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Marginal Mente entrevista Conflito Cotidiano.
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(Na foto, da esquerda para direita, Mano Fróes, ex integrante Káli e Smile.)
Durante a primeira edição do Cultura de Rua Fest, a Marginal Mente bateu um papo com o grupo de rap Conflito Cotidiano, grupo oriundo do bairro Vera Cruz 2, região Oeste de Goiânia.  Na entrevista com os integrantes, Smile e Mano Fróes, eles contam como o grupo nasceu, suas pretensões artísticas e projetos futuros. FaVera tá na casa, FaVera Hoje, FaVera amanhã, FaVera pra sempre! Confere aí. Tey! 
Entrevista
Marginal Mente – Como nasceu o grupo Conflito Cotidiano? 
Smile – Bom, o grupo nasceu em meados de 2014, na brincadeira inclusive, começamos fazendo um freestyle, eu e a antiga integrante do grupo, a Kalí, aí surgiu uma música, dessa música a gente foi criando outras e outras, e resolvemos formar um grupo. Após nossa primeira apresentação na ocupação do MTST, do Maternidade Abandonada, em Aparecida/GO, conhecemos o Mano Fróes, que também já fazia alguns sons, chegou agregando com a gente, e hoje a gente caminha nós dois nessa. A mana Kalí não faz mais parte da formação, mas as vezes ela faz algumas participações. 
Mano Fróes - A agregação também foi pra gente ter mais autonomia, tenho as aparelhagens pra gente dar um jeito de fazer um beat, pra gente dar um jeito de gravar, escutar e tal, foi massa, eu entrei nos beats e aprendi muito do rap com eles, das rimas, do treinamento, então foi muito bom tanto pra um quanto pra outro, e acabou somando, acabou dando liga, ele foi me mostrando as letras e foi virando. 
“As nossas músicas falam bastante das periferias, da exclusão, da exploração, da violência contra os jovens periféricos negros, contra os jovens periféricos brancos, que também acontece, não na mesma proporção, mas também acontece.”  Smile
Marginal Mente – Quais os assuntos que vocês consideram mais urgentes a se abortar nas letras de vocês?  
Smile – Urgentemente, acho que um dos pontos mais importantes seria a politica. Mas como geralmente é um assunto que quase todo MC fala disso, a gente tenta colocar, encaixar em algumas músicas, as vezes quando vem inspiração. Mas eu também não tenho muito critério pra escrever, geralmente eu começo a escrever de uma palavra, aí vai virando a história, vai criando perna, braço, cabeça e etc. 
Mano Fróes - O bom da soma das pessoas é que, cada um pensa diferenciadamente, a pesar da finalidade ser quase sempre a mesma, passar uma mensagem importante. Eu entrei muito com mensagem do amor, gosto muito da mensagem do amor, do amor ao próximo, ficar tranquilo, ajudar e tal. Só que não pode ser diferente também de você lutar pela política. 
Smile – As nossas músicas falam bastante das periferias, da exclusão, da exploração, da violência contra os jovens periféricos negros, contra os jovens periféricos brancos, que também acontece, não na mesma proporção, mas também acontece. E contra toda autoridade, contra toda opressão que oprime nosso povo, tentando criar todos os dias, por mais que seja difícil, tentando criar uma visão de mudança pra nos mesmo, se não conseguirmos mudar o todo, pelo menos o nosso meio, a nossa volta, a gente tentar mudar e incentivar, tentar gerar autoestima nessas pessoas, para que a gente possa mudar pelo menos o nosso cotidiano, onde acontece geralmente os conflitos.  
Mano Fróes -  E a luta junto com o amor é a essência disso tudo, da mudança.
  “Eu boto fé que muita gente tá se segurando em ideologias, cada um na sua, cada um se segura na parte que te agrada mais, uns Gangsta, uns love.”   Mano Fróes
Marginal Mente – No momento vocês estão trabalhando em algum lançamento? Em algum projeto futuro? 
Smile – No momento estamos trabalhando no clipe da música que lançamos recentemente a "Eu Sou" e a anterior que participou de uma coletânea a "Salve Quebrada", provavelmente vai sair no fim do ano e ser lançando no FaVera. Mas tem trabalho também, o Alex tem o trabalho solo dele, eu tenho o meu, e tem novos trabalhos também vindo do Conflito, agora a gente tem mais um show marcado e depois desse show o foco é produção.  
Mano Fróes -  Como tá rolando mudanças no Conflito, a gente tá correndo atrás de novas músicas, pra cada vez mais a gente estar com um repertório novo. 
Marginal Mente - Vai vir novidades então? 
Smile - Bastante, clipe esse ano vai vir pelo menos uns 3. 
Mano Fróes -  E os Clipes todos feitos pela galera do role, do Vera Cruz, cada um evoluindo e procurando sempre fazer parte. 
Marginal Mente – Onde será esse show? 
Smile - Lá no Vera Cruz, Favela Resiste, dia 02/06, na praça da feira do Conjunto Vera Cruz 2. 
“Cara, ambição mano... Primeiramente, eu, no meu caso, o primeiro passo é conquistar o respeito da quebrada”.  Smile
Marginal Mente – Como vocês veem o momento do rap GO 062? 
Smile – Em ascensão econômica muito grande, e decadência em conteúdo. 
Mano Fróes - Eu boto fé que muita gente tá se segurando em ideologias, cada um na sua, cada um se segura na parte que te agrada mais, uns Gangsta, uns love, tem gente que tira um ao outro, já vi post na internet falando que todo mundo é MC agora. Pô, acho isso foda porque que todo undo não pode seguir seu sonho? MC Champions a gente já viu no YouTube, o cara faz umas rimas muito engraçadas, mas o cara tá vivendo o que ele quer. 
Smile – O problema não é fazer engraçado, o problema é ofender alguém, a partir do momento que você faz o som e não ofende ninguém, de forma alguma, tudo bem, tá a batida, sua poesia poder ser engraçada, pode ser melódica, pode ser romântica e tudo. Na minha opinião não atingindo o próximo já é o primeiro passo. E ultimamente eu ouço falar bastante que rap de mensagem é chato, ficou nos anos 80, nos anos 90, mas o rap que passava aquela mensagem, que levava autoestima e levava uma visão pro moleque de periferia foi que ergueu o rap nacional, mano, se o rap de mensagem é chato, é regressão, tamo regredindo com muito orgulho, com muito amor no peito. 
Mano Fróes - Vejo muita Diss, o povo fala Diss né, Discursão, e parece que a importância deles, o foco deles, é ficar olhando rap dos outros, ficar criticando e botar isso em música, que importância isso tem?  
Smile – Tem Diss que tem o contexto, e tem uma ferida pra tocar, pra enfiar o dedo, mas algumas... Nem só Diss, mas as aleatórias mesmo que não fala de nada e sempre acaba tirando a mina, desvalorizando a mina da quebrada e etc. 
“Acho que esse é motivo principal do nosso som, do meu som, é dar uma ideia positiva e tentar ajudar o próximo, levar o amor e tal.”  Mano Fróes
Marginal Mente – Onde vocês almejam chegar com o trabalho de vocês? Quais as ambições artísticas de vocês? 
Smile – Cara, ambição mano... Primeiramente, eu, no meu caso, o primeiro passo é conquistar o respeito da quebrada, do lugar que você vive, conseguir afetar aquelas pessoas, porque você afetando seu meio, você abre um campo muito mais amplo, porque se você não faz a mudança no lugar onde você vive, você vai fazer onde? O que o seu rap vai ser? Vai ser mais um hit tipo Anitta? Ou vai ser um som que vai levar mais conteúdo, novas experiencias de vida? Vai levar um caminho novo a seguir pra molecada? Pros menor da quebrada, saca? O primeiro patamar, o primeiro sonho é esse, depois o que vier é lucro. 
Mano Fróes - Realmente a verdade é essa, mandar uma mensagem, uma mensagem nossa, que afete a todos também, pensar em todos e mandar uma mensagem positiva, acho que esse é motivo principal do nosso som, do meu som, é dar uma ideia positiva e tentar ajudar o próximo, levar o amor e tal, esse é o principal motivo, se chegar além... 
Smile - Até o bordão é Conflito Cotidiano levando autoestima através das rimas. O nosso foco é levar autoestima para que as pessoas não deixem de lutar, por mais que a vida seja complicada, seja difícil, a gente é explorada todos os dias, a intenção é injetar ânimo e auto estima nessas pessoas para continuar de cabeça erguida durante suas vidas, suas trajetórias. 
MM – Quais são suas referências?  
Smile – Praticamente minha maior referência no rap é o Eduardo, sem dúvidas. Mas rap goiano, vou falar um pouco do rap goiano, pra não ficar fugindo daqui, em Goiânia tem muita gente boa, A Máfia, Raquel Reis, Relatos da Leste, Skina 21, A Tropa, Rajada de Raciocínio, e por aí vai, minhas influencias daqui, no demais Eduardo sempre foi referencia, RZO sempre foi referência, Racionais sempre foi referência. Tem uns e outros que a gente gosta, do atual momento, mas eu prefiro falar dos manos daqui. 
Mano Fróes - Eu não tenho muitas influencia, eu sou muito eclético, desde o início, eu comecei fazendo rock, o Smigou também, depois o Reague. Então a influência mesmo é muito geral, a palavra de cada estilo me influencia. 
MM – Mada um salve pra favela. 
Smile – Um salve pra pra favela, pricipalmente pra FaVera Cruz, Vera Cruz 2, é nóis, salve favela, aqui tamu em casa, representando nossa quebrada, pode crê!? 
Mano Fróes - Um salve aí pra quem sempre apoiou, que deu palavras de apoio, deu forças pra continuar nesse rolê, e é isso que dá forças pra gente, é a união, é por aí, é sempre um abraçar o outro, a união é a força mesmo. 
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conflitocotidiano-blog · 9 years ago
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Mudaram as estações, nada mudou Mas eu sei que alguma coisa aconteceu Tá tudo assim, tão diferente
Se lembra quando a gente Chegou um dia a acreditar Que tudo era pra sempre Sem saber que o pra sempre sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou Quando penso em alguém, só penso em você E aí, então, estamos bem
Mesmo com tantos motivos Pra deixar tudo como está Nem desistir, nem tentar Agora tanto faz Estamos indo de volta pra casa
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conflitocotidiano-blog · 9 years ago
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Quando o  brilho no olhar vale mais que mil palavras! 
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