forse cattivissimo? Rascel, cresciuto nei teatrini felliniani, sui palchi della Barafonda in cui il pubblico era indisciplinato e se non gradiva il numero ti tirava addosso un gatto morto, era proprio perfido. Quando sbagliava, dava la colpa agli altri. Una volta con Garinei e Giovannini dimenticò la parte e invece di scusarsi se la prese con l'uomo che azionava le luci: "O lui o me" gridava.
A lei capitava di litigare?
Raramente. Con Nureyev però, faccia a faccia, venimmo quasi alle mani. Era leggiadro, ma aveva un culo molto grosso e detestava essere ripreso da dietro. Gli spiegai che seguire un ballerino che volteggia senza immortalare le terga era impossibile, ma quando si rivide, perse la testa, si incazzò e gettò un cappuccino caldo sul monitor. I cameraman commentarono ad alta voce: "Anvedi questo". Poi si avvicinarono truci. Lo volevano ammazzare. Io anche.
Lei aveva fama di decisionista.
Ero duretto, ma sapevo farmi voler bene. Ai miei tempi l'autore non entrava in studio. Che mettesse becco sulla scaletta poi, era impensabile. Mi occupavo di tutto. Scene, costumi, testi. Quando guardo la tv di oggi mi incazzo. Gli autori sono patetici. I registi non sanno neanche da dove si cominci. Fanno solo stacchi, per lo più sbagliati.
Lei con Mina non si sbagliò.
La conobbi per la prima volta nel Musichiere condotto da Riva. Un capitolo era dedicato agli urlatori. Lei e Celentano uscivano dalle ombre di un Juke-Box. Capii che c'era un talento insuperabile, una strada fantastica da percorrere insieme. Nessuno è stato o sarà mai più come lei.
Fu difficile incanalare il lampo?
La rassicuravo. Mina odiava il pubblico e la routine. Quando andava alla Bussola doveva passare attraverso un corridoio. Ai lati, due file gonfie di assalitori che la toccavano e allungavano le mani. In realtà odiava anche Roma. Sosteneva che i romani fossero villani e un po' aveva anche ragione. I paparazzi prendevano i numeri di targa, ci seguivano, rompevano le palle. All'epoca della nostra storia d'amore ci costrinsero a emigrare.
Mina non amava l'aereo.
In viaggio eravamo felici. Se ne fregava. Andammo in Jamaica. Da New York a Montego Bay. Poi, sbarcando da un volo minuscolo, atterrammo sulla punta estrema dell'isola. Al Frenchman's Hotel credevamo di essere soli. Ci fecero firmare il registro degli ospiti. Leggemmo il nome di 10 conoscenti. Eravamo affranti: "Non si può stare in pace neanche qui".
Ha amato molto in vita sua?
Ero un infedele, un convinto libertino, mia moglie ne ha passate di tutti i colori. Noi libertini ci riconoscevamo alla prima occhiata, eravamo quasi una setta, con i De Sica ci capivamo al volo. Il lavoro non mi aiutava a dimostrarmi retto. Si creavano situazioni imbarazzanti. Ai 2.000 metri del rifugio di Passo Pordoi, in una baita che è la metà della stanza in cui conversiamo adesso, io e Letizia Della Rovere, fedifraghi, pensavamo di essere al riparo. Entrammo e ci sorprese Pino Calvi, il maestro di musica: "Signori qual buon vento vi porta fino a qui?".
Anche Mina è stata un tuono. Finita la tempesta già non c'era più.
Ritirarsi a 35 anni, sulla soglia della maturità, al comparire della prima ruga per conservarsi bella fino all'ultimo istante, mi è sempre sembrato un peccato di vanità. Lo hanno fatto solo lei e Greta Garbo. Non ci sentiamo da 25 anni, siamo due timidi e forse non sapremmo neanche cosa dirci. Ma è meglio così. È bellissimo proteggere il ricordo delle persone amate. Riscoprirlo immutato. Mai avuto una discussione con lei. Uno screzio. Si fidava. Si faceva servire.
Si favoleggiò sulla sua rivalità con Raffaella Carrà.
Menzogne. Erano amiche. Mina metteva a proprio agio chiunque. La Carrà comunque è la donna più determinata che abbia mai visto. Una combattente mostruosa. In Milleluci, Mina era una diva senza pari, ma Raffaella riusciva ad avere lo stesso gradimento. Provava fino all'alba, era animata dal fuoco sacro. Alla prova dei fatti, non sbagliava una virgola.
Prima di Milleluci, ci fu Studio Uno, eredità di una trasvolata americana.
Mi nutrii del know-how americano, ma loro ricambiarono le attenzioni. Studio Uno era settimanale. A New York erano stupiti. Per fare una cosa del genere impiegavano un anno. Intuii che per creare straniamento bisognava rinunciare alle scenografie, immaginare uno studio vuoto in cui il fondale combaciasse con il movimento, esprimersi in un altro modo disegnando un'oasi di bianco che con gli attori vestiti di nero producesse un contrasto. Mettere luci e microfoni in scena. Con Garinei e Giovannini discutemmo. Venivano dalla rivista, dal Rugantino, da un'accozzaglia di scene, dai colori forti. Si guardavano intorno e non capivano: "Ma è vuoto".
Fatica e costi esorbitanti?
Balle. Le leggende fanno il loro corso, ma non hanno senso. Allo spettacolo lavoravamo 6 giorni alla settimana. La domenica era libera e le spese erano poco più alte della media. La differenza era nella qualità. Quando Mina canta la sigla della rubrica "È l'uomo per me" sull'aria della sua canzone, tra i pretendenti ci sono Mastroianni, Cervi e Gassman. Una cosa seria.
Con Gassman eravate in buoni rapporti?
Dopo Randone, era il più grande attore italiano di sempre. Aveva avuto 5 mogli, denaro, plauso critico e successo, ma era afflitto da preoccupazioni minime: "Non sono più come una volta, sto perdendo la memoria e decade anche il fisico". La chiamava depressione, ma io non riuscivo a spiegarmela con razionalità. Una sera per convincerlo che si trattava di sciocchezze tenemmo aperto un ristorante fino alle 5: "Tutti possono essere depressi tranne te" arringavo. "Sei alto, bello, intelligente. Andiamo, Vittorio mio, tu dalla vita hai ricevuto tutti i doni".
Le molte mogli erano anche il sintomo di un'inquietudine profonda?
Vittorio, almeno in parte, somigliava a Bruno Cortona, il suo personaggio del Sorpasso. Era duro e istintivo, ma buono. Mai come Chiari. Un pezzo di pane morto senza una lira perché i soldi preferiva darli agli altri. Non aveva alcun senso del denaro, Walter. Era un prìncipe. Una persona che sapeva conquistare Ava Gardner e rialzarsi dopo una caduta. Quando venne coinvolto in un'infondata storia di cocaina con Lelio Luttazzi, ne uscì benissimo. A Lelio, per dire, quella vicenda rovinò completamente l'esistenza. Non lo aiutò nessuno. Una vergogna.
Censure dell'età democristiana?
Neanche mezza. Ettore Bernabei, il più grande dirigente della tv pubblica di sempre, probabilmente l'unico, era un vero signore. Parco, sobrio, discreto. Mai una parola su calze a rete, gemelle Kessler, ospiti o sketch. E sì che Bernabei era un democristiano sfegatato.
Lei lavorò anche per Filiberto Guala, amministratore delegato della Rai del ‘54. L'uomo che si presentò con un limpido piano: "Chi sono io? Un moderno crociato chiamato a lottare per il sepolcro della pubblica coscienza e venuto a cacciare pederasti e comunisti".
Uno che a differenza di Bernabei mi i rompeva i coglioni su tutto. Dal Can-can alle luci peccaminose. Si è fatto frate, si immagini la testa che doveva avere. Mi divertivo con altre persone. Con Marchesi, Villaggio, Dino Risi e Fellini, giocavamo sempre al varietà della vita. Ce la godevamo. Quando veniva a trovarmi Federico erano subito mangiate surreali. Lui era sublime. Bugiardo come la peste. Glielo dice anche la Magnani in Roma: "A Federì, va a dormì". Lui le chiede se può farle una domanda e lei rapida: "No, nun me fido".
Fellini era amico di Andreotti. Lei si è mai interessato di politica?
Molto più oggi di ieri. Sono sempre stato socialista, mai votato Pci. Renzi mi sembra volenteroso, ma non so se potrà mantenere quel che ha promesso. Ha molti ostacoli. Grillo era meglio come attore. La politica della distruzione non mi affascina. Lei scrive per il Fatto?
Sì.
Per caso è comunista? Glielo chiedo per curiosità. Il mio rinnovato interesse per la politica prende il via dagli anni '90, dall'avvento di Berlusconi. Il suo arrivo ha radicalizzato i piani. In politica e in tv. Quarant'anni fa, la tv viaggiava in prima classe . Ora è diventata triviale. Berlusconi, con quella Mediaset lì, ha involgarito tutto.
L'ha mai conosciuto?
Per portarmi a Milano mi tenne a colloquio per 3 giorni in un palazzo a due passi dalla Rai. Entravo di nascosto e lo trovavo, preparatissimo, dall'altra parte del tavolo. Aveva studiato programmi, testi e persino inquadrature. Voleva gli spiegassi la tv.
Che impressione le fece?
Era un fenomeno nell'eloquio e aveva certamente un estro non comune. A parlare non lo fregava nessuno e d'altronde, se non avesse avuto talento non sarebbe mai arrivato a fare le puttanate che ha fatto. Detto questo, non avevo nessuna voglia di finire sotto padroncino perché la Rai ha molti difetti, ma almeno il padroncino non ce l'ha. Ha i Cda emanati dalla politica che sono un male, ma un male minore. Così rifiutai un miliardo di lire all'anno per tre stagioni. Era l'83. Berlusconi, incredulo, mi invitò a riflettere: "Porti l'assegno in bianco in Rai e veda cosa le dicono".
Lei lo portò?
Sissignore. Andai da Emanuele Milano, il direttore di Rai1 e lui sbiancò. Si mise le mani nei capelli. Balbettò: "No, aspetta, ora vediamo, adesso risolviamo, ti prometto che cambiamo il contratto". In effetti lo migliorarono, senza però sfiorare neanche lontanamente le cifre di Berlusconi. Nella sua tv c'è un paradosso. Nasce a Milano, nella culla della moda, ed è provinciale. Nel '60 in tv andava Gazzelloni. Oggi vanno le Veline.
Guardi che Antonio Ricci si arrabbia.
Mi dispiace, ma la sua tv è dozzinale e volgare. Non mi piace. Come, esclusa forse Non è la Rai, che almeno aveva l'idea delle ragazzine, non mi piace neanche la tv di Boncompagni. Non si può elevare il nulla a massimo sistema. Il nulla è solo il nulla. È vuoto.
Potrebbero ribattere che la sua è una visione filtrata dagli anni. Una visione che confligge con gli ascolti.
E io risponderei che non c'è prova che alla gente piaccia veramente quella robaccia come giurano i santoni di una certa dialettica molto in voga. Dicono: "Il pubblico vuole questo", ma è una bugia. Solo un espediente per scusarsi e giustificarsi. Il pubblico vuole altro. Basta darglielo. Ma il pubblico va anche allevato, quasi educato. Se gli dai l'immondizia si avvilisce. Si abbrutisce.
Perché ha smesso di lavorare per la tv relativamente presto?
Non c'erano più i miei dirigenti e non c'era più la mia Rai. Quella in cui per varcare il profilo del Cavallo si veniva sottoposti a un esame difficilissimo ed era richiesto il sapere. Oggi dominano incompetenza, cooptazioni politiche e raccomandati. Purtroppo si vede. Ed è un peccato. Sa cosa è stata la tv per gli italiani?
Cosa è stata?
Una manna. Un aiuto dal cielo. Li ha resi svelti, gli ha insegnato a leggere e a scrivere, gli ha aperto le teste. Ora gliele sta richiudendo.
Se le chiedessero aiuto per una nuova tv?
Li lascerei nel loro brodo. Non esistono più le categorie, è saltato tutto e io non sono un presenzialista come Freccero. Metto l'idea per farmela massacrare? No, l'idea non la metto. Lei mi chiede come si può pensare a una nuova forma televisiva, ma forse dovrebbe chiedersi prima con quali figure potrebbe nascere. Rifare la tv di ieri nel 2014 sarebbe impossibile. L'unico con cui, se gravemente minacciato, potrei pensare di collaborare è Fiorello.
Lo apprezza?
È il solo che si avvicini al nostro modello. A Walter Chiari. In più sa anche cantare. Purtroppo gli dipingono attorno durate eccessive. Il varietà dovrebbe durare un'ora, al massimo 75 minuti. Oltre si sbrodola. Si annoia e ci si annoia. In un'ora ci sono 40 idee. Ma in due ore e mezza, può star tranquillo, non ce ne saranno mai cento.
E di Fabio Fazio? Per qualcuno è il nuovo Baudo. Lei all'esame bocciò il presentatore.
Fazio non mi dispiace, quel che fa lo fa discretamente. Baudo racconta sempre l'episodio della sua bocciatura con la pretesa di ironizzare. Dice: "La lungimiranza di Falqui, figuratevi, mi respinse". Rivendico la scelta. Lo bocciai perché non bisogna pensare al Baudo di oggi. Parlava siciliano stretto, era cafone e volgare, nulla a che vedere con quello di oggi.
I rapporti tra voi?
Con Baudo non ho mai lavorato. Lui non si capacitava: "Hai lavorato con tutti e non con me" e io, calmissimo, senza emozione: "Perché io e te non abbiamo nulla da dirci".
Se pensa a domani?
Ci penso con la serenità di chi ha condotto un'esistenza felice. Cammino poco e presto compirò 90 anni. Ma ho fatto il lavoro che sognavo e ho tenuto più di 20 milioni di italiani di fronte a una tv che mi permette di guardarmi ancora in faccia. Poi vado ancora al cinema. Ho visto il film di Sorrentino. Bellissime immagini per carità, ma non le è sembrato un po' astruso?
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Maison Margiela Artisanal by John Galliano, Spring 2018 show, backstage. Look 30, Greta Ruga. Photo credit: Molly Goss
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therunwayarchive · 6 years
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Greta Ruga at Undercover, Fall 2018
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black-is-no-colour · 7 years
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Maison Margiela Artisanal by John Galliano, Spring 2018 show; model Greta Ruga (Look 30) backstage. Make-up by Pat McGrath. Hair by Eugene Souleiman. Photographed by Karl Collins.
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black-is-no-colour · 7 years
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Maison Margiela Artisanal by John Galliano, Spring 2018 show; Look 30, Greta Ruga. © Evangelie Smyrniotaki
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black-is-no-colour · 7 years
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Maison Margiela Artisanal by John Galliano, Spring 2018 show, Look 30, Greta Ruga. © Maison Margiela
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Maison Margiela Artisanal by John Galliano, Spring 2018 show; Look 30, Greta Ruga. Source: 1977kaname
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