#[[ era pra ser um paragrafo e uma frase de efeito mas olha onde cheguei ??? ]]

[ginnosaya-a]

@franespace   ;   mass effect 2 sentence starters.   )

aquela frase fica no ar por um tempo, ela nem mesmo olha para ele nos segundos que a precedem------não há mais ninguém naquela parte da normandy além dos dois, o timbre da voz dele ecoa dentro contra as paredes metálicas da nave e reverberam com uma intimidade pouco permitida durante a execução do dever. não se trata de um general falando de forma impessoal com um soldado, mas de um comandante que, ela sabe, preza pelas pessoas que servem ao lado dele, que vê cada um dos residentes daquela nave como uma engrenagem importante para que seus objetivos em comum sejam alcançados. e, talvez, dentre todas as outras coisas, seja isso o que ela mais gosta sobre ele. 

maya  ( a phantom, ela precisa repetir pra si mesma, um dos vários e muitos outros soldados daquela nave que está ali puramente para executar uma tarefa )  respira fundo e então se vira para ele. o par de turmalinas aneladas o fuzila de imediato, refletindo com rispidez a natureza de sua personalidade. ela é uma arma, uma lâmina forjada para a batalha, não há tempo nem espaço para sentimentalismo. mas àquela altura do campeonato, depois de todas as coisas que eles enfrentaram, depois de tudo o que foi dito e feito, fica cada vez mais e mais difícil para ela olhar para ele apenas como alguém a quem ela deve obediência. é um esforço diário, um mantra que ela repete todas as vezes em que desperta e a cada momento que se recolhe para dormir.

comandante. comandante. comandante.  ela é uma arma, ela é um soldado. dever, honra.

     (  ... respire. foque. corte.  )

e ainda assim ele está ali, olhando para ela, lhe dizendo que deposita sobre ela sua mais profunda confiança. é um voto muito profundo, é um compromisso muito profundo. confiar sua vida a alguém, confiar que aquela pessoa vai te proteger, que ela vai estar do seu lado quando a hora chegar, que ela vai te acompanhar através do vale da sombra da morte e dar a própria vida em troca da sua------é uma marca invisível que se cria e que, para aqueles que vivem sob a bandeira da honra  ( como ela, cujos preceitos dos samurais são e foram passados de geração em geração mesmo quando o céu deixou de ser o limite )  é um laço que vai ligá-la àquela pessoa para sempre.

ela caminha na direção dele, sob o som suave de sua armadura batendo compassadamente contra o metal do chão da nave, e pára a poucos centímetros de seu soberano designado. apesar de sua postura imponente como guerreira, jamie é mais alto ; ela precisa erguer o rosto suavemente para continuar fitando o dele. a mão desnuda retira a espada da bainha lentamente  ( a antiga, que ela se reserva a carregar meramente como um presente passado através dos anos pela sua família, talvez a única coisa que ainda reste dos natsume ) , como uma dança misteriosa, tradicional e enigmática. a lâmina faz barulho quando raspa na bainha, e brilha conforme a luz da lâmpada da sala bate sobre ela. o fio perfeitamente cortante repousa sobre a ombreira armadurada de seu superior  ( e alvo da mais pura devoção e agora assumido amor )  enquanto ela se propõe a dar início a um ritual antigo, mas que ela respeita, executado pelos seus ancestrais através dos séculos:

‘  eu, maya natsume, juro minha lealdade a você, comandante shepard, assim como minha carne, meu sangue e minha espada, que uma vez percorreu caminhos distantes e sinuosos. diante de um, dois, ou três inimigos, não fugirei, colocar-me-ei entre você e as forquilhas de ferro. serei a guia à sua frente, o escudo em sua mão e a espada em seu cinto, enquanto as sombras caminharem ao seu redor.  ’   uma pausa.   ‘  minha lâmina pertence a você, e apenas a você, daqui em diante.  ’

ao final do juramento, que já tinha sido executado algumas vezes ao longo da história de sua família mas que, pelas mãos dela, é a primeira vez, maya guarda a espada antiga e deixa a sala, em silêncio, quieta, como um tsuru solitário que finalmente encontrou o lar.