4ª Temporada - 30º Capítulo - Danidio foi revelado ao público?
Narração Anderson
Já era manhã de terça-feira, e ao contrário do que eu esperava, Giovana havia "sumido". Mensagens? Ela nem as recebia. Ligações? Minha conversa era com a secretária eletrônica. Eu estava tão abalado com tudo que estava acontecendo, que encarei isso melhor do que imaginava.
Quando acordei, decidi dar um gelo nela, e não mandei sequer um "bom dia". Mas mesmo eu não o fazendo, Giovana me mandara algo. "Bom dia, meu amor. Passei a tarde de ontem resolvendo muitas coisas com a titia. Ela já está melhor. Retorno na próxima segunda-feira" eu lera na mensagem. Dei continuidade ao meu dia, sem respondê-la, e foi aí que Giovana me ligara.
- Oi, Andy. Não me respondeu até agora porque? - Giovana pressionara-me ao ser atendida.
- Onde você esteve na noite passada, Giovana? Eu te liguei. Te mandei mensagens. Aí tem wifi, porque você nem sequer recebia as mensagens? - retruquei impaciente.
- Anderson, eu estou ocupadíssima com esses problemas de saúde da titia. - Giovana tentara justificar-se com a voz dócil. - E deixe-me te contar: ajudei Melissa encontrar um emprego. Assim ela poderá seguir adiante, sem fazer com que eu me sinta por mal por não poder levá-la á São Paulo comigo. - ela finalizara contando-me.
- Gostaria de poder confiar em você, mas não consigo... - lamentei com a voz fria.
- Isso tudo vai se ajeitar, meu amor. Estou com tanta saudade. - Giovana tentara parecer sincera.
- Nisso eu também não acredito. - rebati.
- Até o seu mal humor me faz falta, Bizzocchi. Sei que te machuquei, mas você prometeu me perdoar. - Gio insistira com as desculpas.
- Perdoar não é esquecer. - respondi dando uma risada sarcástica ao final da fala. - Giovana, tem algo que eu realmente preciso conversar com você à respeito. - eu lutara para que a minha voz saísse firme.
- Por que você simplesmente não fala logo, Anderson? - Giovana dissera mais exaltada.
- É um assunto delicado, Giovana... Você precisa prometer que vai me... Giovana? Gio? Amor? - eu dissera preocupado a perceber a ligação muda.
Sem resposta do outro lado, a ligação desligara e Giovana imediatamente mandou uma mensagem pra mim. "Sei que precisa que conversemos. Mais tarde eu te ligo. Te amo." dizia a mesma.
Eu estava quase desistindo de trazer o assunto do beijo que dei em Daniel à tona. Eu queria fazer o certo: contar à ela tudo que aconteceu nesse meio tempo, mas Giovana parecia não estar se importando com minha urgência.
Narração Giovana
- Era o maridão? - Felipe me perguntara ao sair do banheiro enrolado em uma toalha.
- Felipe! Você aparece de repente, me obrigou a desligar na cara dele. - eu dissera enquanto encarava meu celular cabisbaixa.
- O que ele queria contigo? - Felipe perguntara enquanto secava-se para trocar de roupa.
- Prometi à ele que retornarei para São Paulo na segunda. - falei insegura.
- Vou fingir que isso não me magoa. - Felipe dissera friamente enquanto vestia-se.
- Você é um imbecil. - retruquei jogando uma travesseiro em direção à ele.
- Eu estava me vestindo para levá-la até a sua casa. Mas agora, você me obrigou a fazer isso... - Felipe dizia enquanto se aproximava da cama em que eu estava deitada, e em seguida dera um pulo sobre a mesma ficando sobre mim.
- Felipe, não, eu tenho que ir embora... - eu dizia em meio à risada.
- Você vai passar um bom tempo sem fazer nada, Giovana. Aproveite enquanto está aqui e tem um homem de verdade para saciá-la. - Felipe dissera enquanto beijava-me pelo pescoço.
- Ei. - falei firme e segurei seu queixo em seguida. - Não gosto quando desrespeita meu marido. Na verdade, não aceito. - eu fechara a cara ao dizer. - Tem algo que eu preciso conversar com você. - finalizei minha fala empurrando-o para longe de mim.
- O que houve, Gio? - Felipe perguntara enquanto afagava uma mecha de cabelo com sua mão.
- Eu tomo anticoncepcional, claro... E estamos fazendo sem proteção. Mas você sabe, não quero facilitar. O gene para ter gêmeos veio de você ou da sua esposa? - eu perguntara fitando-o.
- Ex. Ex-esposa. E sim, veio de mim. - ele dissera desanimado. - Meu pai tem um irmão gêmeo, pensei que soubesse. Mas Giovana, se você se previne, qual o problema? Se você engravidasse de mim seria como... Um sonho. - ele tentara convencer-me.
- Você parece não entender nada do que eu digo. - esbravejei com a voz mais grossa.
- Se você quiser... Eu sei um caminho que não engravida. Se é que me entende. - Felipe dissera com a voz maldosa enquanto procurava minha bunda para acariciar.
- Claro, você só tem duas respostas pra tudo. Sexo ou dinheiro. Dinheiro ou sexo. - eu o ironizei afastando-o de mim. - Preciso ir embora, de verdade. Me desculpe. - eu dissera enquanto levantava-me da cama e vestia minha roupa que estava espalhada pelo chão.
- Gio... Me perdoa. - Felipe pedira ao deixar a cama também. - É que você... Atiça meus pensamentos. - ele tentara se justificar.
- Não precisa me levar. Pego um táxi. - eu tentara ser sucinta. - Te vejo outro dia. - despedi-me e dei um beijo em sua bochecha antes de sair de sua casa.
Eu estava em ótimas mãos: casada com quem não sente nada por mim senão aversão, e tendo um caso com um ninfomaníaco que parecia querer me comprar à todo momento. Eu queria um amor puro como o de Elidio e Daniel. "Tudo bem, Giovana, não exagere. O amor dos dois é ímpar. Singular." pensei comigo mesma.
Ao falar o nome de Elidio, senti saudade do mesmo, e resolvi ligar pra ele no caminho de volta. Quando entrei em um táxi, disquei para ele.
- Oi, Giovana! - Elidio e Daniel me cumprimentara pelo viva-voz.
- Oi, meninos. Estou com muita saudade. - eu dissera animada ao ouvir a voz deles.
- Também estamos! Giovana, fico muito feliz que você e Anderson se ajustaram. Ele estava tão triste depois do que você fez... - Daniel respondera tentando ser gentil.
- É sério, Danizinho? O Anderson está sentindo minha falta? - perguntei com um sorriso que não me cabia no rosto.
- Giovana, sem você o Anderson fica perdido. Ele até deu banho no Daniel uns dias pra trás e também o beijou em pleno Improvável! - Elidio dissera tentando mostrar-se bem humorado.
- Ele o quê? - contestei dando um grito que apavorara o taxista ao meu lado. - Elidio, que história de beijo é essa? Banho no Daniel? - eu questionara inconformada.
- Querido, você fala demais! Por que foi comentar? - Daniel xingara Elidio. - Giovana, como você e Anderson estão bem pensei que você soubesse dessa história e tivesse o perdoado. - Elidio tentara se explicar.
- Eu não estou entendendo mais nada, Elidio Sanna! Anderson beijou Daniel frente à uma plateia enorme, e você está me contando dando risada? - eu perguntara ainda perplexa.
- Giovana, por favor, não fale para o Anderson que o Elidio te contou isso. Se você soubesse a guerra que está manter a paz entre esses dois. - Daniel dissera lamentando.
- E você, Daniel, que eu pensava amar o Elidio... Beijando o Anderson? Aceitando que ele te dê banho? - eu dissera ainda exaltada.
Acertei a corrida com o taxista ao chegar em frente à minha casa, e ao dirigir-me à mesma, Melissa novamente esperava-me ansiosa.
- Giovana! Onde você esteve? Titia estava quase morrendo preocupada com você! - Melissa gritara ao me ver entrando.
- Você não está em casa, Giovana? - Daniel perguntara ao ouvir os gritos de Mel.
Antes que eu pudesse respondê-lo, sinalizei para que Melissa se calasse para não piorar a situação.
- Garotos, eu realmente não estava sabendo dessa história do beijo entre Daniel e Anderson. Mas só pelo que sei, se for confirmado, saiba que o amigo de vocês está sol-tei-ro. Enquanto ele brinca de marido e mulher, tem alguém aqui em Florianópolis que quer me fazer feliz. Quer me dar o mundo. Já o Anderson... - eu tentara completar a frase sem chorar.
- Gio... Por favor... Escute a história direito. Da boca do Anderson. Não se precipite. - Elidio implorava.
- Sinto muito. - eu dissera de maneira sucinta antes de desligar o celular.
- Onde você esteve, garota? Por que está chorando? - Mel perguntara curiosa.
- O... O... Anderson... Beijou o Daniel, Melissa. - eu desabafara em meio ao choro que eu não consegui conter.
- Minha irmãzinha... - Melissa dissera enquanto abria os braços para abraçar-me.
Mel abraçara-me forte a fim de sentir minha dor, e afagava meu cabelo com suas mãos. Eu não sabia de onde havia saído tanta lágrima, mas eu me desfizera em lágrimas.
- Carma. - minha tia dissera com a voz séria ao chegar perto.
- O que você disse, tia? - eu perguntara ao afastar meu rosto do colo de Melissa.
- Isso é o carma, Giovana. Você veio pra cá para cuidar de mim ou para se aventurar nos braços de outro? - ela retrucara com a voz ainda calma.
- Tia, o casamento dela tem muitos problemas. Não a julgue. - Melissa debatera a fim de defender-me.
- Quando eu era casada com o tio de vocês eu passei por coisa pior. Mas estive ali, firme e forte. Mantive meu casamento. Custasse o preço que fosse. - tia Carmen prosseguira com seu sermão enquanto puxava uma cadeira para sentar-se.
- Tia, estamos no século XXI. As coisas mudaram. - eu dissera defendendo-me enquanto secava minhas lágrimas. - A senhora mantinha a pose de que tinha o casamento dos sonhos mas o seu foi tão ruim quanto o dos meus pais! - eu me exaltara ao dizer.
- Giovana, não fale assim com ela. Vamos tentar ser calmas. - Melissa me aconselhara ainda abraçada à mim a fim de conter-me.
- Sua mãe, Gabriela, foi uma grande irmã pra mim. Mas casou-se com o alcoólatra do seu pai e se deixou levar indo pelo mesmo caminho. - tia Carmen dizia com certa nostalgia na voz. - Foi sua mãe que atrapalhou a felicidade dela. E é você que está seguindo os passos dela. Melissa, Giovana, eu não contei pra vocês, mas deixe-me contar: meu falecido marido, o tio de vocês, tinha muitos defeitos. Muitos. Ele era agressivo, possessivo, controlava até o modo que eu penteava meus cabelos. Meu cabelo era lindo como o de vocês, grande, liso... E eu adorava senti-lo ao vento. - ela prosseguia com suas lembranças. - E ele não gostava. Eu tinha de amarrá-lo, nunca soltar. Mas eu fazia, Giovana. Sabe porquê? Isso é matrimônio. - ela finalizara olhando-me fixamente.
- Isso não é... "matrimônio", tia. Isso é posse. O tempo de hoje não é como o da senhora. - eu insistia.
- Tudo bem, Giovana. Hoje vocês não "obedecem" tanto, mas eu tinha a minha felicidade, filha. Sua mãe também. Melissa, quando ela ganhou você... Ela não estava esperando. Não passava pela cabeça dela, e ela passou a beber mais. Seu pai também não aceitou muito bem, mas quando tinha uma reunião familiar eles eram os mais felizes da sala. - tia Carmen continuara a argumentar.
- Tia, o que a senhora está dizendo não faz sentido. Giovana não é obrigada a aceitar tudo do Anderson e ficar quieta! - Melissa dissera de modo grosseiro.
- Giovana pode fazer o que quiser da vida dela. Ela tem 27 anos, não 15. Mas eu não acho correto. Você pode se divertir todos os dias aí, com as coisas caras que o Felipe te compra mas você sabe das promessas que fez diante daquele altar quando aceitou Anderson como seu marido! Eu e a mãe de vocês aceitamos coisa pior, e ainda podíamos sorrir no fim do dia pela família bonita que constituímos. Eu sempre as considerei como filhas. Agora você, Giovana, tem tudo. Anderson aceitou que viesse pra cá, o tempo que fosse... Mandou tanto dinheiro que até hoje você não conseguiu gastar nem uma parte. Ele te ama, filha. - tia Carmen me aconselhara.
- Ama, tia. Ele me ama. Como o meu tio amava a senhora. Como o meu pai amou minha mãe. - eu debochara. - Eu vou tomar banho, Melissa. Vou à casa de Felipe. Pra mim... O Anderson... Não existe mais. - eu tentara dizer sem que o choro me atrapalhasse.
- A senhora fala demais! - eu ouvira Melissa dizer para nossa tia ao esperar que eu me afastasse um pouco.
- Ela tem que aprender a ser decente e valorizar o homem que tem! - minha tia retrucara Melissa.
Narração Elidio
No momento que recebemos a ligação de Giovana estávamos em uma loja infantil fazendo compras para nossa pequena Daniela.
- Querido, você tinha que ter falado aquilo pra Giovana, não tinha? Que decepção, querido! - Daniel dissera chamando minha atenção.
- Me desculpe, DanDan. Mas o Anderson deveria ter contado à ela no mesmo dia! No mais tardar, no dia seguinte! - eu retrucara tentando justificar-me.
- Elidio, você sabe que Anderson não cuida do relacionamento dele como deveria. - Daniel dissera revirando os olhos. - Escolha só mais um par de sapatinhos e vamos embora, querido. Estamos comprando a loja toda ao que parece! - Dani pedira em seguida.
- Sinto que você está bravo comigo. - eu dramatizara enquanto cruzava meus braços.
- Você ouviu a Giovana dizer que quer se separar? Que tem outro? Elidio, o Anderson vai ficar solteiro. - Daniel lamentara desesperadamente.
- Eu sei como reparar o erro que cometi, DanDan. - eu dissera pensativo. - Vamos levar as compras pro carro, você e Daniela vão para casa e eu vou resolver isso. Preciso que confie em mim e me espere em casa. Pode ser, querido? - perguntei com a voz dócilmente baixa.
Daniel apenas acenara com a cabeça de forma a concordar comigo.
Eu sabia que podia contar com a confiança de Daniel, só não tinha certeza que conseguiria executar o plano que eu havia arquitetado.
O shopping que estávamos fazendo compras ficava a poucos minutos de nossa casa, com isso nosso retorno para a mesma foi rápido.
- Sabe que confio em você, não sabe, querido? - Daniel me perguntara ao entrarmos em nossa casa.
- Eu volto logo, DanDan. Cuide da nossa menininha. - eu pedira enquanto olhava para Daniel.
Despedi-me tanto de Daniel quanto de Daniela, meu desespero de consertar toda essa situação era tanto que nem me importei de sair sem comer alguma coisa. Dirigi-me até o carro e segui rumo a casa de Anderson. Ele não estava disponível em nenhuma rede social para que eu pudesse saber onde ele estava ao certo, mas decidi apostar na casa dele primeiro.
Ao avistar a pouca gasolina que o carro estava, interrompi minha viagem para passar em um posto de gasolina. Enquanto eu aguardava minha vez para abastecer, liguei para Anderson. E pra minha surpresa, o celular dele estava desligado. Desesperei-me nessa hora.
"Querido, onde você está?" dizia a mensagem que Daniel me enviara, apenas respondi prometendo que não ia demorar para voltar pra casa, eu não queria revelar meu plano por enquanto.
Enchi o tanque do carro, e ao sair do posto de gasolina, prossegui até a casa de Anderson. O trânsito não estava muito bom, mas consegui chegar num intervalo de tempo bom.
Ao chegar à porta da casa, bati seguidas vezes na mesma, e não satisfeito toquei campainha também.
Enquanto eu aguardava uma resposta, um policial aparecera caminhando pela calçada e eu na mesma hora parei de tentar chamar por Anderson, e "escondi" meu rosto em minhas mãos. Nesse exato momento, Anderson abrira a porta para me atender.
- Elidio? O que está fazendo aqui? - ele perguntara surpreso. - Por que está tapando seu rosto desse jeito? - ele prosseguira com os questionamentos.
- A..q...aquele é... u..u..um po...li...cial... F...ique quieto... ele pode... nos... prender - eu tentara cochichar com a voz amendontrada enquanto indicava com o dedo para trás.
- Elidio, Elidio, como o Daniel consegue ter paciência com você? Ter medo de policial, que bebê! - Anderson resmungara enquanto revirava os olhos.
- Não é... medo... é... pre...precaução. - respondi ainda com a voz baixa.
- Será que você pode, por favor, entrar? - Anderson pedira impaciente.
- Andy, presumo que esteja curioso sobre o motivo da minha visita... - eu dizia mais seguramente agora que estava dentro de sua casa.
- Ah não, imagina, você me visita a todo momento. Por que raios eu ficaria surpreso? - Anderson me ironizava.
- Será que você poderia me levar a sério? - pedi irritado. - Andy, eu vim por causa de uma emergência. Eu quase fui preso! Você viu lá fora! - eu dissera apavorado.
- Sim, eu vi. - Anderson ironizava. - Sente-se e me conte logo, Elidio! - Andy prosseguira pedindo desesperadamente.
- Eu acho melhor você se sentar. - aconselhei. - Eu cometi a burrice de contar à Giovana que você beijou Daniel e ainda deu banho nele. - eu dissera de uma vez.
- Elidio! - Anderson gritara. - Eu não tinha contado à ela sobre isso! - ele finalizara.
- Então... Agora eu sei disso. Mas Anderson, você precisa ir pra lá! Ela disse que o Felipe quer coisa séria com ela, e se você não se explicar o casamento de vocês vai acabar. - eu coçara a cabeça ao dizer mostrando-me preocupado.
- Elidio, eu não sei o que fazer com você! Se eu pudesse, eu juro que... - Anderson esbravejara enquanto gesticulava de modo que queria me estrangular.
- Se você me estrangular, eu vou chamar aquele policial malvado pra você. - retruquei mostrando-me amendontrado.
- Temos que gravar a entrevista hoje à noite, Elidio! - Anderson dizia ainda desesperado.
- Anderson, vá. Pegue sua mulher de volta, nem sempre nós três aparecemos juntos em entrevistas, eu e Daniel assumimos por você. - sugeri forçando um sorriso.
- Eu vou atrás da Giovana sim, Elidio. Mas você tem que pensar mais antes de falar, de agir, Elidio. - Anderson aconselhara ainda nervoso. - Você precisa crescer! - ele esbravejara.
- Você fala isso porquê mede 2 metros de altura. - retruquei em forma de cochicho.
- Pela última vez: você não sabe... cochichar! - Anderson voltara a gritar.
- Se você continuar gritando comigo vou contar pro Daniel! - ameacei.
- Elidio, muito obrigado pela "ajuda", agora você já pode ir. - Anderson dissera agora calmo.
Anderson havia pedido que eu me retirasse de sua casa calmamente, contudo, ele percebera que eu não havia feito sequer um movimento.
- Você não vai embora? - Anderson perguntara curioso. - Ah, me esqueci... Eu prometo que aquele policial não está mais ali fora. - ele prometera forçando um sorriso.
Retribui o sorriso e beijei o rosto de Anderson. Após desejar boa sorte à ele, pude voltar para casa.
Narração Daniel
Elidio havia me mandado mensagem avisando-me que já estava a caminho de volta pra casa, e antes de irmos para a gravação da entrevista mais tarde, insistira para que eu fosse refazer meus exames de sangue. Eu me sentia bem, mais disposto, e tinha certeza que já havia superado aquele probleminha de saúde. Mas Elidio sempre se preocupou demasiadamente comigo, e eu preferi agradá-lo.
- O seu pai confia muito em mim, sabe, Daniela? - eu conversava com Daniela enquanto a arrumava. - Mas isso tudo é novo pra mim. Acho que esse banho que você tomou hoje foi o pior de todos. - eu dizia bem humorado. - Mas estou me esforçando, e você mesmo tão pequenininha deve saber disso. Um dia você vai se apaixonar também. E se for recíproco como é comigo e com seu outro papai, saberá o porque de tanto esforço da minha parte para aprender. - eu dissera ainda sorridente. - A verdade é que eu faria e faço de tudo pelo Elidio. A felicidade dele é meu maior presente. - eu finalizara ao terminar de vesti-la.
- Conversando com nossa filha, DanDan? - Elidio perguntara ao chegar em casa e ir até nosso quarto.
- Eu a vesti com a roupinha que você mais gosta. - respondi animado.
- Dani, eu preciso te contar sobre o que eu fui fazer. E... Só será você e eu na entrevista. - Elidio dizia com o semblante sério.
- Claro, querido. Segure a Daniela para eu me trocar. - pedi ao entregá-la para Elidio. - No caminho você me explica, Lico. - finalizei.
- Na verdade, DanDan, é bem simples. Anderson vai até Florianópolis se entender com Giovana. Minha ideia. - Elidio dizia orgulhoso. - Quase fui preso no caminho pra casa dele mas acho que consegui reparar meu erro. - Lico finalizara com a voz séria.
- Preso? - perguntei intrigado. - O que houve, querido? - continuei.
- Eu estava batendo na porta da casa de Daniel quando um policial muito malvado ficou me encarando. - Elidio dramatizava.
- Eu seria capaz de pagar alto para ver como o Anderson reagiu ao te ver amendontrado! - respondi em meio à risadas. - Fico feliz por ter ido lá, querido. Agora, vamos? Antes que eu desista desses exames. - finalizei.
Narração Giovana
Depois de discutir com minha tia, eu estava esgotada de ficar ali, e fui para a casa de Felipe. Ele se desculpara pelo modo grosseiro que me tratara mais cedo, e obviamente, eu o perdoei.
Almoçamos juntos, e mais tarde, Felipe propôs que jogássemos em seu video-game.
- Já vou te avisando que eu não sei nem pegar nessa manete! - eu dizia bem humorada.
- Não se preocupe, Gio. Tudo o que você não souber eu te ensino. - ele dizia calmamente.
- Felipe... Tem três dias que você está faltando do seu serviço. Não precisa fazer isso por mim, posso sair com minha irmã. - eu dissera incomodada.
- Não tem só eu de dentista em meus consultórios, Gio. - Felipe respondera enquanto ligava os cabos do video-game na televisão.
- Mas você é o cirurgião! - rebati.
- Não tem ninguém precisando extrair o siso, meu amor. - Felipe dissera ainda calmo.
- Não existe só esse procedimento, Felipe. - insisti.
- Tudo bem, vou te confessar: pedi que desmarcassem todos os meus compromissos. Só volto na terça-feira. - ele explicara.
- Você é mesmo louco... - resmunguei bem humorada.
- Gio. - Felipe acabara de instalar o video-game na televisão e então aproximou-se de mim para dizer. - Esperei tanto pra te ver novamente... - ele sorrira ao dizer. - E agora, eu quero ficar com você. - Felipe encerrara dando-me um selinho breve na boca.
- Mas você tem dois filhos, Felipe. Se você pretende tentar algo comigo, eu exijo que você passe um tempo com eles. - pedi.
- Eles foram viajar com a mãe. Ela já havia me pedido para viajar com os garotos e eu sempre adiava. Agora foi a oportunidade perfeita. - ele respondera sorrindo.
- Você... gosta mesmo de mim, não é? - perguntei fitando seus olhos.
- Eu amo. - Felipe respondera seriamente.
Sorri para ele, e depois de me ensinar o básico que eu precisava saber, começamos a jogar.
Narração Anderson
Depois de muitas horas de voo, desembarquei em Florianópolis por volta das 22 horas.
No caminho para a casa da tia de Giovana, o medo de não ser perdoado me apavorava.
Quando cheguei no meu destino, Melissa que me atendera.
- Anderson... - Melissa dissera sem acreditar. - O que está fazendo aqui? - ela perguntara nervosa.
- Eu não vim para ficar, Melissa. Sua irmã está? - perguntei ansioso tentando olhar o interior da casa.
- Não, Anderson. Ela está na casa do Felipe. Depois que ela soube do beijo que você deu no Daniel ela foi sem hesitar. - Melissa me contara mostrando-se aflita.
- Onde é a casa desse cara? - perguntei nervoso. - Melissa, junte todas as coisas de Giovana. Todas! De lá ela já vai para São Paulo comigo. - eu pedia com o tom de voz alto.
- Eu não posso fazer isso! - Melissa retrucara. - Você está muito nervoso, Anderson. Entre, tome uma água. Amanhã vocês resolvem. - ela sugerira.
- Junte as coisas da Giovana ou eu mesmo o farei! - ameacei.
- Que gritaria é essa? - Carmen dissera ao se aproximar de onde estávamos.
- O Anderson, titia. Marido da Giovana, veio até aqui e está exigindo que eu junte as coisas dela sem prévia autorização. - Melissa dissera irritada.
- Ele é o marido, Melissa. Veio de longe para buscá-la e eu ordeno que você junte tudo da sua irmã! - Carmen exigira. - Ela veio para cuidar de mim, Anderson, mas acabou desviando de objetivo. - ela me explicara.
- Me desculpe por tudo isso, Carmen. Sei que não está bem de saúde mas eu realmente preciso levar minha esposa embora. - eu dizia agora mais calmo.
Melissa não tentara argumentar nem se opor à ordem que lhe foi dada, apenas saiu para cumprir a ordem.
- Faça o que for para fazê-la te perdoar, Anderson. Giovana anda muito desajuizada... - Carmen me pedira.
Eu sorrira em resposta à ela, e quando Melissa chegara com as coisas de Giovana, coloquei-as no táxi que me aguardava. Agradeci as duas e com o endereço de Felipe em mãos, segui para lá.
Ao chegar na porta da casa do tal Felipe, liguei para Giovana. Para minha surpresa, ela atendera rapidamente.
- Anderson. - ela dissera de maneira fria.
- Gio, venha até a porta. - pedi de maneira objetiva.
- O quê? Onde você está, Anderson? - ela perguntara confusa.
Antes que eu pudesse responder, Giovana aparecera na janela do segundo andar somente com um roupão em seu corpo.
- Desça, Giovana! - eu gritara.
Permaneci parado na porta da casa até que Giovana descera. Acompanhada por Felipe.
- O que você está fazendo aqui? Não deveria estar beijando o Daniel? - Giovana perguntara a fim de me enfrentar.
- Você é louco, cara? Olha a mulher que você tem. Mas prefere beijar o amigo? - Felipe dissera irritado.
- Eu preciso falar com você, Gio. A sós. - frizei.
- Eu não tenho nada pra falar com você, Anderson. Pensei que podia confiar em você! - ela dizia decepcionada.
- É, esse sentimento é recíproco. - rebati enquanto olhava para Felipe. - Por favor, Gio. Era isso que eu estava tentando te contar mas nunca dava! Eu ia te contar ontem até você desligar na minha cara. - eu insistia.
Giovana aceitara minha proposta, e antes de conversarmos, ela voltara pra casa de Felipe se vestir. Feito isso, ela se despediu e aceitou pegar um táxi comigo rumo ao aeroporto.
Durante o caminho, eu expliquei toda a situação para ela, de modo a desculpar-me.
- Então, foi isso... Eu não te trai com Daniel. Você sabe que te amo... - eu tentara convencê-la enquanto a beijava pelo pescoço.
- Confesso que tentei fazer a linha durona, mas Anderson... Eu nunca iria conseguir ter outro senão você. Ter aparecido aqui, me surpreendido, sinto que me ama mesmo. - Giovana dissera sorridente.
Retribui o sorriso que ela me dera e selei seus lábios de maneira breve.
Narração Elidio
Depois de ter ido com Daniel para que o mesmo se submetesse à alguns exames, comemos alguma coisa num restaurante antes de irmos para a entrevista pro "The Noite".
Ao chegarmos no estúdio onde gravaríamos a entrevista, preparei-me para tirar minha aliança, como de praxe, contudo, Daniel me impedira.
- Não, querido. Não tire. - ele me pedira com um sorriso sincero no rosto.
- M...Ma...Mas querido... - eu tentara argumentar.
- Não vão nos perguntar sobre isso. Você tem razão, a preocupação pública é com assuntos profissionais, não pessoais. - Daniel continuara a dizer ainda sorridente.
- Eu te amo. - respondi também sorridente.
Deixamos Daniela sob os cuidados da produção e depois de nos arrumarmos, assim que fomos anunciados, entramos para gravar a entrevista.
Depois de nos apresentar, Danilo fizera a pergunta que já esperávamos.
- Vocês são em três, mas está faltando um... - ele comentara ao perceber ausência de Anderson.
- Na verdade o Anderson veio, só que não de corpo e alma, só alma. - brinquei.
- Incrível! Vocês estão há dez anos em cartaz, e no mesmo teatro, o Tuca. - Danilo elogiara. - Enquanto a gente passa alguns vídeos seus, me contem o segredo. - ele pedira.
- Na verdade, o que a gente pode dizer é que a gente trabalha com improviso, então com isso, toda sessão que a pessoa for assistir ela terá a certeza que será diferente do que assistiu na semana anterior, por exemplo. - Daniel explicava.
- Às vezes, você saber que vai asistir algo, talvez vai gostar muito e se quiser ir outra vez vai assistir a mesma coisa atrapalha, digamos. Contamos com muitos convidados que são muito talentosos, e esse rodízio ajuda muito. - eu completara.
- Mas não tem mesmo uma hora que surge uma oportunidade de piada, e talvez vocês já fizeram em outro dado momento, e acabam repetindo? - Gentili questionara.
- Então, isso que é o bom do improviso. Como temos que raciocinar muito rápido, isso reduz o risco de repetição quase que pra zero. - Daniel explicara.
- Mas vocês também trabalham com esquetes, como essa que está passando agora. Vocês também a apresentam semanalmente? - Gentili perguntara ao apresentar a esquete "Liquidificador".
- Essas esquetes, feitas ao vivo, são do espetáculo "Em Breves", e ele é apresentado em temporadas. - respondi.
- Muito engraçado. Vocês realmente são muito bons... E a amizade deve contar muito. Como vocês se conheceram? - Danilo perguntara curioso.
- A gente estava num voo pro México, eu e o Elidio no caso... E o Anderson, por acaso, estava lá também. - Daniel respondera apontando pra mim.
- Uau, o que é isso? - Danilo perguntara ao pegar a mão de Daniel em que estava a aliança. - Foca aqui. Você está comprometido então, Daniel? - ele perguntara ainda perplexo com a aliança.
- Na verdade, isso aqui é um anel que comprei do filme "Senhor dos Aneis", sou colecionador. - Daniel brincara em meio à risada.
- Nós somos colecionadores. - corrigi Daniel mostrando minha aliança também.
- Adorei. - Gentili dissera também em meio à risada. - Agora sério, vocês estão namorando? - ele perguntara voltando a ficar com a voz séria.
- Estamos, cada um com alguém, não um com o outro. Ou talvez sim um com o outro, fica na ar. - Daniel dissera ainda rindo.
- Mas agora voltando a falar de espetáculo, em cartaz, tem agenda pra essa semana? Divulguem, por favor. - Danilo pedira.
Enquanto Daniel divulgava nossa agenda, eu me sentia apreensivo devido à pergunta pessoal que nos foi feita. Quando Anderson assistir a entrevista, era certeza que ele iria surtar. Por outro lado, eu estava feliz com o modo que Daniel respondera. Mostrava que ele não tinha vergonha de estar comigo, e sim orgulho.
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