#↬ ❛ relationship tag ❜ ― justin ✢ ayla.
Explore tagged Tumblr posts
Text
quis amenizar os humores, trazer de volta a leveza com qual estavam falando , ao dizer : ❛ ⎯⎯⎯⎯ vai ser bom, nunca vou me sentir em casa vivendo na bagunça, não acha ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ imaginou que se era difícil ver aquele lugar como um lar quando estava limpo , era pior ao ver as latas empilhando, o pó acumulando como se ninguém vivesse ali de verdade, e invadisse apenas para ficar alto , deixando intocado de novo ao sair. justin riu com sua preocupação, genuíno apesar de contido - não queria fazê-la pensar que estava zombando de sua boa vontade. ❛ ⎯⎯⎯⎯ pode trazer um bolo, se quiser. ⎯⎯⎯⎯ ❜ assentiu com a própria fala, os chás com a vizinha ao lado eram qualquer coisa menos elaborados. ela apenas sabia muito sobre quais tipos usar para diferentes ocasiões , tendo estudado sobre ervas por anos , algo do qual falava com grande orgulho. geralmente o fotógrafo escolhia camomila , ou jasmim , para acalmar os nervos sem ter que tomar seus remédios para ansiedade . nesses dias conseguia passar sem as prescrições, aproveitando da sabedoria e boa conversa da mais velha para livrar a mente de quaisquer pensamentos trágicos . ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu compro alguns biscoitos de canela, e ela traz os chás. ⎯⎯⎯⎯ ❜ explicou , com o sorrir ainda intacto , brando e gentil , gostaria de deixá-la a vontade apesar de não saber muito sobre como receber amigos , ou melhor, novos tenentes com quem se deu extraordinariamente bem . não, essa era geralmente um trabalho para a noiva falecida , laura era a melhor pessoa para deixar alguém se sentindo confortável em sua companhia. a conversa fluía facilmente e ela era desesperadamente charmosa, eram um bom casal - ela também tinha seu fascínio que a outra costumava ter a seduzido. ele ria , e tomava dos vinhos caros enquanto os colegas falavam sobre coisas que não importavam - não mais. porém, ele perdeu seu toque especial e quem sabe sedução quando ela se foi , agora era apenas ele , não haviam respostas espertas e comentários sarcásticos no mundo que pudessem apagar a falta que lhe fazia . portanto, tornou-se pouco confiante em sua habilidade de acolher alguém. ayla no entanto, não tinha se afastado ainda, então talvez estivesse fazendo algo certo .
❛ ⎯⎯⎯⎯ bom saber, ⎯⎯⎯⎯ ❜ ele respondeu sinceramente. claro, não ficava feliz que ela estivesse sozinha como ele . não queria aquilo para ninguém , mas supôs que era mais uma coisa qual podia os aproximar . o tempo que teriam um para o outro. ❛ ⎯⎯⎯⎯ podemos fazer algo no final de semana ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ ele ofereceu, quase hesitante. estaria ultrapassando todos os limites ? ❛ ⎯⎯⎯⎯ digo, se você quiser visitar os restaurantes dessa parte da cidade. ⎯⎯⎯⎯ ❜ seria uma boa oportunidade de se distrair , e poderiam se conhecer melhor. ele tinha a furtiva suspeita que a mulher era muito mais encantadora e divertida do que se dava crédito . mas ao mesmo tempo que pensou tal coisa, quis se amaldiçoar . encantadora ? no que exatamente ele estava pensando que deixou os divagares irem tão longe ? eram apenas vizinhos, podiam se tornar amigos, jamais seriam mais que isto. ❛ ⎯⎯⎯⎯ água, claro. ⎯⎯⎯⎯ ❜ disse com um tom de alivio, se levantando para ir até a geladeira, abrindo uma das portas para procurar uma garrafa. estava apenas contente de escapar da sala pois não sabia como ela iria reagir a sua proposta tão súbita . não devia ter dito nada, com certeza, mas não conseguiu evitar. além de querer a conhecer melhor , o herdeiro pensou por um momento que seria uma forma de voltar a si . as coisas jamais seriam iguais, esse era o sintoma da perda, mas ele podia tentar mais , com afinco, ser melhor. sabia que todos que um dia conheceu seguiam com suas vidas, os convites de casamento empilhando na mesa de cabeceira , então talvez fosse hora dele tentar - mesmo que tímida e lentamente - fazer o mesmo . e quem sabe ? um dia poderia olhar os reflexos e não ver a morte. podia contemplar os frascos e não pensar em deixar esse mundo. podia entrar em um carro e não imaginar ele virando e o sangue jorrando de sua boca enquanto gritava pois queria tão desesperadamente ser ouvido . ❛ ⎯⎯⎯⎯ aqui. ⎯⎯⎯⎯ ❜ voltou para a sala, lhe entregando a água , com uma garrafa para si mesmo e antes que pudesse se sentar, ele riu , alto e contente, como se a comparação de quanto estavam longe do ideal fosse hilária, ou ao menos tomou assim. ❛ ⎯⎯⎯⎯ com certeza pior que você. ⎯⎯⎯⎯ ❜ replicou , os ombros chacoalhando com risada. ❛ ⎯⎯⎯⎯ ao menos você gosta de onde trabalha. e bem, tem um salário. ⎯⎯⎯⎯ ❜
arqueou as sobrancelhas, virando-se para ela, ainda de pé . fazia tanto tempo que as pessoas se interessavam pelo que ele fazia . suas fotos eram um grande orgulho mas todos já tinham visto , e não havia nada de novo pois suas mãos tremiam , e ele não tinha coragem de pegar na câmera se não fosse para entregar algo o mais próximo de perfeito possível. ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu, ⎯⎯⎯⎯ ❜ começou estupidamente, piscando como se fosse um cervo preso frente a farol. ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu acho que tenho algo por aqui, espera só um pouco. ⎯⎯⎯⎯ ❜ deixou a garrafa na mesa de centro e desapareceu pelo apartamento. não tinha mais um quarto escuro luxuoso com equipamento caro, mas guardava alguns de seus álbuns , trabalhos que não gostaria de vender ou se desapegar, ou simplesmente cópias dos originais que já tinham sido comprados por alguém.
mexeu em algumas gavetas antes de achar o maior que podia, retornando para a sala com o mesmo em mãos . ❛ ⎯⎯⎯⎯ achei. ⎯⎯⎯⎯ ❜ balançou o álbum , antes de se sentar ao lado dela no sofá. ❛ ⎯⎯⎯⎯ pode segurar ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ pediu levemente, a voz tornando-se pequena como se aquele fosse um momento muito especial & de certa forma, realmente era. sempre foi doloroso revisitar o passado , mas agora, ele se encontrava ansioso para ver o que costumava fazer e mostrar a alguém que ainda parecia se importar. diferente de um mundo todo que se esqueceu dele. ❛ ⎯⎯⎯⎯ essa é de uma exposição chamada hidden figures. ⎯⎯⎯⎯ ❜ aponto para a foto enquanto ela virava as páginas encadernadas, se aproximando ainda mais da outra. ❛ ⎯⎯⎯⎯ são mulheres que trabalhavam na época da segunda guerra decodificando telegramas da alemanha. ⎯⎯⎯⎯ ❜ conseguiu sorrir ao ver o rosto de alguém que tinha quase certeza se chamar joanna, a expressão em preto e branco o deixando feliz. ❛ ⎯⎯⎯⎯ essa , ⎯⎯⎯⎯ ❜ apontou para a próxima página, já em cores. ❛ ⎯⎯⎯⎯ se chamava shadow beauty. são mulheres do campo que sempre cuidaram dos filhos invés de trabalhar ou estudar, e levamos elas para um dia de fotografias com vestidos pomposos e maquiagem forte, a maioria nem se reconheceu. ⎯⎯⎯⎯ ❜ explicou, contente, e então, olhou para ayla ao seu lado, percebendo finalmente o quão próximos seus rostos estavam. ❛ ⎯⎯⎯⎯ era o que eu gostava de fazer. achar beleza onde ninguém mais podia ver. ⎯⎯⎯⎯ ❜
mordeu o interior da bochecha ouvindo ele, não queria parecer a pessoa chata falando o que ele deveria fazer. “ é, se quiser, pode tentar. ” falou amenizando um pouco. sorriu com o convite, ela amava chás, era a bebida que mais tomava e um sinal de hospitalidade quando compartilhado com outras pessoas. apesar de tantas desavenças, mantinhas costumes muito fortes que aprendeu com sua mãe, levando eles para sua vida, por mais simples que fosse. “ ela aceita novatas na hora do chá? ” perguntou, mas não de forma muito séria. “ eu tenho tempo, não tenho pressa em arrumar tudo no apartamento porque assim eu vou ter o que fazer durante a semana. ” admitiu em um dar de ombros, quanto mais tivesse coisa para fazer depois, melhor, não precisaria ficar horas passando pelo catálogo de streamings em busca de algo minimamente interessante para assistir até chegar a hora de dormir. pensou por um momento como seria um chá da tarde e o que precisaria. “ eu posso levar um bolo, ela leva bolo? se sim eu posso fazer outra coisa, ou é só o chá mesmo? eu posso trazer queijo... ” ficou pensativa, tentando listar coisas em sua cabeça que poderia levar. não existia tanta diferença para ayla e alguma senhora que estava sempre procurando uma desculpa para fazer algo para comer e assim se ocupar um pouco durante o dia, então considerava isso uma informação importante, não queria causar um clima ruim entre ela e a vizinha por levarem bolos demais para um chá de apenas três pessoas. talvez estivesse pensando demais, mas quem poderia a culpar por querer fazer uma boa impressão para seus novos vizinhos?
“ okay, bom saber. eu também to quase sempre sozinha. ” respondeu, mas fez um gesto com a mão para adicionar. “ durante a semana trabalho, mas no resto do dia é só eu. ” completou. de vez em quando seus colegas marcavam de ter um happy hour, ayla quase sempre ia, afinal não tinha tanta socialização fora isso. tanto eles quanto algumas amizades da época da faculdade estavam muito ocupados com suas vidas, seus afazeres, famílias, os filhos recém-nascidos ou se adaptando a vida de recém casados. todo mundo tinha coisas mais importantes para fazer, ela entendia isso e não julgava, talvez se ela tivesse algo para fazer, alguém mais importante para se estar, ela não teria tempo para eles, iria querer sair com os colegas do trabalho só uma vez ao mês. era tragicamente engraçado pensar nisso enquanto olhava para ele, tão disposto em a convidar, deixar claro que tinha tempo para ela. soube que isso se dava por ele parecer tão sozinho quanto ela, e que outra opção era a senhora ao lado, que apesar de ser querida provavelmente pouco entendia ele, então a presença de ayla poderia parecer boa para o novo vizinho. se ele tivesse em sua vida normal, teria tempo para ayla? se interessaria em ser seu amigo? ou estaria tão ocupado com sua vida, o casamento por vir, suas exibições, que a presença de uma nova vizinha passaria tão batida quanto um mero cumprimento ao se cruzarem no corredor? não quis mais pensar sobre isso, não importava, a vida dele agora era essa, ela estava ali por isso, ele parecia querer sua presença e sua amizade da mesma forma que ela queria a dele. era só isso que importava agora, tudo que ela não precisava era se torturar por mais alguma coisa que nunca saberia de verdade. se ajeitou melhor no sofá, se escorando, um pouco mais a vontade. riu com a resposta dele e assentiu quando ele falou quanto demorariam. teriam uns bons minutos para se conhecerem melhor. “ quero, por favor. pode ser uma água ou, não sei, o que você tem. ”
ponderou por um momento antes de responder. “ gosto, é bom, tem um ambiente legal e é um dos lugares que eu queria trabalhar um dia. ” pensava já valer de algo só estar lá, ganhava consideravelmente bem para seu cargo, mais do que em muitos lugares, estava começando de baixo, mas poderia crescer lá dentro, era mais fácil de ser vista do que se não estivesse lá, claro que precisava ser boa para conseguir o cargo que tanto queria e ayla duvidava cada vez mais de que era. pelo menos trabalhava lá, talvez tivesse chegado em seu máximo e nunca conseguiria ir além de onde estava, então estava satisfeita, se essa fosse a palavra adequada para usar, já que sentia tudo, menos satisfação. a resposta dele fez ela erguer as sobrancelhas pelo modo falado e deixou uma risada leve junto. “ pior que eu então. ” concluiu com humor apenas pelo momento de distração. não tinha dúvidas que as coisas eram piores para eles, colocar isso como uma régua de juízo de sofrimento era injusto, mas era apenas uma brincadeira sem grandes intenções, se ele visse da mesma maneira então estava tudo bem. prestou atenção com seriedade com a explicação, assentindo devagar com a cabeça com as informações, seu olhar desceu para os braços cruzados dele, mesmo que não conseguisse ver as mãos. fez a conexão de ser o motivo que ele parou e ainda a conexão de que as mãos deviam ser pelo acidente, e ela quase cometeu um deslize, quase perguntou se começou depois disso, mas ele nunca falou sobre nenhum acidente com ela. ficou um pouco desconcertada e resolveu jogar a primeira coisa que pensou. “ posso ver? algo seu. ” pediu, mas percebeu no mesmo segundo como poderia ser algo indelicado, talvez fosse algo que o deixaria desconfortável em mostrar em uma primeira vez, então teve de se corrigir novamente. “ nã- não precisa ser agora, mas um dia. ” consertou fazendo com a mão um gesto para o ar como se deixasse distante esse dia. “ um artista ” constatou por fim, deixando um sorriso. “ que chique. ”
17 notes
·
View notes
Text
Cast of Characters
Quick bios, family trees, and links to character tags!
The Santoro Family
Taylor Santoro was raised Catholic, but she wasn't particularly religious until her sophomore year at UBrite. Previously a star soccer player, she had to give up competitive sports after being diagnosed with a genetic heart condition. Her uncertainty and loneliness made her a prime target for FACTS, a conservative Catholic mission group.
It was through FACTS that Taylor met her future husband, Justin. She left school to marry him during her junior year, and began creating social media content as a way to make extra money for her student loan payments. Over the years, she's become surprisingly successful as a lifestyle vlogger and influencer.
Justin's descent into the throes of conservative Catholicism never sat quite right with Taylor, and with the support of friends, she worked up the courage to separate from him. But he isn't making the divorce proceedings easy.
Taylor lives in San Sequoia with her and Justin's five children: Gia, Max, Ambrose, Zelie, and Leo. A sixth baby is on the way.
The Newton Family
Claire Newton is an influencer whose podcast, Just Catholic Girl Things, is beginning to take off. But her main source of income is her father Richard, a major real estate developer in her hometown of Chestnut Ridge.
Claire first met Justin when he invited her to appear on his own podcast, Quotidianum. When he revealed that he wasn't allowed visitation with his kids due to lack of available beds, Claire invited him to use her house. She considers their relationship a purely platonic one...even if they share the same bed on occasion.
Claire often competes at the local equestrian center with her horse, Shiloh. Her sister Elise, a horse trainer and riding instructor, lives on a nearby ranch with their dad.
The Moreno Family
Kelly Moreno is a former FACTS missionary, and the person who first introduced Taylor to the organization. During her second year as a missionary, Kelly realized that she had serious doubts about her work and considered quitting. However, Justin intimidated her into finishing out her commitment. Kelly is still a practicing Catholic, but far more moderate than she was during her missionary days. She works as a third-grade teacher at St. Petronella's School.
Kelly's husband, Alan, considered going to law school, but ultimately chose a career in educational administration. He was the principal of St. Petronella's until he was fired by Fr. Crane.
Kelly and Alan live in Willow Creek with their four children: Jonah, Isaiah, Brielle, and Gemma.
The Ershad-Newbury Family
Ayla Newbury first met Taylor when their younger daughters became fast friends at the local rec center. Since then, she's grown close to both her and Kelly.
After working as a commercial artist for many years, Ayla went back to college to finish a degree in art education. She was the long-term substitute for Kelly's class during her maternity leave. Although she loved the job, she was unable to secure a permanent position when Fr. Crane prohibited the hire of non-Catholics.
Ayla attended a nondenominational church on holidays and special occasions as a child, but considers herself nonreligious. She is married to Zahid, an IT project manager, and they live in Copperdale with their daughters Poppy and Emily.
The Dalton Family
Will Dalton is a family law attorney and longtime friend of Alan's. The Morenos recommended him to Taylor, and he has been representing her throughout her divorce proceedings.
Will's wife, Katie, holds both a regular law degree and a licentiate in canon law (the law of the Catholic Church). She was briefly involved in FACTS during law school, but found the organization off-putting. She now works as a corporate attorney for Obscure Logistics, Justin's former employer.
Will and Katie live in San Myshuno with their sons Liam and Jackson.
7 notes
·
View notes
Text
92 Questions Tag
Tagged by @pixiesinthevoid (I’m so happy you still tag me in stuff)
Answer the questions and tag 20 people (You expect me to have that many mutuals??) @androbee @currently-procrastinating @artatthepriceofoblivion @eggopicnicinthepark @we-fit-like-mittens @emthought @ke1th
THE LAST:
1. Drink: Water
2. Phone call: My dad
3. Text message: Some friends
4. Song you listened to: Alt-J -Breezeblocks
5. Time you cried: When I failed my Geometry final (But literally everyone in the class did too so it’ll probably effect the teacher more than the students)
HAVE YOU:
6. Dated someone twice: No (I’ve never even dated someone once)
7. Kissed someone and regretted it: No (Because I’ve never been in a relationship)
8. Been cheated on: No (Guess why)
9. Lost someone special: Yes (My cat Tiger)
10. Been depressed: Is that even a question at this point??
11. Gotten drunk and thrown up: Excuse you, I’m a minor that respects authority
LIST 3 FAVORITE COLORS:
12. Pink
13. Blue
14. Orange
IN THE LAST YEAR HAVE YOU:
15. Made new friends: YES
16. Fallen out of love: Lol no
17. Laughed until you cried: Yep
18. Found out someone was talking about you: There’s this super cool art girl who likes to talk to other art people about art people, so probably
19. Met someone who changed you: Many
20. Found out who your friends are: Yep!
21. Kissed someone on your Facebook list: Lol no
GENERAL:
22. How many of your Facebook friends do you know in real life: All of them because they’re all just my family
24. Do you want to change your name: Nope! My name is awesome
25. What did you do for your last Birthday: Invite 1 person and my sister’s friend to eat cake and shit because I had no friends and it was the most awkward thing in the world why did I think it was a good idea
26. What time did you wake up: 10:20 ish
27. What were you doing at midnight last night: Watching Griffin and Justin’s Tomodachi Survivor
28. Name something you can’t wait for: To get a paypal so I can open my commission shop and get some cash
29. When was the last time you saw your mom: An hour ago, as she left for work
30. What is one thing you wish you could change in your life: I wish I was more aware of my surroundings
31. What are you listening right now: Studiokiller - Jenny
32. Have you ever talked to a person named Tom: Yes, he’s one of my dad’s friends
33. Something that is getting on your nerves: Anxiety
34. Most visited Website: Tumblr and Youtube
LOST QUESTIONS. I JUST PUT IN RANDOM INFO ABOUT ME
35. Mole/s: I don’t think so?
36. Mark/s: Freckles, stretch marks, some burn scars, and a scar I got from being impaled by a pencil
37. Childhood dream: I wanted to be a singer
38. Hair colour: Light Brown
39. Long or short hair: Long
40. Do you have a crush on someone: Yep
41. What do you like about yourself: My body, my easy acceptance, and my charisma
42. Piercings: I have my ears pierced, but I never wear earrings
43. Bloodtype: I don’t know
44. Nickname: Don’t really have one
45. Relationship status: single
46. Zodiac: Cancer
47. Pronouns: She/her
48. Favorite TV Show: A Series of Unfortunate Events
49. Tattoos: None
50. Right or left hand: Right
51. Surgery: None
52. Hair dyed in different color: I used to have blue tips, but now hopefully I can get some rainbow hair from my friend
53. Sport: I used to play soccer, but everyone on the team hated me
55. Vacation: Frace just because I want to eat all the food
56. Pair of trainers: I think that means sneakers? I wear Nike
MORE GENERAL:
57. Eating: A vegetarian hotdog because I’m too lazy to cook
58. Drinking: water
59. I’m about to: Get ready for the day and do some gardening after sitting in a chair for a week
61. Waiting for: A haircut and to go grocery shopping
62. Want: An English translated Mob Phsyco 100 Manga
63. Get married: Yeah!
64. Career: Work as a graphic designer for advertisment, make my own animation studio with my sister, make web comics
WHICH IS BETTER
65. Hugs or kisses: Hugs
66. Lips or eyes: Eyes
67. Shorter or taller: I don’t really care
68. Older or younger: Only like a year or two apart
70. Nice arms or nice stomach: I don’t really care
71. Sensitive or loud: Sensitive
72. Hook up or relationship: Relationship
73. Troublemaker or hesitant: Someone who could switch because I need to get out of my shell, but I still want to feel safe
HAVE YOU EVER:
74. Kissed a stranger: No
75. Drank hard liquor: EXCUSE ME I AM A MINOR THAT RESPECTS ATHOURITY
76. Lost glasses/contact lenses: Usually after a nap
77. Turned someone down: Yep, multiple people
78. Sex in the first date: Hell no
79. Broken someone’s heart: Maybe, I don’t really know
80. Had your heart broken: Lol no, becuase I never get my hopes up
81. Been arrested: No.
82. Cried when someone died: Yep
83. Fallen for a friend: Yes and it’s the worse thing...
DO YOU BELIEVE IN:
84. Yourself: Yeah!!
85. Miracles: I believe in luck
86. Love at first sight: Not really
87. Santa Claus: Nope
88. Kiss on the first date: Probably not
89. Angels: I belive in spiritual energy
OTHER:
90. Current best friends name: Jessica, Ash, Ayla
91. Eyecolour: Green/Blue
3 notes
·
View notes
Text
i'm having wicked dreams of leaving tennessee | TAG DROP !
#↬ ❛ character tag ❜ ― bernard.#↬ ❛ relationship tag ❜ ― bernard ✢ olympia.#↬ ❛ character tag ❜ ― justin.#↬ ❛ relationship tag ❜ ― justin ✢ ayla.#about.
0 notes
Text
metáforas sobre a morte só funcionam para aqueles que não acreditam em fantasmas , na impossibilidade de ver um final para uma vida que foi interrompida abruptamente. sempre iria lhe assombrar - ter acordado com dores nas mãos e nos quadris , vê-las enfaixadas e seguras por ferros a sua frente. foi um choque , e ainda sim, nem um pouco pior do que o sentimento que tomou conta ao saber de laura . primeiro, veio a incredulidade que alguns podiam chamar de negação - simplesmente se recusava a aceitar um mundo onde ela não existia ; mas novamente, ela sempre seria uma marca na sua vida, uma imagem sobre seu ombro, uma sombra refletida na parede. com o tempo, depois da barganha, da raiva, e tudo mais, veio a aceitação . mas não haviam palavras bonitas para descrever aquilo que em seu cerne era tão diabólico : morte. o fantasma da noiva , os espectros se agarrando a fundação da nova casa, que o seguiram das paredes que continham suas memórias para um lugar qualquer no brooklyn , sempre estariam consigo . hoje, eles impediam que sequer respirasse ali dentro. portanto saiu para correr.
os pulmões queimavam, e a m��sica era alta para abafar os pensamentos . algum tipo de heavy metal pesado quase sem letra, deixando o barulho mais alto que os pensamentos intrusivos e incessantes . justin corria com precisão clinica entre os corpos que se recolhiam para suas casas no pôr do sol , chegando do trabalho para serem recebidos por amor, ou solidão & eventualmente voltou a entrada de seu prédio, notando algo que antes não estava lá.
caixas e mais caixas espalhadas pela calçada, deixando a porta com acesso difícil e um caminhão com homens mal encarados , que pareciam estar ressentidos de ter que trabalhar até aquela hora. o fotógrafo se aproximou da mulher que parecia reger o caos, e tirou os fones de ouvido, limpando a garganta para chamar sua atenção. ❛ ⎯⎯⎯⎯ oi, sou justin, quatorze a , ⎯⎯⎯⎯ ❜ ofereceu em tom amigável a localização do apartamento, continuando sem lhe dar as mãos enterradas nos bolsos do moletom , por medo que notasse seus leve tremores, como era com todos. ❛ ⎯⎯⎯⎯ está se mudando ? ⎯⎯⎯⎯ ❜
@tswallie
17 notes
·
View notes
Text
como explicar exatamente o quão complexo podia ser , sem parecer completamente insano ? como dizer que procurava pelos próprios olhos nas reflexões do apartamento e só era recebido pelo fitar vazio de laura ? como poderia fazê-la entender que as vezes parava na frente do espelho e se assistia morrer , as sombras que preenchiam as paredes e se moviam com cada passo dele , tomando vida e o enforcando ? como falar que as vezes era mais fácil imaginar o pescoço quebrando que sair da cama ? não podia, iria a assustar . iria assustar qualquer um. mesmo as pessoas que tentavam o salvar , os moralistas da alta sociedade que diziam se importar porque na verdade o odiavam , os amigos que a cada dia ligavam menos ; iria afastar todos se pudessem ter realmente um vislumbre de dentro da sua cabeça , o quanto foi deixado marcado pelo acidente. ❛ ⎯⎯⎯⎯ tem razão. ⎯⎯⎯⎯ ❜ replicou com um sorriso que era forçado acima de tudo . ❛ ⎯⎯⎯⎯ vou tentar manter o lugar mais organizado. ⎯⎯⎯⎯ ❜ e poderia tentar, mas falharia . tudo bem falhar ? se ao menos estivesse fazendo um esforço, doeria menos quando inevitavelmente as garrafas de álcool que misturava com as pílulas voltassem a preencher o espaço ? ❛ ⎯⎯⎯⎯ podemos tomar chá todos juntos, se tiver tempo. ⎯⎯⎯⎯ ❜ ofereceu, com um sobrancelha arqueada, não queria fazer parecer que estava a forçando a partilhar de sua companhia , mas estando tão solitário quanto esteve , era difícil não se agarrar a qualquer chance de amizade que parecia genuína.
❛ ⎯⎯⎯⎯ ah, tudo bem , sério , fica tranquila. ⎯⎯⎯⎯ ❜ ele insistiu, fazendo um gesto apaziguador com as mãos , parecendo finalmente ter tido um peso removido das costas no que ela falava de uma ' próxima vez ' - talvez não tivesse completamente a entediado com sua presença . talvez não fosse o fazer. justin costumava ser charmoso e esperto , sempre com uma resposta rápida na ponta da língua, mas nesses tempos, aquela pessoa parecia ainda mais longe de si . laura diria que ele finalmente tomou jeito , mas não estava ali para lhe parabenizar por ser mais suave, mais bondoso, mais empático - só restava o fantasma . só sobrou a memória e os achismos . talvez ela fizesse isso, talvez ela dissesse aquilo , mas não poderia jamais saber , não é ? ❛ ⎯⎯⎯⎯ pode aparecer sempre que quiser, fico sozinho a maior parte do dia de qualquer forma. ⎯⎯⎯⎯ ❜ confessou, dando de ombros , tentando não fazer parecer triste ou patético como sentia que era . a verdade era que as pessoas não queriam o ver, não de verdade, pois não tinham ideia de como agir perto dele . diriam sinto muito ? diriam para ter força ? pediriam que pelo amor de tudo que fosse sagrado, se retirasse daquele fundo do poço ? era mais confortável ligar e deixar tocar apenas uma vez, para poder dizer que tentaram . mas tudo bem, quando pensava sobre, porque não queria ver ninguém também, pelas mesmas razões. ele não saberia o que esperar dos conhecidos , e nem como reagir ao que tinham para dizer . fosse uma palavra de conforto ou um pouco de amor rígido. queria ser deixado em paz para recomeçar , e queria voltar ao que conhecia, a pessoa que era , e ao mesmo tempo nunca ser o mesmo. era um pouco enlouquecedor . ou muito. mas ele ainda estava vivo. contra todas as expectativas , ele se mantinha de pé , e isso devia valer de algo mesmo que ainda não soubesse inteiramente o que queria fazer com a chance que ganhou de estar ali , entre o mundo dos vivos, entre o caos da cidade, entre as luzes do sol e da lua. ❛ ⎯⎯⎯⎯ bom, fico feliz, porque manter esse lugar limpo vai ser uma batalha comigo mesmo. ⎯⎯⎯⎯ ❜ brincou, apenas em partes , tomando o telefone de volta com cuidado e delicadeza , achando um bom restaurante de comida tailandesa por perto e fazendo o pedido. ❛ ⎯⎯⎯⎯ okay, quarenta minutos. ⎯⎯⎯⎯ ❜ disse, voltando a apagar a tela, que tinha um protetor genérico , onde antes, no celular que foi destruído na batida, havia uma montagem dele e da noiva. ❛ ⎯⎯⎯⎯ você quer beber alguma coisa ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ tentou preencher o silêncio até que ela respondeu sua pergunta.
cruzou os braços novamente, se reclinando contra a cadeira e assentiu com a cabeça . ❛ ⎯⎯⎯⎯ gosta de lá ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ perguntou simplesmente. não tinha julgamento nenhum a fazer sobre sua formação e o papel que atualmente ocupava. ele foi por muito tempo um playboy que usava do dinheiro da família para cheirar cocaína em banheiros de balada. o que poderia dizer de ruim de alguém que realmente se importou de ir para faculdade e estava tentando sobreviver com seus próprios méritos ? ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ pensou no que poderia responder, e apenas uma resposta veio a mente. ❛ ⎯⎯⎯⎯ desempregado. ⎯⎯⎯⎯ ❜ riu um pouco de si mesmo , e da maneira abrupta como replicou, apenas tentando amenizar o clima. ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu era fotógrafo, tive algumas exposições de sucesso, é como me mantenho, vendendo as fotos velhas e com o dinheiro da minha antiga casa. ⎯⎯⎯⎯ ❜ se pegou dizendo, percebendo que mais uma vez, era fácil compartilhar as coisas mais pessoais com ela . ❛ ⎯⎯⎯⎯ mas deve ter percebido minhas mãos tremendo. ⎯⎯⎯⎯ ❜ deixou que ela viesse a própria conclusão sobre porque tinha parado, apesar de ser óbvio demais.
dar as costas para seu próprio caos da mudança, caixas por onde passava e um lugar totalmente novo, pareceu bom enquanto seguia com justin. podia lidar com tudo aquilo depois, preferia lidar com o caos de outra pessoa do que o dela mesmo naquele momento, ayla sempre fora boa com isso, escutar, resolver, ignorar, o que fosse preciso, sobre os problemas de outras pessoas. poderia passar horas ajudando alguém e assim sairia feliz que não precisou passar horas sozinha com si mesma. “ agora vou me sentir pressionada enquanto tiver fazendo a comida pra ter certeza que vai sair bem. ” brincou por fim. seguiu com uma confirmação de que gostava de comidas apimentadas e um balançar de cabeça com uma expressão de que era óbvio que não julgaria ele.
entrou na casa e ele logo começou a arrumar tudo rapidamente. deixou que ele se ocupasse e observou melhor o local enquanto ele falava, querendo ver os detalhes da moradia, mas pareceu o que ele falou: apenas o lugar que ele ficava, não uma casa onde se consegue ver vida até nas coisas fora do lugar. tirando as latas e pacotes que agora ele juntava, o apartamento parecia intocável. porém, não julgava ele, nem poderia. sua casa, em dias normais e sem mudança, poderia parecer diferente, arrumada, nada fora do lugar, mas ela tinha tempo livre e pouco o que fazer nele, então se ocupava com isso. o sentimento no entanto era o mesmo: pouco parecia um lar. em seu caso, um lugar sempre arrumado pronto para receber algo que nunca chegava, não sabia nem o que era, esperava provavelmente por ela mesmo, mas ela por completo. o que a incomodava era que sentia isso vir antes mesmo de seu luto, diziam que casa era onde o coração estava, mas onde o coração de ayla pertencia? quando até casa que cresceu ele parecia ser renegado. observou por fim ele fechando a cortina, a luz das lâmpadas parecendo mais convidativas do que a luz gélida e vazia da noite. percebeu como ele estava quando parou em sua frente e deu um sorriso suave, mostrando que não tinha problemas no que ele precisou limpar. assentiu devagar com a confissão. “ entendo. ” respondeu sincera, mas pendeu a cabeça para o lado pensando nas palavras que iria usar. “ é válido manter o lugar que se está confortável pra viver mesmo não sendo bem uma casa, mas às vezes é mais complexo do que isso, então... ” deu de ombros, sabendo que nem sempre era fácil fazer, mesmo as ações mais simples, quando tudo em sua volta estava desmoronado. “ você pode aproveitar e chamar ela amanhã 'pra um chá, ela vai gostar. ” deixou um sorriso divertido com a ideia, mas era sincera.
seguiu o convite dele para sentar e foi até o sofá sentando de forma respeitosa, com a educação que sempre foi ensinada a ter, em uma das pontas. “ desculpa fazer você ter que correr com as coisas aqui, eu juro que na próxima vez aviso antes que vou vir. ” pediu desculpas descontraída, como se fosse certo que teria uma próxima vez, esperava que tivesse ao menos e não que em um dia ele já se cansaria dela. “ mas não precisa ficar se preocupando com isso também, eu ainda não cheguei na idade de ficar me preocupando com a limpeza da casa dos outros. ” brincou ao falar e então pegou o celular quando ele ofereceu, decidiu se manter na ideia dele, comida tailandesa, poderia experimentar algo novo pelo menos um dia, então procurou algo que parecesse que iria gostar. “ um khao pad pode ser. ” respondeu enquanto devolvia o celular, esperando que ele fizesse o pedido.
“ com publicidade. ” respondeu no automático, mas fez uma careta em seguida, geralmente era essa resposta que dava, sem maiores explicações, principalmente para pessoas que sabia que não ia manter contato, mas não tinha o porquê de mentir para ele, não mais do que já mentia. “ quer dizer, sou formada nisso e trabalho em uma agência publicitária, mas... sou recepcionista. ” seu tom saiu desanimado, desviando o olhar para as mãos apoiadas nas próprias pernas com vergonha. preferia dizer apenas publicidade para não ter que contar que estava fracassando quando falava a verdade, não era um problema ser uma recepcionista, mas era longe do que ela planejava estar fazendo depois de já ter terminado a faculdade a um tempo, e estar em um lugar tão perto, trabalhando diretamente para pessoas que ela queria estar no lugar, fazia parecer mais longe ainda de um dia alcançar o que queria. “ mas é um ótimo lugar, uma agência importante. ” completou voltando a olhar para justin com um sorriso animador, falso, mas era uma maneira de convencer a si mesma que estava tudo bem e que o local que trabalhava deixasse algo melhor. “ e você? ” pesquisar o nome dele apareceu algumas exibições, ela sabia, mesmo que brevemente o que ele fazia, o sentimento de culpa voltou, estava escondido por estar distraída demais com tudo que estavam passando, mas ali estava: culpa. em perguntar algo em um tom tão doce, quando já sabia a resposta.
17 notes
·
View notes
Text
não pode deixar de notar como o olhar dela ficou vago, vazio de sentimento , perdido longe no tempo - talvez contemplando sua própria perda, sobre qual justin não sabia nada. pensou que podia ser melhor assim, pelo menos por aquela noite. afinal, já tinha compartilhado mais do que devia , e o clima que outrora foi leve e descontraído havia sim, pesado . mas segundo a terapeuta, aqueles momentos eram importantes ; ficar desconfortável , falar sobre o luto deveria ser crucial , mas ele não conseguia. exceto, que perto dela, pareceu conseguir. era estranha a forma que ela o deixava a vontade, como forçava dele verdades quais nunca tocava . poderia ser porque sentia nela o mesmo tipo vil de solidão que ele mesmo tinha adotado para sobreviver. conversava com poucas pessoas no prédio, e evitava as ligações dos amigos, dos conhecidos , dos pais de laura principalmente - queriam que ele seguisse em frente, que não se sentisse culpado pelo acidente, mas ele insistia que estava bem agarrado a seu pesar ; obviamente uma mentira, mas como aguentar de outra forma ? as sombras nas paredes lembravam , ele não devia estar ali . o destino foi cruel ao levar apenas ela , e o fotógrafo não conseguia perdoá-lo . quantas vezes viu as pílulas prescrevidas e ameaçou correr para elas, correr de uma vez só . mas nunca teve a coragem de ir até o final , de desaparecer daquele mundo sem maiores explicações . pensava na mãe e em como jamais iria o perdoar , pensou que talvez tivesse de assombrá-la nas noites de inverno , e odiava a mera ideia de lhe trazer dor. por isso, sempre voltava aos momentos felizes que viveu com a noiva , e invés de tomar acalento neles, sentia uma falta imensa de sua risada & seus sorrisos. tanto que por meses, n��o esboçou o seu próprio , achando injusto . laura não estava ali para rir de suas piadas antiquadas , então porque contá-las ? naquele momento, com ayla, no entanto , sentiu-se livre para o fazer . como se algo nela virasse uma chave no seu cérebro, lhe dizendo : ' tudo bem estar aqui ' , e ele mal podia acreditar que depois de quase um ano em absoluta tortura, seria uma estranha a lhe trazer de volta a leveza de estar vivo. podia ser momentâneo , provavelmente era - mas ele iria agradecer mesmo assim. ❛ ⎯⎯⎯⎯ é, boa sorte. ⎯⎯⎯⎯ ❜ devolveu , com um resquício de um sorriso nos lábios. era forçado , e pouco genuíno , mas logo foi substituído por algo muito mais largo e caloroso . ❛ ⎯⎯⎯⎯ obrigada. ⎯⎯⎯⎯ ❜ disse com sinceridade, seria bom - ter alguém para dividir os piores dias. quem sabe, os melhores também , mas não tinha muito desses.
vendo ela passar por si na porta, com uma brincadeira na língua, fez uma risada baixa preencher o ar entre eles, melódica e estrangeira a seus ouvidos - há tanto não ouvia . ❛ ⎯⎯⎯⎯ entendi, vou deixar 'pra decidir se acredito depois da primeira refeição que me oferecer. ⎯⎯⎯⎯ ❜ retribuiu o bom humor, e deixou que ela trancasse a porta antes de irem para o elevador, onde apertou o numero quatorze depois de entrarem , esperando que chegassem ao seu andar. ❛ ⎯⎯⎯⎯ se não gostar muito de comidas apimentados, podemos escolher outra coisa, claro. ⎯⎯⎯⎯ ❜ ofereceu , segurando aberta as portas do cubículo para que ela saísse primeiro , e ele seguisse, indo direto para sua entrada. sem tapete de boas vindas, sem guirlanda para o natal , apenas um pedaço de madeira pintado no mais horroroso tom de vermelho que ele nunca se importou em mudar. nem sequer sabia se poderia. ❛ ⎯⎯⎯⎯ entra, mas lembra, você prometeu não julgar. ⎯⎯⎯⎯ ❜ pediu , com um pouco de apreensão, e uma vez que seus pés estavam dentro do apartamento, ele também entrou & imediatamente começou a organizar a bagunça.
❛ ⎯⎯⎯⎯ eu não tenho muita companhia. ⎯⎯⎯⎯ ❜ falava enquanto jogava no lixo as latas de cerveja, e limpava os containers de delivery que quase nunca se importava de recolher do balcão da cozinha. ❛ ⎯⎯⎯⎯ as vezes tomo chá com minha vizinha, ⎯⎯⎯⎯ ❜ continuou, afofando as almofadas do sofá , se movendo rápido como se em todos os lugares ao mesmo tempo. ❛ ⎯⎯⎯⎯ senhora adorável, alias, ⎯⎯⎯⎯ ❜ seguiu fechando a cortina da varanda , a luz perolada da lua sendo escondida enquanto ele acendia as lâmpadas do lugar. ❛ ⎯⎯⎯⎯ sempre me diz que tenho que cuidar melhor da minha casa, mas sabe, ⎯⎯⎯⎯ ❜ finalmente parou frente a outra, a mão indo até a nuca , envergonhado. ❛ ⎯⎯⎯⎯ nunca pareceu realmente minha casa. é só o endereço onde eu fico. ⎯⎯⎯⎯ ❜ mais uma verdade, caindo de seus lábios com facilidade na presença dela. muitos lugares não pareciam os mesmos sem laura, e supôs que por isso tinha se mudado , mas aquele apartamento ainda não parecia ser seu ou semelhante a uma casa. não sentia que pertencia ali, apenas ficava até que um dia tivesse a coragem de voltar para o que conhecia. se é que esse dia chegaria.
❛ ⎯⎯⎯⎯ pode se sentar. ⎯⎯⎯⎯ ❜ apontou para o sofá , e as cadeiras que cercavam a mesa de centro , todas novas mas um tanto quanto empoeiradas . realmente não parecia que ninguém morava ali & justin não via uma razão para mudar isso. novamente, era temporário - ou assim, ele esperava . jamais voltaria a cobertura no centro de nova york , mas também não gostava da mentira que estava vivendo. ' estou bem ' , ' estou comendo ' , ' estou dormindo ' , dizia para america no telefone , insistindo que ela não visitasse. ela respeitava seu espaço , mas muito raramente parecia acreditar em seus sorrisos falsos nas chamadas de vídeo . podia ver o cansaço em seus olhos, a diferença de suas bochechas que antes cheias agora pareciam mais magras, e como suas palavras enrolavam , parecendo estar chapado todas as vezes. mas apenas tinha dificuldade em ficar acordado pelas manhãs , os remédios fortes demais. será que a mãe ficaria feliz em saber que conheceu ayla ? que finalmente contou a outra alma viva sem conhecimento prévio , do seu luto ? possivelmente. porém, ele não queria pensar em o que aquilo significaria para a matriarca. uma garota bonita se muda para o prédio e de repente ele se sente melhor ? iria com certeza já começar a planejar uma maneira de juntar os dois, dizendo que poderiam fazer muito bem um ao outro & apesar dele não duvidar daquilo, considerando o quanto tinha compartilhado com a nova tenente - podiam ser apenas bons amigos, e seriam , não precisava da mais velha adentrando sua nova amizade e começando a tocar sinos de casamento como se em algum momento ele fosse estar pronto para algo assim novamente. ❛ ⎯⎯⎯⎯ aqui. ⎯⎯⎯⎯ ❜ ele ofereceu o celular. ❛ ⎯⎯⎯⎯ pode escolher o que quer pedir, e eu acho um bom restaurante 'pra gente. ⎯⎯⎯⎯ ❜ então se sentou , cruzando os braços . ❛ ⎯⎯⎯⎯ então, huh, ⎯⎯⎯⎯ ❜ resolveu perguntar, curioso de repente. ❛ ⎯⎯⎯⎯ com o que você trabalha ? ⎯⎯⎯⎯ ❜
era leve como estavam levando, os sorrisos, até risadas, era como ela estava se sentindo no momento e ficava feliz por isso. a cada sorriso dele e cada vez que justin se ofereceria para a ajudar ou acompanhar, sentia poder conseguir o que veio pensando em fazer ao se mudar, apoiar ele e ajudar a passar por tudo isso, tornar os dias mais suportáveis. o jeito que ele era prestativo com uma desconhecida, a fez se perguntar se ele era tão solitário quanto ela, e se fosse, poderiam fazer companhia um ao outro. era tudo o que podia fazer por ele, esperava que fosse o suficiente para melhorar um pouco as coisas. “ okay. vou te esperar então. ” sorriu com o combinado.
deixou o tempo dele enquanto justin olhava para baixo, enquanto o observava delicadamente. o encarou de volta e assentiu devagar com a cabeça, mas sentiu seu olhar ficar vago ao pensar sobre aquilo. luto era complicado. era uma verdade, talvez tivesse que considerar isso quando se chateava com os pais, eles estavam vivendo o luto deles. ela tinha perdido um irmão, mas eles perderam um filho, o filho preferido. a voz dele fez ela perceber que estava indo longe demais em seus pensamentos mais uma vez, então focou em justin novamente, deixou um sorriso sem muita graça para responder. “ boa sorte pra gente ter que viver com isso. ” suspirou. uma única noite e um único acidente fez eles estarem ali agora, mas com uma dor que seria para sempre, uma parte dentro deles que morreu junto naquela noite, isso que nem conseguia imaginar como era para ele, quando ele estava lá, ao lado da própria noiva e foi o único a conseguir sair com vida. mesmo com tudo isso, ele conseguia vir com uma gentileza e empatia para alguém que a pouco conheceu, que carecia em ayla receber. uma simples atenção no que ela tinha para falar e a ajuda que ele estava dando e ainda oferecia mais. sentia falta de receber essas coisas. “ obrigado, obrigado mesmo. ” falou sincera. “ e você também, estou só a umas portas de distância se precisar de algo. ” devolveu, fazendo um gesto com a cabeça para a própria porta.
manteve o olhar nele por uns segundos enquanto pensava em como falar. “ eu sei que tem dias que são mais difíceis que outros, então... eu to aqui. ” falou baixo e simples, reforçando que estava disponível para além de coisas mais práticas que ele poderia precisar, não queria parecer exagerada demais em sua disposição considerando que apenas tinham se conhecido hoje, porém sentiu algo que talvez fosse coisa de sua cabeça, preferia acreditar que não pela abertura e a confiança que ele estava dando, mas achava que em apenas aquela conversa tinha algo se criando: uma conexão, um sentimento mútuo de melancolia, tristeza e solidão que percorria por ambos. Obviamente a tragédia os ligava, mas ele não sabia disso e ela não achava que era por ambos estarem envolvidos, direta e indiretamente como em seu caso, que sentiu essa conexão com ele, pois era algo mais intrínseco. então era genuíno quando oferecia a sua presença. “ e pros dias mais fáceis também. ” completou fazendo um gesto com a mão como se fosse óbvio que eles também. afinal muitos dias tudo o que ela mais queria era poder ter alguém apenas para se distrair por algumas horas ou fazer alguma coisa, tanto quanto queria para seus piores momentos, onde precisava de algum acolhimento ou não se sentir tão sozinha por algum tempo que fosse, talvez ele sentisse algo assim em seus dias e, se ele quisesse, ela poderia ajudar e ser essa pessoa, no fim, iria fazer bem para os dois.
ainda assim conseguiam voltar para momentos de leveza, não evitou uma risada ao ouvir a dele com a brincadeira. “ 'pra começar, eu comprei o sanduíche, se eu tivesse feito seria melhor, mais completo. ” seu tom era convencido para o humor, tom esse que não pertencia a ela de verdade, já que sempre viveu em uma insegurança com tudo que fazia. a ideia seguinte dele, fez ela erguer as sobrancelhas por não esperar por ela, mas assentia com a cabeça para confirmar. não era exatamente aquilo que ela quis dizer quando pediu as indicações, mas ficou feliz que essa foi a forma que ele quis dar. “ é, seria ótimo, chega sexta-feira e nem consigo pensar mais no que fazer pro resto da semana. ” falou honesta, preferindo dizer dias mais específicos do que apenas deixar um "quando der a gente marca". a reação dele fez ela arregalar um pouco os olhos. “ não precisa, eu só... pode ser aqui. ” não queria ser inconveniente. balançou a cabeça em negativa. “ nunca julgaria, não se preocupa. ” usou um tom tranquilizador e sincero. apenas com o "vamos?" que ela relaxou um pouco novamente. sorriu quando ele abriu a porta e esperou por ela, mas desviou o olhar e não ousou olhar para ele enquanto passava, um tanto envergonhada pelo ato educado dele.
“ isso é exatamente o que uma pessoa desorganizada falaria. ” não falava sério, mesmo que olhasse para ele com acusação enquanto passava do seu lado para irem em direção ao elevador. “ pensa por um lado, meu apartamento ta tão desorganizado que você teve que ajudar arrumar, por enquanto meu lado ta pior. ” falou descontraída, não faria grande caso de como estava o apartamento dele e se fosse colocar na ponta do lápis, receber a ajuda dele quando nem sequer o conhecia ainda, tinha seu nível de constrangimento para ela, não era alguém acostumada a receber ajuda nem mesmo de pessoas próximas, muito menos de terceiros. “ gosto sim... bom, gostei na vez que comi. ” uma única vez, ayla não fugia muito das coisas que já estava acostumada, mesmo que fosse algo que apreciasse, sempre pedia comida nos mesmos lugares, sempre os mesmos pratos que sabia que gostava. apesar de ter apertado para chamar o elevador, esperou por ele para quando chegasse colocar no andar e ir na frente, enquanto isso esperava com uma mão segurando a outra em frente ao corpo, trocando o peso do corpo de um pé ao outro.
17 notes
·
View notes
Text
curvou os lábios nos cantos, alegre, enquanto ela concordava em irem juntos até a reunião do prédio - era fácil de alguma forma, estar ao lado da mulher e dividir seus sorrisos tímidos que há muito não faziam aparição . podia ser dito que ele tinha se tornado o garoto poster para a melancolia , suas expressões eram graves & solenes, derrotadas . portanto, aquele momento que podia permitir-se uma simples felicidade era quase sacro . talvez ela entendesse, sentia que de alguma forma dividiam uma perda magnânima , mas ele não iria ser curioso demais . invadir a vida de alguém que apesar de trazer a tona seus genuínos risos , ainda era uma perfeita estranha . claro, estava mais a vontade com ela do que com qualquer pessoa que tentou tão avidamente impedir que sentisse seu luto , mas ainda sim - perfeita estranha. ❛ ⎯⎯⎯⎯ combinado. ⎯⎯⎯⎯ ❜ disse com um assentir da cabeça , e voltou a deixar que uma risada melódica preenchesse o silêncio da noite, naquele apartamento permeado por caixas e a esperança de uma vida nova. ❛ ⎯⎯⎯⎯ tudo bem, não vou recusar. ⎯⎯⎯⎯ ❜ seria bom , comida caseira e quente na mesa. mas acima de tudo , não seria completamente solitário e miserável comer sozinho em seu apartamento , apenas acompanhado pelas sombras e o fantasma sempre nos cômodos ao que ele se movia . amou tanto laura , pensou que fosse justo que ela nunca deixasse aquela ferida se curar quando ele sobreviveu sozinho . sabia que tinha de aprender a viver com tal verdade. que não era sua culpa, ou escolha. mas parecia ainda sim, egoísta . como ser feliz , se era o único que poderia ? talvez fosse melhor que tivessem dito adeus de uma forma diferente, ele ia sempre sentir sua falta e lembrar de seus sorrisos , mas ela poderia viver uma vida completa . agora, não havia essa possibilidade. era apenas o preço que pagava , ser assombrado. ❛ ⎯⎯⎯⎯ bom, se vai ser fácil 'pra você, fico feliz. ⎯⎯⎯⎯ ❜ tombou a cabeça para o lado , os lábios ainda exibindo um sorrir contido. ❛ ⎯⎯⎯⎯ vou trazer as mudas amanhã mesmo. ⎯⎯⎯⎯ ❜ prometeu, antes de se calar novamente, sentindo o peso das palavras que compartilhou querendo o soterrar.
era difícil falar sobre a perda, como parecia que ele e deus estavam em uma briga - e sequer era religioso. mas quem culpar quando não pareciam haver culpados ? claro, tinha o motorista, a pessoa que sempre iria odiar com fervor. mas ele não tinha sobrevivido também. era karma ? retribuição ? uma vida por uma vida ? e ele simplesmente não fazia parte daquela equação ? não poderia saber , e parecia fácil, culpar deus ou o destino pela crueldade. era melhor que nunca ter respostas. ❛ ⎯⎯⎯⎯ obrigada. ⎯⎯⎯⎯ ❜ replicou baixo, e pequeno, encarando os sapatos , tênis surrados de corrida. pensou por um instante que poderia ter a conhecido em uma situação diferente, talvez mais apresentável. mas porque queria isto ? fazer uma boa impressão ? teve que mais uma vez se lembrar, apesar dos sorrisos e risadas fáceis - ela era uma estranha . então, porque diabos parecia que a outra conhecia tanto de sua dor ? diziam que você conhecia as pessoas conforme precisava delas , que adentravam sua vida quando eram mais necessárias, no momento certo . era isto que estava acontecendo ali ? o destino dizendo : ' perdão , por favor, perdão ' ?
❛ ⎯⎯⎯⎯ sim, luto é sempre complicado, não importa como você sinta. ⎯⎯⎯⎯ ❜ finalmente voltou a encarar, como se acessando cada uma de suas palavras e reações, a maneira que parecia se proteger de tudo que dizia e sentia . supôs que ele fazia o mesmo. as mãos nos bolsos, escondendo os tremores , que eram aparentemente psicológicos , era sua forma de manter-se seguro. não demonstrar que aquela perda tinha o deixado fraco e vulnerável. para todos que acreditavam que a morte tinha o poder de nos tornar mais fortes, realmente não conheciam nada da mesma. as cicatrizes que ficavam para trás nunca empalideciam , mesmo que se erguesse do fundo do poço de seu sofrimento, sempre haveriam mãos enroscadas nos seus tornozelos, ameaçando o trazer de volta para onde estava . ❛ ⎯⎯⎯⎯ é uma dor que jamais passa. ⎯⎯⎯⎯ ❜ deu de ombros, como se estivesse conformado com aquele predicamento quando estava tudo menos isto. ❛ ⎯⎯⎯⎯ espero que você possa refazer a vida aqui, e tudo que precisar, estou a algumas portas de distancia. ⎯⎯⎯⎯ ❜ perguntou-se novamente, de onde vinha aquela disposição ensolarada quando era apenas chuva da meia noite. quem sabe não era o sorriso dela, e a forma como não parecia o culpar por sentir ? sim, provavelmente era isto.
❛ ⎯⎯⎯⎯ um sanduíche ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ soltou uma risada , que durou mais que um segundo , e era tão bom - tão diferente. ❛ ⎯⎯⎯⎯ tem certeza que pode cozinhar ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ brincou, com o cenho franzido , o tom de voz leve. ❛ ⎯⎯⎯⎯ claro, podemos sempre pedir quando você estiver cansada demais 'pra fazer algo. ⎯⎯⎯⎯ ❜ aquilo fazia sentido ? estar fazendo planos com ayla como se ela fosse uma velha conhecida ? uma amiga até ? como se pudesse invadir a vida dela , sem nenhum convite ? ele não retirou a fala no entanto, se pudessem navegar aquele novo começo juntos, seria melhor do que o fazer sozinho como tinha feito até agora. sempre quis alguém que entendesse, e finalmente parecia ter. ❛ ⎯⎯⎯⎯ bom, você quer comer lá ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ piscou estupidamente por uma batida de coração, olhando para ela um tanto envergonhado pois só conseguia lembrar das latas de cerveja e energéticos espalhadas pela sala. ❛ ⎯⎯⎯⎯ podemos ir, mas só não me julgue pela bagunça. ⎯⎯⎯⎯ ❜ pediu timidamente, o celular ainda nas mãos . ❛ ⎯⎯⎯⎯ vamos ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ começou a andar até a porta dela, abrindo a mesma, para que ela passasse primeiro . ❛ ⎯⎯⎯⎯ sério, eu juro que não sou tão desorganizado. ⎯⎯⎯⎯ ❜ explicou-se antes mesmo de começarem na direção de seu apartamento . ❛ ⎯⎯⎯⎯ e sobre o que pedir, você gosta de tailandesa ? ⎯⎯⎯⎯ ❜
estar sendo bem recebida por ele estava sendo ótimo, e não era nem apenas por ser justin em específico, mas sim por alguém a receber bem e querer ajudar em seu bem-estar, se sentia vista, e isso já era mais do que ela pensou que iria ter morando em um lugar totalmente novo. “ ok, combinado, vamos ir. obrigada. ” completou, era melhor ir para reuniões de prédios ou qualquer que fosse as reuniões com alguém conhecido., se sentia menos perdida e por fora. balançou a cabeça em negação em resposta ao não precisa dele. “ tudo bem, mas eu quero fazer. ” confirmou com convicção. “ não é nada de mais 'pra mim. ” realmente não era, era até melhor para ayla, se ocupar, saber tratou alguém bem em sua casa e retribuiu uma ajuda. “ fazer tudo em minis porções 'pra só uma pessoa é cansativo às vezes, então é bom 'pra mim também. ” deu um sorrisinho divertido ao comentar, além disso, era solitário, como ela sempre se sentia, apenas um prato colocado, o silêncio em todas as refeições, antigamente tinha ao menos a visita frequente de seu irmão para a acompanhar, as manhãs de ressecada quando ele estava mal demais e decidia levar para a própria casa para tomar conta dele, mas até isso perdeu. ter uma companhia seria muito apreciada por ela. havia sorrido ao ouvir que ele ficaria feliz em ajudar. “ e eu agradeço por isso. ” respondeu por fim.
arqueou as sobrancelhas com a coincidência dele ser de manhattan, como se fosse uma grande surpresa. mas logo a pontada de culpa bateu forte em si no mesmo instante em que ele contou sobre a noiva. engoliu em seco e apertou os lábios, sua expressão podia ser lida como a de alguém que acabou de ficar sabendo de algo triste, como ele achava que era, mas por dentro era um reflexo de ouvir isso da boca dele, de forma tão natural, quando ela sabia de tudo que aconteceu. “ não pede desculpas por isso. ” começou a falar baixo, mas verdadeira, não era justo que ele desse desculpas por qualquer que fosse o motivo quando se tratava daquele assunto. pendeu a cabeça para o lado, prestando atenção nas reações nele, do vazio evidente existente dentro da figura em sua frente, do luto eterno que uma perda trazia que por mais que pudesse ser abafado, nunca acabava. quis pedir desculpas, por não impedir o acidente, se ela apenas tivesse atendido aquela ligação... não. a culpa não era sua. precisava recordar disso toda vez, mesmo não acreditando totalmente. sentiu até vontade de o abraçar, não era nem se quer algo comum para ayla, mas em um gesto de consolação para ambos. em vez disso se pegou segurando os próprios braços, da mesma forma que se segura quando está com frio, acanhada dentro de si mesma.
devolveu o mesmo sorriso que ele deu e continuou escutando, assentindo aos poucos com a cabeça. decidiu voltar a pensar em sua perda para poder responder sem falar nada do que não devia, ao menos, do que não queria falar. “ eu imagino, às vezes é difícil estar até com quem passou por isso, mas lida de outra forma, imagina com quem nunca passou. ” assim como seus pais, o luto deles machucava ela o suficiente para preferir ficar sozinha e longe do que por perto deles, preferiu ir atrás de alguém que nem sequer conhecia e provavelmente nunca iria querer olhar na cara dela se soubessem quem era. e para ser sincera, em apenas algumas horas passou melhor o dia com ele do que meses morando perto de seus pais. “ é, acho que deve ser melhor, não é fácil ficar onde todo lugar lembra da pessoa. ” completou olhando para o céu escuro por um momento, “ pelo menos espero que seja melhor. ” admitiu em um suspiro e voltou a atenção para ele, tentando se recuperar de sua própria melancolia.
“ não, você não vai incomodar! ” respondeu rápido demais, apreensiva de que ele já fosse embora, por sorte ele continuou falando, evitando que transparecesse tanto como ela se sentiu sem graça pela própria reação. teve que pensar por um momento já que estava tão ocupada no dia que não tinha ainda parado para perceber a fome, mas bastou a menção dela, que conseguiu sentir. “ eu comi um sanduíche hoje. ” deu de ombros ao responder, como se fosse uma grande coisa para passar o dia inteiro de um lado para o outro, carregando e descarregando um caminhão de mudança. por fim assentiu com a proposta e sorriu. não evitou uma risada com a confissão. “ os motivos 'pra eu te receber com comida só aumentam. ” falou de forma séria, mas para uma brincadeira. ergueu as sobrancelhas ao ouvir sobre os restaurantes. “ você precisa me falar eles depois, não conheço nada daqui. ” não era como se ela saísse muito até mesmo em manhattan, muito menos fora de lá então. “ obrigada. ” sorriu tímida para ele. “ é sim, eu to cansada e não ia ir atrás de nada para comer, então é ótimo. ” respondeu sincera, se dependesse dela, iria dormir com fome mesmo e só lidar com isso no outro dia. começou a olhar para as caixas, tentando pensar onde poderia estar quando escutou a ideia, voltou o olhar para ele. “ pode ser! ” falou assentindo com a cabeça. “ ahn... você vai ir pegar e trazer aqui? ou é 'pra gente comer lá? ” questionou com cautela por não entender exatamente o que ele quis dizer, acabou colocando uma mecha de cabelo para trás da orelha. “ por sinal, eu como de tudo, pode pedir algo que você gosta. ” comentou caso ele perguntasse, não queria ficar sendo exigente com uma gentileza.
17 notes
·
View notes
Text
era distinto como a falta de alguém se parecia com lacunas na alma. justin, prova viva de tal verdade, tentava coisas novas & pessoas diferentes, na esperança de um dia preencher o vazio deixado por seu grande amor. claro, nada jamais seria o mesmo - ele jamais seria o mesmo, a vida, apesar de continuar, o mundo mesmo rodando, não deixava que ele esquecesse o que já tinha sido e jamais poderia ser de novo. o que poderia ter sido, e jamais seria . mas em pequenas interações como aquela com ayla, o fotógrafo - se ainda podia ser chamado assim quando não tocava em suas câmeras fazia quase um ano - , achava um pouco de graça na existência que era , em sua maioria , assombrada . era capaz de sentir em outros , dores parecidas , dores completamente distintas que ainda deixavam feridas minando sangue, e no recorte do tempo em que escondeu as mãos nos bolsos para amenizar os tremores enquanto ela falava , pode simpatizar com sua história mesmo que contada de forma vaga. não disse nada por algum tempo, deixando que tirasse do peito qualquer coisa que gostaria de compartilhar & então finalmente sorriu, resolvendo atacar aquelas falas uma por uma, não deixando nenhuma para trás, e começou dizendo : ❛ ⎯⎯⎯⎯ vou com você na sua primeira. vai ser bom voltar. ⎯⎯⎯⎯ ❜ ao menos, dona lola ia deixar de lhe aterrorizar sobre como ' a sua indiferença vai fazer esses ossos velhos passarem frio no inverno ' .
❛ ⎯⎯⎯⎯ ah, você, ⎯⎯⎯⎯ ❜ riu desconcertado, coçando a nuca, e evitando os olhos da mulher. ❛ ⎯⎯⎯⎯ você não precisa fazer isso. ⎯⎯⎯⎯ ❜ na realidade, seria bom ter uma refeição que não fosse delivery , pois estava vivendo de tais , mas não queria lhe impor preços a sua proposta . nunca foi ensinado a agradecer com nada além de presentes caros, e bem, na atual situação o máximo que podia fazer por ela era cuidar das plantas , porém, fazia de bom grado. ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu fico feliz de ajudar. ⎯⎯⎯⎯ ❜ concluiu, seus lábios ainda curvados nos cantos , e estava sendo completamente sincero. talvez o justin de anos atrás não visse o propósito de fazer qualquer coisa que não lhe servisse igualmente, mas ele , como era hoje, ficava contente por ser útil - apenas uma das formas que a noiva havia o mudado, e agradecia silenciosamente todas as vezes que abria a gaveta da escrivaninha e o anel lhe encarava de volta, sem muito mais serventia no mundo. tal como ele, fora estes momentos.
❛ ⎯⎯⎯⎯ manhattan ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ inquiriu curioso, apoiando o quadril na parte de trás do sofá, de repente ainda mais interessado. ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu sou de lá também. ⎯⎯⎯⎯ ❜ devia ter se perguntado como a coincidência de se encontrarem no mesmo lugar, e virem do mesmo lugar parecia , bem - conveniente demais. mas apenas focou em suas razões para estar ali, razões estas com quais podia simpatizar melhor que qualquer um. ❛ ⎯⎯⎯⎯ sei bem como é, ⎯⎯⎯⎯ ❜ e tão natural como foi o riso, da língua rolou uma verdade que nunca disse até então. para ninguém que já não soubesse apenas o conhecer. ❛ ⎯⎯⎯⎯ perdi minha noiva a quase um ano. ⎯⎯⎯⎯ ❜ e ele se sentiu estranho - por não se sentir estranho. era fácil conversar com a outra, se abrir mesmo que em passagem, e não conheceu tal leveza com qualquer outra pessoa desde o acidente. ❛ ⎯⎯⎯⎯ desculpa, não quis acabar com o clima. ⎯⎯⎯⎯ ❜ disse, com um pesar no tom, sentindo a sala tornar-se abafada , como se de repente pudesse usar um pouco da brisa gélida vinda da sacada e do escuro da noite para encobrir a expressão fúnebre que varreu do rosto seu sorriso, e o fez encarar o chão procurando por uma saída daquele buraco qual tinha pulado de cabeça.
❛ ⎯⎯⎯⎯ também não sou um criminoso. ⎯⎯⎯⎯ ❜ reassegurou, retornando seu fitar a ela e voltando a sorrir pequeno mas sincero. ❛ ⎯⎯⎯⎯ acho que … ⎯⎯⎯⎯ ❜ tentou procurar uma forma de explicar que não fizesse parecer que ele estava fugindo , do seu luto e das pessoas que insistiam em passar por isso com ele. agradecia o cuidado da mãe, do avô, dos amigos, mas não poderiam entender a magnitude de seu sofrimento e quanto lhe custava para remendar cada pedaço do próprio coração. ❛ ⎯⎯⎯⎯ precisava me afastar também. é difícil estar com alguém que nunca sofreu uma perda dessas. ⎯⎯⎯⎯ ❜ resolveu completar simplesmente. ❛ ⎯⎯⎯⎯ novos ares. ⎯⎯⎯⎯ ❜ devolveu sua fala , que não deixava de soar real para ele também. seria impossível ficar no mesmo lugar onde viveu com laura sem enlouquecer. embora as sombras tivessem o seguido, e seu fantasma ainda pairasse no ar sobre seus ombros.
❛ ⎯⎯⎯⎯ bom, se não precisa mais de mim, não quero te incomodar. ⎯⎯⎯⎯ ❜ replicou, um tanto decepcionado. claro, ela lhe deu a opção de ficar como companhia , mas quão boa era realmente sua presença ? não via razão para a submeter a mais dela, exceto que não queria terminar por ali aquela pequena troca, e foi quando um pensamento lhe acorreu : ❛ ⎯⎯⎯⎯ você não 'tá com fome ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ inquiriu, com uma sobrancelha arqueada. ❛ ⎯⎯⎯⎯ digo, se ficou cuidando da mudança o dia todo não teve ter tido tempo de comer , certo ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ ao menos, ele esperava que não. ❛ ⎯⎯⎯⎯ podemos pedir algo, por minha conta. ⎯⎯⎯⎯ ❜ ofereceu, fisgando o telefone do bolso, com o sorriso aumentando. ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu te chamaria 'pra comer no meu apartamento mas sei cozinhar um grande total de zero coisas. ⎯⎯⎯⎯ ❜ riu de si próprio na admissão que talvez, a comida caseira que ela outrora ofereceu não fosse ser rejeitada. ❛ ⎯⎯⎯⎯ mas conheço todos os melhores restaurantes daqui de perto. ⎯⎯⎯⎯ ❜ pois já tinha experimentado todos, e quase tudo em seus cardápios. ❛ ⎯⎯⎯⎯ considere meu presente de boas vindas, ⎯⎯⎯⎯ ❜ deu de ombros, cor tingindo as bochechas. ❛ ⎯⎯⎯⎯ não é muito, mas todos precisamos comer, certo ? quer que eu ajude a achar seus talheres ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ olhando ao redor para as caixas, ele pensou melhor. ❛ ⎯⎯⎯⎯ ou podemos pegar da minha casa, não sei cozinhar com certeza tenho garfos e facas. ⎯⎯⎯⎯ ❜
podia dizer que estava praticamente envergonhada, patética, por demonstrar um momento de falha sua na frente de outra pessoa, mas não foi julgada e isso foi como um sentimento novo em si, ele não ter falado nada sobre foi a melhor coisa que ele poderia ter feito por ela, só assim ayla conseguiu se ajeitar internamente e seguir a conversa. “ eu vou ir na próxima mesmo então. ” seria bom conhecer pessoas assim. seu olhar perdurou nele com atenção ao perceber as respostas mais expressivas e atrapalhadas do que como ele estava usando anteriormente, mas ver ele até mesmo ruborizar, fez ela própria ter que baixar a cabeça para conseguir segurar um sorriso pela situação, voltou o olhar enquanto assentia com a cabeça.“ eu quero. ” respondeu com um tom calmo, também para mostrar que estava tudo bem. “ vai ser melhor na verdade, assim é mais fácil delas ficarem bem, ” ayla não estava em seu melhor estado para algo depender dela, mesmo que esse algo fosse apenas plantas, era mais uma limitação que ela mesma colocou em si, do que realmente conseguiria. “ e em pagamento eu posso te oferecer comida! um almoço, café, janta. enfim, a hora que você vier. ” concluiu levantando os ombros, sabia que ele não iria pedir um pagamento propriamente dito, por isso não falou demonstrando preocupação, mas sim de forma convidativa, queria retribuir com algo que estava em seu alcance, além de ter sido educada por sua mãe para sempre receber visitas com comidas frescas, assim como enviar comidas para vizinhos caso precisasse como agradecimento ou mesmo pedido de desculpas. essa era uma das poucas coisas que aprendeu e foi cobrada por sua mãe, que realmente gostava de fazer.
não conseguia demonstrar o quanto estava agradecida quando ele aceitou de bom grado a colocar a cortina, o comentário leve dele, ajudando a fazer respirar mais aliviada. “ nem me fale. ” revirou os olhos para si mesma por ter medo de algo tão natural quanto a noite, nem sabia do que exatamente tinha medo, talvez fosse apenas do sentimento que ela lhe causava, afinal, foi em uma noite como aquela, céu estrelado, a lua brilhante, que tudo aconteceu. para esperar, apoiou um joelho no sofá, não quis sentar, pois era rude estar sentada enquanto alguém faz algo para você, começou a prestar atenção nele colocando a cortina, nos movimentos que fazia, onde percebeu as mãos dele trêmulas, franziu o cenho por um momento, mas não demorou para se ocupar com outra coisa, com a pergunta simples, mas comprometedora dele.
seu rosto fechou e o corpo ficou mais tenso, até voltou a endireitar o corpo com as duas pernas no chão, por sorte justin estava de costas. “ manhattan. ” respondeu de onde veio para concordar com a primeira parte, soando casual, não queria transparecer nada que pudesse parecer estranho, mas demorou para responder o resto e então escutava ele novamente, felizmente ele cortou o clima que começou a sentir pesado em volta de si, com a piada. ayla deixou uma risada leve. “ eu não sou uma criminosa. ” falou de forma humorada. precisava ser verdadeira se ela quisesse ter alguma conexão com ele, ao menos, o mais verdadeira que podia. “ eu... ” tentou começar e respirou fundo. “ eu queria me distanciar um pouco de onde sempre vivi. ” mexia com as mãos sem parar a fim de se concentrar. “ depois de umas coisas... perdas. ” falou o final mais baixo do que antes, sentindo um nó na garganta por falar disso com ele. “ precisava começar de novo e acabei parando aqui, parecia ser bom e é novos ares... mesmo que ainda seja ares de nova york. ” ficou satisfeita com sua resposta, não mentiu em nenhum momento, queria se distanciar, estava procurando lugares para isso, apenas omitiu o fato de que calhou de encontrar um apartamento para alugar no mesmo prédio que ele e que sabia que ele morava ali, sendo esse o seu motivo de escolha. para não focar apenas no porquê ayla tinha se mudado, quis devolver a pergunta, com a mesma brincadeira que ele fez, tentando deixar um tanto mais descontraído por saber onde estava pisando com aquele assunto. “ e você? por que se mudou pra cá? ou é um criminoso que aproveita dos novos moradores pra roubar caixas sem que percebam? ” semicerrou os olhos para ele como em uma acusação. “ eu não tenho nada de muito valioso, então... ” deu de ombros.
os olhos que antes acompanhavam as mãos trêmulas colocar a cortina, seguiram para elas sendo postas nos bolsos, só então se deu conta que mais cedo na frente do prédio, elas também estavam guardadas. decidiu, no entanto, não perguntar nada sobre isso, não era o momento de ser indelicada ao questionar algo que pudesse ser pessoal ou apenas um costume dele, fazendo parecer que ela estava cuidando demais de suas manias. em vez disso, levantou o olhar, um sorriso divertido moldava seus lábios com a pergunta. “ não lembro de nada em específico agora, você fez um bom trabalho, se quiser voltar pra casa pra descansar, 'tá liberado, mas tenho mais caixas pra ir arrumando, se quiser ficar pra fazer companhia, fique a vontade. ” em seu âmago, torcia para que ele ficasse, estava sendo muito menos estressante a mudança desde que ele apareceu, estava até mesmo se divertindo com ele, além de ela realmente fazer algo na casa e não apenas se jogar no meio da mudança e esperar até o outro dia.
17 notes
·
View notes
Text
estava tão solitário que parecia ter aprendido uma segunda língua, uma só falada quando ele podia - com sua recém descoberta intuição - ver a solidão se agarrando aos ossos de outro alguém. teve certeza de que aquele era o caso quando ayla parou na frente da sacada e recebeu o vento gélido como um acalento a alma, como se estivesse esperando ser levada pela brisa ou então - que o ar varresse com algum arrependimento. ele via claramente nas pessoas , tristeza, angústia, culpa ; tornou-se mais empático depois do acidente, pois o que o espelho refletia estava por todos os lados, não só nas sombras em suas paredes mas na mãe adolescente do andar debaixo , na senhora que perdeu o marido para o câncer dois apartamentos depois do seu , e no tatuador que não falava com a mãe fazia vinte anos. eram histórias que ouvia, e tentava fazer seu melhor em receber de braços abertos e sem julgamento . percebeu que não tinha dito nada, desde que ela foi ter seu momento abaixo da luz perolado da lua, e então limpou a garganta. ❛ ⎯⎯⎯⎯ tem que pegar as pessoas certas, mas elas geralmente não saem de casa, menos 'pra lavanderia ou 'pras reuniões. eu fui uma vez, e conheci muita gente legal. ⎯⎯⎯⎯ ❜ tinha sido importante para ele, ter saído de casa naquele única vez , para conhecer pessoas que voltou a visitar privadamente .
❛ ⎯⎯⎯⎯ entendo, ⎯⎯⎯��� ❜ não sabia se devia se prontificar para ajudar mas pensou no que laura faria . com certeza sairia de seu caminho para ajudar uma pessoa nova a se sentir confortável , ter um pouco de felicidade e cuidado em suas vidas , mesmo que fosse através das plantas e já tinha sido dito , ele adquiriu quase o super poder de dizer quando alguém precisava de um ombro amigo ou simplesmente algumas mudas de flores para preencher um tipo de vazio. ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu posso, bem, ⎯⎯⎯⎯ ❜ ainda sim, cambaleou sobre as palavras, gesticulando com as mãos, e até os braços. fazendo aquilo parecer muito mais sério do que realmente era. ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu posso vir aqui ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ deixou soar como uma questão , coçando a sobrancelha , o cenho se franzindo como se tivesse dito o nome do senhor em vão. ❛ ⎯⎯⎯⎯ se quiser ! ⎯⎯⎯⎯ ❜ ele prontamente emendou, seu tom ficando um pouco mais alto , o que causou suas bochechas a ruborizar . ❛ ⎯⎯⎯⎯ digo, se quiser, eu posso vir e ajudar com as plantas. ⎯⎯⎯⎯ ❜ finalmente concluiu, feliz que tinha dito uma frase normal ao redor dela . sobre ajudar, não havia problema para ele, já tendia a seu pequeno jardim fazia alguns meses e descobriu que gostava do trabalho , era onde suas mãos tremulas não faziam diferença . nada como segurar firme uma câmera, mas não sabia se um dia poderia fazer isso de novo.
❛ ⎯⎯⎯⎯ claro. ⎯⎯⎯⎯ ❜ pegou das mãos dela o tecido fino, seus dedos se tocando levemente, e foi até as portas para começar a fazer o que lhe foi pedido. ❛ ⎯⎯⎯⎯ é, são meio assustadoras quando 'tá de noite. ⎯⎯⎯⎯ ❜ riu - espera , riu ? sim, ele realmente deixou que um pequeno e contido riso lhe escapasse nasalado. não tinha feito aquilo há o que parecia ser uma eternidade. porém não se deixou demorar no momento, tinha uma tarefa em mãos. conforme colocava a cortina , se tornou um pouco mais curioso sobre ayla, e portanto resolveu perguntar : ❛ ⎯⎯⎯⎯ mas e você, é de nova york ? por que se mudou 'pra cá ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ os leves tremores de suas mãos eram evidentes agora, na maneira que se demorava mais em um fecho do que em outro , mas já não se sentia auto consciente na presença dela, ou tentava não se sentir. era o palpite de qualquer um porque estava tão confortável com aquela estranha, no espaço dela , onde ela o permitiu ficar. mas ao menos não estava sufocando , ao menos não estava batalhando com a própria mente e as mãos tremulas querendo alcançar as pílulas de uma vez só . por isto, já sentia-se infinitamente grato & que outra melhor razão precisava ?
❛ ⎯⎯⎯⎯ não precisa responder se não quiser. ⎯⎯⎯⎯ ❜ reassegurou, com suas costas viradas para ela ainda, os braços erguidos acima de si, para terminar com a cortina. ❛ ⎯⎯⎯⎯ mas seria bom saber se você não é um tipo de criminosa se escondendo . ⎯⎯⎯⎯ ❜ brincou - espera, brincou ? sim, pela primeira vez em meses, fez uma piada boba e se sentiu bem sobre isso . quando os panos estavam nos seus lugares, cobrindo o apartamento da escuridão da rua , justin se virou, e enfiou as mãos nos bolsos outra vez. ❛ ⎯⎯⎯⎯ mais alguma coisa, chefia ? ⎯⎯⎯⎯ ❜
às vezes ayla se perguntava o que seu irmão falaria caso visse as decisões que ela tomava, qual seria a piadinha que faria ela se irritar por apenas alguns segundos por saber que não era realmente uma crítica. apenas quando ele falava sobre como a vida da irmã era tediosa, que ela deveria aproveitar mais, viver mais. sua resposta para tariq era que graças a sua vida ser monótoma ele podia viver a dele tranquilamente, afinal ele sabia que ela sempre estava a postos para ajudar, até o dia que ayla não esteve... sentia falta das piadas, sentia falta dele, de ser constantemente tirada de sua zona de conforto com as implicâncias dele, sabia que eram brincadeiras, então não era tão ruim, era apenas uma relação de ter um irmão mais novo. tinha certeza que ouviria piadas para o resto da vida se ele fosse agora um fantasma em seu ouvido vendo ela fingir descaradamente que não conhecia justin e escolheu o lugar que iria se mudar apenas por saber que ele morava ali, tariq iria dizer que a situação dela estava tão critica que teve de ir atrás de um viúvo e ayla se irritaria totalmente por isso não ser uma verdade, não era o que queria, só queria se aproximar. no fim, talvez piada fosse uma boa definição, tudo aquilo não passava de uma piada de extremo mau gosto que ela mesmo estava fazendo.
ficou aliviada com a resposta dele, esperava que fosse um bom lugar, que não tinha se mudado para um ruim apenas por causa de uma pessoa, por causa dele. ponderou com a cabeça a informação que ele deu e por fim deu de ombros. “ nem todas pelo que pareceu. ” comentou ao pensar nos olhares irritados que recebeu, mas não podia os culpar, estavam provavelmente cansados de seus dias, da mesma forma como ela estava pelos últimas dias de trabalho e função de se mudar. “ sorte minha que você tenha chegado bem na hora. se não minha recepção aqui não teria sido das melhores ” sorriu de leve, considerava que tinha sido realmente sorte ter sido logo ele. franziu o cenho ao ouvir sobre as reuniões. “ você vai nelas? eu fui uma vez onde eu morava e acabei não indo mais... mas acho que pode ser bom ir agora. ” concluiu sozinha, uma vez por semana não era muito e poderia ser o essencial para ter algo para se distrair, fosse ao ver brigas na reunião, quanto gastar sua mente preocupada com as questões que eles levantariam em vez de seus problemas internos.
a pergunta seguinte a fez olhar confusa para justin até seguir o olhar dele e entender ao que se referia. “ ah! eu gosto... são lindas, mas eu não acho que eu saiba cuidar delas. ” nunca foi a pessoa que teve plantas em casa então não tinha contato. mesmo assim, se manteve olhando para a sacada e acabou andando até ela, abriu a porta e ficou parada em frente a ela. sentiu o ar gélido do início da noite e a escuridão que tomava conta, por um momento sua mente se perdeu do que estava fazendo, enquanto olhava aquele pedaço do apartamento vazio, frio e escuro, a sensação muito familiar consigo mesma, sentiu um calafrio percorrer. quase esqueceu que tinha alguém esperando por uma resposta, então balançou a cabeça para afastar os pensamentos como se acordasse de um transe. virou para justin e deu um sorriso evidentemente forçado. “ enfim, ” falou um tanto sem jeito, fechando a porta da sacada novamente. “ seria ótimo as mudas, não tenho nada pra colocar na sacada e... ela precisa de um pouco de vida, ” respondeu por fim, logo começou a olhar as caixas e seus rótulos procurando uma em específico. “ pelo menos se você tiver a paciência de me explicar como cuidar, talvez deixar anotado ou você... ” pode ficar vindo aqui me ajudar, era o que iria falar, mas achou a caixa que queria na hora, então deixou a frase incompleta. “ coloca essa cortina pra mim, por favor? ” pediu ao começar a tirar um tecido simples, mas grande o suficiente para a porta, de dentro da caixa. “ não gosto de portas e janelas de vidro de noite. ” decidiu o que explicar, de uma forma que aquela reação dela parecesse mais normal, mesmo que fosse uma verdade.
17 notes
·
View notes
Text
os remédios eram como drogas de seguir em frente - seus efeitos ? temporários. as vezes dormia toda a noite sem pesadelos , mas acordava atordoado, sozinho na cama em um lugar que não reconhecia , e a realidade o encontrava antes de estar pronto . laura estava morta, ele tinha se mudado, suas mãos tremiam . chorava nessas manhãs , e depois se sentia dormente. era quando percebia as sombras se agarrando as paredes e ao teto . opressivas, sufocantes, assustadoras. talvez fosse a verdade sobre fantasmas ; uma vez que começam a assombrar alguém , não paravam até que aquela pessoa se juntasse a eles no outro lado do véu , e justin - por mais vezes do que iria admitir - considerou essa possibilidade. apenas acabar com tudo e quem sabe, com alguma sorte, ver a noiva no final da existência. porém, não podia partir o coração da mãe daquela forma. pensa em como ela vibrava todas as vezes que ele fazia progresso na recuperação , como se não houvesse uma morte pairando sobre eles. de como o abraçava quando vinham os efeitos colaterais da medicação e ficava consigo até que o sono chegasse. america o amava mais que tudo, e o rapaz não poderia simplesmente a abandonar pois sabia bem a sensação de ser deixado sozinho no mundo.
quando recebeu a resposta positiva de ayla, seu sorriso tornou-se mais terno , mais grato. então ela não o mandaria embora para lidar com seu silencio ensurdecedor . queria dizer obrigada, mas como isso pareceria ? triste e patético, portanto se contentou com o curvar de lábios, não esperando que uma perfeita estranha entendesse o quanto significava para si, simplesmente ser um bom vizinho. fazer algo que o deixava sentindo-se útil , depois de por muito tempo ter a noção de que não tinha nada de bom a contribuir ou dizer. se calar e se isolar. era o que, ultimamente, fazia de melhor.
pegou uma das caixas rotuladas ' cozinha ' , e a levou para a bancada , começando a desempacotar a mesma . estava estranhamente tranquilo , não percebendo seus olhares furtivos, agora ou no elevador. nunca foi o mais perceptivo . ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ entregou os objetos para ela, percebendo que não havia muito - um tanto diferente das milhares de coisas quais a mãe encheu seu apartamento . ❛ ⎯⎯⎯⎯ não, pouco tempo. mas é um bom lugar. ⎯⎯⎯⎯ ❜ não era a cobertura de luxo que ganhou do avô, mas o que podia pagar com suas economias, insistindo que não voltaria a tocar o fundo financeiro da família, apesar da indignação dos dois. ❛ ⎯⎯⎯⎯ as pessoas se ajudam muito por aqui, ⎯⎯⎯⎯ ❜ era verdade, tinha sido chamado várias vezes para a reunião do prédio, onde aparentemente estavam se unindo contra o dono para impedir o aumento do aluguel e exigir o concerto dos aquecedores. ❛ ⎯⎯⎯⎯ tem uma reunião semanal dos tenentes, se tiver interessada. ⎯⎯⎯⎯ ❜ deu de ombros, talvez se ela fosse, ele também podia aparecer. sentia que ter uma colega da sua idade, sem cinco filhos para criar , seria bom. saia mais, interaja mais, volte a viver - era o que a terapeuta dizia.
olhando em volta do apartamento, seus olhos pararam na sacada, logo atrás das portas de vidro , e arqueou uma sobrancelha. como parecia vazia , nada como a bagunça de plantas na sua . ❛ ⎯⎯⎯⎯ você gosta de flores ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ perguntou de repente, virando-se para ela . ❛ ⎯⎯⎯⎯ eu tenho várias mudas no meu apartamento . pode colocar ali. ⎯⎯⎯⎯ ❜ e inclinou a cabeça , fazendo um gesto para o lugar .
“ o prazer é meu. ” respondeu e logo sorria para ele. não esperava que fosse oferecer ajuda, mas aceitou de bom grado, mesmo se tirasse o fato de que queria ter mais contato com ele, uma ajuda cairia muito bem naquele momento. assim fizeram, levaram todas as caixas e entre as idas e vindas, por vezes ayla observava ele discretamente, como se assim pudesse entender e conhecer ele. até o oferecer de ajuda de justin fez ela se questionar por um momento se ele sabia, se a conhecia e estava apenas fingindo que não, mas concluiu que era loucura isso, mesmo que fosse o que ela estivesse fazendo. provavelmente ele só era gentil, por isso a ajuda, de alguma forma isso fez ela ficar mais triste por ele. um homem gentil que perdeu o que devia ser mais importante pra ele.
respirou aliviada quando viu a última caixa entregue, lidou com o que faltava conversar com os entregadores e só após fechar a porta voltou sua atenção para dentro do apartamento, vendo que justin ainda estava ali e não apenas ido embora antes que pudesse ao menos se despedir. não conseguiu evitar um sorriso agradecido para ele. o escutar fez ela olhar pelo apartamento lotado de coisas, ayla não considerava ter muitas coisas, mas achava incrível como em uma mudança tudo parecia duplicar. mesmo que a pior parte de ter que lidar com todos aqueles homens tinha passado, o seu trabalho não estava perto de acabar com tantas caixas para desempacotar. caixas essas que levavam a sua vida, todas as suas coisas, objetos importantes, suas lembranças, fotos de sua família, de seu irmão, onde no momento nem sabia onde se encontrava em meio a tantas outras caixas.
entrelaçava os dedos das duas mãos, mexendo uns com os outros em um gesto que refletia uma agitação interna sempre presente em si. “ eu não quero abusar da tua boa vontade. ” falou primeiramente com um sorriso mínimo educado. tinha receio que justin pudesse achar que ela estava se aproveitando demais e depois não quisesse mais a ver. mas queria a ajuda e queria passar tempo com ele. “ mas se quiser mesmo, seria ótimo, tenho muita coisa pra fazer. ” ergueu as sobrancelhas e levantou os braços fazendo um gesto com as mãos para mostrar todas as caixas. “ me ajuda a ir tirando? vou colocando no lugar. ” perguntou e logo foi até um armário para começar a guardar nele. com aquela situação toda, conseguia sentir o gosto do que seria um sentimento de algo normal, apenas dois bons vizinhos arrumando uma casa, algo assim era muito mais do que ela estava acostumada em sentir, em comparação, quando ayla empacotou tudo para se mudar, era apenas ela, o silêncio de seu apartamento, a mente cheia e os cômodos vazios. após um tempo, se pegou olhando para ele por trás dos ombros por alguns segundos. “ você mora aqui faz tempo? ” perguntou, decidindo por fim tentar explorar um lado um pouco mais pessoal dele.
17 notes
·
View notes
Text
os últimos raios de sol conseguiram por um momento iluminar além da poluição e do cinza da cidade que nunca dormia diretamente na direção do rosto da mulher - o que devia ter sido um sinal. perigo, perigo, perigo ; mas ele apenas pensou que era interessante ser a final ventura da estrela em fogo no céu, sorrir diretamente para a outra. com certeza significava algo bom , ele imaginou tolamente. pela primeira vez em meses, sorriu de leve , um curvar de lábios descomprometido . aquela seria a perfeita oportunidade para uma foto , e ele nunca teria problema em pedir , se não fizesse o total de uma eternidade desde que pegou por último em uma de suas câmeras. não disse, no entanto, nada disto a ela. ❛ ⎯⎯⎯⎯ prazer, ayla. ⎯⎯⎯⎯ ❜ foi o que replicou simplesmente , vendo de canto de olho, vizinhos bravos pisando ao redor das caixas. ❛ ⎯⎯⎯⎯ quer ajuda ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ embora suas mãos tremessem, já tinha recuperado a força dos braços - é psicológico, a terapeuta lhe dizia , mas não conseguia o concertar então porque ele ainda a via ? por vezes, achava que era só sua maneira de manter a família feliz. mostrar que estava tentando melhorar. ❛ ⎯⎯⎯⎯ onze b, certo ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ se aproximou de um dos trabalhadores mal encarados e pegou uma das caixas de suas mãos, com uma sobrancelha arqueada , se perguntando se estaria disposto a lhe deixar ajudar. mas o outro cedeu com facilidade, realmente deviam estar cansados de fazer aquela mudança , pensou consigo mesmo ao que a escuridão recaía por nova york.
❛ ⎯⎯⎯⎯ vamos lá. ⎯⎯⎯⎯ ❜ sorriu novamente, cordial e puro, se colocando no caminho do elevador de serviço , o que fez algumas outras vezes , acompanhado pelos homens, deixando tudo dentro do apartamento vazio , que logo se preenchia por coisas ainda não abertas e empilhadas. esperou que ela terminasse de se arranjar com o que parecia ser o chefe deles, e passou ligeiramente os olhos pela bagunça .
❛ ⎯⎯⎯⎯ quer alguma ajuda 'pra arrumar tudo isso ? ⎯⎯⎯⎯ ❜ podia parecer liberdade demais para se tomar com uma completa estranha e possivelmente era mesmo, mas a própria casa estava recolhida nas sombras se agarrando as paredes , que se moviam toda vez que ele saia de um cômodo para o outro , ameaçando o sufocar. ❛ ⎯⎯⎯⎯ não tenho nada rolando hoje, ⎯⎯⎯⎯ ❜ como não tinha na maioria dos dias desde o acidente, sua vida e seu tempo sendo parados de forma abrupta e trágica. ❛ ⎯⎯⎯⎯ mas claro, se preferir ficar sozinha, eu entendo. ⎯⎯⎯⎯ ❜ completou, gesticulando para a porta , mostrando que poderia se retirar se fosse o que ela quisesse. parte dele queria que não fosse, que aquela perfeita estranha lhe desse um alivio necessário de seus fantasmas, mesmo por uma ou duas horas - qualquer fosse o tempo que levariam para terminar a mudança. já a outra parte, queria que ela o mandasse embora para confrontar seus medos , o que no final, não faria e se deixaria levar pelos remédios para dormir e os anti depressivos , sempre como um ponto de interrogação no final de uma mesa , provocando : ' não resolveu sobreviver ? agora viva com isso ' .
uma mudança talvez fosse o que ayla precisava, ao menos estava tentando se apegar a essa ideia. ir para mais distante dos pais, mesmo que ainda na mesma cidade, talvez iria camuflar a distância que eles já tinham dela e assim doeria menos. poder tentar alguma coisa, qualquer uma que estivesse ao seu alcance para amenizar todos os acontecimentos, talvez poderia ajudar em algo. se isso acontecesse talvez poderia ficar em paz e seguir com sua vida, conseguiria dormir por uma noite completa sem pesadelos, iria escutar dos pais que estão com saudades e para ela visitar mais vezes e não precisaria escutar de novo e de novo o "se você não tivesse sido egoísta, ele estaria aqui agora". ayla se agarrou a todos esses talvez em uma medida esperançosa e desesperada de poder viver sua própria vida.
por esse motivo estava agora se mudando para o mesmo prédio que uma das vítimas do acidente de carro de seu irmão. se ela pudesse fazer algo para ajudar. respirou fundo muitas vezes enquanto o caminhão era descarregado, mandava algumas ordens de cuidado com as caixas com conteúdo frágil, recebia olhares tortos tanto dos homens trabalhando quanto de alguns moradores que entraram ou saíram. queria apenas terminar aquilo logo para entrar e poder chorar sozinha até ter forças de arrumar tudo no apartamento novo.
percebeu alguém se aproximando e só então levou sua atenção para ela. sentiu sua respiração falhar ao ver o rosto que já tinha visto em fotos o suficiente para reconhecer, a pessoa pela qual ela estava se mudando para aquele prédio. não esperava que a primeira pessoa do lugar que iria conversar seria ele, principalmente porque tinha acabado de chegar, queria ter se preparado melhor antes de entrar em contato. se ousasse, diria que era destino, mas não acreditava nisso, não queria acreditar que destino existia, pois se sim, ele seria cruel demais com as pessoas. “ justin.” repetiu o nome conhecido como se fosse a primeira vez que escutou e queria guardar na memória. “ ayla, onze b. ” se apresentou e em seguida com a pergunta, soltou o ar cansada e assentiu com a cabeça. “ é, no processo da mudança. ” seu olhar percorria os homens que pegavam mais caixas para levar, não fazia ideia de quando iria conseguir arrumar tudo dentro do apartamento e completar a mudança. “ desculpa a bagunça aqui na frente, o horário é ruim, mas foi quando eu consegui. ” se explicou com sinceridade e deixou um pequeno sorriso ao pensar em uma oportunidade. “ pode deixar que vou fazer algo para compensar e entrego no seu apartamento. quatorze a, não vou esquecer. ”
17 notes
·
View notes