#Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes
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Foco headLiner aos Talentos Emergentes #22 | Travo
Nesta edição do “Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes” vamos falar de uma banda que já acompanhamos há bastante tempo e que apreciamos bastante: os Travo. Por isso foi mais uma escolha óbvia, pelo destaque que temos dado na sua divulgação. Quer no que diz respeito aos seus trabalhos discográficos ou aos seus concertos, alguns dos quais já foram alvo de reportagens de nossa parte.
~ Biografia (até ao momento) dos Travo
O marco inicial da existência dos Travo surgiu em março de 2016 com a edição do primeiro trabalho discográfico, um EP intitulado ‘Santa Casa’. Com trabalho lançado a banda já se podia considerar algo a sério. Pese tal questão, a realidade é que a incerteza e a mudança de membros foram uma realidade firme durante algum tempo.
Esta banda oriunda do Minho, mais precisamente de Braga, professa rock psicadélico com afirmação e atitude basculante desde 2019. Precisamente nesse período aconteceu o surgimento de ‘Ano Luz’, um disco rock de cariz instrumental, psicadélico e espacial, o primeiro lançamento “à séria”.
Gonçalo Ferreira (voz, guitarra e sintetizadores), Gonçalo Carneiro (guitarra e sintetizadores), David Ferreira (baixo) e Nuno Gonçalves (bateria): estes são os membros atuais já com 5 anos de convivência permanente no panorama da música nacional sob o nome de Travo.
Gonçalo Ferreira, vocalista dos Travo | mais fotos clicar aqui
‘Sinking Creation’ surge em 2022 como um “filho da pandemia” no qual os Travo fazem a primeira rutura do seu historial. As paisagens instrumentais sofrem uma mutação passando a incluir elementos sonoros novos nomeadamente introduzindo vários movimentos do rock das décadas de 60 e 70. Este álbum teve a colaboração na realização por parte do ‘Trabalho da Casa’ levado a cabo pelo gnration e que já apadrinhou bastantes edições discográficas. Este programa gerido por aquele espaço cultural bracarense promove a criação e a apresentação de novos álbuns originais por artistas locais.
A vida dos Travo leva já 7 anos e já pode-se dizer que divide-se entre um antes e um depois… E um novo depois!
A banda bracarense voltou a “lançar os dados” e a 17 de novembro de 2023 editam ‘Astromorph God’. Uma nova “pedrada no charco” do qual surgem temas numa fusão de rock psicadélico com progressivo e thrash metal. As vozes agasalhadas de reverb e as teclas tanto acústicas como sintetizadas ajudam no revestimento da sonoridade psicadélica dos Travo.
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Uma distinção relevante foi terem sido escolhidos como "Novos Talentos Fnac" em 2022. Provavelmente terão mais distinções e um maior reconhecimento nos próximos tempos.
A vida de estrada dos Travo já os levou a diversas cidades portuguesas: de norte a sul passando pelo Alentejo. Já tocaram em alguns lugares míticos do panorama nacional. Provavelmente a aparição mais sonante foi no SonicBlast em 2022. O Rodellus em 2019 foi uma das primeiras exposições mediáticas. Já atuaram também em locais como o Maus Hábitos no Porto ou o GrETUA em Aveiro.
Braga, Guimarães, Fafe, Santo Tirso, Barcelos, Portalegre e Leiria são outras das cidades que já acolheram os Travo. Depois de terem percorrido um pouco do nosso Portugal vão agora apostar em levar o seu trabalho além-fronteiras.
Nuno Gonçalves dos Travo | mais fotos clicar aqui
Atualmente agenciados pela gig.ROCKS! o futuro destes bracarenses aparenta ser risonho. O novo disco ‘Astromorph God’ está a ser promovido internacionalmente pela editora espanhola Spinda Records. Esta representação já deu frutos: estes minhotos atuaram no Monkey Week em Sevilha no passado mês de novembro.
A época de festivais de verão vai ser excitante para este quarteto bracarense. Já estão confirmadas presenças em alguns dos mais relevantes festivais de rock psicadélico/alternativo como o Krach am Bach na Alemanha ou o Sonic Whip nos Países Baixos.
~ Entrevista aos Travo
headLiner (Edgar) - Como surgiram os Travo?
Travo: A primeira iteração dos TRAVO surgiu em 2015, numa garagem em Braga, e foi composta por 5 amigos do secundário com muita vontade de fazer música. Entretanto, por motivos académicos/profissionais, a formação foi sofrendo alterações até estabilizar em meados de 2017 com a adição do Gonçalo Carneiro a 3 dos membros originais: David Ferreira, Gonçalo Ferreira e Nuno Gonçalves.
headLiner (Luís) - Inicialmente os Travo procuraram os melhores caminhos e provavelmente os elementos certos. São vocês os quatro já há bastantes anos, desde que o projeto realmente alavancou de forma sóbria e cuidada, direi eu. Existiu um click entre vocês ou algum momento em que sentiram que estavam as condições certas para os Travo irem avante?
Travo: A introdução do Gonçalo Carneiro na banda foi um acaso muito feliz. Os Gonçalos conheceram-se ao estudarem juntos em Castelo Branco e, se não fosse isso, muito provavelmente nem nos conheceríamos neste momento. O Carneiro já tinha gravado um EP nosso, quando ainda éramos os 5 membros fundadores, e houve logo uma ligação especial entre nós. Convidamo-lo a vir ensaiar pela primeira vez numa fase em que ponderamos acabar com a banda. Felizmente bastou um ensaio com esta formação para nos motivar a continuar.
headLiner (Luís) - Como aconteceu o apoio do gnration através no seu programa ‘Trabalho de Casa’ no lançamento do vosso álbum ‘Sinking Creation’ em 2022? O que significou esse apoio “caseiro” para vocês?
Travo: Com a pandemia e os sucessivos confinamentos a acontecerem quase imediatamente após termos lançado o nosso primeiro álbum, ‘Ano Luz’, e, por isso, a interromperem a apresentação do mesmo, encontrávamo-nos novamente numa fase tremida. Pensamos portanto que seria uma boa altura para nos candidatarmos ao programa ‘Trabalho de Casa’ do gnration. O Luís Fernandes, na altura diretor artístico do gnration, e a quem estamos muito gratos, aceitou a nossa candidatura e tivemos a fortuna de poder gravar um álbum com um custo muito reduzido no Moby Dick studio, com o Budda Guedes. O Budda, a quem também estamos muito gratos, é uma referência para nós e foi uma experiência muito enriquecedora poder gravar com ele e absorver muito do seu conhecimento. Foram estas as circunstâncias que levaram à gravação e lançamento do ‘Sinking Creation’ em 2022 e a tudo a que chegamos depois disso. Este programa do gnration significou muito para nós, por tudo isto.
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headLiner (Edgar) - De ‘Ano Luz’ em 2019 até ‘Sinking Creation’ em 2022 e ‘Astromorph God’ agora em novembro de 2023 são as vossas três edições discográficas. Entre eles tem acontecido mutações camaleónicas num processo evolutivo. As referências sonoras vêm sendo atualizado, sempre com novas referências. Tem sido um caminho evolutivo e natural? Como é que analisam, olhando para trás?
Travo: O caminho tem sido bastante natural. Os nossos gostos foram evoluindo com o tempo, assim como a nossa musicalidade e habilidade para tocarmos juntos, fruto de muitos ensaios e jams durante estes anos. Procuramos sempre evoluir, incorporar elementos novos na nossa música e desafiar-nos enquanto compomos, mas mantendo sempre uma identidade característica da banda. Só assim é que para nós faz sentido continuar a fazer música nos dias de hoje.
headLiner (Luís) - Do post/kraut ao stoner rock passando pelo experimentalismo até abraçarem o rock psicadélico tem sido um caminho desafiante, a meu ver. Faz ainda sentido tentar “colar” o som de uma banda a determinados géneros musicais?
Travo: Para determinadas bandas e géneros bem definidos pode fazer algum sentido. Para nós achamos que não, porque, como mencionamos anteriormente, a nossa sonoridade vai variando com o passar do tempo. Isto sem qualquer tipo de condescendência para com o tipo de bandas e géneros mais fechados, porque há espaço para tudo e bandões que adoramos que fazem sempre o “mesmo” álbum.
Gonçalo Carneiro e David Ferreira dos Travo | mais fotos clicar aqui
headLiner (Edgar) - Imaginemos que os Travo seriam a banda de abertura de uma noite de concertos. Se fossem vocês a escolher as 3 bandas seguintes, quem escolheriam? Vá lá, 4 bandas, dá uma por cada elemento.
Travo: COMBRAFUMA ELDER KING GIZZARD AND THE LIZZARD WIZZARD MAHAVISHNU ORCHESTRA
headLiner (Edgar) - A gig.ROCKS! tem feito um trabalho meritório com as bandas que representa. Têm também puxado muito pela vossa banda. O que significa ter esta promotora convosco?
Travo: As pessoas por trás da gig.ROCKS! são maravilhosas e fazem muito por nós. O João Araújo e o Jorge Dias têm uma paixão contagiante pela música e uma visão clara para um crescimento sustentado tanto das bandas como da própria promotora e é um prazer trabalhar com eles.
headLiner (Edgar) - Já escutei ‘Astromorph God’ e fiquei fã dos novos temas. Para quem ainda não ouviu este disco, quais são os vossos adjetivos para o classificarem? O que podem dizer para motivarem as pessoas para a sua audição?
Travo: Distorção em todos os instrumentos, delays e jams de rock rasgadinho. Se gostarem destes condimentos, poderão apreciar o ‘Astromorph God’.
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Entrevista elaborada por Edgar e Luís, membros fundadores do HeadLiner.
~ Links da banda
Facebook: @travo_band Instagram: @travo_band
Spotify: https://open.spotify.com/intl-pt/artist/4MfJiaWvv1JRoovI4WKdbE?si=FB3w1LWxR_i5hZHcPWgwHg
### ‘Foco headLiner aos Talentos Emergentes’ é uma rubrica iniciada em 2016 com o intuito de dar ênfase a projetos musicais, tanto em formato banda como artistas a solo, cujo selo de "talento emergente" é perfeitamente ajustado. ###
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Festival ESTEOESTE: talentos emergentes bracarenses em foco | Entrevista Artistas
O Festival ESTEOESTE fez a sua estreia nos dias 11, 12 e 13 de 2023, respetivamente sexta-feira, sábado e domingo. Esta primeira edição foi bastante concorrida, com bastante público a aderir a todas as atividades. Além dos concertos e DJ sets, houve também um street market. De relembrar que algumas das bandas bracarenses mais conhecidas marcaram presença, foram os casos de Mutu e Travo.
A diversidade musical bracarense, do rock psicadélico, ao Doom Metal e até passando pelo hip-hop, foram géneros musicais presentes. Essa mesma heterogeneidade será igualmente nota dominante no programa deste ano.
Concertos da 1ª edição do Festival ESTEOESTE em 2023 Agora em 2024 o evento passa a 2 dias: 9 de agosto (sexta-feira) e 10 de agosto (sábado). Além de concertos de bandas como Maison Vërt ou Quadra, haverá também DJ Sets que terão lugar numa das novidades desta segunda edição, serão realizadas no Palco Piscina. A programação inclui ainda um Mercado de Criadores, food trucks e atividades infanto-juvenis.
O festival tem co-organização da Aubhaus (ex-Cosmic Burger) e da Bazuuca, com o apoio da Câmara Municipal de Braga e da Cerveja Nortada. Este ano, conta também com o parceiro de sustentabilidade Music Declares Emergency, reforçando o compromisso com práticas sustentáveis e promovendo a consciencialização entre o público.
A entrada para o evento no Parque da Ponte em Braga é gratuita.
Para mais detalhes sobre o cartaz e atividades, há mais informações na página de Internet em esteoeste.world e na página de Instagram do festival em @festivalesteoeste.
~ Apresentação e Entrevistas a Maison Vërt e ST. James Park
Os Maison Vërt vão atuar no primeiro dia do Festival ESTEOESTE. Eles são uma dupla de música eletrónica/hip-hop composto por Frank Lucas (voz) e por Birou (beats). O projeto teve início em novembro de 2022, durante uma atuação conjunta dos dois artistas no Festival FENDA, em Braga.
O objetivo inicial era mesclar os seus estilos musicais, mas ambos sentiram que a performance poderia ser ainda mais representativa da sua amizade. Foi assim que surgiram várias composições originais, concebidas apenas um mês e meio antes do festival, e que refletem toda a sua energia: as influências urbanas, a liberdade da música eletrónica e uma jornada cósmica, com ambientes espaciais envolventes.
Lançaram o disco de debute, ‘7,83Hz’, no passado mês de Fevereiro. Este trabalho de estreia dos Maison Vërt é uma homenagem ao planeta Terra e à natureza. Em ritmo de antevisão, durante o ano passado, foram surgindo singles avulso: “Mais Um” e “Não Sei” (com INÊS APENAS). Com 10 temas editados nesse álbum existe agora todo um disco completo para ser descoberto.
Maison Vërt na 'Noite de Reis da Bazuuca' em 2024
~ Entrevista aos Maison Vërt
headLiner (Edgar): Lançaram o vosso primeiro álbum ‘7,83Hz’ no passado mês de fevereiro. Como tem sido o feedback que têm recebido do público?
Maison Vërt: Estamos muito felizes com a forma como o nosso primeiro álbum foi recebido e acarinhado. Ambos viemos de um background musical um pouco distante daquilo que nos encontramos a fazer agora e na altura decidimos compor algo que fosse fora da nossa zona de conforto, não imaginávamos que pudesse resultar num álbum... mas aconteceu! Estamos muito gratos pela forma como nos receberam neste novo capítulo.
headLiner (Edgar): Para vocês, Frank Lucas e Birou, como é serem uma dupla de hip- hop/eletrónica de Braga? Quais os desafios que têm encontrado pela frente?
Maison Vërt: Hoje em dia, na teoria, partimos todos do mesmo ponto de partida. No entanto, numa cidade em que não há tanto fluxo cultural, as coisas podem parecer um bocadinho mais desafiantes. Sentimos que Braga está a fervilhar, estão a florescer projetos muito interessantes e acreditamos que com isso, futuramente, a cidade poderá ser uma referência no que toca à Cultura Nacional.
Frank Lucas na 'Noite de Reis da Bazuuca' em 2024 headLiner (Edgar): Vão atuar no primeiro dia do Festival ESTEOESTE. O que pode o público esperar da vossa atuação?
Maison Vërt: Nos últimos meses temos tentado aproximar as energias do disco ao que pretendemos levar para os palcos. Dito isto podem contar com boa disposição e muita alegria! E novidades...
headLiner (Edgar): Qual a vossa perspetiva sobre a realização do Festival ESTEOESTE no Parque da Ponte em Braga? Qual o impacto que este evento pode trazer para a cidade e para os artistas?
Maison Vërt: Para nós é um prazer estar a tocar em casa, num Festival que partilha os mesmos valores de sustentabilidade do nosso projeto. Um cartaz composto apenas por prata da casa é sempre a maneira mais orgânica de fazer com que a comunidade cresça.
St. James Park atua no segundo dia do Festival ESTEOESTE. Este é o nome artístico de Tiago Sampaio, um músico, produtor e compositor português.
Em 2012, fundou a banda GrandFather’s House, juntamente com a sua irmã, Rita Sampaio. Durante o período entre 2012 e 2017 a banda lançou três edições discográficas, teve algum reconhecimento nacional e internacional e realizou imensos concertos em Portugal e até fizeram digressões pela Europa.
Mais tarde o artista decide começar uma nova aventura como St. James Park, explorando, desta vez, a música eletrónica. Influenciado por eletrónica experimental, música clássica e hip-hop, o músico, produtor e compositor nascido em Braga lança em 2020 o seu álbum de estreia, ‘Highlight’, que conta com a participação de artistas como Lince, Noiserv e IVY.
Depois de ter participado em diversos projetos regressou este ano a dar novo capítulo ao seu projeto a solo. Surgiu no passado mês de março com a edição do seu segundo álbum cujo título é 'Modern Loneliness' tendo sido editado pela Cosmic Burguer (hoje em dia chama-se Aubhaus).
St. James Park na 'Noite de Reis da Bazuuca' em 2024
~ Entrevista a Tiago Sampaio - ST. James Park
headLiner (Edgar): Tiago, foste o impulsionador dos Grandfather's House numa primeira fase a solo e depois em formato banda. Durante alguns anos produziram um repertório indie rock de bastante qualidade e tiveram algum reconhecimento, plenamente meritório. Agora és produtor e tens o teu próprio projeto a solo como St.James Park no planeta da música eletrónica. O que te levou a estes novos caminhos?
St. James Park: Sempre tive muita curiosidade por aprender novos instrumentos ou técnicas de composição. Em 2015, estava com algum tempo livre e comecei a explorar a composição em software mais intensivamente. Depois disso, vieram os sintetizadores, drum machines... comecei a entrar no mundo da eletrónica apenas por curiosidade. Até que cheguei a um ponto (5 anos depois) em que tinha já músicas suficientes para um disco. Passou de curiosidade para forma de compor e de ver a música. Foi nessa altura que percebi que precisava de um nome para o projeto.
headLiner (Edgar): Produção a solo pode ser bastante solitário, certo? Quando estás a produzir música original quais são as tuas alavancas motivacionais? Imagino que tenhas quem te vá dando feedback...
St. James Park: Em relação aos Álbuns e Ep’s a alavanca é quando sinto que tenho algo a dizer musicalmente ou artisticamente. Acontece também quando sinto que existe uma temática sónica que tenho vontade de explorar. Mas muitas vezes, na rotina do dia-a-dia de estúdio, estou só a experimentar novas técnicas, um novo synth ou um efeito novo e surge um single ou uma paisagem sonora daí. Lembro-me de um amigo me dizer há uns tempos: Uma peça nova de gear reflete-se sempre num novo release hehe. É verdade!
Quanto a feedback, confio sempre nos meus amigos do meio, mas são as pessoas mais próximas, que não percebem muito de música, que normalmente me dão o melhor feedback.
St. James Park na 'Noite de Reis da Bazuuca' em 2024 headLiner (Edgar): Em 'Modern Loneliness', álbum lançado em março passado, tiveste a participação de artistas como Bia Maria, Rui Gaspar (First Breath After Coma) e até com a tua irmã Rita Sampaio (Isa Leen). Em todos os 8 temas do disco tiveste a cooperação de diversos músicos. Como decorreu esse processo colaborativo e qual a ideia que te levou a isso?
St. James Park: Tudo começou porque estava farto de fazer música sozinho, fechado no meu estúdio. Sentia que me tinha de desafiar, experimentar novas ideias com novos estilos e formas de compor. Queria evoluir enquanto artista.
Quanto ao processo, foi muito trabalhoso porque exigiu muito de mim e de toda a gente que participou no disco.
Em alguns casos tivemos de ir trocando ideias durante meses. Outras vezes tínhamos de começar uma ideia e dar estrutura em apenas dois dias de estúdio. Não foi aquele processo belo de estar 2 semanas num estúdio com todos os artistas a gravar e descontrair. Mas, na minha opinião, a aprendizagem foi mesmo muito positiva, estou muito feliz com o resultado final.
headLiner (Edgar): Por outro lado, relembrando os Grandfather's House tens saudades do trabalho em banda? Desses tempos o que, hoje em dia, é-te útil como músico enquanto St. James Park?
St. James Park: Tenho muitas saudades de fazer música com os Grandfather’s House porque não tinha de compor todos os instrumentos/partes das músicas. Apenas tocava o meu instrumento e era um processo criativo muito live e mais partilhado a todos os níveis. Contudo, hoje em dia tenho outra banda que são os X IT (com a Elenie Wagner e o Danië van der Duim), a forma de compor não é a mesma de GFH, mas acaba por ser um híbrido com St. James Park.
Respondendo à tua última pergunta, trabalhando sozinho acaba por ser mais rápido em quase todos os processos, é mais simples agilizar a agenda de uma só pessoa.
St. James Park e Mafalda na 'Noite de Reis da Bazuuca' em 2024 headLiner (Edgar): Vais atuar no segundo dia do Festival ESTEOESTE. O que pode o público esperar da tua atuação?
St. James Park: Vou tocar grande parte das músicas de Modern Loneliness no concerto, mas, como não consigo ter todos os convidados, decidi fazer versões das próprias músicas ao vivo. Vou estar a interpretar parte dos temas acompanhado da MAFALDA na voz.
headLiner (Edgar): Qual a tua perspetiva sobre a realização do Festival ESTEOESTE no Parque da Ponte em Braga? Qual o impacto que este evento pode trazer para a cidade e para os artistas?
St. James Park: Eu acho que é um festival que é muito importante para a cidade por dois motivos.
O primeiro é porque junta a comunidade local com os artistas também locais e da região. É um momento de festa e partilha muito grande, que não existe no resto do ano.
O segundo é porque Braga precisava de um festival assim, num local como o Parque da Ponte. Para quem não conhece, é o parque do centro da cidade, um local verde incrivelmente lindo.
~ Horários da programação musical
Agradecimento final para o Tiago Sampaio pela disponibilidade e rapidez nas respostas. Entrevista feita via e-mail. Com muito gosto o headLiner é media partner do Festival ESTEOESTE. Um evento dinâmico e que promove os artistas emergentes da cena musical bracarense, algo que o headLiner se revê totalmente.
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Foco headLiner aos Talentos Emergentes #19
~ Introdução aos OCENPSIEA
Têm entre 19 e os 21 anos e são 4 jovens músicos aqueles os que formam o coletivo, OCENPSIEA. No teclado e sintetizadores o Tomás Alvarenga; nos sintetizadores e guitarra elétrica o Francisco Carneiro; no baixo e contrabaixo o Gonçalo Lopes e na bateria o João Nuno Vilaça. Os anos de crescimento foram passados em Braga e têm isso em comum, porém não ficam por aí as similaridades. Também todos concluíram o ensino secundário no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, local que marca contato com a música. Atualmente estão integrados no ensino superior de música em diversas cidades europeias.
‘Cónega 103’ é o primeiro trabalho discográfico do projeto criado em 2017 naquela que foi uma produção doméstica terminada no verão desse ano. No ano seguinte têm o momento em que passam de trio a quarteto com a entrada de Francisco Carneiro. Um ano depois, no verão de 2018, lançam o segundo álbum ‘Sabão Rosa’, cuja produção foi alcançada num estúdio em Picos de Regalados em Vila Verde.
Para breve irão lançar o seu novo álbum, será o terceiro da carreira dos OCENPSIEA. Antes deste novo capítulo vão subir ao palco do Theatro Circo em Braga naquele que será, porventura, o primeiro espetáculo com mais impacto junto de uma audiência mais vasta. Fazem parte do cartaz do Festival para Gente Sentada e tocam na mesma noite de Jorge Palma.
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~ Entrevista aos OCENPSIEA
headLiner: A vossa banda foi formada em 2014 e estudaram no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, um local muito importante para a vossa formação não só pessoal, mas também como banda. O facto de terem tido essa formação musical em que pontos vos ajudou no que são hoje?
OCENPSIEA: Enquanto estudantes do conservatório tivemos o privil��gio de usufruir de uma formação clássica que nos imprimiu importantes conceitos enquanto músicos. No entanto, pensamos que o mais importante sempre foi a nossa vontade de explorar para além daquilo que aprendemos no contexto escolar, criando o nosso próprio estilo e estética. No conservatório nenhum de nós tocava os instrumentos que agora tocamos em OCENPSIEA. Por exemplo, o Gonçalo (baixo) tocava contrabaixo, o João Nuno (bateria) tocava percussão, o Francisco (teclados e sintetizadores) violino e o Tomás (teclados e sintetizadores) estava no curso de composição. O grupo nasceu “às escondidas”, com ensaios clandestinos no fim das aulas até tarde. Sessões de improviso e jam sessions, não só entre nós, mas também com quem quisesse participar e fazer música diferente e experimental também acabaram por contribuir para a consolidação da nossa identidade enquanto banda. Foi também assim que aprofundamos o estudo dos instrumentos que agora tocamos. Fomos muitas vezes expulsos da sala onde ensaiávamos por funcionários, professores e até pela diretora. Não foi fácil mas a música foi mais forte.
headLiner: Vocês já têm dois álbuns na bagagem, diria que é algo que não é normal para uma banda tão jovem. Já tinham vindo a compor antes da formação inicial da banda ou foi depois de se juntarem que as ideias começaram a fermentar?
OCENPSIEA: Haviam umas poucas composições feitas à priori da formação inicial da banda, sempre originais, mas cremos que foi a partir do momento em que nos juntamos que percebemos o nosso verdadeiro potencial e começamos realmente a fermentar. Foi nos “ensaios clandestinos” que a nossa vontade de criar e tocar em conjunto cresceu. Em 2016 tivemos o nosso primeiro concerto no foyer do Theatro Circo, no âmbito da Noite Branca. A partir daí, as coisas tornaram-se mais sérias e começamos a ensaiar regularmente e numa sala própria. Em 2018 o Francisco juntou-se à banda e isso veio acrescentar criatividade musical e também mais qualidade no trabalho de produção.
headLiner: Ocenpsiea, nome bastante invulgar… Há certamente uma história por detrás… Quem fala convosco queixa-se muito da dificuldade da sua pronúncia?
OCENPSIEA: Apesar de nos relatarem uma certa dificuldade em pronunciar o nome da nossa banda, não há, para nós, uma única forma correta de a pronunciar. Mesmo dentro da banda cada um tem a sua própria pronunciação (risos). Todos têm a liberdade de escolher como querem dizer o nosso nome, desde que o mantenham na sua mente. Gostamos de pensar no provérbio “primeiro estranha mas depois entranha” (não só no que diz respeito ao nome da banda, mas também à música). Embora seja difícil de decorar à primeira, acreditamos que depois de estar na cabeça das pessoas, não vai sair mais. Para além disso, não somos difíceis de encontrar online. Tentamos sempre dar nomes fáceis de memorizar aos álbuns e às músicas, para contrastar com o nome da banda, e também para ser fácil de encontrar.
headLiner: Vão lançar agora em 2021 o vosso novo álbum, certo? Já tivemos o prazer de o ouvir e ficamos impressionamos com a riqueza musical que apresenta, nunca saberemos o que a faixa seguinte vai nos trazer. Uma das nossas favoritas é a “MAC” e o seu baixo associamos logo ao baixo do incontornável Thundercat. É uma das vossas influências para este trabalho? Que outros artistas vocês querem destacar como influências como tanto individualmente e como coletivo?
OCENPSIEA: Desde já ficamos muito agradecidos pelo vosso apreço pela nossa música. Apreciamos bastante o trabalho de vários artistas que, indiretamente, acabam por influenciar a nossa música, sendo o Thundercat um deles, mas também outros como Robert Glasper, Gogo Penguin, Weather Report, badbadnotgood etc…Poderíamos elaborar uma lista bastante longa no que diz respeito a este assunto.
headLiner: Neste álbum contam com a voz de PZ no vosso single de estreia “Bicho Mau”. No álbum de 2018, ‘Sabão Rosa’, contam numa das faixas o infalível timbre de Adolfo Luxúria Canibal. Sendo duas figuras tão distintivas da música portuguesa, acaba também por definir a fusão que o vosso som embarca?
OCENPSIEA: Nunca tentamos encaixar-nos num género musical, sendo que não é nada fácil definir sequer o nosso género. Temos um estilo muito próprio que se inspira em música jazz, hip hop, rock, funk, mas que acaba por nunca ser nenhum deles, nem o consideraríamos uma fusão. Pensamos que é um estilo muito próprio e muito nosso, como pessoas que ouvem estilos variadíssimos.
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headLiner: O vosso maior palco até à data, será certamente o Festival Para Gente Sentada abrindo para esse ícone da música português, o Jorge Palma. O que sentiram quando receberam o convite?
OCENPSIEA: Acima de tudo sentimos alívio por podermos finalmente dar concertos num contexto seguro. Devido à situação pandémica vamos voltar a atuar exatamente 1 ano e 1 dia depois do nosso último concerto no Oub’Lá. Este regresso aos palcos também não poderia ser de melhor forma. Ficamos muito contentes por voltar ao Theatro Circo. Quando fomos convidados para tocar no Festival Para Gente Sentada (um festival pelo qual sempre tivemos enorme admiração e vontade de tocar), na sala principal do Theatro Circo, foram logo dois sonhos tornados realidade. Ligamos imediatamente uns para os outros para festejar o feito. É sempre bom saber que o nosso trabalho está a chegar às pessoas certas e a ser reconhecido, e que também está à altura de outros grandes nomes no cartaz.
headLiner: Na nossa última rubrica do ‘Foco headLiner aos Talentos Emergentes��� também entrevistamos uma banda de jazz emergente do Porto, os Fatspoon. Perguntamos-lhes qual palco achavam que mais gostariam de se ver, e faz sentido também perguntar-vos o mesmo. Que palco gostavam mais de se ver a tocar: no jazz na relva do Festival Vodafone Paredes de Coura, no final de tarde do NOS Primavera Sound ou no EDP Cool Jazz em Oeiras? Têm algum local onde têm um desejo especial para tocarem?
OCENPSIEA: É sem dúvida uma escolha difícil porque são os três festivais que mais frequentamos enquanto ouvintes… Seria muito bom participar em todos eles como músicos. Este ano íamos concretizar o sonho de tocar num deles... Fica para 2021 a surpresa (risos). Esperamos no futuro ir tocar a esses e a muitos outros. O bom de ter um estilo musical tão versátil e, de certo modo, indefinido e ambíguo, é que, enquanto banda, conseguimos adaptar-nos e encaixar-nos em diversos ambientes e contextos.
headLiner: 2020 já está a chegar ao fim (finalmente), com o lançamento do vosso 3º disco o que podemos esperar para 2021? Concertos já em agenda? Já nos podem avançar alguma novidade?
OCENPSIEA: Novidades temos muitas, mas tudo será revelado a seu tempo. Podemos apenas avançar que a Primavera trará coisas novas para todos ouvirem...
Links
Facebook: facebook.com/ocenpsiea Instagram: @ocenpsiea Spotify: Ocenpsiea
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #12
Jesus the Snake são um quarteto de Vizela, com uma veia vianense nas teclas. A sua formação é composta pelo Jorge Lopes (guitarra), Gonçalo Palmas (teclas), Rui Silva (baixo) e João Costa (bateria). Nasceram em Maio de 2016 e a sua sonoridade assenta no stoner psicadélico dos anos 70 do século passado. A própria banda descreve o seu som como sendo “um rock instrumental, psicadélico e progressivo”.
Mesmo na ponta final de 2017 lançaram o seu EP de estreia intitulado de ‘Jesus The Snake’. A continuação discográfica aconteceu no passado ano , 11 de Julho, com o lançamento de ‘Black Acid, Pink Rain’, o primeiro longa duração. Este trabalho discográfico teve direito a destaque no HeadLiner como sendo um dos melhores álbuns nacionais do ano que há pouco findou. A lista completa pode ser apreciada aqui.
No decurso do ano passado a equipa do HeadLiner teve a oportunidade de vê-los ao vivo em duas ocasiões distintas ajuizando desse modo a sua valia. A primeira aconteceu em maio no Oub’Lá em Guimarães, cuja reportagem completa pode ser lida aqui e a segunda ocasião no Porto, a abrir para os The Black Wizards. A reportagem da Cidade Invicta pode ser lida aqui.
Os Jesus the Snake já pisaram alguns palcos e festivais míticos em Portugal como são os casos do Hard Club, no Porto, ou o Sabotage e RCA Club em Lisboa. O festival mais relevante onde estiveram foi o incrível SonicBlast Moledo no ano passado. A nível nacional também já tocaram no Festival Ecos do Lima e no Douro Jam. Internacionalmente já tocaram em Espanha, como por exemplo, no Festival Territorio Lunar e também em França.
A entrevista que poderão ler a seguir, foi realizada num dos últimos concertos da banda nomeadamente na Missa do Galo em Guimarães, um evento que tem vindo a ganhar espaço e relevância organizado por uma promotora/editora daquela cidade minhota, a Elephante MUSIK.
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Entrevista aos Jesus The Snake
HeadLiner: A banda nasceu em 2016, na altura o vosso teclista era o João Alves, com ele gravaram o vosso álbum homónimo ‘Jesus The Snake’. Agora com este ‘Black Acid, Pink Rain’, fizeram quase um remastered das “Floyds”s e da “Karma”, certo? A entrada do Gonçalo Palmas conseguiu dar o seu toque e influenciar esses remastered?
Jorge: Bastante, até porque foi por isso que as voltamos a gravar as 3 músicas. O outro teclista era mais de presença e ele do nada desapareceu, não disse mais nada. Nós fomos abrir para The Atomic Bitchwax no Porto, e não tínhamos teclista. Falamos com o Palmas, que na altura já era nosso amigo. Ele veio desenrascar e acabou por gostar da cena. Nos ensaios fomos trabalhando mais as músicas, fomos vendo que dava para encaixar mais alguma coisa ali, um solo de teclado acolá. Antes dele não dava. Depois vimos que tivemos que regravar as músicas porque acabaram por estar completamente diferentes.
Rui: Não foi só isso, na altura em que gravamos o EP, o Jorge estava a morar na Suiça, então gravamos aquilo tudo à pressão. O Jorge chegava na sexta, sábado íamos para estúdio e domingo o Jorge tinha de apanhar o avião de volta. Ou seja, o EP acabou por não sair como nós queríamos. Ficou tudo muito atrapalhado, muito à pressa. Não tivemos a oportunidade de ficar no estúdio, a ouvir e ver o que é que poderíamos melhorar.
Jorge: Deu para termos uma primeira amostra daquilo que nós queríamos chegar. Mas sempre foi a nossa ideia ter um teclista muito mais presente, e com o Palmas conseguimos isso.
HeadLiner: Dando seguimento à pergunta anterior, nas “novas” músicas, “Duna” e “Black Acid, Pink Rain”, o teclado é transportado muitas vezes para primeiro plano. Foi uma exigência do Gonçalo? (risos)
Jorge: Secalhar foi uma exigência mais nossa. Eu gosto bastante de fazer acordes, e estar a dar uns acordes e estar só o piano a dar as notas por baixo, ficaria sempre a faltar alguma coisa, uma voz… E ele como tem a escola de jazz, tem tudo para ter partes só dele e poder javardar à vontade.
HeadLiner: “I haven't smoked in nearly 17 years but this would have been a Hell of a soundtrack to have back then.”; “This is some Wednesday Night music”; “sounds like 1973” isto são alguns comentários ao vosso disco retirado do youtube que já vai com mais de 30 000 views (!!). Como é que reagem a tantos elogios?
Rui: Ficamos super contentes (risos). Um gajo fica sempre sem jeito quando ouve essas cenas.
Jorge: Nem estamos habituados (risos). Houve pessoal que disse: “Ei pessoal, venham à América tocar e o caralho” e eu até cheguei a responder: “nós somos uma banda mesmo pequena, estamos fodidos para ir a Espanha, pelo menos tão cedo não vamos poder ir”. Eu estava no trabalho quando o álbum saiu, estava sempre a atualizar o Youtube e só via aquilo, 1000, 2000, 3000 (views)
HeadLiner: Como é que vocês descrevem o som do vosso álbum para totós?
Rui: Eish… Boa pergunta. Sei lá, é uma viagem sem fim. Vamos buscar o psicadelismo dos anos 70, e misturamos com riffs pesados, stoner.
Jorge: Misturamos um bocadinho também de jazz. Hoje no concerto (Missa do Galo 2019), tocamos 4 músicas sem parar. A nossa ideia até era chegar, tocar 1h10, sempre sem parar. Hoje decidimos dividir a “Black Acid, Pink Rain” em dois. Começamos, depois tocamos duas músicas no meio, metemos metade de uma música nova e depois voltamos novamente à “Black Acid, Pink Rain”. Gostamos de fazer assim umas brincadeiras.
João: Também é para dar dinâmicas diferentes, para não estarmos a tocar sempre o mesmo. Também é um bocado isso que se nota do 1º EP para o álbum. Foi fazer as cenas melhor.
Rui: O género que tocamos dá para essas coisas, improvisar um bocado, javardar por aí fora.
HeadLiner: Seguindo as vossas redes sociais, não é difícil de perceber que grande parte dos vossos fãs não são de Portugal. Têm alguma explicação para isso? Será que lá fora gostam mais dos 60/70 psychadelic stoner?
Rui: Já nos disseram que se nós fossemos uma banda Alemã ou Holandesa, estavamos mais lá em cima. E mesmo aqui em Portugal temos mercado.
Jorge: De 2016 até agora fomos crescendo devagar, mas tentamos dar passos sólidos e não entrar em grandes filmes. Mas nós tocamos para agradar a nós próprios, não tocamos para agradar a ninguém, por isso estamos bem. Se fosse para agradar alguém, não estávamos a tocar o que tocamos. Por isso estamos bem.
HeadLiner: Vocês dão bastantes concertos lá por fora, já andaram por Espanha, França. Qual foi o público que mais vos surpreendeu pela receção?
Rui: França. Quando nós fomos a França, aquilo foi completamente surreal. O concerto era às 7h30 (PM), o promotor disse-nos para começarmos a tocar e a sala estava vazia. E nós dissemos-lhe “Ei pá, a sala está vazia, não dá para atrasar um bocado?” e ele disse “Pá, já está uma fila enorme lá fora!”. Nós fomos verificar e ya, estava uma fila enorme. No final da 1ª música já estavam umas 150 pessoas lá dentro, e tudo ali à frente a ouvir, caladinhos. E eu até comentei com eles “Eh pá, vocês são um publico espetacular, não falam, estão tão calados a ouvir”, enquanto cá em Portugal, o pessoal está sempre a falar.
HeadLiner: E qual foi a cidade?
Rui: Bordéus.
HeadLiner: De que países compraram o vosso álbum?
João: Eish…. Bastantes, a maior parte foi para a América. Ásia acho que também já enviamos.
Jorge: Já enviamos também para a Grécia, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido… mas a maior parte mesmo é para os Estados Unidos.
Rui: Acho que só não mandamos mesmo para África e para a Austrália.
HeadLiner: Estamos agora a começar um ano novo, 2020, o que é que vocês nos vão trazer? Novas datas? Começar um novo trabalho discográfico?
Jorge: Vamos fazer uma pausa nos concertos. Vamos agora no dia 10 (de janeiro) fazer um encerramento na nossa terra (Vizela), e depois só em Fevereiro para a Porta 253, para ficarmos com um registo filmográfico. Depois estamos a pensar parar e não marcar mais, até porque queremos trabalhar para o novo álbum. Temos já quatro ou cinco músicas. Duas delas já estão bem definidas e falta concluir as outras. Queríamos ver se lançavamos o álbum já para 2020.
Ouçam: Black Acid, Pink Rain
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Especial: Foco headLiner com Quase Nicolau | FE-Festival Emergente 2021
Os 6 elementos dos Quase Nicolau, foto @ Francisca Alarcão Aproveitamos o facto de sermos Media Partners do FE-Festival Emergente para entrevistarmos uma das bandas que vai tocar no festival. O evento realiza-se já nesta sexta-feira e no sábado no qual o foco são mesmo os talentos emergentes nacionais. Toda a informação pode ser consultada aqui.
A nossa escolha para a entrevista recaiu nos Quase Nicolau. Eles foram selecionados para participarem no referido certame através do Open Call e por isso achamos relevante saber das suas expectativas para esta aparição naquele festival que promove os talentos emergentes nacionais. Tocam sábado, dia 16 de outubro pelas 19:15 horas no Capitólio em Lisboa, a base do evento.
~ Introdução aos Quase Nicolau
Os Quase Nicolau são uma banda composta por gente ainda muito jovem e que foi-se juntando entre amigos universitários. Todos eles com ligações musicais diversas: da formação clássica e em jazz, ao rock, blues e folk aprendidos em casa.
A formação dos Quase Nicolau é composta por 6 elementos: Francisco Carrapa (voz, guitarra elétrica e Baixo elétrico), Francisco Melo (voz, baixo elétrico, guitarra elétrica e kalimba), Gonçalo Mota (voz, guitarra elétrica e guitarra acústica), Joana Domingues (voz, teclados e percussão), José Lobo (voz, viola amarantina, guitarra elétrica e guitarra acústica) e Nuno do Lago (bateria, percussão).
Apresentam-se como sendo uma jovem banda lisboeta de folque roque – rock com arranjos diversos e muitas harmonias vocais cantadas sempre em português. Na sua, ainda muito curta discografia, contam já com a gravação de um EP intitulado ‘Alvorada’. A gravação iniciou-se em 2019, com a chegada da Covid-19 e respetivo confinamento sofreu uma paragem obrigatória. Após o retorno às gravações em julho de 2020 conseguiram levar a empreitada a bom porto tendo o processo sido concluído em outubro desse ano. O lançamento oficial ocorreu em janeiro de 2021. São 5 faixas que constam desse EP.
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Na entrevista que fizemos à banda e que apresentamos a seguir procuramos saber, além de pistas para o futuro, a expetativa do que vai acontecer já no curto prazo, isto é, a participação que vão ter no FE-Festival Emergente. Para lerem agora a partir daqui:
~ Entrevista aos Quase Nicolau
headLiner: Quem são os Quase Nicolau e como é que surgiram?
Quase Nicolau: Os Quase Nicolau são o Francisco, o Gonçalo, a Joana, o Melo, o Nuno e o Zé, e têm uma idade média de 21,333 anos. No secundário o Gonçalo e o Zé juntavam-se para ouvir música e tocar guitarra. Juntos descobriram e cantaram The Beach Boys, Radiohead, Fleet Foxes,... Das canções alheias passaram, pouco a pouco, a melodias suas e cada vez menos más. Quando acharam ter nas mãos algo merecedor de mais tempo, chamaram o Francisco, amigo de infância e magnífico músico com formação clássica, para construir canções. E entre o fim de 2018 e o verão de 2019 chegaram o Nuno, a Joana e o Melo (também ele Francisco), todos conhecidos na Escola Superior de Teatro e Cinema. Há quem fale, por brincadeira, num sétimo Nicolau, mas por enquanto seis são o número certo!
headLiner: Qual a origem do vosso nome? Há alguma história peculiar?
Quase Nicolau: Há, sim, e esperamos que não pareça tão longa quanto é! Há cerca de dez anos o realizador português João Rosas fez o casting do seu primeiro filme, Entrecampos (2013). A personagem secundária mais importante era um menino de nome Nicolau, futuro protagonista dos restantes dois filmes da trilogia, Maria do Mar (2015) e Catavento (2020). Quis o acaso que viessem parar à mesma banda o rapaz que ficou com o papel, o Nicolau, e outro que não o conseguiu e se limitou a figurante. Foi, no bom dizer de uma amiga, quase Nicolau. E, como ouvimos isto quando procurávamos nome, passámos todos a ser Quase Nicolau.
headLiner: São uma banda recente e de gente muito jovem. Para já a vossa discográfica contempla apenas o EP ‘Alvorada’. Estará para breve o vosso primeiro LP?
Quase Nicolau: Para tão breve quanto possível! Estamos, em paralelo aos concertos, a compô-lo e a gravar maquetes. O disco já tem título e um alinhamento provisório de doze canções mais aventureiras e dançantes, e também mais directas do que as de Alvorada. Tocaremos quatro destas canções no Festival Emergente, e deveremos começar a gravar o disco no primeiro trimestre de 2022. Estamos muito entusiasmados!
Os 6 elementos dos Quase Nicolau, foto @ Francisca Alarcão headLiner: O vosso som comtempla uma mistura de imensos instrumentos, como, por exemplo, a Kalimba e a Viola Amarantina. Como é que descrevem a vossa música?
Quase Nicolau: É música melancólica que pode pôr-vos a dançar. Vamos transformando as nossas incertezas em canções com os altos e baixos que conhecemos. Da meditação ao regabofe.
headLiner: A pandemia afetou profundamente a vida artística no nosso pa��s. Qual o impacto nas vossas vidas e na vossa música?
Quase Nicolau: Tivemos, como tantas outras bandas, de cancelar e adiar concertos e de interromper a gravação do nosso primeiro EP, Alvorada. Fizemos, no entanto, um esforço por não ceder à inércia. No primeiro confinamento reunimo-nos uma vez por semana para rever detalhes do EP e discutir maquetes de temas do álbum, para as quais cada um ia gravando partes em casa, à semelhança da Cuca Vida do Conjunto Cuca Monga.
Assim que as restrições afrouxaram, retomámos e terminámos a gravação, mistura e masterização da Alvorada. No segundo confinamento ocupámo-nos sobretudo da promoção deste nosso primeiro EP, e do planeamento do ano.
headLiner: O FE-Festival Emergentededica-se a potenciar os talentos emergentes do panorama nacional. Sem dúvida uma missão pertinente. Como foi o vosso processo de decisão e candidatura ao Open Call?
Quase Nicolau: A Joana, nossa vocalista e teclista, foi ao Festival Emergente 2020 como espectadora. Quando soube do concurso deste ano contou-nos, e nem pensámos duas vezes. Inscrevemo-nos como qualquer outra banda, e aguardámos. Contámos, na nossa candidatura, com o gracioso teledisco que a nossa amiga Margarida Paias realizou para “Não Vou Cá Estar”, último tema de Alvorada. Chegada a votação, pedimos ajuda a amigos, a família, e a quem nos segue.
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headLiner: O que representa para vocês terem sido selecionados através do Open Call do FE-Festival Emergente?
Quase Nicolau: É uma honra! Muito agradecemos a confiança em nós depositada pela organização do festival, pela qual fomos seleccionados. Tocar no Capitólio é um sonho que chega muito mais cedo do que alguma vez imaginámos! Na manhã de 3 de Setembro colámo-nos, cada qual em sua casa, todos à SBSR.FM para ouvir o anúncio dos vencedores, e tivemos os corações aos pulos quase até ao fim. Devemos ter sido os penúltimos anunciados! Passados instantes o nosso grupo de mensagens estava em festa. Esta é uma excepcional oportunidade para tocar numa das salas mais emblemáticas do país e dar a nossa música a conhecer a muita gente. Andamos alegres!
headLiner: Quais são as vossas expetativas para a participação no FE-Festival Emergente?
Quase Nicolau: Esperamos e estamos a fazer tudo por dar um bom concerto, divertido tanto para o público como para nós! Temos a sorte de, pela primeira vez, dar três concertos no espaço de um mês – o primeiro no Festival Aqui ao Lado, o segundo na Casa do Capitão, e o terceiro no Festival Emergente -, e sentimo-nos aprender e crescer com cada um. E queremos, claro, ver os concertos das belas bandas que nos farão companhia no Capitólio!
~ Links da banda
Facebook: facebook.com/quasenicolau
Instagram: instagram.com/quasenicolau
Spotify: https://open.spotify.com/artist/4foW7QAYqDtBRWlTKM6Ego?si=iOasAdtXSta7rswbluZqBw&dl_branch=1
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #18
A música instrumental dos Fatspoon não se gere por fronteiras ou limites e mescla géneros tão distintos como o rock, a dance music, o funk ou o hip-hop.
A Cidade Invicta é um dos pontos de encontro deste coletivo que agrupa amantes de música vindos de estilos distintos e respetivos gostos diferentes. O núcleo duro é constituído por João Hierro, Miguel Pinto, João Azeredo, Pedro Nadais e Gonçalo Palmas sendo que ao vivo a formação é mais extensa. Uma banda jovem com todos na faixa etária dos 20 aos 30 anos.
O seu som é fortemente groove e faz com os seus ouvintes mexam as ancas e deem uns pezitos de dança. Foi isso mesmo que a equipa do headLiner comprovou no concerto que este coletivo realizou em Famalicão.
‘Mushgrooves’ é a primeira edição discográfica cujo lançamento ocorreu no decurso deste 2020.
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A meados de Agosto fomos convidados para o estúdio e ponto de encontro improvisado dos Fatspoon, um colectivo formado por amantes da música e que viram no jazz a receita perfeita para os levar mais além.
Na casa do Luís, um dos dois bateristas que a banda tem, tivemos uma longa conversa sobre o seu trabalho de estreia, ‘Mushgrooves‘, uma mistura entre o jazz, o funk, o rock ou mesmo o hip hop, numa combinação alucinante e que deixou muita água na boca.
Na nossa conversa falamos com parte da banda, Luís, um dos bateristas, Miguel Pinto, no baixo, Gonçalo Palmas, nos teclados e Pedro Nadais, numa das guitarras. Falamos do digital e do analógico, das grandes influências com nomes como Snarky Puppy ou Vulfpeck, ou do palco de sonho que a banda portuense sonha em tocar.
Fatspoon em concerto no MEL- Famalicão [Mais fotos aqui]
~ Entrevista ao Fatspoon
headLiner: O vosso nome, Fatspoon, tem um tanto de engraçado como de peculiar. Como surgiu a receita para este nome?
Miguel Pinto: Foi um bocado por um acaso. Inicialmente o nome da banda era outro, e, por engano, um amigo do Luís veio-me perguntar: “Como é que se chama a tua banda? É Fatspoon?”, “Não, meu, é outro nome”. Mas fiquei com aquilo na cabeça, e acabou por ficar aquele nome.
Pedro Nadais: Queres dizer o nome anterior?
Miguel Pinto: Era Fapoon, que não tinha nenhum significado [risos].
Pedro Nadais: Não, tinha um significado.
Miguel Pinto: Era um significado com pouca importância. Foi de um vídeo da internet, e estávamos com pressa para arranjar um nome porque íamos ter um concerto. Ou seja, inicialmente era esse o nome, depois é que veio este. Foi ao acaso uma pessoa que se enganou, e disse: “Não, meu, mas Fatspoon é que é fixe, tipo grande colher de grumo”. E acabamos por achar engraçado, e pronto, depois o resto da banda achou piada e ficou.
headLiner: Vocês vêm de um background diferente, certo? Uns de vocês vieram da FEUP, outros da ESMAE, como surgiu este coletivo?
Pedro Nadais: A banda começou comigo e com o Miguel. Conhecemo-nos na FEUP, começámos a tocar com um baterista, depois tocamos com outro, com outro guitarrista, estávamos sempre a mudar.
Miguel Pinto: Não era bem uma banda, íamos tocando juntos.
Pedro Nadais: Sim, íamos tocando juntos. E depois falámos com o Hierro (baterista 2) que o Miguel conhecia, foi o primeiro baterista (e continua a ser), e depois foram surgindo todos os outros membros. O Azeredo (saxofone), que surgiu por intermédio do Hierro e depois o Palmas (teclados).
Miguel Pinto: Eu já tinha falado com o Palmas no início da banda, só que não deu na altura, depois o Hierro também falou com ele. Foi um misto, toda a gente se conhecia.
Palmas: E acabou por ser no timing certo.
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headLiner: Pelo que percebi, o Palmas já era cobiçado há algum tempo.
Palmas - Nós não nos conhecíamos muito bem. E na altura que me chamaram ainda não havia muitas coisas para me mostrar. Depois decidimos que iria acontecer numa fase a seguir, quando já houvesse música, para podermos construir algo em conjunto. Mas a partir do primeiro ensaio levámos todos a sério e pegámos todos na “coisa” em conjunto, o que acabou por ser a seguir ao primeiro concerto de Fatspoon.
headLiner: Gravaram em fita para as Live Session Master Tape. O porquê de gravar neste registo? Que grandes diferenças sentem gravar em fita relativamente ao digital?
Palmas: Eu acho que quando se grava em live session, diretamente para uma fita, a orgânica da banda está sempre acima, porque há mais a simulação de concerto ao vivo, em que não interessa tanto se há um prego ou se algum volume não está no sítio. O que interessa é mesmo essa orgânica, que não se consegue capturar quando os músicos gravam faseadamente. E o que nós temos falado é que agora se calhar vamos optar mais pelas lives, porque tem mais a ver com o nosso estilo e já temos alinhavados quatro lives que não sabemos ainda bem como é que vão ser feitos. A partir de agora se calhar vamos optar mais por gravar porque achamos que captura o nosso lado mais ligado à improvisação. Gostamos muito de incluir momento de improviso nas nossas músicas.
Fatspoon em concerto no MEL- Famalicão [Mais fotos aqui]
headLiner: Duas dessas gravadas foram a “Biscuits” e a “Disco Sheet”, duas novas do vosso álbum de estreia que irá sair ainda. Como foi o processo criativo para esse trabalho? O facto de terem estado em confinamento teve alguma influência direta?
Miguel Pinto: O confinamento, acho que foi só mau para a banda, não ajudou muito.
Palmas: Por um lado deu pica para agilizar o lançamento, um bocado se calhar.
Miguel Pinto: Nós estávamos muito bem encaminhados para acabar o disco e depois houve ali uma “coisa”, que nem sequer deu para nos reunir uns com os outros, praí durante um mês e meio ou dois. Portanto deve ter atrasado esse tempo. E entretanto..
Palmas: E entretanto cancelámos imensa coisa também. Tínhamos cinco concertos marcados para Março. Era um mês em que nós estávamos a investir muito. Nós em Janeiro e Fevereiro não fizemos quase nada a nível de concertos estávamos a reparar-nos para tocar ao vivo em Março, e tínhamos um live também na porta 253 marcado. Ou seja, íamos ter um live e cinco concertos e foi tudo cancelado. Neste momento ainda nem sequer remarcámos essas coisas. Mas graças a isso, tivemos agora um concerto muito bom para nós, que nos deu imenso gosto em fazer. Um dos concertos adiados era no CRU :: espaço cultural em Famalicão, e agora essas mesmas pessoas, convidaram-nos para tocar num festival que agora estão a fazer, chama-se MEL, uma produção da Elogio Vádio.
Miguel Pinto: Mas a cena do confinamento é isso, não foi bom de todo para a banda.
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headLiner: Então a nível de processo criativo já estava tudo...
Miguel Pinto: Tudo não, nós estamos em misturas há muito tempo. Houve só uma coisa que foi feita mais em processo criativo para uma das músicas que é a “Space Bagel”, onde se adicionaram os teclados e um sintetizador. Isso é que foi feito pós-quarentena, ou ainda a meio da quarentena.
Palmas: Foi no pós-quarentena, uma semana depois, mal acabou a quarentena. O Miguel convidou um grande amigo dele que é o Pedro Fonseca, que também faz parte de várias bandas. Juntamo-nos com ele e passámos ali quatro dias só a dar um arranjo na mistura e a compor teclados. Chamámos um amigo nosso que gravou os primeiros trinta segundos de um clavinet, o Francisco Martins, todos ajudaram. A música que se calhar era uma das que estávamos menos satisfeitos, passou a ser uma das que neste momento estamos mais satisfeitos.
headLiner: E que bandas influenciaram o vosso som para este trabalho?
Palmas: Acho que há duas bandas a que toda a gente nos associa sempre, em qualquer sítio que vamos, que são as bandas que agora também estão mais na moda dentro da nossa onda, que são os Vulfpeck e os Snarky Puppy.
Miguel Pinto: Mas as composições iniciais, o que eu andava a ouvir na altura, era uma banda de Lisboa que são os Groove Quartet. Isso acho que influenciou imenso as composições das músicas. Algumas, mais as músicas experimentais que estão sempre a mudar de partes.
headLiner: A vossa capa, a que está nas vossas redes sociais e que provavelmente foi um dos cartões de visita, não a nível de som mas a nível gráfico, é um boneco a cozinhar algo, está ali qualquer coisa a fermentar. Quando começaram a sair as primeiras músicas estavam referenciados a sabores, comidas. Qual a ligação?
Pedro Nadais: Isso surgiu muito naturalmente e muito espontaneamente e acho que foi muito bem conseguida essa junção dos alimentos e dos sabores à parte auditiva, que é a música.
headLiner: Mas foi algo pensado?
Pedro Nadais: Não foi muito pensado. Inicialmente o nome não era Fatspoon. Entretanto surgiu esse nome, que introduziu a colher da sopa nesta caldeirada e depois, a partir daí uma coisa ia puxando a outra, como os nomes das músicas por exemplo. Os nomes das músicas começaram muito por quem nos influenciava, como a “James Jamon”, que é muito baseada no funk do James Brown, um bocado mais “rockada”, mas é por aí. A "Scone Fields”, no John Scofield. A partir daí começámos a criar algumas ligações entre nomes de músicas e comida... e colher, e surgiu assim essa sopa de letras.
headLiner: O que no fundo acaba também por ser o jazz. Uma mistura de vários elementos e de vários instrumentos.
Pedro Nadais: Exatamente, é por aí. O jazz e a parte da improvisação e da fusão.
Fatspoon em concerto no MEL- Famalicão [Mais fotos aqui]
headLiner: Nas vossas atuações ao vivo, têm tido uma boa receção do público?
Pedro Nadais: Sim. Tivemos um concerto que me lembro muito bem, em Santo Tirso (Carpe Diem) em que tocámos, pagava-se a entrada e no final do concerto lembro-me de muita gente nos vir felicitar. Pagava-se entrada, mas no final algumas pessoas que não pagaram a entrada gostaram tanto que a foram pagar. Eu acho que isso foi impagável para nós.
Palmas: Literalmente [risos].
Miguel Pinto: Mas a receção é sempre muito boa. Nunca tivemos nenhum concerto que correu mal. Mesmo os que correm mal da nossa parte, ou que nós achamos que correram mal, as pessoas dizem que gostaram muito. Mesmo não sendo nossos amigos.
Palmas: O mais bem conseguido, curiosamente, foi em Vigo. Um concerto que nós fomos lá dar numa sala, foi o segundo concerto em Espanha que demos e foi uma loucura. Era uma sala mesmo pequena, deviam estar vinte e cinco pessoas. Estavam mesmo a vibrar. Estavam lá dois espanhóis que vieram falar connosco no fim para dizer que tinham ouvido e que tinham achado que era parecido com Snarky Puppy e que tinham feito 60 km para nos vir ver, todos contentes. E nesse aspeto a receptividade está a ser boa. Agora queremos é fazer chegar a nossa música a mais pessoas e com este álbum queremos investir forte em fazer a nossa música chegar principalmente à comunidade mais jovem, ao pessoal mais da nossa faixa etária.
headLiner: Como coletivo, onde se imaginam mais a tocar: numa tarde quente no jazz na relva do Festival Paredes de Coura, num final de tarde do Primavera Sound ou num Cool JazzFest? Em que cenário gostariam de se enquadrar?
Miguel Pinto: Sinceramente, nos três.
Pedro Nadais: Isso era o melhor dos três mundos, era de facto os três.
Luís: Utopicamente falando, estaríamos no GroundUP Music, que é o festival organizado pela malta dos Snarky Puppy. Mas no EDP Cool JazzFest seria fantástico. Mas para pegar no que estavas a dizer, sendo que o objetivo é atingir um público mais jovem, seria incrível tocar no jazz na relva no Festival Paredes de Coura, era ótimo.
headLiner: Sendo que estão agora a lançar o vosso primeiro longa duração, queriam referenciar alguém, destacar alguém que vos ajudou neste processo?
Miguel Pinto: O álbum foi gravado inicialmente num estúdio na casa de um amigo nosso, o Filipe Oliveira. Na ajuda da captação do som tivemos a Inês Meira.
Palmas: A nível de gravação trabalhamos com alguns músicos, um deles foi o Shumi que gravou percussão na “Scone Fields”, outro deles foi o Francisco Martins que gravou o clavient na introdução da “Space Bagel”. Também trabalhamos com o Manu Idhra que fez percussão em duas músicas, na “James Jamon” e na “Funky Seaweed”. As bónus tracks do nosso ‘Mushgroves’ foram gravadas em fita e misturadas pelo Colin Girod, que tratou também da masterização do nosso disco. A capa do álbum foi concebida pelo Güerogüero, um ilustrador mexicano. Depois o João Miro, um amigo nosso, pegou na estética que ele ilustrou e construiu a contra-capa e o design do próprio disco.
Vejam toda a foto-reportagem do João Machado no MEL - Famalicão: clicar aqui
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #17
~ Apresentação de West Coast Man
West Coast Man é o nome do projeto de Pedro Costa no qual se apresenta a solo. Esta sua aventura começou em 2016 com a estreia de “Bird Soul”, uma canção que fala do desejo em “querer estar noutro lugar, de viajar, esta vontade de querer andar sempre de mochila às costas”. Curiosamente este tema teve um profundo impacto na vida do cantautor oriundo das Caldas de Vizela. Foi por causa dele que a sua vida transformou-se tendo-se mudado para Rubiães em Paredes de Coura. Pelo meio uma história de amor na qual conheceu a sua esposa sendo que ambos vivem naquela pacata zona do Alto Minho.
A 26 de março de 2018 edita o seu primeiro EP homónimo com 6 faixas, já em 2019 surge 'See You on the Other Coast' o primeiro álbum cujo primeiro single foi o tema “Candles&Flowers”
West Coast Man ao vivo em Paredes de Coura O artista vizelense já teve algumas aparições de relevo. No verão do ano passado tocou no palco Jazz na Relva do Vodafone Paredes de Coura e no último outono fez parte do cartaz do Festival para Gente Sentada que se realiza em Braga. Também fez parte da edição de 2019 do Walk & Dance festival baseado em Freamunde.
~ Entrevista ao West Coast Man
HeadLiner: Como surgiu a ideia de ‘West Coast Man’ como nome deste teu projeto e o que significa para ti?
West Coast Man: Andei muito tempo a pensar num nome perfeito para o projecto e não foi nada fácil, nada parecia funcionar. No final de tanta procura resumiu-se tudo a uma questão geográfica, Portugal é o país mais a oeste da Europa, daí nasceu o nome West Coast Man.
HeadLiner: ‘West Coast Man’ em 2018 e 'See You on the Other Coast' em 2019 são os trabalhos editados. Queres desvendar ou simplesmente falar um pouco sobre o significado e contexto pessoal e/ou musical dos discos?
West Coast Man: Embora possa não parecer são trabalhos ligeiramente diferentes. “West Coast Man” foi a minha primeira abordagem à criação/construção de um trabalho original, e apesar de serem ambos dentro género Indie Folk no primeiro não houve uma preocupação muito grande no fio condutor entre as canções ao contrário do segundo. No que diz respeito ao conceito há uma proximidade maior, em geral as canções falam na vontade de mudar e de procurar novos lugares, falam também dum longo processo interior de auto conhecimento com muito amor e desamor à mistura.
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HeadLiner: Mudaste de Caldas de Vizela para Paredes de Coura numa fase de alguma intensidade na tua vida. Após essa mudança física e das transformações pessoais qual o impacto que teve na tua maneira de compor e na tua música?
West Coast Man: O meu gosto pela natureza sempre existiu e sempre senti necessidade de o passar para as minhas canções. Quando me mudei para Paredes de Coura para mim foi como encaixar duas peças soltas que se pertencem, e isso influenciou-me a todos os níveis. A inspiração directa e constante por tudo que me rodeava, a paz de espírito, tudo isso foi muito importante para chegar ao som de West Coast Man. Nós somos o que vivemos e o que nos rodeia, e isso de uma forma ou de outra acaba por passar para a nossa música.
HeadLiner: A pandemia afetou profundamente a vida artística no nosso país. Pessoalmente como é que te afectou e qual o impacto na tua vida musical?
West Coast Man: As coisas ficaram muito feias, a musica é partilha e contacto pessoal, e tudo isso teve que acabar de repente. Sem concertos sem ensaios, restou-me compor material novo, a ideia de retiro e de estar sozinho no meu mundo é algo que me agrada de certa forma mas não quando és obrigado a fazê-lo por tempo indeterminado.
West Coast Man ao vivo na Green Week 2018 em Guimarães
HeadLiner: Quais são os teus artistas preferidos? Aqueles em que buscas inspiração…
West Coast Man: Gosto de muitos, não acho que neste momento tenha uma influência directa mas ouço muito Nick Drake, Neil Young, Other Lives e Kings of Convenience, por exemplo.
HeadLiner: Revela um disco ou artista que tenhas descoberto durante tempos de confinamento?
West Coast Man: Altin Gun.
HeadLiner: O que estás a preparar para promover o teu trabalho principalmente o lançamento mais recente 'See You on the Other Coast'? Já tens concertos programados?
West Coast Man: Com isto do COVID-19 as coisas estão um pouco paradas, mesmo já com o país em desconfinamento há poucos sítios ou eventos para tocar. Estou a marcar datas para Agosto e Setembro mas sem nenhuma confirmada. Entretanto é ensaiar e compor.
~Links
Facebook: facebook.com/westcoastmanmusic/ YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCILyaLN-sF-EtUJjSziMBVw
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #16
~ Apresentação dos The Lemon Lovers
Os The Lemon Lovers são João Pedro Silva (guitarra e vozes) e Victor Butuc (bateria). Este duo comanda os destinos da navegação da banda depois de várias configurações como colaborações com Andrés Malta (ENES) e de Rui Souza (Dada Garbeck), contando agora com novos nomes como Rolando Babo (H0B0) ou Diogo Sarabando (himalion).
Um ambientador com cheiro a limão é a razão do nome deste projeto português. Tiveram necessidade de refrescar o cheiro no interior do primeiro meio de transporte da banda já que foi resgatado da sucata. Esta viagem arrancou na Cidade Invicta em 2012, e foi já no decurso de 2013 a materialização do seu trabalho com o lançamento do primeiro EP apelidado de 'Hangover' tendo sido gravado numa cave no Porto, em apenas 3 dias. ‘Loud, Sexy & Rude‘ é o título do primeiro LP lançado em 2015. Para promoção do álbum foi realizada a ‘The 55 Bus Tour‘ durante 40 dias tendo passado por 9 países diferentes e a ‘Lost in Visegrad Tour’ com passagens pela Polónia, Eslováquia, República Checa e Hungria. A internacionalização esteve, desde sempre, como um objetivo.
Logo no ano seguinte lançaram ‘Watching the Dancers’, o segundo LP da carreira gravado e misturado nos Estúdios Sá da Bandeira, Porto. As canções "Cosmic Lovers", "Mexican Way" e "Wrong" foram os singles escolhidos para promoção.
Para 2020 estava programado como ano da (re)afirmação dos The Lemon Lovers no panorama musical. A pandemia fez o “avião�� da banda parar indefinidamente na “pista”, porém antes disso ainda conseguiram fazer uma “viagem”. Aconteceu num concerto realizado no passado dia 6 março no Teatro Sá da Bandeira, o primeiro de uma série. As restantes viagens foram adiadas ou canceladas, algumas já têm novas datas.
Nesta nova fase de vida, a banda conta com um alinhamento novo dos seus elementos. Rolando Babo (H0B0), Diogo Sarabando (himalion), Pedro Gomes e Tiago Lopes estão escalados como membros ao vivo auxiliando o duo numa abordagem auditiva devidamente emergente e com uma estética única na apresentação de todo o repertório dos The Lemon Lovers.
O novo álbum ainda não tem data de lançamento, sabendo-se que estava inicialmente previsto para este ano de 2020, algo que ainda poderá acontecer. A chancela fica a encargo da recentíssima editora portuense Chilli Pepper Fields Records.
"half blind" e "one night stand" são dois singles isolados que fazem a transição de ‘Watching the Dancers’ para o seu terceiro disco.
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~ Entrevista aos The Lemon Lovers
HeadLiner: Como têm passado estas semanas de confinamento? Têm descoberto nova música, novos livros, uma nova forma de viver? O que destacam culturalmente?
The Lemon Lovers: Com bastante tranquilidade, percebemos rapidamente que a única opção é usar este tempo para tentar projetar o futuro assente em bases mais sólidas. Recomendamos os discos de Mapache, Sam Evian, Hannah Cohen, YIN YIN, Kevin Krauter, Marinho, Tess & Dave, Elga Flanger, Twain e séries como The Office, Better Call Saul, Dave e Westworld.
HeadLiner: Estavam a retomar a vida da banda, chegaram a fazer o concerto de lançamento do novo disco. A Chilli Pepper Fields, vossa editora/coletivo, estava a ser lançada com a realização das release party associadas aos vossos concertos e de outros artistas. Para vocês, infelizmente, o início deste caminho aconteceu com a chegada deste confinamento. Parece fácil concluir que teve um impacto avassalador nos vossos planos. Como reagiram e como estão a encarar esta situação?
The Lemon Lovers: Nas primeiras semanas o impacto foi realmente avassalador, mas entretanto começámos a olhar para o lado positivo da questão. A Chilli Pepper Fields foi criada numa altura em que os nossos calendários estavam complicados e esta paragem trouxe a possibilidade de rever e aprimorar. O tempo que esta situação nos concedeu está a revelar-se essencial, criou a oportunidade de apontar de forma mais direta para o único caminho que queremos percorrer.
HeadLiner: O facto das vossas datas terem sido adiadas, afetou o lançamento do vosso disco? Acontecerá ainda este ano? O que podemos esperar musicalmente deste novo trabalho, já nos podem revelar algo?
The Lemon Lovers: Sim. Não temos uma data ainda. Este trabalho é importante para nós, porque nos coloca num espectro musical que demoramos algum tempo a descobrir que era o nosso. The Lemon Lovers há-de ter muitos capítulos em diferentes direções, mas a confiança que agora depositamos nos nossos ouvidos, é a grande diferença entre este novo trabalho e o resto da nossa história.
HeadLiner: Falando relativamente às apresentações ao vivo a de Ponte de Lima já está remarcada, as restantes também o serão? A ideia passa igualmente por uma tour mais extensa em 2021?
The Lemon Lovers: Sim, todas as nossas datas passaram para 2021.
HeadLiner: Numa entrevista há uns anos disseram: “Temos três anos de banda e já temos três registos discográficos. Temos um EP, temos dois discos, temos uma tour europeia. Nós queremos é continuar”. O último álbum data de 2016 e só fizeram alguns concertos no entretanto. Qual o motivo deste caminho algo parado?
The Lemon Lovers: Nesses anos que mencionas, muita coisa mudou nas nossas vidas. Mas o principal motivo, foi a necessidade de evoluir. E esse processo trouxe a noção, de que o próximo disco ia demorar mais tempo a fazer e que os próximos concertos teriam que ser preparados com uma atenção redobrada. Até então as coisas eram feitas de forma mais impulsiva. Vemos isso apenas como mais uma etapa.
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“pills”, 1º avanço do novo álbum da banda
HeadLiner: O projeto foi reformulado incluindo novos elementos na banda. Quais são as principais mudanças?
The Lemon Lovers: Este disco foi essencialmente composto no piano. Para além disso, as guitarras acústicas estão muito presentes ao longo do disco e então sentimos a necessidade de acrescentar dois músicos à formação que nos acompanha ao vivo.
HeadLiner: Refeita a formação da banda e com terceiro álbum a ser editado em breve, estão a começar uma "segunda vida" para os The Lemon Lovers. O que perspetivam e quais as esperanças para esta nova etapa?
The Lemon Lovers: Queremos apenas sentir que a evolução é constante. Acreditamos muito que se for essa a nossa realidade, todos os projetos em que estamos envolvidos vão estar onde os queremos, em termos de posição e exposição.
HeadLiner: O lançamento da Chilli Pepper Fields veio em consequência dessa longa paragem? Uma ideia já antiga já a “fermentar” e que agora está concretizada?
The Lemon Lovers: Sim, é verdade, apesar de não ser uma consequência direta. Nós saltamos com muita facilidade de ideia para ideia, e a Chilli Pepper Fields passou por muitas fases no papel. Situações que durante estes anos foram criando aqui e ali um gosto amargo, pela impossibilidade de concretização, mas que hoje nos deixam muito felizes. A aprendizagem desses anos era mesmo necessária para coordenar este projeto com algumas certezas.
HeadLiner: Como banda, que novas oportunidades/novos desafios acham que esta vossa própria editora/coletivo irá trazer-vos?
The Lemon Lovers: Acima de tudo, a responsabilidade de sentir que tudo tem que avançar de forma coordenada. Ou seja, a banda tem que fazer música suficientemente boa para se enquadrar nos parâmetros da editora, e vice-versa. Naturalmente, tudo passa por mais postos de controlo de qualidade, e isso vai certamente beneficiar ambas as partes.
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Facebook: facebook.com/TheLemonLovers/ Instagram: @the.lemon.lovers Bandcamp: thelemonlovers.bandcamp.com/
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #15
Apresentação dos Unsafe Space Garden
Unsafe Space Garden, um novo projeto com raízes na Cidade Berço formado por um core de 3 elementos. Nuno Duarte, o cérebro desta ideia musical é acompanhado por Alexandra Saldanha e Diogo Costa. A banda tem contado ainda com a preciosa ajuda de vários músicos como João Silvestre, o Pedro Oliveira e Helena Peixoto nomeadamente colaborando nas formações ao vivo.
Surgidos em meados de 2019 tiveram em “Fights Are Funny” o single de estreia e por consequência a faixa de apresentação do EP ‘Bubble Burst’ composto por 5 temas cujo lançamento aconteceu a 22 de março desse mesmo ano.
Festival Impulso nas Caldas da Rainha, Rodellus em Ruilhe (Braga) e Suave Fest em Guimarães (a “jogarem” em casa portanto) foram algumas das aparições mais sonantes. Permitiu-lhes dar a conhecer o seu projeto e ao mesmo tempo explorar o seu som ao vivo.
Unsafe Space Garden // Foto @ Bruno Carreira Já no decorrer deste presente ano de 2020, mais especificamente a 13 de março, a banda vimaranense lançou ‘Guilty Measures’, o primeiro álbum (LP) com 10 faixas e cujo lançamento ocorreu praticamente um ano depois da sua estreia. Este álbum foi lançado através da “Discos de Platão”, uma editora independente criada recentemente e que viu neste álbum a sua primeira edição discográfica.
O EP ‘Bubble Burst’ dá inicio ao caminho dos Unsafe Space Garden através de um “pop bem-humorado“.
Um ano mais tarde é editado o LP ‘Guilty Measures’ um trabalho discográfico que beneficiou do processo de crescimento e “maturação da chegada à idade adulta” e descrito com tendo “uma sonoridade caracteristicamente caótica e teatral e com o compromisso único de serem fiéis a si mesmos, regozijam dos problemas mundanos e transformam-nos no seu ofício”.
Entrevista aos Unsafe Space Garden
HeadLiner: A pergunta cliché e obrigatória: Unsafe Space Garden é um nome incomum para uma banda (até algo meio intricado) se bem que fica giro se abreviado: USG. Não temos dúvidas que há história por detrás desta escolha. Querem desvendá-la?
Unsafe Space Garden: Estávamos um dia a caminhar pelo Toural e a matutar sobre a ideia base deste projecto, que acaba por ser a vivência deliberada no desconforto, pegamos na expressão “Safe Space", e partimos daí de maneira a implantar a norma nas nossas vidas do desconforto como o sitio onde ocorre a verdadeira mudança. Depois achamos por bem adicionar um jardim, já que a casa estava de pé e havia espaço.
HeadLiner: O Nuno Duarte (ex. membro dos Toulouse) é o mentor dos Unsafe Space Garden. Como é que o alargamento do projeto aconteceu aos restantes elementos? Acabou por ser um processo mais ou menos natural?
Unsafe Space Garden: Foi bastante natural e sem qualquer intenção. Aconteceu quando mostrei, algumas demos que tinha às pessoas que estavam mais próximas: a Alexandra, o Diogo e o Silvestre. Passado alguns meses estávamos a ensaiar.
Unsafe Space Garden ao vivo // Foto @ Rodellus 2019
HeadLiner: A cena musical em Guimarães consegue despontar e ser produtiva conseguindo destacar-se a nível nacional. Temos os casos dos Toulouse, dos Paraguaii, de Captain Boy ou Mathilda citando só alguns. Já sabemos de antemão que singrar no meio não é fácil nem ter uma carreira estável. Em plena era da Internet estar longe de Lisboa, o epicentro de decisão de muita coisa na indústria, já não é um handicap?
Unsafe Space Garden: É na mesma. Há muitos projectos em Lisboa, muitos sítios para se tocar e é lá que estão sediadas as grandes comunicadoras (rádios e jornais/revistas) e isso vai sempre ter um peso. Ainda assim, já não é o que era, e acreditamos que com as ferramentas de hoje disponíveis, esse peso vai ficar cada vez mais leve. Ainda assim, é necessário um esforço coletivo para possibilitar mais igualdade de oportunidade pelo país, ao invésde se perpetuar a maior probabilidade de que algo aconteça sendo ou estando em Lisboa. Já há alguns anos que procuramos combater isso, porque nao deveria ser necessário um artista ir viver para o Porto ou Lisboa para que o seu trabalho seja reconhecido.
HeadLiner: Virando a pergunta de outra maneira: em Guimarães há um cluster de músicos com muito talento. Esta comunidade funciona verdadeiramente em prol uns dos outros? Qual a relação e quais as sinergias existentes?
Unsafe Space Garden: Não se pode propriamente falar de uma comunidade quando não há um contexto em Guimarães que a proporcione. Existem eventos esporádicos que permitem que alguma coisa aconteça, nem que seja juntar as pessoas que fazem ou que gostam de música no mesmo espaço - mas o facto de não ser algo recorrente não permite a criação de uma comunidade de músicos vimaranenses. Portanto as relações que existem são mais de respeito longínquo e eventual apreciação uns dos outros - mais do que isso ainda não é possível. Ainda assim, ressalve-se que não é isso que impede o aparecimento de projectos, vindos de universos muito diferentes, e isso quer dizer alguma coisa sobre Guimarães e sobre seu potencial como um sítio gerador de um movimento artístico bem diferente do que se vê no resto do país.
Nuno Duarte, mentor do projeto // Foto @ Rodellus 2019 HeadLiner: Já vos vimos ao vivo por mais que uma vez e fazem questão de uma presença muito cénica, realmente muito colorida: com pinturas faciais e trajes bem particulares. Quais as razões/significados dessa opção?
Unsafe Space Garden: As músicas em si obrigam-nos a sair um bocado de nós mesmos, caso contrário, certas frases ou vozes nunca funcionariam com a energia cómica que têm de ter. Somos muito defeituosos como toda a gente, e por estarmos cientes de que estamos ainda a aprender a fazer o que dizemos, foi bem mais facil criar para cada um de nós uma maneira de personificar aquilo que em nós há de mais real, fora do nosso nome e karma e por aí. É um “quebra limites” que potencia a possibilidade não nos levarmos demasiado a sério, de não nos identificarmos demasiado com o estar em cima de um palco.
HeadLiner: Deram alguns concertos pelo nosso país e participaram em alguns festivais já com algum reconhecimento. Para uma banda emergente é sem dúvida uma experiência deveras crucial. Como é que contribuiu para o vosso crescimento como banda? Unsafe Space Garden: Tocar é afirmar o que se está a fazer. Um concerto implica ensaio, empenho, viagens de ida e de volta, o que significa convivência e aprendizagem constante. Nesse sentido, cada vez que se o faz, seja num festival com mais nome ou num sitio mais remoto, alguma coisa acontece para cada um de nós. Essencialmente porque somos confrontados, de cada vez, com o desconfortável que pode ser se nos levarmos demasiado a sério. Temos de escolher: 1. achar que o que estamos a fazer é ridículo e por isso devemos parar ; 2. achar que o que estamos a fazer é ridículo e isso é o melhor que podia estar a acontecer. Temos escolhido a segunda e saímos sempre mais rijos.
Alexandra dos Unsafe Space Garden // Foto @ Rodellus 2019 HeadLiner: Um ano de separação entre o lançamento do EP ‘Bubble Burst’ (2019) e o LP ‘Guilty Measures’ (2020). Enquadrando estes trabalhos discográficos: o que mudou nesse espaço de tempo e quais as diferenças na criação de ambos? Unsafe Space Garden: Cada um de nós é uma coisa diferente desde o dia em que isto começou. Literalmente o nosso almoço de hoje vai-se tornar meia dúzia de células do nosso corpo. Isto para dizer que tudo mudou desde o ‘Bubble Burst’ até ao ‘Guilty Measures‘ e do ‘Guilty Measures’ até ao momento em que isto está a ser escrito já são outras pessoas a conduzir a nave. Basicamente não há como não mudar. Olhando para trás: 1) o ‘Bubble Burst‘ foi um processo mais solitário, gravado em casa e a celebração de uma voz qualquer que parecia estar a aparecer. Foi uma coisa mais inocente, meio a apalpar terreno. 2) o ‘Guilty Measures’, foi um processo mais de todos. Havia as composições e surgia o feedback dos restantes membros. Existem musicas que nem entraram no disco, umas que eram uma coisa e se tornaram outra completamente diferente…. Houve mais coragem nesse sentido. Para além disso havia uma ideia geral do que se queria dizer, ao passo que no ‘Bubble Burst’ foi mais um conjunto de canções que transmitiam uma energia qualquer. Para além disso, o ‘Guilty Measures’ foi gravado num estúdio e com um técnico - o que, naturalmente, muda tudo.
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HeadLiner: A situação pandémica atual deixou o panorama musical em alvoroço e com muitas dificuldades. Como está a vossa situação? Depois desta “poeira assentar” têm a vontade, expectativa e condições para fazerem apresentações ao vivo e continuarem a desenvolver o projeto?
Unsafe Space Garden: É um bocado triste lançar um disco e não poder apresentá-lo. Ainda assim, é o que está a acontecer e tentamos não pensar muito sobre isso. A parte boa é que não falta tempo para ouvi-lo e, para nós, não falta tempo para ir trabalhando, do modo que se conseguir, na sua promoção. Quando houver possibilidade para o apresentar, cá estaremos. Quanto à continuidade do projecto, toda esta situação de máscaras, filas nos supermercados e mudanças de passeio é uma dádiva para a criatividade, neste momento em que está fora das nossas mãos escolher o que quer que seja para além do modo como reagimos perante tudo isto. Temos visto a situação como uma oportunidade, o que tem dado frutos (mais tarde a serem revelados).
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #14
Mariana Bragada nasceu em Bragança e é no Porto em 2017 que surgiu o projeto a solo da cantautora - Meta.
Meta explora principalmente a voz e a Loopstation - melodias, harmonias e ritmos criadas com o corpo, improvisos e cânticos na linguagem universal.
Caracteriza-se como "costureira de melodias" - recolhe e coze sons do mundo, imaginários e memórias, raízes e tradições numa manta de retalhos sonora que cresce e modifica por cada sítio e momento que vive, unindo aos poucos tudo o que somos.
Em 2018 participou no Festival Bons Sons, Um ao Molhe, TedxPorto, SofarSounds Coimbra, Porto e Madrid, gravou para A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria e Antena 1.
O seu single de estreia "Saudade" foi lançado a 22 de Setembro de 2019 com videoclip, tendo-o apresentado na Vodafone FM, na SBSR FM com uma actuação ao vivo, e gravado para a Antena 3. Gravou também para a Porta 253 .
O EP de estreia - Mónada - foi lançado no dia 20 de Outubro e está disponível no Youtube, Spotify, Apple Music e Bandcamp - https://linktr.ee/MonadaEP
Em Fevereiro, a Meta fez uma Tour Europeia em colaboração com a Chau, agência que a representa a nível internacional, e com o apoio da Fundação GDA. A Mónada Tour realizou-se em 4 Países – Inglaterra (Manchester, Londres), Suécia (Estocolmo), Alemanha (Berlim) e Espanha (Madrid e Barcelona).
Entrevista Meta:
HeadLiner: Dado que tens uma formação musical muito forte no violino, piano e guitarra, o porquê de te desprenderes desses elementos todos e teres-te agarrado só à tua voz neste primeiro trabalho?
Meta: Para mim a voz sempre foi o meu instrumento principal e sempre me questionei sobre como a poderia usar como instrumento único na composição. Quando comecei a utilizar a loopstation, as possibilidades multiplicaram-se e decidi desafiar-me a criar apenas com este instrumento. Neste primeiro trabalho, a minha intenção era exatamente explorar a minha raíz e essência e a potencialidade do ser individual e de ter um elemento apenas para a criação.
HeadLiner: O teu álbum é muito ligado às raízes naturais (mãe natureza) mas também às raízes carnais (família). O quanto te influenciou viveres numa cidade como Bragança no processo criativo do teu álbum?
Meta: Viver em Bragança teve um grande impacto em mim, mas só me apercebi disso quando vim morar para o Porto. O contraste do movimento e do ritmo fez-me relembrar e dar ainda mais valor a estas raízes dentro de mim. Cantar sobre as raízes é para mim uma forma de estar conectada de novo, de honrar os meus ancestrais e o meu caminho.
HeadLiner: Consideras-te uma Mónada?
Meta: Segundo a teoria da Monadologia do filósofo Leibniz, a Mónada é substância simples, o indivisível e indestrutível, o elemento que está presente em todas as coisas mas tendo a sua própria identidade. Transpondo para a minha interpretação, a Mónada é a nossa essência que por consequência é a essência de todos. Então todos somos “Mónada”, é o que nos une.
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HeadLiner: Como surgiu esta tour europeia? A verdade é que não são países nem cidades (Manchester, Estocolmo ou Berlim) em que os artistas portugueses costumam fazer tour.
Meta: A TOUR Europeia surgiu da colaboração com a Chau, a agência que me representa a nível internacional, e na ideia de expandir e poder partilhar o EP “Mónada” a um público maior e para além de fronteiras. Tivemos também o Apoio da Fundação GDA que foi fundamental para a concretização deste projeto e o FOQUE como opening act em 2 concertos a convite da Chau. Quanto aos países escolhidos, pensamos também na forte cultura e identidade musical de cada sítio e de nos abrirmos para conhecer, aprender e ouvir mais em cada local que viajamos. Estou muita grata por esta oportunidade incrível que conseguimos realizar com muito apoio, amor e dedicação.
HeadLiner: Cá dentro em Portugal, não tiveste assim um número elevado de concertos, certo? Achas que isso influênciou de uma forma positiva ou negativa esta tour em palcos europeus?
Meta: Em 2018 estive presente em muitos Festivais e concertos, mas em 2019 após o Festival da Canção decidi que devia focar-me também nas restantes partes da música do meu projeto Meta para criar equilíbrio. Estive a trabalhar na criação e gravação do EP, design do EP, criação de videoclips e imagem e de lançar tudo da melhor forma e com o maior carinho. Como o meu EP Mónada foi lançado de forma independente estive também no meu processo de aprendizagem e crescimento. Apesar de não ter tido tantos concertos em 2019 como em 2018, continuo sempre a ensaiar e a criar, o que me manteve segura e confiante para a Tour Europeia, tendo levado uma música nova exclusiva para ser partilhada na Tour.
Meta em concerto no Sofar Sound Madrid
HeadLiner: Qual foi a cidade que te surpreendeu mais a nível de receção do público?
Meta: O público que mais me surpreendeu foi em Berlin! Toquei no espaço Madame Claude e o carinho que senti foi incrível, desde a energia do público durante o concerto até ao final quando vieram falar comigo a demonstrar a sua apreciação. Foi um público muito receptivo e cheio de boa energia.
Agora em 2020, vais percorrer Portugal de lés a lés? Já tens datas que nos podes revelar?
Meta: É esse o plano!Entretanto mais novidades vão ser reveladas, podem ir acompanhando na minha página do facebook ou instagram! Muito obrigada, até já!
Ouçam na integra: Mónada
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Youtube: youtube.com/c/metamonada
Bandcamp: meta-monada.bandcamp.com
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #13
himalion é a mais recente entidade artística de Diogo Sarabando que com EGRESS apresenta um conjunto de 8 canções que simbolizam um novo começo.
Gravado no puppy garden studios - nome dado ao local onde gravou o seu primeiro disco, que é também a casa onde cresceu - e sempre com um pé na natureza, EGRESS aborda conceitos como equanimidade, a importância de deixar ir (relacionado com a filosofia japonesa mushin) e é fruto de um trabalho de exploração de contrastes onde se retrata uma pequena viagem partindo da confusão claustrofóbica e rochosa da montanha em direcção à vastidão e clareza do oceano. himalion serve assim de mote para as explorações de Diogo pelo indie folk, listando influências modernas como Fleet Foxes, Bon Iver e Sufjan Stevens, mas indo sempre procurar inspiração ao folk e rock clássico de Bob Dylan, the Band, Crosby, Stills and Nash e America.
Entrevista ao himalion
HeadLiner: O teu nome himalion nasceu do topo dos Himalaias? Como surgiu?
himalion: Eu sou licenciado em Biologia, então eu já tinha decidido neste projeto queria ter um nome de um animal. Um dos meus animais favoritos é o Leopardo das Neves, só que Snow Lepard nem visualmente nem auditivamente soava bem. Depois comecei a pensar em Snow Lion, mas sentia que isso também não soava assim tão bem e não era remarkable, então comecei a pesquisar como se dizia neve em diferentes línguas e apareceu-me que neve em sanskrit é hima, e depois pensei: “ahh que engraçado, ainda por cima fica ali com um trocadilho com himalaias”. E foi assim que decidi avançar com himalion. Depois fui pesquisar mais sobre o Leão das Neves e descobri que ele é uma entidade divina do Tibete, e uma das suas simbologias é que representa os eremitas da montanha, pessoas que ficam mesmo isoladas na montanha e fazem a sua vida lá. Eu tinha mesmo uma lista muito exaustiva, até que mandei uma lista de 15 nomes a várias pessoas de confiança, e todas diziam: himalion, himalion, himalion… porque associavam à música e associavam a uma coisa meio misteriosa.
Entretanto como o álbum falava dessa tal pessoa que vivia na montanha, decidi: “ah ok, isto até faz sentido colar” e pronto, ficou assim. E sim, está relacionado com os Himalaias respondendo diretamente à tua pergunta.
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HeadLiner: A cultura asiátiva é claramente ligada no processo criativo de ‘EGRESS’, um álbum conceptual. Como surgiu esta admiração?
himalion: Eu sempre tive um fascínio pela cultura asiática e pela sua estética. Não é assim tão relevante quanto isso, mas sim, teve algum peso na génese deste projeto. Eu essencialmente estava a pesquisar um fenómeno psicológico que acontece muito no japão que é: Honne/tatemae. Entretanto comecei a desviar-me desse tópico porque não estava a fazer muito sentido, mas quis manter algum elemento dessa fase do processo. Alias, já tinha os caracteres japoneses estudado e então decidi pegar nisto e transpor para aqui. Isto é meio segredo (risos) mas se leres as letras, a narrativa passa-se na perfeitura do Japão, Tottori, que foi algo que também pesquisei, é um deserto no japão que é ao pé do mar e que também é perto do monte Daisen e eu: “ok, secalhar isto passa-se aqui”. Essas referências todas estão nas letras como se fossem didascálias.
HeadLiner: Este álbum, chega-nos em 2020 após vários projetos que tiveste como os The Lemon Lovers ou os Indigo Waves. O porquê deste álbum e este primeiro projeto a solo só nos ter chegado agora? Tiveste que te preparar interiormente para este projeto e abraçar a filosofia mushin?
himalion: O álbum foi inteiramente gravado por mim, no meu quarto, à exceção da bateria que foi gravada na cozinha e de algumas segundas vozes. Esse processo de conseguir chegar ao nível de gravar coisas que ficassem minimamente aceitáveis, demorou o seu tempo, ou seja, o projeto foi evoluindo de acordo com as minhas skills de produção. Mas sim demorou esse tempo todo. Eu não tenho a possibilidade de ir para um estúdio e gravar, então não vou e tenho de encontrar uma alternativa, e a alternativa foi gravar em casa e aprender. Por isso sim, só chegou agora e só ouvi o álbum pela primeira vez ontem à noite, e eu pensei: “hummm até está fixe, mas estão aqui coisas que não estão nada bem”, mas já estou a olhar para o próximo em vista de melhorar.
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HeadLiner: EGRESS significa “saída/partir de um local”. Qual é esse local e qual é o teu destino?
himalion: O destino eu não sei… Mas isto é engraçado porque se pode relacionar a narrativa do álbum com o lançamento do projeto. Eu saí da minha cena escondida, só gravava para mim, tinha as músicas guardadas e agora que mostrei às pessoas, não sei onde me vai levar. A palavra egress vem de um episodio que vi de ‘Adventure Time’ que se chama ‘Hall Of Egress’. Nesse episodio ele fala sobre sair e de não forçar, ter calma. Eu recomendo mesmo às pessoas verem esse episódio e tirarem as suas conclusões.
HeadLiner: A “amnesia” e a “alba” são um contraste não só do álbum em si por serem as únicas cantadas em português, mas também entre elas, uma por ser a “manhã” e a outra a “noite”?
himalion: Essas duas são em português, português do brasil (risos), e isso também tem haver com as referências, porque eu acho que a estética do português brasileiro cantado agrada-me mais na minha voz do que o português de Portugal. Não é desrespeito nenhum, mas é mesmo porque eu acho que soa melhor. Ou seja, foi pelo som. A cena do egress relaciono muito com a manhã ou ao amanhecer, alias, o álbum acaba ‘suddenly dawn forever’, que é como fosse uma epifania e de repente: “ok, já percebi isto tudo”. Eu na altura que estava a gravar, era uma altura em que andava a dormir mal e queria falar sobre isso. É por isso que tem essa metáfora do amanhecer e do ter calma. Andava a dormir mal porque andava stressado, então a conclusão era ter calma, dormir, as coisas aparecem e só depois é que acordas. Foi essencialmente isso, só depois é que sais.
Sim elas contrastam, mas ao mesmo tempo ambas acabam com a mesma questão. Isso é uma boa pergunta por acaso, porque agora acho que não te sei responder… Eu antes de começar o álbum fiz umas guidelines, mas era algo auditivo: isto é uma exploração de contrastes, ou seja, tu estás a ouvir o álbum e a coisa está calma e de repente passa para um ambiente diferente. Acho que se pode ir por aí, por ser uma exploração de contrastes, acho que fez sentido falar desses dois conceitos. Mas sinto que não estou a conseguir responder à tua pergunta (risos). Vou para casa e vou pensar nisso.
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HeadLiner: Preferes Luz/Dia ou Noite? Preferes Floresta/Montanha ou a Costa/Mar?
himalion: Eh paa, essa é lixada. Acho que ultimamente tenho tentado ir para a luz… isto parece que é cliché (risos) mas acho que estou a tentar ir para aí. Em relação à floresta, montanha ou mar… eu vivo praticamente na praia mas eu não te consigo responder, não te consigo responder! Gosto das três de igual forma.
HeadLiner: De forma a antecipar os concertos de apresentação do teu álbum, ao vivo como irás te apresentar? A solo com guitarra, vais estar acompanhado? Podes já antecipar isso?
himalion: Sim sim, à partida só o primeiro concerto será com banda e vai ser a tentar reproduzir o álbum, mas não todo. Vai haver músicas que se estendem outras mais curtas. Pessoalmente vou fazer um cover. Os outros concertos provavelmente serão num formato mais despido. A cena do próprio nome quando o escolhi, queria que ficasse numa coisa entre o artista e banda. Olha por exemplo, o Bon Iver, no início quando ele aparecia e tu dizias: “olha, tu conheces O Bon Iver?” e as pessoas ficavam: “ah ok, isto é uma banda”, e eu queria tentar também ter essa linha.
Ouçam na íntegra: Egress
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #10
Aproveitamos o facto de sermos Media Partners do Rodellus, para entrevistarmos os barcelenses Solar Corona. Entrevistamos-os para que nos falessem do novo álbum e das suas expectativas para esta nova aparição naquele festival bracarense. Tocam na próxima sexta-feira, dia 20 de julho.
Apresentação
José Roberto Gomes (baixo), Peter Carvalho (bateria), Rodrigo Carvalho (guitarra e sintetizadores) e Julius Gabriel (saxofone) formam o colectivo Solar Corona cujas raízes estão em Barcelos. Julius Gabriel foi a última inclusão "obrigando" a banda a re-estilizar o seu som. Constituíram-se há 6 anos e há 3 ano a banda passou por uma reformulação sendo que apenas Rodrigo Carvalho reste da formação inicial. Neste presente ano surgiu 'Lightning One' em maio passado, o primeiro longa duração editado pela Lovers & Lollypops. Um álbum salpicado de rock e de punk-rock embora sem a existência de voz. Este trabalho discográfico tem vindo a ser tocado ao vivo e vem a ser recebido com entusiasmo.
Entrevista aos Solar Corona
HeadLiner: A banda foi formada em 2012, um ano em que se calhar a cena alternativa portuguesa ainda não tinha dado o seu boom como a conhecemos hoje. Quanto foi importante o fenómeno Rock in Barcelos para o vosso nascimento e crescimento?
Solar Corona: É bom ter gente que faz coisas interessantes e com gosto perto de ti, da tua cidade pequena. Pode bastar isso para quereres juntar uma banda, e vê-los sair da garagem faz-te querer sair também.
HeadLiner: Em 2016, numa entrevista, disseram que estavam com dificuldade em compor e que a vossa exigência estava cada vez maior. Acham que a entrada do vosso saxofonista Julius foi essencial para a banda definir melhor o seu som, e que trouxe por consequência a 1º longa duração ao fim de 6 anos?
Solar Corona: É sempre (ou quase sempre) difícil fazer um álbum. O Julius passou a ensaiar connosco enquanto escrevíamos a segunda metade do disco (não pela ordem que está lá), sendo que a primeira metade já estava escrita antes. Com ele fizemos um re-arranjo de tudo e nessa tal segunda metade já foi feita música para 4 pessoas. O facto de ele não poder estar sempre presente também trouxe alguma urgência em querermos fazer um disco, registar este capítulo. Por isso podemos dizer que sim, Julius Gabriel foi um dos catalisadores para chegarmos a este "Lightning One", mas o som de Solar Corona não é estanque.
HeadLiner: O vosso mais recente disco, ‘Lightning One’, tem bastantes elementos parecidos com aquele “discozão” dos Black Bombaim com Peter Brötzmann. Talvez um pouco menos “jazzy” (pelo saxofone) e mais acelerado, mais punk-rock. Beberam um bocado daquele projeto? O que andaram a ouvir quando compuseram o ‘Lightning One’?
Solar Corona: Podemos afirmar que temos canções aqui, e acho que não se colocam a par de um disco como o que os BB têm com o Sr.Brötzmann. Já foram a banda favorita de toda a gente de Barcelos a dada altura, agora são de muita. O som pesado também pode ter groove e acho que temos isto em comum com eles, mas acho que a abordagem que fizemos foi bastante diferente da de BB+PB. Procurávamos algo mais Stooges e Hawkwind, mas ao mesmo tempo Tangerine Dream ou até Jean Michel Jarre.
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HeadLiner: Vão andar a apresentar o vosso disco por esse Portugal fora. Uma das datas é no Rodellus, um festival peculiar pelo sítio que é, mas também por ser um micro festival e que leva bandas de peso. Quais gostariam de ver, alguma recomendação especial?
Solar Corona: Ver alguns amigos que vêm de fora tocar lá. O Rodellus é um ótimo festival, recorre a muitas formas de tornar a experiência seja única, e é um prazer tocar a par de malta que quer criar coisas únicas. Destacamos os conterrâneos Gator The Alligator, rockam!
HeadLiner: Este será um regresso dos Solar Corona ao festival depois de 2016. Entretanto o festival já cresceu em várias vertentes. O que esperam do festival e o que irão mostrar ao pessoal que vos irá ver?
Solar Corona: Queremos ser surpreendidos também, por isso vamos lá ver! Quem nos for ver, vai assistir a um concerto em formato power trio, pensado para estimular a audição, a visão e o tacto. O tacto é muito importante.
HeadLiner: Antes desta tour, estiveram noutra fora de fronteiras, passando pela França, onde andaram a gravar coisas, certo? O que podemos esperar desse dia de gravações, alguma revelação em 1ª mão? Já há data de lançamento? Solar Corona: Podemos revelar que o Peter fala demais. Mas é bom sinal, está entusiasmado. Nós de facto tivemos a oportunidade de passar uma tarde num ótimo estúdio na França. Mas só porque foi fluído e soa bem não quer dizer que deva sair, podemos guardar para daqui a 50 anos ou um post-mortem (não sei qual chegará primeiro). Contudo estamos aí sempre em concertos por agora, venham ter connosco. -------------------------------------------------------------------------------------------
Links
Facebook: https://www.facebook.com/solarcorona Instagram: https://www.instagram.com/solarcoronaband/ Bandcamp: https://solarcorona.bandcamp.com/ Spotify: https://open.spotify.com/artist/5oqM3Dtn8lvnPeqHK59vv5?si=6KY0SpOORZWkjA3TURRoLA
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #11
Captain Boy é o alter-ego de Pedro Ribeiro, músico e compositor vimaranense que canta histórias que transcendem o tempo. De guitarra ao tiracolo e voz rouca, parte dos territórios do folk para o redescobrir na fluidez de géneros musicais do século XXI.
Em Setembro de 2019, editou ‘Memories And Bad Photographs’, o segundo longa duração da carreira. Difere do antecessor, ‘1’, na perspectiva e no processo de composição. Na perspectiva porque deixou de lado o ponto de vista de uma personagem para se inspirar em exclusivo nas memórias (das memórias) do artista. No processo de composição porque, desta vez, somou à autoria das letras e músicas a gravação de todos os instrumentos. O álbum contou ainda com o apoio, na produção, de Giliano Boucinha (Paraguaii) e, na masterização, de Timothy Stollenwerk, que tem no currículo trabalhos Morphine, The Dandy Warhols e Kevin Morby.
No diário de bordo, conta com passagens pelo Festival Vodafone Paredes de Coura, Festival Bons Sons, Festival Belém Art Fest, Festival Confluências, Festival Mêda +, Festival de Outono e pela Casa da Música. Prepara-se, com o novo álbum, para navegar até novas paragens.
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Entrevista ao Captain Boy
HeadLiner: Como e quando é que decidiste enveredar por uma carreira musical?
Captain Boy: Sempre estive ligado à música. O meu pai tocava baixo e ensinou-me a tocar bateria, por volta dos 7 anos.
HeadLiner: Captain Boy é o teu nome artístico inspirado numa história de Júlio Verne. Esta referência em específico (ou o mundo literário num modo mais geral) que impacto tem na tua carreira musical e nas tuas músicas?
Captain Boy: Quando ainda estava a escolher o nome para este alter-ego pensei em The Boy with Big Feet, mas era muito extenso e difícil de pronunciar (risos). Um amigo falou-me desta história de Júlio Verne, que fala de um capitão de 15 anos, e ao ler pensei em Captain Boy. Consegui arranjar um nome que me transmitisse um equilíbrio artístico, na parte do puto, para a criação, e na parte do capitão para manter alguma ordem.
HeadLiner: Qual o rumo musical que tem tido este projeto e para onde caminhas musicalmente?
Captain Boy: Soando um pouco a cliché acho que é mais importante o caminho do que a chegada e é engraçado ver o percurso. Cada disco que fui fazendo é diferente entre si, mas o meu último trabalho “Memories and Bad Photographs” é o trabalho mais coeso que tenho e onde me sinto mais confortável. Talvez por ter gravado todos os instrumentos numa primeira fase de concepção do álbum.
HeadLiner: Em quais artistas “bebes” a inspiração para a formulação do estilo musical (ou referências musicais) em Captain Boy?
Captain Boy: Gosto muito da música de 60s e 70s, sobretudo do songwriting dessa altura, mas gosto muito de artistas mais actuais como Tom Waits ou Jeff Buckley.
HeadLiner: Super Bock Super Rock, Vodafone Paredes de Coura e Bons Sons foram já eventos de referência nos quais já estiveste. Algum evento ou local no qual tenhas um desejo especial em tocar?
Captain Boy: Em todos os sítios que toquei recebi algo em troca. A energia de tocar em festivais é muito diferente de tocar no auditório com as luzes baixas. Todos são bons, são energias diferentes. Por isso gostava muito de tocar em sítios novos e repetir todos onde já estive.
HeadLiner: ‘Memories And Bad Photographs’ é o teu novo trabalho discográfico (o 2º LP da tua carreira) lançado bem recentemente no passado dia 19 de setembro. O que traz este trabalho de novo à tua discografia? Como foi a sua composição e ideia?
Captain Boy: Nos trabalhos anteriores focava-me muito em personagens fictícios, talvez para me proteger um pouco. Neste disco o processo foi diferente. A ideia era criar um disco conceptual baseado em memórias pessoais minhas e ilustrá-las com uma fotografia polaroid, para tentar integrar mais as pessoas na altura da memória da música. Numa fase inicial, compus os temas e gravei os instrumentos todos do disco e depois trabalhei com o Giliano Boucinha na produção. Fui com o Giliano e o Tiago Correia (que foi quem gravou as percussões finais) para o Palácio do Sobralinho, em Vila Franca de Xira, e estivemos uma semana a aproveitar a acústica característica da sala antiga, da pedra e das madeiras, para finalizar o álbum. Quem masterizou o disco foi o Timothy Stollenwerk, que trabalhou com artistas como os Morphine ou Chromatics. Foi um processo pensado desde a sua fase inicial e isso tornou a condução do disco mais fluída.
HeadLiner: Para quem ainda não te conhece o que podes dizer para adoçar o interesse das pessoas de forma a fiquem decididamente interessadas em escutar as tuas músicas?
Captain Boy: Não sou bom a fazer auto-promoção (risos). Acho que podem esperar um som ferrugento e muito inspirado nos anos 60 e 70, uma sonoridade muito orgânica.
HeadLiner: O que está previsto para os próximos tempos na promoção de ‘Memories And Bad Photographs’? Quais os concertos em vista?
Captain Boy: Deixo aqui algumas datas e irei divulgar mais, entretanto, nas redes. Podem seguir em http://facebook.com/captainboymusic e http://instagram.com/yosoycaptainboy
Datas da Tour
4 Outubro – Fábrica do Braço de Prata (Lisboa)
5 Outubro – Largo Residências (Lisboa)
5 Outubro – FNAC Leiria (22h)
11 Outubro – AltaVista (Viana do Castelo)
19 Outubro – SHE (Évora)
20 Outubro – FNAC (Coimbra)
14 Novembro – Praça (Bragança)
16 Novembro – Letraria (Braga)
13 Dezembro – Teatrão (Coimbra)
capa do mais recente álbum ‘Memories And Bad Photographs’
Alinhamento
1. Song to my dog 2. Rusty smiles 3. I left my shoes outside 4. Running friend 5. Carminda 6. Treehouses 7. Miss guilt 8. Balloons and melodies
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #9
Na primeira rubrica do Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes em 2019 damos o destaque total aos Gator, The Alligator uma banda recente e já a dar boa conta de si!
[foto: João Machado @ Indie Music Fest | montagem: Ariana Amorim]
Apresentação
Este jovem quarteto é uma formação recente composta por Tiago Martins (Voz e Guitarra), Eduardo da Floresta (Guitarra), Filipe Ferreira (Bateria) e Ricardo Tomé (baixo).
Oriundos de Barcelos, terra esta a demonstrar nos últimos anos uma vitalidade musical. Bandas como os Indignu, Black Bombaim, Glockenwise ou Killimanjaro demonstram a grande qualidade da produção vinda daquela zona do Minho. Na nossa opinião os Gator, The Alligator vêm acrescentar algo mais à música nacional e confirmando a boa fase dos artistas barcelenses.
Editaram ‘Life is Boring’ na recta final de 2018, um álbum bastante relevante e merecedor de uma audição cuidada. Somos suspeitos a dizê-lo pois a equipa do HeadLiner considerou este trabalho discográfico um dos melhores discos do ano transacto. O fuzz e o garage rock psicadélico são uma forte influência e perfeitamente perceptível no som dos Gator, The Alligator
Já tivemos a oportunidade de ver a banda ao vivo, nomeadamente no Indie Music Fest ; em Fafe num evento da promotora cultural Malfeito e no evento “Prata da Casa” na terra do famoso galo, e confirmamos os bons créditos que lhes vão sendo atribuídos.
[foto: João Machado @ "Prata da Casa” em Barcelos] A excelente fase da banda confirma-se ainda pela passagem dos Gator, The Alligator à final do Festival Termómetro, o famigerado evento promovido pelo conhecido radialista Fernando Alvim. A final é já no próximo sábado e será realizada em Lisboa.
Entrevista aos Gator, The Alligator
HeadLiner: Começamos logo com a pergunta mais cliché desta entrevista... Qual a história por detrás do nome da vossa banda?
Gator, The Alligator: Nós desde início que queríamos que o nosso nome nos representasse aos quatro num alter ego. Queríamos que fosse algo que nos destacasse e que pudesse ser figurativo. Achamos que o jacaré seria um animal que transmitia tudo aquilo que nós queríamos, daí o termos escolhido como símbolo e termos lhe dado o nome de Gator. O jacaré ao mesmo tempo que consegue ser quase um “animal de estimação” (pelo seu comportamento pacífico) consegue também ser destrutivo e imprevisível. Daí o nome “Gator, The Alligator”. HeadLiner: Recentemente realizou-se em Barcelos o evento "Prata da Casa" onde artistas barcelenses tocaram pela cidade tendo a vossa banda participado. Nomes como Gator, The Alligator ; Killimanjaro ; Indignu e Black Bombaim só para citar alguns, confirmam uma fase de hype da música "made in Barcelos". Isso deve-se a algo em particular?
Gator, The Alligator: Barcelos é uma cidade que já tem uma longa história e em que a “cena musical” sempre foi muito forte. Desde o rock ao hip hop sempre existiu uma forte presença no dia-a-dia da cidade, e neste momento estamos a atrevessar uma boa fase em que cada vez mais são realizados concertos e eventos. O cartaz cultural tem vindo a ser cada vez mais forte, e bons exemplos disso são o “Triciclo” e o “Club Souto”, que tem apresentado uma programação regular e de qualidade. Isso reflete-se nas mentalidades e na cultura da cidade que tem vindo a brutar cada vez mais bandas e projetos. A “Cena Musical” barcelense tem muita força e tem boas montras para conhecer novos projetos (Milhões de Festa, Souto Rock, Jazz ao Largo, Club118…), isso influência a qualidade e a vontade dos projetos emergentes.
[foto: Jorge Nicolau @ em Fafe num evento da Malfeito] HeadLiner: O HeadLiner considerou o vosso álbum 'Life is Boring' um dos melhores de 2018 a nível nacional. O que acharam da reacção do público ao vosso trabalho?
Gator, The Alligator: Em primeiro lugar queremos agradecer à HeadLiner. É muito bom sentir que o nosso trabalho é reconhecido! Sendo o nosso primeiro trabalho não estávamos à espera que fosse tão bem recebido e que o feedback fosse tão positivo. Tentamos sempre dar o nosso melhor, tanto em palco como fora dele, e é gratificante perceber que existe esse reconhecimento!
HeadLiner: A associação do vosso som ao dos King Gizzard & The Lizard Wizard o que representa para vocês? Não poderá ser considerado como levantar a fasquia a um nível muito elevado? Tendo em conta, serem ainda uma banda muito recente…
Gator, The Alligator: King Gizzard, Oh Sees, Ty Segall… são todos influências pessoais com que lidamos diariamente, mas que não são as únicas. Somos influenciados por diversos estímulos quer sonoros quer visuais. Não colocamos barreiras, e o nosso som/apresentação/comunicação representam isso. O Krautrock, o Garage e o Psych, são os estilos em que nos baseamos maioritariamente, por serem aqueles com que mais nos identificamos e que nos possibilitam criar a história que queremos contar. Nós tentamos fazer sempre às coisas à nossa maneira, e temos sempre ter um objetivo e um conceito por trás daquilo que fazemos.
HeadLiner: São estar brevemente na final do Festival Termómetro em Lisboa. Tal o que significa para vocês?
Gator, The Alligator: Para nós foi uma surpresa. Demos o nosso melhor no concerto de Lisboa, como tentamos dar em todos os concertos que temos. Vamos abordar a final com a mesma atitude. Só a oportunidade de estar na final já é super gratificante!
HeadLiner: Quais os planos para 2019? Há já concertos em agenda? Em 2019 vamos continuar a mostrar o “Life is Boring” e a planear projetos futuros. Vamos estar no GrETUA em Aveiro (24 de Janeiro) e já temos outras datas.
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Bandcamp: https://gatorthealligator.bandcamp.com/
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #7
A banda ENES neste novo artigo do “Foco Headliner aos Talentos Emergentes” marca a estreia do novo visual da rubrica.
Apresentação
Andrés Malta possui já um historial ligado à indústria musical como técnico de som de bandas (como dos The Gift ou GNR) e agora prossegue essa história com um arrojado passo (e bem promissor dizemos nós) em direcção ao palco.
Trás para este projecto Jonny Abbey para a guitarra, Gonçalo Lemos para a bateria, Jay no baixo e Leonardo Pinto como teclista. Já o próprio Andrés Malta assume a voz. Os 5 elementos formam esta banda oriunda do Porto apelidada de ENES (nome que tem uma explicação como veremos na entrevista mais adiante).
Em maio deste ano surgiu ‘Charlie’, o disco de debute e que marca o arranque de forma pública este projecto. O primeiro single retirado deste disco é “Lighter Weight”.
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Pegando numa entrevista de Andrés ao Jornal de Notícias podemos perceber melhor as temáticas que deambulam por entre as 9 faixas que fazem parte deste ‘Charlie’. Então citando: “O tema principal deste disco é o ciclo de amor entre duas pessoas. Desde o momento em que estás sozinho, sem expectativas, até às diversas etapas de uma relação: o descobrimento, a loucura, o sexo, as festas, depois a traição, a solidão, etc. O álbum percorre esse ciclo, não só através das letras, mas também através do tempo e das harmonias. É um disco conceptual.”
“Just Like The First Time" é o segundo single. Tem também videoclipe oficial:
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Eis então as próximas datas ao vivo da banda, com um claro destaque para a presença na edição deste ano do Indie Music Fest!
- 31 de Agosto - Indie Music Fest, Baltar (Paredes)
- 15 de Setembro - Amadora, Lisboa
- 21 de Setembro - Fnac Live, Sala Capitólio, Lisboa
Estão portanto lançados os alicerces para que possam escutar bem atentamente esta nova banda portuense e formularem as vossas opiniões.
Entrevista
Tivemos a oportunidade de estar em contato com a banda, nomeadamente com Andrés Malta, o frontman dos ENES e mentor do projecto.
HeadLiner: Como surge a banda ENES e quem são os seus elementos?
ENES: ENES é um conceito que vinha sendo formado na minha cabeça há já um par de anos, onde a ideia principal é explorar as batidas rock e misturar melodias e instrumentação mais pop. Já nos conhecemos há bastante tempo de outras andanças e circunstâncias que fizeram com que a nossa amizade se fosse cimentando e esta formação aconteceu de uma forma muito natural. Além de sermos bons amigos, partilhamos o gosto pela música e pela vida.
HeadLiner: “N” vezes para o nome ENES ficar firmemente decidido? Qual a história por detrás do nome?
ENES: Não houve muita luta nesta matéria! ENES é o nome de família da minha mãe. Além de gostar da sonoridade e do significado que tem para mim, acho que é uma homenagem bonita àqueles que estão sempre comigo (connosco) e que nos apoiam não interessa qual a circunstância.
HeadLiner: O primeiro single “Lighter Weight” foi lançado já há algumas semanas. Qual o feedback que têm tido?
ENES: O feedback tem sido muito positivo. Além de ter sido o primeiro single deste disco “Charlie” também foi a primeira vez que o público ouviu a nossa música e viu a nossa onda. Fizemos um vídeo para o youtube onde filmamos a reacção das pessoas a ouvirem a música pela primeira vez. Está super engraçado porque tem todas as reações normais das pessoas, as boas e as menos boas. Sendo muito mais as positivas… claro!
HeadLiner: Em que inspiraram-se ou quais as vossas influências na composição das canções deste disco de estreia apelidado de “Charlie”?
ENES: Há muitas influências neste disco, tanto em termos de estética, como de letras, assim como de formas de composição. Posso dizer que uma das grandes influências, se não a maior, para a criação desta personagem Charlie foi o poeta Charles Bukowski. Musicamos um poema chamado “Alone with everybody” que, apesar de não estar incluído no disco, deu o mote para esta personagem e esta história.
HeadLiner: Têm estado a divulgar o vosso trabalho, como tem sido a recepção por parte do público e o que têm feito?
ENES: Temos estado a fazer a promoção deste disco nos meios de comunicação social e na internet, onde a resposta tem sido bastante positiva. Acabamos sempre com um sorriso, nós e as outras pessoas, o que nos deixa bastante realizados e felizes. A ideia é continuar com a promoção, fazendo mais alguns vídeos para o youtube (somos fãs do youtube) e algumas acções de promoção que iremos ter dentro de pouco.
HeadLiner: Já há concertos no horizonte? Como vai ser o vosso verão?
ENES: Vamos começar a nossa digressão de apresentação deste disco nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro. Vamos passar pelas principais cidades do país e este verão fazemos parte do cartaz do Indie Music Fest, em Baltar, o que nos tem super motivados e ansiosos para que chegue rápido!
Links
Facebook: https://www.facebook.com/enesrocks/
Bandcamp: https://weenes.bandcamp.com/
Spotify: https://open.spotify.com/artist/2Imf1GE9W756EX4wthxnWW?si=PlxLGDuXQC6ZvIPBPuoFKw
Fica aqui um agradecimento especial de nossa parte à Carolina Freitas da This is Ground Control por nos ter facilitado o acesso a Andrés Malta dos ENES.
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Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes #6
Vamos agora dar a conhecer melhor mais uma banda neste nosso especial “Foco HeadLiner aos Talentos Emergentes”. Curiosamente surge nesta rubrica novamente outra banda de Leiria. Desta vez são os Whales!
Apresentação
Backwater & The Screaming Fantasy. Nome longo e bizarro, no entanto, foi o ponto de ignição para o projecto existente actualmente. Essa banda era um quarteto e continha um elemento feminino, a Débora Umbelino (Surma). Os caminhos “partiram-se”, Débora “caiu fora do plantel” e hoje tem uma carreira a solo incrível. Os seus ex-companheiros formaram um novo conceito a três com os Whales. A formação atual conta com Vasco Silva (Bateria/Vozes), Pedro Carvalho (Vozes/Teclas/Baixo) e Roberto Oliveira (Guitarra/Teclas/Vozes) também vêm trilhando um caminho de sucesso. Em 2016 com o triunfo no Festival Termómetro e o destaque como Novos Talentos FNAC, estavam os dados lançados para mais uma banda a não perder de vista. “Big Pulse Waves” foi a canção catalisadora da chamada de atenção. Deu-lhes a oportunidade de passarem pelo NOS ALIVE e pelo Bons Sons.
No decurso de 2017 surgiram novos temas: “How Long” e “Ghost”. Já não era propriamente algo secreto. A rota começava a estar mais bem definida e iria terminar com a concretização do primeiro trabalho discográfico da banda. Eis que então no arranque de 2018, mais propriamente a 16 de março, surge ‘Whales’, o álbum homónimo. Um álbum com a indispensável chancela da Omnichord Records. Vem com 11 faixas, todas imprescindíveis de serem escutadas com o devido cuidado as quais devemos prestar total atenção.
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O ano de concertos dos Whales debutou com uma intensa digressão por vários países europeus. Algo que aconteceu numa parceria com os portuenses Fugly. Os concertos em território luso já começaram no mês passado com passagens pelo Festival MIL em Lisboa e terra natal com um concerto no Steregun. Em maio, junho e em julho um pouco por todo o país será possível escutarem as novas canções dos Whales em registo ao vivo.
25/05: Contemplarte em Joane 26/05: Gretua em Aveiro 30/05: Maus Hábitos no Porto 31/05: Club em Vila Real 01/06: MAR em Ponte de Lima 15/06: Carpe Diem em Santo Tirso.
São estas algumas datas já definidas. O HeadLiner recomenda vivamente a presença num dos concertos dos Whales.
Eis o mais recente videoclipe lançado recentemente. A canção escolhida foi “Twerp”, deste último registo discográfico homónimo.
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Entrevista
HeadLiner: Em 2016: triunfo no Festival Termómetro e Novos Talentos Fnac, em 2017 preparação do álbum e em 2018 logo no arranque lançamento do álbum de estreia “Whales” e uma tournée pela europa. Já pararam para respirar fundo e digerir este percurso sempre em crescendo?
Whales: Sim, de facto, tem sido muito bom. Apesar de termos estado quase um ano parados, com alterações na formação, conseguimos finalmente construir uma base coesa e agora é continuar a trabalhar para crescer cada vez mais.
HeadLiner: Surma (Débora Umbelino), Nice Weather For Ducks e First Breath After Coma como vocês são de Leiria. Razão para dizer que pela zona centro se respira criatividade musical. Têm em comum também a chancela Omnichord Records. O que representa para vocês do aparecimento desta editora discográfica em Leiria e como explicam este boom de projectos de muita qualidade vindos da vossa zona? A criatividade sempre esteve por lá e só foi preciso alguém a amplificar?
Whales: O que podemos dizer com toda a certeza é que temos pessoas em Leiria com diversas funções criativas, sejam elas fazer música, produzir vídeos e álbuns, agenciar e organizar concertos, técnicos de som e de palco, e que têm força de vontade e trabalham todos os dias para serem os melhores nessas funções. Em Leiria há força de vontade, persistência, perseverança e muita paixão. Possivelmente é essa paixão pelas artes que mete Leiria no mapa.
HeadLiner: Por falar em criatividade leiriense, como é trabalhar com a CASOTA COLLECTIVE? Eles já produziram vários vídeos para vocês, e de dizer que são dos mais bonitos que temos visto por aí.
Whales: É fantástico trabalhar com aqueles meninos. Eles, literalmente, transpiram criatividade, na medida em que trabalham mesmo muito para atingirem o nível que atingem. Nós assistimos a isso todos os dias, trabalhamos todos no mesmo espaço e para além disso somos grandes amigos, aprendemos muito com eles. Quanto aos vídeos, funcionam muito bem porque tanto nós como eles somos malucos e juntos conseguimos sempre criar ideias a condizer, o que resulta bem.
HeadLiner: “Whales” é o álbum de estreia e merece uma audição atenta. Conseguem descrevê-lo de forma curta e incisiva?
Whales: Este primeiro álbum trata-se da combinação de sensualidade com energia pura e crua. Ou pelo menos é assim que nós o vemos.
HeadLiner: Agora a pergunta mais cliché desta entrevista. Whales: qual a história por detrás do nome da banda?
Whales: Whales vem tão simplesmente destas magníficas criaturas marinhas. Cantoras do oceano, gigantes e majestosas. É impossível ficar indiferente.
HeadLiner: Como foi esta tournée europeia em conjunto com os Fugly?
Whales: Foi fantástico. Uma experiência que vamos guardar para sempre nos nossos corações. Cada pessoa que nos acolheu e que conhecemos ao longo do percurso, cada indivíduo que assistiu aos nossos concertos, cada país, cada cidade, cada venue. Tudo foi especial. Partilhar isto com fugly, foi magnífico, são grandes seres humanos e uma banda com uma atitude incrível em palco. Sem dúvida, das melhores bandas de garage rock que por aí anda.
Agora que venha a próxima tour!!
HeadLiner: Preparados para mergulharem e darem a conhecer ao vivo o novo trabalho em solo lusitano? Expectativas?
Whales: Já começámos com concertos de apresentação por solo nacional, tem sido inesquecível. Estamos ansiosos para continuar esta tour e com expectativas elevadas para os próximos concertos. Para além disso, andamos a trabalhar o nosso espectáculo ao vivo, para torná-lo mais rico e especial.
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