Tumgik
#Ante la incapacidad de dormir
kevotsuka · 3 months
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Sasosaku save me ...
Sasosaku
Save me sasosaku
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cherrypiestories · 2 months
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Capítulo 3 - Amor de perdição
08 de Maio de 2011, 05:00 AM – Pedro Juan Caballero, Paraguai
Raul desceu de seu helicóptero em meio a uma clareira, próxima à sua plantação de maconha; ao seu lado, Martin Madrazo e Percy Chaccón. Passaram próximo às plantas, Raul colheu uma folha, colocou na boca e laqueou. Seus associados o aguardavam próximos às tendas, parados em formação.
Dentro de um dos acampamentos, Garcia, amarrado, amordaçado e com um saco plástico na cabeça. Quando os três adentraram, o saco foi removido, o dito “rei da fronteira” cuspiu sangue e arfou profundamente. Raul se aproximou, dobrando a manga de sua camisa. Alguns segundos depois, ele deu alguns tapas na cara dele, fazendo-o acordar.
- Soube que está atrapalhando o progresso dos irmãos, isso procede? – Fico questionou.
- Procede sim, senhor! – Ele exclamou, arfando e cuspindo sangue novamente.
- Então está ciente do porquê foi decretado. Isso é bom! – Fico pontuou, sinalizando para que o levassem para o lado de fora.
Amarraram o Garcia em um pedestal de madeira, com seus braços abertos. Fico vestiu uma capa de chuva transparente e tomou uma machete em mão. Antes de começar, cuspiu a folha mascada no chão, sentindo uma corrente elétrica passar por seu corpo.
No primeiro golpe, separou o braço direito do sujeito, que ficou pendurado ao mastro. No segundo, levou sua perna esquerda. À esta altura, sua capa já estava vermelha. – Podem trazer os cães, esse aqui já está subindo! – Ele zombou, passando a machete para Percy, que assumiu seu lugar. Terminando com os restos do sujeito.
Os retalhos de Garcia foram servidos aos cães, e o aviso de que a fronteira com o Brasil estava livre foi enviado. Fico e Percy se limparam, conversaram com seus afilhados e deixaram o local com Trevor. Sobrevoaram a plantação, até chegar a uma pista de pouso clandestina, mudando do helicóptero para um jatinho particular.
08 de maio de 2023, Segunda-feira, 19:00 PM – Manhattan, NY
A Mercedes GLA 250 de Raul parou frente ao prédio de Victória. Ele se lembrou da fatídica eliminação do ”rei da fronteira”, uma das últimas ações realizadas ao lado de seu amigo, Percy Chaccón; temido assaltante de bancos e antigo braço direito de Fico Segundo. Há cerca de dez anos, havia sofrido um acidente de moto, colidindo com uma carreta e ficando tetraplégico aos quarenta anos.
Martin Madrazo havia sido enforcado com o cadarço de seu tênis, na prisão estadual de Stockton. Daquele tempo, apenas Fico estava em atividade. Ele lamentava a morte ou a incapacidade da velha escola, sentia falta da rigidez da malandragem.
Cristina tinha grande responsabilidade na destruição da vida de Percy e Victória. Suas escapadas com o ex-sócio de Fico, levaram Ângela ao suicídio. Comprimidos para dormir e bebida foram seus algozes. Victória chegou do colégio e encontrou a mãe, no chão do banheiro, vítima de uma overdose induzida.
Os eventos trágicos vividos por Victória a desestruturaram completamente. Seu pai não era mais o mesmo; viúvo e excluído do comando, Percy se perdeu, caminhando para o acidente que por pouco não custou sua vida. Fico não o matou pelas traições, mas, este preferia estar morto à ficar de fora daquilo que mais amava.
Raul foi tirado do transe pelo manobrista, que batia em sua janela. Ele pegou sua carteira e seu celular, entregou a chave do carro ao jovem e se encaminhou para dentro. Parou frente as portas do elevador, respirou fundo e selecionou o andar do apartamento de Victória.
Enquanto subia até o andar escolhido, lembrava-se da promessa feita à Denise. Ele havia concordado em acabar com o sexo casual, mas, não poderia abandoná-la à própria sorte. Raul sabia que tinha de lidar com as consequências de seus atos passados e presentes, ainda que o incomodassem profundamente. Denise não entenderia.
Ele caminhou pelo corredor, passando pelas portas dos apartamentos vizinhos. Sentia-se como Dany Torrance, caminhando até a suíte mais perigosa do hotel Overlook. Tocou a campainha e aguardou. Alguns minutos depois, a enfermeira que cuidava de Percy o atendeu.
- Olá, em que posso ajudar? – Ela perguntou, olhando-o de cima à baixo e lançando um sorrisinho sacana.
- Vim ver meu amigo, Percy! – Raul exclamou, desconsiderando-a apesar da beleza.
- Como devo anunciá-lo? – Ela perguntou, percebendo o corte cirúrgico por parte dele.
- Raul Cortez! – Ele pontuou.
A jovem enfermeira adentrou o apartamento, parecendo incomodada com o descaso do bonitão. Demorou-se um pouco à voltar, mas, Raul manteve-se paciente.
- O senhor pode entrar! – Ela disse, insatisfeita.
Raul a seguiu até os aposentos de seu amigo. Ele estava em sua cadeira anatômica, observando a janela. – E aí, vagabundo, como está? – Percy disse, rindo. A enfermeira não imaginava que seu paciente fosse ficar tão animado com a visita. – Vanessa, nos dê licença, por favor!
- Estou fodido, mas, você parece bem! – Raul exclamou, sentando-se ao parapeito, frente aos olhos dele.
- Estou feliz que tenha vindo me ver, já faz algum tempo desde nosso último encontro! – Percy pontuou. – Fique para o jantar, a Vivi vai adorar!
- Ficarei por você! – Raul disse, engolindo em seco.
- Isso me alegra! – Ele exclamou.
- Como estão as coisas por aqui? Precisam de algo? – Raul questionou, realmente preocupado.
- Está tudo bem, a Vivi conseguiu um ótimo emprego. Ela é minha salvação! – Percy exclamou, parecendo orgulhoso, mas, seu amigo sentiu um enorme aperto no peito.
- A Victória é uma ótima garota! – Raul exclamou, sorrindo um pouco sem graça.
Percy não fazia ideia de que Raul bancava seu tratamento, seus remédios, seus cuidadores e todas as despesas de sua casa, incluindo os luxos de Victória. O apartamento onde moravam também pertencia à ele, bem como a empresa onde ela trabalhava.
- Como estão Marco e Mônica? Não os vejo há algum tempo! – Ele questionou.
- Estão bem. Marco foi para a França com a noiva e Moe está em casa com minha esposa e enteada! – Raul esclareceu, evitando tocar no nome de Cristina. Isso não seria nada confortável, para nenhum dos dois.
- Você ainda está em atividade ou o Fico Terceiro já assumiu? – Percy perguntou, parecendo bastante interessado.
- Até o momento só existe Fico Segundo! – Raul exclamou, sorrindo de um jeito malicioso. Seu amigo riu amplamente.
- Tu lembra da primeira vez que fomos pra tranca? – Percy perguntou, rindo.
- Culpa sua, foi cobrir o sargento de porrada. Tava pensando em quê? – Raul exclamou, rindo ainda mais.
- O filho da puta ficou todo ferrado! – Percy disse.
- Pode crer! – Raul completou.
- Tu não tinha nem bigode quando entrou pro quartel! – Percy sacaneou com ele.
- Porra, vacilo falar isso! – Raul disse, rindo outra vez.
- E aí seus maloca! – Victória disse, entrando repentinamente no quarto.
- Qual é Vivi? – Raul perguntou, cumprimentando-a de longe.
- Vocês estão com cara de quem está aprontando! – Vic exclamou, rindo e se aproximando de seu pai. Ela o abraçou e deu um beijo em sua testa.
- É só resenha! – Percy exclamou, rindo.
Após alguns minutos, Vanessa parou na porta do quarto e disse: – Senhor Chaccón, está na hora do seu jantar, posso servir?
- Claro! – Ele respondeu. Victória o conduziu até a sala de jantar, sendo seguida por Raul.
Antes que pudessem se acomodar à mesa, o celular dele tocou. Raul pediu um minuto para atender e voltou para o quarto de Percy, sentando-se novamente no parapeito da janela. Do outro lado, Caio Valério aguardava.
- Salve meu padrinho! – Valê exclamou.
- Dá o papo! – Raul exigiu.
- Pegamos dois aqui no beco dando mole. O senhor quer dar um confere? – Valê perguntou.
- Amacia eles aí, chego em meia hora, já é? – Raul exclamou, desligando em seguida.
Raul voltou para a sala de jantar, um pouco acelerado, mas, ainda assim, tentando manter o clima ameno. Sentou-se ao seu lugar, mas, sua cabeça não parava de fervilhar.
- Tá tranquilo? – Percy questionou.
- Tô sim irmão, mas, não vou poder ficar para a sobremesa! – Raul exclamou, tentando não prolongar muito a conversa.
- Função? – Percy insistiu.
- É por aí! – Raul disse, concentrando-se em seu prato.
Victória ficou excitada ouvindo-o falar como um delinquente. Achou por bem passar um de seus pés pela perna dele, mas, ele desviou seu toque, surpreendendo-a.
- Por que a Mônica não veio? – Ela questionou, aborrecida com ele.
- Ela e as meninas estão preparando as coisas pra voltarmos pra Califa! – Raul disse, desconsiderando seu tom.
- Nossa, mas, vocês acabaram de chegar! – Vic exclamou, revirando os olhos.
- Eles têm assuntos à resolver! – Percy pontuou. Raul assentiu.
- Que correria! – Ela disse, revirando os olhos. Enquanto alimentava Percy, Vanessa estava observando Raul, e seu jeito abusado irritava Victória.
- Pior Vivi! – Ele exclamou, sorrindo de um jeito tímido. O coração dela tamborilou.
- Pelo menos você veio nos visitar! – Ela disse, fazendo-o engolir em seco.
- Eu não iria embora sem me despedir! – Raul exclamou, tentando parecer casual.
- Bom senso, não é, amado! – Vic pontuou, revirando os olhos. Raul sabia que ela podia ser rancorosa às vezes, mas, suas indiretas estavam ferrando com ele.
- Nunca errou! – Ele disse.
- Quando vocês voltam? – Ela questionou, surpreendendo à todos.
- Não sei dizer, temos muitos perrecos pendentes! – Raul pontuou, tentando esquivar-se.
- Aposto que sim! – Vic exclamou, lançando um olhar efusivo para ele.
- Deixa baixo! – Ele pediu.  
- Como sempre! – Ela declarou, dando um chute na canela dele.
- Obrigado pela recepção, meu cria! – Raul disse, tentando disfarçar a dor.
- Porra, já vai? Mal tocou na comida! – Victória questionou.
- Eu preciso ir, sinto muito! – Ele lamentou, levantando-se. Ela também se levantou, seguindo-o até a porta do apartamento. Ele podia ouvir seus passos pesados, e isso o deixava temeroso.
- O que está rolando contigo? – Ela questionou, segurando a porta.
- Vamos conversar ali fora, por favor! – Ele pediu, sussurrando. Ambos saíram, ela fechou a porta atrás deles.
- Por que você vai embora, amor? – Vic perguntou, puxando-o pelo braço.
- Tô na atividade! – Raul esclareceu, tentando livrar-se dela.
- Você está agindo de um jeito muito estranho! – Ela exclamou, revirando os olhos.
- Presta atenção boneca, vou fazer tudo que estiver ao meu alcance pra que você e o coroa fiquem na boa, mas, nosso lance acabou! – Ele exclamou, beijando o rosto dela.
- Do que você está falando? Por quê? – Victória exigiu, seguindo-o pelo corredor.
- Porque a casa caiu. Melhor você ficar na encolha e não aparecer por um tempo. Se precisar de alguma coisa, chama no pré-pago! – Raul disse, parando frente à porta do elevador.
- Caralho, que merda, eu não quero dinheiro, quero você! – Ela exclamou, parecendo aborrecida.
- Acha que isso não dói em mim, meu amor? Mas, a única coisa que posso te dar é dinheiro! – Ele admitiu, selecionando o andar do piso térreo.
- Não faça isso comigo! – Ela exigiu, e ambos adentraram o elevador.
- Me perdoe por isso, mas, as coisas estão complicadas pro meu lado! – Raul disse, e ela o agarrou. As portas fecharam. Ele a acolheu em seus braços.
- Você veio aqui pra terminar comigo? – Vic questionou, com lágrimas nos olhos.
- Não chora, amor, tem que ser assim! – Ele pediu, limpando as lágrimas dela.
- Eu te amo! – Victória exclamou, beijando a boca dele.
- Eu também te amo, Vivi, mas essa parada tá errada. Você tem que seguir sua vida! – Ele lamentou, e um nó se formou em sua garganta ao ver o sofrimento dela. As portas do elevador abriram, ambos se afastaram.
Raul saiu do prédio, imaginando que Victória não aceitaria o término. Essa não era sua maior preocupação, mas, ainda assim, o pensamento pairava por sua mente. O trânsito à sua frente parecia suas ideias mais frenéticas. Ele não gostaria de chorar perto dela, por isso, seu carro foi o confessionário. Ele esvaziou seu cantil de whisky, tentando amenizar.
Ao chegar à zona portuária, ele se lembrou da madrugada lancinante que teve. O momento não correspondia ao status quo, ele estava ali por outro motivo. O fardo da chefia era pesado, mas, ele tinha o costume de suportar. Desceu do carro e se encaminhou para a entrada.
- Qual é, neguinho, onde pensa que vai? – O segurança do local exigiu, colocando o cano na cara dele.
- Porra, Gilmar, tu é o bicho! – Raul exclamou, rindo e abraçando seu amigo.
- Satisfação, meu padrinho! – Gilmar disse, na sagacidade.
- Cadê os moleques? – Ele questionou.
- Lá no fundo, patrão! – Gilmar exclamou, apontando com os olhos. Suas mãos estavam ocupadas com uma AK47.
- Vamos passar esses filhos da puta! – Raul disse, encaminhando-se para dentro. Gilmar o seguiu. Ao chegarem, encontraram Valê e Fredo, apavorando os malucos. – Quem são esses caras?
- Dois cabeças secas que estavam na minha cola. Satisfação, padrinho! – Fredo exclamou.
- Porra, agora vocês arrastam os botas? Qual é a cena? – Raul disse, revirando os olhos.
- Eles chegaram metendo moral e pedindo grana! – Valê esclareceu.
- Que grana, seus merdas? – Raul questionou, antes de dar um tapa na cara de cada um dos filhos da puta que estavam amarrados.
- Aquela do depósito do Ortega! – O meganha da direita respondeu.
- Quem me garante que não foram vocês que passaram fogo naquela porra e sumiram com o dinheiro? Cês tão de sacanagem comigo, caralho? – Raul exigiu, transparecendo aborrecimento.
- Não senhor! – O meganha da esquerda exclamou.
- Bota esses merdas de volta no saco! – Raul exclamou, e Gilmar se adiantou.
- Não, pelo amor de Deus, senhor! – Eles imploraram.
- Pelo amor de Deus o quê, filho da puta? – Raul questionou, se aproximando.
- O Ortega quer um nome, ele tá pressionando! – O meganha da direita exclamou.
- Vou mandar tua língua pra ele, acha que vai servir? – Raul pontuou, rindo da cara deles. – Não fode, porra!
- Não coloca a gente no saco, a gente fala! – O meganha da esquerda implorou.
- Fala o que, caralho? – Raul exigiu.
- Onde o Ortega está! – Ele exclamou.
- Tem mais algum cu azul envolvido? – Raul inqueriu, enfiando o cano na boca do cara.
- Não tem não, senhor! – O meganha da direita exclamou.
- Tem certeza, filho da puta? Não vou perguntar outra vez! – Raul exigiu, destravando a arma.
- Tenho sim, senhor! – Ele exclamou, engasgando.
- Dá o papo logo, vou largar o dedo! – Raul pontuou, colocando o dedo no gatilho.
- Ele tem uma concessionária no Brooklyn! – Ele respondeu. Raul explodiu a cabeça do meganha da esquerda.
- Passa esse otário aí e some com tudo! – Raul disse, recebendo um lenço de Valério e limpando o cano de sua arma.
- Entendido, patrão! – Fredo exclamou.
- Você não, porra, os dois aí. Você vem comigo! – Raul pontuou, saindo do local. Ele o seguiu imediatamente.
- O que o senhor precisa? – Fredo questionou.
- De onde saíram esses caras? – Ele exigiu, guardando sua arma.
- São dois idiotas aqui da área. Vieram falando que queriam uma grana pra sumir, porque o Ortega tá pressionando, querendo saber quem foi o responsável pela operação na boate e os caralhos! – Fredo esclareceu.
- De certa forma, eles conseguiram sumir! – Ele zombou.
- Podemos dizer que sim, mas, o que faremos com o Ortega? – Fredo perguntou.
- Vamos ter que passar esse filho da puta logo! – Raul pontuou.
- Claro, padrinho! – Fredo concordou.
- Aquele merda abriu caminho para o Galindo, mas, nós vamos fechar! – Ele esclareceu. – E o Caíto, descolou alguma coisa?
- Sei que o senhor não quer minha opinião, mas, acho que ele não tem nada à ver com as cagadas da Cecília! – Fredo pontuou.
- Pode falar, moleque, qual foi? – Raul questionou, sacando um cigarro e acendendo.
- Levei um papo com a Victória, e pelo jeito, a Cecília só estava querendo arrumar um acompanhante para a Mônica ir ao casamento. Nada à ver com o comando ou qualquer coisa parecida. Acho que ela não tinha noção de quem o Menéga realmente era! – Fredo pontuou, acendendo um cigarro também.
- Impossível, porque o Menéga já era sócio do Ortega antes mesmo de iniciarmos nossas operações com a P.C Média. Não precisa se culpar pelo que aconteceu com ele. Uma hora ou outra a casa ia cair! – Raul esclareceu.
- Espera, o senhor quer dizer que ele já era faccionado quando me pediu para apresentá-los? – Fredo questionou, completamente perturbado.
- Exatamente; ele vinha tentando me vender a operação do Ortega há uma cota. O Caíto vivia me enchendo o saco pra armar um encontro, mas, como o Menéga era um cagoete filho da puta, e eu não gosto de trabalhar com gente assim, nunca aceitei! – Raul pontuou.
- Porra! – Fredo exclamou, esfregando o rosto nervosamente.
- Me desculpe por não ter dado o papo logo de cara, mas, não sei o quanto o Caíto está devendo nessa, então, tenho que ser cauteloso! – Raul exclamou, apertando o ombro do afilhado.
- Quem é o Galindo? – Fredo perguntou, tentando entender.
- Um bostinha que vive na fronteira com o México, brincando de chefe de Cartel com os índios e os Yankees! – Raul exclamou, revirando os olhos.
- Caralho, padrinho, esse puto fornece pro Ortega? – Ele questionou, demonstrando preocupação.
- É por aí! – Raul exclamou.
- Vamos derrubar o barraco desses comédias! – Fredo pontuou, sentindo raiva por ter sido usado por alguém que considerava amigo.
- Vamos sim, mas, na calma. Não quero erros nessa parada! – Raul disse, jogando a bituca fora.
O celular pré-pago de Raul tocou mais uma vez, do outro lado, um de seus braços, Arturo Urquiza, vulgo Argentino. Ele pediu um tempo para atender, afastando-se um pouco de Fredo.
- Padriño! – Arturo cumprimentou.
- Fala aí, irmão! – Raul respondeu.
- Se liga, chefe, tem uma pica com o Romero pra resolver! – Ele exclamou.
- Caralho, Argentino, pica é o que eu tenho, isso aí é uma rola que puta que pariu! – Raul disse, gargalhando.
- Já está voltando? – Arturo questionou, rindo muito também.
- Aguenta a mão aí, meu braço, chego amanhã! – Raul esclareceu, acendendo outro cigarro.
- Já é! – Ele disse, antes de desligar. Raul voltou ao encontro de seu afilhado, que parecia bastante desconfortável. Gilmar e Valê saíram do galpão. – Qué passa?
- Tudo certo no bagulho! – Gilmar exclamou.
- Vamos vazar daqui! – Raul disse, encaminhando-se para seu carro.
- Pode crer! – Gilmar confirmou, dando área também.
- Até que foi suave! – Valê exclamou, esfregando o rosto nervosamente.
- Vai se foder, Caio! – Fredo disse, segurando-o pela gola da camisa.
- Caralho, qual foi? – Valê exigiu, espantado.
- Qual foi o quê, porra? Esses filhos da puta vieram atrás de mim por causa das suas ambições. Quando pretendia me contar sobre sua “amizade” com o Menéga? É melhor tu pedir pra sair, senão, eu vou te ripar, vacilão do caralho! – Ele exclamou, empurrando Caio.
- Tá falando de quê? – Valê questionou.
- Acabei de fazer papel de otário pro patrão, tentando limpar sua água, e você de conchavo com a concorrência? Quero você fora do comando e da cidade. Tem até amanhã! – Fredo disse, virando-se para ir embora também.
À caminho de seu carro, Fredo ligou para Raul e explicou o que havia acabado de acontecer. Ele lamentou a decisão, mas, não questionou, pois, o Gago fez o que tinha que fazer. A situação entre os dois se tornou insustentável quando os vacilos da família de Caio repercutiram sobre a rotina de Fredo.
Ao chegar na garagem do prédio de Mônica, o pré-pago de Raul tocou novamente. – Padriño, escuta me! ­– Valê exclamou, apavorado.
- Caíto, essa porra tinha que acontecer! – Raul pontuou severamente.
- Eu vou ser penalizado por causa de uma cagada de adolescente? – Ele questionou, parecendo bastante aborrecido.
- Você sabe que não é só isso. Se a Cecília transitava livremente pelo território inimigo, é porque tem coisa errada. Considere-se com sorte, está saindo vivo. Faça o que o Gago mandou! – Raul disse, preparando-se para encerrar a chamada.
- Porra, padrinho, te acompanho há mileduque! – Ele exclamou.
- Não fode, Caio. O decreto começa correr à partir de amanhã! – Raul exigiu, encerrando a chamada.
Ele se encaminhou para o apartamento, com a cabeça pesada, cheio de paranoias. Todas as merdas aconteceram de uma vez, e ele lamentava ter que fazer tudo tão às pressas. Ao chegar, pegou a chave e destrancou a fechadura.
Denise se adiantou e abriu a porta, exigindo: – Tu tava onde, porra?
- Negócios! – Ele exclamou, passando por ela e encaminhando-se para o banho.
- Me fala, Raul, onde você estava? – Ela exigiu mais uma vez, puxando-o pelo braço.
- Abaixa o tom! – Raul pontuou, encarando-a seriamente.
- Tu tava com aquela vagabunda? – Denise gritou, empurrando-o.
- Tava na puta que pariu, foda-se onde é que eu tava, caralho! – Ele gritou de volta, afastando-se dela. Denise deu um tapa na cara dele. Raul ficou vermelho de raiva.
- Olha como fala comigo, filho da puta! – Denise exigiu, tentando se aproximar. Raul segurou as mãos dela antes que o batesse novamente e encarou seus olhos com uma fúria jamais vista.
- Nunca mais me chame assim, ou, essa porra não vai acabar bem! – Ele exclamou, soltando-a e se encaminhando para o banheiro.
- Agora você me ameaça? – Denise o seguiu, questionando.
- Escuta aqui, meu amor, eu não sou homem de ameaças, mas, também não sou de machucar mulheres. Não me provoca, caralho! – Raul pontuou, encarando-a. Ela avançou sobre ele.
- Vai fazer o que? – Denise exigiu. Raul foi sobre ela, pegando-a no colo. O vestido dela subiu.
- Vou te foder! – Ele respondeu, afastando a calcinha dela, penetrando-a em seguida. Ela gemeu e arqueou a coluna, sentindo sua pele estremecer.
- Cachorro! – Ela disse, mordendo o lábio inferior antes de beijá-lo. As penetrações ficaram mais rápidas e profundas. Ele rasgou o vestido dela, expondo seus seios, chupando seus mamilos em seguida. – Ai caralho! – Ela gemeu.
- Fala que me ama! – Ele exigiu, colocando-a no chão, virando-a contra a parede e penetrando-a por trás com voracidade. Ele agarrou o cabelo dela, fazendo sua cabeça encostar contra seu peito. – Fala, caralho!
- Eu te amo! – Ela gemeu mais uma vez. Ele deu um tapa na bunda dela, antes de rasgar completamente seu vestido.
- Fala mais uma vez, eu não escutei! – Raul exigiu, soltando seu cabelo e agarrando seu quadril.
- Eu te amo, porra! – Ela gritou, empurrando contra ele, aumentando a intensidade da foda.
A intimidade dela se apertou em torno dele, fazendo-o suspirar. Suas transas costumavam ser intensas, mas, nenhuma como essa. Ela sabia o quanto podia ser perigoso provocá-lo, mas, isso a deixou com muito tesão. Ele mordia o pescoço dela, enquanto empurrava com força para dentro. Os dois gozaram juntos.
- Você me ama? – Ela questionou, virando se para ele, buscando o fôlego e tentando conter os tremores de suas pernas.
- Eu te amo, minha gostosa! – Ele respondeu, puxando-a para si e beijando-a.
- Tá falando da boca pra fora? – Denise perguntou, encarando seus olhos.
- Claro que não, amor! – Raul pontuou, apertando-a em seu abraço. – Eu prometi que não iria mais te trair, estou cumprindo minha promessa, então, não fica no meu pé!
- Onde você estava? – Ela questionou, beijando-o em seguida.
- Denise! – Ele exclamou, revirando os olhos.
- Me fala, amor! – Ela pediu, apertando-o. Ele a puxou para baixo do chuveiro, tirou o resto da roupa, abriu o registro e a água quente caiu sobre os dois.
- Eu tava em uma missão, passei dois canas e exclui um dos meus braços por insubordinação! – Raul respondeu, apertando-a novamente. – Satisfeita?
- Porra, Raul, que merda! – Denise exclamou, parecendo espantada.
- Você não deveria ouvir essas coisas, mas, se faz questão, vou te contar tudo, tá certo? Eu tô te dando o papo porque te amo, mas, para de ficar me pressionando! – Ele pontuou, beijando-a.
- Você me ama? – Ela perguntou, sorrindo de um jeito sacana.
- Pra caralho; acha que eu deixaria você mandar em mim se não amasse? Mas, para com essa porra dessa fanfarronice! – Raul exclamou, dando um tapa na bunda dela.
- Você é tão mandão, isso me deixa excitada! – Denise pontuou, mordendo o lábio inferior dele.
- Foi por isso que você quis me dar, não foi, safada? – Ele questionou, beijando-a intensamente.
- Convencido! – Ela exclamou, apertando-o.
- Gostosa! – Ele disse, segurando o cabelo dela.
- Me chupa! – Denise pediu, fazendo-o descer até o meio das pernas dela. Os gemidos vieram em seguida, quando ela sentiu a língua dele percorrer sua intimidade.
Terça-feira, 05:00 AM
Raul estava na cozinha, passando um café e pensando em sua árdua caminhada. Herdar o comando do seu pai foi a pior merda que poderia ter acontecido, ele só queria ser um advogado, tocar a vida um dia de cada vez, sem tantas preocupações com segurança e lealdade.
- Bom dia, pai, caiu da cama? – Mônica perguntou, aproximando-se dele.
- Bom dia, minha vida, eu nem subi nela! – Ele exclamou, abraçando-a e dando um beijo em sua testa. – Desculpe pelo tumultuo ontem, não queria que as coisas chegassem à esse ponto!
- Relaxa, a vida é assim! – Moe disse, sentando-se frente à bancada.
- Quer café? – Ele perguntou, pegando duas canecas e servindo.
- Claro! – Ela exclamou, recebendo seu elixir.
- Porra, a Denise tá foda, toda hora me enchendo de perguntas! – Raul disse, sentando-se ao lado dela.
- É por isso que não vou me casar! – Moe exclamou, tentando conter o riso.
- Faz muito bem! – Ele pontuou, revirando os olhos antes de sorrir.
- Acha que é uma boa ir pra Charming com vocês? – Moe questionou, bebendo seu café.
- Claro, você não pode me deixar sozinho com aquela megera! – Raul disse, rindo.
- Para pai, ela só quer o seu bem! – Moe disse, rindo também.
- Você está pronta para assumir a frente? – Ele questionou, encarando-a.
- Estou sempre pronta! – Ela exclamou.
- Vamos nos encontrar com o Romero hoje à noite! – Raul pontuou.
- Beleza, vamos cair pra dentro! – Ela disse, bebendo mais café.
- Acha que pode assumir o lugar do Caio na P.C Média? – Ele questionou.
- Poder eu posso, mas, não sei se quero! – Moe pontuou, rindo.
- Você disse que estava pronta para ir de frente, como não quer? – Raul perguntou.
- Não quero ficar presa numa sala, cercada por engravatados. Quero cair pra dentro, no campo, do seu lado. Vamos meter marcha, resolver essas picas! – Moe disse, surpreendendo-o.
- Você não nega o sangue, é mesmo neta do Filipe! – Ele exclamou, sorrindo. – Vou passar os negócios na P.C para o Marco!
- Acha que o Gago vai dar conta? – Moe perguntou.
- O Gago não está aguentando a pressão sozinho, e o seu irmão precisa aprender a fazer o corre! – Raul esclareceu, acendendo um cigarro.
- O senhor tem alguma coisa à ver com o sumiço do Menegazzo? – Ela questionou, pegando o cigarro dele e tragando antes de devolver.
- Eu mandei o Gago passar o cara, era um vacilão! – Raul esclareceu.
- Quem é o próximo? – Moe questionou mais uma vez.
- O Pedro Ortega! – Ele admitiu.
- Nós dois vamos passar esse cara, deixa o Gago fora da parada. Chama o Gilmar e o Argentino, eles são mais discretos! – Moe pontuou.
- Como você soube? – Raul perguntou, parecendo surpreso.
- De onde eles tiraram a ideia de explodir o estoque do cara? Essa parada tá rolando nas ruas! – Moe exclamou, revirando os olhos.
- Foi ideia do Otto! – Ele disse, rindo.
- O Otto não manja nada de ações em campo, o lance dele é tecnologia. Pensando bem, acho que vou trazer o Argentino pra cá e vamos subir pra P.C Média. Esses caras estão vacilando demais! – Ela pontuou seriamente.
- Acha que a Bianca toparia entrar de frente contigo? – Raul questionou, se animando com a sagacidade de sua filha.
- Ela sempre me disse que queria abrir uma grife e os caralhos, acho que pode ser um bom lance pra lavar dinheiro. Moda gera alto, além de não chamar atenção! – Moe expos.
- Por mim tá fechado, joga o papo nela durante a viagem. Quanto ao Argentino, vai ter ideia pra bolar na Califa, mas, acho que pode acontecer sim! – Raul exclamou, sorrindo.
- Você tem certeza de que me quer de frente? – Moe questionou, enquanto bolava um baseado.
- De hoje em diante, o comando é seu, só vou acompanhar! – Ele pontuou denotando sua assertividade.
- Primeiro passo é ripar o Ortega e incorporar os remanescentes, depois, vamos empurrar os cretinos pra lá da fronteira. Pelo amor de Deus, chega de explosões em solo americano, caralho, isso deixa todo mundo em choque e coloca o puto do Romero no nosso pé! – Moe pontuou.
- Te ensinei direitinho! – Raul exclamou, gargalhando.
- Esquematiza a operação com o Gilmar, quando voltarmos pra cá, vamos varrer esses comédias! – Ela disse, acendendo o baseado.
- Missão dada é missão cumprida, minha rainha! – Raul exclamou, olhando para ela com orgulho.
- Achei que eu fosse sua rainha! – Denise disse, se aproximando dos dois.
- Dá um bola aí e relaxa! – Ele pontuou, recebendo o baseado e tragando profundamente. Raul passou o baseado para ela.
- Avisa o Argentino que é pra levar dinheiro, pó e uns ferros pra acalmar o Romero. Aquele cara é um atrasa lado, sem comissão ele vai ficar embaçando! – Moe pontuou, pegando seu baseado de volta. – Vou subir, arrumar minhas coisas e acordar as meninas. Vocês dois, atividade, o voo sai às nove!
- Ela tá cheia de marra! – Denise exclamou, vendo sua enteada subir as escadas.
- Ela é a dona do comando, marra é o sobrenome dela! – Raul disse, completamente satisfeito.
- Você enlouqueceu? – Denise questionou, completamente estarrecida.
- Estou mais sóbrio do que nunca. Pensou que eu colocaria a Jordana de frente? – Ele inqueriu, sacaneando com ela.
- Nem brinca com uma coisa dessas! – Denise exclamou, estremecendo.
- Fica em paz, minha dama, só estou de sacanagem! – Raul disse, puxando-a para um abraço.
Quando Moe chegou ao seu quarto, Bianca e Jordana já estavam fechando suas malas. Jordie já havia separado os looks de sua irmã e os colocado sobre a cama.
- Está tudo bem, amiga? – Bianca questionou, aproximando-se dela.
- Tranquilo. Precisamos conversar sobre aquela sua ideia! – Moe exclamou, tragando antes de passar para ela.
- Sério? Caralho, quando? – Bianca ficou animada.
- Vou resolver umas paradas na Califa, quando voltar, tu vem comigo e fechamos esse esquema. Mas, é um lance para o comando, tudo bem? – Ela questionou, encarando-a.
- Claro amiga, o que precisar! – Bianca exclamou, tragando o baseado.
- Acha que o Jax vai embaçar? – Moe perguntou, colocando suas roupas na mala.
- Eu e o Jax não estamos bem há um tempo, ele não tem que falar porra nenhuma! – Ela pontuou, revirando os olhos.
- Amiga, nós precisamos ter certeza do que estamos fazendo. Não seria o caso de bolar uma ideia com ele? – Moe questionou.
- E falar o que? – Bianca exigiu.
- Essa parada não é um lance passageiro, vamos precisar ficar aqui permanentemente! – Moe esclareceu. – Pensa um pouco, depois a gente conversa, fechou?
- Tem um lugar pra mim nesse lance? – Jordie perguntou, se aproximando.
- Por enquanto não, baixinha. Você é muito nova! – Moe disse, abraçando-a.
- Não quero mais morar em Charming, aquele lugar é um buraco de merda! – Jordie lamentou. Moe caminhou ao lado dela até a varanda.
- Essa cidade corrompe as pessoas, não é lugar pra você. Tem que fazer sua cabeça, se fortalecer antes de cair pra selva, entendeu? – Moe esclareceu.
- Você não vai me deixar apodrecendo lá, não é? – Jordie questionou.
- Claro que não, meu anjo, relaxa. Só que não posso te colocar no comando! – Ela pontuou, encarando a irmã.
- Isso é uma merda! – Jordie lamentou.
- Estou fazendo o possível pra adiantar nosso lado, mas, essas coisas levam tempo. Não quero vocês duas no crime, sei que meu pai também não quer. Essa pica é minha e do Marco! – Moe pontuou.
- Não entendo por que eu e a Bibi estamos fora! – Jordie exclamou.
- Porra, baixinha, eu e o Marco fomos criados pra ser frente, abrir caminho seguro para vocês passarem. Essa parada é muita sujeira, tá sabendo? Vocês vão ficar bem, mas, longe dessa vida! – Moe esclareceu, recebendo o baseado de sua amiga.
- Quer dizer que você assumiu o comando? – Bianca questionou, parecendo espantada.
- Não oficialmente, mas, assumi sim! – Ela pontuou, tragando profundamente antes de apagar a ponta no cinzeiro.
- Caralho, Mônica, o papai se aposentou? – Jordie perguntou, perplexa.
- Jamais, o velho é meu braço. Por hora, vamos esquecer essa porra, temos um voo para embarcar! – Moe exclamou, rumando para pegar sua mala.
Eles voltaram para Charming. Cada qual trazia consigo uma sensação diferente. Moe estava ansiosa com as novas responsabilidades, mas, queria muito reencontrar seu antigo affair, o argentino que ela mais gostava nesse mundo. Bibi e Jordie estavam animadas, pois, planejavam uma rave cabulosa na fazenda dos pais de Bianca. Denise estava com raiva e ciúmes. Raul estava chateado com o término, e acabou mantendo-se mais afastado que o normal.
22:00 PM – Charming, CA
Em uma clareira, logo ao fundo do condomínio Charming Heights, Mônica e seu segurança aguardavam a chegada de Romero. Apesar de ser sua primeira vez como frente do comando, ela estava calma. Arturo fumou vários cigarros, temendo pela vida dela.
- Relaxa, lindinho, nós vamos dobrar esse maluco! – Moe disse, sorrindo para ele.
- Você me surpreende à cada dia. Como pode estar tão calma? – Ele questionou.
- Os federais querem o mesmo que nós, evitar uma guerra criando uma guerra. Vai dar certo, confia! – Moe disse, dando um selinho nele.
- Eu confio em você com a minha vida, mas, não confio nesse vira folha! – Arturo pontuou.
- O que aconteceu em Nova York adiantou os planos na mudança de liderança, mas, é melhor assim, meu pai já estava ficando visado demais! – Moe esclareceu, acariciando o rosto dele.
- Você é muito jovem para esse trabalho, isso me preocupa! – Ele lamentou.
- Contigo ao meu lado, vou dar conta! – Moe disse, encarando-o, com um sorriso tímido nos lábios.
- Você só me ilude! – Arturo exclamou, rindo e beijando-a em seguida. Moe se sentia segura ao lado dele.
- Jamais, sabe o quanto te considero. Nós dois somos fechamento certo, eu quero muito que você vá pra Nova York ficar comigo! – Ela exclamou, retribuindo o beijo.
- Se o Gago não zicar! – Ele disse, revirando os olhos.
- Quem te falou sobre o Gago? – Moe questionou, sorrindo de um jeito sacana.
- Esse lance de vocês é sério? – Ele perguntou, parecendo incomodado.
- Não rolou nada demais, não se preocupe! – Moe exclamou, beijando-o outra vez. Ela gostava do jeitinho ciumento dele.
Alguns minutos depois, os faróis da Hammer pontaram na estrada. Romero estava chegando. Os dois desceram do carro e aguardaram entre as árvores, porque nenhum deles confiava no cara. Ele se aproximou, apagou os faróis e desceu sozinho. Arturo destravou sua arma, enquanto caminhava atrás de Moe para junto dele.
- E aí milica, o que manda? – Moe questionou, encarando Romero.
- O que vocês vão fazer à respeito do desacerto em Nova York? – Ele questionou, acendendo um cigarro.
- Vamos expandir os negócios, e o Galindo vai ter que se render; essa competição está chamando atenção demais! – Ela pontuou.
- Acha que vai conseguir acalmar os ânimos? – Romero questionou, sorrindo para ela.
- Dinheiro tem um efeito calmante nas pessoas! – Moe esclareceu, sinalizando para que o Argentino entregasse os malotes e o resto das mercadorias.
- Muito esperta! – Romero disse, com um brilho nos olhos ao notar quanta grana havia acabado de entrar.
- Não é expertise, é gestão, tá sabendo? Não quero barulho nas ruas, os negócios fluem melhor no sigilo! – Moe pontuou, acendendo um cigarro também.
- Não vai ser fácil! – Romero exclamou.
- Deixa de corpo mole, malandro; não tem nada fácil nesse ramo, mas, se eu adianto desse lado e você adianta do lado de lá, não tem erro! – Moe disse, pressionando-o.
- Seu velho te ensinou direitinho! – Romero disse, rindo.
- É o seguinte, vocês vão receber todo o apoio, mas, quero disposição, tá ligado? Quem resistir, é pra passar! – Moe exclamou, tragando profundamente.
- Não acha que vai dar muita goela? – Romero questionou.
- E quem falou que é pra explanar? O comando não deve ser mencionado! – Ela pontuou.
- Isso pode dar certo! – Ele disse, rindo.
- Vai ter que dar, não tem espaço pra mancada, tá sabendo? – Moe disse.
- Você não acha que é um plano muito ambicioso? – Romero questionou.
- Você quer ficar de x9 até quando? Apaziguando os maloca, o tio Sam dorme tranquilo, então, podemos voltar a falar em ambições! – Moe exclamou, jogando a bituca fora.
- Tudo tem seu preço, tu sabe, não é? – Ele questionou.
- Cara, eu só quero paz na quebrada, não importa o preço. Qualquer coisa, só dar um salve no Argentino! – Moe disse.
- Vou levar o decreto pra cima! – Romero exclamou. Moe ouviu enquanto voltava para sua Mercedes. Acomodou-se ao lado de Argentino, que conduziria a nave. Romero se aproximou da janela, obrigando-a a baixar o vidro. – Quem nós colocaremos de frente nos postos que caírem? – Ele questionou.
- Façamos a missão primeiro, depois nos preocuparemos com quem vai fazer a frente. Atividade, milica! – Ela exclamou, subindo o vidro. Argentino se adiantou em deixar o local. Raul esperava ansiosamente em casa.
- Já era? – Arturo perguntou, parecendo espantado.
- Claro, falei que daria certo! – Moe disse.
- Tomara que não dê merda! – Ele exclamou.
- Vamos combinar uma coisa? Mesmo que dê merda, a gente só não pode morrer, de resto tá suave e o que vier é lucro!
- Morrer? Nem fodendo! – Ele pontuou.
- É isso, amor! – Ela disse.
- Acha que essa contribuição é suficiente para acalmar todo mundo? – Arturo questionou, realmente preocupado.
- Eles receberam cem quilos de cocaína pura, um barão e peças militares. Claro, é temporário, mas, tenho que ressarcir o prejuízo de alguma forma, ou, nossa operação pode ficar na mira! – Moe esclareceu, enquanto partiam para o condomínio dos Cortez. – Preciso que marque um encontro com o Galindo amanhã!
- Seu pai não vai gostar! – Ele pontuou, preocupando-se.
- Meu pai não tem escolha! – Moe esclareceu, virando-se para admirar a noite vista da janela do carro.
Eles chegaram à mansão de Raul. Argentino seguia Moe, cabisbaixo, temendo pela vida de todos os envolvidos na trama. Ela temia o próprio medo, mas, sabia que teria de manter a cabeça no lugar, suas ações pediam extrema cautela. Até o momento, as coisas estavam calmas, mas, em um minuto tudo poderia mudar. Raul ressarciu parte do prejuízo à contragosto.
Ambos adentraram o escritório dele, Argentino fechou a porta atrás de si e se posicionou frente à ela, segurando sua M16 contra o peito, mantendo os olhos fixos ao horizonte. Ele sabia que tudo quanto ouvisse ali, jamais poderia sair. Mônica era uma eximia gerenciadora de crises, todos sabiam, mas, ainda assim, temiam suas decisões.
- Como foi a reunião? – Raul questionou, levantando-se de sua cadeira para receber a filha.
- Melhor do que esperávamos. O Romero vai repassar as contribuições, informar seus superiores e organizar a operação de tomada dos comandos adjacentes. Enquanto isso, me encontrarei com Miguel e oferecerei uma trégua, caso aceite, vai nos poupar esforços desnecessários! – Moe pontuou, aproximando-se dele.
- Você não vai se encontrar com o Galindo! – Raul exclamou, parecendo aborrecido.
- Esse é o melhor caminho! – Ela disse, firmando sua posição.
- Ele vai te matar! – Raul bradou.
- Ninguém vai me matar, mas, quanto ao senhor, já não posso garantir. Aposto que o Romero tinha um sniper em algum lugar daquela clareira, apenas esperando o senhor pontar o pote. Não adianta ficar puto, temos que resolver da melhor forma, e me reunir com o Galindo é o que temos no momento! – Moe bradou de volta, fazendo-o recuar.
- Eu não te coloquei de frente para ser morta! – Raul lamentou.
- Eu não vou morrer! – Ela pontuou, aproximando-se e acariciando o rosto dele.
- Nós vamos juntos! – Ele exclamou.
- O senhor vai ficar aqui e esperar meu retorno. Vou levar apenas o Argentino, não quero que o Miguel se sinta ameaçado! – Moe esclareceu.
- Você está cometendo um erro! – Raul disse, impaciente.
- O senhor me colocou no comando porque confia em minhas decisões. Deixe-me fazer o trabalho, se não obtivermos algo positivo, retome seu posto e faça como preferir! – Moe exigiu.
- Você não pode esperar que eu me sente aqui e relaxe enquanto se arrisca dessa maneira! – Ele exclamou, puxando-a para si e beijando sua testa em seguida.
- Não estou pedindo que relaxe, estou pedindo para confiar em meu julgamento. Para que possa fazer o trabalho bem-feito, preciso que me apoie nas decisões que terei de tomar. Não quero tirar sua autoridade, quero reforçá-la, e se isso significa que precisamos de mais aliados, é isso que vai ser feito! – Moe disse, abraçando-o.
- Nós demos cabo do Menéga e de dois cabeças secas que estavam ameaçando abrir o bico, o negócio foi limpeza! – Raul exclamou, voltando para sua cadeira. Moe tomou um lugar frente à mesa dele.
- Esse tipo de coisa não vai mais acontecer. Pretendo realizar a visão do meu avô, com o menor custo de sangue possível. Quero que o senhor viva para poder ver seus netos crescerem! – Ela pontuou, cruzando as pernas preguiçosamente e acendendo um cigarro.
- Como pretende fazer isso? – Ele questionou, parecendo preocupado.
- Vamos tirar a sujeira das ruas, investir em negócios mais legítimos e ocultar nosso esquema de forma civilizada. Meu avô tinha a visão, mas, não tinha as ferramentas. Podemos acabar com os ratos, alimentar a mídia com os maloca mortos e promover alguns políticos, jogando no colo deles a limpeza das ruas. Chega de ficar dando a cara por qualquer intriga. Nós ganhamos rios de dinheiro, mas, ainda temos que lidar com tudo pessoalmente, isso precisa parar! – Moe esclareceu.
- E como o Galindo vai contribuir com a visão do meu pai? – Raul indagou, um tanto confuso.
- Com mãos, tem muita gente correndo por ele além da fronteira. Ele e o Salvador podem melhorar e muito nossas rotas na América Latina. Ganhamos território, melhoramos as condições dos envolvidos, todos saem mais fortes com essa parada. Além disso, soube que o Galindo precisa de investidores para viabilizar alguns projetos; nós seremos essa ponte. Temos todos os contatos importantes, não vejo por que seria um problema unir os esforços! – Ela pontuou, servindo-se com uma dose de whisky.
- Isso significa que terei de acionar meus contatos? – Raul perguntou, tentando dificultar.
- Sinceramente, pai, não esperava que o senhor fôsse fazer tanto corpo mole! – Moe desabafou, parecendo decepcionada.
- Você está me disciplinando? – Ele perguntou, em tom de deboche.
- Estou deixando claro que suas birras não vão me impedir de levar o comando para o rumo certo. Gostaria de poder contar contigo, mas, se não posso, nossa conversa acaba aqui! – Ela exclamou, transparecendo seu aborrecimento.  
- Seu empenho me deixa orgulhoso! – Raul disse, rindo.
- Para de palhaçada, caralho! – Moe pontuou, revirando os olhos.
- Acho que devemos trocar de lugar, vem pra cá! – Ele exclamou, levantando-se de sua cadeira novamente e rumando para frente da mesa.
- Babaca! – Ela disse, levantando-se e rumando para a saída.
- Vem aqui, meu amor, só estou brincando com você. Quero ouvir seu plano! – Raul expos, rindo ainda mais.
- Você é impossível, cara, na moral mesmo! – Moe exclamou, parando no meio do caminho.
- Faremos o que achar melhor. Confio em você! – Ele disse, tentando parar de rir. Nada o alegrava mais do que provocar sua filha.
- Se o senhor não me levar à sério, ninguém o fará! – Moe pontuou, revirando os olhos novamente.
- Eu te levo à sério, minha vida, se não fosse assim, não teria te dado o comando para administrar! – Raul esclareceu, sorrindo para ela.
- Não quero passar o Ortega sem o aval do Galindo, temos que usar essa merda à nosso favor. Entregamos os ratos na mesa dele e conquistamos sua confiança, isso somado às contribuições nos dá um trunfo, uma saída tranquila desse entreveiro do caralho que o senhor aprontou! – Ela exclamou, aproximando-se dele.
- Essa doeu! – Ele disse, fingindo estar chateado.
- Aproveite para refletir sobre seus últimos surtos. Eu te amo mais que tudo nessa vida, mas, tem de aprender à ficar frio! – Moe expôs, abraçando-o e beijando seu rosto antes de sair do escritório. Raul observou a filha com orgulho.
- Quero que cuide dela, não a deixe nem por um minuto! – Ele ordenou ao Argentino, que assentiu e seguiu Mônica até a porta de seu quarto. Montou guarda lá, pronto para derrubar qualquer um que aparecesse.
Quarta-feira, 01:00 AM
Algum tempo depois, Denise adentrou o escritório, deparando-se com Raul, esparramado em sua cadeira, com os pés repousados sobre a mesa, saboreando a dose de whisky que Moe havia abandonado.
- O que você aprontou dessa vez? A Mônica parecia bastante aborrecida quando saiu! – Ela exclamou, aproximando-se e sentando sobre a mesa, na frente dele.
- Não aprontei nada, como poderia? Você esteve no meu encalço o dia todo! – Ele pontuou, revirando os olhos.
- O que está acontecendo com você? – Denise exigiu, cruzando os braços sobre o peito.
- Tenho muitas preocupações no momento, não quero sofrer um inquérito da minha mulher! – Raul desabafou, tirando os pés da mesa e ajeitando sua postura.
- Isso não é um inquérito, apenas quero saber o que acontece com minha família! – Ela exclamou, recuando um pouco.
- Está tudo bem, só não quero falar sobre isso! – Ele esclareceu, puxando-a para seu colo.
- Acha que me deixar de fora dos problemas vai resolvê-los? – Denise questionou.
- Amor, pensei estar sendo claro quando disse que não queria ser inquerido! – Raul exclamou.
- Me sinto inútil quando me afasta dessa maneira. Só quero estar com você, é pedir muito? – Ela perguntou, com lágrimas nos olhos.
- Não faça isso comigo, você está sendo injusta! – Raul disse, secando suas lágrimas e beijando seu rosto.
- Não fazer o que? – Denise questionou.
- Para amor, assim você quebra minhas pernas. Não gosto de ver mulheres chorando, isso acaba comigo! – Ele exclamou, beijando-a.
- Se não quer que eu chore, não me exclua da sua vida! – Ela desabafou, chorando mais.
- Me desculpe pela rispidez, eu só quero que me deixe quieto com meus pensamentos! – Raul disse, apertando-a em seu abraço.
- Você perde a linha toda vez que faço alguma pergunta! – Ela exclamou, apertando-o e repousando a cabeça sobre o ombro dele.
- Se você sabe disso, pare de perguntar, minha joia! – Raul pontuou, rindo de nervoso.
- Eu te odeio! – Ela lamentou, soluçando.
- Eu te amo pra caralho, mas, tem hora que tu é foda de aguentar! – Ele disse, revirando os olhos mais uma vez.
- Babaca! – Denise exclamou.
- Um babaca sincero. Você tem que considerar isso quando fica brava com as minhas canalhices. Não omito coisas pra te sacanear, só estou tentando te proteger! – Raul pontuou, segurando o rosto dela, fazendo-a encará-lo.
- Queria voltar no tempo e não ter o conhecido! – Ela lamentou, tentando não olhar para ele.
- Caralho paixão, você está pegando pesado! – Ele disse, parecendo realmente chateado.
- É a verdade. Odeio te amar tanto! – Denise lamentou novamente.
- Não estou aqui pra te fazer mal; você quer dar um tempo? – Raul perguntou. Um nó se formou em sua garganta.
- Você quer? – Ela respondeu com outra pergunta, preocupando-o.
- Claro que não, estou bem contigo! – Ele pontuou.
- Eu também não quero, mas, acho que é o melhor a fazer, não estamos dando certo! – Denise lamentou, voltando a chorar.
- Você tá perdendo a linha sem motivo, sacanagem falar isso! – Ele disse.
- Você só vacila comigo! – Ela exclamou, encolhendo-se no abraço dele.
- Me perdoe, não é a minha intenção! – Raul pontuou, esforçando-se para não chorar.
- Se você quer terminar é só falar! – Ela disse, afastando-se um pouco para olhar para ele.
- Eu tô aqui feito um idiota, te agradando, tentando entender seu lado e você vem com essa. Tá de sacanagem? – Ele exigiu, sem conseguir conter as lágrimas.
- Não precisa ficar bravo! – Ela disse, segurando o rosto dele em suas mãos.
- Vacilo, brincar com meus sentimentos assim! – Raul exclamou, tentando livrar-se do toque dela. Havia fragilidade nele, e ela podia ver.
- Foi você quem sugeriu a separação! – Denise pontuou, tentando trazê-lo para perto de si.
- Claro, você está gerando comigo toda hora! – Ele lamentou, cobrindo o rosto e respirando fundo.
- Você sempre se esquiva das minhas perguntas! – Ela exclamou, acariciando o cabelo dele. Raul odiava chorar, isso o deixava furioso.
- Não quero responder porque é assunto do comando. Pare de misturar nosso casamento com meus negócios! – Ele bradou, tropeçando nas palavras. Denise estremeceu, pois, sabia que havia passado do ponto.
- Não sabia que era assunto do comando! – Ela disse, arrependendo-se de ter iniciado outra briga.
- Se eu disse que não quero conversar, respeita, caralho. Se fosse uma parada da nossa vida particular, abriria o jogo sem problemas, como sempre faço! – Raul exclamou, chorando mais, e isso com certeza aumentou sua raiva.
- Calma, pelo amor de Deus, você vai ter um infarto! – Denise pediu, vendo os nervos dele à flor da pele. Ela o puxou para um abraço.
- Caralho, Denise! – Ele disse.
A discussão podia ser ouvida do andar dos quartos. Moe se encaminhou para o escritório à contragosto. Ela preferia não se meter no relacionamento do pai, mas, a situação pedia intervenção. Ao adentrar o local, ela questionou: – O que está acontecendo?
- Não está acontecendo nada! – Denise exclamou, levantando-se. Moe reparou no estado em que Raul se encontrava.
- Vocês estão traumatizando minha irmã, caralho! – Ela expôs, fechando a porta atrás de si.  
- Foi apenas uma discussão! – Denise disse, dando a volta na mesa.
- Não está dando pra aguentar, toda hora é um quebra pau diferente! – Moe exclamou.
- Desculpe filha! – Raul lamentou, levantando-se também.
- A Jordana está bem? – Denise perguntou, parecendo preocupada.
- É melhor você subir e acalmá-la! – Moe esclareceu, enquanto se aproximava de seu pai.
- Desculpe amor, passamos do ponto! – Raul exclamou, abraçando Moe. Ela podia sentir o coração dele agitando-se contra o peito.
- Vocês têm que parar com isso, pelo amor de Deus! – Ela pediu, completamente aflita.
Jordana desceu as escadas como um raio, esquivando-se de sua mãe. Ela temia ter sua família destruída mais uma vez, então, lançou-se para dentro do escritório, correndo para o encontro de seu pai e irmã. – O senhor está bem? – Ela perguntou.
- Estou sim, foi apenas um desentendimento! – Raul esclareceu.
- Perdoe a minha mãe, ela é muito imbecil às vezes, mas, vocês não podem se separar! – Jordie implorou, abraçando Raul e Moe.
- Nós não vamos nos separar! – Raul exclamou, dando um beijo na testa dela.
- Se isso acontecer, eu posso ficar com o senhor? – Jordie implorou, chorando copiosamente.
- Você sempre poderá ficar comigo, meu amor! – Ele disse, tentando acalmá-la.
- Não quero perdê-lo papai, não me deixe! – Ela exclamou, soluçando.
- Se nós rompermos, você vai ficar comigo! – Denise exigiu, entrando no escritório.
- Eu nunca vou sair de perto do meu pai, sua megera desgraçada! – Jordie gritou, avançando furiosamente sobre ela. Raul foi mais rápido, impedindo-a de agredir Denise. Moe colocou-se entre elas, tentando conter a madrasta.
- Ele não é seu pai, menina idiota! – Denise gritou de volta.
- Para com essa porra! – Raul bradou, sentindo seu sangue ferver.
- É sim! – Jordie exclamou, tentando livrar-se da contenção. Por um instante, Raul desejou soltá-la, mas, pensou melhor à respeito.
- Você está falando merda! – Moe pontuou, empurrando-a rumo a saída.
- Você deveria me agradecer, aposto que não gostaria de dividir sua herança com ela! – Denise gritou, completamente enlouquecida.
- Cala a boca, você tá se passando muito! – Moe exclamou, finalmente conseguindo levá-la para fora.
- Eu vou te matar, sua vadia! – Jordana gritava à plenos pulmões.
- Calma filha, ela só está com raiva! – Raul disse, ainda tentando conter sua caçula, que tinha sangue nos olhos naquele momento.
- O senhor é mais meu pai do que ela é minha mãe! – Jordie exclamou, chorando ainda mais.
- Não importa o que digam, você sempre será minha filha. Se acalme! – Ele pontuou, puxando-a para seu abraço. Jordie agarrou-se à ele como na primeira vez em que temeu o monstro em seu armário, e Raul foi até lá, certificar-se de que poderia dormir em paz.
- Eu a odeio, papai. Não me deixe com ela! – Jordie implorou.
- Eu não vou te deixar, apenas, se acalme! – Ele esclareceu, sentindo seu coração se partir.
Arturo desceu as escadas, conduzindo Mônica e Denise para a cozinha. Ela ainda estava xingando e se debatendo, mas, o Argentino tinha experiência em conter pessoas enlouquecidas.
- Você perdeu a porra da razão? – Mônica questionou, encaminhando-se para preparar um chá de camomila para a madrasta.
- Por que você se importa? – Denise questionou, ainda sob vigília do segurança.
- Desde que você e a Jordana entraram em minha vida, senti que teria uma família novamente. Não quero ver ninguém ferido ou magoado nessa porra, então, sim, eu me importo pra caralho! – Ela pontuou.
- Me desculpe! – Denise lamentou, finalmente sentando-se à bancada. Arturo não se afastou.
- Você não pode jogar tudo pro alto sempre que ficar com raiva do meu pai. Ele pode ser difícil de lidar, mas, ama muito vocês duas! – Moe exclamou, virando-se para encará-la.
- Eu não quero perder vocês! – Ela desabafou, caindo em si.
- Nós estamos fazendo o caralho pra que essa família resista, se você não colaborar, vai ser impossível. É isso que você quer? – Moe exigiu. Denise engoliu em seco.
- Eu me passei muito, não foi? – Ela questionou, parecendo chateada.
- Se passou pra caralho, mas, vou te dar um conselho que deveria ter dado à minha mãe, muitos anos atrás: nunca se coloque entre o meu pai e os filhos dele! – Moe pontuou com veemência. O Argentino riu baixinho, sabendo o quão certeira era aquela afirmação.
- Acha que ele vai me perdoar? – Denise perguntou, notando o tamanho da merda que havia feito.
- Depende da Jordana. A mágoa dela vai ditar o ritmo dele com você! – Moe esclareceu, decidindo aumentar a dose de água na chaleira. Todos precisariam se acalmar.
- Eu não imaginava que as coisas fossem tomar essa proporção! – Denise exclamou, realmente apreensiva.
- Lembre-se disso antes de voltar a falar que a Jordana não é filha dele! – Moe pontuou, completamente indignada.
- Não sei onde estava com a cabeça quando disse isso! – Denise lamentou, voltando a chorar. Moe se aproximou dela, acolhendo-a em seu abraço.
- Você se exaltou, é normal, todo mundo se exalta, mas, tem que pensar antes de falar. Aqui sempre será sua casa, e esta sempre será sua família, ainda que vocês se separem. Não há motivos para perder o que temos! – Moe disse, acariciando o cabelo dela. Denise não esperava tamanha compreensão por parte de Moe, bem como a reação apocalíptica de Jordana ao defender o padrasto.
O Argentino finalmente relaxou, sentando-se frente ao balcão e encarando o horizonte. Isso fez Moe sorrir. Ela não disse nada, mas, gostava de sua discreta companhia. Arturo admirava o jeito dela, seu tom apaziguador de conflitos o inspirava e trazia bons presságios. Esta não fora a primeira vez que presenciara um perreco dos Cortez, ele estava acostumado às tribulações de seus patrões, mas, fora a primeira vez que a situação se extinguiu com tanta tranquilidade.  
Moe acabou de preparar o chá, serviu quem estava na cozinha e se encaminhou para servir os que estavam no escritório. Por lá o clima não era tão pacífico, Jordana ainda estava no veneno. Ela e Raul estavam no sofá; Jordie repousava sua cabeça em uma almofada no colo do pai, que ouvia suas queixas, enquanto acariciava seu cabelo.
- Está tudo bem por aqui? – Moe perguntou, antes de oferecer a bebida para eles.
- Claro, meu amor! – Raul exclamou, tomando seu chá. Jordie sentou-se e pegou sua xícara.
- Vou dormir, chega de confusão, por favor! – Moe pediu, lançando um olhar efusivo sobre eles.
- Só depende da megera! – Jordie exclamou, revirando os olhos.
- Eu entendo seu lado, baixinha, mas, respeita sua mãe, tá ligada? Você falou um bolão pra ela, tá errado! – Moe pontuou com veemência.
- Ela falou uma pá também! – Jordie disse, parecendo aborrecida.
- Independente, cara, tá errado. Ela é sua mãe, tem que tratar com respeito! – Moe pontuou, encarando-a.
- Eu vou pedir desculpas! – Jordie concordou à contragosto.
- É isso! – Moe exclamou antes de sair.
- A Moe está brava comigo? – Ela perguntou, encarando Raul.
- Não filha, ela só está te passando uma visão! – Ele esclareceu.
- Eu a considero muito, não quero que fique chateada! – Jordie lamentou, chorando outra vez.
- Ela também te considera, meu amor, por isso está te corrigindo! – Raul pontuou, limpando suas lágrimas.
- Desculpe papai, eu me passei muito! – Ela disse, abraçando-o.
- Já foi, agora, trate de se acalmar! – Raul exclamou, acolhendo-a.
02:40 AM
Mônica e Arturo subiram para seu quarto, e ela o convidou a entrar. Ele ponderou por alguns instantes, temendo causar mais algum conflito na casa. Ela insistiu, pois, sabia que ambos demandariam de uma conchinha sincera para superar os acontecimentos homéricos presenciados.
- Posso tomar um banho? Eu tô quebrado, na moral mesmo! – Ele disse, rindo.
- Claro que pode! – Moe exclamou, rindo também.
- Vem comigo? – Arturo convidou.
- Bora, quero muito ficar de resenha contigo! – Ela disse, seguindo-o até o banheiro. O envolvimento deles dispensava qualquer formalidade.
- Cara, o bagulho ficou louco do nada! – Ele pontuou, despindo-se e entrando embaixo do chuveiro.
- Você tem toda a razão! – Moe admitiu. Ela se sentou na beirada da banheira, ficando de frente para ele.
- Qual foi o motivo da treta? – Arturo perguntou, relaxando com a água quente que caía sobre ele.
- Sinceramente, acho que meu pai e minha madrasta não se suportam mais. Eles são muito diferentes, saca? – Ela exclamou.
- Sei qual é! – Ele disse, colocando-se à disposição para que ela desabafasse.
- O pior de tudo é que minha irmã presencia essa patifaria, e acaba ficando sequelada! – Moe exclamou.
- Ela pegou pesado com a coroa, até eu fiquei bolado! – Arturo pontuou.
- É prova que já virou bagunça essa parada! – Moe disse, demonstrando sua indignação.
- Posso te mandar a real? Nunca chegou à esse ponto! – Ele exclamou.
- Nossa, que brisa torta, não deveria ter vindo! – Moe lamentou.
- Eu tô ligado, na minha casa era mesma pira! – Arturo admitiu, parecendo chateado.
- Vamos pra casa da Bianca! – Ela exclamou.
- Seu coroa vai se bolar! – Ele disse.
- Mais? O cara já está pra lá de Marrakesh! – Moe pontuou, ressentindo-se.
- O lance é deixar que eles se resolvam, boneca. Você não é o problema, é normal as coisas saírem dos trilhos quando tem alguma mudança na rotina! – Arturo esclareceu, preocupando-se com ela.
- É nessas horas que sinto falta da minha vida em Nova York. Privacidade, sossego e zero perreco! – Moe disse.
- Zero perreco? Tá de sacanagem! – Arturo zombou, afinal, sabia de toda a movimentação.
- O que acha de tomarmos umas brejas e comermos uma porção? – Ela exclamou, rindo.
- Você sabe como me ganhar! – Ele disse, rindo também.
- Sua companhia está fazendo esse lugar valer à pena, muito obrigada! – Moe admitiu.
- Sou seu servo, tu sabe! – Ele exclamou, lançando um sorriso sacana para ela.
- Vai rolar aquela conchinha marota mais tarde? – Ela perguntou, retribuindo a sacanagem.
- Claro amor! – Ele disse, saindo do banho e envolvendo a toalha em sua cintura.
Arturo pegou um baseado e o isqueiro no bolso de sua calça. Os dois saíram do banheiro. Ele vestiu uma bermuda, ela estava de pijama. Ambos se encaminharam discretamente até a cozinha para preparar uma porção de calabresa e cebola frita, bastante carregada no limão. O resto da família estava dormindo. Os conflitos haviam sido deixados para a manhã seguinte.
Os dois se esgueiraram até a área da piscina com o fardinho de cerveja e a porção, fechando as portas da varanda, para que a conversa não acordasse os outros meliantes. As músicas antigas de Jorge e Mateus tocavam no celular de Moe, eles aproveitaram para curtir um momento casal botequeiro. O baseado foi aceso, entre os tragos e beijos, eles matavam a saudade. O verão californiano estava embalando os dois.
08:00 AM
Após toda a agitação da madrugada, Raul decidiu dormir no sofá de seu escritório. Ele não admitiria, mas, ficou bastante abalado com as duras palavras de sua esposa. As brigas do casal nunca passaram de discussões superficiais, mas, dessa vez, Denise havia o atingido onde mais dói. Ele era um pai extremamente orgulhoso de seus filhos.
Para ele, tudo que importava era a família, mesmo que fossem desequilibrados, sabia que estava pronto para matar ou morrer por cada um deles. Assim, ao questionar a paternidade de Jordana, sua esposa havia aberto uma ferida incurável em seu relacionamento. Raul não gostaria de odiá-la por isso, mas, odiou. Ele não conseguiria lidar com ela por um tempo.
Ao longe, o toque do celular pré-pago dele ressoava, as doses de whisky que adormeceram seu corpo também levaram seus sentidos; por consequência, demorou-se a acordar e encontrar o aparelho, atendendo no último toque. Fredo estava prestes a desistir.
- Quem me incomoda? – Raul divagou, ainda sonolento.
- Bom dia, padrinho, é o Gago aqui. Desculpe por ligar tão cedo! – Fredo exclamou, um tanto sem graça.
- Fala aí, Gaguinho, o que manda? – Ele perguntou, sentando-se no sofá e sentindo a cabeça girar.
- Eu preciso de um favor; na verdade, o Alexandre precisa. Esse moleque idiota foi pego vendendo receitas e acabou sendo expulso da faculdade. Tem alguma coisa que o senhor possa fazer? – Fredo perguntou, torcendo para que ele não ficasse muito puto.
- Você sabe me dizer se a faculdade chegou a processá-lo? Porque, se aconteceu alguma coisa desse nível, vai ser foda de reverter! – Raul exclamou, fechando e abrindo os olhos rapidamente, tentando fazer sua visão recuperar o foco.
- Não processaram, meu pai morreu numa grana pra fazer a história sumir! – Fredo esclareceu, sentindo-se aliviado por não levar um esparro.
- Nesse caso, podemos falar com o reitor de Stanford, talvez aceitem o meliante! – Raul pontuou, rindo.
- Caralho, padrinho, isso seria muito bom! – Ele disse, completamente satisfeito.
- Quase um milagre, mas, você precisa preparar o bolso, porque essa porra vai custar caro! – Raul esclareceu, enquanto pressionava a testa. Sua cabeça estava latejando.
- Sem problemas, contanto que esse imbecil volte a estudar, está valendo! – Fredo comemorou.
- Quando eu voltar aí pra cidade, já terei sua resposta. Precisam de mais alguma coisa? – Ele perguntou, assustando Fredo.
- É só isso mesmo, padrinho; muito obrigada, o senhor salvou demais. Só agradeço! – Ele exclamou, realmente feliz com a notícia.
- Até mais, moleque! – Raul disse, antes de encerrar a chamada.
Antes que ele pudesse levantar, seu pré-pago tocou novamente. Ele encostou no sofá, fechou os olhos por um instante e exclamou: – Porra, é a festa da Paula. Pau lá dentro, pau lá fora! – Depois de recuperar parte de sua alma, atendeu.
- Não acredito que você terminou comigo! – Victória exigiu, em um tom estridente. A cabeça dele ressoou como um sino.
- Fala baixo, minha cabeça tá doendo! – Raul implorou.
- O que aconteceu? – Ela perguntou, parecendo preocupada.
- Dedo no cu e gritaria. O que você quer? – Ele perguntou, exasperado.
- Quero saber por que você terminou. Isso foi mancada! – Vic lamentou.
- Eu fiz o que precisava fazer, não significa que gostei! – Raul exclamou, respirando fundo e contorcendo-se a cada pontada em sua cabeça.
- Se não gosta, por que fez? – Ela pontuou, revirando os olhos.
- Tô sem paciência pra esparro hoje! – Ele disse, com toda a aspereza disponível.
- Arrombado! – Victória disse, transparecendo aborrecimento.
- Pior que eu tô! – Raul exclamou, rindo, sua cabeça estava prestes a explodir.
- Nossa, você está agindo como um idiota! – Ela já estava perdendo a paciência.
- Caralho amor, não me esculacha! – Ele exclamou, desejando a morte.
- Eu vou te matar! – Ela disse, explodindo de raiva.
- Jura? Você faria isso por mim? Te amo! – Ele zombou, provocando-a.
- Fala direito comigo, estou com saudade! – Vic exigiu.
- E o que eu posso acrescentar nessa sua dor? – Ele debochou.
- O que fizeram contigo? – Ela exclamou, notando que havia algo de estranho nele.
- Fala sério, vai atacar de terapeuta? – Raul sacaneou, voltando a deitar no sofá.
- Quero que saiba que pode contar comigo, ao contrário do que pensa, não estou aqui apenas para encher o saco e gastar seu dinheiro! – Vic pontuou, tentando confortá-lo.
- Desculpe se fui agressivo, não tô com cabeça pra ponderar no momento! – Ele admitiu, amenizando o clima.
- Me conte o que aconteceu; não precisa entrar em detalhes, isso pode te ajudar! – Vic pediu gentilmente.
- Eu nem deveria estar falando contigo! – Ele lamentou.
- Pode falar, Juju! – Ela disse, sorrindo.
- Os desacertos começaram quando você e a Cecília levaram minha filha até a boate do Menegazzo; depois disso, foi só ladeira!  
- Desculpe por causar tantos problemas! – Vic exclamou, tentando digerir o que acabara de ouvir.
- Relaxa, não deveria ter te envolvido nessa minha vida louca! – Ele ponderou, sentindo um certo alívio em sua cabeça.
- Lamento não estar mais envolvida nessa sua vida louca! – Ela admitiu, aborrecendo-se com a lembrança do término.
- É melhor desse jeito! – Raul declarou.
- Melhor pra quem? Só se for pra você! – Ela exclamou, em um tom mais ríspido.
- Não fala assim, sabe o quanto gosto de você! – Ele disse.
- Queria tê-lo só pra mim! – Vic lamentou, e ele pôde notar sua sinceridade.
- Porra, assim você me quebra! – Ele admitiu.
- Você terminou comigo do nada e sou eu quem te quebra? Sabe quantos quilos de corretivo tenho de usar para esconder as olheiras? Mal consigo abrir os olhos, seu cretino! – Ela exclamou, realmente irritada.
- Caralho amor, não sabia que tinha lhe feito tão mal. Me desculpe! – Ele lamentou.
- Não adianta me chamar de amor, estou me sentindo uma boneca inflável. Você me usa e joga fora! – Vic pegou pesado com ele.
- Me perdoe, não é minha intenção! – Raul disse, sem conseguir conter o riso.
- Vai rindo, babaca! – Vic pontuou, arfando.
- Calma amor, não brigue comigo! – Ele exclamou, rindo ainda mais.
- Vai chegar o dia em que eu não vou me importar contigo e essa situação vai ser inversa! – Ela declarou, completamente obstinada.
- Não seja tão rancorosa! – Raul disse, sem conseguir parar de rir.  
- Cretino! – Ela exclamou, enquanto tomava um táxi até o trabalho.
- Eu vou pra academia agora; você pode continuar a me esculachar mais tarde, ok? – Ele declarou, levantando-se do sofá e preparando-se para encerrar a chamada.
- Eu não vou te ligar nunca mais! – Vic disse, enfurecida.
- Credo, que maldade amor! – Ele sacaneou, saindo do escritório.
- Você vai ver! – Ela disse, encerrando a chamada. Victória quebrou o aparelho e o jogou no meio do trânsito em seguida. Raul não levou à sério, mas, ela não estava para brincadeiras.
Quando ele chegou à sala, Moe estava descendo as escadas, vestida para treinar, com seus fones de ouvido, cantando à plenos pulmões: – Tentei ser vida certa, mas, sou vida louca. Se seu eu te amo, nunca ouviu meu eu também, é que o coração que você se amarrou, não se amarra em ninguém. Você querendo um amor e eu querendo cem, é que o coração que você se amarrou, não se amarra em ninguém!
- Eu criei um monstro! – Jordie disse, seguindo-a e arrependendo-se de tê-la apresentado as músicas de Lauana Prado.
- Que algazarra é essa? – Raul questionou, encarando suas filhas com espanto.
- A Mônica demonstrando que nasceu pra cachorrada! – Jordie exclamou, rindo muito.
- Bora treinar, papito! – Moe disse, pulando na frente dele.
- Que brisa! – Ele disse, gargalhando.
- Bora, pai, a gente te espera! – Jordie exclamou, animando-se também.
- Vamos esperar na academia, já tô vazando! – Moe saiu pulando rumo a porta de entrada da casa. Jordie e Arturo a seguiram, tentando acompanhar seu ritmo frenético.
- Caralho! – Raul exclamou, antes de subir para se vestir.
Algum tempo depois, ele chegou à academia; as meninas estavam dominando o pico ao lado de Jéssica Pope. Raul as cumprimentou e caminhou até Gael. A energia dele não se parecia nem um pouco com o furacão que era Bianca, sua filha biológica.
- Bom dia, meu irmão, tudo na paz? – Gael perguntou, cumprimentando-o em um tom ameno e tranquilo.
- Bom dia, tudo certo e você? – Raul disse.
- Suave demais, cara. A Bianca me disse que vai voltar para Nova York com vocês, vai ser bom para ela. Infelizmente, a Jéssica não poderá ir, e como pode imaginar, isso causou um surto na Bibi! – Ele exclamou, rindo.
- A Bibi é um acontecimento, imagino que tenha odiado a notícia! – Raul pontuou, enquanto caminhava ao lado do amigo até as esteiras. Ambos treinavam juntos sempre, e como de costume, iniciariam com um cárdio básico.
- Eu e a Lumen iremos para um retiro nesse final de semana, tudo bem se a Bibi ficar com vocês? – Gael perguntou, super sereno.
- Ela já mora na minha casa, cara! – Raul respondeu, gargalhando.
- Você está falando mal de mim, Chatonildo? – Bibi questionou, enquanto fazia seus exercícios na cadeira extensora.
- Claro que não, Bibi, você é a minha favorita! – Raul exclamou, rindo.
- Mentiroso; enfim, não importa, eu moro na sua casa mesmo e acho bom não reclamar! – Ela respondeu, mostrando a língua para ele.
- Você já está no meu testamento, é tarde para reclamar! – Ele disse, mostrando a língua para ela também.
- Acho muito bom! – Bibi disse, rindo.
- A tia Gemma passou por aqui e disse que é pra irmos jantar na casa dela hoje! – Moe avisou seu pai.
- Eu não quero ver a cara de bunda do Jackson! – Bibi exclamou, revirando os olhos.
- Não fale assim, meu amor! – Gael disse, exalando mansidão.
- Nossa, que programão de índio! – Raul admitiu, rindo.
- Nunca errou! – Bibi exclamou, concordando com ele.
O Argentino estava parado ao lado de Moe, como um dois de paus, admirando-a enquanto fazia seus agachamentos. – Tem uma babinha escorrendo aí! – Jéssica disse, sacaneando com ele.  
- Coitado, amiga! – Bibi complementou.
- Ele vai morrer do coração! – Jordie sacaneou, rindo.
- Vocês são péssimas! – Arturo exclamou, não conseguindo conter o riso.
- A gente te ama, Argentino! – Bibi disse, sacaneando. – O Chibs que não vai amar, mas, isso é o melhor de tudo!
- Tava demorando! – Moe exclamou, revirando os olhos. Suas amigas gargalharam.
- Se o Gago estivesse aqui, você poderia pedir música no fantástico! – Jordie disse.
- Que fanfarronice é essa, Mônica? – Raul exigiu, rindo também.
- O golpe tá aí, cai quem quer! – Bibi exclamou, rindo alto.
- Eu não sei de nada! – Moe disse, piscando para Arturo, antes de mudar para o set de avanço.
Nem mesmo os guardas da rainha conseguiriam manter a postura sob essas condições, mas, ele era sagaz o suficiente para desviar o olhar na hora certa. Raul sabia que a filha havia passado o cerol nele, mas, havia deixado de se importar com suas escapadas há um bom tempo. Por isso, levava na esportiva a zoeira que estava rolando.
- Temos que brindar ao galho do Gaguinho no jantar de hoje! – Bibi disse, levando a zoeira à outro nível. Todos riram muito.
- Gago e chifrudo! – Jordie exclamou.
- Que sina! – Jéssica pontuou, gargalhando.
- Eu vou contar pra ele! – Raul disse, encaminhando-se para iniciar seu treino de peito.
- Fofoqueiro! – Bibi sacaneou.
- Eu não namoro com ninguém, podem parar! – Moe sacaneou também.
- Quero só ver a cara de idiota do Chibs quando encontrar o Argentino! – Bibi exclamou, pulando e irradiando energia.
- Vai dar uma merda do caralho! – Jéssica disse, rindo de nervoso.
- Eu daria um barão pra ver os três, igual ao meme do homem aranha! – Jordie exclamou, sacaneando.
- Isso porque vocês são minhas amigas! – Moe reclamou, voltando a concentrar-se em seu set.
- Eu quero é ver o oco! – Bibi pontuou, encaminhando-se ao leg-press.
- O Chibs vai surtar! – Jéssica exclamou, pensando no encontro que estava prestes a rolar.
- O escocês vai atirar pra cima! – Bibi disse, gargalhando. Moe apenas revirava os olhos.
- Quero só ver o salseiro! – Jordie pontuou, rindo muito.
- Vou ligar pro Gaguinho, acho que dá tempo de chegar pro jantar! – Bibi sacaneou.
- Liga sim, amiga! – Jordie exclamou.
- Filhas da puta! – Moe disse, rindo.
Raul queria atear fogo na zoeira, então, achou prudente fazer uma chamada de vídeo com Fredo. – Fala aí, Gagolino. Tem uma galera querendo te ver!
- Gaguinho! – Bibi e Jordie gritaram ao mesmo tempo, aproximando-se de Raul.
- Você não presta, pai! – Moe disse, cobrindo o rosto.
- Bom dia, meninas! – Fredo disse, sorrindo um pouco sem graça.
- Você está muito ocupado? Poderia cair pra Charming hoje, não acha? – Bibi perguntou. Moe e Arturo quase morreram.
- É sacanagem dela, Fredo! – Moe exclamou, fazendo-o gargalhar.
- Chega mais, Gagolino! – Raul disse, sem conseguir conter o riso também.
- Porra, mas, assim, do nada? – Ele exclamou, sem entender.  
- A Momô quer te apresentar uns conhecidos! – Bibi disse, quase perdendo o ar de tanto rir.
- Cês tão de sacanagem comigo, não é? – Fredo questionou, divertindo-se com as palhaçadas. A euforia deles estava contagiando o silencioso andar da presidência.
- Deixem ele trabalhar, seus cuzões! – Moe disse, tentando tomar o celular de Raul.
- Não me deixem trabalhar não, pelo amor de Deus! – Fredo exclamou, aumentando a farra.
- Caralho, Fredo! – Moe disse, rindo.
- O que você está aprontando aí? – Ele perguntou, sacaneando com ela.
- Esses putos querem te colocar numa roubada! – Moe exclamou, enquanto Raul tentava impedi-la de pegar o celular.
- O Trevor está aí na cidade, é só falar com ele e em menos de três horas você estará aqui com a gente! – Raul disse. Moe deu uma cotovelada nele.
- Eu odeio vocês. Me ajuda! – Moe implorou ao Gael, mas, ele estava adorando o fervo também.
- Por que você não quer que eu vá? – Fredo questionou, pilhando ela ainda mais.
- Não é isso, cara! – Moe exclamou, revirando os olhos.
- Ela está te traindo, Gaguinho! – Bibi disparou, gargalhando.
- Deixa de ser besta! – Moe disse, desistindo de conter a torrente de merda.
- Verdade? Eu vou colocar fim nessa patifaria, logo menos tô encostando! – Ele exclamou, fazendo o coração dela disparar. Arturo engoliu em seco.
- Só vem, Gagolino! – Jordie gritou, completamente eufórica.
- Caralho, isso vai dar merda! – Jéssica exclamou, aproximando-se de Mônica.
- Se fodeu, Momô! – Raul disse, rindo ainda mais.
- É tudo mentira, Fredo! – Moe disse, exaurida.
- Estou brincando, boneca. Não posso sair daqui hoje, tenho algumas reuniões inadiáveis. Só estarei livre na sexta-feira, caso queira minha presença! – Fredo exclamou, sorrindo para ela.  
- Sexta-feira está ótimo, vamos tocar o terror na fazenda dos meus pais! – Bianca disse, invadindo o momento e salvando a amiga do constrangimento.
- Tudo bem se eu for? – Ele insistiu, querendo ouvir a opinião de Mônica.
- Claro que sim, vai ser ótimo tê-lo aqui conosco! – Ela exclamou, sorrindo para ele. Fredo sentiu-se aliviado, pois, ela pareceu sincera.
- Perfeito, te ligo mais tarde! – Ele disse, piscando para ela.
- Já é! – Moe disse, retribuindo o gesto.
- Tchau, Gaguinho! – Bibi, Jordie e Raul despediram-se dele, ainda rindo muito da situação.
- Caralho, vocês são uns filhos da puta! – Moe pontuou, bastante aborrecida.
- Por que, amiga? O Gago é muito legal, vai animar o nosso esquenta! – Bibi exclamou.
- Porque ele está pousado na Mônica, e agora, vai vir pra cá estragar o rolê dela com o Argentino! – Jordie pontuou, ateando gasolina na fogueira.
- Ninguém vai estragar meu rolê com o Argentino, mas, essa foi a maior torta de climão que já comi na vida. Vocês se passaram muito! – Ela admitiu, desistindo do treino.
- Que mau humor! – Raul provocou.
- O senhor é o pior de todos, como pôde fazer isso? O cara estava trabalhando, do nada surge uma algazarra dessa! – Moe disse, revirando os olhos.
- Você está puta da vida porque ficou evidente que gosta dele e não quer que ele saiba! – Bianca sacaneou com ela.
- Parei com vocês, na moral mesmo! – Moe disse, pegando seu celular e os fones de ouvido para ir embora. Arturo a seguiu, aliviado por não ter de encontrar Fredo nesse momento. Os dois caminharam de volta para a casa dela.
- A Bibi tem razão! – Arturo exclamou à contragosto.
- Porra, até você, Argentino? – Moe questionou, revirando os olhos.
- Não tem problema gostar dele, eu não me importo! – Ele disse, dando de ombros. Ela não acreditou.
- A questão é que não queria trazê-lo até aqui, isso adianta muito as coisas, e eu gostaria de ir com calma, manter tudo em aberto. Não quero mergulhar em um relacionamento; não sei se dá pé pra mim no momento, entende? – Ela pontuou.
- Diga isso à ele, vai que cola! – Arturo exclamou, tentando apoiá-la.
- Eu já disse, mas, aparentemente, ele não entendeu! – Ela admitiu.
- Como assim? – Ele perguntou, parecendo surpreso.
- Teve uma cena nossa esses dias, e eu acabei falando pra ele que estamos construindo uma amizade, que quero ir devagar, mas, com esse surto da minha família e amigos, ele acabou acelerando a mobilete. Me colocou na maior saia justa. Não tinha jeito de falar: Não, eu não quero que você venha passar um final de semana na casa do meu pai, porque quero ficar leve, curtindo uma brisa, sem fiscal, sacou! – Moe desabafou. Felizmente, o lance que tinha com o Argentino a permitia ser sincera.
- Caralho, sinto muito! – Ele exclamou, puxando-a para seu abraço.
- Não sinta, porque, eu queria ficar contigo um pouco, aproveitar nosso lance! – Ela admitiu, revirando os olhos.
- Nós vamos ter tempo para ficar juntos em Nova York, bebê. Relaxa o coração! – Arturo pontuou, sorrindo para ela.
- Talvez, se ele não montar guarda no meu apartamento! – Moe lamentou, realmente incomodada.
- Nem sei mais o que dizer! – Ele exclamou, parecendo chateado.
- Não tem muito o que dizer. As pessoas ao meu redor sempre agem como se soubessem mais sobre minha vida do que eu mesma. Meu pai surtou de vez, de onde tirou a ideia de ligar pro Federico, cara? Nada à ver fazer isso. Era pra ser só uma resenha, uma gastação, mas, acabou se tornando um pandemônio! – Ela desabafou.
- Sei qual é! – Arturo disse, dando um beijo no rosto dela.
- Obrigada por ficar ao meu lado, não sei o que faria sem você! – Moe pontuou, beijando o rosto dele também.
- Precisamos nos adiantar, está chegando a hora da reunião com o Galindo! – Ele pontuou, lamentando ter de lembrá-la de mais esse problema.
- Espero que meu pai recupere a sanidade logo, estou começando a acreditar que esse lance é demais pra mim! – Moe admitiu, sentindo um frio percorrer sua coluna.
- Sinceramente, ele está torcendo pra você arregar, dá pra ver na cara dele que não está feliz com nada disso! – Arturo exclamou, sendo brutalmente sincero.
- Ele acha que sou fraca, não é mesmo? – Moe perguntou, um tanto chateada.
- Não é isso, boneca, ele não quer que você se machuque! – Arturo respondeu, trazendo-a para mais perto de si.
12:00 PM
O sol estava à pico, em uma das regiões mais afastadas da civilização. O grande deserto escaldante que se estendia por quilômetros no horizonte estava assustando Mônica. Geralmente, ninguém volta de lugares assim. Por mais que quisesse desistir, não daria esse gostinho à seu pai. Saber que ele contava com seu fracasso a decepcionou e muito, mas, só é possível demonstrar coragem quando se vence o medo.
Ela fumava um cigarro encostada ao capô do carro, enquanto aguardava a chegada de Miguel. Ele não havia colocado empecilhos em seu encontro, pelo contrário, mostrou-se disposto a conversar. Restava saber se esse era o maior engodo ou acerto do século. Ali estavam Moe, seu cigarro e um sonho.
Algum tempo depois, a Hammer dele se aproximou, com os vidros fechados. Arturo desceu do carro, mas, manteve-se calmo, evitando movimentações muito bruscas. Mônica poderia ter levado um exército para escoltá-la, mas, preferiu não soar tão ameaçadora. Marcus Alvarez e Miguel Galindo desceram do veículo, aparentemente desarmados. Ela sentiu alívio imediato.
Os quatro se cumprimentaram, Alvarez e Urquiza se afastaram um pouco, dando espaço para que seus chefes pudessem conversar com mais privacidade. Uma brisa fresca amenizou o calor, facilitando a vida de todos os presentes.
- Baronesa da neve, a que devo a honra do contato? – Miguel disse, sorrindo e tomando a mão dela para beijar. Moe surpreendeu-se. Arturo não gostou do que viu.
- Creio que temos alguns interesses em comum. Gostaria de discutir nosso futuro! – Moe exclamou, sorrindo gentilmente.
- Sou todo ouvidos, princesa! – Ele admitiu, sendo bastante receptivo e oferecendo seu braço para ela se apoiar. Ambos caminharam juntos.
- Digamos que meus associados acabaram esbarrando em um rato, que costumava estar à sua mesa. Isso acabou causando uma desavença, mas, creio que possamos resolver tudo! – Moe pontuou, observando-o. Miguel era muito mais bonito do que ela poderia supor. Sua barba perfeitamente aparada, o cabelo cuidadosamente arrumado e o sorriso de canto de boca estavam desestruturando o coraçãozinho dela.
- Seus associados fizeram um ótimo trabalho, deveria recompensá-los. Os ratos em questão já estavam pedidos pela organização. Vocês me prestaram um enorme favor! – Ele disse, olhando para ela de um jeito sexy. O sorrisinho sacana voltou aos lábios dele.
- Estou feliz em saber! – Moe exclamou, retribuindo o sorriso.
- Gostaria de retribuir a gentileza. Me diga, o que posso fazer por você? – Miguel perguntou, abusando da malandragem.
- Soube que tem interesse em restauração e construção de cidades, essas questões estão em minha planilha, entende? Acho que formaríamos uma bela equipe! – Ela declarou, sentindo o perfume dele. Sua pele ficou arrepiada.
- Penso o mesmo, boneca! – Miguel exclamou, parando para admirá-la.
- Não sabe o quanto me alegra! – Moe disse, fazendo charme.
- Tenho algo que pode deixá-la ainda mais feliz. Um de seus braços me procurou, pedindo asilo. Acredito que tenha sido pego rondando minha mesa. O que quer que faça com ele? – Miguel perguntou, e o tom aveludado de sua voz estava mexendo com o interior dela.
- Bem, você está certo, isso me deixa muito feliz. O que acha de recebê-lo? Podemos lidar com isso depois. Aposto que ele não espera por nossa aliança! – Ela exclamou de um jeito sacana.
- Você sabe das coisas, pimenta! – Miguel pontuou, mordendo o lábio inferior.
- Obrigada! – Ela disse, fazendo charme mais uma vez. A temerosa reunião havia se tornado um flerte delicioso para ambos.
- Tem mais alguma coisa que possa fazer para mantê-la com esse belo sorriso? – Ele perguntou, ficando de frente para ela e acariciando seus braços com a ponta dos dedos. Moe ficou arrepiada novamente.
- Gostaria do seu consentimento para eliminar o último empecilho na terra da liberdade, e então, poderemos dar continuidade à essa linda amizade que estamos construindo aqui! – Ela expôs, mordendo os lábios. Ele parecia hipnotizado com a visão.
- Se você continuar a resolver meus problemas, terei de pedi-la em casamento! – Miguel exclamou, rindo.
- Você é muito gentil! – Ela disse, fazendo-se de tímida.
- Com esse espírito, consinto tudo o que você quiser! – Ele admitiu, tentando conter seu instinto de beijá-la.  
- Não posso pedir tudo de uma vez, senão, não terei pretexto para encontrá-lo novamente! – Moe exclamou, com toda a sagacidade disponível.
- Mulheres sábias mexem comigo! – Miguel pontuou, rindo amplamente.
Ele ofereceu seu braço para ela novamente, e ambos caminharam de volta ao encontro de seus respectivos acompanhantes. Nem em suas melhores expectativas, Moe poderia supor que tudo acabaria tão bem. Miguel beijou o rosto dela e deu uma piscadinha na despedida. Arturo ficou aborrecido.
No caminho de volta para Charming, o Argentino manteve-se atento à estrada, procurando não dar bandeira sobre o que estava sentindo. Obviamente, Moe percebeu que ele ficou mexido. Ela precisou se esforçar muito para não rir, afinal, não gostaria de provocá-lo.
- Você está bem? – Ela perguntou, encarando-o.
- Aquele maluco é muito abusado! – Ele pontuou, revirando os olhos.
- Você está com ciúmes? – Moe perguntou, acariciando o rosto dele.
- Ciúmes? Eu queria crivar ele de bala! – Arturo exclamou, parecendo realmente incomodado.
- Que maldade, não seja assim! – Ela disse.  
- O cara é folgado! – Ele declarou.
- Calma, não precisa ficar chateado! – Moe pediu gentilmente.
- Eu tô puto, isso sim! – Arturo admitiu, rindo de nervoso. Seus olhos azuis ficavam acinzentados quando estava irritado e ela sabia disso.
- Estou percebendo! – Ela disse, beijando o rosto dele.
- Vou pedir dispensa esse final de semana! – Ele exclamou, e seu rosto ficou vermelho de raiva.
- Por quê? – Moe perguntou.
- Não vou dar conta de manter a postura vendo aquele gago filho de uma puta te cercando! – Ele disse, apertando o volante.
- Para com isso, lindinho! – Moe exclamou.
- É a verdade, eu não quero ver mesmo! – Ele admitiu.
- Você vai me deixar? – Ela perguntou, fazendo biquinho.
- Tem outro jeito? Não tem! – Ele disse, evitando olhar para ela.  
- O foda é que eu não posso fazer nada, porque quem convidou ele foi meu pai, e vai ficar muito chato se não der atenção, entende? – Moe esclareceu, sentindo-se mal, pois, foi colocada na pior posição possível.
- Eu sei disso! – Arturo pontuou.
- Não quero ficar sem você! – Ela admitiu, encostando-se no banco e fechando os olhos por um instante.
- Desculpe, mas, não consigo lidar! – Ele exclamou, tentando se acalmar.
- Que situação merda! – Moe disse, esfregando o rosto nervosamente.
Eles chegaram à casa dela, estacionando frente às portas da garagem. Moe se apressou à sair do carro, dando a volta no mesmo e indo ao encontro de Arturo. Ela o abraçou com força, surpreendendo-o. Ele a envolveu em seus braços e deu um beijo em sua testa. – Vamos namorar? – Moe perguntou em um sussurro.
- Tá de sacanagem? – Ele perguntou de volta, rindo. Ela o apertou ainda mais.
- Namora comigo, Argentino! – Ela pediu, tentando beijá-lo.
- Eu não tenho estrutura pra isso! – Ele disse, gargalhando.
- Por quê? – Moe questionou, rindo muito também.
- Você sabe por quê! – Ele exclamou, acariciando o cabelo dela.
- Porque você é ciumento? – Moe perguntou, só de sacanagem.
- Você me conhece, acha que é uma boa ideia? – Ele perguntou de volta, dando um cheiro no pescoço dela.
- Eu adoro seu jeitinho ciumento! – Moe admitiu, gargalhando.
- Mônica! – Ele exclamou.
- Você é rancoroso, amor? – Ela perguntou, mordendo o lábio inferior dele.
- Pra caralho! – Arturo disse, rindo muito.
- Namora comigo, vai! – Moe pediu mais uma vez, acariciando o rosto dele.
- Para! – Ele exclamou, sendo beijado por ela.
- Eu tô falando sério! – Ela sussurrou.
- Você me falou que não queria entrar num relacionamento! – Arturo relembrou, beijando-a em seguida.
- Com você eu quero! – Moe disse, sorrindo de um jeito tímido.
- Tudo isso por que eu disse que vou pedir dispensa? – Ele perguntou, rindo.
- Porque você é um gostoso! – Ela admitiu, beijando o pescoço dele.
- Daí é foda! – Arturo disse, apertando-a. Jordie e Bianca se aproximaram, fervendo ao ver os dois juntos.
- O que tá rolando aqui? – Bibi perguntou, sacaneando.
- Estou curtindo meu namorado! – Moe disse, piscando para a amiga.
- Ai que delícia! – Jordie exclamou, pulando.
- Tá falando sério, amiga? – Bibi perguntou, sorrindo de um jeito sacana.
- Bem que eu queria, mas, o bombonzinho aqui é difícil pra caralho! – Moe exclamou, dando um selinho nele em seguida.
- Porra, Argentino, aceita, vai! – Bibi disse, importunando-o.
- Vamos deixar eles curtirem, amiga! – Jordie exclamou, puxando Bianca para dentro de casa.
- E aí amor, vai aceitar? – Moe perguntou, voltando a beijá-lo.
- Não tem jeito, Mônica! – Ele exclamou, acariciando o rosto dela.
- Por quê? – Ela questionou, fazendo biquinho.
- Você não vai tancar! – Arturo disse, rindo.
- Como você sabe? – Ela exigiu, encarando-o seriamente.
- Eu sou sistemático pra caralho, pra socar a cara de um é muito fácil, não vai dar bom! – Ele esclareceu, beijando o rosto dela.
- Eu te quero muito, sabia? – Moe questionou, dando outro selinho nele.
- Se você ainda me quiser na segunda-feira, eu aceito, já é? – Ele perguntou de volta.
- Supondo que hoje fôsse segunda-feira, você toparia subir para o meu quarto? – Ela questionou, sorrindo de um jeito sacana.
- Claro que sim! – Ele respondeu.
- Então, amor, vamos namorar? – Ela pediu, beijando-o.
- Se aquele gago chegar em você, eu vou matar ele, Mônica! – Arturo exclamou, parecendo aborrecido.
- Não vai precisar! – Ela declarou.
- Cê não tá levando fé, mas, eu tô falando muito sério! – Ele disse, encarando-a.
- Ele não vai chegar em mim, porque vou estar contigo! – Moe pontuou, dando um selinho nele em seguida.
- Isso vai dar uma merda do caralho! – Arturo exclamou, esfregando o rosto nervosamente.
- Não vai, prometo pra você! – Ela disse, acariciando o cabelo dele.
- Você me conhece muito bem, depois não adianta falar que não avisei! – Ele pontuou, dando um selinho nela.
- Relaxa, ok? Vamos pro jantar da tia Gemma juntos hoje, vai ser nossa estreia como casal. Já estou amando! – Moe disse, animando-se.
- Vê lá o que você vai aprontar! – Ele exclamou, rindo.
- O estouro do blindex! – Ela declarou, completamente energizada.
Ambos adentraram a residência de mãos dadas, dedos entrelaçados, por exigência de Mônica. Raul estava em cólicas, querendo saber da reunião, mas, ela estava mais preocupada em atear fogo à babilônia, por isso, acendeu um cone.
- Que romance é esse? – Raul perguntou, fazendo os dois rirem.
- Cê viu, pai? Olha o meu namorado. Lindão, né? – Moe pontuou, saltitando.
- Se você está dizendo! – Ele exclamou, gargalhando.
- Claro, o senhor acha que eu namoro homem feio? Por favor, né! – Moe declarou, sem conseguir se conter. Arturo estava quase perdendo o ar de tanto rir.
- Pelo menos meus netos serão bonitos! – Ele disse, entrando na zoeira.
- Velho ligeiro da porra! – Moe pontuou, encaminhando-se para o escritório. Ela foi seguida pelos dois.
- Eu sou sinistro! – Raul disse, rindo ainda mais. Ele estava feliz por ter os dois de volta.
- Tava pensando aqui, eu sou o senhor de calcinha! – Ela exclamou, sacaneando com ele.
- Infelizmente! – Ele admitiu.
- Bora fazer um churras e encher a cara? Tô a fim de arrebentar esse condomínio! – Moe declarou.
- E o jantar da Gemma? – Raul questionou.
- Agora são três da tarde, dá tempo de ferver aqui e ferver lá! – Moe pontuou, querendo ver o salseiro armado.
- Quem disse que meninas são mais tranquilas, mentiu! – Raul disse ao Argentino. Os dois gargalharam.
- O senhor não vive sem mim, para de palhaçada! – Ela exclamou, sacaneando com ele.
- Cê quer chapar? Bora então! – Raul pontuou, pegando sua garrafa de whisky e encaminhando-se para a área da piscina. Moe e Arturo o seguiram. Não havia condições de falar de negócios no momento.
- Bota uma seresta aí, caralho! – Moe disse, saltitando feito uma gazela. Arturo só conseguia rir.
- Força, Argentino. É só o que te desejo! – Raul admitiu. A zoeira não tinha limites para eles.
- Só fé, padrinho! – Ele declarou.
Bianca e Jordie ouviram a algazarra, e como boas festeiras, juntaram-se à eles. Denise estava em seu consultório, amargando os acontecimentos da madrugada, mas, eles não se importavam com as contendas. Os Cortez em sua totalidade, sacudiam a poeira extremamente rápido, e este era o segredo de seu estrondoso sucesso.
O celular de Mônica explodia de tanto tocar, mas, como havia sido esquecido no carro, Fredo ficou no vácuo eterno. A Califórnia vibrava com sua presença, de modos que, qualquer empecilho não seria suficiente para conter a farra. O Gago ficaria surtando com isso, mas, ninguém ligava. Ele finalmente havia encontrado alguém que não estava nem aí pra bosta.
Com certeza o circo estava pegando fogo, com os palhaços dentro e os bombeiros de folga. Otto e Treze se preparavam para encostar em Charming; Moe os notificou sobre a rave, e eles não perderiam por nada. Victória estava com raiva, pois, ela e Fredo ficaram fodidos nas mãos de pai e filha.
Cigarro, maconha, whisky e tequila eram servidos à vontade. Solzinho, verão e piscina, o quebra do momento. Energia ruim nem em pensamento. Os convidados de Gemma estavam fazendo um esquenta de respeito. Denise chegou do trabalho e se deparou com o embrasamento, por um instante agradeceu, pois, o clima ruim a deixava mal. Ela preferia que estivessem embrasados e embriagados.
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vcbarrera · 11 months
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No estimado familiar , amigo o conocido:
la depresión no se me va a quitar tomando Fluoxetina o Xanax o cuánto fármaco existe para la regularización de los estados anímicos encuentre en el mercado; cuando los problemas estructurales que causan mi depresión no se van a ir mágicamente tomandolos; como el constante sentimiento de frustración,los pensamientos intrusivos, el constante vacío por no sentir que encajo en ninguna parte, el insomnio y la hipersomnia, las pérdidas de memoria, el profundo desgano y apatía hacia las cosas que amo hacer y que soy incapaz de física y mentalmente de hacer,lo pesado que se hace mi cuerpo al intentar levantarme y lograr terminar alguna jodida cosa y la incapacidad de tener en mis manos el control de muchos aspectos de mi propia vida esa continúan ahí por más conciente que sea de comer bien, dormir bien y hacer ejercicio;la depresión sigue ahí y más cuando constantemente se nos mide a cualquiera en este mundo por su valor productivo económico y no por el simple hecho de que valemos solo por qué vivimos y no nos rendimos ante una sociedad que nos redujo a productos de explotación por supervivencia.
Así que créame no es por gusto que vivo con esto, y no es en terapia conductual dónde su mejor opinión es formular fármacos que esto va a cambiar, lo que en realidad necesito es que se entienda de una vez que no es mi elección,que batallo con esto mucho y que sin importar en que rincón oscuro llegué a encontrarme trataré de no rendirme
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mapache-agrio · 8 months
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Mentira
26-09-2019
¿Qué tan paralelamente puede morir el cuerpo y el alma? Todos cuentan que ninguno depende del otro, pues el alma vive aún con el cuerpo muere, pero ¿es el alma realmente inmortal? ¿Qué pasa si el alma muere antes que el cuerpo? Maldito cigarro. Y no es que lo odie a él, odio quererlo tanto. Odio cada bocanada de humo que trago para sofocarme por dentro y sacar la tristeza. Lo odio porque eso no pasa, nada sale.
Este soy yo: Cada cigarro que me he fumado; cada tragedia en la vida de otros que he escuchado; cada mañana despertando tarde, sin ganas, por cada noche sin poder dormir. Soy mis ojeras, soy mi dolor de cabeza, soy mi dolor de pecho y mi dolor de piernas. Soy mis hombros tensos y mis manos temblorosas. Soy mis sentimientos tragados y ocultos. Soy mis malos pensamientos, soy mis tiempos postergados, soy mi incapacidad para crear vínculos reales con la gente. Soy mis dedos cortados, mis pinceles sucios y mis pinturas inconclusas. Soy el dolor de mi alma, el de mis padres y el de todas las personas a las que he decepcionado. Soy mis esperanzas de futuros imposibles, soy mi falta de voluntad y de templanza. Soy las canciones tristes y las felices, soy mi inactividad. Pero al final miento y a la vez soy mi mentira y mi indiferencia. Soy yo, dejando todo a la suerte y al destino. Soy yo sentado, mirando a ver qué pasa. Soy los amigos perdidos y soy lo que de mi se perdió con ellos. Y sigo mintiendo. Soy los amigos que ignoro soy yo enfocándome en lo triste y en lo que me hace sufrir, pues soy mi pesimismo natural. Mi mentira más grande es no ser yo, mi mentira más grande es ser lo que queda de mí.
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winterfable · 9 months
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Al amanecer, cuando de mala gana y perezosamente despiertes, acuda puntual a ti este pensamiento: «Despierto para cumplir una tarea propia de hombre.» ¿Voy, pues, a seguir disgustado, si me encamino a hacer aquella tarea que justifica mi existencia y para la cual he sido traído al mundo? ¿O es que he sido formado para calentarme, reclinado entre pequeños cobertores? «Pero eso es más agradable.» ¿Has nacido, pues, para deleitarte? Y, en suma, ¿has nacido para la pasividad o para la actividad? ¿No ves que los arbustos, los pajarillos, las hormigas, las arañas, las abejas, cumplen su función propia, contribuyendo por su cuenta al orden del mundo? Y tu entonces, ¿rehúsas hacer lo que es propio del hombre? ¿No persigues con ahínco lo que está de acuerdo con tu naturaleza? «Mas es necesario también reposar.» Lo es; también yo lo mantengo. Pero también la naturaleza ha marcado límites al reposo, como también ha fijado límites en la comida y en la bebida, y a pesar de eso, ¿no superas la medida, excediéndote más de lo que es suficiente? Y en tus acciones no sólo no cumples lo suficiente, sino que te quedas por debajo de tus posibilidades. Por consiguiente, no te amas a ti mismo, porque ciertamente en aquel caso amarías tu naturaleza y su propósito. Otros, que aman su profesión, se consumen en el ejercicio del trabajo idóneo, sin lavarse y sin comer. Pero tú estimas menos tu propia naturaleza que el cincelador su cincel, el danzarín su danza, el avaro su dinero, el presuntuoso su vanagloria. Éstos, sin embargo, cuando sienten pasión por algo, ni comer ni dormir quieren antes de haber contribuido al progreso de aquellos objetivos a los que se entregan. Y a ti, ¿te parecen las actividades comunitarias desprovistas de valor y merecedoras de menor atención?
[...]
«No pueden admirar tu perspicacia.» Está bien. Pero existen otras muchas cualidades sobre las que no puedes decir: «No tengo dotes naturales.» Procúrate, pues, aquellas que están enteramente en tus manos: la integridad, la gravedad, la resistencia al esfuerzo, el desprecio a los placeres, la resignación ante el destino, la necesidad de pocas cosas, la benevolencia, la libertad, la sencillez, la austeridad, la magnanimidad. ¿No te das cuenta de cuántas cualidades puedes procurarte ya, respecto a las cuales ningún pretexto tienes de incapacidad natural ni de insuficiente aptitud? Con todo, persistes todavía por propia voluntad por debajo de tus posibilidades. ¿Acaso te ves obligado a refunfuñar, a ser mezquino, a adular, a echar las culpas a tu cueφo, a complacerte, a comportarte atolondradamente, a tener tu alma tan inquieta a causa de tu carencia de aptitudes naturales? No, por los dioses. Tiempo ha que pudiste estar libre de estos defectos, y tan sólo ser acusado tal vez de excesiva lentitud y toφeza de comprensión. Pero también esto es algo que debe ejercitarse, sin menospreciar la lentitud ni complacerse en ella.
—Marco Aurelio
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paulindacomoestrella · 10 months
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Oración 20.11.23
Papá, tú mejor que nadie sabe lo falta de palabras que me estoy quedando.
Qué ironía, ¿verdad, papá? Tu hija lingüista, la que siempre está corrigiendo los errores ortográficos de los demás, la que juega sola Scrabble, esa hija tuya se ve ahora en la incapacidad de expresar su sentir en oración.
Pero, porqué no, lo intentaré un día más.
Papá, dame tus fuerzas para enfrentar este nuevo día, porque yo ya no tengo. Dame paciencia para esperarte un día más, porque yo ya no quiero esperar.
Estoy muy cansada, papá. Es un cansancio espiritual que afecta cada organismo de mi cuerpo, es una dolencia del corazón que me lleva a querer dormir todo el tiempo.
Justo eso pensé hoy al despertar, que cuando dormía, a pesar de ser consciente de él, son esos momentos en los que no me duele tanto.
Cuando soy consciente Gonzalo me taladra el pensamiento y la memoria.
Cada día decido amarlo y perdonarlo, pero cada día es más difícil. Cada día el orgullo se quiere abrir paso, este amor pide ser correspondido y, al no serlo, termina partiéndome a la mitad.
Papá, ¿así te sientes tú con nosotros?
Probablemente sí, es por eso que te pido de tus fuerzas. Porque quizás, tú mejor nadie, sabe de amar sin ser amado.
Así que tenme compasión cuando te pido ya rendida que pares esta prueba. Padre, sé que me la diste porque de otra manera nunca hubiera clamado a ti como lo he hecho en los últimos meses, pero, padre, también duele demasiado. Y simplemente ya no quiero sentir dolor.
Si tu voluntad es llevarte a Gonzalo dame las fuerzas para tomar una decisión distinta cada día. Si tu plan fue que su presencia en mi
vida fuera temporal te ruego me des sabiduría para entenderlo.
Papá, si por alguna razón malinterpreté todo desde el principio, te ruego me ayudes a dejarlo de amar. Arráncame este amor que le tengo y úsalo para tu gloria.
Pero, papá, si no me equivoqué cuando escuché tus susurros hace seis meses, entonces sígueme dando fuerzas, sígueme enseñando a amar a este hombre, ayúdame a esperarlo mientras él también es sanado y moldeado. Ayúdame a estar para él a pesar de mí. Ayúdame dándome toda la paciencia que tengas a tu disposición para que esta espera en la que obres un milagro con su regreso no sea una carga.
Lo amo, papá. Sé que no puede ser malo o incorrecto porque es un amor que me ha puesto de rodillas antes ti cada noche.
Por favor, papá. Obra tu milagro en mí, en nosotros.
No lo merecemos, papá. Ciertamente yo nunca lo mereceré, pero te ruego muevas esa montaña por mí, abre ese océano para mí, papá. Te lo pido con esa poca fe que se rehúsa a extinguirse.
Te lo pido con mi corazón roto sobre tu mesa.
Te lo pido aferrándome a tu verdad de que contigo todo es posible.
Te lo pido entregándotelo también. Te lo entrego papá.
Déjame ver tu gloria.
En el nombre de tu hijo Jesús. Amén.
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funniestsimpalive · 1 year
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Contigo volví a sentir lo que es querer de lejos y sin demostrar
Gracias por recordarme que muchas veces el único cariño que puedo dar es solo si es sin molestar y de lejos fue bonito recordar que todavía puedo admirar a alguien y procurar no molestarlos
Gracias por haberme permitido conocerte, me gusta imaginar que pudieras quererme también y que nuestras palmas se encontraran, y las llemas de nuestros dedos se deslizaran para entrelazar nuestras manos
Olvidó tantas cosas
Por ejemplo, que tu mano tiene un anillo
Olvidó que eres producto de mi imaginación
Pero no olvidó los gestos que tienes conmigo, que sepas que me gustas
Y que te burles de eso
Me gusta saber que me dejas claro que nunca podría coincidir con alguien que realmente quiera
Gracias porque entiendo que llorar no me sirve de nada
Pero es que te admiro tanto
Puedo pasar cada año viendo al suelo pensando en todo lo que me provocas y me has provocado
Y para mi es una vida feliz
Soy tan inmovible me he vuelto tan un fantasma
Que si quiera verte sonreír es para mi algo digno de pensar todo el fin de semana
Tu risa tu vista tus ojos yo no se otra cosa más q amarte
Te pido disculpas
Me conozco perfectamente
Mi incapacidad y las estacas en mi corazón me obligan a vivir con la cabeza recostada pensando en lo gran miserable que soy
Y de lo mucho que se nota, de lo muchísimo que conocidos me miran con lastima
Pero nada de eso me importa porque en mi corazón te tengo a ti, tengo todas las imágenes y representaciones tuyas que abrazo y admiro
Y quizá por eso no necesito consumar nada en mi vida, ni un solo proyecto, ni tomarme a mi misma en serio o con respeto
Vivo tanto en mi propia mente que amarte adorarte y tenerte cariño de puerta para adentro es lo completamente suficiente para mi
No se por que he tenido las cosas así de claras
Pero se lo mucho que pierdo cada día
Y solo quiero darme otra estaca en el corazón
Y aún haciéndolo yo se que cuento con tu mirada y con tu comprensión
No puedo imaginar el día que casi me desmayo
No puedo pensar en tus brazos sujetándome
Por que me gustas tanto?
Si a la vez me das miedo
Por que he encontrado en ti alguien digno de admirar y que me mires me da pena y nervios y me dan ganas de hablar de ti todo el día
Y mientras leo y estudio pienso en ti
Y antes de dormir cada noche también pienso en ti
En que, no se, ni se, es que estás ya incrustado en mi corazón, no necesito recordar un momento exacto, solo digo, claro que debe estar ocupado, claro que debe estar pasando un buen momento, debe estar por acostarse, debe estar leyendo, debe tener su pelo húmedo y sin recoger,
Me he preguntado si me permitiría tener algo contigo
Y me queda claro que no
No me atrevería
Pero si he pensado como se debe sentir tu abrazo, tus piernas, tu sonrisa frente a frente, tu burla o cosquillas
Que envidia la persona que está a tu lado
Creo que puedo decir que te amo
Aunque sea una locura y denote que ya perdí toda mi cordura
Pero no importa, porque siento como si fueras quien me ofrece un paraguas en un día lluvioso cuando el sol apenas se asoma, y eres todo lo que la calidez puede significar
Eres mucho para mi, pero también se que no tengo absolutamente nada que hacer viéndote admirándote
Y mucho menos de manera lasciva
Aunque se perfectamente que me muero por tu atención tu deseo tu aprobación, que cualidades buscaras en tu pareja? En algún momento habré tenido chance de serlo? Y avanzado el día sin absoluto conocimiento de ello?
Que hago con todos estos sentimientos?
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resist3ncia · 1 year
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la última porción de mí
No existen razones, a lo mejor el anhelo de respirar y no tener que sentir más que mi propio cuerpo apartándose de lo que algún día fue o quiso ser.
Estoy segura de que este es el momento, no hay culpables, solo yo de nuevo. No quiero ser una herida sangrante para siempre, y al parecer nunca aprendí a sanar. Las cosas se apilan y me cargan de peso, capaz algún momento me sentí ligera o casi feliz, pero hasta eso es un fugaz recuerdo, que duele y me entristece.
Pienso entonces si me queda algo para aprender, no me cabe duda de que sí, aunque la verdad no voy a intentar más nada y antes de ser la persona que vive haciendo sangrar a los demás, prefiero terminar conmigo como algo vivo. Me doy por vencida. No quiero hacerme cargo de esto.
No es por nada pero quisiera decir y deseo que así sea, está por fin será la última porción de mí.
No puedo seguir, no hay nada para hacer y el dolor sabe a veneno que no mata. Yo ya estuve muerta en viva, respirando y solo yo sé cuántas veces me quise ir de este mundo, cuantas veces me equivoqué y negué todo con mentiras.
Hoy domingo, hago apología a la música que me gusta, hoy mi piel ya no es testigo de mis cicatrices. Estoy tranquila, no me dejo llevar por ningún sentimiento, mi mente está plagada de errores y mi cuerpo sigue creyendo que se puede empezar de cero, pero no es así, porque estoy condenada.
No voy a abrazarte, no voy a verte de nuevo, mi consuelo es creer que alguna vez supe hacerte bien. Me resignó a disculparme, si eso te sirve y agradecerte por mostrarme la luz. Esa suavidad que brilla y acompaña, cálida e incolora, que me atravesó, me guió y ayudó; también llamada amor.
Fui muy estúpida al imaginar que una persona como yo podría cuidar eso, nuevamente me doy cuenta de mis incapacidades.
No es el dolor lo que me empuja a hacer esto, soy yo misma intentando e intentando, rompiendo rompiendo.
Admito que soy muy testaruda, y por más de que ya no puedas confiar en mí, no busco una reconciliación, esto está en mi gen, tengo claro que no existe otra persona que se replique a vos, no voy a buscar porque no voy a encontrar.
Hay una última cosa que se y que cumpliré, perdería cualquier cosa antes que perderte, incluso si se trata de mi vida.
Mañana la semana no empieza, antes de las doce me iré a dormir, pesada y sucia para no tener que dar la cara a esta inconsciencia que ya no se puede llamar vida, no sin amor.
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caftercigs · 2 years
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estoy cansada y ya no sé qué más hacer. no quiero comer, no quiero dormir, no quiero leer, salir, hablar; no quiero hacer nada. solamente tengo problemas, y lo peor es que estoy consciente de que hay gente que seguramente la esté pasando peor pero realmente no entiendo por qué soy tan débil, por qué a mí me duele tanto, me cuesta respirar, me enoja todo tan fácil y todo es tan frustrante. debería poder ser capaz de superarlo, no estoy pasando nada terrible, mis son problemas normales, no debería dolerme tanto. pero todo me sale mal, la carrera es difícil, mi ingenio es insuficiente, no tengo amigos, no tengo con quién hablar, mi familia está pasando por un mal momento y no puedo ayudar, no nos llevamos bien y siempre hay alguien gritando o llorando.
y no puedo ayudar. no me puedo ayudar ni a mí misma, no puedo progresar, no consigo una forma de hacerlo, estoy demasiado cansada y sé que lo único que es real de todo esto es mi incapacidad de avanzar y esforzarme, el resto está en mi cabeza. sin embargo me encuentro incapaz de aportar nada, tengo constantemente un nudo en la garganta, un nudo en el estómago, dolor de cabeza, estrés, ganas de llorar. todo en mi entorno es negativo, quizá porque yo soy negativa y sea mi culpa. me gustaría poder ser mejor, conseguir un trabajo, ingresos, poder salir con mis amigos, tener amigos, poder ayudar a mi familia, avanzar en mi carrera, mejorar mi mentalidad y mi físico, quizá poder conectar con alguien, pero estoy completamente sola y es porque no hago nada para cambiarlo; no tengo cómo y no sé cómo.
y honestamente nadie más va a hacerlo por mí. quiero ser capaz de ayudar pero todavía no puedo ayudarme. no tengo los medios.
necesito hacer algo. pero no puedo. y lo peor de todo es que ni siquiera puedo matarme, no tengo el coraje, la valentía. siento que estoy fingiendo todo, que si de verdad estuviese tan mal: lo haría. me mataría y terminaría con esto, si se supone que no hay nada positivo en mi vida y solamente la paso mal, ¿por qué no puedo hacerlo? no me costaría nada, no hay nada que me detenga, no hay nadie que me necesite realmente, nadie depende de mí. solamente yo. y honestamente, no creo quererme lo suficiente como para seguir viviendo solo por mí.
¿entonces por qué no me mato? si bien como dije, debería.
¿y por qué no avanzo? si, al igual que dije antes, no hay nada que me detenga.
estoy en un constante declive y, mientras puse mi vida en pausa por mi incapacidad de avanzar, el mundo sigue girando sin importarle. porque el mundo no se va a detener por mí. y mientras yo estoy acostada sin lograr nada, se me pasa la vida siendo un fracaso. todos progresan, menos yo. todos pueden, menos yo.
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corazondecantinero · 2 years
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Rezo
Soy un pagano hecho y derecho:
Le rezo todas las noches a las diosas porque la cuiden de los que en la calle la agreden con sus chiflidos y expresiones nefastas. Porque al salir no tenga la necesidad de utilizar sus llaves como armas de defensa, o tenga que activar su gas pimienta. Les pido que tenga la fortaleza para resistir a los malos tratos que pueda llegar a tener en el trabajo, la decisión para seguir adelante en su crecimiento personal y el control para tener paciencia ante las desigualdades de las que no tiene control, a pesar de que su ira se quiera desatar.
Pido porque tenga compañeras que la escuchen, la acompañen, la abracen cuando sea necesario. Que sus proyectos vayan positivamente encaminados a lograr sus objetivos, y que la paz le cubra por dentro y por fuera. Que tenga siempre una manzana para que no pase hambre, y otra para poder compartir con quien ella quiera.
Ruego porque no tenga frío. Que se procure siempre una cobija, una chamarra para los climas imprevistos e inclementes. Que no tiemble la tierra bajo sus pies cuando se encuentra en un piso superior al cuarto, que sepa guardar la cordura cuando las lámparas se mesan ligeramente, que no corra, que no grite y que no empuje. Que no le griten, que no la empujen y que no la apresuren a correr. Que pueda comunicarse con su familia y que todas las respuestas sean afirmativas cuando ella les pregunte si se encuentran bien.
Que tenga siempre una cerveza para cuando el clima sea muy caluroso, una caricia para su perrita al llegar a casa, una sonrisa que la aguarde cuando llegue cansada, una comida caliente. Que no tenga miedo al cruzar la calle, que no le paralice la incapacidad de los conductores de dar el paso a peatones y ciclistas, que le respeten siempre el carril de extrema derecha a los y las que alcanzan una bicicleta en las paradas cercanas a su trabajo.
Que sonria sinceramente, que pueda llorar cuando sea necesario. Que deje de lado su falsa valentía que a veces le ha hecho mucho daño. Que sepa escoger la verdura cuando vaya al mercado, que le den un precio justo por ella.
Les pido a las diosas que le permitan ser feliz, vivir en tranquilidad, dormir tranquila y tener un sueño reparador todas las noches.
Rezo, para no hacerle falta… Cómo ella a mí.
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maragaunt · 2 years
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Esa noche Barcode llevó comida al dormitorio para que compartiéramos los tres. Aunque estaba delicioso pude comprobar que ni él ni Apo estaban disfrutándolo y es que desde hacía una hora, más o menos una hora después de que Bible se hubiera ido tan intempestivamente, Barcode empezó a tocarse la marca de la mano hasta que la tenía roja e irritada y solo hasta que Apo le preguntó que le pasaba Code indicó que le estaba quemando.
Apo y yo le miramos su extraña marca de nacimiento pero la piel no se veía quemada y al tocarla no estaba caliente. Apo le aplicó algo de crema contra la irritación pero parecía no estar haciendo efecto. Otra hora pasó hasta que Apo empezó a tocarse el cuello más seguido y ante nuestra insistencia confesó que su marca también le estaba molestando. Por eso concluía que no estaban disfrutando la cena tanto como quisieran.
Antes de la cena Barcode se ofreció a ir a alquilar las muletas con las que yo tendría que caminar desde ese día hasta que cumpliera el mes de mi incapacidad. Eran azules y prácticas pero aunque intenté manejarlas a la perfección en el primer intento me fue inútil y casi me caigo. Suponía que tendría que acostumbrarme y eso estaba bien.
Terminamos de cenar y después de un reconfortante baño me puse mi pijama de Gatos y me acosté siguiendo con mi mirada a los dos hermanos que se aplicaban crema contra la irritación el uno al otro. Una vez terminaron el olor a mentol penetró por mi nariz y me dio sueño más pronto que tarde.
Pero a la madrugada me despertó algo húmedo en la nariz y cuando me toqué palpé en seguida una textura que conocía bien. La nariz me estaba sangrando y tuve que levantarme para caminar con dificultad, en un solo pie, hacia el baño para mirarme en el espejo.
Si, eso era mi sangre, aquella sangre que fue objeto de estudio durante tantos años y que estuvo a punto de convertirme en la rata de laboratorio de unos investigadores locos. Habíamos huido con mi abuela y mi mamá cambiando mi identidad y la de ellas para evitar ser encontrados.
Con tristeza pensé que pronto tendría que pasar lo mismo. Dudaba que ese doctor amable de hoy, Us, pudiera mantener a raya su instinto científico y quisiera saber más de los componentes de mi sangre, que la hacían parecer sangre humana diluida, si, pero con el componente adicional que la hacía parecer sangre con brillantina. Me lavé la nariz y me puse dos tapones en cada fosa nasal para contener la ligera hemorragia. Recordaba que este era un síntoma común cuando mi leucemia estaba remitiendo y hacía años que no me pasaba pero por algún motivo ahora volvía. Quizá se debiera al estrés o quien sabe.
Me cambié el pijama que estaba sucio con gotas de sangre y volví a la cama. Cerré los ojos esperando volverme a dormir pero los tuve que abrir cuando un brillo de luces que estaba dándose en el primer piso de las residencias penetró por la ventana de nuestra habitación. Extrañado me puse de pie y cojeé hasta la ventana para mirar por entre las persianas.
No había nada, ni un carro ni nada que emitiera iluminación más allá de las farolas de la calle pero aún así algo me decía que si había algo ahí abajo. O alguien.
Miré por entre los árboles que rodeaban el jardín de la residencia y ah, ahí estaba.
Tres personas, podía ver la sombra de tres figuras entre los árboles. Me pregunté si eran algunos ladrones o quizá los guardas que protegían esta residencia. Los miré por largo rato pero no se fueron. Parecían querer quedarse en esa posición… ¿toda la noche?
Si mi pie no estuviera lesionado seguramente bajaría y averiguaría quienes eran como para percatarme de que no eran peligrosos y sin embargo reportarlos con la directora de las residencias pero eso me tomaría tiempo y de igual manera las puertas de las residencias eran bloqueadas después de las once.
Con una última mirada me di la vuelta dejando caer la persiana y me metí en mi cama intentando volverme a dormir.
No logré un sueño tranquilo porque en el bravío giro que cada una de esas imágenes de mi subconsciente daba siempre me encontraba con Bible. No tenía tendencias a soñar con desconocidos el primer día que los veía pero esto era así. Sólo que ninguno de los dos éramos humanos normales. En estos sueños sin contexto Bible tenía alas, grandes y majestuosas, vestía de blanco y sus ojos brillaban excesivamente.
No podía verme pero mi piel era igual de blanca que la suya y si mi cuerpo flotando encima de campos verdes era indicio yo también tenía alas. Muchas imágenes de esas eran vistas en mis sueños y cuando desperté aún las tenía grabadas en mis retinas. Bueno, siempre creí que aparte de torpe yo era algo demente y en mis sueños estaba la prueba reina.
-Vamos, no tienes nada que no tengamos nosotros- dijo Apo ayudándome a desvestirme ante la centésima vez que le dije que no necesitaba ayuda para entrar a bañarme, pero era inútil, por Code él tenía el instinto de hermano mayor desarrollado y nos cuidaba como si fuera un lobo cuidando sus crías.
Resoplando me dejé ayudar y aunque acabaron igual de mojados que yo se reían de lo divertido de mi torpeza. Mientras secaba mi cabello Apo alistó en mi maleta los libros de ese día y una vez listos salimos de la habitación para esperar la ruta que nos llevaría a la universidad. Por supuesto bajamos diez minutos antes de lo normal porque mi paso era como el de una tortuga con muletas y ellos estaban a mi alrededor buscando que no me cayera. Como decía Apo, era un crimen darle a alguien tan torpe como yo una fórmula de muletas.
Barcode abrió la puerta y en el momento en que lo hizo se tropezó con alguien que tuvo que sujetarlo para que no se cayera. Generalmente Code era amable y sosegado y en otro momento habría pedido disculpas pero parecía como si las manos del desconocido le hubieran quemado porque se apartó rápidamente antes de disculparse.
-Barcode- llamó Apo adelantándose y solo cuando miró a quien tropezó su hermano se dio cuenta de quien era.
¿Qué hacía el ángel menor (aquel que se sentaba siempre con Bible y Mile en la cafeteria) en nuestra residencia de estudiantes a esa hora de la mañana?
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spncred · 2 years
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Lo que hay que saber sobre la distrofia eréctil
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Hace algún tiempo escribí un artículo en el blog sobre la candidiasis masculina. Creo que cualquiera apreciaría que no es el más atractivo de los temas, pero me sorprendió mucho lo popular que sigue siendo el artículo, casi dos años después. Esto me hizo pensar en otros temas que mis lectores podrían querer conocer pero de los que se resisten a hablar. Rápidamente me vino a la mente un tema: La disfunción eréctil.
¿Qué es la disfunción eréctil (DE)?
Según la Asociación Europea de Urología, "la disfunción eréctil es la 'incapacidad persistente de conseguir y mantener una erección adecuada para el acto sexual'.
Nótese la palabra "persistente". La mayoría de los hombres tienen a veces problemas para mantener la erección. Es algo muy común. Si le ocurre esto, mantenga la calma. Para un verdadero diagnóstico de disfunción eréctil, es necesario que no consiga una buena erección durante tres o seis meses.
El hombre suele pensar que una buena erección es un signo importante de su virilidad. Si un día no puede tenerla, es un gran shock. Esto suele causar consternación y angustia emocional tanto para él como para su pareja.
Si es su caso, ¿sigue teniendo erecciones nocturnas al dormir o al despertarse por la mañana? Si es así, significa que es muy poco probable que el problema tenga una causa física.
Si cumple la definición de disfunción eréctil, está en buena compañía. En total, el 52% de los hombres de entre 40 y 70 años padecen disfunción eréctil de leve a moderada, según los resultados del frecuentemente citado Estudio sobre el Envejecimiento Masculino de Massachusett (1994), y la disfunción eréctil es más común en los hombres mayores.
¿Cuáles son las principales causas de la DE?
Entre el 10% y el 20% de los hombres con disfunción eréctil tienen una causa psicógena. Puede ser el estrés, la depresión o la ansiedad. El 80% restante tiene una causa física. A veces es una mezcla de factores.  Los hombres suelen pensar que deben tener niveles hormonales bajos, pero en realidad esto es muy raro.
Muchas de estas causas, incluido el estrés, son cosas sobre las que se puede hacer algo.
También existen factores de riesgo para la disfunción eréctil, que son factores de estilo de vida o condiciones médicas que afectan a la salud y la función de los nervios, las arterias y las venas del pene. Estos factores de riesgo son: El estrés, la ansiedad, la depresión, la hipertensión arterial, el tabaquismo, la obesidad, los niveles elevados de colesterol, la diabetes y el síndrome metabólico. La disfunción eréctil puede ser un efecto secundario de muchos tipos de medicamentos.
El estrés es una causa muy común de la mala función eréctil. Cuando uno se siente estresado, su cuerpo está en alerta máxima. Es la "respuesta de lucha, miedo y huida". El estrés es la respuesta de la adrenalina al peligro.
El estrés agudo significa que tu cuerpo produce adrenalina, tu corazón late con fuerza y empiezas a sudar. El estrés crónico significa que el sistema nervioso simpático (SNS) se encuentra en sobremarcha. Toda esta adrenalina no deja espacio para la erección.
Durante el bloqueo, puede parecer imposible encontrar la oportunidad de tener intimidad con los niños alrededor y un hogar ocupado.  Tendrá que ser creativo para conseguirlo. Tal vez sea realmente el momento de limpiar el cobertizo del jardín.
LEER MÁS: ereccionup.com
¿Podría resumir los principales tratamientos para la disfunción eréctil?
El primer paso es reducir los factores de riesgo. Antes de iniciar un tratamiento farmacológico, hay que ver qué factores de riesgo se pueden reducir o tomar medidas para controlarlos:
Pérdida de peso: el 79% de los hombres con disfunción eréctil tienen sobrepeso.
Dejar de fumar - El humo del cigarrillo daña las células que recubren los vasos sanguíneos del pene
Muévete más - El ejercicio mejora las células que recubren las arterias del pene
Reducir el alcohol - El exceso de alcohol afecta negativamente a todos los aspectos de la respuesta sexual
Presión arterial alta - Las arterias del pene son pequeñas y especialmente sensibles a los cambios vasculares
Colesterol alto - Los niveles elevados de colesterol afectan a la relajación muscular de los vasos del pene
Diabetes - La diabetes tiene efectos complejos que pueden provocar disfunción eréctil; sin embargo, un mejor control de la diabetes puede conducir a una notable mejora de la disfunción eréctil.
Importancia de la salud mental: la disfunción eréctil y la depresión, por ejemplo, suelen coexistir.
Hable con su pareja - Las parejas a menudo sufren y no saben a quién recurrir. Hable con su pareja.
Medicamentos para la disfunción eréctil
Existen dos grupos principales de medicamentos para tratar la disfunción eréctil: Los inhibidores de la fosfodiesterasa (PDE5i) y las prostaglandinas. El Viagra (un medicamento PDE5I) es el más conocido, aunque existen otras opciones como Cilais, Levitra, Spedra y Alprostadil.
Los distintos medicamentos actúan de forma ligeramente diferente. También actúan durante distintos periodos de tiempo y pueden tener efectos secundarios. Por ello, debe consultar con un profesional médico.
También se pueden utilizar bombas de vacío para producir una erección. Esto puede tener ventajas, ya que no hay medicamentos implicados, por lo que no hay riesgo de efectos secundarios sistémicos.
A muchos hombres les resulta difícil hablar de la disfunción eréctil con sus parejas. ¿Cómo aconsejaría a los hombres que abordaran el tema?
Cualquier tratamiento de la disfunción eréctil tendrá el mejor efecto si su pareja lo conoce y lo entiende.
El Dr. Fox realizó una encuesta muy interesante el año pasado. Preguntó a 27.000 hombres si habían dicho a sus parejas que tomaban medicamentos para la disfunción eréctil, y por qué o por qué no. La encuesta reveló que el 67% de los hombres jóvenes (menores de 40 años) no se lo habían dicho a sus parejas, en comparación con el 17% de los hombres mayores (de más de 60 años).
Las razones para no decírselo a la pareja fueron, entre otras, las siguientes Vergüenza, sentirse menos hombre o orgullo herido y la suposición de que su pareja asumiría que "ya no la encuentro atractiva".
Sin embargo, las razones para decírselo a la pareja decían mucho. Incluían: Porque nos queremos, la honestidad es la base de una relación, mi pareja está muy satisfecha con que tome la medicación y ha salvado mi matrimonio.
La comunicación es muy importante. Hay muchas cosas que se pueden hacer, pero hay que tener el valor de afrontarlas. Tu pareja sólo puede alegrarse de que hagas algo al respecto.
No hables de ello en la cama o después de un intento fallido. Planea un buen paseo y charla de forma relajada. Tu otra mitad estará encantada de que le hayas hecho una confidencia y eso explicará muchas cosas. Se sentirá aliviado.
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miscartasdeamor · 2 years
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La última carta amor
Tal vez tienes razón, pequeña, que lejos estamos mejor. Me empeñé en querer estar contigo y fue muy egoísta al querer imponerte mis sentimientos sin comprender tus rechazos. Por una vez, solo pensaba en mí, en lo que yo quería, siendo tan arrogante y perseverante en mis estúpidos intentos de conseguir tu corazón. Y solo fui ruin y mezquina. Te culpé por mis traumas e inseguridades, porque me sentía tan frustrada por no tenerte, aunque desde el inicio supe que eso tal vez nunca pasaría. ¿Por qué te fijarías en mí? Hay tanto en contra que aún suena absurdo creer que podría cambiarlo.
Pero un día comencé a soñar con “cómo sería si eso pasara”.
Creo que eso es lo que más me duele y por lo que realmente me siento triste, casi al borde de dejarme morir. Esa vida era tan genial. Teníamos una hermosa familia, tres perritos, una nena preciosa, una casa cálida y llena de amor. Yo era una gran escritora y tú la más hermosa azafata de la aerolínea; al menos para mí lo eras. Viajábamos mucho y teníamos suficiente dinero para vivir bien y tranquilas. Sin embargo, lo mejor era el tiempo en familia. Yo cuidaba a nuestra hija porque trabajaba en casa, te esperaba y siempre te preparaba una sorpresa al regreso de tus viajes. Por fin nos entendíamos y conocíamos tan bien que éramos muy felices. Incluso nuestras peleas eran tiernas, amables, cordiales y de rápida solución, pues nos unían más. Amabas que te llevara el desayuno a la cama y que en las noches me levantara a calmar a la niña para que pudieras dormir más. Yo amaba que nos cantaras antes de dormir, que nos leyeras un libro, que nos apapacharas. Era feliz sorprendiéndote en cada aniversario con los regalos más locos e inesperados. El último que soñé fue antes de que naciera la bebé; te regalé un piano. Fue genial meterlo a la casa mientras te distraía con algo. Cuando lo viste, sonreíste y luego me golpeaste juguetonamente porque era demasiado. ¿Cómo me atrevía a gastar tanto en un regalo? Pero era tan hermoso y algo que siempre quisiste. Ahora teníamos otras responsabilidades y gastos, pero me costó mucho darte un buen argumento para que lo aceptaras con esa sonrisa que tanto amo. Durante tus meses de incapacidad por el embarazo tomaste clases de piano y era hermoso que la bebé te escuchara tocar. Le gustaba porque cuando nació le poníamos música y sonreía. Para arrullarla, le poníamos música clásica, sobre todo valses; solo así se dormía.
Teníamos tres perros que adoptamos y que yo entrené personalmente. Ayudaban a cuidar a la pequeña y a la casa. Era genial salir a pasear con ellos, ir a la playa. Te encantaban, especialmente porque eran los que te recibían al llegar del trabajo. Al inicio dormían a nuestros pies. No me gustaba, pero tú me hacías esa carita de ojitos tristes que yo jamás podía resistir. Cuando la nena nació, comenzaron a dormir en su cuarto bajo su cuna para cuidarla. Creo que lo que más amaba era cuando llegabas de sorpresa un día antes de tus viajes de trabajo, especialmente de noche. Me despertabas con un beso o, si yo estaba en mi estudio escribiendo, me sorprendías entrando, sonriendo, y dándome un masaje de hombros mientras escribía. Cuando ya era tarde, me jalabas a la cama diciendo que estabas muy cansada y necesitabas un masaje, que la verdad terminaba en algo mucho más placentero. Amaba dormir contigo, acurrucada en tus brazos, aunque a veces me usabas de almohada. En verdad, amaba esa vida. Esa casa tan linda que juntas decoramos y que compramos con la venta de mis libros. Era feliz cuando reparaba las cosas o pintaba alguna habitación, cuando preparé el cuarto del bebé, cuando te dibujaba y pintaba en mis cuadros. Pasábamos las noches en la terraza de nuestro cuarto mirando el jardín, tocando la guitarra y tú cantando. A veces solo nos acurrucábamos o cenábamos allí. Amaba decorar la casa en Navidad y que tú invitaras a mucha gente para una fiesta. Me hacías socializar y me ayudabas a cocinar. Me presumías por mis logros, por lo mucho que quería a nuestra hija y por lo mucho que te quería a ti.
Ya sé, suena muy Disney, pero no todo era así. Aunque admito que prefiero dormir y estar allí que estar despierta, muriéndome de ansiedad porque eso nunca pasará. Porque a veces te alejabas y sentía perderte. Cuando llegó la pandemia, en serio me quería morir porque sentía que ese sueño se desvanecía. Toda mi vida dejaba de tener sentido; sin esperanza de llegar a ese lugar, ¿qué sentido tenía vivir esta vida sin eso? ¿Qué sentido tenía que llegaran las noches y no poder arrullar a nuestra bebé, escucharla decir “léeme mi libro favorito” que era uno que yo escribí?
Ese fue el único sentido y propósito que me quedaba para no morir: intentar escribir ese libro para ella. Porque tal vez así podría hacerte cambiar de opinión y encaminarnos a ese futuro tan lindo. Y ese libro existe y es nuestra historia, porque me resisto a dejarla morir. No sé dejarte ir del todo y espero que si un día tú tienes a esa hermosa niña, se lo leas por mí, aunque ella nunca me conozca.
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carol111sblog · 2 years
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Monotonía de una atracción
Y me hacía esperarla todos los días a la misma hora, como las rutinas que tienen las parejas antes de dormir; terminaba el laburo y directo a comer, luego, es hora de ir a lavarnos las tristezas en el baño, dejarnos el rostro expectante para las cremas de cada lugar .
Me hacia sentarme a oscuras con el celular a medio cargar, solo para que leyéramos, aunque muchas veces terminábamos pasando la página para hablar de nosotras, de lo que nos pasaba, de como nos sentíamos, de lo tristes y también de lo felices, de amores, de sexo, de política inconclusa, de perros , de gatos, de sabores y de todo lo que éramos. Para mi, esa forma de leerla se me hace plácida, me trae calma, me acoge, me ilumina y es que habla tanto que siento que merece ser escuchada por los que nunca lo hicieron y que quiere darle voz a lo que siente, y confieso que, cuando me dice cosas increíbles de lo que siente por este inerte cuerpo, a veces al sentirla cerca, aquel se revuelca de emociones, quizás por pensar que a veces la vida le sonríe y le otorga un instante para dejar de mecerse en la soledad, que como bien dicen es la incapacidad para dejarse amar. 💭
8:22 pm
13/05/2021
Desfragmentando Pensamientos 💭
Carolina R
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lisaisthinkingabout · 3 years
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24-5-21//6am aprox
Ayer fue un día bastante lindo. Me sentí muy querida por mi familia. Se supone que así debe ser en los cumpleaños.
Probablemente sea yo que esté mal, pero me da bastante vergüenza y hasta culpa creo. Siento que nunca voy a poder devolver ese amor que me dan o que me va a costar mucho más hacerlo. Siento que no lo merezco. Particularmente este cumpleaños fue muy bueno en comparación al año anterior. Y del año anterior a hoy hice cosas muy malas (sobre todo alrededor de esta fecha) como para merecer tanto cariño. Siento que no debería dejarle a mi mamá preparme las comidas que me gustan durante este día porque es demasiado trabajo, sale caro y no está en una etapa en la que pueda gastar, aunque se supone que ella sabe cuándo y cuánto puede gastar, pero igual me da culpa. No soy tan buena hija como para que sea así conmigo. No soy eficiente al 100% en la casa como debería, no tengo amigos, no salgo, muchas veces estoy sintiéndome triste o quejándome, o simplemente haciendo nada en vez de invertir mi tiempo con ella. No soy la hija feliz y sana que debería tener.
Con mi papá también a veces me da culpa, pero no tanta, porque en general siempre está diciendo algo que me pone más o menos mal, pero trato de entenderlo y perdonarlo porque sé que tiene un carácter especial y está estresado.
¿Soy mala hija por no querer a mi papá de la misma forma que quiero a mi mamá?
Pero realmente a veces dice cosas muy feas.
qsy. supongo que estoy siendo injusta. tengo q aprender a ser más fuerte.
"¿Soy mala hija por no querer a mi papá de la misma forma que quiero a mi mamá?"
Decir este tipo de cosas me da miedo, y admitir que me dan miedo en voz alta o escrbiéndolo (maniféstandolo de alguna forma) me da terror, porque siento que por decir esas cosas Dios o esa entidad energética que controla todo me va a castigar y me lo va a sacar porque no lo estoy valorando. Pero también me sirve para decir "si me preocupa tanto que le pase algo es porque sí lo quiero un montón, capaz no tengo la misma relación con él que con mi mamá, pero eso no significa que en el fondo lo quiera menos". Igualmente mientras termino de escribir esto otra vez vuelvo a dudar de mi amor por él.
Yo no sé si será eso de la ansiedad de las relaciones u otra cosa, pero con mi ahora ex-novio era terrible el tema de querer. Al principio de la relación estaba todo bien, pero a medida que avanzaba, el estrés y la ansiedad generado por el "¿De verdad lo amo?", "¿Puedo estar toda la vida con él?", "¿Esto es amor o yo quiero creer que lo es?", entre otros, me apretaba cada vez más el pecho. Lo peor es que recién ahora empiezo a liberarme un poco de esos sentimientos, porque directamente me libré de un montón de sentimientos. Ojo, no es por sonar emo, ni diagnosticarme algo que no hay. Obviamente que sigo sintiendo un montón de cosas, pero la realidad es que me siento muchísimo más apagada que antes. No me puedo quejar, al fin y al cabo, en el fondo parece que es lo que buscaba ¿Qué esperaba aislándome cada vez más y decidiendo tratar de suprimir los sentimientos que me quedaban por el chico a mi lado? Quería la paz de la soledad y la tengo. A decir verdad no es un sufrimiento total, en muchos momentos la disfruto, pero constantemente la sufro, es como que se siente pesado no ver mensajes ni esperar la respuesta de alguien. Pero también desconfío de todos y creo que ya muy pocas personas son honestas. Entonces debería aprender a ser 100% feliz en este modo.
Me da tristeza porque por más que él diga que no yo estoy bastannnnnte segura de que sigue sintiendo amor por mí. Y a decir verdad me toleró un montón. Pero también es desesperante la dependencia e incapacidad de actuar por sí mismo que tiene. Es como el nene de I.A. (la película del niño robot con el protagonista de sexto sentido), le decís que haga algo y lo hace, te enojas con él y pide perdón sin renegar. Seguramente me toque un novio de mierda la próxima, y por eso tampoco quiero enamorarme mucho de nadie, pero no puedo escapar del karma y el destino.
Es bastante tarde ya (no me fui a dormir todavía), así que creo que es hora de apagar la luz y dormir.
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herd-of-muses · 3 years
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✤❯ Nombre ❮✤
Chelan
✤❯ Apodo ❮✤
No tiene.
✤❯Edad ❮✤
Entre 10 y 15 años.
✤❯ Nacionalidad ❮✤
Habitante del jardín gris.
✤❯ Ocupación ❮✤
Estudiante.
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✤❯ Gustos ❮✤
Chelan tiene un gusto por los paseos y la cocina, especialmente en cuanto a la preparación de comida dulce, a su vez, tiene algo de interés por la jardinería. Aunque todos en el jardín gris tienen algún gusto por la flora local, ya que ayudan a mantenerla.
Aunque sea difícil de creer, Chelan también disfruta de cantar. Aunque nunca tenga el coraje para hablar, mucho menos cantar.
✤❯ Disgustos ❮✤
Comida quemada (que normalmente significa que ya no va a saber tan bien como si estuviera en su punto) y no dormir lo suficiente (¡algo importante tiene que pasar para que Chelan no consiga sus ocho horas enteras de sueño!)
✤❯ Miedos ❮✤
Si bien siempre tuvo una reacción visceral al ver sangre (tu típica persona que ve hacia otro lado con la piel de gallina) luego del incidente esta reacción se intensificó y ahora la sola visión de sangre la puede llegar a marear.
Otro resultado de la visita de los demonios de fuego es su nueva fobia a los murciélagos.
✤❯ Vicios ❮✤
Lo más cercano a un vicio es su amor por las cosas dulces.
✤❯ Extras ❮✤
Chelan entró a la casa y cerró tras de si, una canasta rebosante de manzanas colgaba de su brazo mientras caminaba lejos de la puerta; una sonrisa en su rostro mientras entraba a la cocina y dejaba el canasto de mimbre sobre la mesa.
Con entusiasmo se dirigió a las estanterías y alacenas que se apiñaban en la cocina y fue tomando varios frascos con etiquetas (u oliendo aquellos anónimos) para determinar qué eran y si los necesitaría para su receta.
Pronto se vio a si misma esterilizando frascos y tapas en agua hirviendo, pelando y cortando manzanas con precisión milimétrica para preparar una de las cosas favoritas de las chicas: mermelada de manzana.
Dialo, quien se vio enredada en ayudar a la pobre de Froze en asegurarse de que Yosafire mantenga al día sus responsabilidades escolares, disfrutaba de esta modesta receta en especial.
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✤❯ Habilidades ❮✤
Cocina (pues ayuda a Dialo y tiene sus propias recetas), paciencia (como toda buena amiga de Yosafire, se necesita mucha de esa), canto (incluso si raramente muestra esta habilidad) y compasión (como todo ángel, Chelan está dispuesta a ofrecer a quien sea una segunda oportunidad(.
✤❯ Debilidades ❮✤
Probablemente su incapacidad para hablar con otros muy seguido podría verse como una debilidad así como su falta de experiencia en combate, aunque esto sea muy común en los habitantes de su mundo pacífico.
Así como una tendencia a embotellar sus propias emociones.
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✤❯ Historia ❮✤
Posterior a los eventos del juego, Chelan vivió su vida de la forma más normal posible. Ayudo con las reconstrucciones de la aldea cuando fue necesario y tan pronto no la necesitaron ella volvió a su rutina normal con Dialo; la cual disfruta tanto como antes habiendo estado tan cerca de perderlo todo.
Aún tiene pesadillas con algunas de las cosas ocurridas durante la invasión.
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✤❯ Headcanons ❮✤
En este enlace~ {Próximamente}
✤❯ Fandom ❮✤
Okegom, The gray garden
✤❯ Aus/"Que pasaría si..." ❮✤
¡Permitidos!
✤❯ Canon que prefiero ❮✤
Me gusta jugarla post-game.
✤❯ Shipping ❮✤
Personaje canónico
❌Personaje original❌
Crossover
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"~♡"
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