#Alfazema
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RX100
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Banho de ervas
Já parou para pensar, sobre o poder das ervas no nosso corpo com o banho, escalda-pés ou ate mesmo um chá. Pois assim, como os animais, os humanos as ervas tem as suas energias, e podem sim revigorar-nos, das aflições , das angustias, dos pesos nas costas, ajudar-nos nos estudos , nos amor , no dinheiro, no descarrego , na proteção, na saúde , uma infinidade de situações e necessidades . E com isso acabamos por aumentar mais o nosso campo energético dando-nos mais força e vitalidade para enfrentar as situações com que nos deparamos no dia-a-dia. Benefícios do banho de ervas · Equilibra e renova as energias; · Promove o relaxamento do corpo; · Ajuda a tranquilizar a mente; · Colabora para a cura de diferentes complicações de saúde; · Atrai mais positividade; · Auxilia na abertura de caminhos; · Torna a vida pessoal mais harmoniosa; · Promove uma vida profissional mais próspera; · Ajuda no sono e no alívio de dores. No entanto por vezes ficamos na dúvida de que erva usar e de que erva se adequa para cada situação, aqui cito algumas que podem auxiliar · Alfazema e lavanda: excelentes para promover calma e pureza; · Arruda: afasta as energias negativas e realiza uma limpeza energética completa · Alecrim: melhora o sentimento de apatia e potencializa a socialização. Também é uma ótima saída para tratar os sistemas cardíaco e respiratório · Boldo: faz uma limpeza energética incrível, além de facilitar a conexão espiritual · Canela: uma boa solução para aumentar a disposição e aumentar o sentimento de amor próprio · Cânfora: excelente para tratar a má digestão e melhorar a circulação do corpo · Guiné: uma boa pedida para quem busca por limpeza espiritual; · Louro: além de harmonizar as energias, é ótimo para atrair prosperidade · Manjericão: recomendado para as pessoas que sofrem com o estresse, uma vez que consegue garantir mais equilíbrio mental · Melaleuca: possui propriedades antissépticas e anti-inflamatórias. Fora isso, conta com alto poder cicatrizante · Rosas brancas: muito utilizada para realizar a limpeza da mente e do espírito · Rosas vermelhas: ajuda alcançar mais amor próprio e a cura emocional. E para finalizar a melhor forma de preparar esses banhos é em infusão Ferva 1 litro de água, após ferver, desligue o fogo, e coloque um punhado da erva deseja (pode ser verde ou seca) e abafe, tape a panela ou caldeirão e espere amornar. Depois de morno, tome o seu banho de higiene e deite o banho do pescoço para baixo, pedindo tudo o que deseja, e depois seque o seu corpo pressionando ao de leve a toalha, deixando a pele ainda meio húmida. Percebeu como é fácil cuidar-se e sentir-se bem consigo. Agora é só aplicar! Tarologa Samyra A Equipa Chave Mística www.chavemistica.com
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Banho de alfazema com açúcar para trazer alegria
Para que serve a Alfazema e Como usar
O banho de alfazema com açúcar serve essencialmente para alegrar a sua vida, ele vai trazer coisas boas e afastar da sua vida tudo aquilo que está latraindo tristeza. A alfazema é um tipo de lavanda, uma vez que ambas pertencem ao mesmo género botânico de plantas, embora elas não sejam idênticas. Na realidade, tratam-se de subespécies diferentes, em que a alfazema pertence à espécie Lavandula latifólia, por apresentar algumas características diferentes das demais lavandas. Uma das principais dentre essas diferenças é o fato de alfazema apresentar um odor muito parecido com o que conhecemos como cânfora, mas, com relação à aparência, estrutura e coloração, elas são todas muito parecidas, apresentando flores nas cores que variam de roxo e os seus tons (lilás e violeta) e as diversas intensidades de azul. https://www.youtube.com/watch?v=-ToO3OnbbxQ No caso da realização de banho de alfazema com o açúcar, especificamente, além de trazer a calma para o ambiente, a propriedade de eliminar possíveis más energias que possam haver no ambiente da alfazema, combina com a felicidade e alegria trazidas pela parte do açúcar. Sendo assim, ele é bastante indicado para as pessoas que estejam a passar por momentos difíceis na vida, com tristeza e que precisam de um ânimo no seu quotidiano. Há ainda quem diga que, a partir da realização deste banho, a alegria pode até contagiar outras pessoas que se encontrem na casa ou no mesmo ambiente pelo qual a pessoa que está realizar o banho se encontra.
Benefícios Calmante Energiza a vida e os ambientes Abre caminhos Atrai o amor Dispersa negatividade e pensamentos obsessivos Ajuda a reduzir a ansiedade Traz paz e apoio à vida Como fazer o banho de alfazema com açúcar Para começar a fazer o banho precisa apenas de reunir alguns ingredientes e ferver-los numa caçarola durante alguns minutos. Precisa de: - 1 ramo de alfazema bem verde; - 3 colheres de açúcar; - 2 ou 3 litros de água. Se conseguir uma caçarola que leve os 3 litros de água melhor, mas caso não consiga não tem mal pois pode deitar apenas 2 litros. Comece por ferver os 2 litros de água e quando estiver a ferver junte as 3 colheres de açúcar branco. Mexa muito bem até que o açúcar fique bem dissolvido e após isso coloque o ramo de alfazema bem verde. Deixe o ramo ferver durante 2 a 3 minutos e após esse tempo desligue a fervura e deixe repousar até ficar a uma temperatura agradável para tomar o banho. O seu preparado está pronto, agora falta tomar o banho! É uma boa ideia reservar algum tempo sozinho e imperturbável para preparar e tomar o banho. É preferível tomá-lo antes de ir para a cama e evitar sair de casa após o ritual.
Como tomar o banho completo É importante seguir todos estes passos para tomar o banho de alfazema com açúcar da forma correta, caso contrário ele não vai fazer efeito. - Tome um banho de água simples primeiro, não use sabão nem nada, apenas água simples, lave da cabeça aos pés; - Agora pegue na mistura preparada anteriormente e retire o ramo de alecrim e coloque no chão; - Use a água para deitar da cabeça aos pés; - Deite a água muito lentamente e espalhe por todo o corpo; - Após deitar toda a água deixe o corpo secar naturalmente; - Vista uma roupa clara no final de tudo, inclusive a roupa interior, O seu banho está tomado. Agora é esperar os efeitos que normalmente começam a aparecer de imediato. Seja feliz! :) Read the full article
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Descubra os 10 poderosos Benefícios do Chá de Alfazema
O chá de lavanda ou alfazema é uma bebida aromática e reconfortante feita a partir das flores secas da planta de alfazema.
Com um aroma floral distinto e um sabor suave, o chá de alfazema tem sido apreciado por séculos devido aos seus benefícios para a saúde.
Cllque Aqui para ler o artigo completo e descubra os 10 poderosos benefícios do chá de lavanda e aprenda como incorporá-lo em sua rotina diária.
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⠀⠀⠀ ⠀ ⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀⠀ ˖˙ ᰋ ── part I. Ποσειδῶν ˚
⌜ Você sempre teve a mais forte das conexões com o mar. ⌝
﹙ ʚɞ˚ ﹚ 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒: mitologia grega (wagner moura!poseidon), leve pitada de angst, literatura erótica (dirty talk, sexo sem proteção, breeding, manhandling).
⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀ .⸙
⠀⠀
⠀⠀
𝐏𝐎𝐃𝐄 𝐎𝐔𝐕𝐈𝐑 𝐎 𝐌𝐀𝐑; o ricochete das ondas sobre as ondas. Jura, os ouvidos focam e captam os sussurros que chegam a cada remessa que se choca com a sua pele. Embora escute, não compreende cem por cento o que lhe é dito. São murmúrios suaves demais, possivelmente não feitos para serem decodificados pelos mortais. Mas você escuta — desde de criança. Pode descansar a cabeça no travesseiro e a maré vai trazer seus burburinhos. Pode estar a quilômetros da costa e vai sentir o sopro do vento gélido, salgado, lhe beijando a face e sussurrando palavras que não consegue interpretar.
Cresceu à beira do oceano. Enquanto o seu pai trabalhava na areia instruindo os turistas que procuravam se aventurar nas águas, o resto da família cuidava dos clientes no quiosque. Aprendeu a nadar com facilidade, a surfar também. Não te era nenhum pouco angustiante encarar o horizonte vazio sem registro de terra à vista. Por horas e horas, sentada sobre a prancha. Tinha, de alguma maneira, a segurança de que, mesmo que desaparecesse mar adentro, ainda seria resguardada por algo ou alguém.
Durante muito tempo o único respaldo pra essa certeza foi os barquinhos entregues a vida toda a cada virada de ano. As flores brancas, o arroz-doce, o manjar, aquele aroma doce da essência de alfazema misturada aos acessórios e o espelho entre os seus pedidos pra mais doze meses de prosperidade. Que as oferendas chegaram à Senhora das Águas, não duvida, mas que possam ter alcançado outra deidade também não é impossível.
Ele diz que o nome é ‘Wagner’, apesar de que você duvida. Pelo menos, é o nome que escolheu pra ouvir da sua boca. Nunca se esquece do som, o dentes frontais pressionando nos lábios pra ecoar a primeira consoante. Deve ser isso que as ondas tanto te cochicham — o nome d’Ele.
Começa a fazer duas oferendas. Já que não sabe ao certo qual divindade também te abençoa, apenas mentaliza. Pensa nos pés afundando na areia, a caminho de ti. Nos ombros largos, nos pelinhos do peitoral. Aquele sorriso em linha, miudinho, ao te ver de longe. Pede por prosperidade e alcança sem demora. Sempre. Ele já te garantiu isso, não?
Segura o canto do seu rosto, o peso do corpo por cima do seu, enquanto deitados na cama. Te olha no olho, quer passar seriedade. “Tudo que você quiser”, diz, sem sussurrar. O indicador passeia da pontinha do seu nariz até o lábio inferior, “Tudo que você quiser, eu vou te dar.”
Tudo?, você ainda repete, só pra ter certeza da oferta, e ele afirma novamente, tudo.
“Então, me dá um bebê.”
Wagner deixa a frase no ar, solta, por um tempinho. Busca as melhores palavras assim como busca no seu rosto algum vestígio de chiste tolo. Porque não encontra, ergue o torso, sentado-se sobre o colchão. “Sabe que não vai me prender assim.”
Você se senta também, “mas teria que vir mais vezes.” O nariz resvala na nuca alheia, aspira o aroma da maresia.
O homem ri, soprado, encarando a janela ampla à frente. “Eu já pensei em te engravidar mesmo”. Lá fora, quase fim da tarde, o vento sopra a brisa pra dentro do chalé. “Seria bacana ficar aqui contigo”, te olha, quando o seu braço se estica sobre o ombro masculino, ele pega na sua mão, “ter um filho, ter uma vida calminha...”, a outra mão espalma na sua coxa. Encara a sua pele esprimida entre os dedos dele, e depois te oferece mais um olhar. “Você me ama?”
O seu rostinho se escora no ombro dele antes que pudesse deixá-lo ver o sorriso bobo. “Você sabe a resposta.” E, de verdade, ele sabe. Conhece as suas vontades, as suas certezas, as incertezas. Está contigo em todos os lugares e a qualquer momento. Então, sim, ele sabe muito bem que está fortemente apaixonada por ele.
Tem facilidade pra te dominar mais uma vez sobre a cama. Te coloca deitada, com o corpo dele pairando o teu. Acaricia a sua bochecha, com um sorriso doce, “eu gosto tanto de estar com você, minha linda”. Cerra os olhos, e parece que nesse instante somente o físico dele fala, pois a psiquê está voando longe, num mundo platônico onde pode, sem empecilho nenhum, ficar ao seu lado pela eternidade. Encaixa os corpos nus, separando-te as pernas. “Você é e sempre vai ser a minha preferida”, vai falando, jogando as palavras ao pé do seu ouvido, “Eu te preciso tanto, tanto, que parece que eu não vou conseguir viver sem você... Se sente assim também, hm?”
A sua resposta é um aceno positivo, igualmente de olhos fechados. A ansiedade de sentir o cume da ereção roçando antes de se introduzir é de se roubar o fôlego, ou as palavras. Wagner distribui beijos pelo seu pescoço, se afunda no vale do seios, tomando ambos entre as palmas das mãos. Tamanha fome e necessidade que não parece que se alimentou de ti há poucos minutos, repetidas vezes. Mas para, de repente, abandonando os biquinhos babados e doloridos.
Pega na sua garganta, com delicadeza. Funga, os olhos escuros brilham ao te observar boquiaberta. Um sorrisinho pequeno ameaça crescer, porém ele amedece os lábios antes de falar. “Vou te dar um filho”, soa, aliás, feito uma promessa, “Um menino”, especifica, “Pra ele continuar o meu legado e te proteger quando eu, por qualquer motivo, não estiver aqui.” Finalmente, o sorriso toma conta da face, “Combinado, vida?”
Você sorri de volta, combinado.
Como pode uma sensação que já tanto sentiu ainda ser suficiente pra te abarrotar dessa forma? Ele te completa a cada centímetro, farta. Envolve o seu corpo entre os lençóis amarrotados, a voz reverberando rouca na curva do seu pescoço, quero deixar um pedacinho de mim aqui dentro, ou seja lá as coisas de amor que ele murmura com charme. As suas unhas arranham as costas dele, os dentes também não controlam a selvageria: mordisca o ombro do homem, a língua toca e capta o gosto salgadinho da pele quente. Se pudesse, guardaria-o no íntimo assim pela vida toda, só pra não abrir mão do vício. Mas Wagner quer alterar a posição. Enrola a mão nos seus cabelos, te ajeita como deseja, “vira, fica de quatro”, embora também oriente com as palavras.
Você empina o quadril no ar, o rosto descansa na cama. Sente o toque se espalhando nas suas costas, apalpando a sua bunda. Suspira. Quando ele retorna, o ângulo presenteia à conexão profundidade ainda maior. É erótico — os sons são eróticos —, é delirante. O corpo chacoalha, os olhos reviram, porém conseguem assimilar a paisagem à frente.
A onda alta se colide por cima da outra. Sequenciais, o ritmo aumentando ao passo que a força também. Se engolem, se penetram. Mais próximas da porta do chalé, você não tem certeza se está alucinando de tesão. O choque, por fim, é tão intenso que a ressaca d’água vem parar pra dentro do cômodo. A própria pele está úmida, espumando entre as pernas. Recheada.
Mal respira, mas serve de apoio para que ele possa resvalar a testa suada na altura da sua omoplata. E, depois de um beijo na região, Wagner traz o rosto pra perto do seu ouvido. “Eu te amo também, minha garota”, esfrega o nariz por trás da sua orelha. O ar sai quente dos lábios enquanto continua cobtando: “Quero mudar a sua vida, mas tenho medo de quando tiver que me despedir de novo. Queria ser um pouco como você: apaixonada, simples, mortal.” Sobre o seu ombro, vê de relance, o pingente de tridente dourado esfriando na sua pele.
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Chapter 1 - Ensejo de Paixão
Enzo ainda se perguntava porque uma desconhecida estava fazendo com que ele mentalmente começasse a quebrar a promessa que fez no túmulo de sua esposa, ele não entendia de forma alguma esses sentimentos que estavam surgindo.
Uma culpa muito grande começou o atingir, o homem sentia que estava traindo Carol, ele odiava isso e não queria de forma alguma sentir que estava desrespeitando a memória de sua falecida esposa.
Não entendia também porque dentro de si urgia uma necessidade de ser protetor com essa mulher mesmo que ela não fosse nada dele, o homem tinha vontade de proteger e cuidar, algo dentro dele dizia que ela era frágil e precisava de alguém cuidando dela.
Refletindo sobre esses sentimentos, ele acabou notando que talvez fosse o fato de sentir falta de Carol, talvez ele estivesse projetando isso em outra pessoa, Enzo sempre foi bem protetor com aqueles que ama e com a esposa não era diferente.
Seus pensamentos confusos ficaram ainda mais nublados com o cheiro dela, era tão delicado, fresco e marcante, de alguma forma trazia paz.
Bianca tinha cheiro de alfazema e cravo, por mais que o motivo pelo qual ela usasse essa colônia misturada a cravo da índia fosse a falta de condições de comprar um perfume melhor, esse cheiro fazia com que ela resgatasse as memórias felizes ao lado da mãe, do padrasto e dos irmãos, então ela não tinha vontade de usar outro perfume.
Enquanto tinha vontade de proteger, Bianca estava com medo dele, ela não sabia o que esperar do homem dirigindo, ela não confiava muito nas pessoas, principalmente se essas pessoas fossem homens héteros.
Ela estava encolhida no banco do passageiro, totalmente acuada, tinha medo que Enzo pedisse favores sexuais em troca do emprego para ela.
Bianca não conseguia esperar coisas boas de ninguém, a vida tinha lhe ensinado desde criança a sempre esperar o pior.
Isso sem contar que ela sentia um pouco de medo também porque seu corpo sempre foi descrito como bonito, muitos homens falam que ela é uma "morena da cor do pecado", além de racista, deixa ela muito envergonhada, tanto que ela prefere usar roupas largas ou que não desenhe seu corpo para evitar situações de assédio.
Mas hoje ela estava usando um vestido que contornava bem suas curvas apesar de folgado e soltinho.
Ela não é do tipo que julga uma mulher pela roupa, na verdade, ela julga os homens por serem tão repulsivos que uma mulher não consegue usar nada que gosta, Bianca odeia situações de injustiça com outras pessoas.
— A senhorita é daqui mesmo de São Paulo?
— Não, eu sou de uma cidade no interior da Bahia, mas vim para São Paulo aos 10 anos. — respondeu desconfortável.
Bianca não queria falar sobre sua vida pessoal e aquela conversa levaria a isso, Enzo queria entender mais de onde vinha esse magnetismo.
— Minha sogra é baiana e minha esposa também era, elas eram da cidade de Itabuna.
— Eu conheço sim, nasci em Itabuna, mas fui criada em outra cidade próxima. — explicou, fazendo Enzo sorrir sincero.
— Minha filha adora a cidade, toda vez que vamos visitar ela se esbalda brincando com os primos no sítio.
— Itabuna é bem legal, é uma metrópole aos moldes da região, eu gostava de ir lá com os meus pais.
— Você não voltou mais?
— Não.
— Por que?
— Não tive a oportunidade. — respondeu vaga.
— Tem vontade de voltar?
— Sim.
Bianca tinha vontade de voltar para procurar o padrasto e os irmãos, mas é impossível em sua atual condição financeira.
— Por que não volta?
— Não tenho condições e eu não poderia viajar sozinha, fiz 18 anos há duas semanas. — deu de ombros.
— Seus pais não deixavam você viajar e nem iam?
— Eu sou órfã de mãe e meu pai não pôde ficar com a minha guarda, perdi o contato com ele há 7 anos. — respondeu sendo direta mais uma vez e com o intuito de deixar o futuro chefe desconfortável e conseguiu.
Talvez fosse isso, duas pessoas em sofrimento acabam se identificando, ele sabia o quanto era doloroso perder alguém que ama incondicionalmente.
— Ah, sinto muito. Meus sentimentos pela sua perda. Mas quem ficou com você nunca voltou lá?
Enzo queria entender mais sobre Bianca, entender o motivo dela despertar tantos sentimentos nele, ele estava determinado a compreender a situação.
— Seu Enzo, me desculpe pelas palavras, mas eu aceitei ter uma conversa com o senhor para falar sobre o lado profissional, sobre horários e rotinas da sua filha, entendo que o senhor esteja preocupado em colocar uma completa estranha na sua casa, mas eu não estou aqui para contar sobre minha vida pessoal. — Bianca foi direta, mas logo se arrependeu, aquele homem iria decidir se ela iria ter um emprego estável ou não.
Bianca ficou em choque, já estava esperando ser humilhada, mas ao contrário da reação que ela achou que receberia, Enzo deu uma risada sincera e decidiu que aquela mulher seria sim a babá de sua filha.
Foi pela atitude dela que ele entendeu o motivo de ser tão atraído, Bianca tinha uma personalidade parecida com a de Carol, não eram idênticas, isso é fato, mas a sinceridade era a mesma e Enzo sabia o quanto era raro.
Bianca poderia ser frágil e delicada, no entanto nunca deixou de ser uma mulher de atitude, ela era engraçada naturalmente com as pessoas que ela se sentia confortável e debochada também, aqueles que conseguiam cativar esse lado nela saíam apaixonados.
Aquela risada fez o coração de Bianca sentir-se confortado de alguma maneira, ela acabou notando que o homem tinha um sorriso extremamente bonito e encantador.
— Seu Enzo, me desculpe, eu...desconsidera o que eu falei.
— Você é divertida, Bianca, sinto que Luna vai amar você. — ele riu divertido, negando com a cabeça. — Você está certa, não é certo eu querer saber de sua vida pessoal. Mil perdões.
— Não está bravo comigo?
— Por que estaria? Você foi educada e pertinente, eu quem estava passando dos limites.
A garota suspirou aliviada e sorriu tímida.
Enzo ainda estava curioso para saber mais sobre a garota ao seu lado, a mistura de delicadeza e confiança deixava o homem atraído e fascinado, mas ele também não queria forçar nada.
Em outros tempos ele claramente teria humilhado Bianca, mas a convivência com Carol mudou muito a personalidade dele, Enzo ficou melhor de ser tolerado.
— Por que escolheu a faculdade de direito? A maioria das pessoas que conheço escolheu porque a família já vem de advogados, juízes e desembargadores ou escolhem a profissão por dinheiro, mas você, vejo um certo altruísmo que sinceramente acho admirável. E ainda tem o fato que ser babá e estudante de direito são duas coisas completamente diferentes e que podem te atrapalhar no futuro.
Dessa vez, Bianca não se sentiu acuada e obrigada a responder, pois a mesma gostava de deixar claro que escolheu direito para mudar a vida de outros, especialmente daqueles que como sua mãe sofreram nas mãos de um plano de saúde abusivo ou como o seu pai ser uma ativista pelos trabalhadores.
— Bem, o que me motivou de fato foi a morte da minha mãe, eu morava em uma cidade pequena perto de Itabuna, então lá, quase não tinha médicos e o hospital público era precário, a população no geral dependia de vagas em Itabuna para fazer exames, passar em médicos e fazer tratamento, além disso, a prefeitura só oferecia transporte durante o período da manhã até o meio dia, quando minha mãe ficou doente meu pai começou a pagar um plano de saúde, o melhor que tinha na época para que ela pudesse fazer todo o tratamento, mas eles se recusaram a liberar a quimioterapia da minha mãe, lutamos muito para conseguir na justiça e enquanto meu pai ia de fórum em fórum, eu tentava uma vaga para minha mãe no SUS, a demora da decisão judicial e a de achar vaga no sistema público fez com que a doença da minha mãe se agravasse e quando ela começou fazer o tratamento já foi tarde, a doença já tinha se espalhado e ela veio a falecer. — contou com um certo pesar.
Enzo apertou o volante e sentiu um nó na garganta, ela havia passado pelo mesmo que ele estava passando, e a sorte de sua sogra é que ele estava pagando o tratamento e iria pagar a cirurgia por fora do plano de saúde, mas a realidade não era assim para todos, especialmente para aqueles que não eram bilionários.
— Bem, eu prometi a mim mesma que iria lutar para que outras pessoas não passassem pelo mesmo que eu e minha família. E no caso também, meu pai sempre foi sindicalista, ele me explicava e me ensinava muito sobre direito do trabalho, eu acabei me apaixonando, já que os tribunais do trabalho realmente são eficientes na proteção dos trabalhadores, um dia eu serei juíza, mas não decidi se de varas cíveis ou do trabalho. — Bianca realmente se empolgou contando, ela tinha muito orgulho do seu pai e queria poder reencontra-lo para dizer que ela vai se tornar uma doutora como ele sempre acreditou que ela seria.
Enzo ficou ainda mais fascinado, ela só era uma menina quando tudo aconteceu, muito provavelmente tinha muitas cicatrizes da vida, mas mesmo assim perseverou.
— Agora entendi porque a Mari adorou você, é raro encontrar pessoas com um propósito tão nobre, Bianca.
— Muito obrigada.
— Bem, pode ter certeza que você está contratada e pode começar amanhã.
Bianca acabou não contendo a empolgação e a alegria, Enzo apenas sorriu, era nítido que a felicidade dela era genuína.
Bianca já trabalhou como Jovem aprendiz antes, sabe como funcionam as regras de um CLT na prática, mas nenhum desses empregos lhe davam estabilidade para morar sozinha.
— Temos que ver apenas os horários certinhos, seu salário e benefícios.
— Claro. — concordou. — O senhor não vai se arrepender, eu vou ser a melhor babá do mundo.
— Tenho certeza que sim.
Quando chegaram à universidade, Bianca teve um choque de realidade não só por notar que seu chefe é muito famoso, mas também porque aquela era uma realidade muito diferente da sua, os olhos de julgamento fizeram ela querer voltar para casa e desistir da ideia de faculdade.
— Pela aquela faixa, sinto que você vai se dar muito bem aqui nessa universidade, Bianca. — Enzo comentou, apontando para a placa "Greve geral contra reforma trabalhista!".
Enzo sabia que naquele momento da política do país em que vivia, uma reforma das leis trabalhistas estavam prestes a serem aprovadas pelo Congresso, ele não via problemas, já que a nova legislação o beneficiava como empregador.
Para os doutrinadores especialistas em direito do trabalho, o ano de 2017 iria ser caótico.
— E-eu...— ela engoliu em seco. - Eu acho que quero voltar para...
Enzo entendeu naquele momento que ela queria desistir, os olhos dela denunciavam isso, estavam marejados e quando ele notou que as pessoas ao redor estavam olhando para Bianca com certo desdém.
— Olha, esse lugar foi feito para você, tenho certeza que você será uma das melhores alunas da sua turma, Bianca. — ele segurou no rosto dela inconscientemente, dessa Bianca não recuou. — Sei que pode ser assustador, quando fui para o meu primeiro jogo no profissional quando eu tinha 15 anos, senti o mesmo medo que você, mas tudo deu certo, você é inteligente e possui um caráter bom, vai tirar de letra nesse lugar. — ela o encarou surpresa e arqueou a sobrancelha.
Bianca costuma sentir medo de qualquer toque e Enzo acabou decifrando esse medo muito bem, o homem conseguia ler bem a garota a sua garota a sua frente apesar de a conhecer a apenas algumas horas.
Enzo não entendia porque ela tinha tanto medo se parecia ser tão corajosa, ele sabia que havia algo de errado, sentia que ela estava em alguma encrenca, mas não fazia ideia do que seria.
— Desculpa, e-eu...— ele se afastou. — Não vai mais acontecer.
— Oi, você pode me dar uma informação? — uma garota de olhos castanhos, pele pretas, cabelos crespos perguntou totalmente perdida. — Você sabe onde fica a CAA?
— É o que eu vou tentar descobrir agora, não faço ideia de onde fica, eu sou caloura aqui. — Bianca respondeu timidamente.
— Eu também sou. Você é bolsista também?
A garota não deduziu por preconceito, mas sim porque antes de se aproximar notou que Bianca estava recebendo os mesmos olhares que ela quando pisou no prédio, ela viu na jovem um porto seguro, alguém igual a ela para não se sentir sozinha.
— Sim, entrei pelo ProUni. — Bianca respondeu orgulhosa de si mesma.
— Eu também!
Nesse momento, Bianca se sentiu mais acolhida.
— Prazer. — Bianca estendeu a mão. - Eu me chamo Bianca.
— O prazer é todo meu. — a garota apertou a mão dela. — Eu me chamo Bruna.
— Você sabe em qual turma você ficou?
— Sim, turma B. — Bianca sorriu, era a turma dela também. - É a sua também? — Bianca assentiu.
Enzo estava ao lado dela apenas observando as duas.
— Vogrincic, posso tirar uma foto com você? — um garoto com a camisa do Palmeiras perguntou com o celular na mão.
— Claro.
— Cara, você faz falta no time do Real Madrid, mas assim, já que está no Brasil, vem jogar do Verdão. — Enzo riu e negou com a cabeça.
— Eu tenho focado na minha família, não há espaço para o futebol nesse momento para mim. — Enzo murmurou sincero.
— Não joga com os porcos não, vem pro Trikas. A gente tá precisando de um zagueiro foda igual a você. — Enzo sorriu nostálgico.
— São Paulo tá precisando de um time inteiro, não é? — uma garota com a camisa do Corinthians falou.
Ele sentia muita falta dos gramados, dos cantos das torcidas com o nome dele, de fazer gols e dos companheiros, mas nesse momento sua família era muito mais importante que tudo e não havia espaço para o futebol.
— Ah, eu também quero, te sigo nas redes e te acho um gato. — uma jovem falou empolgada.
Logo outras pessoas se manifestaram e virou um grupo grande de fãs querendo tirar fotos, apesar de atender os admiradores, sua atenção estava em Bianca, que já estava conversando com Bruna.
Bianca descobriu que Bruna, tinha sua idade, também não era natural de São Paulo, veio de Minas Gerais, trabalhava de recepcionista em um prédio comercial e estava procurando um apartamento para alugar.
Bianca viu na história de Bruna uma forma de se livrar dos seus tios, ela também queria morar sozinha ou dividir apartamento e compartilhou isso com Bruna. Óbvio que Bianca sabia que era arriscado fazer planos de morar com uma desconhecida, mas ela só queria se livrar da família tóxica e poder reconstruir a própria vida.
— O que te trouxe à nossa universidade, Vogrincic?
— Ah, eu vim acompanhar uma pessoa para fazer a matrícula no curso de direito. — ele olhou diretamente para Bianca que estava rindo de algo que sua nova amizade havia falado. — Inclusive, se alguém puder nos instruir onde ficar o CAA, ficarei muito agradecido.
As pessoas logo começaram especular que Bianca tinha algum envolvimento amoroso com Enzo, o olhar doce e cuidadoso do homem para a garota dava a entender um envolvimento, logo começou a passar pela cabeça daquelas pessoas que a jovem que conversava com a outra garota só estava naquela faculdade porque arranjou um namorado rico e trouxa para lhe bancar.
— No primeiro prédio, na segunda sala do térreo. — um jovem respondeu.
— Muito obrigada. — sorriu. — Bem, eu agradeço a todos pelo carinho, mas tenho que resolver algo antes que alguém me mate porque o CAA fechou. — brincou, indo para onde as garotas estavam. — Descobri onde é o CAA. Vamos, meninas? — elas assentiram. — Aliás, eu sou o...
— Enzo Vogrincic, eu te conheço, meu pai te acha um jogador foda para caralho, eu te sigo nas redes sociais e amei sua campanha para Calvin Klein. — a garota interrompeu Enzo sorrindo empolgada, Enzo apenas sorriu completamente acostumado com esses comentários. — Aliás, tu é uma mulher de sorte, Bi.
Bianca ficou confusa, ela estava super perdida no assunto, não tinha visto nenhum campanha do seu chefe e sabia quem ele era porque ela é completamente apaixonada por futebol e torcedora fanática do Flamengo.
— Por que eu sou uma mulher de sorte?
— Seu namorado é um gato, com todo respeito. — Bruna respondeu, fazendo Bianca ficar vermelha.
— Ele não é meu namorado. Eu não tenho namorado e nunca tive. — Bianca respondeu prontamente.
Aquela resposta empolgou e ofendeu Enzo ao mesmo tempo, nenhuma mulher negava rumores com ele, seu ego claramente ficou ferido.
— Ela será minha funcionária, só vim acompanhá-la porque eu não teria horário amanhã para negociar os termos do contrato de trabalho. — Enzo explicou.
— Seu Enzo, essa a Bruna, ela também é bolsista.
— É um prazer.
— Igualmente.
— Mas se vocês não estão juntos, então você tá namorando aquela modelo colombiana?
— Não, peço que você não acredite em tudo que saí na mídia.
Eles foram para o CAA, enfrentaram um fila, mas logo as meninas fizeram a carteirinha de estudante e pegaram a grade horária do semestre.
— Nem acredito que eu sou oficialmente uma estudante de direito.
— Nem eu. — Bianca disse meio triste, os pais dela ficariam tão orgulhosos dela.
Enzo mais uma vez percebeu o quanto Bianca ficou triste, ele pensou em dizer algo para conforta-la ou talvez tocar em seu ombro mostrando apoio, mas ele não queria ultrapassar os limites novamente.
— Eu sou a primeira da minha família a fazer um curso superior. — Bruna contou.
— Eu também.
Enzo ficou surpreso, para ele era impensável tal coisa, todos de sua família, inclusive ele tinham curso superior, ele era formado em administração pela Universidade Pontifícia Comillas.
Antes que Enzo pudesse expressar um apoio sincero para as meninas, João chegou fazendo Enzo revirar os olhos internamente.
— Finalmente você chegou. — o garoto disse empolgado. — Eu vou te mostrar o prédio de direito e o CAA.
— Não precisa, eu já fui no CAA, seu Enzo me ajudou. — João encarou Enzo como se estivesse o fuzilando, enquanto Enzo apenas sorriu debochado. — Ah, essa é a Bruna, ela é minha colega de sala.
— E futura colega de apartamento. — Bruna acrescentou empolgada.
— Que bom que você já está se encontrando aqui, fiquei com medo de você não se sentir confortável. — João comentou, tirando um mecha de cabelo de Bianca do rosto.
Bianca sentiu o coração acelerar com o ato do garoto e dessa vez não era medo.
— De início ela ficou desconfortável, mas eu a ajudei. — Enzo murmurou marcando território e claramente sendo ciumento.
— Eu sinceramente queria desistir também, mas ver a Bi me fez ter forças, esse lugar não é nada parecido comigo. — Bruna comentou.
— Pelo menos se algo ruim acontecer teremos uma a outra.
— Oh, não se preocupe querida, nós sempre teremos Paris. — Bianca falou divertida, mostrando um pouco de conhecimento sobre algo que Isabel a ensinou.
— E...Bruna, ela já tá falando igualzinha a minha avó, te prepara pra jovem com alma de idosa. — João brincou fazendo as duas gargalharem.
Tanto João quanto Enzo notaram o quanto que a risada de Bianca era contagiante e fofa, era algo que com certeza os dois queriam escutar por horas, algo que Enzo também notou é que a garota tinha um sorriso lindo e gentil, algo muito encantador.
— Bem que o senhor sabe que eu tenho alma de velha, mas saiba que eu vou ficar de olho no senhor para Dona Isabel, a coitada fica com os cabelos a cada dia mais branco de preocupação, seu João.
— Nem invente, você não vai de forma alguma me dedurar para minha avó. — o garoto colocou as mãos na cintura. — E para de me chamar assim?
— Assim como, seu João? — Bianca pirraçou, ela entendeu que era de "senhor".
— De "senhor" ou de "Seu João", meu nome é João, você pode se referir a mim como você, não gosto quando você me trata assim, eu não sou superior a você, Bi. E isso vale pra ti também, Bruna.
— Pode deixar, seu João. — Bruna também entrou na brincadeira.
— Vocês duas são bem pirracentas, Deus que livre. — as duas riram. — Ah, Bru, qualquer coisa quando a Bi não tiver aqui, pode me procurar que eu te ajudo. — João se ofereceu sendo prestativo.
Ele estava fazendo isso para impressionar Bianca e ele tinha conseguido. Enzo estava em silêncio, observando tudo e ficando cada vez mais irritado com a aproximação dos dois, ele realmente estava com ciúmes, ele queria que Bianca se abrisse assim.
— Olha, quem ver até pensa que é esse bom moço, não cai nesse conto, Bru.
Para Bianca era impossível que qualquer homem a visse de uma forma romântica, especialmente homens como Enzo ou João, ela sentia que nunca seria o tipo de garota que seria a namorada, todos só a olham como um mero objeto sexual.
— Ele não está querendo contar esse conto pra mim não, amiga. — Bruna sorriu maliciosamente, notando que João queria mesmo era Bianca.
— Jo, amor. — Uma garota loira se aproximou e beijou João para marcar território. — Você nos abandonou do nada. — completou ao se afastar, deixando João sem graça.
Enzo se animou ao ver a garota, isso significava que João não poderia se aproximar de Bianca.
— Eu vim conversar com minhas amigas que são calouras. — João sorriu para as meninas meio sem graça.
— Eu sou a Bruna e essa é a Bianca. — Bruna estendeu a mão para a garota, que apenas a olhou com puro desdém e a ignorou.
— Você é o jogador de futebol que o João vive falando que é vizinho dele e que ele morre de vontade de pedir para tirar uma foto, mas tem vergonha. Prazer, eu me chamo Alice.
João ficou bravo por Alice dar aquela informação, especialmente porque ele estava em uma clara disputa pela atenção de Bianca com Enzo.
— Ah, João, por que você nunca me pediu? Eu sempre tenho um enorme prazer em atender meus fãs. — Enzo sorriu extremamente debochado.
— Bem, como eu sou uma pessoa muito educada, eu vou avisando que nós temos que ir. — Bianca falou alfinetando Alice pelo comportamento com Bruna. — Jo, muito obrigada por tudo que você fez por mim hoje e sempre, você tem um espaço no meu coração igual a sua avó. — Bianca sorriu sincera e de pirraça se aproximou e beijou o rosto do rapaz que sorriu abobado.
Enzo revirou os olhos e olhou para João como se quisesse matá-lo.
— Próxima vez fala na cara, garota. — Alice retrucou. — Tinha que ser esse povo da favela.
Aquilo deixou Enzo indignado, João ficou bravo, mas iria chamar atenção de Alice só depois. O contraste entre os dois era enorme, Enzo ficou bravo porque sabe que aquela fala foi preconceituosa e João ficou bravo porque isso afastaria Bianca dele.
— Bem, eu estou falando com o João, é muita falta de educação se intrometer em uma conversa onde não foi chamada, Alice.
— Eu acho muito engraçado você falar isso porque você é extremamente mal educada e inconveniente, com isso podemos notar que ser da favela não torna uma pessoa automaticamente mal educada e ser rico não torna a pessoa automaticamente educada e civilizada. É graças a gente baixa que esse país tem tantos problemas sociais. — Enzo defendeu as meninas. — Meninas, vamos, não é bom ficar do lado de gente mal educada assim. — Enzo puxou Bruna e Bianca e saiu.
— Olha, obrigada por ter nos defendido, normalmente pessoas brancas não fazem isso. — Bruna agradeceu.
— As pessoas mais importantes da minha vida são negras, seria um desrespeito com elas me calar diante de uma situação de elitismo e racismo, eu fiz o mínimo, não precisa agradecer. — Enzo comentou.
— A Bruna tem razão, normalmente isso não acontece é sempre a gente pela gente. Obrigada mesmo, seu Enzo. — Bianca agradeceu se sentindo mais confortável ao lado de Enzo.
— Eu fiz o mínimo, Bianca. Aliás, não quero nenhuma das duas me chamando de "seu Enzo" ou de "senhor".
— Mas...
— Não tem "mas...", Bianca, a nossa relação profissional vai continuar a mesma, só não quero que vocês falem comigo dessa forma, o que aconteceu naquela universidade me irritou, não quero ser esse tipo de pessoa. — Bianca assentiu.
— Está bem então.
Bianca não queria obedecer, mas ela sentia uma necessidade de fazer isso, uma certa submissão que ela tinha medo, especialmente porque ela sentiu um calor esquisito em seu corpo pelo tom de voz de Enzo.
Enzo tem um tom de voz grave naturalmente, mas quando está sério e demandando ordens é mais atraente, até sexy, isso sempre enlouqueceu as mulheres.
— Bruna, quer uma carona até o metrô?
— Se isso não for atrapalhar o senh...você, eu aceito sim.
Enzo sorriu satisfeito, eles entraram no carro e no caminho estava bem silencioso, para Enzo era péssimo, mas ele queria muito perguntar sobre a relação entre João e Bianca.
Óbvio que ele não queria sentir nada disso por Bianca, especialmente por respeito a sua esposa, mas ele não conseguia controlar.
— Bi, você e o João são amigos com benefícios ou...? — Bruna indagou curiosa.
Mentalmente Enzo agradeceu a garota por perguntar isso, ele ficou atento a Bianca que estava vermelha de vergonha.
— Bem, eu não posso ter esse tipo de conversa aqui. — Bianca olhou para Enzo. — Mas não, ele e eu não temos nada e nunca teríamos.
— Por que não? — Bruna percebeu que os dois estavam interessados em Bianca, mas para a garota, Enzo tinha um interesse mais sexual e João era mais amoroso.
— Bru, não acho que eu deva ter essa conversa agora. — Bianca alertou olhando para Enzo. — Mas de verdade, João e eu não temos nada e ele jamais iria se interessar por uma mulher como eu.
— Uma mulher fofa, engraçada e de atitude?
— Não, você sabe...— Bruna acabou entendendo, posto que mulheres negras e periféricas raramente eram o interesse romântico de alguém branco e rico. — E eu não sou uma mulher que ele ou qualquer homem acharia bonita. — Bianca escutava tanto que era feia, mesmo sendo uma mulher lindíssima que ela acreditava em tal absurdo.
Enzo não entendia como ela não poderia ver o quão linda era e que qualquer homem a veria como uma deusa. Aliás, qualquer homem que prezasse pelo caráter valorizaria muito uma mulher como Bianca ao lado.
Para Enzo, Bianca não era só bonita por dentro, ela era extremamente linda por fora também, ela é uma beleza extremamente delicada e perfeita.
Óbvio que ele estava enciumado com toda situação, ele tinha muito interesse e se culpava por tais sentimentos, mas ele também se preocupava com Bianca, o homem sabe muito bem que rapazes como João fingem que se apaixonam ou até chegam a sentir paixão por mulheres como Bianca, mas no final nunca assumem e só usam as garotas e jogam foram, ele detestava imaginar que Bianca seria uma vítima do rapaz.
Assim que deixou Bruna na porta da estação, Enzo e Bianca foram discutir o contrato de trabalho, eles saíram bem satisfeitos, Enzo não estava exigindo muito e deixou claro que queria que Bianca continuasse estudando. Ele a levou até a estação de metrô mais próxima a casa da garota.
— Olha, eu sei que você não quer que eu me intrometa na sua vida, mas tome cuidado com caras como o João. — Enzo alertou quando parou o carro.
Ele não fez isso por ciúmes, mas sim por cuidado, ele já previa como tudo aconteceria e onde isso terminaria, ele tinha amigos iguais a João e ele sabia como as coisas funcionavam fora da régua moral dele. Isso sem contar que ele pensava muito em como a filha dele estaria vulnerável como Bianca a situações assim no futuro.
Bianca engoliu em seco, pois compreendeu a mensagem de Enzo, ela sabia que João tinha péssima fama e se algo acontecesse entre os dois, ela não seria diferente das mulheres que ele só usou e jogou fora como se fosse nada, ela não podia acreditar em conto de um cara legal.
— Enzo, eu já falei, não existe nada entre João e eu. Além disso, eu não sinto nada por ninguém e sou proibida de namorar, minha família não permite por questões religiosas. — forçou um sorriso.
Não era exatamente por isso, mas era a justificativa que seus tios davam para todos os que tentaram namorar com ela. Enzo até compreendeu o fato dela ter muito medo de tudo e todos ao redor, muito provavelmente ela sofreu uma lavagem cerebral devido a religião e ele mesmo sendo um católico não praticante, não via com bons olhos a alienação extrema de mulheres com dogmas religiosos.
— Mesmo assim, tome cuidado com tudo e todos, você é uma boa pessoa e infelizmente o mundo é cruel com pessoas como você. — murmurou preocupado.
Bianca mordeu o lábio inferior e concordou com o homem, dessa vez, ela estava mais confortável com Enzo e sentia que ele não queria o seu mal e nem a via como um pedaço de carne, isso fez com que ela inconscientemente quisesse se abrir com ele.
— Infelizmente eu sei como mundo é comigo e não se preocupa, eu sei o meu lugar.
— Bi, o seu lugar é onde você quiser ou desejar, não te falei para te colocar para baixo, te falei isso porque eu realmente te acho uma mulher admirável que não merece passar por nada ruim.
— Obrigada por tudo que o senhor fez por mim hoje e pela oportunidade de emprego, saiba que eu serei sempre grata por tudo que o senhor fez hoje desde o momento que me conheceu.
— Não agradeça a mim ou as pessoas por te tratarem como um ser humano, é o mínimo que eu poderia fazer, te tratar com respeito e cuidado, não me agradeça por nada do tipo e pare de me chamar de senhor.
Bianca sorriu animada.
— Eu tenho que ir, vejo o senhor amanhã e muito obrigada mais vez, significa muito para minha pessoa receber o mínimo de respeito. — Bianca tirou o cinto e quando iria abrindo a porta do carro, Enzo a impediu.
Bianca o encarou confusa.
— Ah, pelo que você contou de sua família, eu tenho certeza que sua mãe estaria muito orgulhosa da mulher que você se tornou e eu tenho certeza que lá do céu ela está sorrindo pela sua conquista, nunca mude seu jeitinho por ninguém, está bem?
Bianca não conteve as lágrimas ao escutar isso, pela primeira vez ela teve vontade de abraçar um homem por se sentir confortável e segura e mesmo que não fosse apropriado, a garota o abraçou apertado.
Enzo estranhou, mas logo a abraçou e ficou feliz pela garota em seus braços, ele correspondeu ao abraço e inalou o perfume da jovem. Quando eles se afastaram, Enzo segurou o rosto da moça e limpou as lágrimas com o polegar.
— Desculpa ter te abraçado é que...
— Não precisa pedir desculpas, você é um ser humano que expressou sua gratidão com um abraço e está tudo bem, na verdade, pelas coisas que aconteceram na minha vida hoje, eu estava precisando mesmo de um abraço. — Enzo a tranquilizou.
De fato, horas antes de encontrar Bianca, Enzo até estava chorando dentro do seu carro com medo de perder Marilene, Bianca trouxe uma certa luz para sua vida em algumas horas.
— Bi, você é uma mulher bonita por dentro e por fora, nunca deixe ninguém dizer o contrário. Você é literalmente a personificação do que Mari e eu almejamos que Luna seja no futuro, uma mulher de muito caráter e eu estou feliz que você irá ser uma imagem positiva para minha filha. — murmurou sincero.
Enzo sorriu sincero e Bianca sentiu o coração acelerar freneticamente, além de ter um incômodo no estômago e um calor esquisito por todo corpo, quando ela menos percebeu estava encarando os lábios do homem.
Ela notou que ele tinha lábios grandes e até um pouco carnudos, ela imaginou serem macios e bons de serem beijados. Ao perceber que estava tendo uma visão errada, ela se afastou e olhou para as próprias pernas envergonhada.
— Eu prometo que vou cuidar da sua pequena como se ela fosse minha irmãzinha e vou ser a melhor babá do mundo.
— Eu sei que você vai ser.
— Bem, eu tenho que ir. — ela abriu a porta do carro e saiu.
Bianca estava muito confusa consigo mesma por ter sentido pelo seu chefe tudo que as mocinhas de seus livros de romance favoritos sentiam pelos heróis. Ela decidiu para si mesma que iria cortar isso dentro de si, especialmente porque Enzo claramente só a tratou bem por ver um pouco de sua filha e de sua falecida esposa nela, não havia motivos para ter atração pelo homem, era até desrespeitoso.
Para Enzo ele havia encontrado uma maneira de driblar qualquer atração que tenha sentido por Bianca, ele havia "entendido" que cuidar de Bianca se dava pela forma como ela lembra um pouco Carol e Luna, ele sabia que não era totalmente verdade, mas era melhor isso que desrespeitar a memória de sua esposa.
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Be a man Antonio, get out of anon to ask for your furby stuff
Do you think Furby! Port has a pirate costume?
#maybe i should get a tag for rosa's posts#organization reasons#🌹🪻#<(it's a rose and a lavander/alfazema)
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-Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema? -Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida. -E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros. (Silêncio) -Mas não seria natural. -Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem. -Natural é encontrar. Natural é perder. -Linhas paralelas se encontram no infinito. -O infinito não acaba. O infinito é nunca. -Ou sempre.
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