#⸻ ⠀ ⠀ 𝒙𝒊. 𝒕𝒉𝒆 𝒋𝒖𝒔𝒕𝒊𝒄𝒆 ⠀ ⠀ ╱ ⠀ ⠀ past.
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thejvstice · 6 months ago
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⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀( 𝒄𝒍𝒐𝒔𝒆𝒅 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓  ››
( 2015 ) ⸻ @yoonwonk said : ❛ you don't have to leave just yet ... you could stay the night if you wanted to. ❜
estava confortável demais em uma cama que não era sua. de onde já deveria ter saído pelo menos horas atrás. deveria estar em seu próprio quarto, estudando. mas não. valentin era culpado. estava aproveitando até demais aquelas horas pecaminosas de uma liberdade proibida. tinha sido criado para acreditar que tempo ocioso era tempo perdido e a culpa vinha de maneira inevitável em algum momento. mas ali ele decidiu contorná-la com mais um gole na cerveja que já estava chegando ao fim. ❛ sabe que se eu ficar aqui, nenhum de nós vai dormir. e temos aula logo cedo. ❜ lembrou-o com uma risada anasalada acompanhando as palavras. ❛ além do mais, preciso repassar umas anotações antes de dormir. ❜ não precisava, na verdade. faria isso para tentar compensar as horas de diversão.
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thejvstice · 6 months ago
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valentin tinha um sorriso nos lábios enquanto o ouvia contar de sua experiência. mas este mesmo sorriso foi sumindo ao se prender naquele fragmento de informação sobre a situação financeira do outro. não ia perguntar nada, obviamente. mas eram momentos como aquele, por menor que fossem, que o lembravam que ele vivia em uma bolha cuidadosamente moldada ao seu redor. ❛ deve ser complicado mesmo. não consigo imaginar se daria conta de fazer os dois... ❜ comentou levemente sem graça, com medo de acabar parecendo descuidado de alguma maneira. certamente soaria meio desconexo da realidade, mas era aquilo mesmo. não tinha como fugir.
❛ ah, a sétima arte. queria entender um pouco mais sobre ela. conhecer mais a fundo, sabe? mas nunca tive muito tempo. ❜ lê-se, seu pai achava muitos de seus interesses como perda de tempo e ele acabava deixando de lado em algum momento. ❛ espero que dê tudo certo e consiga seguir a carreira que quer. a paixão é claro que você já tem. ❜ torcia por ele de maneira honesta. quando a pergunta voltou, ele hesitou. ❛ tenho sonhos simples, só quero deixar meu pai orgulhoso de mim. ❜ disse, dando de ombros. ❛ esse é o plano, então é só seguir as regras, estudar, fazer tudo certo... ❜ completou, rindo por entre as palavras. mas era um riso desprovido de humor, quase nervoso. ❛ tudo bem, talvez eu dê uma passada lá... mas você tem que prometer que não vai tirar nenhuma foto minha. não quero provas do meu crime contra meu plano de estudos. ❜ disse em tom de brincadeira. mas seria bom não ter nenhuma prova física que pudesse chegar ao seu pai, só por via das dúvidas.
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Balançou a cabeça no eixo do pescoço, movimentando entre o sim e o não - Foi uma experiência legal, eu tinha ótimos colegas de trabalho, descobri que gosto muito de café e tal... mas não é como se eu quisesse estar lá naquele momento, foi bem difícil estudar e trabalhar ao mesmo tempo, mas não é como se eu tivesse muita opção... - deu um risada baixa tentando amenizar o peso de sua afirmação, sabia da realidade financeira de Valentin e dos demais colegas da universidade, não queria alugar o colega com os dramas da própria vida. Édouard era pobre, mas teve muito suporte de seu irmão e muitas portas se abriram na cidade uma vez que Édouard e seu irmão eram conhecidos pelo trabalho árduo e ativa participação na comunidade. - Eu sonho em trabalhar com arte! Estou estudando cinema justamente para adentrar esse mundo da imagem, mas e você qual é o seu sonho? Já tem algum planejamento? - Perguntou sem saber da trilha rígida que o outro era fadado a seguir estritamente - Sério?! Você pode estudar todos os outros dias, cara! Na verdade pode estudar o resto do dia também, são só algumas horas e você nem precisa ficar a noite inteira. - tentava encorajar Valentin. - Estou animado pra testar um filtro de lente novo que acabei de conseguir, quero fotografar a festa toda, acho que vai render um bom mural depois. - sorriu levemente.
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thejvstice · 6 months ago
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⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀( 𝒄𝒍𝒐𝒔𝒆𝒅 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓  ››
( 2015 ) ⸻ @onlyfooll
era novo, recente. valentin não esperava que a amizade com celeste fosse mudar para algo romântico, mas antes que pudesse se dar conta seus sentimentos estavam indo naquela direção. e o que o surpreendia em tudo era o quanto aquilo não o incomodava. gostar das pessoas, romanticamente falando, sempre foi um problema para o rapaz porque até para isso ele precisava da aprovação do pai e normalmente não a tinha. isso fazia com que acabasse desistindo de se envolver com as pessoas de modo geral. com celeste era diferente, no entanto. tinha sido natural, uma transição tranquila da amizade para o romance. e mesmo que não fosse nenhum adolescente, já beirando os 24 anos, ela o fazia sentir-se como um. sem jeito, bochechas coradas, sem nem saber para onde olhar, o combo todo. mas especialmente muito animado, ainda mais sobre a hora de poderem passar algum tempo juntos. o que tirava valentin de seu comportamento habitual, o deixando mais leve, mais solto. ❛ aí está você! ❜ exclamou ao surpreendê-la com um abraço por trás. ❛ onde estava? por que demorou tanto para voltar? ❜
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thejvstice · 6 months ago
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⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀( 𝒄𝒍𝒐𝒔𝒆𝒅 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓  ››
( 2015 ) ⸻ @rosemarieer said : ❛  will you please slow down a little?  ❜
❛ non! ❜ exclamou enquanto continuava galgando os degraus da casa em direção ao seu novo quarto. recebeu a notícia que um pacote de seus pais tinha chegado para ele. sabia que aquilo queria dizer que tinha sido unicamente da mãe, mas era por isso que estava animado. ❛ me dê um momento, sim? prometo que já continuamos os estudos. eu só preciso ver o que minha mãe mandou! você pode vir aqui ver se quiser. ❜ valentin era filho único, nunca teve ninguém para dividir os espaços da casa e isso fazia com que a vida em fraternidade fosse difícil em alguns momentos. mas em outros, ele gostava de ter pessoas por perto para compartilhar tais alegrias bobas do dia a dia.
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thejvstice · 6 months ago
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⠀ ⠀ ❝ the time has come to take part in a war that is also .  .  .   yours  . ❞
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⸻ ⠀ ⠀ 𝒙𝒊. 𝒕𝒉𝒆 𝒋𝒖𝒔𝒕𝒊𝒄𝒆 ⠀ ⠀ ╱ ⠀ ⠀ about.
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thejvstice · 6 months ago
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( 2015 ) ⸻ ❛ não. ❜ respondeu ao notar a câmera. valentin nunca teve problema em dizer não, mas não teria problemas com a foto desde que soubesse qual era a finalidade dela. era filho de advogado, tinha crescido nos olhos públicos por conta do trabalho da mãe. tinha aprendido uma coisa ou duas sobre pessoas com câmeras. ❛ o que está fazendo agora? por que quer uma foto minha? ❜
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𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐓𝐄𝐑𝐒 ⟢
◜𝟸𝟶𝟷𝟻◝ ﹒documentar o dia a dia na kappa phi soou como uma excelentíssima ideia depois da terceira xícara de café, e só se tornaria um arrependimento para lá da décima.
Hugo não era um dos universitários mais populares do campus, nem o mais inteligente, tão pouco o mais bem quisto ou sabe-se lá mais pelo que as pessoas eram reconhecidas e prestigiadas socialmente àquela altura, mas supôs que aquele compêndio de registros o ajudaria a quebrar o gelo e descobrir mais sobre seus colegas através de um contato genuíno, contrastante à privação imposta sobre sua figura esquecível, o que culminou nele sabendo do que não devia, fisgando fofocas de boca em boca por aí por passar despercebido. Além do que, seria uma outra ótima oportunidade para colocar seus dons jornalísticos a prova e confirmar se seus colegas faziam jus aos burburinhos. "Um sorrisinho pra câmera?" chamou, a esperança minguando no tom de voz que deveria soar descolado, mas ainda atinha-se aos traços de nervosismo, enquanto erguia a câmera para o rosto de (muse).
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◜𝟸𝟶𝟸𝟺◝ ﹒pós-intimação
Sorte, infame sorte. Desde que suas mãos rasgaram o envelope da intimação, Hugo não conseguia conter um sorrisinho desdenhoso, que agora parece pregado a seu rosto. Ele tinha a oportunidade, os abutres sedentos por carne pútrida, e todos os holofotes sobre si, restava aguardar pelo momento certo e mexer seus pauzinhos nos bastidores, girando a cruzeta das marionetes. "Bom dia," sorriu, meneando a cabeça, quase apoiada ao batente da porta de (muse). "Já leu a correspondência ou eu terei a honra de ser o portador das más notícias?"
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thejvstice · 6 months ago
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a maneira como o outro falava com propriedade era o tipo de coisa que costumava atrair a atenção de valentin. gostava de pessoas assertivas, porque tinha aprendido a ser daquela maneira depois de conviver a vida toda com alguém como seu pai. ❛ você fala como um expert. pretende trabalhar com algo nessa linha? importação e exportação, de repente? ❜ perguntou, inclinando a cabeça ligeiramente para o lado, em curiosidade. ❛ espero que seja mesmo. seria péssimo ter que denunciar e dar início a uma investigação e causar todo um reboliço por aqui. mas, é... você tocou em um ponto que vai fazer parte da minha vida para sempre. foi meio inevitável. ❜
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- Acho que você não tem aula com ela... e claro que faz diferença! É tipo vinho, queijo, fermentados, essas coisas. O terroir faz muita diferença na qualidade. - acenou para a pessoa que os atendia e pediu dois espressos. Escondeu a risada com a manga do casaco - Você realmente levou isso a sério, né? Não se preocupe era apenas uma... zoeira. - aguardou a chegada das duas bebidas.
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thejvstice · 6 months ago
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valentin tinha os olhos baixos para o caderno onde fazia anotações quando ouviu o comentário do outro. a confusão se fez presente em sua expressão ao tentar lembrar de quem ele falava. não era ruim com nomes e rostos, mas ainda estava se familiarizando com todo mundo na instituição. ❛ nunca reparei. ❜ respondeu brevemente, dividindo a atenção entre falar e terminar a frase que escrevia. mas acabou olhando para o outro quando ele falou do café. ❛ realmente faz diferença de onde o grão veio? ❜ perguntou, curioso. só tomava café em situações específicas, preferia chá. então não era nenhum especialista naquela bebida em particular. ❛ e cuidado com as coisas que diz em voz alta. você pode acabar com um processo de calúnia nas costas, se não tiver como provar essa certeza toda. ❜ acrescentou, como bom estudante de direito que era.
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chat starter aberto cafeteria de Des Moines . 2015
- Você não acha que é muito estranha a maneira como a professora Fran olha pela janela quando passa uma ambulância ou uma viatura? - dizia com mistério na voz antes de levar a cerâmica castanha de encontro à boca - Tipo... ela fica nitidamente fora de órbita. - deu um grande gole em seu café - Nossa! o café daqui é o melhor mesmo... esses grãos brasileiros são muito bons. - olhou para muse e retomou seu tom de mistério - Eu acho que ela está envolvida naquele caso do roubo de notebooks do laboratório -
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thejvstice · 5 months ago
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o peito se encheu de um calor gostoso com o som da risada dela. era um dos sinais claros como água que valentin tinha que estava rendido por aquela mulher. eram as pequenas coisas que o faziam perceber como gostava dela e de estar com ela. ❛ isso, não me faça morrer de saudades de você. ❜ disse enquanto projetava um biquinho dramático nos lábios. a cena durou alguns segundos, porque acabou rindo de si mesmo. os dedos dela em seus cabelos fizeram um arrepio subir pelas costas, como se fosse sensível aos toques dela. as mãos enlaçaram a cintura de wora, usando o gesto para trazer o corpo feminino contra o seu. ❛ isso seria uma coisa ruim? ❜ questionou erguendo as sobrancelhas em curiosidade. costume, naquele contexto significaria ter mais daquilo e ele gostava da ideia. riu com a resposta dela e balançou a cabeça negativamente. ❛ também acho que ele não vai ligar… ❜ sussurrou em concordância enquanto retribuía o olhar que recebia. os olhos descendo pelo rosto tão lindo e se demorando nos lábios por não poder evitar. como se estivesse adivinhando o que se passava em sua mente, ela se aproximou e foi por pouco que ele não perdeu as palavras de wora, por estar concentrado em outra coisa. não teve tempo de responder, mas não podia se importar menos. correspondeu ao beijo imediatamente, sentindo o coração acelerar. ❛ como se eu conseguisse pensar em qualquer outra coisa quando estou com você… ❜ confessou contra os lábios dela, sem querer se afastar. ❛ mas prometo. ❜ respondeu em sussurro antes de aprofundar o beijo um pouquinho, querendo mais daquela sensação.
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riu novamente quando valentin a corrigiu, um som leve e sincero que parecia preencher o espaço ao redor deles. “vou ter que me policiar para não te fazer esperar tanto.” a simplicidade do momento, um abraço seguido de uma brincadeira afetuosa, a lembrava de que, por menores que fossem os momentos, cada um deles era precioso e único. quando ele a virou para si, ela aproveitou o movimento para entrelaçar as mãos ao redor do pescoço dele, os dedos se enroscando suavemente em seus cabelos. “se você continuar assim, posso acabar me acostumando.”  a proximidade trazia uma sensação de segurança e leveza. “o que eu quero fazer hoje?” repetiu a pergunta, fingindo considerar as opções com uma expressão pensativa. “você sabe…” ela começou, sua voz carregada de doçura. “a ideia de sair é tentadora, mas acho que seu colega de quarto não vai se importar que eu fique lá um tempinho, não é?” ela o observou atentamente, admirando cada detalhe do rosto, era aquela versão mais leve e descontraída de valentin que ela preferia, a que a fazia se sentir ainda mais conectada a ele. “aceito o convite, mas com uma condição.” disse, inclinando-se um pouco mais perto, o rosto a poucos centímetros do dele. “você tem que me prometer que não vai ficar se preocupando com as coisas daqui. sem pensar em prazos, pesquisas ou qualquer outra coisa nesse sentido.” ela não deu muito tempo para que ele pudesse responder, o puxando levemente para si, subindo na ponta dos pés para encurtar a distância entre seus rostos. deu um beijo suave e terno nos lábios de valentin, sentindo um arrepio de felicidade percorrer seu corpo, a eletricidade do toque e a familiaridade que começava a crescer entre eles. “pode ser?” perguntou, com um sorriso nos lábios, enquanto seus olhos brilhavam de expectativa e carinho.
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thejvstice · 6 months ago
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valentin sentiu o calor subindo para as bochechas por conta do beijo em sua testa. e isso não impediu que acabasse rindo, uma risada carregada de carinho. demonstrações de afeto foi algo que aprendeu com os amigos ao longo da vida, porque não era comum em sua família. de vez em quando ainda era difícil para lioncourt expor-se daquela maneira, mas recebia carinho com facilidade, verdade fosse dita. além de gostar de ver quando as pessoas conseguiam agir daquela maneira. era importante demonstrar os sentimentos, a apreciação e gratidão que tínhamos pelas pessoas a nossa volta. outra coisa que ele só aprendeu com as relações além das familiares. ❛ não fale assim, eu posso acabar acreditando. ❜ devolveu, deixando um afago nos cabelos alheios antes dele se levantar.
os olhos acompanharam a movimentação alheia, enquanto ele ajeitava tudo para dormir. nunca impedia aquele ritual ou dizia para deixar para depois porque agia de maneira semelhante em seu próprio quarto. quando aron ajeitou-se ao seu lado sob a coberta, enquanto ele fitava o teto, valentin fitava o amigo como se tentasse memorizar o rosto dele, mesmo sob a luz baixa trazida pelo abajur. um novo sorriso repuxou os cantos dos lábios ao ouvir que ele e a namorada estiveram no sonho dele. guardou silêncio e deixou que ele prosseguisse, mas conforme isso acontecia, o sorriso foi sumindo. também queria que pudessem viver uma realidade como aquela, sem todo o peso que foi colocado em seus ombros. valentin sentia que estava tão afundado em tudo aquilo que sequer seria capaz de sonhar como algo tão tranquilo como aron.
a mão moveu-se em direção ao outro. primeiro um aperto gentil em sua mão, um gesto de afirmação. então subiu para o braço, afagando-o por cima das roupas enquanto o escutava. era uma maneira de incentivá-lo a continuar. talvez não pudessem mudar sua realidade, mas não fazia mal nenhum devanear com algo diferente. ❛ podemos fazer isso, escapar de tudo. ❜ sugeriu por fim, rindo baixinho por entre as palavras. ❛ não acho que de maneira permanente, infelizmente… ❜ até podia imaginar seu pai colocando a polícia para caçá-lo em qualquer canto do mundo que tentasse se esconder. ❛ mas podíamos viajar, o que acha? no fim do semestre. podíamos ir para bem longe por algumas semanas, wora, você e eu. podíamos ir para um lugar bem bonito e só aproveitar... posso organizar tudo. ❜ vendo de fora, seriam apenas três crianças ricas aproveitando as férias de seus cursos caros. ninguém precisava saber as motivações por trás de tudo.
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⠀⠀⠀⠀ㅤㅤ⊱ㅤㅤaron  ergueu  o  rosto,  ainda  fazendo  um  biquinho,  que  ao  olhar  para  valentin  se  transformou  num  grande  sorriso  ❝ mesmo?  ❞  ele  se  sentou  na  cama,  segurou  o  rosto  do  outro  nas  mãos  e  depositou  um  beijo  na  testa  dele  ❝  você é o melhor ❞  aron  era  um  bêbado  engraçadinho,  fácil  de  agradar  e  ficava  muito  mais  carinhoso.  não  que  ele  fosse  uma  pessoa  seca  de  verdade,  ele  apenas  fingia  ser  assim,  mas  as  pessoas  mais  próximas  sabiam  que  ele  era  uma  manteiga  derretida.  fora  sua  família,  principalmente  a  mãe  e  as  irmãs,  valentin  e  wora  eram  os  únicos  que  conheciam  esse  lado  dele  sem  restrição.  ele  se  importava,  cuidava  e  amava  com  todo  o  coração.  por  isso  tinha  tanto  receio  em  se  colocar  na  mão  das  pessoas.  porém,  ele  sabia  que  ali,  com  valentin,  estava  seguro.  aron  sabia  que  poderia  se  permitir  ser  vulnerável,  que  seus  gestos  de  carinho  seriam,  pelo  menos,  aceitos.  aron  rapidamente  se  levantou,  pegou  a  latinha  das  mãos  do  amigo,  balançou,  tomou  o  último  gole  e  jogou  tudo  o  que  tinham  consumido  no  lixo.  ele  odiava  coisas  espalhadas  e  bagunça.  ele  organizou  rapidamente  o  espaço,  alinhando  as  almofadas  e  dobrando  uma  manta  solta  ❝ pronto,  agora  sim,  tudo  em  ordem  ❞  murmurou  para  si  mesmo.  aron  apagou  as  luzes,  deixando  apenas  um  abajur  suave  aceso.  olhou  para  a  porta  por  alguns  segundos,  tentado  a  trancá-la.  ele  geralmente  não  conseguia  dormir  sem  trancar  a  porta,  um  hábito  que  adquiriu  depois  de  tantas  vezes  ser  acordado  de  supetão,  com  batidas  na  porta,  janelas  abertas  e  gritos.  o  hábito  era  uma  forma  de  garantir  que  ele  começaria  e  terminaria  seus  dias  em  seus  próprios  termos.  porém,  pensando  no  que  valentin  dissera,  conteve-se. 
ele  se  acomodou  na  cama,  cobrindo  os  dois  com  a  coberta.  ficou  encarando  o  teto  por  um  tempo  antes  de  começar  a  falar  baixinho  ❝ eu  tive  um  sonho  esses  dias…  ❞  começou,  hesitante  ❝ sonhei  com  a  wora...  e  com  você…  ❞  normalmente,  aron  tinha  vergonha  de  sonhar  ou  de  admitir  que  sonhava.  mas  essa  era  a  vantagem  do  álcool,  você  podia  falar  as  coisas  e  colocar  a  culpa  nele  ❝  nós  estávamos  num  lugar  bonito,  valentin,  todos  os  dias  eram  tranquilos  e  felizes…  não  tínhamos  compromisso  com  nossas  famílias  ❞  ele  suspirou,  um  sorriso  triste  aparecendo  em  seus  lábios  ❝ eu  queria  poder  tornar  isso  realidade…  ❞  concluiu  mentalmente, pelo  menos  para  vocês.  aron  de  fato  se  sacrificaria  pelos  dois,  da  mesma  forma  que  havia  assumido  todas  as  obrigações  com  a  família  para  que  as  irmãs  pudessem  ser  mais  livres  do  que  ele.  ele  pensava  nisso  enquanto  o  silêncio  da  noite  os  envolvia.  ❝ sabe ❞  continuou,  sua  voz  cada  vez  mais  fraca,  quase  um  sussurro  ❝  às  vezes  eu  só  quero  escapar  de  tudo  isso.  só  nós,  sem  preocupações,  sem  responsabilidades…  ❞  ele  virou  a  cabeça  para  olhar  valentin  ❝  eu  só  quero  que  você  saiba  que  faria  qualquer  coisa…  ❞  se  interrompeu,  tremendo  ligeiramente.  ele  voltou  a  encarar  o  teto,  sentindo  a  proximidade  do  amigo  ao  seu  lado,  o  que  lhe  trazia  conforto  em  meio  à  tempestade  de  pensamentos  e  responsabilidades  que  sempre  o  acompanhavam  e,  nos  últimos  dias,  com  a  doença  da  mãe  e  as  cobranças  do  pai,  estava  exponencialmente  pior. 
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thejvstice · 6 months ago
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❛ tudo bem, não tem problema. ❜ se apressou a dizer. tinha ficado preocupado mesmo, mas não deixava de ser importante no momento que ela estava ali. a tensão deixando o corpo aos poucos depois do toque dela em suas mãos, os ombros relaxando e a expressão suavizando. a pergunta arrancou uma risada do rapaz. ❛ os milésimos! ❜ corrigiu-a em tom divertido. obviamente, era exagero. mas que tinha olhado para o relógio mais vezes do que o normal, ele tinha mesmo. ❛ não, não não! ❜ protestou logo. ❛ a recepção é melhor quando não estou preocupado, você tem que ver. ❜ disse em tom leve, rindo por entre a tentativa de persuasão. então soltou-a, mas só para virá-la para si. ❛ o que quer fazer hoje? quer sair para comer alguma coisa? apesar que... meu colega de quarto vai dormir fora hoje e tem pizza na geladeira. se quiser, podemos ir para o meu quarto assistir filme. ❜
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celeste sentiu seu coração dar um salto quando foi surpreendida pelo abraço de valentin. uma risada suave escapou de seus lábios, expressando a surpresa e alegria do momento. também era algo novo para ela, estar apaixonada. nunca se envolvia seriamente com ninguém; sempre eram flertes casuais onde o interesse costumava desaparecer rapidamente. mas com valentin, desde o momento em que se conheceram, sabia que seria diferente. uma sensação que não conseguia e nem queria resistir. ria até para o vento quando pensava nele e a simples proximidade do rapaz a fazia sentir-se viva de um jeito novo. ansiava pelos momentos em que pausavam os estudos para ficarem juntos, cada segundo ao lado dele era precioso e celeste sempre se pegava desejando que o tempo parasse só para eles. "me distraí um pouco conversando com vivi.” disse com um sorriso nos lábios. “desculpa se te deixei preocupado.” suas mãos subiram até as dele, pousando sobre elas com um carinho suave. os dedos traçavam desenhos irregulares na pele enquanto ela virava levemente o rosto, capturando seu olhar. “você realmente ficou contando os segundos enquanto eu estava fora?" perguntou, ainda sorrindo, a voz carregada de ternura e uma pontinha de provocação. “se a recepção for sempre assim, acho que vou começar a me atrasar mais.”
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thejvstice · 6 months ago
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❛ pensei, mas meu pai disse que era perda de tempo e só ia atrapalhar meus estudos. ❜ respondeu e deu ombros, evidenciando que já tinha se conformado com a história. seu pai tinha razão, ele acabaria se divertindo demais e perdendo o foco. sem demora, foi rasgando o embrulho, curioso com o que podia ser. só para acabar suspirando claramente exasperado ao encontrar só um bando de roupas de banho e cama. ❛ minha mãe mandou toalhas o bastante para eu usar uma por dia durante toda a minha graduação. ❜ resmungou, mostrando o conteúdo do pacote para rose. era exagero, obviamente. mas ainda eram mais toalhas do que ele certamente precisava. ❛ quer pegar umas para você? ❜
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 ʚ ﹕ rose  não  era  sedentária,  mas  também  não  era  atlética  o  suficiente  para  acompanhar  os  passos  de  valentin  ❛  eu  estou  indo  ❜  falou  um  pouco  mais  alto  que  de  costume,  para  que  ele  conseguisse  ouvir  mesmo  estando  a  pelo  menos  dez  degraus  a  frente.  seguiu  valentin  até  o  dormitório  dele  ❛  você  já  pensou  em  fazer  parte  do  time  de  atletismo?  ❜  brincou,  a  respiração  ofegante  de  ter  subido  os  três  andares  o  mais  rápido  que  conseguia  sem  exatamente  correr.  encostada  na  soleira  da  porta,  rosie  observava  com  curiosidade  enquanto  ele  abria  o  embrulho.  ela  deu  um  sorriso  animado  ❛  e  então?  o  que  é?  ❜
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thejvstice · 6 months ago
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valentin riu como se a sugestão do amigo fosse absurda. ❛ abraçadinhos? de conchinha? ❜ devolveu em tom de brincadeira, claramente provocando o outro por conta do quão confortável se sentia ao lado dele. nem todo mundo acabava conhecendo qualquer lado de lioncourt que não fosse aquele que sustentava uma postura séria e decidida, de filho do juiz. mas o outro rapaz conhecia. conhecia até os lados que valentin não gostava de ver nem no espelho. e mesmo assim ainda era confortável estar com ele. porque yoon entendia, ele sabia como era. a gracinha logo foi varrida da expressão do mais novo entre os dois quando os olhos castanhos se voltaram para o rosto conhecido, dedicando a ele a sua atenção.
❛ não tem nada para se desculpar. ❜ entendia o que ele queria dizer. entendia mesmo o que ele não quisera verbalizar. era familiar, não o cenário descrito. mas a sensação. aquela era uma velha companheira. ❛ para mim sempre foi mais como uma prisão. como em desenhos antigos, sabe? uma cela com uma janelinha pequena por onde eu posso ver tudo o que eu queria conhecer e tudo o que eu queria fazer, mas só me resta imaginar como seria mesmo. porque eu tenho um limite de até onde posso ir e o que posso fazer sem que isso faça com que eu acabe com uma sentença de morte. ❜ às vezes, era como pagar pelos erros de outra pessoa. outras, era como um castigo pelas coisas que fizera às escondidas na tentativa de experimentar um pouco mais das coisas que povoavam sua mente. ❛ acho que sei do que está falando. ❜ finalizou, em tom solidário. ❛ e eu fico aqui com você. não vou dar espaço para que sua mente consiga fazer qualquer barulho, o que acha? ❜
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⠀⠀⠀⠀ㅤㅤ⊱ㅤㅤpor  mais  que  damien  estivesse  ao  seu  lado  todos  os  dias,  aguentando  suas  chatices  e  sendo  um  ótimo  amigo,  valentin  era  o  único  que  realmente  conhecia  yoon.  era  impossível  eles  não  serem  próximos  uma  vez  que  suas  famílias  eram  tão  unidas.  até  seus  destinos  eram  parecidos;  aron  seria  um  grande  médico  e  diretor  do  hospital  e  valentin  seria  um  dos  maiores  advogados  da  toda  frança.  talvez  por  isso  o  rapaz  se  sentia  menos  culpado  de  passar  o  tempo  com  ele  do  que  com  outras  pessoas.  só  valentin  sabia  o  que  estavam  deixando  de  lado  por  algum  fragmento  de  diversão  e  isso  o  fazia  se  sentir  menos  sozinho  com  todo  aquele  peso  que  carregava  ❝  e  se  a  gente  realmente  dormir?  ❞  tanto  sua  voz  quanto  a  pergunta  denunciavam  que  aron  havia  bebido  mais  que  o  suficiente  ❝  damien  não  volta  hoje… ❞  tomou  um  gole  da  cerveja,  evitando  o  olhar  do  amigo  ❝  é  engraçado  como  eu  sempre  reclamo  do  barulho  que  ele  faz  enquanto  estou  estudando,  mas  o  silêncio  é  bem  pior…  é  quando  minha  cabeça  faz  barulho  ❞  a  confissão  veio  seguida  de  um  encolher  de  ombros.  quando  finalmente  virou  para  valentin,  seus  olhos  brilhavam  um  pedido  silencioso  ❝  você  já  sentiu  isso?  como  se  estivesse  num  quarto  completamente  branco  e  estéril,  sem  portas  nem  janelas  —  e  o  pior  não  é  a  falta  das  coisas  que  deveriam  existir,  não  —  ❞  ele  hesitou,  engolindo  em  seco.  pensou  em  tomar  um  gole  da  cerveja,  mas  só  estava  uma  lata  vazia  em  suas  mãos,  então  continuou  ❝  o  pior  são  as  paredes  se  fechando  lentamente,  tão  lentamente  que  você  quase  não  percebe  quando  ela  se  move,  mas  você  sabe  que  o  espaço  tá  cada  vez  menor  e  uma  hora,  você  não  sabe  quando,  você  será  esmagado;  um  dia  você  vai  acordar  e  não  vai  sobrar  nada  além  de  uma  lembrança  do  que  você  foi,  das  coisas  que  você  queria  experimentar,  das  pessoas  que  você…  ❞  ele  se interrompeu,  piscou  duas  ou  três  vezes,  então  riu.  era  uma  risada  meio  constrangida,  meio  embriagada,  de  quem  sabia  que  tinha  falado  demais  ❝  désolé,  ça  n’a  aucun  sens  ❞  ele  escondeu  o  rosto  no  travesseiro,  sentindo  o  rosto  queimar.
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