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#Artista vivencial
aperint · 11 months
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133 aniversario de la muerte del señor de “Zonnebloemen” (Los Girasoles)
133 aniversario de la muerte del señor de “Zonnebloemen” (Los Girasoles) #aperturaintelectual #vmrfaintelectual @victormanrf @Victor M. Reyes Ferriz @vicmanrf @victormrferriz Víctor Manuel Reyes Ferriz
01 DE AGOSTO DE 2023 133 aniversario de la muerte del señor de “Zonnebloemen” (Los Girasoles) POR: VÍCTOR MANUEL REYES FERRIZ Hace apenas unos días, se conmemoró el 133 aniversario luctuoso de un casi desconocido personaje ya que, en aquel momento, sería difícil nombrarlo artista, y es que el 29 de julio de 1890 en Auvers-sur-Oise fallecía Vincent Willem van Gogh quien dos días antes recibió un…
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anazogh · 8 months
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Marcas da Devoção
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A pluralidade étnica e cultural é uma característica marcante desta civilização, embora nem sempre tenha sido assim. Com um passado marcado por guerras e intolerância que nenhum dos presentes vivenciou, qualquer historiador poderia prever um futuro distópico, violento e repleto de segregação, caso a humanidade chegasse longe o bastante. Os ancestrais nem mesmo podem ser considerados antepassados deste povo, dada a grande diversidade de credos, raças e costumes que sequer existiam antes. O mundo de outrora era simplesmente outro.
Todos que vivem aqui têm o direito de cultuar seus próprios deuses, mas não existem tantas religiões quanto se poderia imaginar. Diz-se que antigamente havia mais deuses do que homens, mas agora eles são cada vez mais escassos. Embora Moggaz, o Deus dos Valentes, não atenda e nem mesmo ouça as preces, Herólion é conhecido pelo povo do Norte como um deus piedoso, capaz de proteger os mais fracos e conceder bênçãos para todas as crianças.
No total, existem quatro religiões, mas apenas três igrejas. Já que Moggaz não ouve as preces e não possui estátuas em sua homenagem, cultuá-lo é inútil. Aqueles que acreditam nele apenas o fazem por merecimento. Herólion, por outro lado, é venerado quase diariamente e em toda parte. Os herólitos surgiram nas terras do Norte, mas se espalharam tão rapidamente que hoje são a maioria. Devido à sua doutrina pouco rigorosa e clara, são pacíficos, e seus templos são aceitos em qualquer cidade. Este é um deus cultuado por nobres e plebeus, por artistas, médicos, prostitutas e ladrões, ou seja, por todos aqueles que desejarem. Os locais de veneração costumam ser simplórios, pois basta haver congregação e cânticos para que, segundo os crentes, seu deus esteja presente. Mesmo assim, como a maioria das igrejas do passado, os herólitos possuem o Templo de Estudos e Devoção, uma espécie de matriz onde ordenam seus sacerdotes, definem seu próprio cânone e atuam como líderes religiosos.
Cerisa é uma deusa pouco conhecida, mas muito adorada por mulheres. Como de praxe, ela traz amor e fertilidade, mas também envolve um certo grau de erotismo em seu credo. As pessoas que seguem Cerisa são frequentemente mal vistas, pois se trata de uma igreja frequentada principalmente por mulheres que vivem sozinhas ou por aquelas que mantêm relacionamentos fora do matrimônio. Embora o mundo seja tolerante, certas tradições parecem inabaláveis. Não existem leis que punam os devotos de qualquer religião, mas também nada impede que a sociedade torça o nariz para certos costumes não convencionais. Aqueles que se devotam a Cerisa geralmente fazem parte de uma parcela mais marginalizada da sociedade, como mulheres abandonadas ou viúvas, homossexuais, damas de companhia e até mesmo as chamadas feiticeiras. Não há um problema real nisso, visto que a Lei permite qualquer tipo de dogma.
A última e mais assustadora é a Confraria dos Corsários, um nome bonito para descrever a igreja dos ladrões e assassinos. Sua fé se baseia em uma antiga lenda sobre um criminoso chamado Estácio, que teria sobrevivido ao cerco de Paleto por dezessete dias com apenas uma faca e um amuleto do deus Vòll.
Diferente de quase todas as crenças religiosas, esta possui certa originalidade. Vòll era conhecido como o deus dos guerreiros do Oeste, protegendo-os em suas campanhas antes da unificação. Entretanto, durante uma batalha entre os separatistas e a União, os guerreiros do Oeste, que não queriam aceitar os termos da Capital e estavam perdendo a luta, foram agraciados com uma tempestade de areia que varreu todo o exército inimigo em questão de minutos. É verdade que a tempestade aconteceu, assim como a batalha, os inimigos mortos e a comemoração do Oeste, mas nada indica que realmente tenha ocorrido qualquer tipo de intervenção divina. O problema é que não se pode convencer homens de fé sobre qualquer pensamento que se distancie de sua crença, por mais absurda e infundada que ela seja. Diante das circunstâncias, os sobreviventes passaram a cultuar uma entidade jamais vista ou ouvida. Eles criaram amuletos feitos da obsidiana extraída dos vulcões da região.
Embora tenham perdido a guerra e, mesmo que a unificação tenha acontecido depois disso, o povo que sobreviveu ao conflito nunca se rendeu e decidiu viver em bandos de saqueadores. Com o tempo, a resistência se transformou em mero oportunismo. Hoje, dois séculos depois, não há mais interesse em uma separação dos estados, nem mesmo na independência do Oeste. A Confraria dos Corsários é apenas uma seita de bandidos que vive de forma nômade por todo o país e também fora dele. Estácio, o suposto herói da lenda, era descendente direto de um antigo nobre e se tornou um símbolo de resiliência e fé para todos eles.
As mulheres também participam da luta, são treinadas como os homens desde a infância a empunhar adagas, arcos e qualquer outro tipo de arma. Eles são organizados, violentos e não se importam em agir sem qualquer misericórdia ou honra. Por onde passam deixam um rastro de carnificina e destruição, motivo pelo qual são o único grupo considerado pária em qualquer canto do mundo. Hoje eles são tratados como a maior ameaça pela Capital, por isso não é incomum acontecerem conflitos por toda parte.
A Confraria é sua própria igreja. Onde o bando estiver, haverá rituais de devoção a Vòll e reverências ao seu profeta Estácio.
Com exceção de Moggaz, todos os deuses supostamente deixaram sua doutrina escrita para os homens, mas poucos são aqueles que possuem os livros sagrados. Apenas um sacerdote ou um profeta podem levar o evangelho adiante, enquanto aos fiéis cabe a fé e o respeito aos ritos. Os devotos de Moggaz, por sua vez, não precisam provar nada a ninguém, nem mesmo a Ele.
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lvcdrms · 11 months
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oi tag! aqui é a rainy outra vez repostando porque ela é uma jumenta que deletou o primeiro post sem querer, dessa vez pra pedir plots & ship & amor pra um oc em específico que quero muito desenvolver e jogar (mas já adianto que ele é ótimo pra quem curte um plot de celebridades!). vou deixar as informações e algumas ideias de plot com ele logo abaixo do read more, e minhas guidelines estão aqui. se você se interessar, sinta-se livre pra deixar seu like ou me chamar direto no chat!
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dew (thanayut ariyasakul), 29 anos, cantor e compositor (e estudante de história), bissexual, jeff satur fc. aberto para: m, f, nb. idade 25+.
dew é um solista tailandês que recentemente conseguiu uma boa fama. vem de família humilde, mas enorme e muito unida, e foi pra coreia ainda adolescente perseguir o sonho de ser idol... só pra ser flop em 2 grupos diferentes e tudo dar muito errado e ele voltar pra bangkok bastante traumatizado por tudo que vivenciou na indústria. demorou pra conseguir voltar pra música, mas hoje segue carreira independente traumatizado com contratos. extremamente dedicado e autoexigente, também é bem amistoso com fãs, muito ídolo acessível mesmo. como pessoa, é muito carismático, comunicativo e brincalhão, aquele amigo que adora perturbar pra demonstrar amor... mas na verdade ele é bem seletivo com quem confia e se aproxima de verdade. tenta ser bem genuíno, construindo a imagem pública com base nisso, e é bem vocal sobre direitos lgbt+ e questões de saúde mental. pode parecer meio... piranha (e é!), mas na verdade é um romântico incurável cujo sonho é encontrar a pessoa pra dividir a vida pra sempre. nas horas nada vagas, dew também estuda história por hobby pra se tudo der errado, porque ser professor parece uma boa alternativa de carreira. alerta: sofre de sol em leão. sua bio completa está aqui e sua história completa requer alerta de gatilho para temas como bullying, xenofobia, ansiedade, ataque de pânico, abuso de autoridade, abuso físico e psicológico, e assédio moral, verbal e sexual. ah, dew é meio exigente no amor (ele sabe o que quer e sabe seu próprio valor, afinal), mas seu tipo ideal é basicamente... alguém com maturidade, disponibilidade emocional, de bom coração, pés no chão e um bom senso de humor. alguém pra ter um amor tranquilo e descomplicado, basicamente. ele também acredita muito em ser melhores amigues com a pessoa que namora, e é muito carente carinhoso fisicamente, muito cuddly insira aqui o meme extremamente datado do transar violento e dormir fofinho
plots sugeridos
celeb x celeb v1., collab; em que dew e muse se conhecem e se aproximam por meio de uma collab, seja por lançarem um feat ou fazerem um cover juntes, ou porque ume fez uma aparição em um mv de outre, porque fizeram um photoshoot juntes, ou até porque dew trabalhou como compositor/co-compositor em alguma música de muse. celeb x celeb v2., friends to lovers; em que dew e muse se conheceram em algum evento/afterparty/festival em que eram parte da lineup, se aproximaram daí, e o que era pra ser uma bela amizade vira sentimentos. ou, alternativamente, em que dew e muse se conhecem porque ambes são parte da mentoria de um survival show (pense a lisa e o cai xukun em youth with you!) e acabam se aproximando nos bastidores. celeb x celeb v3., fwb to lovers; em que dew e muse se conheceram em algum evento/afterparty, acabaram ficando de novo, e de novo, e de novo… e se conhecendo melhor no processo, e feelings ensue. ou se pegaram uma vez, mas ficam se reencontrando de novo e de novo por causa de amizades em comum. celeb x fan; muse é fã de dew, mas alguma coisa (a combinar) acontece que faz elus ultrapassarem a linha da relação parassocial e se aproximarem. muse pode ser fã da carreira solo de dew (seria legal se fosse desde o começo, quando ele ainda era um artista pequeno), ou ser fã desde a época dele no kpop. de qualquer forma, dew costuma ser bem amigável com fãs e, se a pessoa acompanha ele faz tempo e/ou é ativa nas redes sociais e/ou nos eventos, ele costuma guardar o nome e o rosto da pessoa. celeb x staff; qualquer plot com dew e algume staff que trabalha com frequência com/para ele. pode ser alguém que tá sempre nas casas de show que ele se apresenta, ou cabeleireire, estilista, fotógrafe, video editor, dançarine, entrevistadore, engenheire de som, produtore, até algume agente ou social media que ele contratou pra ajudar. enfim, o céu é o limite, mas a ideia é uma relação profissional que se desenvolve pra algo romântico. exes; mais especificamente um plot com a primeira namorada de dew, que era de um girlgroup sunbaenim na mesma empresa que ele. ambos passaram pelo inferno juntos mas tinham uma relação muito bonitinha, só que terminaram depois dos respectivos disbands e, desde então, dew não tem notícia dela… e morre de preocupação. peço que se atente à backstory do dew e os triggers, porque é uma história mais pesadinha. alternativamente, qualquer plot com alguém da época que dew era do kpop seria legal.
também to aberta a outras ideias/sugestões! (e, claro, dá pra misturar dois ou mais dos plots acima)
ps: gostaria que o plot se passasse em bangkok, tailândia, por ser o setting do dew e onde ele construiu carreira. mas ê opp pode ser de qualquer nacionalidade/etnia. a tailândia é um país relativamente diverso com bastante migração e migrantes/descendentes de migrantes, inclusive na indústria do entretenimento!
não sou multiship, mas também aceito plots platônicos pro dew!
por fim, se meu filhote não faz seu tipo, ainda tenho uma tag de wanted plots aqui e outres muses em aberto aqui.
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janeladasartes · 11 months
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Arte Pós-Moderna
Em um sentido generalista, a arte contemporânea se refere a toda produção artística da atualidade, como pintura, dança, escultura, fotografia e performance na arte.
Nesse cenário, esse estilo propõe uma releitura do que é arte, por meio de novas técnicas e pensamentos. Desse modo, desconecta-se dos padrões artísticos anteriores.
Como afirma o artista contemporâneo alemão Gerhard Richter:
"Não sigo nenhum objetivo, nenhum sistema, nenhuma tendência; Não tenho programa, nem estilo, nem direção. Não tenho tempo para preocupações especializadas, temas de trabalho ou variações que levem à maestria. Eu evito definições. Eu não sei o que eu quero. Sou inconsistente, não comprometido, passivo; Gosto do indefinido, do ilimitado; Eu gosto de incerteza contínua. (2002)”
Subjetiva, inovadora e original, Gerhard Richter não pode definir melhor essa corrente artística, que não tem como proposta analisar a obra de maneira direta. Pelo contrário, esse estilo valoriza tanto a obra como a percepção do artista ao criá-la, a sua integração com seu trabalho e o seu processo criativo.
Contexto Histórico
Após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, o mundo vivenciou um período intenso, caracterizado pela globalização, avanço tecnológico e pelo desenvolvimento de novas mídias.
De forma simplificada, esse estilo surgiu em um período em que o mundo e a cena artística transitavam da era industrial (moderna), baseada no consumo, para a era da comunicação e da digitalidade, caracterizada pela informação e diálogo.
Esse panorama deu origem a uma nova mentalidade, que buscou romper com padrões preestabelecidos e valorizar a ação do inconsciente no processo criativo, entre outras linhas de pensamento menos ortodoxas. Logo, a arte contemporânea despontou explorando novas linguagens, técnicas e experimentações.
Em outras palavras, esse estilo prestigia a atitude do artista. Logo, prioriza a sua liberdade criativa e não o objeto artístico final. Esse processo acontece de forma profunda. Afinal, além de focar na experimentação da produção artística, também promove a reflexão e o rompimento de paradigmas.
Nesse contexto, é fundamental destacar a liberdade do artista da arte contemporânea. Isso porque, durante séculos, a arte foi atrelada às vontades da Igreja, da sociedade ou do governo. Ou seja, o artista não exercia seu papel com autonomia.  
Nesse cenário, a arte contemporânea surgiu como uma espécie de libertação. Afinal, esse estilo promove a liberdade de criação de modo intenso, sem amarras ou censura.
Essa manifestação artística não apresenta um estilo único, mas vários, como o minimalismo, a arte conceitual, a pop art, a arte efêmera, a arte de rua e a performance artística.
Principais Características
a subjetividade e a abstração;
a união de várias correntes artísticas;
o desvinculo com padrões preestabelecidos;
a interação da obra com o espectador;
a forte reflexão e questionamento;
a utilização de diferentes materiais;
a liberdade artística;
o uso de tecnologia e novas mídias;
o caráter efêmero da arte.
Seus estilos de Vanguarda
POP ART: Surgida no fim da década de 1950, a pop art pode ser definida pelo retrato e interpretação de seus artistas em relação à cultura popular e de massa.
Provocativa e nada óbvia, a pop art contou com artistas de vanguarda como Andy Warhol e Roy Lichtenstein, e influenciou outros campos, como a moda e o grafismo.
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FOTORREALISMO: O fotorrealismo surgiu entre as décadas de 1960 e 1970 e teve como principal proposta replicar a fotografia do modo mais realista, exato e preciso para a pintura.
Entre os artistas desse estilo, Chuck Close e Gerhard Richter foram os seus representantes mais famosos.
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ARTE CONCEITUAL: Surgida na década de 1960 e atingindo seu ápice na década seguinte, a arte conceitual é considerada uma arte contemporânea por apresentar um forte caráter experimental e por priorizar a ideia e a atitude do artista em detrimento da obra.
Os principais artistas dessa corrente foram Marcel Duchamp, Joseph Kosuth, Joseph Beuys, e Yves Klein, entre muitos outros.
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ARTE MINIMALISTA: O minimalismo teve seu início nos Estados Unidos. na década de 1960, e explorou o cenário artístico ao promover a utilização de mínimos recursos e poucas cores para a produção de suas obras.
Alguns representantes importantes desse estilo foram: Donald Judd, Frank Stella e Richard Serra, entre vários outros.
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PERFORMANCE NA ARTE: Baseada na abstração e com raízes conceitualistas, a performance na arte surgiu na década de 1960 e promove a interação do espectador com a obra.
Considerado um estilo artístico sem limites por desafiar, em muitos momentos, conceitos morais, a performance na arte muitas vezes tem como principal obra o próprio artista e valoriza a reflexão e mensagem da produção artística.
Artistas que aplicam o que é arte contemporânea dentro da arte performática são: Marina Abramović e Yoko Ono.
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ARTE DE RUA: Como um dos mais recentes movimentos dentro do que é arte contemporânea, a arte de rua é um gênero que ganhou destaque com o surgimento dos grafiteiros famosos na década de 1980. 
Promovendo a reflexão, o ativismo social e um olhar crítico sobre a sociedade, a arte de rua pode ser encontrada em diferentes campos, como murais e instalações.
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Arte Contemporânea no Brasil
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A partir da década de 50, no Brasil, movimentos vanguardistas se desenvolveram, do qual se destaca o Neoconcretismo, visto como um precursor da arte contemporânea brasileira.
Muitos foram os artistas que fomentaram a arte contemporânea no país, dos quais merecem destaque:
Hélio Oiticica (1937-1980)
Lygia Clark (1920-1988)
Lygia Pape (1927-2004)
Amilcar de Castro (1920-2002)
Aluísio Carvão (1920-2001)
Franz Weissmann (1911-2005)
Hércules Barsotti (1914-2010)
Willys de Castro (1926 - 1988)
Cildo Meireles (1948-)
Referências : Toda Matéria e Laart.
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big-mawi · 19 days
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LA CRISIS CHAMANICA
Salvo unas pocas excepciones, los expertos de Occidente coinciden en señalar que la crisis chamánica constituye una patología grave, aunque las opiniones difieren en cuanto a un diagnóstico clínico apropiado. Los diagnósticos más frecuentes son esquizofrenia u otra psicosis, histeria y epilepsia. Sin embargo, antropólogos y psiquiatras que conocen muy bien al chamanismo, incluso por experiencias de primera mano de lo que es un estado chamánico de conciencia, rehúsan considerar a tales crisis como enfermedades mentales. Afirman que este acercamiento clínico refleja la preferencia occidental por la realidad consensuada, la falta de una comprensión genuina de un estado alterado de conciencia y una fuerte tendencia a patologizar tales estados indiscriminadamente. Michael Harner, que es tanto un antropólogo cuanto un chamán iniciado, considera que esta actitud es etnocéntrica, porque expresa un fuerte prejuicio cultural. También la llama “cognocéntrica”, ya que utiliza corno única fuente de conocimiento la información que se origina en el estado normal de la conciencia. ‘Tenieirdo en cuenta los llamativos resultados positivos de la crisis chamánica por cierto seria más apropiado considerar a esta condición como —-al menos en potencia— un proceso sorprendente de curación y de reestructuración profunda de la personalidad que facilita la resolución de varios de los problemas de la vida. Su potencial terapéutico es comparable —–y sale favorecido—- con los mejores procedimientos de tratamiento de la psiquiatría occidental. Como mencionamos con anterioridad, hemos observado secuencias que no se pueden distinguir de una crisis chamánica en una variedad de medios: en sesiones psicodélicas, en nuestro trabajo vivencial con la respiración y la música y en el curso de las emergencias espirituales de los occidentales de hoy. Los científicos tradicionales atribuyen el aprecio que las sociedades no occidentales sienten por los chamanes al hecho de que estas sociedades no son capaces de discriminar lo anormal de lo supranormal, debido a su falta de educación y de conocimientos científicos. Esta explicación se contradice con la experiencia de quienes han tenido un contacto directo con chamanes o culturas chamánicas. Tales personas comprenden que las experiencias y conductas exóticas no alcanzan rara convertirse en un chamán. Mientras que ciertos individuos son considerados grandes cha manes, otros son vistos como enfermos o locos. Para que alguien sea considerado un chamán, luego de la crisis de iniciación debe demostrar un funcionamiento al menos adecuado en la realidad cotidiana. En muchos casos, la adaptación social de los chamanes es claramente superior a la de otros miembros del grupo.
Los chamanes suelen ser participantes activos en los asuntos sociales, económicos y hasta políticos de la tribu. Son cazadores, granjeros, jardineros, artesanos, artistas y, con frecuencia, miembros responsables de una familia. La tribu los considera guardianes del equilibrio psicológico, espiritual y ecológico, e intermediarios entre el mundo visible y el invisible. El chamán debe hallarse como en su casa, tanto en los estados alterados de conciencia como en la realidad de todos los días, y manejarse exitosa- mente en ambos; esto es considerado la evidencia del poder genuino de un chamán. Todos estos factores son difíciles de reconciliar con la idea de que los chamanes son psicóticos ambulantes o individuos con graves perturbaciones, aunque el comienzo de la trayectoria de un chamán pueda haber estado marcado por una perturbación emocional y psicosomática. La observación del mundo del chamanismo aporta un gran alivio al discriminar entre los estados patológicos, que deben ser tratados médicamente, y los estados de transformación, que poseen un potencial positivo que debería ser apoyado.
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blogdotake · 4 months
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Fã de Fábio Jr. cai em golpe e perde R$ 2,5 mil
Maria Aparecida do Nascimento, de 47 anos, vivenciou um pesadelo ao cair em um golpe envolvendo seu ídolo, o cantor Fábio Jr. A diarista, fã de longa data do artista, acreditou estar conversando com ele pelas redes sociais e, após ser ludibriada com histórias de crise financeira e promessas fantasiosas, transferiu R$ 2,5 mil para o golpista. Tudo começou com uma mensagem no Facebook, onde o…
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agendaculturaldelima · 4 months
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#MuseosyLugaresHisitoricos
📣 “MUSEOS ABIERTOS” 👪
📜 PROGRAMA: 🕚 11:00am. [1º Nivel]
🖼 Recorrido mediado: “Coleccionables”.- la artista Micaela Aljovín hablará acerca de su obra y el significado simbólico del estancamiento de la educación durante el periodo de violencia; a través del diálogo en torno a distintos elementos icónicos de la educación peruana y su relevancia en la sociedad contemporánea.
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🕚 11:45am. [1º Nivel]
🎨🖌️ Pieza de la Memoria en Diálogo Tabla de Sarhua: “24 de enero Manchay punchaw (Día de la tembladera)” a cargo de Venuca Evanán Vivanco 🗯 La tabla de Sarhua -tan tradicional, como contemporánea- evidencia sentidos y define historias. Esta pieza, cuenta el devenir de una serie de obras que fueron inmovilizadas y en donde la propia escena cultural reclamó la libertad de lo que tiene que decir un artista, de lo que tiene que decir una obra de arte. 
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🕛 12:00m. [Sala Ofrenda]
✏ Taller: “Tierra con Memoria”.- la artista Micaela Aljovín busca reconectar nuestra identidad con el pasado de forma vivencial y sensorial, a través de la mezcla de materiales para la elaboración del adobe y su posterior grabado. Su objetivo es fomentar la identidad cultural y generar conciencia ambiental a través del uso de materiales autosostenibles y reusables. Micaela Aljovín es artista visual por la Escuela de Arte Corriente Alterna. Medalla de Plata, 2018. Su obra, multidisciplinaria, evoca la historia social peruana a través del ejercicio de la memoria; y, aborda, también, la educación y la concepción de nación como construcción. Predominan en ella las instalaciones y piezas escultóricas de pared. En sus procesos busca y experimenta con diversos materiales, destacando el metal y el adobe, los cuales adquieren una nueva dimensión simbólica en su transformación." 👀 Dirigida a público mayor de catorce años (14+) 🖱 Inscripciones: https://forms.gle/knZSf1qZyNAXrfAe8 (cupos limitados)
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🕟 4:00pm. [Auditorio]
🎶 Concierto: “Música Andina” a cargo de la cantante Ritzhiana -natural de Cora Cora, Ayacucho-, ganadora del certamen de canción ayacuchana. Interpretará un repertorio que incluirá las piezas ‘Adiós pueblo de Ayacucho’, ‘Amor herido’, ‘Llanto por llanto’, ‘Ángel de mi vida’.🤩
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📌 JORNADA:
📆 Domingo 03 de Marzo
🏛 Lugar de la Memoria, la Tolerancia y la Inclusión Social (calle San Martín 151 - Miraflores)
🚶‍♀️🚶‍♂️ Ingreso libre    
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Eventos em Curitiba: O Que Não Perder Este Ano
Curitiba, a capital paranaense, é uma cidade vibrante e culturalmente rica, repleta de eventos que atraem turistas de todo o Brasil. Se você está planejando uma viagem para Curitiba e deseja aproveitar ao máximo sua estadia, confira nossa seleção dos eventos mais imperdíveis deste ano. E para uma hospedagem que complementa sua experiência na cidade, escolha os renomados Hotéis Nacional Inn, como o Victoria Villa Curitiba.
Os Diferenciais da Nacional Inn: Por que é a Melhor Opção ao Usuário
Antes de explorarmos os eventos em Curitiba, é importante destacar os diferenciais que tornam a Nacional Inn a escolha ideal para sua hospedagem. Com uma rede de hotéis e resorts em todo o Brasil, os Hotéis Nacional Inn oferecem acomodações de luxo que proporcionam conforto e comodidade aos viajantes. Desde quartos confortáveis até suítes premium, além de uma variedade de comodidades, como piscinas, Wi-Fi gratuito e estadia com café da manhã, a Nacional Inn garante uma experiência memorável em hospedagem.
Principais Eventos em Curitiba Este Ano
Festival de Teatro de Curitiba: Um dos maiores festivais de teatro do país, o Festival de Teatro de Curitiba atrai artistas e espectadores de todo o Brasil para uma programação diversificada de espetáculos, workshops e atividades culturais. Uma oportunidade imperdível para os amantes das artes cênicas.
Feira do Livro de Curitiba: Realizada na histórica Praça Santos Andrade, a Feira do Livro de Curitiba é um verdadeiro paraíso para os apaixonados por literatura, com estandes de editoras, lançamentos de livros, palestras e sessões de autógrafos com autores renomados.
Festival de Inverno de Curitiba: Durante o mês de julho, o Festival de Inverno de Curitiba transforma a cidade em um palco de música, dança, teatro e gastronomia, oferecendo uma programação variada de eventos para todas as idades e gostos.
Festa do Pinhão: Uma celebração da cultura e tradição paranaenses, a Festa do Pinhão é realizada anualmente em Curitiba e oferece uma variedade de pratos típicos, apresentações folclóricas, shows musicais e atividades para toda a família.
Festival de Curitiba: Além do Festival de Teatro, Curitiba também é sede de outro importante evento cultural, o Festival de Curitiba, que reúne espetáculos de dança, música, cinema, artes visuais e muito mais, promovendo a diversidade artística e cultural da cidade.
Por que Escolher a Nacional Inn em Curitiba
Ao participar dos eventos em Curitiba, escolher a Nacional Inn para sua hospedagem oferece diversos benefícios:
Localização estratégica próxima aos principais locais de eventos e atrações da cidade, facilitando o acesso e deslocamento.
Quartos confortáveis e suítes premium, proporcionando uma estadia relaxante e revigorante após um dia de atividades culturais.
Wi-Fi gratuito em todas as áreas do hotel, garantindo conectividade para compartilhar suas experiências com amigos e familiares.
Ofertas especiais de pacotes de viagem para tornar sua estadia em Curitiba ainda mais econômica e conveniente.
Conclusão: Uma Experiência Cultural Completa com a Nacional Inn em Curitiba
Participar dos eventos em Curitiba é uma maneira única de mergulhar na rica cultura e vida artística da cidade. E para uma estadia que complementa sua experiência cultural em Curitiba, escolha os renomados Hotéis Nacional Inn, como o Victoria Villa Curitiba. Com acomodações de luxo, serviços modernos e uma localização privilegiada, a Nacional Inn garante uma experiência memorável em Curitiba.
Para mais informações sobre hospedagem e dicas de viagem, não deixe de conferir o blog da Nacional Inn em https://blog.nacionalinn.com.br/. E para reservar sua estadia no Hotel Victoria Villa Curitiba, visite https://www.nacionalinn.com.br/hoteis/hotel-victoria-villa-curitiba. Aproveite sua visita a Curitiba e vivencie todos os emocionantes eventos que a cidade tem a oferecer!
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janainaluz-art · 6 months
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Para começar, essa é a primeira parte da explicação sobre o porquê da coleção. 
Sempre tive vontade de fazer uma coleção de pinturas com a temática de arte e saúde mental, principalmente depois que comecei a estudar psicologia e entrei em contato com a arteterapia. Descobri um universo totalmente diferente do que a arte educação me apresentava. Fui pesquisando, encontrei um estilo bem comum na área. Depois encontrei outras referências de um estilo melancólico sofredor, mostrando o outro lado do que as pinturas clássicas mostram. Estava pensando em trazer temas como a ansiedade, depressão e outros bem atuais mas…
A vida trouxe algumas surpresas repentinas (essa é a segunda parte que ainda vou contar no momento certo).
Cont. Estava com ideia de fazer essa exposição a três anos, desde quando comecei realmente a mergulhar fundo nas produções artísticas e nas minhas pesquisas, dentre elas a de arte e saúde mental. Já havia estipulado o mês de setembro para a realização da mesma por causa do setembro amarelo e por também ser o mês da chegada da primavera. Porém, sempre ocorria algo e não conseguia.
Esse ano de 2023 passei a tentar o mesmo, porém, resolvi cancelar todas as propostas que havia pensado e pesquisado e resolvi fazer o contrário.  
A coleção era para ter acontecido no mês de Setembro de 2023, que é o mês de prevenção ao suicídio. Quando pensei na coleção pensei em falar sobre a primavera com ênfase na beleza da vida, levar beleza em meio a dor, não como pinturas tradicionais, mas dá beleza como um resgate estético, emocional e espiritual. Procurei pensar mais na solução e no acolhimento do que no problema em si, que já está escancarado.
Pensei em falar de esperança, então veio elementos na minha mente como os girassóis. Fiquei bem entusiasmada com a coleção. Mas acabou acontecendo vários imprevistos e a exposição aconteceu em outubro, não como desejava mas resolvi seguir. 
Ao mesmo tempo que pensei isso, fui confrontada por outras situações que ocorreram no período das produções. A coleção/exposição tinha tudo para não acontecer. Posso dizer que ela foi feita pela fé. (Depois conto mais / isso vai estar na segunda parte).
Fiquei com dúvida em como abordar isso na coleção. Descobri no meu processo de pesquisa como artista que é bem difícil criar algo sem vivenciá-lo, então não daria para falar de arte e saúde mental de forma isolada (cientificamente ou uma ideia apenas) ou seja, não poderia falar de arte e saúde mental sem uma experiência, a minha se encaixava perfeitamente que inclui a espiritualidade como ferramenta de cura. É aí que a fé entra. Isso me deixou mais à vontade, porque aqui não me coloco como profissional da área da saúde ainda, mas como uma humana que vivenciou na pele a dor de um processo (talvez transforme isso em um livro um dia). 
Interessante que a Exposição era para falar de futuro também na minha própria experiência mas fui perceber que Deus faz um trabalho completo na nossa vida. A nossa vida é uma obra nas mãos dele. Essa foi uma das maiores surpresas na construção da coleção. Então, posso dizer que a coleção fala de passado, presente e futuro. Ela me inclui, mas também fala com você.
Nunca pensei que a minha experiência passada viria a ser contada em forma de arte e como artista/protagonista dessa história. Sinto-me tão à vontade para partilhar isso desta forma. 
Essa coleção é de uma humana para outros humaninhos que passaram, passam ou vão passar pelas mesmas dores. Lembrando que cada um sente de forma diferente, vivência de forma diferente mas que o transtorno tem dores semelhantes. Lembrando que a metamorfose não é para nos matar mas para nos transformar. Falando em Metamorfose, os próximos posts tem mais sobre a como a coleção surgiu, incluindo o nome. Vamos lá!
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praza-catalunya · 7 months
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Os territorios primordiais de Dominica Sánchez
As artes son eses eidos humanos non de primeira necesidade, pero que tanto cómpren para vivir. É complexo aproximarse ás creacións de calquera persoa, máxime cando é coñecida a súa traxectoria de traballo e loita. As obras de Dominica Sánchez, son abstraccións de pura recreación figurativa? Aproximarse aos debuxos de Sánchez devén o reto de adiviñar onde acaban as emocións e onde principia a reflexión intelectual. Dominar espazos? Procurar as esencias?
Lito Caramés
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D. Sanchez, sen título
DOMINICA SÁNCHEZ. Espais fronterers. Espai Guinovart. Procurar as bases, os alicerces
La seva abstracció lírica -que sembla realitzada a partir d’un fred constructivisme d´ordre arquitectònic- és el resultat d’una actitud retrospectiva que formula correspondències vivencials. La gran característica de l’obra de Dominica Sánchez ha estat i és la de cercar el fonament, mitjançant una poètica de mínims, amb una total mesura i exigència. (Conxita Oliver, comisaria).
Pódese afirmar que a vila de Agramunt está presidida polo emblemático Espai Guinovart, ese edificio (e praza) co que o concello homenaxea a un dos seus ilustres veciños, o artista Josep Guinovart. Agora nos espazos dedicados a Ginovart -e nestes finais de 2023 e comezos do 2024- está exposta obra dunha recoñecida artista: DOMINICA SÁNCHEZ. Espais fronterers. Son creacións da última década, por tanto pezas de madurez, de fonda reflexión. A exposición está comisariada pola activista cultural Conxita Oliver, muller farto coñecida como responsable doutras mostras (mesmo unha de J. Guinovart nas salas da Fundació Vila Casas) e como responsable de espazos culturais.
Dominica Sánchez (Barcelona, 1945) leva décadas expondo por España, Europa e América. As creacións de Sánchez procuran o rumbo da espiritualidade, da abstracción. Ao contemplar as súas pezas, veñen aos miolos figuras como Kandinsky, ou Julio González, ou Jorge Oteiza. Ou poida que non. Quizais Sánchez o que fai é ir por vieiros propios, vieiros parellos aos de tantas e tantas outras artistas ata hai ben pouco silenciadas, desprezadas. As capacidades desas mulleres puidéronse ver na mostra Mujeres de la Abstracción. Os debuxos de Sánchez derivan de esforzos reiterados, da poética elaboración que se atreve a representar universos sobre papeis, con ollares dirixidos ao conceptual máis alá. Como di o poeta Leopardi no seu canto L’Infinito trátase de confrontar a inmensidade da existencia: Ma sedendo e rimirando, interminati / Spazi di là da quella, e sovrumani / Silenzi, e profondissima quiete / Io nel pensier mi fingo. Na actual exposición Espais fronterers están presentes debuxos de abstracta figuración e tamén esculturas: un medio de expresión artística derivado dos traballos en papel. (Actualmente nos xardíns da Fundació Vila Casas hai unha escultura monumental desta artista). Nos traballos de Dominica Sánchez, a atenta mirada descubre formación técnica (adquirida na Llotja, con xuventude), profesionalidade artística, sen esquecer que -ao tempo- a artista compórtase como unha artesá. Sobre a ampla mesa debuxa co lapis carbón (sobre papeis de grandes dimensións), risca vigorosas liñas que se entremeten con espacialidades, como se estivese deseñando un vestido; dobra cartóns en volumes e dimensións lixeiras (que logo pasará a ferro) por querenzas co autor dos Apóstolos de Arantzazu, o que se pelexaba coas inmensidades. E todo iso execútao coa seguridade de quen andase a reproducir elementos naturais que observou nos seus paseos por Calella. A importancia das manualidades.
¿Convirá Dominica Sánchez -a carón de Oteiza ( Teomaquias)- que: busco mi ventana hacia lo oscuro / cavidad esa hacia mi nombre / en lo invisible de la noche?
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D. Sanchez. sen título  (1)
DOMINICA SÁNCHEZ. Espais fronterers. Territorios
D’on surten aquestes formes naturals que la pintora (Dominica Sánchez) organitza amb un tan perfecte equilibri i musicalitat? Potser no totalment de la seva imaginació, perquè hi trobo al·lusions al món natural. Als meus ulls són un seguit de “paisatges interiors” (Maria Lluïsa Borràs, Paisatges íntims i espirituals, 2002).
Vai para dous anos que as impactantes e sinceras creacións de Dominica Sánchez puidéronse ver nas salas da galería Artur Ramon. Alí estaban as obras sabedoras do seu maduro equilibrio entre formas e cores, apostando por volumes rematando gradacións de texturas. Foi unha ocasión excelente para poder ler, tamén, a lúcida crítica que Maria Lluïsa Borràs lle fixera a Sánchez xa no ano 2002. É dicir, a traxectoria desta muller artista, loitadora, inconformista co rol que o patriarcado lle podía ter preparado, vén de lonxe; unha corredora de fondo, imparable. Tanto nos escritos de Conxita Oliver como no de Maria Lluïsa Borràs (ámbalas dúas comisarias de presentacións públicas de obra) hai coincidencias. Trátase de creacións moi persoais, nadas de traballos sinceros e metódicos, que se envolven en poéticos trazos para deseñar espazos xurdidos de introspectivas olladas. Veñen sendo liñas de banda sonora primaria, de pretendida simplicidade e difícil concreción. Sánchez comeza a definición dos seus mundos co baile do lapis carbón por riba dos extensos papeis para así celebrar o ritual das caligrafías que abren as portas de espazos de seu. Esas liñas curvas, propensas ao círculo, reiteradas, nacen das loitas interiores, da sabedoría que conceden os tempos dedicados ao descubrimento de certezas creadoras. (No filme Ying Xiong, de Yimou, o protagonista traballa caligrafías coa pretensión de atopar unha nova verba que fdefina con máis precisión o concepto “espada”).
Visitar agora DOMINICA SÁNCHEZ. Espais fronterers (Espai Guinovart) é unha viaxe a lugares onde habita o fundamental, a austeridade. Sánchez ofrece -sen circunloquios, sen atallos- aquilo que é primordial, definicións espirituais. Os papeis de Sánchez son abstractos na súa concepción?, nas combinatorias de si mesma cos espazos, cos tempos? Todo proceso creativo (xa literario, xa plástico, por non falar da música) require un esforzo intelectual de abstracción. Un haiku, unha composición musical, son froito de abstraccións. Simplificación e espiritualidade, natureza e sinteticidade. Neses Espais fronterers é doado atoparse cos poucos elementos precisos para definir realidades propias. Espazos fronterers que xusto limitan cos karesansui xaponeses, coas ordenacións que brindan a posibilidade de entrar nos segredos da quietude, das esencias.
Debuxar espazos tan rituais é ilustrar unha autobiografía.
Preguntada a artista sobre os motivos que a levan a comezar a describir liñas con lapis carbón sobre a inquietante superficie branca, responde que o papel é un espazo onde se atopa ela mesma con lugares onde habitar, ou polos que transitar. Espazos que a remiten a lembranzas de infancia e xuventude. Ao riscar curvas e rectas sobre o espazo-papel establécese unha loita entre a capacidade de dominio deses territorios e a necesidade de fuxir deles. Así, pois, os vigorosos trazos deveñen a sucesión de puntos por onde fuxir do cárcere, das fiestras que pechan espazos; dos vidros que definen tempos. Posteriormente, Sánchez irá precisando que superficies servirán de refuxios, de luz e opacidade, ao delimitar lugares coas cores planas e deste xeito avivar o movemento entre os baldeiros, entre sensualidades.
Os traballos de Dominica Sánchez, xa escultóricos, xa deseñados, teñen querenzas polas feituras artesanais, o traballo manual. Debuxar, cociñar: dous xeitos de representar universos.
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D. Sanchez. s.t. Escultura
DOMINICA SÁNCHEZ. Espais fronterers. Carbón e Pastel. Figuración
O xenio masculino nada ten que temer do gusto feminino. Deixemos aos homes de xenio concibir grandes proxectos arquitectónicos, esculturas monumentais e elevadas manifestacións pictóricas. Que os homes se ocupen de todo o que ten que ver coa arte. E que as mulleres se dediquen a aquelas ramas que sempre cultivaron como o pastel, os retratos ou as miniaturas. Ou a pintura de flores… (L. Lagrange, Du rang des femmes dans l’art. “Gazette des Beaux-Arts”, 1860).
É ben coñecido o agochamento e desprezo que a sociedade patriarcal dispensou aos traballos das mulleres nas artes (coma noutras áreas dos quefaceres humanos). Entre outros “delicados tratamentos” cara ás mulleres están as concepcións que expón o señor Lagrange no parágrafo anterior: onde estea o xenio masculino as mulleres non teñen nada que facer (o xenio masculino é quen de alumar grandes homes, grandes artistas, como Picasso?).
Baixando a técnicas artísticas e materiais empregados, hai abondas razóns exhibidas polo patriarcado que reducen o uso do pastel a unha técnica “propia das mulleres”: o pastel trabállase mormente en pequenos formatos, en papel, con cores en barras (que son máis baratas cos óleos) e xa preparadas. Que os temas preferidos para representar con pastel son os retratos, feitos na propia casa (sen necesidade de modelos espidos aos que hai que pagar). Que esta actividade “doméstica” non precisa profesionalización, e non compite coa pintura ao óleo (a que ten prestixio). E, de venderse, os prezos das obras elaboradas con pasteis son moito máis baixos.
No ano 2019 a Fundación Mapfre ofreceu en Barcelona unha exposición única: Tocar el color. La renovació del pastel, un cento de obras moi delicadas para gozo dos sentidos. E a artista Dominica Sánchez utiliza o pastel como un dos materiais cos que elabora os seus vieiros por territorios, polas corredoiras dos seus sentires e mais itinerarios vitais. Emprega os pasteis como reivindicación femininista: xa que este é o material que o patriarcado consinte que empreguen as mulleres artistas, utilízase como espada de combate. Do mesmo xeito, Georgia O’keffee decidiu pintar flores (aquel tema que semellaba estar reservado para brinquedo das damas da burguesía). E O’Keffee escribiu: se pinto as flores pequenas ninguén as mirará, (...) Así que pensei, pintareinas como inmensos edificios.
E Dominica Sánchez emprega as cores de pastel, non como é habitual: marcando pinceladas, riscando perfís ou volumes. Non. O pastel é un pigmento co que inventar estancias, co que precisar formas que bailan e cooperan coas liñas de carbón na procura de identidades: rectángulos, ovoides, cadrados, ...
No seu portal web, Dominica Sánchez destaca a frase Hacer visible lo invisible. Que vén significando? Que a artista fai emerxer á superficie o que de arcano, de oculto hai na natureza das cousas? Hacer visible lo invisible; sinxelo e, ao tempo, ardua consecución. Sánchez ás beiras do seu karesansui deixa ir a man, segue cada trazo ata atopar a esencia zen. Liñas perfiladas sobre fondo con cores, o brinquedo que leva os pensamentos a altas cotas de precisión.
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D. Sanchez. sen título (2)
As creacións de Sánchez son poliédricas. Liñas curvas, reiteradas no baile cerebro-man, que carrexan un aquel de descrición de mundos orgánicos e persoais por onde definirse a si propia, linguaxe propia; linguaxe de galaxias e volumes siderais.
En conversa coa artista, ante os seus deseños de grandes papeis, onde todo indica que a súa madurez artística encamiñouna á abstracción, asevera que nos seus debuxos sempre está presente a figura humana. Máis ou menos agochada, pero está: O formato vertical é figura, mentres que o horizontal é paisaxe. Os formatos das creacións de Dominica Sánchez son verticais (moitos dos papeis Fabriano, cos que traballa, son de 100x70 cms), ergo hai figura. Nalgúns casos perfílase unha cabeza, o anacos de contornas humanas. Esas liñas complementadas con cores, os vigorosos trazos que rematan por ser a sucesión de puntos por onde fuxir do cárcere, das fiestras que pechan espazos; dos vidros que definen tempos. Debuxos de muller, de nai, de creadora, de persoa gustosa polas artesanías. Debuxar, cociñar: dous xeitos de representar universos.
Anteriormente expúxose que todos os procesos creativos requiren dun esforzo intelectual de abstracción. Esforzo de simplificación e espiritualidade, de natureza e sinteticidade. De volta, as elaboracións máis abstractas albergan nos seus fondos creacións figurativas? Estes meses está á disposición de quen queira reflexionar sobre a arte e os seus compromisos a exposición temporal Quina humanitat? La figura humana després de la guerra (1940-1966). Ao acabar a II Guerra Mundial, as creacións artísticas propendían á abstracción? Esa propensión viña determinada directamente pola barbarie dos humanos? As mínimas figuras de Giacometti entraban nesta categoría?
Abstracción e figuración beben de alicerces comúns.
Contemplar agora as creacións da exposición DOMINICA SÁNCHEZ. Espais fronterers -dentro das salas do Espai Guinovart- é asistir á comuñón entre dous artistas inconformistas, defensores dos valores vitais e sociais. Viaxar a Agramunt, plaça del Mercat, nestes meses é concederse un pracer para consigo mesmo.
Lito Caramés
EXPOSICIÓN: DOMINICA SÁNCHEZ. Espais fronterers
Espai Guinovart. Agramunt.
Ata o 18 de febreiro de 2024
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D. Sanchez. sen título (3)
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baeksu-krp · 9 months
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Nome: Oh Dodam Faceclaim: Ha Yoon Kyung, Atriz Data de nascimento e idade: 11.11.1992 — 31 anos Gênero: Feminino Etnia e nacionalidade: Sul-coreana, Coreia do Sul
Moradia: Gangnam-gu Ocupação: Dona, Lemon Tree Flower Shop Qualidades: Carismática, Dedicada Defeitos: Irritadiça, Impulsiva User: @bks_dodam
TW: N/A
Filha única, Oh Dodam nasceu em Chonju e foi criada por seus pais e avós, uma família com uma longa tradição de amor pelas flores. Seus pais, apaixonados por jardinagem, cultivavam um grandioso jardim bem cuidado até os dias de hoje, onde Dodam passou grande parte de sua infância, rodeada por flores que eram coadjuvantes nas mirabolantes historias que vivenciou ali até o final de sua adolescência. Seus avós e bisavós eram conhecidos na comunidade por suas habilidades espetaculares para criarem arranjos criativos e únicos, coisa que aprendeu junto aos mais velhos desde pequena.
Quando chegou a hora de escolher sua carreira, Dodam decidiu seguir sua paixão e se matriculou na Universidade Nacional de Seul, onde estudou botânica e design floral. Sua criatividade e paixão eram notáveis, se destacando pelo estilo único e ao mesmo tempo delicado nos arranjos. Seu estilo distintivo, que misturava influências tradicionais coreanas com técnicas contemporâneas, chamou a atenção de seus professores e colegas.
Após a conclusão do curso, Dodam decidiu explorar o mundo além da Coreia do Sul, pegando suas economias e se aventurando em viagens arriscadas e de baixo custo. Ela viajou para diferentes países, absorvendo a riqueza das diversas tradições e estilos de arranjos florais. Essas experiências enriquecedoras a ajudaram a aprimorar ainda mais suas habilidades e a se tornar uma verdadeira artista floral internacional, deixando um pouquinho de si em cada floricultura ou evento que participava. A internet foi uma grande aliada em sua jornada, ganhando reconhecimento internacional pelo seu trabalho.
Ao retornar para a Coreia do Sul, Dodam decidiu abrir sua própria floricultura em Seul, onde podia compartilhar sua paixão e conhecimento com a comunidade local, mesmo distante de sua cidade natal! Além de fornecer uma ampla variedade de flores exóticas e locais, Dodam organizava workshops e eventos para ensinar as pessoas sobre a magia das flores e a arte da jardinagem.
Após a abertura da Lemon Tree Flower Shop, nome inspirado no grande limoeiro que ainda está no jardim de sua casa de infância, Dodam enfrentou desafios comuns a todos os empreendedores, mas sua dedicação e amor pelo que fazia a permitiram se manter forte, fazendo o possível e impossível para conquistar seu cantinho em ichon-dong. Sua floricultura tornou-se um ponto de encontro para amantes de flores de todo o mundo e entusiastas da jardinagem, um lugar onde a beleza da natureza era celebrada em cada arranjo meticulosamente criado por suas mãos.
Fora de sua loja, Dodam se tornou uma figura querida na comunidade, conhecida não apenas por sua perícia floral, mas também por seu coração generoso e espírito acolhedor. Sua presença é uma fonte de luz e alegria para todos ao seu redor, cheia de piadas e bom humor, chega a ser cômico o contraste de personalidade quando está longe do trabalho ou de eventos, onde mantem uma postura seria e dedicada a sua paixão.
OOC: +18 Triggers: N/A Temas de interesse: Todos
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qoctc · 1 year
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El Gobierno de Guerrero que encabeza Evelyn Cecia Salgado Pineda, a través de la Secretaría de Cultura que dirige Aída Melina Martínez Rebolledo y el Museo de Arte Virreinal de Taxco de Alarcón, en coordinación con la Universidad Autónoma de Guerrero y el Museo Universitario de Arte Contemporáneo inauguraron la Exposición Pictórica Colectiva e Itinerante “Oaxaca, la senda del arte”. La exposición consta de 57 piezas elaboradas por artistas plásticos oaxaqueños y de diferentes estados del país, que plasman desde diferentes técnicas y narrativas artísticas un sinfín de posibilidades de las expresiones creativas, basadas en la cotidianeidad vivencial de cada autor, con técnicas de cubismo, surrealismo, abstracción, entre otras. (en Museo de Arte Virreinal de Taxco -oficial) https://www.instagram.com/p/CoSqen_ujja/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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luciapittaluga · 2 years
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2021. Busto. Museo Zorrilla. Montevideo, Uruguay.
Activación con público e instalación en sala y jardín del museo.
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"La propuesta de Pittaluga refuerza varias ideas en la que está enfocada en sus últimos trabajos. Concibe la obra en contexto, en proceso de creación con otros y en determinado espacio físico como punto de partida. El jardín del Museo Zorrilla, contiene también el taller del escultor, lugar que Pittaluga recepcionó como espacio detenido y algo inerte. Ante el cual propone un movimiento inverso: un quehacer dialogado en espacio abierto, de cercanías grupales, registrando emotividades del proceso. ...La actividad propuesta carece, además, de comitentes y escultores de profesión en el que el resultado final –la obra– no tendrá destino fijo. Pittaluga pretende agregar una capa más en ese espacio, transmutarlo de contemplativo a espacio creativo, proceso observable en su desarrollo de experiencia vivencial".
María Eugenia Grau
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"Tal es el caso de la obra Busto, de Lucía Pittaluga. La artista propone un proceso que activa “el ser ahí” en escena, la “dasein”[1] de una instalación en proceso, en donde convoca a tomar el barro como materia para replicar la historia en un busto que se reinstala con la potencia del espectador emancipado, del espectador como productor, dado que este busto es confeccionado a través de un llamado abierto, que hace la artista para ocupar los jardines de museo. De esta forma, se abre este trabajo a una activación que interpela el lugar del creador, los medios de transmisión del conocimiento y la internalización de los conceptos vinculados a la educación en arte".
Jacqueline Lacasa
[1] En el sentido dado por Heidegger a este término alemán que surge de la combinación de “ser” y de “ahí”, como conformación de una existencia.
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larentsbr · 3 years
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Oioi!!
Ent. Eu acredito 100 porcento em larry, mas haylor ainda me deixa um pouco insegura, por mas que eu sei que eu tenha quase certeza de que não foi real, eu ainda fico um pouco em dúvida e até com um pouco de raiva dela (oque não é o certo) e eu gosto MUITO do álbum 1989, mas depois que eu me tornei larrie eu não consigo ouvir sem sentir raiva e ficar em dúvida.
Vc poderia analisar out of the woods e i know places?
Eu realmente quero acreditar que a taylor não se apaixonou pelo harry e que ela não forçou a barra com ele (porque eu tenho certeza que ele estava com o lou na época, mas ainda tem a possibilidade dela ter se apaixonado)
Poderia falar sobre a entrevista em que o harry diz sobre a taylor supostamente escrever músicas sobre ele?
Eu acho que talvez oque me deixa mas incerta sobre isso tudo. Foi como o lou ficou em relação a isso, não quero ser fã de alguém que deixou o lou mal
oioi!!
olha, eu não sei como escrever e ao mesmo tempo mostrar que eu não estou sendo grossa. então leia como se eu estivesse falando normal.
eu não consigo te dar muitas respostas sobre a taylor porque eu realmente não acompanho a carreira dela. se eu falar que já escutei um álbum inteiro eu estaria mentindo.
o louis sempre ficou bravo com stunts e taylor foi a principal, mas até aí o harry também sempre ficou muito incomodado e bem chateado com a eleanor. (aqui tem um post harry x elounor). Eu não acho que você deve deixar de ser fã da taylor por algo que aconteceu há anos, onde tanto a taylor quanto o harry e o louis estavam trabalhando. Enquanto haylor estava rolando na Times Square - que o harry estava bem miserável, elounor estava passando o ano novo juntos. Eu acho que se for pra ficar brava com alguém nesse caso, é com a indústria.
Eu sempre fico muito abalada vendo como o harry e o louis sofrem com stunts. A reação de ambos, louis com a taylor e harry com a eleanor me quebram muito.
Quando você está escutando uma música, você não precisa saber o verdadeiro significado dela, basta você criar um e achar qual é o que se encaixa melhor. Eu, como sou larrie, vou interpretar de um jeito, me baseando em todos os anos que vejo como os larry se comportam diante das situações, o contexto que aconteceu as coisas, como a indústria funciona etc. Se você pedir para uma pessoa que acredita que elounor é real, ela vai interpretar do modo dela, com base no que ela acredita.
Muitos artistas não escrevem das próprias experiências, muitas vezes escrevem sobre algo que viram um amigo presenciar ou familiar. Um exemplo de uma música que foi inspirada na história dos outros e não de si: Billie Jean, Michael Jackson.
There never was a real Billie Jean. The girl in the song is a composite of people my brothers have been plagued with over the years. I could never understand how these girls could say they were carrying someone's child when it wasn't true.
—Michael Jackson, Moonwalk (1988)
[Nunca teve uma verdadeira Billie Jean. A garota na música é uma composição de pessoas que atormentaram os meus irmãos com o passar dos anos. Eu nunca pude entender como essas garotas poderiam dizer que estavam gerando uma criança quando não é verdade]
O Michael escreveu sobre o que ele viu os irmãos presenciarem. A taylor pode muito bem ter feito isso ou ter escrito uma música só para agradar chefes.
ps: a taylor também pode ter pego uma referência do que ela vivenciou no trabalho, seja uma narrativa que falaram para ela seguir e com isso criou toda uma história fictícia, deixando mais intensa e dramática, ou com elementos de momentos que ela vivenciou no passado. é o que eu acredito com várias músicas que tem como referência stunts.
Aqui tem uma análise de style. E nela eu disse que a música é puro deboche, como em pouquíssimo tempo e uma narrativa bem feita, as pessoas continuam achando que existiu algo. Que eles (haylor) nunca vão sair da moda e muito menos relacionamentos de pr vão também.
Na minha sincera opinião, eu não acho que você deva parar de escutar algo que você gosta muito por conta de um trabalho em que ambos tiveram que se submeter. Mas ao mesmo tempo, se te faz muito mal, pode pular essas músicas em específico que faz referência a haylor e escutar outras.
Como também, você pode escutar o álbum e relacionar com uma memória sua, algo que você viveu ou viu em uma cena de filme que adora e fazer essa transferência.
Sobre a entrevista, você está se referindo a com o Howard Stern? (não gosto dele e nem da entrevista)
youtube
Ele perguntou sobre como ele se sente sobre a taylor ter escrito músicas sobre eles e se ele se sentiu triste.
A resposta foi:
No, it doesn’t upset me. I think about what it means to me to write a song about somebody else, and for someone else to do that, I think it’s flattering. Even if the song isn’t that flattering, you still spend time on it, and ultimately, using Taylor as an example, she’s a great songwriter. The only time that you think, ‘Oh, is this song too personal?’ is if you think about, is this going to be really annoying for the other person
[Não fiquei triste. Eu penso sobre o que significa para mim escrever uma música sobre outra pessoa, e para outra pessoa fazer isso, acho que agrada. Mesmo que a música não seja tão agradável, você ainda gasta tempo nela e, no final das contas, usando Taylor como exemplo, ela é uma ótima compositora. A única coisa que pode pensar é: 'Oh, essa música é muito pessoal?' É se você pensar sobre isso, a música vai realmente incomodar a outra pessoa.]
Eu acho que ele soube responder muito bem a pergunta. Ao mesmo tempo que ele falou algo, ele não falou nada. Eu interpreto essa parte como se fosse o trabalho dela, ela vivenciou esse trabalho com o harry, escreveu músicas que sabia que iria vender - porque deve ter sido o plano desde o início. Eles saem, vão andar no parque, tira foto de paparazzi e depois um dos dois sai como o vilão e escreve uma música sobre. E é o que o harry disse, a taylor é uma boa compositora, do jeito que ela escreve as músicas, mostra que rolou algo. Mas foi o que eu disse na análise de style, basta olhar por um outro ângulo que tem a resposta. Muita gente acha que o harry foi sem coração e largou a taylor para sair com amigos e ficar em uma jacuzzi enquanto ela estava no barco sozinha, e por isso que ela escreveu style. Já eu e muita gente vemos o deboche com a indústria.
Eu sou vou fazer a análise de out of the woods:
Looking at it now
Last December
We were built to fall apart
Then fall back together
[Olhando agora
No último mês de dezembro
Estávamos predestinados a cair aos pedaços
E nos unimos novamente]
O que aconteceu em dezembro que é tão importante? Eles no parque/zoológico com a Lou Teasdale, baby Lux e mais alguns amigos e depois o beijo no ano novo (odeio profundamente esse momento, o harry está péssimo. Ele queria estar em qualquer outro lugar).
"Nós estávamos pré destinados a acabar". Sim, vão sair um pouco, mostrar que são um casal, one direction lança um álbum, taylor lança um álbum não country, Estados Unidos começa a acompanhar mais one direction porque sai nas notícias que um dos integrantes de uma banda famosa da Inglaterra está namorando uma cantora famosa estado unidense. Depois de um tempo, que tudo já está feito, eles terminam. Mas aí vem 1989 "E nos unimos novamente". Fãs de haylor voltam a shippar e dar ibope.
your necklace hanging from my neck
Two paper airplanes flying, flying, flying
[seu colar no meu pescoço
Dois aviões de papel voando, voando, voando]
eu sei que esses dois trechos não são juntos, mas acho que foi proposital. O famoso colar de avião. Dividir roupa/acessório é um ótimo jeito de mostrar que estão juntos.
And I remember thinking
Are we out of the woods?
Are we in the clear yet?
[E eu me lembro de ter pensado
Estamos fora de perigo?
Já está tudo resolvido?]
I walked out and said: I'm setting you free
[Eu saí andando e disse: Estou te libertando]
Eu acho que essas duas partes também se combinam e é quando tem o término haylor e eles não precisam mais sair para fazer stunt, fingir que estão juntos. Agora o harry está livre para ao invés de sair com ela, ele pode ficar com o louis. Ou ela está liberando-o para ele estar disponível novamente e começar outro stunt/beard.
Na parte que fala "nós estamos longe do perigo? estamos seguros?" para mim faz referência a ela ou ele perguntando se não precisam mais fingir; "será que não tem mais paparazzi nos seguindo? será que já podemos ser quem nós somos?" será que não precisamos mais fingir que somos um casal?"
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noirjolie · 3 years
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Uma viagem pelos delírios de Van Gogh
No livro 'Diários de Vincent: impressões do estrangeiro', Evando Nascimento romanceia os pensamentos e inquietações do pintor holandês.
“O dinheiro parece movimentar tudo no mundo de hoje, mas não me comove. Sou conduzido apenas pela beleza ou simplicidade que contemplo e desejo transportar para a superfície, onde esparramo camadas de tinta.” Essas são palavras atribuídas a Vincent van Gogh, pintor holandês que teve uma vida breve – morreu aos 37 anos, na França –, mas que deixou uma grande contribuição para a história da arte.
A personalidade forte de um dos artistas mais influentes do século 19 é peça central do livro “Diários de Vincent: Impressões do estrangeiro”, idealizado pelo escritor, ensaísta, professor universitário e artista visual Evando Nascimento, e que será lançado pela Editora Circuito, em evento virtual, nesta sexta-feira (18/06). A proposta do romance é sedutora: navegar pelos pensamentos mais íntimos do Vincent de carne e osso, conhecer sua conturbada relação com a família, suas aventuras amorosas, seu senso crítico e sua inteligência fora do comum, tudo isso contado em primeira pessoa. O livro propõe uma mistura de imaginação e realidade sobre textos elaborados pelo pintor durante os quatro últimos anos de vida, enquanto esteve em Paris, Arles, Saint-Rémy-de-Provence e Auvers-sur-Oise.
Em forma de diário fictício, o enredo mostra pensamentos, desejos, impressões, raivas, mágoas, e tudo aquilo que se passava pela fértil mente do artista. “Estes são meus desenhos escritos, ou antes, minha escrita desenhada.”Para isso, o professor Evando Nascimento, natural de Camacã (BA), autor das obras de ficção “Retrato desnatural”, “Cantos do mundo”, “Cantos profanos” e “A desordem das inscrições”, se baseou em leituras de cartas de Van Gogh, além de biografias e estudos críticos, com o objetivo de humanizar o artista e fugir dos estereótipos que foram criados sobre sua sanidade, inclusive no cinema. E não faltam boas histórias para isso: problemas financeiros, consumo excessivo de bebida alcoólica, solidão, indignação por causa da desigualdade social, o abandono da religião e até a relutância em aderir ao impressionismo, muitas vezes por ele criticado, expõem a face mais mundana de um pintor ainda em formação.
Vincent van Gogh, ou simplesmente Vincent, como ele assinava seus quadros, e o motivo é explicado no romance, odiava instituições acadêmicas, mesmo as não oficiais, como os ateliês. Chegou a abandonar duas academias de arte, em Antuérpia e Bruxelas, e teve dificuldades com colegas enquanto fazia aulas em Paris. Ele não aceitava apenas seguir modelos, queria acrescentar algo do seu estilo ao processo criativo: “Tolo de quem segue as normas à risca”.Em contrapartida, tinha compulsão por leitura, hábito que o fazia pensar e lhe dava muito prazer. Desse modo, mesmo sob um forte sentimento de insegurança em relação aos demais pintores da época, preferia estudar por conta própria. Para ele, a arte significava uma combinação de talento, inteligência e sensibilidade, mas que demandava trabalho e dedicação total.Uma das várias cidades em que Vincent morou foi Paris, onde dividia o lar com o irmão Theo. Em seus diários, Van Gogh fala das diferenças entre eles que dificultavam a relação, mas, também, demonstra gratidão pela constante ajuda financeira que recebia do caçula da família. A história mostra um pintor incomodado por viver em “tempos difíceis” para os artistas e que temia por uma geração que corria o risco de morrer jovem, sem conhecer a devida consagração.
“Não se pode comer tela, tinta, pincel. [...] Infelizmente a norma atual do comércio é: artista bom é artista morto.” E se você acha que já ouviu algo parecido por aí, os diários também abordam temas que ainda estão em voga, como: “A fome é um problema social grave de nossos tempos” e “A Terra não é plana”.A vida noturna de Paris agradava aos irmãos Van Gogh, que, devido aos exageros, acabaram prejudicando a própria saúde. As histórias contadas por Evando Nascimento mostram muitas relações oriundas da boemia francesa, que arrebatavam o coração do pintor holandês.Uma delas foi a italiana Agostina Segatori, dona de um restaurante. Apesar disso, Vincent sonhava com uma esposa que unisse características como “força e doçura”, e afirmava: “Mais vale morrer de paixão do que de tédio”. O artista vivia em marés de afeto e desafeto com a própria família, criticava a relação submissa da mãe em relação ao pai, e falava da necessidade de se respeitar mais as mulheres.
Existem alguns hiatos entre as anotações de Van Gogh. Por vezes, ele perdia os cadernos durante o trabalho, e só voltava a encontrar-los semanas depois. Porém, é fácil identificar que Vincent admirava culturas diferentes. Ele falou com muito amor sobre o Japão, país que nunca chegou a visitar, mas que influenciou em seu modo de observar a arte. O pintor adorava as coloridas estampas do país oriental, os 'crépons', como ele mesmo como chamava, por causa do papel com que eram produzidas. Outro exemplo disso é que, além do holandês, sabia ler em mais três línguas: inglês, alemão e francês. Adorava Balzac, Huysmans, os irmãos Goncourt, Maupassant e Flaubert. Muito se comenta sobre o episódio em que Van Gogh perdeu parte da orelha e também sobre sua saúde mental. Mas o livro tem uma proposta diferente, pois o próprio pintor nos conta a sua versão da história. A dinâmica de escrita e o ritmo do texto mudam quando o holandês está internado em um asilo. Ainda assim, é interessante observar que, mesmo após um diagnóstico de ‘epilepsia latente’, e recomendações médicas para que evitasse fortes emoções, o talento brilhante de um homem que viveu pela arte se manteve intocado até seus últimos dias: “A vida perde valor quando experimentada sem o que os gregos chamavam de páthos, um estado que independe de nossa vontade, podendo nos levar aos píncaros da felicidade – ou às funduras do infortúnio”.
Trecho
“Assim, dentre os pintores que são grandes, Paul Cézanne pode ser colocado como um místico, pois é lição de arte o que nos dá, ele vê as coisas por si mesmas, mas por sua relação direta com a pintura, ou seja, com a expressão con- creta de sua beleza. Ele é um contemplativo, observa esteticamente, não objetivamente; exprime-se pela sensibi- lidade, ou seja, pela percepção instintiva e sentimental das relações e acordes. E como assim sua obra faz fronteira com a música, podemos repetir de maneira irrefutável que é um místico, sendo esse último meio o supremo, o do céu. Toda arte que se musicaliza está no caminho de sua absoluta perfeição. Na linguagem ele se torna poesia, na pintura torna-se beleza".
“Diários de Vincent: impressões do estrangeiro”
•Evando Nascimento
•Editora Circuito
•354 páginas
•R$ 60
•Lançamento: hoje,sexta-feira (18/06), às 18h
ENTREVISTA
Evando Nascimento
"Van Gogh foi um dos maiores escritores de todos os tempos" Como foi o processo de pesquisa para a produção do livro? Por que você decidiu por Vincent van Gogh?
Em 2015, fiz uma viagem à Holanda com a intenção de revisitar esse museu, que conheci em 1992, e também um outro, o Kröller-Müller, o segundo no mundo em quantidade de obras de Van Gogh. Voltei ao Brasil determinado a escrever uma ficção a respeito. Procurei uma edição das “Cartas” na internet e encontrei os seis volumes enciclopédicos da Editora Actes Sud, que fica em Arles, onde Van Gogh morou. Lendo a vasta cor-respondência, surgiu o desejo de escre- ver um diário ficcional sobre os dois anos em que ele viveu em Paris com Theo, quando escreve pouquíssimas cartas, pois o irmão era seu maior correspondente.Quis preencher essa lacuna ima- ginando fatos a partir dos poucos documentos existentes. Depois criei gosto e fui até o final, quando ele morre em Auvers-sur-Oise. Mas não me ative somente à correspondência, que é estupenda. Consultei também as melhores biografias e diversos estudos críticos, além de catálogos de exposições. À medida que lia, fui escrevendo alguns episódios isolados, sempre numa narrativa em primeira pessoa, a do próprio artista, num caderno. A partir de determinado ponto, dei uma sistematicidade maior à escrita, cobrindo períodos mais largos, até concluir. A primeira versão ficou pronta em 2019. Dei um ano de descanso ao manuscrito e retomei no final de 2020. Foram mais três meses de reescrita, até me dar por satisfeito.
Para escrever o romance, você estudou a obra de Van Gogh a fundo. O quanto você usa da imaginação autoral e do exercício ficcional, e o quanto o livro carrega de fatos sobre o artista?
É quase impossível avaliar o quanto exatamente entrou de imaginação e o quanto entrou de realidade no romance. Posso apenas afirmar que, em linhas muito gerais, sou bastante fiel ao ho- mem excepcional que foi Van Gogh, muito diferente do mito redutor do gênio louco e suicida. As cartas e alguns estudos históricos bem fundamentados me deram os principais fatos que inte- ressavam ao retrato que eu desejava compor. Mas estou plenamente consciente de que é uma interpretação minha, e que outros interpretam de outra maneira, tal como fizeram biógrafos e cineastas. Nessa leitura pessoal, o simples recorte dos fatos a serem narrados já é parte da ficção. Além disso, há elementos inspirados em Van Gogh, mas que ele não necessariamente vivenciou e sobretudo não narrou, como fez com inúmeros episódios de sua existência.
Os diários dão acesso às convicções, incertezas, anseios, medos e aventuras do pintor holandês. O que o leitor poderá perceber sobre a personalidade de Van Gogh?
Espero que meu leitor perceba um personagem culturalmente riquíssimo, bastante contraditório e muito sensível. Lendo sobretudo as cartas, descobri uma pessoa que não cabe na camisa de força do mito. Van Gogh era um homem cultíssimo, que lia compulsivamente o tempo todo em três línguas, além do holandês: francês, inglês e alemão (este bem menos). Falava inglês e francês fluentemente e também escrevia nessas duas línguas – um terço das longuíssimas cartas é em francês. Adorava lite- ratura francesa, Zola e Balzac eram seus ídolos. Tinha também um enorme repertório de pintura, adquirido desde que trabalhou como marchand na empresa de quadros e reproduções de seu tio Cent, a Goupil & Cia, a maior daquela época. Visitava com frequência museus e galerias. Foi um artista cosmopolita, viveu em seis cidades importantes: Haia, Amsterdã, Londres, Bruxelas, Antuérpia e Paris, além de várias cidadezinhas do interior da Holanda, Inglaterra, Bélgica e França. Fez grandes amigos, como os pintores Émile Bernard e Paul Gauguin, mas também com gente simples como o carteiro Roulin, que pintou mais de uma vez. Teve três grandes paixões, a última delas Agostina Segatori, italiana dona de um restaurante frequentado por artistas. Por fim, mas não o menor, depois da leitura das cartas posso afirmar que foi um dos maiores escritores de todos os tempos. Seu estilo é simplesmente esplêndido e precisa ser tão reconhecido quanto as pinturas. Não pensei em nenhum momento em imitá-lo, mas sim em forjar um estilo inspirado no modo como ele escrevia, no entanto, com dife- renças marcantes. Uma emulação bastante inventiva. Posso afirmar que a vida é dele, mas a escrita é minha.
Em seus escritos, Vincent van Gogh celebra o ‘avanço das ciências’, ressalta que a Terra é redonda, e critica o modo como os pintores eram tratados ao afirmar que, naquela época, ‘artista bom era artista morto’. Você enxerga semelhanças com o Brasil atual? Se estivesse vivo, o que o pintor pensaria a respeito do nosso país?
Quando li numa carta essa frase sobre a obviedade de a Terra ser redonda, me lembrei logo dos terraplanistas e resolvi colocá-la no romance. O livro tece, sim, sutilmente, algumas relações com o Brasil antigo e atual, de forma crítica mas também positiva. Há inclusive alguns (poucos) anacronismos intencionais. Quanto à frase “artista bom é artista morto”, ele nunca a pronunciou, mas o sentido crítico que atribuo está na correspondência. Em vários momentos, ele fica indignado que, após a morte de um pintor como Millet, por exemplo, a obra dele dobre ou triplique de preço. Ou seja, para os galeristas, depois de falecer é que a obra de um pintor se torna de fato “boa” para comercializar. Ora, isso vai se repetir ao longo de todo o século 20. A obra do próprio Van Gogh vale mil vezes mais hoje do que quando ele era vivo. Aliás, só conseguiu vender um único quadro em vida, por baixo preço. Há uma crítica cerrada em meu romance ao fato de os artistas lucrarem em geral menos do que quem comercializa suas obras, com poucas exceções. Essa é uma discussão que ele suscita e que continua a ter uma atualidade imensa: é preciso morrer para ser efetivamente valorizado. A especulação financeira em torno da arte atingiu dimensão estratosférica no século 21. Van Gogh, cujo irmão era marchand como ele mesmo foi na juventude, antecipou a explosão abusiva do mercado de arte.
No quarto caderno, quando o artista está em um asilo, o estado de saúde de Van Gogh chega a comprometer as próprias anotações. Como foi reproduzir esse período e o que ele pode nos trazer de aprendizado?
Essa foi uma parte em que utilizei muita imaginação. Na verdade, ele só escrevia cartas no asilo quando não estava em crise. E não eram cartas delirantes, ao contrário, se ele mesmo não falasse da enfermidade não seria possível identificar um louco somente pelo estilo da escrita. Fora das crises, ele manteve uma lucidez que impressiona. Mas achei interessante que meu personagem tentasse escrever durante as crises ou logo depois, quando ainda estava imerso na tormenta psíquica. Aí fiz um experimento de linguagem, em que insiro fatos reais numa fala em parte desconjuntada, em parte lúcida. No romance isso é enriquecedor, numa biografia verídica seria catastrófico. É por isso que peço que leiam o livro, antes de tudo, como ficção baseada em fatos, tal como quando se vai ao cinema ver a história de um personagem real reinventada, e não como documentário. A diferença é que optei pela forma diário e não pelo narrador em terceira pessoa. Isso traz uma complexidade especial, já que esse diário jamais existiu.
Há 10 anos, em maio de 2011, quando perguntado sobre seus próximos projetos, você disse ao Estado de Minas: “Estão a caminho: o anunciado quase romance por vir, as duas peças de teatro, um livro de poemas, dois livros de ensaio, minhas correspondências incompletas, uma instalação poética e outras coisas que forem surgindo ao longo da estrada. Bote pelo menos uns dez anos de traba- lho nisso (risos)”. Qual balanço você faz desse período que passou e o que espe- rar da próxima década?
Dez anos depois, rio de mim mesmo... Há uma distância enorme entre intenção e gesto, sempre. Nesse período, publiquei dois livros de contos, um livro de estudos sobre Clarice Lispector, diversos ensaios sobre literatura e estética e um livro com textos meus e de Jacques Derrida na França, além de escrever esse romance vangoghiano. Voltei também a desenhar como fazia na adolescência, e comecei a pintar e a fazer colagens. Escrever sobre Van Gogh é um desdobramento de minha paixão pelas artes visuais. Antes de optar pela literatura e pela filosofia, pensei muito em me tornar artista plástico. Por vias muito tortas, só agora estou cumprindo meu destino. O único dese- nho que ousei pôr nesse romance é uma singela homenagem a Van Gogh e ao adolescente que fui: um girassol feito com grafite, que uma amiga chamou de “o olho de Van Gogh”, e com razão! Quanto ao futuro, desta vez não arrisco nada.
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