#. ✴︎ 𝙗𝙚𝙝𝙤𝙡𝙙 𝙩𝙝𝙚 𝙨𝙪𝙣𝙨𝙝𝙞𝙣𝙚 : aishwarya & andreas.
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𝐀ssim que despontou da entrada, Aishwarya encarou a bebida quase como quem examina um remédio amargo — toda a leveza de seus lábios sorridentes desvanecendo ao primeiro gole. Aquilo, para ela, era como beber algo que se pretendia interessante, mas, como sempre, o álcool lhe parecia ter pouco a dizer além do gosto azedo e da estranheza. Suspirando, fesforçou-se para manter uma expressão graciosa, evitando permitir transparecer o desgosto completo, mas no fim tornou-se nada além de uma careta oculta sob a máscara de sua máscara.
Foi então que uma voz masculina, tingida de humor seco, lhe chamou a atenção ao lado. Ao se virar, deparou-se com um homem de pele jambo que, de maneira adoravelmente deslocada, parecia tão fora de contexto quanto ela mesma em relação à bebida. Notou as ondas escuras e lustrosas de seus cabelos, que refletiam a luz tênue dos candelabros, e a barba que delineava, com precisão, os contornos do rosto. Seu olhar deslizou até a manga de renda que o homem deixara despretensiosamente desajustada, o que lhe arrancou uma risada baixa e suave, quase involuntária.
Inclinou-se ligeiramente para responder, mantendo uma distância meticulosamente calculada, controlando o desejo de ceder à proximidade — uma prática que, para ela, exigia certa medida de autocontrole. "Pelos deuses, ao menos não sou a única a pensar que isso parece mais uma poção arcana — feita para o gosto de quem não distingue o mel do fel!” Riu, e sua risada dançou pelo ar, doce, porém um tanto mais vibrante do que a etiqueta esperaria da filha de um nobre. "Estou quase crente que o sabor pretendido por quase todas as bebidas daqui é de mais puro arrependimento.”
Ela pendeu novamente as vistas para o conteúdo da taça, com um certo desdém disfarçado, antes de retornar sua atenção a ele.
"Sabe," começou, com um sutil tom de humor, "se estivesse ao meu alcance, converteria essa... peculiar infusão em algo mais aprazível. Um toque de canela, talvez algumas frutas vermelhas... quem sabe até um pouco de mel." Depositando a taça com uma leve e fingida resignação sobre a mesa ao lado, ela piscou, divertida, e acrescentou: "Mas, enquanto isso, creio que nos resta encará-la como um enigma amargo. Se conseguir tomar mais goles sem qualquer expressão de desgosto ou sombra de descontento, aviso que isso, certamente, merecerá aplausos!"
⠀⠀𓂅 ×⠀⠀Qualquer um que o olhasse perceberia que Andreas não estava confortável com sua roupa, em especial as rendas na manga. Desistiu de deixá-las de uma maneira que fazia sentido e concentrou-se em pegar mais uma taça daquela tal água aromatizada, por mais estranho que esse conceito lhe parecesse. — Isso aqui devia ter sabor de algo específico? — perguntou para a pessoa ao seu lado, não se importando em puxar assunto com desconhecidos - algo que não lhe era costumeiro - afinal, naquele momento, todos eram desconhecidos para todo mundo
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