#Castelo Oculto
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gastronominho · 4 months ago
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Está acontecendo a 6ª edição do Bourbon Month da Woodford Reserve
Marca de whiskey reúne guests bartender especiais e drinks autorais em 13 bares da capital paulista
Marca de whiskey reúne guests bartender especiais e drinks autorais em 13 bares da capital paulista Celebrado nos Estados Unidos no mês de setembro, desde 2007, o Mês do Bourbon, ou National Bourbon Heritage Month, chegou ao Brasil em 2019, pela Woodford Reserve. No dia 19 de setembro (às 20h), Woodford Reserve chega ao Castelo Oculto, novo speakeasy recém inaugurado em SP. A noite será…
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maayaainsworth · 29 days ago
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Carmilla | RESENHA?
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Carmilla é um livro INCRÍVEL!!
Quando falamos sobre vampiros na literatura, Carmilla é uma obra que não pode passar despercebida. Desde que li, essa história se tornou meu “Império Romano” — aquele pensamento que aparece quase todos os dias, não apenas por que o ser vampiro seja algo que me fascina, mas sim a figura que ele também representa.
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Para entender Carmilla, é preciso voltar àquela época em que a história estava sendo escrita. A Era Vitoriana (1837-1901) foi um período de transformações sociais profundas, com o capitalismo e a revolução industrial consolidando o poder da burguesia e afastando a nobreza. Apesar das mudanças significativas, essa época também foi marcada pela repressão, especialmente para as mulheres, que eram confinadas ao espaço doméstico e vistas como símbolos de pureza e fragilidade.
A literatura vitoriana, incluindo os romances, desempenhava um papel fundamental na propagação desses ideais, muitas vezes moldando as expectativas sobre comportamento feminino. As histórias eram verdadeiros tratados de moralidade, criando modelos como mãe, filha, virgem pura e mulher demoníaca. Era um reflexo de uma sociedade que tentava controlar todos os aspectos da vida, incluindo principalmente a sexualidade das mulheres.
Carmilla, ao inserir uma figura monstruosa como o vampiro, oferece uma oportunidade de explorar esses desejos reprimidos e medos ocultos, desde que, a figura do vampiro masculina é vista como uma figura poderosa e transgressora, a figura feminina do vampiro é representada como bela, frágil, destruidora de lares e sexualizada ao extremo.
Carmilla, uma vampira nobre, com uma aura sombria e uma identidade monstruosa, representa uma ameaça ao patriarcado. Sua presença é uma afronta direta às expectativas sociais da época, onde as mulheres eram vistas como frágeis e puras. Ela desafia essas normas e se torna uma figura que deve ser combatida e moralizada.
O relacionamento entre Carmilla e Laura é carregado de uma dualidade onde há amor, desejo e repulsa, o que reflete a repressão sexual que era tão predominante na Era Vitoriana. Carmilla não é só uma vampira que bebe sangue; ela representa o que é proibido e desejável ao mesmo tempo. Sua figura, assim como seu desejo por Laura, são indicativos dos sentimentos que a sociedade tentava suprimir.
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A ambientação gótica de Carmilla também é um destaque. O cenário — castelos sombrios, florestas enevoadas e um silêncio inquietante — cria um ambiente perfeito para o mistério e a tensão que permeiam toda a narrativa. É um mundo onde o medo e a sedução se encontram, e onde cada movimento é carregado de possibilidades.
No final, Carmilla é mais do que uma simples história de vampiros. É uma outra visão sobre os desejos reprimidos, sobre como a sociedade vitoriana tentou suprimir qualquer tipo de liberdade pessoal, seja emocional ou sexual. É uma narrativa que desafia convenções, não sendo atoa que se tornou um clássico, e questiona o que realmente significa ser livre. Para mim, foi uma leitura inesquecível, uma leitura que mexeu profundamente comigo, com todo o romantismo e a sutileza que existe naquele livro.
Se você é apaixonado por literatura gótica, Carmilla é uma leitura essencial. É impossível ler Carmilla e sair ileso — e, na verdade, quem gostaria de sair?
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Fonte/Material Utilizado para escrever esse post:
Artigo | VAMPIRISM AND LESBIANISM IN CARMILLA BY JOSEPH SHERIDAN LE FANU por Marília Milhomem Moscoso Maia
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claudiosuenaga · 8 months ago
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Ishi-no-Hoden: O megálito em forma de TV de tubo que parece flutuar sobre um lago em Hyogo
Ishi-no-Hoden é um dos monumentos mais misteriosos e desconcertantes do Japão, uma gigantesca estrutura de pedra no formato de uma TV antiga de tubo com quase 6 metros de altura e 500 toneladas de peso que parece flutuar sobre um lago na cidade de Takasago, província de Hyogo. Você irá a partir de agora tomar parte de nossa viagem ao local e saber tudo sobre o que se acredita ser uma obra dos próprios deuses Ookuninushi e Sukunabikona, que aceitaram o desafio de construir um castelo inteiro na montanha Hodenyama em uma única noite, mas acabaram por deixá-lo inacabado por causa de uma rebelião de deuses provinciais.
Filmagens e fotos com a presença de Suenaga por Alexandre Akio Watanabe.
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imputar · 11 months ago
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Em uma manhã envolvida em névoa, o ar estava fresco e carregado de uma atmosfera melancólica. As nuvens cinzentas se estendiam pelo céu, filtrando a luz do sol e lançando sombras suaves sobre o terreno da escola de magia. O vento soprava suavemente, fazendo com que as folhas das árvores dançassem em uma sinfonia silenciosa.
A paisagem era plácida. As águas escuras do lago refletiam o céu nublado, criando uma miragem etérea que envolvia toda a área. Salgueiros chorões, com seus galhos pendentes e folhas verdes brilhantes, pontilhavam a margem, adicionando uma aura misteriosa ao ambiente. O som suave da água batendo contra as rochas ecoava no ar, criando uma melodia reconfortante.
A grama verde e macia crescia ao redor do banco, como se convidasse os visitantes a se sentarem e contemplarem a beleza natural ao seu redor. O cheiro fresco da terra molhada pelo orvalho da manhã permeava o ar, enchendo os sentidos com uma sensação de renovação.
Sentada à beira do Lago Negro, sob a sombra acolhedora de um salgueiro chorão, estava Blair. Seus cabelos castanhos caíam em suaves ondulações ao redor do rosto enquanto ela folheava um livro antigo, cujas páginas sussurravam fatos históricos sobre o mundo trouxa.
Enquanto o vento uivava entre as árvores e a água do lago ondulava suavemente, Blair sentiu uma presença próxima. Ergueu os olhos do livro e divisou um jovem de cabelos escuros e olhos curiosos que se aproximava cautelosamente.
A garota observou enquanto ele se aproximava. O rapaz tinha um ar intrigante, como se carregasse consigo segredos do passado e mistérios do futuro. Seus olhos, profundos e intensos, refletiam a luz difusa do dia, revelando um sofrimento oculto.
— Olá. — cumprimentou uma voz suave, que ecoava no silêncio da manhã. — Espero não estar incomodando, apenas estava dando um passeio e percebi você aqui com um livro que comumente não desperta o interesse dos bruxos.
Blair sorriu gentilmente, guardando o livro ao seu lado. — Não está incomodando. É um lugar tranquilo para se estar, não é?
Ele assentiu, sentando-se ao lado dela no banco de pedra. —Sim, é realmente sereno. Me chamo Tobias.
— Blair. — Ela respondeu, estendendo a mão em cumprimento. — É um prazer conhecê-lo, Tobias. Você também se interessa pela história dos trouxas?
— É, podemos dizer que sim.
À medida que a conversa se estendia, Blair começou a perceber o desconforto nos olhares dos outros alunos que passavam pela margem do lago. Ela notou como alguns lançavam olhares de desaprovação na direção de Tobias, enquanto sussurravam entre si, criando uma clima de tensão ao redor deles.
O garoto, por sua vez, parecia resignado com a situação. Ele compartilhou com ela algumas das dificuldades que enfrentou desde que ingressou em Hogwarts, especialmente por ser o primeiro nascido trouxa a ser selecionado para a Sonserina.
Além de sua origem, seu sangue definitivamente o distinguia dos demais.
Os preconceitos e estereótipos em relação aos "sangues-ruins" era algo com que ele tinha que lidar diariamente.
Embora, a jovem empatizasse com o garoto, ela se viu envolta por uma tristeza silenciosa, ciente de que havia um abismo entre seu mundo e o dele. Ela percebeu que, por mais que desejasse, jamais poderia penetrar completamente nas profundezas da dor que ele carregava.
Blair opta por se manter em silêncio ao lado do lado do garoto, apenas apreciando sua companhia por um tempo.
— Espero encontrá-lo por aí.
Ela se levanta e caminha em direção ao castelo.
Tobias sorri.
❝Uma Busca pelos Segredos de Hogwarts. Nayane R. C. Vallejo
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vcnvalenada · 1 year ago
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⸻ ︰ ⧽ 𝐁𝐄𝐍𝐉𝐀𝐌𝐈𝐍 ; 𝐂𝐋𝐎𝐒𝐄𝐃 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐀𝐃.
⸻ ︰ ⧽ danielle; @psicdani !
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enquanto adentrava o labirinto, ele não pôde deixar de notar a presença de danielle, a psicóloga do castelo. a figura dela parecia ainda mais enigmática na penumbra, envolta pela atmosfera macabra do lugar. seus olhares se encontraram por um fugaz instante, e benjamin pôde detectar um lampejo de surpresa nos olhos dela ao reconhecê-lo. era uma sensação singular, encontrar uma pessoa com quem normalmente mantinha conversas sérias em um ambiente tão surreal.
"danielle," benjamin cumprimentou com um aceno de cabeça, procurando manter um tom casual apesar do cenário sinistro ao redor deles. "teria descoberto algum segredo oculto nas entranhas deste labirinto, ou encontra-se aqui para desvendar os mistérios da mente humana em meio a essa atmosfera peculiar?" ele brindou-a com um sorriso ligeiramente irônico, consciente de que aquele não era o contexto usual para abordar assuntos de psicologia.
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aesapatonica · 1 year ago
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❪ 𝑜𝓅𝑒𝓃 𝓈𝓉𝒶𝓇𝓉𝑒𝓇 . ❫ # ────── sob o manto noturno, quando as estrelas teciam seus véus de prata sobre o firmamento, a intrépida eleonore, envergava sua capa de vigilante. Seu espírito vigilante a impelia a patrulhar os arredores do castelo, uma sombra silente na escuridão, destinada a resguardar os mais preciosos tesouros da coroa. numa dessas noites de serviço, ela vislumbrou uma presença estranha, uma figura enigmática que parecia ter emergido dos recônditos mais ocultos. Com graça e maestria, ergueu seu arco, uma flecha de prata pronta para o combate. Com uma voz firme e autoritária, exigiu que o intruso se identificasse, desvendando seus desígnios naquelas horas sombrias. "quem é você? o que está fazendo aqui fora nessa hora? não soube do que aconteceu?" embora seu propósito permanecesse desconhecido aos olhos do reino, ellie era a guardiã silente, a sentinela das sombras, decidida a garantir que nenhum mal se abatesse sobre a princesa, mesmo nos recantos mais obscuros da noite. mantendo-se firme, aguardou a resposta do misterioso estranho, com o arco tenso e os olhos cintilando com a determinação de uma estrela solitária na vastidão do céu noturno. o estranho, surpreso e talvez desconcertado pela determinação de ellie, poderia responder com uma voz grave e cuidadosamente escolhidas palavras, revelando sua identidade e propósito naquele instante de inesperado confronto.
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se tiver interesse num starter privado, só dar like que a gente desenrola, meu amô ♥
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afterlikefm · 2 years ago
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mod, o que seria exatamente o grande meistre nos wolf?
Os meistres são eruditos, curandeiros, conselheiros e homens de confiança do Lorde. Eles são uma ordem bastante parecida com os padres nos tempos antigos, que estudam justamente para serem os melhores conselheiros possíveis. Em um castelo, cuidam dos correios, pesquisam o oculto, organizam bibliotecas, e também servem como médicos quando necessário.
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vampire-rio-1980 · 4 months ago
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Clãs e Linhagens Locais
No Rio de Janeiro dos anos 80, a cidade não é apenas um reflexo da luta entre mortais por poder, status e sobrevivência; suas sombras são povoadas por antigos e poderosos vampiros, que controlam com mãos invisíveis o destino de seus domínios. Como uma tapeçaria intricada, a sociedade vampírica é tecida por múltiplos clãs, cada um com sua própria ambição e propósito, moldando a cidade de acordo com seus desejos. O Rio é palco de uma batalha silenciosa, onde alianças frágeis e rivalidades mortais se entrelaçam como as ruas tortuosas que sobem os morros.
Presença e Influência de Cada Clã
Clã Ventrue Nas regiões nobres do Rio, como Ipanema, Leblon e Botafogo, o Clã Ventrue ergue seus castelos invisíveis. Mestres do poder e da política, os Ventrue controlam as instituições financeiras e influenciam grandes conglomerados econômicos. Durante a década de 80, eles se consolidaram como os governantes invisíveis da elite carioca, manipulando não apenas o mercado, mas também o governo, garantindo que qualquer mudança política passasse por suas mãos. Seu domínio é feito de sutileza e influência, e eles evitam o confronto direto sempre que possível, preferindo controlar a cidade de seus palácios empresariais e mansões à beira-mar.
Clã Toreador O clã Toreador floresce nos salões de arte e cultura do Rio, inspirados pela beleza caótica e vibrante da cidade. Eles se misturam aos artistas, poetas e músicos que vivem nas ruas da Lapa e se apresentam nos palcos do Canecão ou nas galerias do Jardim Botânico. Na década de 80, eles exercem uma influência crucial na cena cultural carioca, moldando o que será lembrado como a era de ouro da música brasileira e das artes visuais. Porém, por trás de seus olhares apaixonados, os Toreador também manobram a cidade com suas alianças perigosas, sabendo que, na beleza, reside o verdadeiro poder de controle emocional sobre as massas.
Clã Brujah Nos morros do Rio de Janeiro, onde as condições de vida são difíceis e o desespero é abundante, os Brujah encontram seu campo de batalha. Guerreiros e rebeldes por natureza, eles são os campeões dos marginalizados, sempre prontos para desafiar a ordem estabelecida. Nas favelas e periferias, são líderes de movimentos sociais, incitando revoltas e agitando as massas. No entanto, seu poder não vem apenas da brutalidade; eles também se infiltram em facções criminosas e gangues que dominam a cidade, usando sua influência para desafiar a autoridade da Camarilla. Para os Brujah, o Rio é um campo de guerra, e sua luta é pela liberdade contra as elites vampíricas que eles desprezam.
Clã Nosferatu Nas profundezas dos esgotos e túneis subterrâneos que serpenteiam sob a cidade, os Nosferatu tecem suas teias de informação. Os monstros invisíveis de aparência grotesca controlam os segredos da cidade, infiltrando-se em todos os cantos, desde as praias turísticas até os palácios de governo. No Rio dos anos 80, com a expansão da infraestrutura urbana, os Nosferatu utilizam o caos da modernização para expandir sua rede de espionagem, capturando segredos políticos e criminais que vendem a peso de ouro para outros clãs. Nenhuma decisão importante é tomada na cidade sem que eles saibam. Seu poder está no medo e no conhecimento oculto, sempre nas sombras, sempre prontos a desenterrar os esqueletos mais obscuros.
Clã Gangrel Nas vastas florestas da Tijuca e nas montanhas que cercam o Rio, os Gangrel caminham como predadores silenciosos. Eles têm uma conexão única com a natureza selvagem da cidade, os únicos que se aventuram nos limites da civilização humana e vampírica. Para os Gangrel, o Rio é um lugar onde podem vagar livres, longe das intrigas políticas dos outros clãs. Eles preferem a vida nos arredores da cidade, mas sua presença é sentida sempre que um clã ou seita tenta tomar as florestas e os parques naturais do Rio para seus próprios fins. Quando provocados, os Gangrel são implacáveis, defendendo o pouco que resta da natureza em meio ao caos urbano.
Clã Tremere Nas mansões esotéricas escondidas em Santa Teresa e nas colinas da cidade, os Tremere desenvolvem seus rituais e experimentos arcanos. Seu poder reside no ocultismo, e durante os anos 80, eles se tornaram aliados valiosos para outros clãs que precisam de conselhos sobrenaturais ou proteção mística. Os Tremere do Rio mantêm uma estreita conexão com as tradições religiosas afro-brasileiras, manipulando o sincretismo entre candomblé, umbanda e vampirismo para aumentar seu poder. Esses estudiosos da magia são temidos por suas habilidades, mas também são respeitados por sua neutralidade cuidadosa nas guerras de clãs.
Clã Malkaviano O Rio de Janeiro, com sua loucura vibrante e constante tensão, é um terreno fértil para os Malkavianos. As favelas e os bairros boêmios como a Lapa e Santa Teresa são seus refúgios, onde eles vagueiam entre poetas, malucos e visionários. No entanto, a influência dos Malkavianos vai além do caos aparente. Eles possuem uma rede de informações e insights sobrenaturais que poucos entendem. Nos anos 80, eles estão no centro das mudanças culturais e políticas, interpretando os fluxos de eventos com uma sabedoria estranha, mas valiosa para aqueles que sabem ouvir suas palavras enigmáticas.
Conflitos e Alianças Entre Clãs
A cidade do Rio de Janeiro é uma arena de constantes intrigas e disputas pelo poder entre os clãs. A Camarilla, com os Ventrue no comando, tenta manter uma fachada de ordem, mas os Brujah, eternos revolucionários, frequentemente desafiam essa supremacia, apoiados ocasionalmente pelos Nosferatu, que trocam informações por favores políticos.
Os Toreador, por sua vez, desempenham um papel de diplomatas, cultivando alianças momentâneas entre os clãs rivais, enquanto buscam sempre aumentar seu próprio prestígio e poder na esfera cultural. O conflito entre Ventrue e Brujah é uma batalha subterrânea constante, com territórios sendo disputados nas sombras. Nos morros, onde o controle é mais fluido, os Gangrel mantêm uma neutralidade armada, enquanto os Malkavianos, por meio de suas percepções distorcidas, frequentemente semeiam a desordem, quebrando as expectativas e alianças estabelecidas.
A relação entre Tremere e Nosferatu é particularmente delicada. Embora os dois clãs valorizem o poder oculto e o conhecimento, a rivalidade pelo controle de segredos e rituais arcanos é intensa, e raramente as negociações entre eles terminam sem ameaças veladas.
Linhagens Únicas do Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro, com sua história peculiar e diversificada, também deu origem a linhagens vampíricas únicas, moldadas pela cultura local e pelas influências históricas que se entrelaçam com o sobrenatural.
Os Filhos de Yemanjá (Toreador) Uma linhagem Toreador que reverencia a beleza e o poder das águas. Esses vampiros, profundamente conectados às tradições afro-brasileiras, particularmente ao culto de Yemanjá, encontram sua força nas festividades ligadas à deusa do mar. Durante o Réveillon, quando milhares se reúnem nas praias para prestar homenagens, os Filhos de Yemanjá se misturam à multidão, inspirando e dominando com sua aura sedutora. Para eles, o oceano não é apenas um refúgio, mas uma fonte de poder místico.
Os Morcegos de Zumbi (Nosferatu) Essa linhagem Nosferatu emergiu das tradições de resistência escrava e cultos clandestinos. Os Morcegos de Zumbi são mestres da guerrilha urbana, utilizando as favelas e os túneis subterrâneos da cidade como suas fortalezas. Eles mantêm uma conexão espiritual com a figura de Zumbi dos Palmares, canalizando a história de luta e resistência para seus próprios objetivos. Embora grotescos, eles são reverenciados por sua sabedoria e capacidade de sobreviver nas piores condições.
Essas linhagens representam apenas alguns exemplos de como a cidade do Rio moldou e foi moldada pelas criaturas da noite, criando vampiros tão diversificados quanto a própria metrópole.
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versosespurios · 6 months ago
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"- Que aconteceu, Joutaro-san? - perguntou.
- Um cão me atacou.
- Nossa! De onde era o cão?
- Do castelo.
- Ah, já sei: deve ser o cão preto, que veio de Kishu. Com ele ninguém pode, nem mesmo você. Ele é feroz e já chegou a matar um homem, um agente secreto de outra província que, um dia, tentou entrar escondido no castelo.
                Embora andasse sempre às turras com o menino, Kocha conduziu-o caridosamente ao ribeirão nos fundos da hospedaria, ajudou-o a lavar o rosto, buscou unguentos e aplicou-os nos cortes. Joutaro abandonou-se aos cuidados da menina, esquecido das costumeiras más-criações.
- Obrigado, Kocha. Muito obrigado – repetia contrito, curvando-se repetidas vezes.
- Homem que se preza não se curva volta e meia desse jeito, Joutaro-san. Que coisa! – reclamou Kocha.
- É que...
- A gente vive brigando, mas no fundo, eu gosto de você.
- Eu também gosto de você, Kocha!
- Sério?
                O rosto de Joutaro, visível entre emplastros, enrubesceu. Kocha levou as mãos às bochechas em fogo.
                Não havia ninguém nas proximidades. Em torno dos dois, o vapor desprendia-se em ondas dos montículos de estrume postos a secar. Pequenas flores de pessegueiro, rubras, pareciam cair do sol.
- Mas seu mestre já vai partir, não vai? – perguntou Kocha.
- Parece que se demora um pouco mais – disse Joutaro.
- Seria tão bom se ele continuasse por aqui mais um ou dois anos...
                Jogaram-se de costas sobre o feno do depósito, mãos firmemente entrelaçadas. Joutaro sentiu seu corpo aquecer-se mais e mais. Meio louco, mordeu de súbito o dedo da menina.
- Ai, ai! – gritou Kocha.
- Desculpe, me desculpe. Doeu muito? – arrependeu-se Joutaro.
- Não faz mal. Pode morder mais, eu deixo.
- Posso, de verdade?
- Pode. Mais! Mais forte!
                Semi-ocultos no feno, as duas crianças apenas rolavam abraçadas, como dois cãezinhos brincalhões. Nada mais faziam além de se abraçar e rolar. Nesse instante, um criado idoso que viera à procura de Kocha e que, pasmo, assistia à cena, berrou com ar de virtude ofendida:
- Pilantras! O que pensam estar fazendo? – Agarrou-os pela gola e arrastou-os para fora, aplicando duas vigorosas palmadas no traseiro de Kocha.”
Musashi
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Encontro
Deixe-me te abraçar
Fazer-te uma valsa
Destruir suas dores, pois elas me fazem cair
Deixe-me ensinar-te a nadar
Onde não são precisos convites
Esqueça minhas infelizes ideias
Sou alma bebê e anciã
Dupla e desafiante
Ainda tola e bandida, mas em peregrinação
Nossos caminhos não são fáceis
Mas a felicidade já é eterna
Venha para meus reinos
Descubra que eles são, em toda verdade, seus
Vales e castelos
Você os construiu, lindos, sem perceber
São lugares onde as musas te fazem senhor
E mesmo com um manto a nos separar...
Ouço teu canto e posso voar
Estamos em harmonia
Pois nossas árvores sempre viverão...
Aqui e acolá
O tempo passará por nós
Nos fecundando com sua sabedoria
O destino é precioso
Ele nos faz sintonizar místicas estações
Primavera de espelhos e cores a explodir
Verão que acalora e clareia
Outono a balançar e levar
Inverno, recanto, recado, recato, regato
Você, de mim, sempre terá uma letra...
Quando mais precisar, artesão
Sou uma voz
Que te cerca e admira
Meu orgulho certas vezes me faz pecar
A saudade me golpeia
E a distância que eu mesma decreto fica assim...
Arrancando pedaços
Dessa minha alma de laços e cetins
Estou em um palco onde me olham, dissecam
Desde desertos até os jardins
As mensagens vem a cada dia
São amontoados de minutos
Profundos, prósperos
Insuflados pela urgência das cataratas
De cansaços e conquistas
Sou fada errante
Que falha por minha própria sentença
Das luas, sou nova
Ainda discípula
De lampejos ocultos e promissores
Qual o futuro de uma elemental apaixonada?
Pergunto aos guardiões
Quero ser presente, não problema
Mas não há resposta para o que antes nunca aconteceu
Devo eu mesma garimpar
Preciso lembrar
Que somos a própria face da natureza
Apenas eu posso decifrar, tudo e tanto
E é então que preciso abduzir-me
Partirei
Deixando sob sua fronha uma flor
Alva
Pinte suas pétalas
Com toda inspiração que desejar
E proteja-a, amor meu
Ela é meu afago e desejo
E acredite em mim... Eis aí meu último pedido
Porque não estou fugindo de novo
Nunca mais o farei
Apenas sigo uma missão
Me farei renascida, mesmo invisível
Onde temos borboletas sobre os ombros
Onde elas leem, tranquilas, nossos diários
Descartando as desigualdades
Para alimentar as nascentes e encantamentos
E depois disso, deixemos as horas escoarem
Enquanto vamos cirandando com estrelas...
Você e eu
17/02/2024
Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)
Com Patrícia Lettiere ( http://patricialettierepintandonopedaco.tumblr.com ) e todos os nossos inspiradores.
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feradam · 1 year ago
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👚 - Fix the buttons on my muse's shirt. (@belledoslivros)
TW: light nsfw, casal apaixonado
Adam sentia-se como numa lua de mel. Seu estômago flutuava e somente Belle, somente ela, importava. Qualquer um dos desejos de seu coração seriam atendidos e Deus sabe que, se ela lhe pedisse a lua, ele estaria fazendo seus planos para tê-la imediatamente. A garota esquisita da vila era a mulher mais genial que o príncipe poderia ter conhecido. E as vezes, quando o calor falava mais alto, as ideias de Belle se juntavam com os planos de Adam, resultando em lugares inusitados, em tempos inoportunos, barulhos silenciados.
Dessa vez, na estrada para o castelo, arrumava suas roupas com pressa antes que alguém aparecesse, um pobre comerciante ou viajante errante que bastaria olhar para o lado e ver cenas impróprias para a luz do dia. Calças ajustadas e camisa suja de terra de volta ao seu lugar, procurou por Belle e um riso escapou de sua boca, os botões errados pelas mãos trêmulas dela e cabelos com folhas, rosto vermelho. Adam se aproximou, decidindo por ajudar. Frente a frente, começou a desfazer os botões de cima pra baixo, revelando o busto, marcas de chupões aparecendo uma a uma, seios ocultos pelo sutiã, a pele quente que abrigou suas mãos há menos de cinco minutos. Um suspiro profundo saiu de seu peito, olhos cheios de desejo, admiração e amor, apaixonado por cada uma das pintas que quase conseguiu contar com seus beijos naquela tarde.
Esqueça, não conseguiriam sair daquele lugar ainda hoje. Puxou-a para mais um beijo, envolvendo a figura da amada em seus braços, sedento por mais daqueles lábios.
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contosgrimm · 2 years ago
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Branca de Neve (Parte 07)
(...) Levou vários dias consultando todos os livros de bruxaria; finalmente fechou-se num quarto, ciosamente oculto, onde jamais entrava alma viva e ai preparou uma maçã, impregnando-a de veneno mortífero. Por fora era mesmo tentadora, branca e vermelha, e com um perfume tão delicioso que despertava a gula de qualquer um; mas, quem provasse um pedacinho, teria morte infalível. Tendo assim preparado a maçã, pintou o rosto e disfarçou-se em camponesa e como tal encaminhou-se, transpondo as sete montanhas e indo bater à casa dos sete andes. Branca de Neve saiu à janela e disse:
– Ide-vos, boa mulher, não posso abrir a ninguém; os sete anões proibiram-me. �� Não preciso entrar, - respondeu a falsa camponesa, - podes ver as maçãs pela janela, se as quiseres comprar. Eu venderei alhures minhas maçãs, mas quero dar-te esta de presente. – Vê como ela é magnífica! Seu perfume embalsama o ar. Prova um pedacinho, estou certa de que a acharás deliciosa! - Não, não, - respondeu Branca de Neve, - não me atrevo a aceitar.
- Receias, acaso, que esteja envenenada?
Cortou a maçã e pôs-se a comer a parte mais branca, pois a maçã havia sido habilmente preparada, de maneira que o veneno estava todo concentrado na parte vermelha. Branca de Neve, tranquilizada, olhava cubiçosamente para a linda maçã e, quando viu a camponesa mastigar a sua metade, não resistiu, estendeu a mão e pegou a parte envenenada. Apenas lhe deu a primeira dentada, caiu no chão, sem vida. Então a pérfida madrasta contemplou-a com ar feroz. Depois, saltando e rindo com uma alegria infernal, exclamou: Branca como a neve, rosada como o sangue e preta como o ébano! Eis-te, enfim, morta, morta, criatura atormentadora! Desta vez nem todos os anões do mundo poderão despertar-te!0 Apressou-se a voltar ao castelo; mal chegou, dirigiu-se ao espelho e perguntou:
Espelhinho, meu espelhinho, Responde-me com franqueza: Qual a mulher mais bela De toda a redondeza? Desta vez o espelho respondeu: De toda a redondeza, agora, Real senhora, sois vós a mais formosa!
Sentiu-se transportada de júbilo e seu coração tranquilizou-se, enfim, tanto quanto é possível a um coração invejoso e mau. Os anões, regressando à noitinha, encontraram Branca de Neve estendida no chão, morta. Levantaram-na e procuraram, em vão, o que pudera causar-lhe a morte; desabotoaram-lhe o vestido, pentearam-lhe o cabelo, levaram-na com água e vinho, mas tudo foi inútil: a menina estava realmente morta. Então, colocaram-na num esquife e choraram durante três dias. Depois cuidaram de enterrá-la, porém ela conservava as cores frescas e rosadas como se estivesse dormindo. Eles então disseram: – Não, não podemos enterrá-la na terra preta.
Fabricaram um esquife de cristal para que fosse visível de todos os lados e gravaram na tampa, com letras de ouro o seu nome e sua origem real; colocaram-na dentro dele e levaram-no para o cume da montanha vizinha, onde ficou exposto, e cada um por sua vez ficava ao pé dele para o guardar contra os animais ferozes. Mas podiam dispensar-se disso; os animais todos da floresta, mesmos os abutres, os lobos, os ursos, os mochos e as delicadas pombinhas, vinham chorar ao pé da inocente menina.
(continua...)
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tadhgbarakat · 23 days ago
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   A pegou no pulo tão logo ela respondeu sua acusação sobre o anel na defensiva, e a ofereceu um sorrisinho implicante então–não se vangloriaria da vitória com palavras, mas ainda precisava degustá-la de alguma maneira. Ergueu as sobrancelhas para ilustrar que havia registrado o significado oculto, mas arquivou o assunto para outra ocasião sem muita resistência–sabia ser impossível obter resultado algum naquele momento, e usaria aquele conhecimento para a influenciar a procurar pela mulher misteriosa quando a ocasião se apresentasse. ❛ Tomarei nota mental disso. ❜ Foi só o que a disse em tom quase de ameaça, como uma promessa de que revisitariam o tópico em ocasião posterior–já não havia como contornar o foco em sua própria experiência e na história que tinha a contar. A atenção e seriedade com que Zoya o ouviu não lhe passou despercebida; pelo contrário, foram a diferença entre a coragem que precisava para desembuchar e a chance real e provável de se fechar como uma ostra. Agora que a verdade pairava entre os dois como uma sombra, sabia perfeitamente que ela poderia ver através de sua fachada de neutralidade e indiferença, diretamente até a angústia que o castigava–não precisava o dizer com palavras para que ela o interpretasse. Por um momento, se permitiu ponderar como responder às perguntas da amiga sem relevar mais do que devia; aquela era uma linha tênue que não podia cruzar. ❛ Digamos que... nós não tínhamos um histórico muito bom. Não nos reconhecemos no baile, e eu cheguei à conclusão de que havia alguma mágica em ação, porque não o esqueceria tão fácil. ❜ A ausência de detalhes foi calculada para preservar a idade do príncipe, abominando a ideia de ser associado com alguém com a reputação que o outro tinha. ❛ Quando ele acordou na manhã seguinte, perguntou se eu o tinha drogado–você me conhece, então sabe como eu reagi. ❜ Se fechando e mostrando apenas a face impassível com a qual se protegia, como ela inúmeras vezes já tinha testemunhado. A ouvir dizendo que Vincent era um idiota era uma verdade com a qual não podia discordar, por muito que a vozinha insistente que se culpava pelo desfecho das coisas ainda lhe sussurrasse a maldita palavra cruel com a qual tinha sido rotulado. ❛ Ele me disse com todas as letras que eu fui só mais um, então acho que este navio já partiu. ❜ Admitiu com uma risada sem humor algum, por muito que nos últimos dias o loiro o tivesse dado sinais do contrário em meio aos corredores do castelo. Sexo sem significado nunca o havia incomodado antes, e talvez a nova realidade a pudesse chocar. ❛ É melhor que esta história fique no passado. ❜ Foi o ponto final que deu ao relato, dando de ombros com uma indiferença que não poderia ser mais distante da realidade, como se o próprio coração não estivesse dilacerado. Foi a última das perguntas por ela feita que o desconsertou, pois sabia não poder respondê-la de maneira direta–não quando o homem com quem tinha se engraçado tinha o poder de mandar executá-lo por revelar seus segredos. ❛ Não é um segredo só meu para contar, Zoy, me desculpe. ❜ Foi o melhor que pode oferecer, sabendo que a negativa a aborreceria por parecer falta de confiança.
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀desde que recobrara a própria consciência mediante àquele acontecimento, tinha a noção de que contaria para tadhg uma hora ou outra; e, como se tivesse sido concedido a ela o dom de ler mentes, imaginara que aquela linha de raciocínio é a que ele traçaria para, entre muitas aspas, condená-la por sua 'fuga'. “ é claro que guardei. ” se amaldiçoou no segundo seguinte, quando percebeu o quanto a simples entonação daquela frase lhe fez parecer tão patética. não se permitira sonhar acordada por mais que alguns minutos nos últimos dias tendo a noção de que aquele tipo de atitude não lhe pertencia; olhares intensos e beijos roubados eram para sua versão que usava vestidos armados de baile e máscaras, e não para a cavaleira natural, que passava os dias enfrentando a vida em cima de um dragão. no fim, cansou-se de falar de si, temendo dar continuidade à essa variante anômala de si que deixara existir por algum tempo naquela sacada de baile. as sobrancelhas uniram-se enquanto escutava a história que o mais velho contava, as pupilas concisamente permeando a mirada em todos os trejeitos e expressões de tadhg, acompanhando a jornada de sua faceta se iluminando e morrendo no ponto tacanho do acontecimento. “ como assim, ele não ficou exatamente feliz? ” questionou zoya enquanto manejava as sobrancelhas, imaginando de que maneira reagiria àquele acontecimento; não sabia quem era o objeto dos desejos de tadhg mas, a depender da reação do famigerado, aquela conversa tinha dois rumos em potencial. poderia encorajá-lo ou ajudá-lo a enterrar aquele tipo de história; estava ali, no fim, para dar o apoio que ele acreditava precisar. “ não estamos mais falando de mim. ” repreendeu-o com certo carinho. entre o som de ondas quebrando nas pedras, observava que o humor do sorriso de tadhg tinha o mesmo fim, estilhaçando-se contra o rígido imóvel. “ cala a boca, tadhg. por que eu riria de você? agora, me conte a história direito. vocês dormiram e acordaram juntos e, de repente, o humor dele mudou com você, sem explicação nenhuma? ” estava genuinamente curiosa. não tinha um leque de conselhos baseados em experiência, visto que o que resguardava em seu molho de chaves de relacionamento era um par de términos, fossem reais ou imaginários. “ em primeiro lugar, de qualquer maneira, ele é um idiota. ” cuspiu o que imaginava ser a verdade; era tão ferrenha quanto podia, defendendo os seus. “ mas se você pensa que isso foi algo especial… ” aparentemente, tadhg considerara aquilo uma história em potencial, ela podia ler nas estrelinhas de suas pupilas dilatadas; não mais algum tipo de distração. se aquilo era algo tão significativo, não se podia desperdiçar; pelo menos, era o que imaginava. “ histórias felizes são diferentes de perfeitas. turbulências acontecem e, se você quer que essa história seja feliz, se quer de verdade, não vejo porque não considerar tentar mais uma vez. ” abanou os ombros, a curiosidade latente na língua cuidadosa; tentava esbanjar o máximo de conselhos que poderia dentro de sua pose de expectadora. “ eu posso saber quem é? ” imaginava que a proximidade deles cobria aquele tipo de informação.
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quinzeminutos · 2 years ago
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Um "preâmbulo" de pessoas reais
Já havia alguns anos desde que um período de letargia havia recaído de modo tão arrebatador, que é até mesmo irreconhecível afirmar que o silêncio tenha novamente se produzido.
Não se trata de um momento de redimensionamento de expectativas, mas de um período em que o silêncio se impõe em diversos aspectos.
Na primeira ocasião em que o silêncio se impôs, cada uma das expectativas esvaneceu, até que o retorno à existência só se fez possível sob a perspectiva da hipótese literária, onde os escudos das liberdades ainda resistiam.
Desta vez, uma leitura incompleta do livro "Mulheres que correm com os lobos" trouxe sentido a elementos diluídos do imaginário, presentes na realidade, como uma elaboração concreta do difuso ou uma representação da realidade.
Admitir que as expectativas simplesmente evanesceram não é um gesto de elaboração teórica, mas o resultado de um processo de letargia, ou melhor, da ressignificação de uma condição de letargia.
Em termos simbólicos, é aquele momento em que a fênix começa a renascer, mas não sem antes compreender que se encontra destruída.
"Mas, por favor, permaneça em silêncio", dizem aqueles com quem se compartilha a condição da destruição.
No momento anterior, a fênix sobrevoava no momento histórico ali considerado, carregando seu passado, vivendo seu presente, em busca de construir um futuro. Mas, no instante subsequente, esvanecência e silêncio. O "eu" não existe mais.
Em termos simbólicos: algumas promessas lhe aprisionaram em um castelo, onde uma chave lhe acusa de ter presenciado demais, e por ser inadmissível sua existência após isso, algumas pessoas vão se encarregar de desempenhar o papel de Barba Azul contra você.
Então, você pede 15 minutos no silêncio que lhe impõem pois, neste momento, a única alternativa que existe para você são os 15 minutos negociados com Barba Azul, antes que ele aja.
Nestes 15 minutos, você tem a possibilidade de relembrar toda a sua existência, e poderá fazer isso em um divã ou na solidão, mas é praticamente impossível não relembrar.
O Barba Azul não está conformado com os 15 minutos negociados, e a todo momento, ele faz questão que você saiba disso. Diversas são as chaves que lhe acusam daquilo que você presenciou, não com intuito de lhe revelarem algo, mas como ponteiros de um relógio que lhe fazem recordar que você tem 15 minutos.
Como tudo, até você mesma, esvaneceu, você não é mais um ser histórico, ou seja, uma pessoa situada no tempo, no espaço. Você não é visto como alguém que tem passado, que tem o direito de existir no presente, ou que pode construir seu futuro. Você está apenas naqueles 15 minutos, em silêncio.
Quando você começa a se afastar do Barba Azul, a sentença de 15 minutos negociada não desaparece completamente, embora, aos poucos, até mesmo ela pareça esmaecer.
É aquele momento em que surgiu questionamento basilar sobre ética e moral, quando você simplesmente aceita que a única luz que existe para você neste momento foi entregue pelas mãos da Baba Yaga. Então você pode permanecer em qualquer lugar que quiser e onde quiser em busca de uma luz. Mas caso você recuse a luz que lhe entregarem, seus 15 minutos também vão terminar.
Ainda que você efetivamente seja uma donzela, por aquilo que escolhe ou por aquilo que você busca, todos os demais personagens têm atitudes disruptivas em relação a você. Arrancam sua pele de foca, não por 7 anos ou mediante confinamento em um castelo, mas simplesmente pois é agradável para eles que você perceba que eles têm o poder de impor medidas disruptivas sobre você.
A chave chora, e é este é o momento disruptivo em que você é expelida de sua vida.
Acreditem, muitas pessoas irão tentar justificar o quarto oculto do Barba Azul, dizendo que você é que é politicamente correta ou incorreta. Dirão, mesmo conservadores, que você é politicamente correta demais, dirão os progressistas que sua descoberta é insignificante. Por incrível que pareça, a única pessoa que não está tentando se justificar ou escalonando questões injustificáveis, lhe entrega uma luz. Luz medonha, é verdade, mas ainda que Baba Yaga viesse a ter a beleza da pele da foca, talvez alguém ainda assim lhe criticasse.
Coisas horríveis acontecem antes e durante alguém viver "15 minutos". Embora muito provavelmente, alguns apenas olhem para esta pessoa como alguém que olha para Baba Yaga, ou ainda para alguém que está usando ridículos sapatos vermelhos.
Ainda que algum dia estivéssemos em busca do conhecimento sobre a pessoa real do Barba Azul, ou sobre quando aquele sujeito utilizou a chave pela primeira vez, não em busca de justificativas, mas apenas para responder a esta pergunta, ou seja, não em busca de um amigo ou inimigo, mas apenas respondendo uma pergunta, qual a circunstância que originou a destruição?
Porém, naqueles 15 minutos de silêncio, já estamos tão destruídas que só nos resta a luz da Baba Yaga, e é neste momento que surge uma terceira pergunta: qual o limite da destruição recíproca?
O conforto do fundo do mar, vestindo uma pele de foca, é o conforto de sentir-se maioria naquela circunstância. É um sentimento de aceitação, de pertencimento, de identidade, de estar no fundo do mar. De outro lado, os 15 minutos traduzem o que sente uma minoria.
Às vezes, quando caminhamos na tentativa de construir pontes em vez de viver em ilhas, dizem-nos que estamos ridiculamente possuídos por sapatos vermelhos que nos obrigam a vagar.
Bem, nós temos realmente a opção de retirar a pele de foca e viver isoladas em uma ilha, onde não somos um sujeito histórico, mas sujeitos que vivem sete anos alheios a outras realidades.
Se quisermos conhecer alguma outra realidade, em livros ou em caminhos, nossos sapatos vermelhos serão ridicularizados, ao ponto de um carrasco que lhe imobiliza estar sob o pretexto de lhe livrar de uma divagação que lhe faz caminhar por algum lugar por causa de sapatos vermelhos.
Após permanecer em uma condição de subserviência aos desígnios de Baba Yaga, a donzela, então, é expulsa sob a determinação de que se cale e se retire em silêncio, momento em que o redimensionamento de suas expectativas se resume a estar segurando a luz que lhe fora entregue.
Quando temos consciência da luz que seguramos, sabemos se podemos ou não retornar. Em geral, a única expectativa dos outros em relação a nós é somente o silêncio. Não estão, por alguma liberalidade, nos concedendo 15 minutos... querem apenas o silêncio. Não têm expectativa alguma sobre retornarmos com a luz que fomos buscar, pelo contrário, acreditam que não retornaremos e que a luz é o que menos importa no momento.
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intotheroaringverse · 2 years ago
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Xavier Grant: Dead man runnin'
2013. Stavanger, Noruega.
Tinha fechado todas as portas do estabelecimento antes de ir para cima daquele grupinho. Estava só de passagem, resolvendo pendências pessoais mesmo, quando parou para tomar uma cerveja e ouviu aquela conversa. Aquele tom de voz, aquela prepotência tão típica. E a conversa de sempre: eles não deveriam estar conosco, eles não são dignos, eles sujam o mundo bruxo, eles não tem direito de nascença de estar aqui.
Era impressionante como as pessoas estavam perdendo a vergonha de serem racistas publicamente.
Xavier tinha feito aquilo umas tantas vezes na sua vida; para ser justo, estava nessa desde quando era garoto. Estava entre os alunos que foram rebocados para dentro dos salões comunais durante a Batalha de Hogwarts, ou deveria estar, mas deu seu jeito de fugir e acompanhar os professores e alunos mais velhos que defenderam o castelo dos Comensais da Morte. Ele estava nos seus últimos anos de escola, com idade o suficiente para saber que contribuiria para o extermínio de pessoas ruins. Foi a primeira vez que lutou usando das sombras contra um bruxo das trevas, e foi a primeira vez que sentiu como era combater "o mal". Assistir Voldemort ser destruído não trouxe a ele o sentimento de paz que todos tiveram, mas a impressão de que aquele deveria ser apenas o começo.
Por isso, passou os próximos anos de sua vida se dedicando a aprender como usar sua maldição como uma forma de fazer as pessoas certas pagarem por suas condutas. Grant sabia que não era a escolha mais segura para ele, mas era o que dava resultados. Poderia estar declarando seu funeral no dia seguinte, mas pelo menos teria contribuído para o mundo de modo mais significante do que apenas sendo professor de Runas Antigas.
— Os senhores me dêem licença — anunciou, apanhando discretamente a varinha no bolso de dentro do casaco pesado que usava. — Mas não posso ficar aqui ouvindo essas asneiras sem sentir o impulso de tirar suas vidas.
O olhar descrente dos homens se transformaram em pavor quando Xavier conjurou ao seu lado uma sombra, da sua mesma altura, avançando ao seu lado como um escudo feito de mais pura escuridão. Em poucos minutos, tudo estava resolvido. Ele tremia, escorado no balcão, sentindo o golpe em seu próprio corpo, o esforço de reabsorver a escuridão e tendo seu corpo machucado por conter aquele poder mais uma vez. Mas iria ficar bem. Era para o seu ponto de luz no final de um túnel: entregaria sua própria vida por um bem maior.
Não era como se ele ainda tivesse algo que ocupasse o topo de sua lista de prioridades àquela altura da vida.
2023. Castelo de Hogwarts, Scottish Highlands.
Agora os anos cobravam suas ações. Ele sentia isso pesadamente naquele dia, sendo um tormento grande fingir normalidade enquanto marcava presença no jantar de abertura do ano letivo. Deveria ter tirado uma licença como fez das outras vezes, mas tirou um período sabático de anos e tinha voltado no ano anterior a instituição para o seu cargo, não era realmente muito bom para ele simplesmente sumir da escola logo após às férias. Causava ainda mais perguntas que ele não gostaria de responder.
Ao seu lado, os novos colegas de trabalho pareciam muito animados em se apresentarem, o fazendo ficar cada vez mais quieto e oculto no extremo da mesa, se pudesse, ficaria invisível. Xavier só queria ficar em paz, na sua, e era um sentimento que ele sabia que era exclusivo seu naquele lugar. Até perceber aquela figura tímida fazendo a mesma coisa, mais adiante, na mesma mesa que ele.
Seus olhos passaram por sua postura, como ela era gentil com o rapaz loiro que estava ali pelo primeiro ano, mesmo que fosse visível que ela estivesse incomodada em como ele estava próximo dela. Grant estalou a língua para ele mesmo, querendo muito pontuar que aquilo era ser inconveniente, mas não era da sua conta. Ela iria se virar… Ou assim esperava.
— Seja bem-vinda a Hogwarts, senhorita. Sou Xavier Grant, Runas Antigas — se pegou dizendo, tomando o espaço de Lance e o tirando discretamente de perto dela. Assim que o loiro tomou espaço, ele balançou discretamente a cabeça. — Não deveria temer se impor. Os alunos vêem isso e se aproveitam para ganhar vantagem.
Lançou aquilo com um sorriso pequeno, antes de se retirar, devagar, como se estivesse despreocupado e não porque mover-se tão rápido daquele jeito teria o deixado ainda mais dolorido. Mas alguém precisava resgatar aquela garota, e ninguém mais parecia perceber o que se passava. Foi uma boa ação. Só isso.
Sempre odiei todo mundo, mas com ela, sou incapaz.
Escreveu aquelas palavras para San Jo enquanto se correspondiam sobre sua melhora após a medicação que o coreano lhe recomendou. Era um paliativo, Xavier sabia, mas era grato por pelo menos conseguir ter uma rotina tão normal quanto o possível. O que lhe era muito útil, agora que ele tinha mudado as suas rotas diárias para incluir a presença de Lizzie Thomas em suas horas vagas.
Grant dizia para si que era porque ela parecia perdida demais no que estava fazendo. Era um perigo, para ela e para os outros ao redor, e aqueles moleques iriam comê-la viva em seu primeiro ano. Há mais de 15 anos era professor em Hogwarts, então tinha realmente muitas coisas a falar e a recomendar a ela, e fazia isso da mesma forma: chegando, dizendo o que precisava, e então se afastando. Era o necessário, ele só tinha que dar um recado. Mas então ela agradecia pelas palavras e ele não tinha coragem de sair dali sem trocar mais algumas, mesmo que fossem as mais banais. Xavier nem mesmo notou quando começou a ficar por horas sentado ao lado dela, um metro entre os dois, comentando sobre a vida.
Foi tão espontâneo o momento em que ele passou a estender o braço para ela para saírem do castelo e ir até Hogsmeade, pagar a ela uma fatia de bolo de chocolate enquanto ele tomava café ou qualquer outra coisa extremamente amarga, que ele sequer se deu conta. Tão rápido que não notou como não tinha receio de deixá-la se aproximar, de deixá-la encostar nele, na verdade, até mesmo ansiava por isso. Lizzie agora era parte de sua vida, de uma forma tão ativa que ainda o chocava e surpreendia.
— E vocês ficam no café… conversando? — San perguntou a ele, a sobrancelha erguida, por cima do mapa que analisavam.
— Sim, conversando, como pessoas normais fazem — revidou, sem alterar o tom de voz, os olhos voltados para os pequenos pés que se mexiam no mapa, antes de perceber o olhar do mais novo sobre ele. — O que foi, Jo?
— Nós estamos nessa há… o quê? Sete anos? E é a primeira vez que você me dá um corte sem aumentar o tom de voz.
— Impressão sua — Xavier tentou disfarçar.
— Se você diz… — San revidou, segurando o riso. — Aqui, esse cara aqui.
E então sua conversa recaiu sobre o que importava para eles: caçar nazistas.
Era o foco inteiro de uma vida. Decidiu não tomar uma esposa ou ter filhos, marcando seu legado como um vigilante, um defensor. Xavier tinha decidido ainda com 16 anos que aquele era o grande clímax de sua vida e que morreria fazendo o que tinha escolhido como destino final.
Os pesadelos faziam parte da maldição. Sabia disso desde criança, e cada vez que aprofundava mais naquela parte de si, eles aumentavam a resistência quando a sua consciência estava desligada. Era um mundo sombrio, e podia ver as sombras praticando seus joguinhos de predadores naturais, destruindo tudo que estava a sua volta. As sombras venciam todas as coisas ruins e todas as coisas boas, sem exceção. A primeira vez que assistiu Lizzie ser tomada pela escuridão, ele acordou com o coração disparado.
Tinha sido tão vívido e tão claro, e tão assustador que tomou o impulso de sair da cama e simplesmente atravessar o castelo até as dependências da colega. Quando estava na sua porta, prestes a bater e perguntar se estava tudo bem, foi que notou o quanto estava sendo ridículo. Não havia cabimento algum estar ali, muito menos a perturbar por causa de uma coisa que só ele sabia sobre.
Voltou lentamente de volta ao próprio espaço dentro do castelo, pensando e se xingando, dizendo que era por causa disso que não deixava ninguém entrar em sua vida. Porque mesmo que ele tivesse paz enquanto a ouvia falar sobre qualquer filme trouxa que ele nunca tinha ouvido na vida, ou quando estivessem lendo em silêncio, no mesmo espaço, vez ou outra deslizando os dedos pelos cabelos um do outro com pequenos afagos, ou quando esticava para ela algum doce que tinha agora sempre em mãos, os usando para que parasse de chorar e conseguisse ouvi-lo enquanto a tranquilizava, ainda era uma paz que não iria durar para sempre.
Lizzie tinha uma vida inteira pela frente. Tinha medos para enfrentar, lugares a ir, pessoas a conhecer e situações para viver. Ele tinha chegado ao fim; talvez não de imediato, mas certamente estava quase lá. Não restava muita coisa para Xavier além de mais uma porção de meses, com sorte, anos, até finalmente sucumbir à maldição.
Claro, ele gostaria que fosse diferente. Em outra vida, ele adoraria passar tardes inteiras com ela em seus braços, sentindo o seu calor, respirando o seu perfume, enquanto liam por longas horas, jogando conversa fora sobre o que tinha acontecido no seu dia. Em outra vida, ele iria amar segurar a mão dela e lhe contar sobre todos os seus lugares favoritos no mundo, lhe levando pessoalmente para conhecê-los e explicar fatos que talvez ela nunca tivesse ouvido antes. Se fosse mesmo outra vida, ele iria se permitir pensar nela em mais do que a sua amiga, ousar ultrapassar mais uma linha de intimidade e provar os lábios que ele encarava com tanta avidez, ao menos uma vez, pelo menos para saber como era.
Ele fechou a porta do quarto em silêncio, se lançando de volta na cama com cuidado para não se machucar, sabendo que aquilo tudo eram apenas devaneios.
Pessoas como ele não tinham chances de ter mais do que horas de conversas confortáveis. Não era seguro, não era inteligente e muito menos justo. Enquanto ela tinha uma vida inteira pela frente, ele já estava morto, há muito, muito tempo.
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sigridz · 3 months ago
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Era doloroso estar próxima de Aeolian novamente. A união do Instituto Militar com a Academia parecia trazer de volta fantasmas que Sigrid já havia enterrado, fazendo-a com que se recordasse de que de fato eram pessoas muito vivas. Havia enterrado somente em seu coração, soterrando a memórias com ego e orgulho. Tinha sido uma criança mimada e mordaz, mas acima de tudo com um grande desejo pela aventura e liberdade, com a ousadia que corria no sangue e ambição que se escondia atrás da inocência infantil. Os anos na corte haviam varrido tudo, menos as lembranças dos momentos com Aeolian, a amizade, sentimentos que risada que compartilharam no que agora parecia ser outra vida.
"Eles são realmente sensíveis." Concordou, enviando uma censura para o seon. Ele parecia sempre a vontade demais na companhia dos changelings, curioso e inquieto, desejando conhecer detalhes. Sigrid conseguia sentir tudo o que ele sentia, portanto se viu quase derrubada por uma intensa onda de interesse, que vinha unicamente de Trevo. Ou não. Sentia dificuldades em identificar as próprios sentimentos, as ondas que parecia prestes a sufocá-la e levá-la. O interesse era de sua parte também? Queria saber como ela estava? O que estivera fazendo? O passo dela, agora mais perto, quase fez a jovem khajol arquejar, ao mesmo tempo em que deu a oportunidade de dar uma olhada nela, para os braços, pernas e o rosto agora mais maduro, apenas para verificar se não havia nenhuma marca, nenhum ferimento. Aparentemente ela estava inteira, intacta do incêndio que outrora tinha destruído o castelo. "Não posso afirmar quanto ao bom gosto. Creio que eu e ele não compartilhamos a mesma opinião quanto a algumas coisas." Deixou subentendido o que seriam as coisas, por fim desviando o olhar dela. Não precisava encarar tempo demais para saber que Aeolian havia crescido também e estava bem.
"Não havia como ser de outro jeito. É claro que nossas vidas seguiriam rumos diferentes." Proferiu como se fosse óbvio, embora não tivesse sido para a criança que Sigrid fora. Possuía pais bons, que viviam longe da corte e a instruíram a nada além do amor e respeito, portanto havia sido fácil cultivar a amizade, que florescera com perfeição no coração de Sigrid. No entanto, sempre houvera algo mais para Sigrid, uma sensação latente que o mundo era mais e merecia mais. "Trilhei o caminho que nasci para trilhar. E estou onde nasci para estar. Eu..." Os olhos se desviaram rapidamente para as colunas e paisagem. "Eu adoro esse lugar, adoro onde estou e quem me tornei." Era orgulhosa de sua trajetória e almejava coisas ainda maiores e melhores. "Consegue dizer o mesmo de você, Lian?" Cometeu o deslize de utilizar um apelido de infância, pigarreando ao corrigir o seu erro. "Aeolian. Você está bem? Gosta do que se tornou?" Embutiu em suas questões a preocupação quanto ao bem estar alheio, embora parecesse bem até onde seus olhos alcançavam. "Eu estou no meu lugar. Encontrei assim que deixei aquela fazenda." A fazenda que guardava lembranças e sonhos infantis, perdidos e ocultos pelo tempo. "Você parece que se tornou o exemplar perfeito de changeling." E Sigrid não dizia como elogio, porque seu desprezo pela raça era palpável.
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A essa altura, nada a surpreendia. Ou, pelo menos, assim pensava, até que aquela figura emergiu à distância. E que ironia, pensou Aeolian, permitindo-se um sorriso mínimo, quase desdenhoso. Ela a reconhecia, claro, como poderia não reconhecer? Ainda que os anos tivessem passado, ainda que as promessas de amizade tivessem se desintegrado junto com a inocência da juventude, a lembrança de Sigrid como uma garota vibrante, cheia de vida, permanecia cravada na memória.
O choque ao ver a figura da antiga amiga não veio, no entanto, da surpresa de reencontrá-la, mas da imagem de Sigrid vestida em branco — uma cor que, ao seu olhar, parecia destoar da ousadia que costumava resplandecer em suas cores. As brilhantes sedas vibrantes e as risadas ensolaradas estavam agora enterradas sob a conformidade pálida daquela versão.
Quando a distância entre ambas se reduziu, o seon brilhante foi o primeiro a romper a barreira de formalidade. A pequena esfera luminosa dançou ao redor de Aeolian com uma energia inquieta, mas adorável.
Como uma lembrança persistente de sua própria alteridade, Aeolian permitiu que seu olhar deslizasse lentamente sobre Sigrid, absorvendo cada detalhe de sua presença. Os anos, de fato, haviam deixado marcas visíveis naquela que fora outrora a garota familiar, moldando-a de outras formas, mas a essência — ou ao menos o eco da vaidade que sempre a acompanhara — permanecia. Estava lá, implícita no perfume sutil que emanava de sua pele e nas suaves ondulações de seus cabelos escuros, tão bonitos e bem cuidados como antes.
E então, Sigrid falou, suas palavras carregadas de um pedido de desculpas que pareceu... desnecessário.
"Ele estranhamente gosta de changelings."
Não pôde deixar de erguer uma sobrancelha, o olhar afiado como a lâmina que trazia embainhada. Estranhamente. O uso do termo a fez soltar uma risada baixa, breve, quase imperceptível, como se a ironia daquela frase tivesse cortado o ar antes que ela precisasse fazer qualquer comentário imediato.
"Não precisa se desculpar por ele." replicou, carregada de uma falsa elegância. "Há quem diga que as criaturas mais sensíveis sabem reconhecer o que muitos escolhem não ver." O sorriso não se formou por completo, mas estava lá, nas palavras, no tom. "Ou talvez ele apenas tenha bom gosto." Havia peso em suas palavras, uma acusação sutil, envolta na amabilidade superficial. No entanto, não ressentimento real ainda. Apenas uma constatação.
Imaginou, por um instante, que talvez Sigrid sequer a reconhecesse. No entanto, as palavras escaparam-lhe com uma naturalidade calculada: "Como era de se prever, nossas vidas trilharam caminhos bem distintos." Aeolian deu um passo à frente, fechando a distância de maneira deliberada, o som suave das botas contra o chão ecoando pelo corredor. Ela inclinou levemente a cabeça, deixando que uma mecha de cabelo caísse sobre os olhos por um breve segundo, como se considerasse algo profundamente. "Eu sempre soube que não era feita para o ouro das cortes, mesmo se houvesse nela eclodido noutro corpo. E você, Sigrid? O nome saiu de seus lábios como uma lembrança esquecida. "Finalmente encontrou seu lugar?"
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