#Discurso econômico em foco
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Por que o progressismo não deu certo?
Artigo de Opinião e Análise
Autor: Gerson Ramos
Por que o progressismo não deu certo?
O progressismo, como movimento político e social, na teoria busca promover justiça social, direitos humanos, participação “democrática” e a sustentabilidade ambiental como fachada. No entanto, há várias razões pelas quais ele enfrenta dificuldades em alcançar seus objetivos:
1. Dificuldades de implantação das ideias progressistas: As dificuldades na implantação de reformas progressistas costumam encontrar forte resistência de setores conservadores e liberais da sociedade. Isso ocorre porque muitos consideram que as ideias progressistas se baseiam em conceitos ultrapassados, como a teoria econômica keynesiana, e em um viés socialista que, na prática, não traz os resultados esperados. O foco no controle estatal sobre a população, os meios de produção, e a regulação de preços já foi testado em diversos países ao longo de várias décadas. Essas experiências, invariavelmente, resultaram em crises financeiras, aumento da máquina pública, desemprego em massa, hiperinflação e o estabelecimento de um quadro generalizado de miséria.
2. Complexidade das Reformas Progressistas: Implementar mudanças estruturais profundas pode ser um processo longo e complicado, enfrentando obstáculos burocráticos e políticos, por não terem tido sucesso nos países em que são implantadas na história moderna da humanidade.
3. Desigualdades Persistentes: Em regiões como a América Latina, onde o progressismo tem sido mais proeminente, as desigualdades sociais e econômicas são profundas e difíceis de erradicar completamente. Realmente não funcionou e os governos que insistem no processo geralmente são corruptos, aprofundando ainda mais as desigualdades socias e econômicas.
4. Críticas Internas: O progressismo não é um movimento homogêneo, e há divergências internas sobre as melhores formas de alcançar seus objetivos. Muitas vezes, não há consenso porque, na prática, governos corruptos adotam o discurso progressista apenas para manipular a população e explorar os recursos do Estado. Apesar de já ter sido amplamente testada, a teoria progressista tem se mostrado ineficaz, funcionando apenas como uma ferramenta para iludir sociedades desinformadas e com baixo acesso à educação.
5. Impacto Econômico e social: Algumas políticas progressistas, como a redistribuição de renda, podem ser vistas como prejudiciais ao crescimento econômico por alguns críticos, o que gera debates sobre sua viabilidade a longo prazo. A teoria progressista, ao promover a burocratização e expansão do Estado, frequentemente resulta em aumento indiscriminado dos gastos públicos, incluindo salários e benefícios do funcionalismo público, motivados por protecionismo e interesses próprios. Essa abordagem visa a manutenção do poder e privilégios dos governantes, o que pode levar à deterioração econômica, aumento descontrolado da inflação, fuga de investimentos externos, destruição da classe produtiva e empobrecimento geral da população, culminando em atraso tecnológico e social. Esse fenômeno tem sido observado em países governados por regimes progressistas, socialistas ou comunistas.
Esses fatores, entre outros, contribuem para fortalecer que este movimento não funciona e precisa ser extinguido.
Porque o progressismo não deu certo nos países que o adotaram?
Aqui estão alguns fatores comuns que podem explicar por que o progressismo não deu certo em quem o adotou:
1. Desafios Econômicos: Em muitos casos, políticas progressistas enfrentam dificuldades econômicas, como inflação, dívida pública elevada e falta de investimentos. Isso pode limitar a capacidade do governo de implementar reformas sociais e econômicas significativas. Esta teoria de fato na prática não funciona. Economicamente não se sustenta.
2. Corrupção e Governança: A corrupção e a má governança podem minar a eficácia das políticas progressistas. Quando os recursos são mal administrados ou desviados, as reformas não alcançam os resultados esperados.
3. Polarização Política: A polarização promovida pelos governantes populistas que adotam o progressismo e a falta de consenso político pode dificultar a implementação de políticas progressistas. Em ambientes altamente polarizados, as reformas se tornam inviáveis.
4. A insistência de aplicar agendas globalistas: Em alguns países, as tentativas de aplicar a agenda globalista e políticas socialistas tanto econômicas como sociais, pode criar economias voláteis e dificultar a diversificação econômica necessária para sustentar políticas progressistas.
5. Pressões Externas: Pressões de instituições financeiras internacionais globalistas, como o FMI e diversas Fundações Privadas, e de outros países podem limitar a capacidade dos governos progressistas de implementar suas agendas de poder. Essas pressões muitas vezes vêm na forma de exigências por austeridade e reformas estruturais que acabam por deteriorar a economia dos países e empobrecer a população. A ideia final de tudo isso é a de subjugar a população e assaltar os cofres estatais viando apenas um projeto de poder e controle da população a longo prazo.
6. Expectativas Irrealistas: Às vezes, as expectativas em torno das políticas progressistas são muito altas, e a realidade de implementar mudanças profundas em curto prazo pode levar à decepção e frustração entre a população.
Esses fatores, entre outros, podem contribuir para os desafios enfrentados pelo progressismo em diferentes países.
Porque alguns ricos e a elite econômica adota o progressismo?
Estabilidade social: Apoiando políticas que promovem a igualdade, as elites podem ajudar a criar um ambiente social mais estável, o que é benéfico para todos os setores da sociedade, incluindo os negócios. Isso é uma crença apenas dos que veem ingenuamente com bons olhos essas políticas. Mas para aqueles mal intencionados usam as teorias progressistas apenas parra tirarem vantagens para si próprios e seus pares.
Reputação e imagem pública: Em um mundo cada vez mais conectado, a imagem pública é crucial. Adotar posturas progressistas pode melhorar a reputação de empresas e indivíduos, atraindo consumidores e parceiros que valorizam esses princípios. Hoje em dia é uma crença apenas, já não se sustenta mais, as empresas estão abandonando as ideias progressista e globalistas, assim como, as pessoas em sua maioria já despertaram para a realidade dos fatos e já não aceitam mais as narrativas teóricas globalistas vazias e sem fundamento lógico.
Perspectiva global: Muitas elites têm negócios e interesses em várias partes do mundo. Políticas progressistas frequentemente se alinham com valores globais de cooperação (globalismo), sustentabilidade e direitos humanos como fachada, facilitando operações internacionais destas elites minoritárias e poderosas.
Benefícios econômicos a longo prazo: Acreditam em investimentos em áreas como educação, saúde e infraestrutura podem impulsionar o crescimento econômico, beneficiando a sociedade como um todo e, consequentemente, os negócios das elites, mas como já sabemos e observamos, são investimentos apenas ilustrativos, pois costumam fazer doutrinação educacional e subjugação da população. Os benefícios reais ficam apenas para a própria elite dominadora.
Responsabilidade social corporativa: Empresas lideradas por membros da elite frequentemente adotam práticas progressistas como parte de suas estratégias de responsabilidade social, o que dizem que pode aumentar o valor da marca e atrair consumidores, mas hoje já está provado com fatos que o efeito por adotarem estas práticas acabam por destruírem as marcas, as próprias empresas e afastar o público informado. Várias empresas no mundo estão abandonado a adoção destas políticas globalistas progressistas abandonando o ESG e fechando departamentos de EDI.
Crenças pessoais: Alguns membros da elite podem apoiar valores progressistas por convicções pessoais, influenciados por suas experiências de vida e educação, onde descobriram que a narrativa funciona para enganar a população menos esclarecida.
Essa análise mostra que a adoção do progressismo pela elite econômica pode ser vista como uma estratégia multifacetada que combina interesses próprios, pragmatismo e alinhamento com valores globalistas e socialistas.
Por que o progressismo concentra o maior número de políticos corruptos e interesses em controle da população e da sociedade como um todo.
A percepção de que o progressismo concentra um maior número de políticos corruptos e interesses de controle pode ser influenciada por vários fatores, mas é importante lembrar que a corrupção e os interesses de controle não são exclusivos de nenhum espectro político.
Aqui estão alguns pontos a considerar:
1. Visibilidade e Expectativas: Políticos progressistas muitas vezes prometem reformas significativas e mudanças estruturais. Quando essas promessas não são cumpridas devido à corrupção, o que é bem comum em governos progressistas, a decepção pode ser maior, tornando os casos de corrupção mais visíveis e criticados.
2. Narrativas Políticas: Em muitos casos, a narrativa de que o progressismo é um movimento que visa o bem social, constantemente é derrubada pela falta de sucesso nas suas políticas públicas e nos frequentes escândalos de corrupção. A polarização política pode intensificar essas narrativas, e sempre é promovida por governantes progressistas com o intuito de provocar a distração popular para desviar a atenção dos escândalos de corrupção, e falhas na administração e nas políticas públicas sempre desastrosas.
3. Casos de Destaque: Todos os casos de corrupção em governos progressistas são amenizados pela mídia tradicional e grandes empresas do velho jornalismo que recebem verbas enormes de governos progressistas através de programas de marketing das Estatais para distribuir notícias falsas a favor do governo e até por Fundações privadas Globalistas, criando a impressão de que são governos eficientes e preocupados com o cidadão, o que não se materializa na realidade do dia-a-dia do cidadão. A corrupção é um problema que afeta governos de todas as orientações políticas.
4. Controle e Poder: Qualquer governo, independentemente de sua orientação política, pode tentar exercer controle sobre a população para manter o poder. Isso não é exclusivo do progressismo e pode ser observado em regimes autoritários de diferentes espectros políticos. A cartilha seguida tem sido a criada pelo marxista italiano Antonio Gramsci - leia a respeito para entender como os progressistas / socialistas / comunistas aparelharam Países e Instituições públicas e privadas no mundo todo, e porque vários países estão hoje passando por enormes censuras promovidas pelos Governos ocupantes.
5. Contexto Histórico e Regional - Um Alerta Urgente: O progressismo, com suas ligações profundas ao comunismo e ao globalismo, está na base de uma agenda perigosa. O globalismo, sob a fachada de um movimento neoliberal, é impulsionado por figuras poderosas do mercado financeiro global, famílias influentes e empresários que corromperam a teoria econômica liberal. Seu objetivo? Estabelecer um governo central único, assim como a China, destruindo as soberanias nacionais. Isso não é especulação: está em andamento o plano de desapropriação de terras e propriedades, visando o controle das principais matrizes energéticas mundiais.
Além disso, há uma intenção clara de reduzir a população global, facilitando um controle mais eficaz e rígido. Ao empobrecer as massas, pretendem implementar políticas populistas que tornem as pessoas dependentes desse governo central. A propriedade privada, que hoje garante liberdade e autonomia, está sob ameaça direta. Eles querem substituí-la por controle estatal total, utilizando a moeda do carbono como padrão monetário global, para controlar cada aspecto da vida de todos.
Não se trata de teoria da conspiração. Estamos enfrentando indivíduos com um grau perigoso de crueldade e psicopatia, e a única resposta possível é uma reação forte e determinada das pessoas de bem. Este projeto maligno já está em estágio avançado, e, sem ação imediata, o futuro que conhecemos estará perdido. A hora de agir é agora. Precisamos, como sociedade global, unir nossas forças para impedir e desmantelar esse esquema tirânico. E, acima de tudo, exigir que seus financiadores e executores sejam responsabilizados e punidos severamente.
Somente após a destruição desse plano perverso, o mundo poderá entrar em uma nova era. Uma era de revisão profunda em nossa filosofia, em nossa convivência e nas nossas políticas econômicas e sociais. O futuro pode ser de segurança, prosperidade e liberdade. Mas somente se agirmos agora.
Como o populismo se relaciona com regimes autoritários?
O populismo e os regimes autoritários frequentemente compartilham algumas características e podem se relacionar de várias maneiras. Aqui estão alguns pontos importantes sobre essa relação:
1. Liderança Carismática: Tanto o populismo quanto os regimes autoritários frequentemente dependem de líderes carismáticos (estelionatários) que se apresentam como salvadores do povo contra uma elite corrupta ou inimigos externos, o que são eles próprios.
2. Desconfiança nas Instituições: Populistas muitas vezes criticam e deslegitimam instituições democráticas, como o judiciário, a mídia e o parlamento, alegando que estas estão corrompidas ou são ineficazes. Isso pode abrir caminho para medidas autoritárias que concentram o poder no executivo, ou no Judiciário, quando o plano de controle já está avançado.
3. Apelo Direto ao Povo: Os líderes populistas tendem a fazer um apelo direto ao povo, muitas vezes utilizando retórica simplista e emocional. Isso pode ser usado para justificar a centralização do poder e a erosão de mecanismos de controle e equilíbrio.
4. Polarização e Divisão: O populismo frequentemente exacerba divisões sociais e políticas, criando um ambiente de "nós contra eles". Essa polarização pode ser usada para justificar medidas repressivas contra opositores e minorias.
5. Uso de Referendos e Plebiscitos: Populistas podem usar referendos e plebiscitos para legitimar mudanças constitucionais que aumentam o poder do executivo, muitas vezes em detrimento das liberdades democráticas.
6. Controle da Mídia e Propaganda: Regimes autoritários populistas frequentemente controlam a mídia e utilizam propaganda para moldar a opinião pública e suprimir a dissidência.
Esses elementos mostram como o populismo pode ser uma porta de entrada para práticas autoritárias, especialmente quando líderes populistas utilizam seu mandato popular para minar instituições democráticas e concentrar poder.
Quais são os riscos de líderes autoritários para as instituições democráticas?
Líderes autoritários podem representar vários riscos significativos para as instituições democráticas. Aqui estão alguns dos principais:
1. Erosão da Independência do Judiciário: Líderes autoritários frequentemente tentam controlar ou influenciar o judiciário para garantir que suas ações não sejam contestadas legalmente. Isso compromete a independência judicial e a capacidade do sistema de justiça de atuar como um contrapeso ao poder executivo.
2. Restrição da Liberdade de Imprensa: A liberdade de imprensa é frequentemente uma das primeiras vítimas de regimes autoritários. Controlar a mídia permite que líderes autoritários suprimam críticas, disseminem propaganda e controlem a narrativa pública.
3. Supressão da Oposição Política: Líderes autoritários podem usar táticas como intimidação, prisão e até violência contra opositores políticos. Isso enfraquece a competição política e mina a democracia representativa.
4. Manipulação Eleitoral: A manipulação de processos eleitorais, incluindo fraude, intimidação de eleitores e mudanças nas leis eleitorais, pode garantir que líderes autoritários permaneçam no poder indefinidamente, minando a legitimidade das eleições.
5. Centralização do Poder: A concentração de poder no executivo, muitas vezes à custa do legislativo e do judiciário, pode levar a um governo mais autocrático e menos responsável perante a população.
6. Violação dos Direitos Humanos: Regimes autoritários frequentemente violam direitos humanos básicos, incluindo liberdade de expressão, reunião e associação. A repressão de dissidência e a perseguição de minorias são comuns.
7. Desconfiança nas Instituições: A deslegitimação constante de instituições democráticas, como parlamentos, tribunais e órgãos de fiscalização, pode levar a uma desconfiança generalizada na democracia e nas suas instituições, da mesma forma agem aparelhando estes órgãos para executarem tarefas contra a população e empresas como se fossem legítimas e democráticas.
Esses riscos mostram como a ascensão de líderes autoritários pode comprometer seriamente a saúde e a funcionalidade das democracias.
Quais são alguns exemplos de governos autoritários progressistas?
Existem alguns exemplos de governos que adotaram políticas progressistas, mas também exibiram características autoritárias. Aqui estão alguns notáveis:
1. Venezuela - Hugo Chávez e Nicolás Maduro: Sob a liderança de Hugo Chávez e, posteriormente, Nicolás Maduro, a Venezuela implementou várias políticas progressistas, como programas sociais para reduzir a pobreza e aumentar o acesso à educação e saúde. No entanto, esses governos também foram criticados por práticas autoritárias, incluindo a repressão de opositores políticos, controle da mídia e manipulação de eleições.
2. Bolívia - Evo Morales: Evo Morales, o primeiro presidente indígena da Bolívia, promoveu políticas progressistas focadas na inclusão social e nos direitos dos povos indígenas. No entanto, seu governo também enfrentou acusações de autoritarismo, como a tentativa de se reeleger indefinidamente e a repressão de protestos.
3. Nicarágua - Daniel Ortega: Daniel Ortega, líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional, implementou várias políticas progressistas, incluindo programas sociais e reformas econômicas. No entanto, seu governo tem sido amplamente criticado por práticas autoritárias, como a repressão violenta de protestos, controle da mídia e perseguição de opositores políticos.
4. Brasil: Luis Inácio Lula da Silva, líder do Partido dos Trabalhadores (PT), implementou diversas políticas progressistas, como programas sociais voltados à redução da pobreza e à ampliação do acesso à educação e saúde, que, na verdade, revelaram-se apenas um engodo para a população. Seguindo os preceitos de Antonio Gramsci, ele aparelhou o Estado, as universidades, as redes de comunicação e jornalismo, além de instituições públicas e privadas. Por fim, consolidou o controle sobre o Poder Judiciário, especialmente através do Supremo Tribunal Federal (STF), que exerce influência sobre o Supremo Tribunal Eleitoral (STE) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esse processo, que se estendeu por pelo menos 20 anos, culminou, em 2024, com o estabelecimento de um regime autocrático desejado por Lula e seus aliados. Hoje, o país é dominado por violações ao ordenamento jurídico, criação de Leis abusivas de desapropriação de propriedades, confisco fiscal e dinheiro privado e terras, ameaças à população, perseguições e prisões ilegais, censura nas redes sociais — incluindo o banimento da principal plataforma livre do mundo, o X —, entre outras ações que levaram diversas empresas e instituições a deixarem o Brasil por não aceitarem violar a Constituição Federal do Brasil e sua legislação complementar.
Quantas pessoas foram mortas em regimes comunistas na história da humanidade desde o início do primeiro regime comunista?
Estimativas sobre o número de pessoas que morreram sob regimes comunistas ao longo da história variam amplamente, dependendo das fontes e metodologias usadas. No entanto, uma estimativa comum citada por estudiosos e em debates públicos coloca esse número entre 65 milhões e 100 milhões de pessoas.
Essas estimativas incluem mortes resultantes de políticas repressivas, execuções, fome induzida por políticas governamentais, trabalho forçado, e outras formas de repressão. Aqui estão algumas das principais fontes de mortes:
1. União Soviética (1917-1991): Estima-se que entre 20 a 30 milhões de pessoas morreram, com eventos notórios como o Holodomor (fome na Ucrânia) e os expurgos stalinistas.
2. China sob Mao Zedong (1949-1976): Entre 45 a 70 milhões de mortes são atribuídas ao regime, principalmente durante o Grande Salto Adiante e a Revolução Cultural.
3. Camboja sob o Khmer Vermelho (1975-1979): Aproximadamente 1,7 a 2,5 milhões de pessoas morreram sob o regime de Pol Pot, representando cerca de um quarto da população do país na época.
4. Coreia do Norte: Desde a fundação do regime em 1948, milhões morreram devido à repressão, execuções e fome, com estimativas variando entre 1 a 3 milhões.
5. Outros Regimes Comunistas: Incluem mortes em países como Vietnã, Cuba, Etiópia, e vários outros países que adotaram regimes comunistas ao longo do século XX.
Qual a relação entre comunismo e progressismo? São a mesma coisa?
Comunismo e progressismo não são a mesma coisa, embora possam estar relacionados em alguns aspectos. Vamos diferenciar os dois:
1. Comunismo:
- O comunismo é uma ideologia política e econômica baseada nos escritos de Karl Marx e Friedrich Engels. Ele propõe uma sociedade sem classes, na qual os meios de produção (como fábricas, terras e recursos) são de propriedade coletiva e administrados pelo povo. No comunismo, o Estado, como o conhecemos, seria abolido após a transição de uma fase socialista, levando a uma sociedade igualitária onde não há exploração do trabalho.
- O objetivo é eliminar as disparidades econômicas e de poder, com a crença de que o capitalismo cria injustiças sociais.
2. Progressismo:
- O progressismo é mais uma abordagem ou tendência política que busca promover mudanças sociais, políticas e econômicas para “melhorar” a sociedade. Ele pode abranger uma variedade de temas, como direitos civis, igualdade de gênero, ambientalismo, redistribuição econômica, entre outros.
- É uma visão que defende o progresso, geralmente ligada a políticas que promovam justiça social e inclusão. O progressismo pode estar presente em diferentes sistemas econômicos (capitalistas, social-democratas, etc.), e não necessariamente se associa ao comunismo ou ao socialismo.
Relação entre Comunismo e Progressismo:
- Alinhamento em alguns pontos: Muitas ideias progressistas, como a busca por maior igualdade econômica e social, podem coincidir com os ideais do comunismo, mas o progressismo abrange um espectro muito mais amplo. Nem todo progressista defende uma economia totalmente coletiva ou o fim das classes sociais.
- Diferenças estruturais: O comunismo é uma teoria revolucionária que propõe uma mudança radical na estrutura da sociedade e economia, enquanto o progressismo geralmente promove mudanças dentro das instituições já existentes, sem necessariamente abolir o sistema capitalista.
Resumindo, enquanto o comunismo é uma ideologia econômica e política bem definida e usada geralmente por psicopatas autoritários, o progressismo é um movimento mais amplo, que busca promover o “progresso social” sem uma sustentação econômica viável, e nem sempre está diretamente relacionado ao comunismo.
Qual é a diferença entre um governo ditatorial e uma democracia liberal?
A diferença entre um governo ditatorial e uma democracia liberal é profunda e afeta praticamente todos os aspectos da governança, da liberdade individual e da estrutura da sociedade. Aqui estão os principais contrastes:
1. Poder e autoridade:
- Ditadura: O poder é concentrado em um único líder ou em um pequeno grupo que exerce controle absoluto sobre o governo e a sociedade. As decisões são tomadas sem consulta popular, e a autoridade é mantida através da força, repressão e, frequentemente, violência.
- Democracia Liberal: O poder é distribuído entre diferentes ramos do governo (executivo, legislativo e judiciário) e é exercido com base na vontade popular expressa em eleições livres e justas. A autoridade do governo é limitada pela lei, e existe um sistema de freios e contrapesos para evitar abusos de poder.
2. Direitos e liberdades individuais:
- Ditadura: As liberdades individuais são severamente restringidas. A liberdade de expressão, de imprensa, de reunião e outros direitos civis são frequentemente suprimidos. O governo dita o que é permitido e o que não é, muitas vezes perseguindo opositores e críticos.
- Democracia Liberal: Os direitos e liberdades individuais são protegidos por uma constituição ou conjunto de leis fundamentais. Existe liberdade de expressão, de imprensa, de reunião, e os cidadãos têm o direito de participar ativamente na vida política e social do país.
3. Eleições e participação política:
- Ditadura: Se houver eleições, elas geralmente são manipuladas ou simbólicas, sem permitir verdadeira competição ou mudança de poder. A participação política é limitada e frequentemente controlada pelo governo.
- Democracia Liberal: As eleições são livres, justas e competitivas, permitindo que os cidadãos escolham seus representantes. A participação política é aberta a todos, e a transição de poder ocorre pacificamente, baseada na vontade dos eleitores.
4. Estado de direito e justiça:
- Ditadura: O estado de direito é fraco ou inexistente. As leis são aplicadas de maneira arbitrária, e o sistema judicial é geralmente controlado pelo governo, servindo para legitimar suas ações e punir opositores.
- Democracia Liberal: O estado de direito é uma pedra angular do sistema. As leis são aplicadas de maneira justa e imparcial, e o judiciário é independente, atuando como um contrapeso ao poder executivo e legislativo.
5. Mídia e controle da informação:
- Ditadura: A mídia é controlada pelo governo e usada como uma ferramenta de propaganda. A censura é comum, e o acesso à informação é limitado ou manipulado para manter o controle sobre a população.
- Democracia Liberal: Existe uma imprensa livre e independente que pode criticar o governo e expor suas falhas. O acesso à informação é um direito garantido, e a diversidade de opiniões é encorajada.
6. Economia e controle social:
- Ditadura: O governo frequentemente controla a economia e outros aspectos da vida social para manter o poder. As políticas econômicas são determinadas pelo interesse do regime, e a liberdade econômica pode ser restrita.
- Democracia Liberal: A economia geralmente opera sob princípios de mercado com regulação do estado, mas com maior liberdade individual e empresarial. A intervenção do governo na vida pessoal e econômica é limitada por leis que protegem os direitos dos cidadãos.
Enquanto a ditadura se caracteriza pela concentração de poder, repressão das liberdades e controle autoritário, a democracia liberal promove a participação popular, protege os direitos individuais e opera sob o estado de direito. A essência da diferença reside na maneira como o poder é adquirido, exercido e limitado.
Por que governos corruptos, no geral, adotam o progressismo?
A adoção do progressismo por governos corruptos pode ser vista como uma estratégia para legitimar e perpetuar seu poder. O progressismo, com sua ênfase em justiça social, igualdade e reformas, pode atrair apoio popular, especialmente em países onde as desigualdades são evidentes.
Governos corruptos podem usar o discurso progressista para desviar a atenção de práticas ilícitas e ganhar simpatia das massas, enquanto, nos bastidores, continuam a perpetuar práticas corruptas. Em alguns casos, ao adotar políticas progressistas superficiais, esses governos criam uma fachada de compromisso com o bem-estar social, quando na verdade estão mais focados em manter o controle e enriquecer as elites no poder.
Além disso, o progressismo muitas vezes promove mudanças que podem ser manipuladas para benefício próprio, como o controle sobre a mídia, a educação, ou até mesmo reformas jurídicas que, em vez de proteger os cidadãos, acabam reforçando o poder do governo.
Essa adoção do progressismo como bandeira política pode, portanto, ser um meio de mascarar intenções corruptas, usando a retórica de mudanças sociais para desviar a atenção das verdadeiras motivações e ações corruptas.
Fontes consultadas:
(1) Progressismo: origens, defensores, críticas e características.
(2) O que é ser progressista? - BBC News Brasil. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62491258.
(3) 10 Características do Progressismo - Caracteristicas.pt.
(4) Progressista: O que é, significado - SÓ ESCOLA.
[Populismo e Autoritarismo – Uma breve reflexão teórica] (https://journals.openedition.org/cea/7712)
[Liberdade de Imprensa e Autoritarismo] (https://www.dw.com/pt-br/liberdade-de-imprensa-e-autoritarismo/a-57466366)
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[Manipulação Eleitoral e Autoritarismo] (https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57466366)
[Centralização do Poder em Regimes Autoritários] (https://www.ics.ulisboa.pt/projeto/de-volta-para-o-futuro-populismo-e-os-legados-dos-regimes-autoritarios)
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[Progressismo: origens, defensores, críticas e características] (https://humanidades.com/br/progressismo/)
[América Latina: progressismo, retrocesso e resistência] (https://www.scielo.br/j/sdeb/a/RkFdz3N3wps6sScfLnnyqqS/)
[Totalitarismo e Autoritarismo - Toda Matéria] (https://www.todamateria.com.br/totalitarismo-e-autoritarismo/)
(5) Progressismo: origens, defensores, críticas e características.
(6) SciELO - Brasil - América Latina: progressismo, retrocesso e ....
(7) Totalitarismo e Autoritarismo - Toda Matéria. https://www.todamateria.com.br/totalitarismo-e-autoritarismo/.
(8) Autoritarismo: definição e principais características.
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[Populistas e autoritários? Debates sobre usos do conceito] (https://www.scielo.br/j/rdp/a/KmpHLphJyPG4HLzfQhTsDxz/)
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[Eleições: o que tem levado cada vez mais políticos a alegar fraude nas urnas pelo mundo - BBC] (https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57466366)
[Folha lança podcast sobre líderes autoritários - 21/02/2024 -
Podcasts] (https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2024/02/folha-lanca-podcast-sobre-lideres-autoritarios-e-crise-democratica.shtml)
[Liderança Autoritária: Entenda o que é. - IBLíder - Instituto] (https://iblider.org.br/lideranca-autoritaria-entenda-o-que-e/)
[Populismo e as ditaduras na América Latina] (https://escolaeducacao.com.br/populismo-e-as-ditaduras-na-america-latina/)
(10) Eleições: o que tem levado cada vez mais políticos a alegar ... - BBC.
(11) Populistas e autoritários? Debates sobre usos do conceito.
(12) Liderança Autoritária: Entenda o que é. - IBLíder - Instituto ....
(13) O populismo é uma ameaça à democracia? - BBC News Brasil.
(14) Folha lança podcast sobre líderes autoritários - 21/02/2024 - Podcasts ....e-crise-democratica.shtml.
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(16) https://doi.org/10.1590/2179-8966/2020/50402.
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[De volta para o futuro? Populismo e os Legados dos Regimes Autoritários] (https://www.ics.ulisboa.pt/projeto/de-volta-para-o-futuro-populismo-e-os-legados-dos-regimes-autoritarios)
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(17) Populismo e Autoritarismo – Uma breve reflexão teórica.
(18) Populistas e autoritários? Debates sobre usos do conceito.
(19) De volta para o futuro? Populismo e os Legados dos Regimes Autoritários ....
(20) Autoritarismo e populismo na sociedade brasileira - Governo do Estado ....
(21) Populismo e as ditaduras na América Latina - O que é, origem, Brasil.
(22) https://doi.org/10.4000/cea.7712.
(23) https://doi.org/10.1590/2179-8966/2020/50402.
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Cássio Gois investe em agricultura familiar e entrega tendas para feira de Ministro Andreazza
Na última sexta-feira (14), o deputado estadual Cássio Gois (PSD) visitou o município de Ministro Andreazza, e em parceria com o Parlamento local e o Executivo municipal, ele busca fortalecer a agricultura familiar da região. O deputado, que já direcionou mais de R$ 3 milhões em investimentos para Andreazza, participou da entrega de novas tendas para os feirantes locais. Dos investimentos do deputado para o município, parte significativa desses recursos foi alocada para o setor de saúde, melhora o atendimento e amplia os serviços oferecidos à população. “Esse investimento é crucial para garantir que todos os moradores tenham acesso a cuidados médicos de qualidade”, afirmou o deputado. Além da saúde, a infraestrutura do município também recebeu atenção especial nos primeiros dois anos do seu mandato. Melhorias, modernização de instalações públicas e outros projetos essenciais foram viabilizados graças ao transporte de recursos direcionados pelo mandato de Goiás. Esses projetos não apenas facilitam a mobilidade e o acesso aos serviços, mas também diminuem para o desenvolvimento econômico da região, afirmou o deputado que é presidente da Comissão de Transportes e Obras Públicas da ALE. Ainda de acordo com o deputado, um dos focos principais do seu mandato é a agricultura familiar, que é a base da economia do Ministro Andreazza. "Estamos comprometidos em fortalecer a economia e garantir um futuro próspero para o pequeno produtor. O homem do campo é um importante motor do estado, diante disso, estou empenhado dia a dia em garantir que o nosso produtor tenha as melhores ferramentas e políticas públicas ao seu favor", disse Gois. Assim, a feira municipal do Ministro Andreazza foi padronizada graças ao investimento do mandato de Cássio Gois, atendendo aos pedidos da prefeita Milla da Agricultura, do vice-prefeito Mário Fofão e da vereadora Jussara Alves. Essa padronização incluiu a entrega de novas tendas, proporcionando um ambiente mais organizado e confortável para os feirantes e consumidores. “As novas tendas não só melhoram a estética da feira, mas também oferecem maior proteção contra as intempéries, beneficiando diretamente o comércio local e a economia da cidade”, afirmou a vereadora Jussara Alves, agradecendo ao pedido feito ao deputado durante seu discurso no evento. “Nosso objetivo é continuar trabalhando incansavelmente para trazer mais recursos e melhorias para o Ministro Andreazza”, ressaltou o deputado. A colaboração com as lideranças locais, como a prefeita Milla da Agricultura, o vice-prefeito Mário Fofão e a vereadora Jussara Alves, tem sido fundamental para identificar as necessidades mais urgentes e garantir que os investimentos sejam aplicados de forma eficiente, afirmou o parlamentar. Cássio Gois reafirmou seu compromisso com a comunidade, destacando a importância de um trabalho conjunto para alcançar resultados significativos e duradouros. “Estamos investindo no futuro do Ministro Andreazza, e isso só é possível graças ao apoio e à confiança de cada cidadão”, concluiu o deputado. Texto: Marcelo Negrão I Assessoria Parlamentar Fonte: Assembleia Legislativa de RO Read the full article
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As atenções nesta semana estarão voltadas mais para a forte agenda do exterior que traz discursos do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, Livro Bege, decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e o relatório oficial de empregos (payroll) dos Estados Unidos. Na China haverá Congresso Nacional do Povo e números da inflação. No Brasil, a agenda traz nota do setor externo, produção industrial, balança comercial, IGP-DI e o resultado do setor público consolidado. Hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, faz palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), às 10h30, e participa, por videoconferência, de entrevista coletiva sobre a Lista de Prioridades da Diretoria de Regulação em 2024, às 14h30. Exterior aguarda sinais sobre juros nos EUA e Europa As bolsas mostram pouca tração no exterior, com investidores à espera de discursos de Powell, decisão do BCE e o payroll para balizar as apostas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e zona do euro. A diretora do Fed, Adriana Kugler, disse na sexta-feira que está confiante quanto à queda da inflação nos Estados Unidos, mas afirmou que é preciso cautela e seguir monitorando o progresso de dados econômicos para tomar suas próximas decisões. Para o BCE, a expectativa é que a autoridade monetária deixe seus principais juros inalterados pela quarta vez seguida, uma vez que a inflação na zona do euro segue bem acima da meta oficial, que é de taxa de 2% no médio prazo. Por outro lado, o BCE também deverá reduzir projeções de inflação, em um aceno a eventuais cortes de juros mais adiante. O movimento de baixa no mercado futuro em NY ocorre também após as bolsas terem fechado na sexta-feira com ganhos generalizados e novas máximas históricas do Nasdaq e do S&P 500, em meio ao otimismo com o desenvolvimento da inteligência artificial (IA). Brasil tem semana mais fraca de indicadores Assim como no exterior, os ativos locais podem ter fôlego limitado em dia de agenda mais fraca, mas Campos Neto fica no foco, com investidores em busca de mais sinais sobre o tamanho do ciclo de afrouxamento monetário. Campos Neto disse no fim de semana que o governo tem condições de entregar um déficit fiscal menor do que a atual projeção do mercado, de 0,7% e 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “Estou otimista em relação ao que o mercado está achando”, afirmou. Campos Neto destacou que o BC e o governo estão “na mesma missão” de chegar a juros mais baixos, e que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já falou que reduzir o déficit contribuiria para isso. No Congresso, ainda com impasses na definição para as presidências das comissões da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), abriu mão de pautar temas mais relevantes em plenário para resolver as divergências até o começo deste mês. Ficaram travadas votações como a da proposta que amplia a isenção para templos religiosos e o projeto do combustível do futuro, que faz parte da “agenda verde” do governo. As mudanças passam tanto pela articulação do governo, que quer tirar os principais colegiados das mãos da oposição liderada pelo PL, quanto pelas emendas de comissão, que terão valor turbinado em 2024, de R$ 11 bilhões, maior que os R$ 7,6 bilhões de 2023. *Agência Estado Link da matéria
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.˚˖ 25/08, semiótica ˚₊‧
A semiótica não engloba apenas a área da linguística, na verdade, a linguagem multimodal é o seu principal foco, englobando imagens, sons, arquitetura, dança, etc. Nessa aula, estudamos o significado das linhas no campo visual, e começamos a estudar tensão discursiva no cartoon e na música.
As linhas são utilizadas na pintura, na arquitetura, na dança, na moda, de diversas formas, sendo cada traço representante de algum sentimento ou significado.
As linhas verticais, por exemplo, podem ter diferentes interpretações. Ela está em que sentido? Subindo? Significando ascensão, equilibrio? Ou descendo? Tendo o sentido de morte?
Já as espirais podem representar a evolução, o movimento, expansão ou retorno. Elas tem esse significado, também, por ser uma imagem recorrente na natureza: galáxias, redemoinhos, proporções matemáticas perfeitas, repolho, a orelha humana, todos reproduzem esse mesmo padrão.
Já referente ao conteúdo de tensões discursivas, primeiramente precisamos entender o que são discursos. De acordo com Bakhtin, os discursos são um conjunto de vozes distintas que contribuem para a produção de sentidos. Segundo ele, "em tudo ouço vozes e relações dialógicas” (BAKHTIN, 2003, p. 410), ou seja, toda fala, todo discurso, passou por diversas pessoas, experiências, sensos, culturas para ter o seu sentido total.
No cartoon acima, por exemplo, encontramos diversos discursos: estético, pedagógico, racial, econômico, político, infantil. Quanto mais discursos há em uma obra, mais complexa e universal ela é, pois há mais possibilidade de interpretações.
Na música, também encontramos diversos discursos. Em Dark Entries, da banda Bauhaus, música inspirada em Dorian Gray, de Oscar Wilde, temos os discursos: literário, estético, amoroso, das drogas, desigualdade, religioso, monetário, entre outros.
Outro exemplo é a música Baila Comigo, da Rita Lee, que reúne os discursos: religioso, indígena, cultural, amoroso, do ócio, do turismo, da natureza, da dança, entre outros.
Por último, na música The Calendar Hung Itself... da banda Bright Eyes, encontramos os discursos: amoroso, melancólico, da traição, musical, escolar, das drogas, da doença, da eternidade, da morte, da violência, entre muitos outros.
Como dito antes, quanto mais discursos, mais tensão há naquela obra, e mais complexa e universal ela será.
Referências
BAKHTIN, M. Metodologia das ciências humanas. In: BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. Prefácio à edição francesa Tzvetan Todorov. Introdução e tradução de Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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No dia 13 de setembro, teremos o lançamento do Videocast do Programa Eu S/A Mulheres no Museu da Fotografia. Na ocasião estarão presentes as entrevistadas e entrevistado da primeira temporada. Além disso, irá ocorrer o lançamento de um curso de elaboração de projetos voltados ao protagonismo feminino, promovido pelo programa. O projeto idealizado e criado em 2018 pela consultora e palestrante em Gestão de Negócios e Administração Pública, Haline Cordeiro, traz como foco temas voltados para: empreendedorismo e inovação, liderança feminina, autoestima e saúde mental, autonomia econômica e gestão de negócios. A ideia do projeto surgiu através de um questionamento de Haline Cordeiro: "Qual empresa que não pode falir?", foi a partir dessa pergunta, que nasceu a denominação do Programa Eu S/A Mulheres, cujo propósito é contribuir para o protagonismo feminino. A idealizadora somou sua formação e networking, aliada a sua atuação como educadora e gestora, ao desejo de contribuir para transformações positivas na vida de muitas mulheres. “A proposta desse projeto é trazer pessoas que nos apresentem numa conversa leve sobre um tema relevante para o dia a dia da mulher, seja em função de sua posição como gestora, líder, empreendedora ou ainda para que essa se fortaleça diante dos problemas existentes. Não conseguiria fazer algo num formato rígido, chato, me permiti ser curiosa, e buscar o melhor de cada conversa”, comentou a idealizadora do projeto Haline Cordeiro. Empreendedorismo feminino O empreendedorismo feminino tem ganho cada vez mais força no país. Atualmente as mulheres empreendedoras, somam mais de 10,1 milhões no mercado, sendo que 85,6% delas administram sozinhas o seu negócio, é o que diz os dados do Sebrae. Esse cenário econômico também é positivo no estado do Ceará. De acordo com a Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec), o número de empresas registradas por mulheres, seja na condição de microempreendedor ou como sócia de um negócio, apresentou aumento este ano, com 8.270 aberturas entre janeiro e fevereiro de 2023, em comparação aos 8.113 negócios abertos no mesmo período do ano passado. Sobre Haline Cordeiro Administradora e Especialista em Pequenas e Médias Empresas (PMEs) pela UECE. Mestre e Especialista em Engenharia da Produção pela UFPB, tendo como área de pesquisa “equidade de gênero e remuneração no serviço público, a partir do modelo da ISP (Internacional de Serviços Públicos). Facilitadora da Metodologia Competências Econômicas baseadas na Formação de Empreendedores (CEFE) pela GTZ/ SINE. Facilitadora em Finanças Pessoais pelo BACEN/ SESCOOP. É consultora, professora e coordenadora de MBAs. 1ª temporada do Videocast do Programa Eu/SA Mulheres Episódio 1 Tema: Mulher, negócios e saúde mental Entrevistada: Rô Cordeiro, psicóloga especialista em Psicologia Positiva, Inteligência Emocional e Saúde Mental. Episódio 2 Tema: A empreendedora e os desafios da gestão Entrevistada: Larissa Torres, Análise de Sistemas, com Mestrado em Educação. Mentora de novos negócios. Episódio 3 Tema: Representatividade feminina na política Entrevistado: Afonso Albuquerque, Advogado, Professor e Coordenador de Especializações na área do Direito. Episódio 4 Tema: Desenvolvimento humano para além do discurso Entrevistada: Rossana Barros, Diretora Geral do IFCE – Maracanaú, Engenheira Agrônoma e Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Episódio 5 Tema: Soft Stills, Carreira e Liderança Entrevistadas: Ilana Maciel, Administradora e Especialista em Gestão Estratégica. Vânia Lopes, Contadora e Professora de cursos superior de Graduação e MBA. Episódio 6 Tema: Elas inspiram e fazem acontecer! Entrevistadas: Liliane Araújo, Professora, Socióloga, Advogada e Secretaria Executiva de Políticas para as Mulheres do Governo do Ceará e Janina Fernandes, Administradora e Presidenta do Conselho Cearense dos Direitos da Mulher. Serviço: Lançamento do Videocast do Programa EU S/A Mulheres Local: Museu da Fotografia - Rua Frederico Borges, 545 (Varjota)
Data: 13/09 Horário: a partir das 15h A inscrição é gratuita pelo link: https://linktr.ee/eusamulheres Perfis no Instagram: @halinecordeiro @eusamulheres Assertiva Comunicação Jordan Vall - (85)99650-7148 @assertiva_comunicacao
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25/04/2023, terça-feira
"Novo Ensino Médio: consequências e perspectivas para a formação dos jovens."
Diferente da discussão de segunda, o foco dessa análise eram os alunos, como eles se sentem mediante a reforma do Ensino Médio.
A partir de agora, vou citar trechos que me chamam a atenção e comentar alguns:
o NEM acoberta velhos discursos e velhos propósitos: parece a educação da ditatura, escolhendo as áreas, limitando o conhecimento;
é um projeto neoliberal, financiado pelo BM e o FMI durante a década de 90, uma resposta dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento, já que o mundo (mundo de quem né?) emergiu na terceira revolução industrial e essa cultura precisava ser difundida.
objetivo político de democratizar a escola depende da realização de uma profunda reforma administrativa do sistema escolar orientada pela necessidade de introduzir mecanismos que regulem a eficiência, produtividade e eficácia, ou seja, a qualidade dos serviços educacionais: educação transformada em mercadoria.
Dessa maneira, a estratégia do neoliberalismo consiste em transferir a educação da esfera política para a esfera do mercado, questionando, assim, seu caráter de direito e reduzindo-a à sua condição de propriedade.
Dentre as mudanças anunciadas a partir da aprovação da Reforma do Ensino Médio, destaca-se a alteração curricular composta por itinerários formativos: sério, mesmo lendo e lendo, ainda não entendo direito sobre os itinerários, imagina o aluno então?
compondo 40% carga horária do currículo e ficando à escolha dos jovens a opção entre um destes. sendo a Língua Portuguesa e a Matemática disciplinas obrigatórias. As demais estão diluídas em áreas de conhecimento, ou seja, perdem a autonomia e a especificidade. Caramba, muito grave, nem preciso dizer que a exclusão principalmente das humanas é para cortar o estímulo ao pensamento crítico.
Dessa forma, as reformas curriculares se adequam cada vez mais à lógica das demandas engendradas pelas mudanças organizacionais do mercado e do mundo do trabalho.
Pedagogia das competências.
Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível. pra que escolha se tem internet? o conhecimento agora é muito mais acessível e isso desmotiva os alunos a aprenderem da maneira antiga, assim dizendo.
A BNCC destaca o agir de forma resiliente, autônoma, responsável, flexível e determinada como uma das competências a serem desenvolvidas no processo formativo da educação básica. Discurso PURAMENTE meritocrático.
Com forte crítica à pedagogia tradicional, enfatiza-se a necessidade de superar a posição passiva, de mero receptor de conhecimento do estudante. O foco das atividades passa a ser o jovem. Esse talvez seja um ponto positivo. Mas o que o jovem acha disso?
Sob o discurso do protagonismo juvenil, projeta-se um jovem adaptado à ordem social burguesa e na qual tem-se a ilusão de autonomia e liberdade de escolhas. Cruel. apenas cruel despertar o sentimento em alguém que ele vai ascender de classe social apenas por estudar e se ele não conseguir, é porque ele não foi bom o suficiente. Eu sou uma dessas vitimas e talvez por isso eu seja tão insegura e frustrada comigo mesma.
Reduzem a educação a um insumo econômico.
século XXI marca a constituição do novo proletariado, informal ou digital, do setor de serviços, ocorrendo assim, uma espécie de devastação das condições de trabalho, bem como dos próprios trabalhadores. No fim de tudo, o problema é sempre o capitalismo e a solução é sempre o coletivo, organização e a luta de classes. VIVA LA REVOLUCION!
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Brasil ou os 120 dias em Sodoma.
“O MAL DEVE SER PRATICADO SEM PAIXÃO”. A frase emblemática que inaugura o pensamento crítico sobre o filme de 1975 de Pier Paolo Pasolini “Saló ou os 120 dias em Sodoma”, diz muito sobre nós, é interessante que essa maldade é o nosso pecado original, e por isso, o cenário pandêmico brasileiro, tornou-se um espetáculo, um espetáculo da banalidade do mal. Com mais 66 mil sepultados pela indignidade em valas comuns e inumanas, sem direito ao rito funerário e as nossas tradições. Quando o mal passa ser a regra, o discurso volta-se para o cumprimento da lei e da ordem, os indivíduos médios de uma sociedade se sujeitam a papeis deploráveis, perseguindo, denunciando, acoitando inocentes e criando vítimas da tirania e a vida passa ser negligenciada.
Na semana que se completa os 120 dias de quarentena no Brasil, não poderíamos deixar passar triste a oportunidade de construir uma simetria desse cenário de crise epidemiológica, política, social e econômica. Com um filme que envelheceu como vinho. Elevando assim Salò ao status de documento e o documento aos status de monumento. É preciso construir um olhar que coloca o Brasil em perspectiva a tragédia imposta pela pandemia e como isso reverbera na história da civilização e, portanto, na história da arte. Salò e Brasília são monumentos da tragédia e da barbárie.
A obra do Pasolini que faz referência ao título desse ensaio, coloca em evidência a formação da nova República Fascista do Mussolini em 1943 na cidade de Salò na região da Lombardia, norte da Itália. Inclusive, Salò foi capital desse Estado-fantoche até 1945. Em Salò, um grupo de notórios atores políticos desse Estado fascista escolhe um grupo de jovens para passar uma quarentena de 120 dias numa Mansão. Que é uma clara referência ao livro do Marquês de Sade “Os 120 dias em Sodoma de 1785”. De maneira bem crítica, o olhar de Pasolini denuncia a barbaridade a depravação dessa grupo que era representado por um presidente de banco, assim configura um olhar para o poder econômico e burguês, por sua vez também tinha um representante da nobreza com o duque, um bispo que traduz o poder da Igreja e também um juiz, que em suma reflete o poder judiciário. Em resumo, coloca em evidência todos aqueles que de uma forma ou de outra colaboraram com o fascismo italiano e por isso é preciso escancara a verdade e com isso jogar luz sobre os fatos, de modo que a Itália passe a discutir o que foi o fascismo. É interessante, que o filme é lançado apenas trinta anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, e até hoje essas questões são sensíveis e muito caras quando são discutidas. Brasília é a Salò brasileira?
Sobre essas vicissitudes, o cenário pandemônico brasileiro parece compor o cenário de Salò durante a república fascista italiana. A discussão personalista resvala na realidade, é o mesmo que fazer aquele eterno debate, “a arte antecipa os debates”. E por isso, a nossa versão do banqueiro italiano é o Ministro da Economia, os nossos representantes religiosos estão congregados na Bancada evangélica, que se dizem arautos do cristianismo e na realidade são moralista e que anunciam o fim do próprio cristianismo, uma vez que é isso que acontece com a aproximação do cristianismo e o fascismo, são dois completamente incompatíveis. A nobreza sem dúvida é representada por uma falsa família real brasileira, que alimenta a absolutização e se colocam acima da lei da ordem. E por fim, a representação do judiciário é o advogado que escondeu o laranjal de Atibaia, o advogado ignora a isonomia do serviço que deve prestar e lisura com os valores republicanos. O Brasil é colocado nesse cenário de imoralidade e de terraplanismo pandêmico, e os 120 dias na Sodoma brasileira cria a expertise compreender que se existe algo revelador, esse algo é o poder. Afinal de contas, alguns santos tem os pés de barro.
O Brasil repete os mesmos círculos infernais de Salò. A composição cinematográfica é dividida em três atos. O círculo das manias, o círculo da merda e o círculo do sangue. Cada ato é guiado por três prostitutas contratadas pelos libertinos e cada círculo faz uma reflexão narrativa sobre a degradação da natureza humana, e essas narrativas são inspiradoras para os depravados exercerem o ímpeto de sua violência pela garantia de micro poderes que são maximizados nessas circunstâncias. O mal é praticado indiscriminadamente. As Manias são os comportamentos repetitivos, com costumes esquisitos. A Merda é encarar a fisiologia de outra maneira, quase genial a maneira da Gargantua e Pantagruel de Rabelais, ou seja, uma forma sofisticada e aprimorada daquilo que causa repulsa, um festim da merda e para a merda. O Sangue coloca o suprassumo da banalidade e da violência, a mutilação, a tortura, o sadismo e a morte. Com esses 120 dias de banalidade da pandemia, é preciso nos afastar dessa escalada degenerativa do cenário brasileiro. Não podemos nos render a banalidade, a violência e a eliminação da humanidade. A sociedade brasileira não pode ser leniente com o governo que perpetua uma verborragia em nome da lesa-humanidade.
Os últimos 120 dias de pandemia no Brasil foram simplesmente civilizadores em ponto de vista social, ético e político, mas ousadia dizer que também foi revelador para aqueles que ainda tinham certos questionamentos sobre a depravação política perpetrada no triangulo de Brasília. As evidências são esclarecedoras, a “Nova Política” inaugurada pelo bolsonarismo é uma falácia, e portando, natimorta. Desde a fuga de Weintraub para Miami, passando pela Reunião Ministerial do dia 22 de abril, e também pela aproximação da presidência da República com os fura poços do Centrão, não há dúvidas, o governo envelheceu rápido, e talvez o ponto de viragem foi a denúncia apresentada pelo ex-Ministro Sérgio Moro, que acusa Bolsonaro de interferência política na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Óbvio que para as velhas raposas políticas, essa idiossincrasia de Bolsonaro não representa nada de novo no front e existem diversos focos. 120 dias, sendo submetidos estelionatos eleitorais, torturas e humilhações de todo tipo.
Mas é importante deixar em evidência também que os contrassensos não são exclusivos desse viés mais pragmático de uma realpolitik. É interessante, muito embora lamentável, que o presidente insiste em manter um discurso de ideologização política pandemia, sobretudo, no que tange a coordenação do combate a pandemia, o isolamento, protocolo de uso de máscaras, medicamentos e terapias. É importante dizer também, que o presidente não tem formação técnica para esses debates e tão pouco quer ouvir os especialistas, em suma, é um descalabro, pois, a falta de coordenação federal, a ausência de uma chancelaria que busque de fato combater o vírus e também criar uma planejamento estratégico para a economia está longe de aparecer nesse horizonte de infinitas trevas. Com mais de 1.6 milhões de casos de contaminação no Brasil, ainda com baixos índices de testagem e alto nível de subnotificação, certamente que esse vírus está longe de ser chinês, é um vírus brasileiro. É o governo precisa parar de obliterar a disseminação e a morte dos indivíduos, é um dever e uma herança da nossa civilização dar os túmulos escriturários para as vítimas e o os derrotados, é o dever que nos foi deixado por Walter Benjamin, Hannah Arendt e por Jesus Cristo.
A tragédia pandêmica na Lombardia fez o brasileiro viver o luto pelas mortes na pandemia, e nessa esteira, quando a pandemia chegou no Brasil, o governo se viu atônito, negacionista e isso reverbera de maneira trágica sobre a sociedade. O filme Saló ou os 120 dias em Sodoma já supramencionado, é um bom exercício para entendemos o que acontece no Brasil, de maneira muito genérica, a perversão da presidência da República deixa isso exposto as vísceras, o flerte com o fascismo é de fato algo manifesto, a falta de esclarecimento também. Ou seja, as diretrizes são muito óbvias, a destruição da verdade e das epistemologias, questionamento das narrativas com o objetivo de construir sua versão dos fatos, uma tentativa de controle da informação, a guerra cultural, o culto ao Estado e a figura política que teoricamente emana toda essa nova racionalidade como se fosse algo de fato virtuoso. Mas esse fascismo brasileiro, não tem aparo sob os pilares tecnocráticos do Estado, pois esses incessantemente colocando os discursos fascistoides em perspectivas para derruba-los, ou seja, esse assanhamento autoritário não se estabelece, sobretudo, quando são fascistas de chinelo guiados por um guru terraplanista.
A banalidade do mal também está no atravessar dessa fronteira da ilegitimidade, obstaculizar a justiça, um grande passo para tiranos. Alguns êxitos nefastos desse grupo é preciso destacar também, como: a capacidade de comunicação rápida via midas sociais, sobretudo, quando há necessidade de criar Fake News e desestabilizar politicamente a nação e também, em virtude de algo ainda mais perversos, que a banalização do mal, a figura do bolsonarismo está inebriada dessa concepção de eliminar a sensibilidade e criar a amor pelo hediondo e o inumano. E vão além, aperfeiçoam a maldade, racionalizado e catalogam. Assim, a vitória do bolsonarismo se manifesta, e quando falamos sobre as mais de 66 mil mortes por COVID-19 no Brasil os números viram mera paisagem. O que acaba fazer com que esse parágrafo volte a parte inicial do ensaio, “O mal deve ser praticado sem paixão?”.
Se existe algo mais grego que um destino trágico eu desconheço, sobretudo, com aqueles que incorrem nas desmedidas, a verdadeira hýbris é feita quando o crime é realidade contra o próprio sangue, e isso pode ser interpretado como a própria pátria. Por isso, é possível elencar uma série de declarações infelizes do presidente Bolsonaro que o coloca inserido nessas desmedias e pronto para enfrentar um funesto destino. A politização da pandemia não é um caminho sem volta, mas é o caminho que ele insiste em colher certas flores malditas. Nesse cenário, é desesperador quando lembramos que agora é o período de sazonalidade de outros vírus que agridem o sistema respiratório. Quem pisará na cabeça da serpente?
Mesmo aquele que desprezou a capacidade de disseminação do coronavírus em detrimento da salvação da economia, hoje, vê-se como parte das estatísticas. Não obstante, a infecção parece não ter esmorecido a sua truculência e insensibilidade, pelo contrário, usa a própria moléstia para incendiar o país e tocar violino, só que isso prova, que o vírus não faz distinção política, tão pouco é seletivo, já se mostrou fiel a universalidade. Seria esse também uma manifestação das Fúrias? E no fim das contas, o presidente conseguiu salvar a economia? Entre cacos e ruínas, os 66 mil mortos foi um sacrifício fasto para economia? Parece que não, e ao que tudo indica, agora até os prefeitos e governadores que antes faziam uma oposição pungente contra o Governo Federal no que tange a reabertura econômica atendem as pressões políticas, estando eles banhando-se nas águas do equívoco, “morra quem morrer”, sobretudo, quando não há sinal claro do fim da pandemia, e a reabertura entra numa rota de colisão com o a curva ascendente de casos, sem mesmo sabermos o fim retumbante desse horizonte. É shakespeariano: “Não joga estrume sobre ervas daninhas. Que elas crescem ainda com mais força”. Como se não bastasse, é preciso atribuir uma série de inflexões, principalmente em um período em que uma onda reacionária que vem se manifestando de forma virulenta no Brasil, onde políticos que defendem torturadores são exaltados, eleitos elevados aos patamares messiânicos.
O governo eleva ao máximo o conceito alemão Schadenfreude: literalmente, alegria ao dano que designar o sentimento de alegria ou satisfação perante o dano ou infortúnio de um terceiro. A palavra deriva do alemão Schaden “dano, prejuízo” e Freude “alegria, prazer”. Esse é o verdadeiro espírito da banalidade e do exercício de uma Saló brasileira. Até onde vai essa fronteira do que é autocrático e se faz valer de forma escatológica e o que de fato são as permissões de uma democracia em favorecer a criação dessas ervas-daninhas? Qual caminho optaremos: a luz da civilização ou o terraplanismo autoritário? A resposta está na própria maldade, essa não pode ser praticada, pois é implacável e sempre reprovável. O mal o pecado da original da modernidade. Aqueles que incorrem pela maldade merecem o sepulcro de direito. O Brasil não pode se tornar uma Sodoma moderna. E sobre o exercício do mal, não podemos esperar uma ode, mas uma batalha, pois no fim das contas, os castelos de areia pelos quais nós lutamos são temporários, mas só a maré é eterna.
Gabriel Costa Pereira é Professor e Historiador da Arte na rede particular de ensino, é pesquisador dos temas estética, arquitetura e estética política nazista, esse ensaio foi escrito no dia 07 de julho de 2020.
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Nada será como antes
Acho que essa é uma das frases mais vazias que repetimos em momentos de crise e impacto histórico. Lembro de ter ouvido isso na crise de 2008, mas não do que mudou na minha vida - na mesma época na república que morava apareceu um dos primeiros iPhone, acho que me impactou muito mais. Nos protestos de 2013, mesmo discurso de nada será como antes. Eu diria que o racha polarizado político que vivemos deve ser contato desde lá, mas o que lembro é de um professor/filósofo em entrevista na Tv Cultura dizendo "que esses movimentos não significam nada". Mas o tópico da vez é a pandemia, o Corona, as quarentenas e tudo mais. Para não cair na cilada de dizer que nada será como antes vou fazer um exercício e dizer o que acho que vai mudar, o que me preocupa e porque no longo prazo devemos acreditar no potencial humano. Mas primeiro a gente precisa de uma referência, porque quem não aprende com a história blablabla. Vejo muita comparação do Corona com o H1n1 e gripe Espanhola, mas acho que a melhor âncora que temos como sociedade moderna para pensar em epidemias é outra: a Aids. --- (daqui para a frente as referências de datas e acontecimentos é da minha memória, aceito correções de peito aberto) Era final dos anos 70, começo dos 80, estávamos experimentando um bom momento econômico no mundo e a liberdade sexual "comia solta" (haha, entendeu?). E então veio a Aids, e mais para frente a crise econômica, o sonho acabou e nós tivemos ótimas bandas góticas synth-pop. A Aids "começou" como doença de nicho, "só pega quem é gay", ninguém dava bola, castigo divino. O dr. Drauzio trata disso no "Por um fio", de como ficou abismado quando soube da doença, o potencial de infecção dela e como as pessoas não ligavam e se comportavam. Depois descobrimos que era transmitida por transfusão de sangue, por seringa, de mãe para filho, mas aí já era tarde demais. Inclusive também descobrimos (e infelizmente é um fato até hoje) que a transmissão sexual domiciliar de maridos para esposas é um dos índices mais gritantes. Mas voltando. Quando a doença ganhou a grande mídia e saiu do gueto gay deve ter havido pânico. Eu não lembro, era criança e ironicamente o Brasil tava num momento político delicado, então nosso foco deveria estar em outros assuntos. Mas lembro que ter diagnóstico de Aids era uma sentença de morte. A pessoa definhava pela doença sem tratamento e pelo abandono por preconceito. Não devia ser fácil você já todo debilitado pela hemodiálise descobrir que "pegou" Aids e tentar se manter otimista com Fred Mercury e Cazuza definhando na tv. Depois o vírus entrou na nossa cultura. Começou a ser retratado em livros, filmes (philadelphia, tom hanks, certeza de Oscar), novelas, assunto do fim de semana. A Aids mudou algo que é o mais básico do ser humano, que é a relação sexual. Ok, camisinhas já existiam desde os egípcios e DSTs desde antes, mas agora temos algo novo. A Aids *não tem cura*. Deviam existir duas ou três campanhas contra sífilis e algum pôster de borracharia sobre gonorréia, mas a Aids colocou Bráulio e Kelly Key em horário nobre sobre os riscos do carnaval. E na psicologia da coisa ela era injusta, porque você podia ter 30 relações protegidas, mas uma vez que "ah, deixa pra lá" e você tinha o risco de se infectar. Avançando o filme, estamos em 2020 e temos coquetéis, tratamentos e a Aids faz tempo que não assombra o sonho das pessoas. Tem um quadrinho, Pílulas Azuis, que trata bem isso. Como as pessoas podem levar uma vida normal, terem relações seguras com parceiros e até filhos com os tratamentos disponíveis. O ponto chave aqui é que percorremos 30 anos. --- O coronavírus está aí. Muito já foi falado, estimado, desmentido e essa afirmação é tão manjada quanto "nada será como antes". O mais assertivo de todos até agora foi o prefeito de Limeira: "Se você tá preocupado, não se preocupa, você também vai pegar". Sinto que aqui no Brasil estamos na mesma fase de negação que houve com a Aids. Uma hora, esse mês, no próximo, no fim do ano, vamos chegar na fase que pessoas próximas vão pegar. Pessoas de bem, que se cuidam, que sempre se protegem mas foram no mercado sem máscara rapidinho só uma vez, que estavam em um trabalho essencial, ou só que estavam protestando para poder reabrir seu comércio. Não existe cura para o Corona, temos tratamentos como cloroquina, plasma, coquetel hiv, reza e bênção, mas em todos eles você pega, vai pro hospital, consome recursos como leitos e médicos durante um tempo, e volta pra casa. Alguns estudos sul-coreanos dizem que não criamos muitos anticorpos e pode haver re-infecção. A Aids, como dizem alguns amigos, pelo menos você só pega uma vez. Todo sistema tem propriedades como ciclo de resposta e atraso. Ou seja, mesmo com a melhor economia e os políticos mais bem organizados, hospitais levam tempo para serem construídos, medicamentos para serem desenvolvidos, cadeias industriais de laboratórios para produzi-los. A medicina se desenvolve no país para atender suas necessidades, e no Brasil isso deve ser traumas (acidentes de trabalho e trânsito) e problemas cardíacos e hepáticos. Até os cursos de medicina se adaptarem e formarem médicos especializados em problemas respiratórios deve levar mais tempo que construir tudo citado antes. Então, na minha humilde visão de programador, essas são as adaptações que vamos viver para fazer tudo como antes: - O vírus vais ser um fantasma sim na nossa vida pelos próximos 5-10 anos. Vamos aprender a usar máscara, consumir litros de álcool em gel, perder gente querida. Festas em família vão ser menores. Adolescentes vão continuar sendo adolescentes e levando o risco para casa. - Vamos ter algo como sazonalidade de infecção, e isso vai ser um número em nossas vidas igual raios UV e temporadas de chuva. Em um ano vamos ter bom contratos locatários em shoppings porque o risco-corona está em 7%, ou seja, você não vai fechar sua loja mais de metade do ano. No ano seguinte infelizmente vamos ter outra rodada de quarentenas públicas impositivas de 3 meses porque aproveitamos demais o carnaval. O índice de confiança no país vai trazer o risco-corona. - Falando em "lockdowns", é uma boa pergunta como os governos lidarão com isso. Porque cada cidade vai ter seu ritmo e propagação. Se em São José dos Campos está baixo mas Taubaté chega no estado crítico o governo vai fechar a Dutra? - A cultura do "amo viajar" vai ser a mais afetada. Fronteiras vão continuar fechadas. Mochilão na Europa vai ser algo muito restrito. Igual malária e outras doenças você vai ser proibido de entrar no país se não tiver os exames em dia. Obviamente que vai ser as custas do viajante provar na ida e na volta que está livre do vírus. - Trabalho remoto e educação a distância, apesar de na teoria funcionarem assim como socialismo e desenvolvimento ágil, não vão pegar. Assim como as empresas vão descobrir que não precisam de escritórios, também vão descobrir que muito trabalho remoto pode ser só automatizado mesmo. Educação, além de aprender a rezar e cantar hino nacional é também aprender a socializar. Falando em Brasil, a cultura de escritório deve corresponder 30% dos trabalhadores ou menos. Somos uma nação de chão de fábrica e comércio de rua. Pulando todo charlatanismo econômico, muita coisa vai quebrar com idas e vindas de quarentenas, vai ter desemprego, aumento de trabalho informal, aumento na desigualdade social, etc etc. O horário político vai voltar a falar do que falava em 90. - Cadeias industriais vão se adaptar e recursos são finitos. Talvez comecemos a produzir tanta cloroquina para Covid-19 que faltará coquetel para portadores de HIV. Os hospitais vão ter mais leitos para problemas respiratórios do que para acidentes de trânsito. --- O principal de tudo isso é que vamos nos adaptar e sobreviver. Levamos 30 anos para nos adaptar a Aids, talvez em 10 ou menos tenhamos outro Oscar para o Tom Hanks (haha outra ironia!) e quadrinhos lembrando como na Holanda tínhamos filas para comprar maconha enquanto na Itália caminhões do exército desfilavam com corpos. Como um presente, eu te deixo essa maldição que é o conhecimento. Você pode fingir que nada acontece ou se esconder com medo de tudo o que pode acontecer. O que você não pode fazer é se esquivar da culpa e dizer que não sabia que algo ia acontecer. --- https://www.amazon.com.br/Por-um-fio-Drauzio-Varella/dp/8535905340Se você comprar o livro por esse link o Bezos fica mais rico e se lixando para o mundo, e fecha uma livraria ou sebo próximo a você :)
https://www.imdb.com/title/tt0107818/
Tom Hanks com Aids
https://twitter.com/tomhanks/status/1237909897020207104
Tom Hanks com Corona
https://youtu.be/FaOg7SPuEUI?t=2878
Matéria de 87 do Goulart de Andrade sobre a Aids. Trocando o vírus é o mesmo discurso.
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Oi, Galera, tudo certo? Queria te perguntar como você lida —mais num nível cotidiano e particular do que conceitual ou filosófico— com a perspectiva de agravamento do aquecimento global e extinção em massa a médio prazo. Digo, como seguir levando a vida normalmente quando você sabe exatamente o quão ruim é a situação? [1/2]
[continuação da pergunta: 'E o quão pequeno é o nosso poder de ação individual? Como lidar diariamente com o “murmúrio coletivo repetindo que estamos à beira de um precipício”, como você mesmo escreveu? Um abraço, Laura. [2/2]']
Oi Laura. Essa pergunta ficou me martelando a cabeça por dias, queria ter respondido antes mas sempre me parecia que eu tinha de pensar mais um pouco no assunto, e a janela de tempo pra fazer isso parece que nunca chega, então resolvi responder de uma vez com o que vier, de maneira mais espontânea do que eu gostaria.
Existe uma dissonância enorme e gritante entre o que sei a respeito da gravidade da situação ecológica e o que coloco em prática no nível cotidiano e particular. Como quase todas as pessoas parecidas comigo, há muito tempo já me preocupo em tomar cuidados como gastar menos água e luz, separar lixo, priorizar as pernas ou a bicicleta pra me locomover et cetera. Sei que fechar a torneira pra lavar a louça não é nada perto do consumo de água das indústrias e da agropecuária, mas mesmo assim faço. Sei que o Macbook no qual estou digitando essa resposta é um produto cuja cadeia de produção queima quantidades incríveis de energia, que envolve exploração de trabalho análogo à escravidão e extração de minerais raros que agridem ao meio ambiente. Sei que meu padrão de consumo e os confortos dos quais desfruto me colocam na parcela da raça humana que precisaria mudar radicalmente seus hábitos para atingir alguma espécie de equilíbrio sustentável. Quando pensamos nessas coisas, parece que a ação individual é impotente para mudar o rumo da devastação que estamos provocando, e que em certa medida já é irreversível -- a questão é mais a extensão do dano irreversível que ainda estaremos dispostos a causar.
Uma das maneiras de lidar com essa dissonância é entrincheirar-se na crença moderna de que o progresso e o crescimento econômico são potencialmente infinitos. Pensar assim requer acreditar que os problemas do presente são como as dores de parto de uma era mais avançada na qual as contradições e o dano serão revertidos. Acreditar que a tecnologia nos salvará de tempos em tempos é parte essencial dessa crença - haverá uma segunda revolução agrícola, haverá uma economia automatizada que nos libertará do trabalho, haverá geo-engenharia e a colonização do espaço, haverá uma singularidade e um pós-humanismo prometeico et cetera. Essa crença pode ser encontrada, em suas formas mais extremas, nas ideologias do Vale do Silício, no pensamento aceleracionista e, de maneira mais ponderada, em figuras como Yuval Noah Harari. Normalmente essa crença vem aliada a uma noção de natureza humana informada pelo darwinismo social, mesmo que não ouse dizer o nome. Há uma insinuação de que o futuro pertencerá aos sobreviventes, após alguma espécie de batalha de adaptação.
Outra maneira é aceitar a ideia de que o progresso terminou. Não é o fim da história, e sim o fim de uma visão específica sobre o humano, uma visão antropocêntrica que pressupõe a excepcionalidade da nossa espécie. A "nova" (ela certamente tem precedentes históricos e sobretudo análogos em outras culturas não hegemônicas, sobretudo indígenas) visão não-antropocêntrica é baseada também em parte na ciência, mas uma ciência um pouco diferente da crença anterior: são as novas teorias da biologia que complicam as noções engessadas de espécie e organismo, que mostram que somos também as bactérias e fungos que habitam nosso corpo; é a ciência do clima, da agricultura mesclada ao ecossistema, das energias limpas e renováveis e por aí vai. Em torno dessa visão surgem correntes como ecossocialismo e decrescimento, ou mesmo de primitivismo. Movimentos de oposição ao capitalismo baseado em carbono e a favor de medidas drásticas contra a emergência climática também se encontram por aqui.
Os dois conjuntos de crenças se cruzam, é claro. E há uma questão que atravessa ambos, mas que raramente é discutida, que é a da superpopulação e longevidade. É possível que tenhamos infestado o planeta a ponto da sustentabilidade ser materialmente inviável a despeito das melhores intenções de qualquer um, e que apenas uma conscientização em torno de retenção de taxa de natalidade, acesso amplo a planejamento familiar e legalização do aborto possam habilitar alguma esperança de evitar crises e guerras em grande escala.
Enquanto rumino todas essas coisas, resta a questão da ação individual, da sua validade ou não, e acho que reside aí o problema da saúde mental e da paz de espírito possível para um cidadão não alienado deste começo de milênio. Timothy Morton, um ecologista e filósofo que gosto de ler, ressalta que devemos evitar a culpa diante da tragédia ecológica que colocamos em curso, pois cada um de nós é impotente diante de fenômenos complexos e inapreensíveis como aquecimento global, capitalismo e acidentes nucleares. O que podemos praticar, e que pode melhorar um pouco nossa vida em alguma medida, é a solidariedade. Mas não basta sermos solidários com outras pessoas. A solidariedade precisa se estender a todas as espécies, a todos os organismos, de maneira horizontal e inclusiva. A solidariedade é uma condição da existência e subsistência do humano, ainda que o comportamento humano, quando observado na violência e loucura do cotidiano, pareça contradizer este fato.
De todo modo, há uma mentalidade afinada com a solidariedade que seria capaz, aos poucos, de orientar a ação humana em direção a um futuro um pouco menos catastrófico, o que já vale a pena perseguir. Donna Haraway fala em espécies companheiras, em práticas localizadas que levam em conta sempre o contexto e todos os entes envolvidos em determinada situação, buscando formas de convivência apropriadas, sem dogmas. Anna Tsing sugere que precisamos acima de tudo aprender a viver nos destroços do capitalismo, como os fungos que são tema de suas pesquisas. Esses tempos meteram muito pau em um texto que o Jonathan Franzen publicou na New Yorker, argumentando que a tragédia climática é um fato contra o qual já nada se pode fazer, e que o foco deveria ser deslocado para práticas locais que minimizem o sofrimento dos mais vulneráveis e tornem mais viável a convivência em um mundo parcialmente devastado. É curioso que o argumento dele não é tão diferente assim do que dizem Haraway e Tsing. Eu e a Taís discutimos isso aqui em casa esses dias. Existe uma diferença enorme no discurso e no tom, Franzen tem uma arrogância meio esnobe que é o contrário da abordagem comunal e multi-espécies das outras duas, e além disso ele é, obviamente, o alvo identitário perfeito -- ninguém quer ouvir um homem branco cis privilegiado dizendo que não adianta mais tentar reverter o aquecimento global. Mas o que ele está dizendo, no fim das contas, é que a ação individual importa, sim. Mas importar não significa necessariamente reverter o colapso ou promover uma revolução, e sim melhorar a vida de quem nasceu e tem que enfrentar isso aí, caso a caso, com solidariedade, sem culpar-se em demasia porque, de fato, ninguém (ou quase ninguém) é individualmente culpado.
Acho que aí começamos a chegar em um lugar interessante. Ter nenhum ou poucos filhos, comer muito menos carne, lutar por acesso a educação e iguais oportunidades para mulheres, combater crueldade animal, defender o meio ambiente de maneira não exploratória e, sim, reciclar lixo e desligar a torneira enquanto lava a louça não são atitudes que resolverão nossas múltiplas crises, mas nos ajudarão a viver um pouco melhor no processo, minimizarão danos em muitos casos, mitigarão a dor dos mais vulneráveis. Tento passar adiante ideias como a de que a extinção de uma espécie é uma perda humana, mesmo que não pareça, do ponto de vista do progresso, do consumo, da tecnologia e do capitalismo. Faço essas coisas enquanto me beneficio do sistema existente, procurando ter em mente as contradições e insuficiências que se enfileiram no dia a dia, mas me preocupo em combater alguns de seus excessos, denunciar algumas de suas assimetrias. É pouco, talvez, mas dizer que isso não é nada seria muito cínico. Então eu procuro fazer essas coisas por meio do meu comportamento individual, do meu eventual poder de informar ou convencer outras pessoas, do meu voto. Eu gostaria de ter uma capacidade maior para o ativismo e a ação direta, mas até hoje preciso admitir que não fiz praticamente nada nesse sentido. Até essa hora chegar, procuro no mínimo não me colocar no caminho de quem toma à frente dos ativismos e ações diretas, me posicionando e apoiando sempre que possível, como estiver ao alcance. Há mudanças que podem vir do amálgama lento e gradual em torno de ideias e iniciativas que podem soar utópicas ou improváveis. Manter essa fé em alguma medida é essencial pra que nossa conduta individual também acrescente valor às lutas que valem a pena.
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eu tenho medo do futuro do país
Ao longo de 2018, o Brasil viveu um dos anos mais conturbados desde o meu nascimento, acredito. Uma polarização completamente extremista. De um lado, víamos uma figura muito semelhante a de um fascista se ascender e, de outro, uma mistura de focos que não conseguiu se unir para lutar por uma causa maior. Na verdade, até se uniu, mas nos 45 do segundo tempo. As pessoas foram pras ruas no "vira voto", se propuseram a conversar com aqueles que estavam em dúvida sobre entregar o país nas mãos de um governo reacionário e retrógrado ou de votar naquele que muitos enxergavam como o "mal do Brasil" - o PT. Eu não sou tão estudada assim para fazer aqui uma análise política devidamente profunda e que abarque desde o nascimento do PT, até seu triunfo e sua queda. Por isso, me atentarei, aqui, a fazer um texto de cunho altamente individual e afetivo.
Eu nasci em 1998 e em 2002 o Lula ganhou as eleições, permanecendo no governo até 2010. Esse período foi marcado por relações internacionais muito bem vistas, estabilidade econômica, ganhos sociais extremamente significativos, como o bolsa família, o PROUNI, o FIEIS e o sistema de cotas que possibilitaram com que pessoas de baixa renda e negros ocupassem o espaço das Universidades. Depois, no governo Dilma, as coisas já começaram a ficar mais abaladas. Com uma bancada no Congresso Nacional cada vez mais retrógrada e religiosa conservadora-moralista, a presidenta se encontrava fisgada e sem possibilidade de governar sem que fizesse acordos que fossem contra as premissas do seu governo. Alvo de muitas críticas e revoltas, em 2013, eclodiu o movimento do "O Gigante acordou!", anunciando que a população não iria aguentar mais corrupções, altos impostos, enfim. Em 2016, Dilma sofreu o golpe que a tirou do poder e colocou Michel Temer a frente da presidência. Golpe, sim, porque pedaladas fiscais não são crime. No dia da votação no Congresso sobre o "impeachment", votos a favor se justificavam com discursos como "pela moral da minha família", "pelo fim da corrupção", "pelo fim da ideologia de gênero", entre outros. E, praticamente todos ali, eram alvos de delações da Lava Jato. Inclusive, o presidente da Câmara na época, Eduardo Cunha, hoje está preso. E Dilma? Dilma segue solta.
Eu vi o documentário chamado "Democracia em Vertigem" que ilustra bem todo esse percurso. Nele, há cenas de pessoas, em sua maioria do Nordeste, que falavam "O Lula me tirou da fome, colocou meu filho no ensino superior e trouxe luz pra minha casa. Eu amo esse homem." Sabe o quanto isso é potente? Nessa hora, eu fiquei arrepiada. De verdade. O governo do PT teve inúmeros erros, se perdeu na sua ideologia ao longo do caminho, mas é inegável que foram os anos mais importantes e transformadores que esse país já viveu. A conquista dos direitos humanos deu passos muito grandes nesses anos e a desigualdade social parecia mais amena com a reparação histórica das minorias ganhando forças. Pena que muitos não viram com esses olhos no dia 28 de outubro de 2018. Muitos preferiram votar no "incerto", "inovador", "sem corrupções" que era supostamente representado pela figura de Bolsonaro. Mas, pasme, de incerto ele não tinha nada, pois sua trajetória de 30 anos como Deputado Federal já nos apontava como seria traçado seu caminho, o que nos leva a afirmar, também, que de "inovador" ele não tem nada e "sem corrupções" menos ainda, já que o PP, Partido em que o atual presidente ficou por mais anos, é o mais investigado na Lava Jato. Acontece que, por trás disso, tem todo um aparato manipulador e inventor de “fake news" que impulsionaram Bolsonaro à vitória. Como já falei num texto aqui que escrevi para a minha mãe, esse homem representa o que há de pior em qualquer tipo de sociedade: a intolerância, o desrespeito às diferenças, o sentimento de superioridade, a ignorância na sua forma mais fatal e o ódio. O ódio a tudo aquilo que vai contra ao que ele postula. Muitos realmente se identificam com esse discurso, outros, só foram levados por essa grande onda que vem passando devastando o nosso país. De qualquer modo, todos que apertaram 17 nas urnas decidiram apoiar tudo que ele representa. O resultado? Bem, o resultado está sendo pior do que eu imaginava.
Bolsonaro cortou todos as bolsas de mestrado e doutorado das Universidades Federais. Bolsonaro está destruindo a Amazônia. Bolsonaro no seu discurso no Fórum Econômico Mundial, na Suiça, disse: "vamos defender a família e os verdadeiros direitos humanos". Que família é essa? Que "verdadeiros direitos humanos" são esses?... A partir disso, dá para se ter uma boa ideia do que estamos enfrentando. Sinceramente, são TANTAS porradas diárias que seria impossível enumerar aqui. O sentimento de desespero e de tristeza me corroem. Esse ano não terá concursos públicos e seu governo possui um projeto concreto de acabar com o ensino público gratuito e de qualidade. Seu ataque às instituições federais e aos estudantes é algo explícito e gritante, sem nenhum pudor. Eu, enquanto estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do curso de psicologia, me vejo cada vez mais sem rumo e sem sentido nesse país. Confesso que comecei esse texto com um intuito, mas, ao longo de cada linha, eu me lembro que os meus sonhos e os de MUITA gente, muita gente mesmo, estão indo para o ralo. Isso me causa paralisia. Sinto um sufoco no peito que quer gritar para o mundo ouvir o quanto estamos fodidos. Mas nem os próprios brasileiros se importam, aliás, eles mesmos quiseram isso. Eu tenho medo do futuro e é isso que continua constantemente ressoando nos meus ouvidos. Eu tenho medo de qual será a próxima notícia a todo instante. Porque, a cada passo, a cada fala, a cada expressão, esse governo está nos destruindo. Até onde vamos aguentar? Ou melhor, será que ainda estamos aguentando ou só estamos vivendo por entre os dias abstraindo todo esse ódio para conseguirmos sobreviver? Talvez essa tenha sido a definição que mais me representa até agora: abstraindo para sobreviver. Mas até quando? Esse governo me tira toda a minha potência de vida e resistir se torna um ato revolucionário tão acima de qualquer coisa que eu já estive perto de vivenciar que tem horas - quase todas - que eu nem sei o que fazer com tanta vontade de conseguir continuar resistindo, já que resistir, de fato, parece impossível agora.
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Discurso econômico em foco
BRASÍLIA. Numa tentativa de superar as discussões sobre corrupção, pré-candidatos ao Palácio do Planalto têm se preocupado em moldar um discurso sobre economia que deverá nortear as campanhas em 2018. No foco do debate eleitoral a ser travado no ano que vem estão as reformas propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB). Até mesmo o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que costuma ser avesso ao tema em entrevistas e declarações, diz que tem buscado ajuda de um nome do mercado financeiro para incorporar questões econômicas em seus discursos. Sem revelar quem é o profissional, ele diz apenas que é um “quatro estrelas”. À frente nas pesquisas, o ex-presidente Lula (PT) é quem mais diretamente tem explorado o assunto, associando a agenda reformista ao impeachment de Dilma Rousseff. O petista também tem consultado economistas para montar um plano de governo. Entre eles estão Luiz Gonzaga Belluzo e Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda. Enquanto isso, outros nomes da oposição como Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) adotam um tom mais ameno ao abordar as reformas. Embora façam críticas pontuais às propostas de Temer, defendem a necessidade de o próximo presidente levar adiante as mudanças estruturais caso o atual falhe na missão. “O problema da Previdência no Brasil é que 2% dos beneficiários levam mais de um terço do benefício, e nisso não está se mexendo. É muito melhor você fazer uma coisa realista, que estabeleça uma transição, e acabe com 100% disso para o futuro”, disse Ciro, ensaiando um discurso que ataca a manutenção de privilégios na atual reforma. Para formatar suas propostas, Ciro tem contado com a ajuda dos ex-ministros Mangabeira Unger (governos Lula e Dilma) e Luiz Carlos Bresser Pereira (governo Sarney). O pré-candidato do PDT tem percorrido universidades em palestras na qual mescla sua habitual língua afiada ao falar de adversários a teorias econômicas. Já Marina tem ao seu lado economistas que a acompanham desde a criação da Rede, como Eduardo Giannetti da Fonseca, José Eli da Veiga e Ricardo Abramovay. Sua intenção é tentar se colocar como uma alternativa de centro-esquerda na disputa de 2018. A inspiração, nas palavras de um aliado, será o presidente francês Emmanuel Macron. Do lado governista, tanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, quanto o prefeito João Doria – os nomes mais cotados para eventual candidatura tucana –, têm defendido as reformas de Temer. Alckmin tem focado seu discurso na defesa da criação de empregos como solução. Já Doria tem na boa relação com o mercado e na imagem de empresário bem sucedido seu trunfo eleitoral.
Inspiração. Já citado como opção para 2018, o apresentador Luciano Huck defendeu que o Brasil adote um cronograma eleitoral semelhante ao da França, onde os parlamentares são eleitos uma semana depois da escolha do presidente. Segundo a coluna Radar, da revista “Veja”, a declaração foi dada na semana passada, em evento da Fundação Estudar. Agradou. De acordo com a coluna, Huck estava particularmente bem informado sobre as condições que elegeram Emmanuel Macron e, nos bastidores, surpreendeu seus interlocutores pela desenvoltura com que falava sobre o assunto. “Poderíamos deixar somente a escolha de presidente e governadores no primeiro turno. No segundo turno, entrariam os parlamentares e os dois candidatos ao Executivo. Com isso, teríamos ao menos um Congresso mais afinado com as duas forças que se enfrentariam”, disse Huck.
Discurso econômico em foco
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Cássio Gois investe em agricultura familiar e entrega tendas para feira de Ministro Andreazza
Na última sexta-feira (14), o deputado estadual Cássio Gois (PSD) visitou o município de Ministro Andreazza, e em parceria com o Parlamento local e o Executivo municipal, ele busca fortalecer a agricultura familiar da região. O deputado, que já direcionou mais de R$ 3 milhões em investimentos para Andreazza, participou da entrega de novas tendas para os feirantes locais. Dos investimentos do deputado para o município, parte significativa desses recursos foi alocada para o setor de saúde, melhora o atendimento e amplia os serviços oferecidos à população. “Esse investimento é crucial para garantir que todos os moradores tenham acesso a cuidados médicos de qualidade”, afirmou o deputado. Além da saúde, a infraestrutura do município também recebeu atenção especial nos primeiros dois anos do seu mandato. Melhorias, modernização de instalações públicas e outros projetos essenciais foram viabilizados graças ao transporte de recursos direcionados pelo mandato de Goiás. Esses projetos não apenas facilitam a mobilidade e o acesso aos serviços, mas também diminuem para o desenvolvimento econômico da região, afirmou o deputado que é presidente da Comissão de Transportes e Obras Públicas da ALE. Ainda de acordo com o deputado, um dos focos principais do seu mandato é a agricultura familiar, que é a base da economia do Ministro Andreazza. "Estamos comprometidos em fortalecer a economia e garantir um futuro próspero para o pequeno produtor. O homem do campo é um importante motor do estado, diante disso, estou empenhado dia a dia em garantir que o nosso produtor tenha as melhores ferramentas e políticas públicas ao seu favor", disse Gois. Assim, a feira municipal do Ministro Andreazza foi padronizada graças ao investimento do mandato de Cássio Gois, atendendo aos pedidos da prefeita Milla da Agricultura, do vice-prefeito Mário Fofão e da vereadora Jussara Alves. Essa padronização incluiu a entrega de novas tendas, proporcionando um ambiente mais organizado e confortável para os feirantes e consumidores. “As novas tendas não só melhoram a estética da feira, mas também oferecem maior proteção contra as intempéries, beneficiando diretamente o comércio local e a economia da cidade”, afirmou a vereadora Jussara Alves, agradecendo ao pedido feito ao deputado durante seu discurso no evento. “Nosso objetivo é continuar trabalhando incansavelmente para trazer mais recursos e melhorias para o Ministro Andreazza”, ressaltou o deputado. A colaboração com as lideranças locais, como a prefeita Milla da Agricultura, o vice-prefeito Mário Fofão e a vereadora Jussara Alves, tem sido fundamental para identificar as necessidades mais urgentes e garantir que os investimentos sejam aplicados de forma eficiente, afirmou o parlamentar. Cássio Gois reafirmou seu compromisso com a comunidade, destacando a importância de um trabalho conjunto para alcançar resultados significativos e duradouros. “Estamos investindo no futuro do Ministro Andreazza, e isso só é possível graças ao apoio e à confiança de cada cidadão”, concluiu o deputado. Texto: Marcelo Negrão I Assessoria Parlamentar Fonte: Assembleia Legislativa de RO Read the full article
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de novembro e o resultado primário do Governo Central em outubro são os destaques da agenda local. Os diretores do Banco Central, Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais) e Diogo Abry Guillen,(Política Econômica) participam de eventos. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza a sabatina dos dois indicados para diretorias do Banco Central Rodrigo Alves Teixeira (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais). Após a sabatina e votação na CAE, os indicados precisam ser aprovados pelo plenário do Senado. Também são esperados o índice de confiança do consumidor dos EUA em novembro e discursos de vários dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), entre eles os diretores Christopher Waller e Michelle Bowman. No exterior, mercados ampliam queda registrada ontem Os índices futuros das bolsas de Nova York ampliam perdas de ontem no mercado à vista, enquanto os juros dos Treasuries e o dólar operam sem direção única e com fôlego curto. Os investidores estão à espera de declarações de dirigentes do Fed e pelo índice de confiança do consumidor americano elaborado pelo Conference Board. Na Europa, os mercados acionários também sustentam perdas registradas na véspera, após o integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Joachim Nagel, afirmar que, caso as perspectivas para a inflação piorem na zona do euro, pode ser preciso elevar mais os juros. Houve uma ligeira melhora do índice de confiança do consumidor da Alemanha para dezembro, em -27,8, segundo o instituto GfK, conforme o esperado por analistas ouvidos pela FactSet. Leia também Há expectativa por novas declarações da presidente do BCE, Christine Lagarde, após ela ter afirmado ontem que a atividade da zona do euro estagnou e deve permanecer fraca pelo resto do ano, indicando ainda disposição do BCE para manter juros inalterados. O petróleo se recupera e sobe mais de 1%, compensando parte do recuo da véspera, em meio a notícias de que a Arábia Saudita está pedindo a outros membros da Opep+, que se reúne nesta semana, que reduzam as suas cotas de produção de petróleo, numa tentativa de reforçar os mercados globais, mas alguns membros estariam resistindo. O Swissquote acredita que apenas mais um corte de 1 milhão de barris por dia pela Arábia Saudita não seria suficiente para estabilizar os preços. Na Ásia, as bolsas chinesas subiram com notícias corporativas e um discurso do presidente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), Pan Gongsheng, que pediu mais esforços para transformar a economia, ao advertir contra a dependência de infraestrutura e do setor imobiliário, no momento em que o regime busca um novo caminho para a segunda maior economia global. Ao falar em conferência financeira em Hong Kong, ele ressaltou a necessidade de alimentar novos drivers para o crescimento. No Brasil, foco segue nas pautas econômicas no Congresso A cautela moderada no exterior pode continuar limitando o sentimento local em meio aos sinais mistos nos mercados em Nova York. O foco local fica ainda em indicadores e no adiamento da votação do projeto de lei de taxação dos fundos exclusivos e fundos offshore, além da proposta de taxação das apostas esportivas no Senado, de hoje para amanhã, pode trazer algum desconforto com a demora no andamento das propostas arrecadatórias do governo no Congresso. Há dúvidas se haverá quórum amanhã para analisar as propostas, porque alguns senadores viajam na quarta-feira rumo a Dubai para a Conferência do Clima (COP28). Investidores também aguardam o IPCA-15 e o resultado do Governo Central. Nos mercados de câmbio e juros futuros, os sinais mistos dos rendimentos dos Treasuries e do dólar frente divisas rivais e emergentes ligadas a commodities podem apoiar alguma volatilidade, mas com fôlego curto em meio aos ajustes de fim de mês. As discussões sobre a pauta econômica também serão monitoradas. O secretário-executivo
do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, assumiu a articulação para avanço da medida provisória (MP) 1185, que muda a subvenção do ICMS, a principal medida para elevar as receitas em 2024, com a viagem do titular da Pasta, Fernando Haddad, à COP-28. A reunião do Colégio de Líderes da Câmara com o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), também ficou para hoje, por falta de quórum ontem. A expectativa é que Ribeiro faça uma apresentação sobre as mudanças feitas pelo Senado no texto da reforma ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) e aos demais líderes partidários. A ideia é estabelecer um cronograma para a votação da PEC até o fim do ano. *Agência Estado Quer saber como criar e utilizar planilhas para controlar suas receitas e despesas de forma eficiente? Confira este curso sobre planilhas de organização e controle oferecido pela B3, Link da matéria
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Golpe de 1964 ou Revolução de 1964?
Enquanto golpe é uma derrubada de poder que basicamente apenas muda os mandantes da nação, a revolução transforma a sociedade de maneira muito mais profunda.
No meio da semana passada, uma declaração de Jair Bolsonaro mais uma vez levantou discussões a respeito da Ditadura Militar e da forma como o presidente encara o período. De acordo com o porta-voz do governo, Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro emitiu um comunicado para as Forças Armadas recomendando que os comandantes das guarnições realizassem as “comemorações devidas com relação ao 31 de março de 1964”. Hoje, completam-se 55 anos do dia em que os militares depuseram João Goulart e assumiram o poder, dando início a um regime ditatorial no Brasil que perdurou por 21 anos.
Nas palavras de seu porta-voz, “o presidente não considera 31 de março de 1964 um golpe militar. Salvo melhor juízo, se isso não tivesse ocorrido, hoje nós estaríamos tendo algum tipo de governo aqui que não seria bom para ninguém”. As comemorações da ocasião, chamada de Revolução de 1964 pelos apoiadores da ditadura, já ocorriam nos quartéis, embora tenham sido barradas por Dilma Rousseff em 2014.
O Ministério Público Federal, a Defensoria Pública da União e a Ordem Brasileira dos Advogados (OAB) já se manifestaram em repúdio à recomendação do presidente. “Comemorar a instalação de uma ditadura que fechou instituições democráticas e censurou a imprensa é querer dirigir olhando para o retrovisor, mirando uma estrada tenebrosa”, afirmou Felipe Santa Cruz, presidente da OAB.
Sem dúvida há uma disputa de narrativa sobre o período, e chamar o episódio de “golpe” ou de “revolução” denota um posicionamento sobre o que aconteceu. É importante, no entanto, resgatar o significado histórico de cada um dos termos e analisá-los sob a luz dos fatos daquele 31 de março de 1964 e dos anos que o precederam.
Revolução ou manutenção?
Diferente do que muitas vezes estudamos, a conspiração que culminou na queda de Jango não começou apenas com o descontentamento por conta de suas políticas reformistas (que propunham, entre outras coisas, uma reforma agrária). A própria renúncia de Jânio Quadros, em 1961 — que elevou Jango de vice à presidente — foi uma tentativa de que, por meio do clamor popular, Jânio voltasse ao governo, mas dessa vez respaldado pelas forças militares.
O plano não foi bem sucedido: além de haver conflitos na cúpula dos militares em relação às estratégias para tomar o poder, nem todas as subdivisões das Forças Armadas apoiavam a medida e boa parte do povo aprovava a João Goulart, especialmente depois da campanha movida pelo seu aliado (e cunhado) Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul. Desesperançosos, os militares se conformaram com uma das propostas do Congresso: aprovar um regime parlamentarista de governo, diminuindo assim os poderes do Executivo, que seria encabeçado a partir daí por João Goulart.
As motivações por trás da tentativa de assumir o poder giravam em torno, prioritariamente, da “doutrina política nacional de segurança e desenvolvimento” elaborada na Escola Superior de Guerra, em trabalho conjunto com as elites políticas e econômicas. Políticos, militares, empresários e ruralistas, embora também com divergências entre si, esperavam implementar um modelo no Brasil semelhante ao adotado por outros países capitalistas, com foco no mercado e no liberalismo econômico.
Os militares conheciam as inclinações políticas de João Goulart desde o seu exercício no Ministério do Trabalho, em 1954, e sabiam que ele não estaria disposto a implementar medidas que aprofundariam a concentração de renda em prol da modernização da economia. Além disso, ele tinha certa influência perante a ala mais próxima da esquerda e dos sindicatos. Quando, em 1963, um plebiscito apontou por uma diferença de mais de 7 milhões de votos a vontade popular pela volta do presidencialismo, os militares sentiram a urgência de derrubar Jango. Com a volta do presidencialismo, eles teriam poder para realizar suas reformas.
O movimento de 1964 propunha mudança e rompimento com o cenário imediato, motivado, entre outros, por um temor de uma revolução socialista. Mas, no jogo do poder, pouca coisa mudou. As elites econômicas que mandavam no país continuaram no mesmo lugar. “Um golpe de Estado é um movimento mais restrito à esfera política governamental, visando assegurar o status quo e os interesses de uma classe dominante, que pode estar sendo ameaçada por políticas de cunho reformista”, diz o sociólogo Renato Cancian, pesquisador e professor universitário. De acordo com ele, em um governo golpista podem até ocorrer mudanças na estrutura do Estado e nas políticas sociais e econômicas, mas elas não alteram o poder das classes dominantes.
Já uma revolução é algo muito mais profundo, em que se propõe uma mudança substancial das estruturas do Estado. Por isso, nem todo golpe é uma revolução. Como bem lembrou Caio Navarro de Toledo, professor aposentado do departamento de Ciência Política da Unicamp, em um artigo ao jornal da universidade, até um dos próprios presidentes do Brasil durante o regime militar, Ernesto Geisel, não considerava o acontecimento uma revolução. Em um famoso discurso em 1981, ele afirmou que “o que houve em 1964 não foi uma revolução. As revoluções se fazem por uma ideia, em favor de uma doutrina”.
Além disso, o movimento de 1964 se esforçou para parecer que estava seguindo as regras do jogo democrático, prometendo eleições que não viriam, sob o argumento de que o país ainda não estava preparado. É uma aparência de legalidade e de dever constitucional que em nada se assemelha com um movimento revolucionário, que se proporia a subverter essa ordem. O Brasil não virou de pernas para o ar como Cuba a partir de 1959 ou o Irã, 20 anos depois. O exemplo desses dois países enaltece outro ponto que fica obscurecido quando tratamos tanto de 1964 e nos esquecemos de outros episódios da história. Golpe e revolução não são termos ligados a esquerda ou direita, por mais que pareçam. A troca de um grupo por outro no poder, sustentado pela participação popular, não significa que o novo a assumir será mais “progressista” ou algo do tipo, como bem observamos no Irã. Na Revolução de 1979, a monarquia autocrática do xá Reza Pahlevi, pró-EUA, foi derrubada. O país virou uma república islâmica teocrática, comandada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini. O Irã passou por uma profunda mudança social, política e cultural, com inegável apoio popular. Por isso, é considerado uma revolução.
A participação popular
O sentimento de legalidade não partia espontaneamente dos conspiradores: a própria sociedade o demandava. Foi o que os militares perceberam após as tentativas falhas de assumir o poder em 1961. Da próxima vez, teriam que construir uma “base legal” e, assim, conquistar o apoio do povo.
Conseguiram, de fato, mobilizar boa parte da população. Mas, muito, por meio do medo. Em um contexto de Guerra Fria, remeter a figura de um presidente defensor da reforma agrária a um comunista ditatorial não foi tarefa muito difícil para os militares e políticos que arquitetaram o golpe. A começar, Jânio Quadros renunciou à presidência justamente no momento em que Jango fazia uma viagem à China e à URSS.
Daí até 1964 houve uma massiva campanha para preparar o terreno, conduzida principalmente pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPE). Registrado como “agremiação apartidária”, o IPE mobilizou setores da política e da sociedade, especialmente da classe média.
Por fim, vale mencionar que a organização aglutinada em favor de derrubar Jango e, posteriormente, atuante nos anos de chumbo, era inconsistente e divergente: “com a censura aos meios de comunicação, o regime parecia estável, mas na verdade ele foi marcado por lutas internas”, afirma Cancian.
A participação popular é um dos elementos centrais de um movimento revolucionário, mas o sociólogo esclarece que não se trata de uma “mera participação de cidadãos comuns na rua, mas uma participação organizada, como partidos de massa, sindicatos, movimentos sociais, entre outros”. O golpe não contou com esse apoio. Pelo contrário, foram justamente esses grupos que a ditadura tratou de desmontar no pós-64 por meio de um forte aparelho coercitivo.
E por que a Revolução de 1930 é chamada assim?
Embora, à época, o movimento de 1930 tenha se denominado dessa forma, é importante dizer que ele também é alvo de discordâncias entre historiadores e estudiosos do tema. O jornalista e escritor Laurentino Gomes, autor dos best-sellers 1808, 1822 e 1889, afirma que concorda com o que seu colega Lira Neto aponta na biografia que escreveu sobre Getúlio: ainda que fosse um civil, Vargas chegou ao poder por meio de uma genuína quartelada. O que houve em 1930 foi um golpe de Estado.
Mas o nome Revolução de 1930 pegou porque ele rompeu, de certa forma, com a classe dominante que sustentava a República Oligárquica, promovendo um desenvolvimento econômico, modernização burocrática e um consequente fortalecimento de outras classes sociais.
A leitura de muitos estudiosos é de que o movimento liderado por Getúlio foi, antes de tudo, uma revolução das classes médias urbanas. Outros, como o historiador e cientista político Boris Fausto, sequer consideram que houve essa revolução, e afirmam que o que aconteceu foi um “rearranjo político”, levado à frente por um grupo de dissidentes da oligarquia que se aliaram aos militares, estabelecendo um “estado de compromisso”.
Segundo Laurentino Gomes, a diferença no tratamento desses eventos históricos tem profunda relação com a sociedade, que sanciona ou não o termo. Não só 1930, mas 1889 também. Afinal, a proclamação da República também foi um golpe. De acordo com ele, “no passado, intervenções violentas nas instituições e no processo político tendiam a ser aceitas de forma mais natural”.
Em 1964 não ocorreu o mesmo. Embora parte da sociedade civil tenha apoiado o golpe, outra parte não. E as mudanças na sociedade, na estrutura do Estado, na pirâmide social foram muito mais sutis do que em 1889 ou 1930. Por isso os especialistas podem até divergir com a nomenclatura desses outros eventos históricos, mas em relação a 1964, todos concordam: foi um golpe.
Fonte : Guia do Estudante
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