#António Ramos Rosa
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Uma estrela em repouso habita a casa
a primeira casa em que nascemos
barco ancorado nos confins da infância
e a que na espera vamos demorando
Está próxima ou distante
e só por ela sentimos
a distância no próximo
o próximo na distância
Ela é a estrela do desaparecimento
no seu sono letal
na sua transparência imperceptível
mas à sua ausência nós correspondemos
com o hálito da nossa sombra
e com a oscilante inocência de um vaivém
em que se tece a espera e a morada
"
António Ramos Rosa
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Não posso adiar o amor para outro século não posso ainda que o grito sufoque na garganta ainda que o ódio estale e crepite e arda sob montanhas cinzentas e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas e a aurora indecisa demore não posso adiar para outro século a minha vida nem o meu amor nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração António Ramos Rosa
In: Viagem através duma nebulosa (1960)
#citou#antónio ramos rosa#literatura#literatura portuguesa#poesia portuguesa#portugal#poesias#poemas#quotes#citações
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Sóbrio o teu corpo me pede
penetração nomes puros:
os de boca, braços, mãos
sobre a terra e sobre os muros.
Sóbrio o teu corpo me pede
nomes justos, nomes duros:
os de terra, fogo e punhos,
claros, acres, escuros.
António Ramos Rosa
#português#poema#poesia#poeta#portugal#portuguese#photography#fotografia#amor#love#António ramos rosa
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O poema deve
aparecer
como um objecto supérfluo
e surpreendente.
António Ramos Rosa in Em torno do imponderável. Editora Licorne, 2012
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Está tão próxima a nascente que os nossos lábios a perdem Tão imediata é a luz da sua água perene que os nossos olhos se ofuscam tão vazia e transparente tão cúmplice do nosso espaço que nela somos sem ver que nela estamos sem estar
António Ramos Rosa (Abalo)
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António Ramos Rosa, "No calcanhar do vento" in "Poesia Presente"
29.04.2023
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Sugestões de livros
Fica aqui para que parem de me mandar ask. Notem que isto não é só coisas que eu li, são também sugestões de colegas e amigos que confio muito.
Reis e rainhas:
Toda a coleção da Temas e Debates de biografias de reis e rainhas
Rainhas Medievais de Portugal de Ana Rodrigues de Oliveira
As Avis, Joana Bouza Serrano
História de Portugal Geral
História de Portugal tanto do Rui Ramos como do José Mattoso, sendo o segundo da Círculo de Leitores portanto só se consulta em biblioteca e sao livros de cabeceira
Grandes Mistérios da História de Portugal, Fátima Mariano
História, Arte e Literatura, Diogo Ramada Curto
História Global de Portugal (autores Vários)
Portugal na Idade Média, Sérgio Luís de Carvalho
História da Vida Privada em Portugal, José Mattoso (vários volumes por épocas, só estou familiarizada com a Idade Medieval)
Breve História de Portugal / Brevíssima História de Portugal (são 2 livros distintos) A. H. de Oliveira Marques
Al-Andalus
Fath Al-Andalus, Marcos Santos
Lisboa Árabe, Sérgio Luís de Carvalho
Portugal na Espanha Árabe, António Borges Coelho
Cristãos Contra Muçulmanos na Idade Média Peninsular, Carlos de Ayala e Isabel Cristina F. Fernandes (Coord.)
História Judaica e Inquisição
História dos Judeus Portugueses, Carsten L. Wilke
Judeus Portugueses, Esther Mucznik
A Perseguição Aos Judeus e Muçulmanos de Portugal - D. Manuel e o Fim da Tolerância Religiosa (1496-1497), François Soyer
Lisboa Judaica, Sérgio Luís de Carvalho
Inquisição e Cristãos Novos, António José Saraiva
História da Inquisição Portuguesa, Giuseppe Marcocci e José Pedro Paiva
História de Lisboa
Rainha dos Mares (Queen of the Sea em inglês), Barry Hatton
Lisboa Desconhecida e Insólita, Anísio Franco
História Gastronómica de Lisboa, Manuel Paquete
Lisboa em 10 Histórias, Joke Langens
Lisboa Revolucionária, Fernando Rosas
Lisboa no Liberalismo, Victor de Sá
Lisboa Manuelina, Helder Carita
Caminhar por Lisboa, Anísio Franco
Segredos de Lisboa, Inês Ribeiro e Raquel Plicarpo
Diário de um Viajante a Lisboa, Henry Fielding
Era das Luzes
O Marquês de Pombal e a sua Época, J. Lúcio de Azevedo
Século XIX
1808, Laurentino Gomes
A Republicanização da Monarquia, Maria de Fátima Bonifácio
Século XX
O Século XX Português (Vários autores)
Portugal Entre a Paz e a Guerra, 1939 - 1945, Fernando Rosas
Curiosidades, assuntos específicos e tópicos nicho:
Portugal Insólito, Joaquim Fernandes
História Global da Alimentação (Vários autores)
Quinas e Castelos, Miguel Metelo de Seixas
They Went to Portugal, Rose Macaulay
Heroinas Portuguesas, Fina d'Armada
O Pequeno Livro do Grande Terramoto, Rui Tavares
(Des)colonização e raça:
Roteiro Histórico de uma Lisboa Africana, Isabel Castro Henriques
Portugal e o Século XX: Estado-Império e a Descolonização, Fernando Tavares Pimenta
Lisboa Africana, Sérgio Luís de Carvalho
Um Mar da Cor na Terra, Miguel Vale de Almeida
Ecos Coloniais: Histórias, Patrimónios e Memórias, de Ana Guardião, Miguel Bandeira Jerónimo e Paulo Peixoto
Caderno de Memórias Coloniais, Isabel Figueiredo
Escravidão, Laurentino Gomes
"Modo Português de Estar no Mundo": O luso-tropicalismo e a ideologia colonial portuguesa (1933-1961), Cláudia Castelo
Outras cidades:
Porto Insólito e Desconhecido, Germano da Silva
Cascais, Raquel Henriques da Silva
Qualquer livro da Scala sobre qualquer palácio público, inclusive os da Parques Sintra (Mosteiro dos Jerónimos, Palácio da Pena, Palácio da Vila, Mosteiro de Alcobaça que eu tenha)
vou atualizando à medida que vou descobrindo livros por aí
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ALGO SIN NOMBRE
Algo que no tiene nombre y que nunca lo tendrá busca tal vez mover estas palabras para que sean portadoras de clemencia. Si en ellas floreciese la rosa del vacío o el incendio que fertiliza el grito o la suave tempestad de las arterias o si un relámpago calcinado en su trayecto le diese la más evidente claridad. Una herida no cesa en el silencio blanco y no asciende a la boca del poema. ¡Si el agua aquí se hiciese arquitectura y la sed el fuego la danza el infortunio se reuniesen en en un solo latir de sílabas y en un leve edificio se abriese la sombra desnuda!
António Ramos Rosa Facilidad del aire, Ediciones del Oriente y del Mediterráneo, Madrid 1998. Traducción de Clara Janés.
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— António Ramos Rosa, no livro “O Alvor do Mundo”. (Ed. Quasi; 4.ª edição [2002]).
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António Ramos Rosa | Faro 1924 - Lisboa 2013
Na obra de António Ramos Rosa ocultam-se sob a capa de imagens poéticas as inquietções específicas do discurso filosófico.
Créditos: https://www.blogletras.com Na obra de António Ramos Rosa ocultam-se sob a capa de imagens poéticas as inquietções específicas do discurso filosófico. Assim, na lírica do poeta o corpo, a palavra, a realidade, etc., constituem motivo de raciocínio sobre o sentido e a carga poética do signo linguistico a fim de pesquisar o aspecto ontológico, ético e social do individuo. No sentido de…
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Por vezes cada objecto se ilumina do que no passar é pausa íntima entre sons minuciosos que inclinam a atenção para uma cavidade mínima E estar assim tão breve e tão profundo como no silêncio de uma planta é estar no fundo do tempo ou no seu ápice ou na alvura de um sono que nos dá a cintilante substância do sítio O mundo inteiro assim cabe num limbo e é como um eco límpido e uma folha de sombra que no vagar ondeia entre minúsculas luzes E é astro imediato de um lúcido sono fluvial e um núbil eclipse em que estar só é estar no íntimo do mundo António Ramos Rosa
#citou#antónio ramos rosa#literatura#literatura portuguesa#poesia portuguesa#poesias#poemas#quotes#citações
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Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o rneu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa
In "Viagem Através de uma Nebulosa".
Ática, Lisboa, 1960.
Foto: de Édouard Boubat
(Faro, 17 de Outubro 1924 – Lisboa, 23 de Setembro 2013)
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Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
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António Ramos Rosa
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Por fácil que seja, todo o gesto representa a violação...
Por fácil que seja, todo o gesto representa a violação de um segredo espiritual. Todo o gesto é um acto revolucionário; (um exílio, talvez, da verdadeira (...) dos nossos propósitos).
A acção é uma doença do pensamento, um cancro da imaginação. Agir é exilar-se. Toda a acção é incompleta e imperfeita. O poema que eu sonho não tem falhas senão quando tento realizá-lo. (No mito de Jesus está escrito isto; Deus, ao tornar-se homem, não pode acabar senão pelo martírio. O supremo sonhador tem por filho o martírio supremo.)
As sombras rotas das folhagens, o canto trémulo das aves, os braços estendidos dos rios, trepidando ao sol o seu luzir fresco, as verduras, as papoilas, e a simplicidade das sensações — ao sentir isto, sinto dele saudades, como se ao senti-lo o não sentisse.
As horas, como um carro ao entardecer, regressam chiando pelas sombras dos meus pensamentos. Se ergo os olhos de sobre o meu pensamento, eles ardem-me do espectáculo do mundo.
Para realizar um sonho é preciso esquecê-lo, distrair dele a atenção. Por isso realizar é não realizar. A vida está cheia de paradoxos como as rosas de espinhos.
Eu desejaria fazer a apoteose de uma incoerência nova, que ficasse sendo como que a constituição negativa da nova anarquia das almas. Compilar um digesto dos meus sonhos pareceu-me sempre que seria útil à humanidade. Por isso nunca me abstive de o tentar. A ideia de que o que eu fazia pudesse ser aproveitável magoou-me, secou-me para mim.
Tenho quintas nos arredores da vida. Passo ausências de cidade da minha Acção entre as árvores e as flores do meu devaneio. Ao meu retiro verde nem chegam os ecos da vida dos meus gestos. Durmo a minha memória como procissões infinitas. Nos cálices da minha meditação só bebo o sorriso do vinho louro; só o bebo com os olhos, fechando-os, e a Vida passa como uma vela longínqua.
Os dias de sol sabem-me ao que eu não tenho. O céu azul, e as nuvens brancas, as árvores, a flauta que ali falta — éclogas incompletas pelo estremecimento dos ramos... Tudo isto e a harpa muda por onde eu roço a leveza dos meus dedos.
A academia vegetal dos silêncios... teu nome soando como as papoilas... os tanques... o meu regresso... o padre louco que endoideceu na missa. Estas recordações são dos meus sonhos... Não fecho os olhos mas não vejo nada... Não estão aqui as coisas que vejo...Águas…
Numa confusão de emaranhamentos, o verdor das árvores é parte do meu sangue. Bate-me a vida no coração distante... Eu não fui destinado a realidade, e a vida quis vir ter comigo.
A tortura do destino! Quem sabe se morrerei amanhã! Quem sabe se não vai acontecer-me hoje qualquer coisa de terrível para a minha alma!... Às vezes, quando penso nestas coisas, apavora-me a tirania suprema que nos faz ter de olhar puros não sabendo de que acontecimento a incerteza de mim vai ao encontro.
s.d.
― Livro do Desassossego. Vol.I. Fernando Pessoa. (Organização e fixação de inéditos de Teresa Sobral Cunha.) Coimbra: Presença, 1990.
― "Fase confessional", segundo António Quadros (org.) in Livro do Desassossego, por Bernardo Soares, Vol II. Fernando Pessoa. Mem Martins: Europa-América, 1986.
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