#♡ 𝐦𝐮𝐬𝐞: ayara birdwell

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Não pôde conter o riso. Os flertes de Fearne já eram bem conhecidos de Ayara, mas isso não fazia com que ela não se surpreendesse menos com o que a loira tinha em seu repertório. O olhar de reprovação, misturado com humor foi direcionado a loira, soltando um suspiro em meio ao riso. "Primeiro, precisamos descobrir se sinto falta de algo." A voz era séria, típica dela, mas não grosseira. Se iria ceder a tais promessas, Birdwell já não sabia de fato - a falta de encontros, ou tato em geral com as pessoas fazia com que ela evitasse contatos fora os amigáveis.

Com o tempo passado e as crianças indo embora, Ayara distribuía sua atenção entre elas, Fearne e tudo que precisava arrumar antes de realmente ir embora. Só notou, de fato, que estavam sozinhas quando percebeu a aproximação alheia, Birdwell soltando uma risada. "Foi só por isso?" Franziu as sobrancelhas em dúvida. "Desde quando você precisa de permissão para fazer algo?" A fala tinha um leve tom de humor - não achava que a fey tinha qualquer filtro, fazendo com que ela sentisse, pela primeira vez, que talvez não soubesse tão bem sobre ela.

Você nunca me chamou pra sair, de fato. E não é que é verdade? Fearne está acostumada com uma realidade bem menos... formal, diria. Embora agora que ouviu aquelas palavras, se questiona se algo tão simples como um pedido seria mesmo formal, ou seus encontros até o momento nunca foram, de fato, encontros, mas apenas duas* pessoas desconhecidas se distraindo sem denominação alguma. Será que ela sequer teve um encontro na vida? O que constituiria um encontro, afinal? E quanto da sua vida "amorosa" foi uma mentira até agora?

Distraída presa em sua cabeça, ela nem registra a pergunta a respeito do seu trabalho. Sim, eram arbustos. Foi uma tentativa de recriar o cottage que mora com as irmãs, no meio da floresta, que é estritamente proibido para as "conquistas noturnas" da fey, como diz sua irmã mais velha, só porque aparentemente as paredes são finas demais. Talvez Primavera permita que Ayara as visite, se Fearne disser que ela é praticamente sua aluna a esse ponto.

Vai despertando devagar, limpando as mãos, e o entusiasmo começa a colorir seu rosto sem vida, aos poucos. "Não é querendo me gabar nem nada, mas algo me diz que eu poderia te fazer lembrar das coisas que você sente falta... e ajudar a matar essa falta." Pontua sabiamente, certa de que seu discurso passaria por cima da cabeça das crianças, mas não da queria miss Birdwell deles. E com o pedido oficial que veio dos lábios alheios, o sorriso vitorioso foi o que faltava para arrancar a fada do seu torpor e lhe prender no momento presente. "Eu adoraria." Com essa promessa, ela vai praticamente saltitando continuar seu auxílio (e consequente dificultação) do trabalho dos esquilinhos, até que um por um eles foram indo embora, deixando apenas as duas adultas ali.

Sua destra, de uma forma cuidadosa, beirando insegurança, se aproxima da lateral do rosto de Ayara e seus dedos colocam uma mecha de seus cabelos atrás da orelha. Ao mesmo tempo em que faz isso, surge uma pequena margarida surge no local, adornando os cabelos alheios. "Se eu soubesse que só precisava pedir, tinha te chamado pra sair muito tempo atrás."

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"Bom, eu gosto de trabalhar. Meu ciclo social também é escasso e..." Falou, dando de ombros, um sorriso pequeno direcionado a loira. "você nunca me chamou pra sair, de fato." Arqueou uma das sobrancelhas, as crianças não prestando a atenção na conversa delas, entretidas demais com suas casinhas. A brincadeiras com a fae eram um alívio em meio a tanto trabalho e tanta cobrança que a professora tinha consigo mesma.

Uma pequena risada escapou os lábios, vendo a criação da fada. "Está lindo também, adorei os adornos em verde. É para remeter a arbustos?" Pergunta genuína, colocou uma das mãos sobre o ombro alheio, antes da distanciação. Retirou do próprio um pano umedecido, estendendo para ela - como estava frio, tinha-o preparado para que não fosse preciso usar uma pia. "Ah, acho que sim. Não sei, �� tanto anos com a mesma rotina que... não percebo se sinto falta de algo ou não." Os olhos logo miraram para o relógio, sabendo que logo mais os pais dos seus alunos chegariam para buscá-los. "Depois que eles forem, gostaria de tomar um café?" Tomou a frente, um sorriso amigável direcionado a loira.

"Você já pensou em trabalhar menos...? Se divertir mais? De preferência comigo...?" Gosta muito da companhia dos esquilinhos, mas chega uma hora em que não sabe se teria alguma chance de ter a atenção de Ayara se não for cercada de crianças. Oh, shit. Será que ela vê Fearne como uma das crianças? Não seria algo novo, se for parar para pensar, já que suas irmãs também lhe tratam como imatura, mesmo ela sendo mais velha que uma delas. Não, melhor não pensar demais nisso.

"E a minha, ms Birdwell?" Levanta sua criação - uma casa ainda pela metade - para ganhar também elogio e validação, segundos depois de ter se questionado se era uma dos esquilinhos dela. "Eles parecem estar adorando se melecar com doces, eu diria que você acertou em cheio na escolha da atividade." Termina de acertar o telhado da sua casa e se levanta, procurando com os olhos por alguma toalha para limpar as mãos. "Não é difícil entender porque você gosta tanto deles, mas não sente falta de adultos?"

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Birdwell deu uma risada com o comentário da loira, acompanhando-a com o olhar enquanto a mesma ia em direção as crianças. A pose era tranquila, mais amena que anteriormente - sabia que Fearne era inofensiva e, com isso, não se importava de vê-la interagindo com suas crianças, sabendo que as mesmas adoravam a fada. Os braços cruzados, uma mania militar se seu pai porém, ainda se mantinham. "Bom, você sabe onde sempre estou... ou aqui nas cabanas ou na escola." A fala era casual - o humor da outra não lhe incomodava. "Com menos frequência por conta desse frio... mas ainda trabalhando, não é crianças? Você que não tem vindo nos visitar esses tempos." Sorriu por fim, aproximando-se mais de onde todos estavam.

"Ah, isso está ficando lindo, querido." Comentou para uma das crianças, antes de voltar os olhos para Fearne. "Achei que seria interessante termos algumas atividades nessa época do ano, sabe? Pegar o espírito natalino e dar alguma alegria para os pequenos."

Ah, as crianças. Foi só tê-las em seu campo de visão que a atitude da fada mudou: um sorriso enorme tomou seu semblante e seus olhos brilham com animação. Só uma olhada e pôde deduzir o que eles faziam ali, com os biscoitos e a bagunça. Será que poderia se juntar a eles? "Eu já disse pra eles que não tem nada de me chamar de senhorita. É deusa Fearne e não aceito outro tratamento." Riu, passando por Birdwell e indo se sentar entre os pivetes, após perguntar se tinha espaço para ela no círculo.

"É, desde o casamento." Apesar de soar super distraída enquanto ajuda e atrapalha o desempenho dos esquilinhos de Ayara, Fearne está prestando muita atenção no assunto com a outra adulta. "Tenho a memória de um peixinho dourado, sabia? Se eu não te vejo todo dia, vou esquecer que você existe." Olha para as crianças como se elas por acaso fossem concordar consigo, juntando materiais para começar a construir sua própria casinha. "Don't make me miss you."

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Que Birdwell não era fã de neve, isso não era segredo para ninguém. Mas, tentava tirar o lado bom do momento, mesmo quando só quisesse estar em casa, debaixo das próprias cobertas. A animação de suas crianças em fazer atividades relacionadas a época do ano também a ajudava em conter seu humor - vê-los felizes era mais importante que qualquer coisa. A ideia de fazer casas de biscoito foi da turma inteira, ela logo aprontou tudo da melhor forma possível para que eles pudessem criar memórias significativas.

Supervisionando a atividade, ouviu algumas risadinhas de seus alunos, o olhar logo se surpreendendo com a imagem de Fearne logo atrás de si. "E você, pelo jeito, continua a mesma graça, não é Fearne?" Sorriu amigável. "Crianças, lembram da senhorita Fearne?" Recebeu em resposta um sim em unissom, seguido da saudação dos pequenos para a fada. "Mas, realmente faz tempo que não nos vemos. Desde quando? O casamento?"

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Ao redor do seu pescoço se aconchegava uma doninha vermelha, adormecida. A fey aquecia os próprios braços de forma distraída, tomando nota das decorações de fim de ano e a felicidade nos rostos dos moradores do reino. Tem como não gostar de manhãs confortáveis, quando todo mundo está de bom humor diante da promessa de um novo dia? E para os sortudos, há chances extras de que as próximas horas sejam polvilhadas com acontecimentos ainda mais felizes! Fearne, pelo visto, convenceu-se que só pode ser uma dessas escolhidas quando seus olhos encontraram uma das suas pessoas preferidas em todo o reino: Ayara Birdwell.

Quase saltitando, ela se esgueira pelas costas da mulher e toca seu ombro duas vezes antes de revelar sua presença diante dela. "Tem alguma coisa diferente em você, ou passei tanto tempo sem te ver que esqueci o quanto você é bonita?"