segundadecada
Segunda Decada
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segundadecada · 9 years ago
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Ocupando Brasil: esses movimentos querendo mudar as cidades 1/2 Seis de Abril em Agosto
Quando chegamos no acampamento na quinta-feira 20 de agosto, por volta de meio- dia, estava deserto. Contrariamente à semana anterior, não dava para ver ninguém de fora. Só encontramos gente na cozinha de apoio, que foi criada no mesmo dia que o terreno foi tomado, mas que não estava sendo mais usada. O acampamento tinha mudado bastante, muitas barracas tinham sido levantadas pelas 300 famílias que chegaram desde o início. A barraca da coordenação e a “brinquedoteca” estavam prontas; estruturas de madeira estavam montadas e o interior bem ajeitado, com cortinas nas janelas. Tinha também uma enfermaria. Lá dentro, três homens terminavam de construir a cozinha do Grupo 1 e dois estudantes cavavam um banheiro seco mais longe. Não tinha ninguém; estavam todos a caminho do centro do Rio, para o ato contra o impeachment.
A ocupação Seis de Abril 2010 foi criada na madrugada da sexta pra sábado 8 de agosto, organizada pelo MTST – o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto. Cem famílias ocuparam um terreno em Niterói, no Largo da Batalha, na valorizada região oceânicas. No final, mais de 700 famílias ocuparam, com um mesmo objetivo: conseguir a casa própria. Em sua maioria as famílias são de comunidades próximas. Uma delas é a favela do Bumba, que sofreu graves deslizamentos em 2010, por causa de fortes chuvas. O acampamento foi nomeado em memória do evento, pois os que tomaram o terreno são originários de lá. Muitos perderam a casa e viveram num abrigo alguns anos depois a catástrofe; outros ficaram nos barracos que resistiram, em área de risco. O MTST foi ao encontro dos moradores; de boca em boca, reuniões, “zap-zaps”, panfletos, mobilizaram várias famílias pra entrar na luta pela moradia digna.
Pô, tô com uma proposta... E ai começou a passar./Me interessei, tanto que estou aqui, porque acredito que daqui já vou sair com minha chave garantida, não só eu mas todo mundo! E daí foram chegando mais e mais, todos os dias novas famílias entrando. História de quem passou na frente, viu o movimento, as bandeiras, chamou a família, os amigos, os colegas.
Eu passei e vi uma faixa. Jogaram uma coisa no Zap, comunicando que teria isso aqui. Vem cá, olha só, vão ceder a terra aí, sem-terra e tal. Ai vim, conferi se era verdade, experimentar.
Conheci uma mulher, a Marta, uma veterana do MTST. No acampamento, participava da coordenação, ajudava na recepção das famílias, disponibilizando a força que ganhou através da experiência no movimento. Fez parte dos moradores do Bumba que perderam a casa em 2010 por causa dos deslizamentos. Morou uns anos no abrigo em Santa Cruz providenciado pela prefeitura, junto com outras vítimas. Mas para ela, foi
mais uma prisão do que um refúgio; me contou das péssimas condições de higiene, de alimentação, desesperada sobretudo pelo trato de criminosos que recebiam. Com isso, aos poucos foi entrando no movimento e hoje está convencida que a luta se faz necessária para morar com dignidade, em um sistema que se sustenta no déficit habitacional da cidade capitalista. Moradia digna é diferente de um barraco em área de risco, de um colchão de favor na casa dos familiares, de um aluguel que não permite fechar as contas no final do mês. Faxineira, motorista de ônibus, pedreiro, servente de padaria; acidentados, aposentados; crianças, escola, comida, transporte, aluguel, contas, impostos. Mil reais por mês? Esquece o seguro-médico.
Vagabundos!
Todo mundo participa da vida do acampamento com o que for possível; montar as barracas individuais e coletivas, na limpeza, na cozinha, trazer uma comida, um biscoito. Ajudar com que puder. Existe sim uma divisão organizacional – mas não hierárquica – em coletivos, que chamam de setores. Cada um cuida de uma parte da mobilização: organização interna, comunicação, infraestrutura, segurança, autodefesa. A ocupação fica na beira da estrada Cruz Nunes, em Niterói, que da acesso às praias oceânicas, numa área onde floresce a especulação imobiliária, onde os condomínios se espalham. Não faltam ocasiões nas quais passa um carro xingando os moradores de “vagabundo”, “vai trabalhar”. Um clima tenso pesa na ocupação, e o medo de serem atacados ou mesmo invadidos, de alguém botar fogo nas barracas no meio da noite, como tem acontecido na ocupação Zumbi dos Palmares, em 2014. O acampamento é dividido em dois grupos, cada um com sua cozinha, seu banheiro e sua coordenação interna. Na coordenação geral da ocupação tem tanto acampados quanto militantes do MTST, como o Guilherme, que veio de São Paulo alguns anos atrás para participar do fortalecimento do movimento no Rio. Me explicou o processo de preparação da ocupação: ir nas comunidades, mobilizar as famílias com mais necessidades, organizar reuniões e distribuir panfletos. Basicamente, a ocupação nasce e cresce do boca em boca. Na privacidade das casas se conscientizam as pessoas, o direito à moradia forma vida e lutar por ele se torna a mais sensata opção. O MTST trabalha pela toma de consciência da classe trabalhadora e pela luta contra a cidade capitalista, onde moradia é mercadoria. Me explicou porquê o MTST tem escolhido especificamente esse terreno:
A gente achou, por ter contato com famílias de muitas das comunidades do entorno, ocupar um terreno nesta região. Além de proporcionar a essas famílias a possibilidade de ocupar um terreno mais ou menos próximo da sua origem, a gente também proporciona um conflito com o capital imobiliário. Isso faz parte dos princípios do MTST, pra denunciar, para tornar pública essa segregação e essa disputa que se configura nas cidades.
Pela localização da ocupação, o movimento teve uma grande força na negociação com os poderes públicos. Pressionado pela elite niteroiense, que devia achar aquilo uma coisa horrorosa, o governo ficou disposto a negociar rapidamente, e o acampamento foi desmontado um mês depois, no início de setembro. Mas isso não significa que a
mobilização tenha terminado, pelo contrário, a ocupação foi só o início da luta. As famílias continuam mobilizadas nas comunidades, se reúnem em assembleias, à espera da próxima ação. Qual objetivo? A construção de mil moradias através do Minha Casa Minha Vida Entidades (MCMV). Essa modalidade permite que o movimento gerencie o projeto de forma autônoma, escolhendo a assessoria técnica e contratando a empreiteira. No programa MCMV comum, todo o processo está nas mãos das construtoras, geralmente orientadas mais pelo lucro do empreendimento que pela qualidade da moradia, o que resulta em condomínios afastados dos centros urbanos, sem infraestrutura, apartamentos pequenos e material barato, como Guilherme disse:
Terreno mais barato, mais precário; quando menor o apartamento, menos material, mais lucro. Existe lá uma brechinha chamada Entidades [...] contratamos a construtora para executar o nosso projeto, ela não tem autonomia. Obviamente ela tem lucro, mas ela não tem a autonomia que ela teria de reduzir tamanho, reduzir qualidade de material para lucrar mais. As famílias também participam de algumas etapas do projeto.
A ocupação Seis de Abril é a segunda importante ação do MTST no estado do Rio, desde sua reestruturação em 2011. O ano passado, a ocupação Zumbi dos Palmares em São Gonçalo fez um grande sucesso, e permitiu essa nova mobilização. A luta não será simples nem curta, mas o objetivo é claro: construção de moradia popular de qualidade. As lutas atuais seguem o exemplo do condomínio João Cândido no estado de São Paulo, conquistado após 10 anos de luta, ocupações, manifestações e bloqueios.
Setembro 2015
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segundadecada · 9 years ago
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el gym
Se quitó la ropa y se miró al espejo. Le gustó la línea trazada por su abdomen a la altura de su pelvis. Le gustaron sus ombros anchos y fuertes y su pecho marcado. Sí que valia la pena gasta un tercio de su salario en el gym. Se dio la vuelta y miró sus nalgas firmes, el músculo que delineaba su espalda en la longitud. Se sintió completo en su condición de masculina. Era un macho de verdad. Sí que valía la pena.
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segundadecada · 9 years ago
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noches felinas
Las noches, del silencio a veces nacen sonidos. Mi barrio es muy tranquilo y no se suele escuchar nada, aparte de ladridos lejanos, o los ocasionales coches que suben por la calle. Mi ventana está justo en la esquina del edificio y se oyen los rastros de conversaciones de los pasantes. De madrugada me despiertan los pájaros amaneciendo, y hoy, está lloviendo. Varias veces por semana me entero del partido fut de la cancha del barrio; gritos de victoria y de afición. Este domingo, los partidos duraron toda la tarde y la emoción no cesó. Otras veces, se escucha la detonación de cohetes, o tiros de las favelas vecinas, como en tiempos de guerra. Mas luego cae de nuevo el silencio y con él, el chiflido de los bichos nocturnos. La violencia sólo es pasajera.
Pero hay algo que si interrumpe todas mis noches, y es el gato en celo del vecino. No hay un día que no lo oiga maullar como el infierno, llorando como bebé de su llanto de amor felino. Sale cuando cae el sol y ocupa el patio hasta el día siguiente, llamando desesperadamente una eventual pareja, igualmente desesperada.
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segundadecada · 9 years ago
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lunes
Existían momentos en los que la alcanzaba la soledad. Como cuando cenaba sola en frente de la computadora, absorta por la inmensidad de la web, buscando algo interesante para entretenerse. Un porro apagado a medias yacía en el cenicero. Como de costumbre, se desplegaban varios hipervínculos de frente a su ordenador. Su frustración inevitablemente desembocaba en varios minutos perdidos en Facebook.
A menudo, sentía soledad haciendo los quehaceres de la casa; lavando trastes, cortando zanahoria, tendiendo ropa. Se acordaba de personas olvidadas de su vida pasada de la ciudad y se interrogaba sobre sus existencias, imaginaba lo que se habrían vuelto. Extrañeza causaba recordar la bestia urbana en esa casa, con vista al mar. Pensaba también en sus amigos que estaban en Europa, viviendo su vida de europeos, gozando de la juventud. Y ella estaba en su balcón, viendo las luces del atardecer, la ciudad y más lejos, el mar.
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segundadecada · 9 years ago
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segundadecada · 10 years ago
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Recorridos urbanos. Tlatelolco.
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Tlatelolco es una palabra, un nombre, que por sí sola evoca grandes fechas que hicieron historia, de los cuales es difícilmente disociable. 1425. 1968. 1985. 
La cultura popular justifica el peso de los acontecimientos con la creencia que cuando la Tierra prueba una vez la sangre, seguirá exigiéndosela a los hombres.
Hija grandiosa del modernismo mexicano, del milagro económico, Tlatelolco se moldeó con los rasgos de la corriente hegemónica de los años 1950 pero con carácter mexicano. Grandes arquitectos associados al poder, Mario Pani y Pedro Ramírez Vásquez, crearon dentro de los paradigmas modernistas ese formidable conjunto habitacional, marcando con más una pieza de monumentales proporciones la grande obra de infraestructura pos-revolucionaria.
Mil viviendas dentro de una superficie de 940 mil metro cuadrados, entre las avenidas Reforma e Insurgentes; en el corazón de la ciudad y directamente conectado con Universidad por la línea verde del metro.(Dato curioso: su estación es la única de la ciudad que posee una sola salida). Entre los 70 edificios, son numerosos los que resaltan por portar le nombre de fechas, de estados, de los héroes de la nación, como en un gran ejercicio de la identidad mexicana. El presidente López Mateos, al ser el ejecutor de la planificación, se concedió el privilegio de invitarse a esa celebración patriótica bautizando el resultado con su proprio nombre. Cuando se deambula por el conjunto urbano presidente Adolfo López Mateos, se camina entre Juárez e Hidalgo, pasando frente al 15 de Septiembre y Revolución de 1910; leemos Coahuila, Sonora, Veracruz como en una oda dedicada a la Patria, una proyección espacial del México moderno. Al asociar su nombre con estos últimos, el mandatario se colocó como descendiente y heredero de los edificadores de México, asegurando hábilmente su lugar en la eternidad de la memoria nacional.
Entre tanto eventos, retratados o vividos, e ilustres personajes, cuando se anda por Tlatelolco se siente la historia a flor de piel, que eriza los pelos del visitante. Pero Tlatelolco no es un espacio inmóvil atrapado en esa historicidad tan cargada, ni unas torres de concreto ventilados por lánguidos canales arbolados. A pesar de sus aires de Panteón, con sus grandes nombres y eventos, la vida brota y persiste al pie de los edificios, a la escala de sus habitantes cuya identidad también - y sobre todo - la tejió el cotidiano, el vivido, las experiencias de una comunidad que se fue formando con las tres generaciones que han habitado el conjunto desde su inauguración. Se tiende a congelar Tlatelolco dentro de su pasado histórico, que tanto peso tiene, olvidando o despreciando su participación en el presente. También, se tiende a reducir Tlatelolco al área de la plaza de las Tres Culturas y el Centro Cultural Universitário; quien los visita pocas veces se adentra en el complejo, perdiendo la ocasión de descubrir un raro espécimen de urbanización modernista exitosa.
A primera vista, con sus barras de concreto y sus curvas de pos-guerra, sus volúmenes impresionantes que rompen con la ciudad que la rodea - la Guerrero, Tepito, el Centro - el conjunto es la imagen misma de la carta de Atenas. Cercados de avenidas, los andenes peatonales son pasadizos de frescura arbolada distintos de las vías automóviles de traslado de alta velocidad que rodean el conjunto. Sin embargo, esos corredores peatonales, en oposición a las autopistas urbanas, son la única especialización del espacio - principio mayor del urbanismo modernista que concibe la ciudad como una “máquina de habitar” - que se encuentra en Tlatelolco. Contrariamente a las experiencias urbanas de la época y corriente, en el conjunto habitacional se incluyeron una multiplicidad de actividades que son lo que hoy parecen darle tanta vida al complejo, que rima simplemente con el éxito del proyecto.
La calidad de vida tlatelolca parece ser muy agradable, puesto que “quien vive ahí no necesita salir”, en las palabras de una vecina: abajo de mi edificio está mi peluquero, en el de en frente la tiendita, y en la área siguiente los supermercados; loncherías, tortas, abarrotes, restaurantes y cafés. Sin olvidar el tan mexicano comercio informal y su miscelánea de puestitos y demás negocios de banqueta. Destacan los numerosos servicios públicos : clínicas, hospitales, guarderías, escuelas y secundarias.  Además de los corredores verdes, tan adecuados para salir a correr, existen varios espacios dedicados al deporte repartidos en el área, como las famosas “canchitas”, un lugar que concentra varios terrenos de futbol y de basket. La cultura no está por fuera, pues Tlatelolco no sólo posee su Centro Cultural, el CCUT, un sitio prehispánico y colonial, sino también vários teatros y otros espacios disponibles para el arte; sin olvidar las iglesias que completan este paisaje de la diversidad. Pero lo mejor, es que mismo si todo lo encuentra en su barrio, el tlatelolca tiene la posibilidad de rápidamente “salir” a la ciudad gracias a los transportes que lo conectan a ella. La densa red de actividades y comercios sin duda son los que le dan la vida a Tlatelolco; paradójicamente, es en esta obra modernista que se confirman los principios y virtudes por los cuales Jane Jacobs militó en la década de los 50 en Estados Unidos: la vitalidad del downtown, del centro histórico, en oposición a las grandes reformas que, al separar los usos de la ciudad, la vaciaron de su contenido, de su vida, de su espontaneidad. Diversidad de actividades y de prácticas del espacio urbano que estimulan su uso, el salir a las calles, el estar fuera, haciendo parte de lo colectivo.
Lo que justamente no falta en Tlatelolco es la espontaneidad. Los espacios exteriores aparecen estar en constante apropiación por parte de sus habitantes; los tlatelolcas aparentan dedicarse al arte de habitar su espacio, en el sentido heideggeriano de “dwelling”, de habitar como sentirse en casa, tanto social, espiritual y ecológicamente; cada rincón, cada avenida gana un uso específico según el momento del día. Observé numerosas escenas que por sí solas expresan la gran sintonía entre los locales y su barrio. Los corredores son el constante escenario de pasajes y errabundeos, prácticas esenciales del habitar, momento primero de contacto y sintonía entre una persona y su alrededor. Footings por las mañanas, paseos con los perros, recorridos de bicicletas, caminatas en grupo o en parejaj de ancianos, amas de casa, enamorados o amigos. En el área de juegos infantiles, nos encontramos con cirqueros que aprovecharon de la estructura de los columpios para colgar aros y telas. La Plaza de las Tres Culturas se vuelve los sábados amplo terreno de fut. El espacio lo moldean los hábitos que se hacen de él, sin que forzosamente se intervenga la materia.
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Sorpresa es lo que Tlatelolco me hizo sentir: encontrar en el corazón de este conjunto-meca del modernismo racional, los pilares de lo que vuelven la vida urbana interesante y atractiva. Evidentemente, defectos los hay; pero la ausencia de vida no es uno de ellos. Me fue particularmente chocante la visita que tuve la oportunidad de realizar en el conjunto habitacional Valdariosa, en el municipio de Queimados en la zona metropolitana de Rio de Janeiro. Proyecto piloto del programa “Minha Casa, Minha Vida” (mi casa, mi vida), iniciado durante el primer mandato de la presidenta Dilma Roussef, cuyo objetivo es darle oportunidad a las familias más pobres de adquirir un bien inmobiliario, Valdariosa es una desoladora imagen del desinterés de la política, que calificaría, de “hacer las cosas bien”. 1000 viviendas, cerca de 6000 habitantes, Valdariosa no es más que un terreno sembrado de edificios de 5 pisos, coloridos para fingir que no es el lugar más deprimente que se puede imaginar. Lo que falta ahí es todo: no hay más que predios; no se concibieron espacios para eventuales locales comerciales; destacan por su ausencia los servicios públicos: no hay centros de salud, de deporte ni de ocio. Una única cancha de futbol de concreto y unos oxidados juegos para los niños. En un lugar marcado por altas tazas de madres-adolescentes (la edad media del primer hijo avecina los 16 años), no existe una sola guardería. Simplemente edificios, separados entre sí por un pasto quemado y andenes de dudosa existencia; los edificios son la única sombra para refugiarse durante el día del ardiente sol carioca, pues los árboles fueron talados para evitar comportamientos marginales bajo sus ramas, como el consumo de marihuana. Valdariosa es un escandaloso ejemplo de cómo la ausencia de un mínimo esfuerzo de planificación resulta en catastróficos espacios de marginalización de los más marginalizados, valga la redundancia. Tlatelolco, por lo contrario, es la imagen de lo que podría ser una planificación exitosa. La comparación de estos dos modelos tal vez parezca absurda, debido el desfase temporal, espacial, contextual entre estos proyectos. Sin embargo son la materialización de los efectos directamente perceptibles de la presencia o ausencia de la diversidad en un barrio. ¿Cuál es el propósito de un barrio en el que apenas se vive, cuyo ambiente es hostil a la realización de cualquier actividad fuera de casa? Actualmente en Valdariosa se está desarrollando un proyecto socio-ambiental llamado “MaisValdariosa” cuyo objetivo es incentivar el colectivo de habitantes y la apropiación del conjunto a través de la creación de huertas y hortalizas comunitarias y áreas de juego con materiales reciclados. El proyecto es una respuesta que nace del intento de remediar a la falla total de los poderes públicos que habilitaron la unidad habitacional.
La vida en la ciudad es mucho más orgánica de lo que parece; en Tlatelolco, a partir de una estructura que posibilitó la vida colectiva, brotaron las apropiaciones del lugar, se tejieron redes que, tres generaciones más tarde, prueban haber rendido fruto. La economía está al centro de la actividad pues genera intercambios, relaciones y encuentros y la cultura inserida en esas dinámicas contribuye igualmente al fortalecimiento de las redes de socialización de la ciudad a la escala del barrio. En Tlatelolco se habilitaron espacios para la implantación de esas actividades y los humanos se encargaron del resto, en un natural proceso de apropiación del lugar por sus habitantes.
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segundadecada · 10 years ago
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Lluvias de marzo
Aguas de marzo cerrando el verano. Gotas infinitas que limpian la roja oscuridad de la noche urbana. Agua y agua, cayendo del cielo, volivéndose corrientes dementes sobre el asfalto revelando la verdadera naturaleza salvaje de la ciudad, que se disfraza con tecnología y modernidad de “civilización”. Lluvias nocturnas que acompañan el sueño y sus sueños, banda sonora del paso entre los días. Que me recuerdan a tantas otras. Mismos trópicos pero hemisferios distintos, conos si fueran cada uno el reflejo del otro. Aquí, lluvia cálida cargada de mar, allá lluvia de alturas perfumada de contaminación. 
Noches lluviosas; se deshacen las nubes en una cortina de agua que me arrulla de familiaridad, transportándome a aquellas de agosto, cuando la ciudad se somete diariamente al húmedo capricho de la temporada. Cuando la intimidad de su murmullo sugiere el de las sábanas, confundiéndose la oscuridad de la hora con la del cuarto. Cae el temporal, el sueño, la noche y la oscuridad; aguaceros conmovedores en su discreta y tan repetida improvisación. Caen la lluvia y el cielo, y al hacerlo lavan el alma de sus humanas ilusiones, consagrando esta seguridad de ojos cerrados y cuerpo recostados dentro del latido mecedor de las gotas sobre la lámina. 
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segundadecada · 10 years ago
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No es elogio, es acoso. El cotidiano de las mujeres en la Ciudad de México.
- El día internacional de la mujer fue el evento que generó esta reflexión. Pero todos los días son ocasión para discutir un tema en el corazón de las adversidades que afrontamos a diario las mujeres en la Ciudad de México. -
Piropos y chiflidos.
La adolescencia, al traer consigo las libertades del crecer, fue el momento en el que me volví usuaria de mis calles; aprovechando de la suerte de vivir cerca de mi escuela, desarrollé el hábito de caminar como mediode transporte. Veinte minutos de trayecto por el agradable camellón arbolado de Polanco, una rutina envidiable y privilegiada cuando se vive en el monstruo urbano que es el DF. Al aprender el habitar la calle de mi barrio y de mi ciudad me familiaricé con sus ritos y códigos, como cualquier ciudadano en formación. Pero fue también cuando descubrí e integré aquellos que someten a las mujeres a una inevitable realidad, la del machismo en los espacios públicos.  La pubertad me condenó progresivamente a la condición del ser mujer; a la violencia de comentarios pasajeros lanzados desde coches y camiones; a los chiflidos desde algún lugar invisible; a las miradas y murmullos de seres quienes, por ser masculinos, tienen el derecho de reprimirte bajo su poder, propietarios del espacio, recordándote que como mujer tu lugar no es el de la calle. Habrá sido por niña, o por costumbre, pero me sometí, aceptando como irremediable la agresividad e inseguridad de esa constante sexualización de mi cuerpo, bajando la mirada y acelerando el paso.
Cuando se decide caminar por la Ciudad de México siendo mujer, se asume la eventualidad de uno de estos acontecimientos; no hay como protegernos, pues nuestro cuerpo es la simple condición para ser objeto de acoso. Si tenemos suerte, será sólo el clásico y anónimo “fiu fiu” proveniente de algún vehículo; pero los días más absurdos serán marcados por los desagradables toqueteos de la apretada hora pico del metro. Al igual que los ambulantes, los peseros, el tráfico y la contaminación, el acoso hace parte del cotidiano, hace parte de nuestra ciudad.
Los últimos meses vividos en Brasil - estoy en Rio de Janeiro desde agosto 2014 - me hicieron realizar a que punto la violencia sexual en los espacios públicos no es tanto un rasgo latino-americano como típicamente mexicano, y refleja el profundo machismo de nuestra sociedad, cuyas consecuencias se manifiestan en nuestras instituciones, relaciones y cotidiano. Y perpetúa tantos feminicidios. Es significativo que muchas veces se justifiquen esos comportamientos como prácticas de cortejo. A la vez que se minimiza la gravedad del acoso al negarlo como tal, contribuye a la poca consciencia que se tiene del problema. Pero cuando las sensaciones provocadas por aquello que se quiere hacer pasar como “coqueteo” son vergüenza, inseguridad, indignación o rabia[1] ¿de qué clase de seducción se trata?
Esta triste realidad, digna de las edades medias, tiene consecuencias directas sobre nuestra forma de habitar la ciudad. Hay una desigualdad estructural en el uso del espacio, con consecuencias directas en nuestra libertad de ir y venir. Los acosos y agresiones son el recuerdo constante de que no nos pertenece el espacio público; el castigo que la sociedad nos inflige por nuestra audacia de salir a la calle, por pretender ser un transeúnte más. Nos afecta en nuestro cotidiano en las más insignificantes decisiones; la ropa que vamos a vestir, las rutas que vamos a recorrer, los lugares que vamos a frecuentar, los medios en los que nos vamos a dislocar.
Recientemente, la artista neoyorkina Tatyana Fazlalizadeh trajo a México su proyecto “Stop Telling Women to Smile”; intervino el espacio urbano con retratos de chilangas acompañados de frases como “yo merezco ser respetada”, “¿quién te da el derecho de hostigarme?” para atacar el serio problema del acoso en la capital. Puso en marcha un primer paso para el combate de este: tomar consciencia de que hay un conflicto, de que nos afecta a todas. Es imprescindible que se discuta el hostigamiento y que contribuyamos  a que los capitalinos realicen la gravedad del asunto y sobre todo que no es algo normal, sino brutal.
No es elogio, es acoso.
[1] Patricia Gaytan Sánchez, “Acoso sexual en lugares públicos: estudio desde la Grounded Theory”, El Cotidiano, 2007, UAM Azcapotzalco.
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segundadecada · 10 years ago
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Lençois Maranhenses
Janeiro 2015
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segundadecada · 10 years ago
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Mercado Central, Fortaleza, CE, Brasil
Enero 2015
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segundadecada · 10 years ago
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Pescadora de Atins, MA, Brasil
Enero 2015
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segundadecada · 10 years ago
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São Paulo
São Paulo est tout ce que la définition de « grande ville » serait, si il y en avait une seule. Mais une ville est un imaginaire, un ensemble d´éléments que l’on a appris des films, des images, des livres et des vécus. La ville du futur, sans nom et identité, une modernité que l’on a projeté dans des grandes structures pour la soutenir, envisagée comme l’évolution du pouvoir de l’homme sur la matière. Aller vers le futur est devenu le défi pour l’homme de se surpasser dans la conquête de la nature ; et aujourd’hui l’horizon n’est pas là bas mais là haut, c’est Dieu que l’on veut coloniser des pointes de nos antennes. La modernité s’est figée dans la transformation de la matière et non de l’homme; il semble bien que l’humanité en chacun ne soit plus sujet d’évolution – espérons alors que l’homme puisse suivre le rythme de la chose et s’y adapter.
 Dans la ville X l’on attend des immeubles, des avenues ; la vie souterraine et accélérée du métro, celle bruyante des hélicos, l’anonymat de la masse multicolore, foule indéfinissable de mélanges mais unifiée face à la ville-monstre, hostile, géante et impénétrable. L’humanité se compresse entre le verre et l’acier car lorsque tout ce qui semble naturel a disparu, il ne reste plus que la peau de l’autre pour se prouver que l’on est bien hommes, organismes vivants et acteurs de cet espace. La vie est réduite à l’individu, chacun est le seul à pouvoir se prouver son existence dans un monde qui ne se soucie de la personne. La ville est devenue une machine autonome ; et son moteur continuera de tourner car des milliers d’éléments sont en mouvement en elle ; un nombre de personnes, une population abstraite, un chiffre – 20 millions – garantit  que la dynamique est devenue imparable. Mais dans le grandiose concert de la mégalomanie il y a ceux qui ont oublié d’être, qui n’ont su résister à la folie des grandeurs. Ce sont des âmes éteintes de s’être faites surpasser par la modernité imparable ; c’est une ville dévorante qui a achevé ceux qui n’ont pu la rationnaliser et ont été emportés par la destruction de leur corps, dans le vice et la dépendance, échoués à Crackolândia. L’armée de mendiants, souvent consumés par le crack et les dissolvants sont l’absurdité des extrêmes qui cohabitent dans la plus grande indifférence, car les marginalisés deviennent invisibles. Ils sont incorporés au paysage urbain qui les absorbe ; ils deviennent structurels, finissant par simplement faire partie des conséquences inévitables de la croissance, de la quête pour l’argent qui guide notre modernité. Un moindre mal pour un bien.
Mais alors que ces cadavres vivants sont le produit le plus parfait de notre monde ils sont considérés comme une maladie, l’on veut imaginer qu’ils nous sont étrangers, qu’ils sont un Autre envahisseur, une plaie étrangère qui viendrait d’ailleurs et non de nous-mêmes. Nous faisons pourtant partie du même ensemble et l’Autre ne serait si nous mêmes n’existions. La modernité à outrance de São Paulo a été trop rapide pour pouvoir gérer ses conséquences et tandis que les millions se multiplient pour ceux qui les possèdent, des cadavres habitent le quotidien au pied des gratte-ciels.
Cette foule de sans-abri, ces fous pour la plupart, existe paradoxalement aux dépens d’un système qui génère cette décadence. Les mendiants oubliés sont la plage où échouent les excès, toute la production inutile devenue déchet, le surplus que l’irresponsabilité de la croissance génère constamment. Car les vêtements des moradores de rua portent des grands noms : ce sont des marques, des banques, des gouvernements ; des goodies produits pour être distribués sans mesure, dans l’objectif d’éparpiller une image, un nom, un logo, un slogan. Leurs biens – collections d’objets récupérés divers, de la poupée au matelas – ont été les nôtres jusqu’à devenir indésirables. Ils ont été libérés dans l’environnement lorsque toute leur valeur a été épuisée, atterrissant ainsi dans les mains de ceux qui n’ont rien et ne valent rien, en bas de la hiérarchie du consumérisme. Ces populations sont le reflet et le produit d’un système qui consomme et grandit sans limiter les déchets de sa production. L’on ne mesure pas l’excès et l’on tente d’oublier ses conséquences négatives en les laissant dans l’ombre, dans l’espérance que l’équilibre précaire se maintiendra le plus de temps possible, retardant l’explosion potentielle qu’une rupture génèrerait.
  Dans les pays du Sud l’on se lamente sur notre situation en comparant notre réalité à son équivalence du Premier monde. L’Europe principalement est idéalisée comme étant tout ce l’on n’est pas ; tout y serait meilleur qu’ici. Le futur idéal se rapprocherait de ce vers quoi les pays développés tendent : moins de pauvreté, plus de sécurité, une classe politique honnête. Un bon État qui gouvernerait pour le bien de tous œuvrerait pour que les plus démunis aient accès à ce que le système peut offrir. En voyageant l’on pu comparer et réaliser que dans les pays développés, la misère sociale, sous des aspects différents, n’atteint pas les extrêmes ni les ampleurs de notre hémisphère ; la précarité, la pauvreté, la saleté et l’insécurité seraient les caractéristiques d’une réalité de laquelle l’on s’éloignerait par le développement, qui tendrait vers les modèles qui aujourd’hui pour beaucoup servent d’exemples.
Notre modernité en devenir se réaliserait dans l’élimination de cette précarité avec laquelle l’on doit cohabiter. Mais cette cohabitation se doit à que cette autre face fait partie de la même monnaie ; la misère urbaine est la contrepartie du développement incontrôlé, d’un mode de vie basé sur une consommation insoutenable. Notre réalité n’est pas seulement ce que l’on veut et aime voir, que l’on voudrait faire grandir. La modernisation n’est pas uniquement l’amélioration des éléments positifs de notre réalité dans l’espérance que les éléments négatifs disparaissent d’eux mêmes dans le mouvement de croissance et développement. Les mendiants et la pauvreté ne sont pas un retard du système, quelque chose qui ne devrait pas être ; ils font entièrement partie du système et au même titre que les tours de verre ils soutiennent et manifestent notre modernité en devenir. Les extrêmes sont indispensables au système que nous avons produit, une complémentarité s’exerce entre les pôles : tant que l’un ne sera pas limité l’autre ne saura l’être. L’indigence n’est pas un frein au développement puisqu’elle en fait partie, elle intègre pleinement le modèle de notre modernisation en devenir, elle fait partie des règles, des causes et des conséquences de notre univers basé sur ce cycle de consommation/production.
Portons un regard sur cet Autre qui nous définit en tant que société. La décadence de la vie humaine dans les rues de São Paulo est éloquente sur ce que la ville signifie, en tant qu’elle même et en tant que capitale économique du Brésil. Si bien des situations tout aussi précaires et similaires sont flagrantes dans d’autres villes brésiliennes – et in extenso d’Amérique latine – elles démontrent que le modèle que nous suivons dans sa mégalomanie est le cœur de cette décadence, celle d’un développement qui privilégie le capital sur la personne.
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segundadecada · 10 years ago
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segundadecada · 10 years ago
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Ayotzinapa, el drama de un Estado inexistente
43. Se pueden contar, se pueden visualizar, son un salón de clase, son una pequeña fiesta; es barecito lleno, un vagón del metro vacío. 43. La edad de tus padres. Tal vez la edad de los padres de los desparecidos del 26 de septiembre, esos estudiantes que fueron apagados por la violencia de nuestro país. Sin embargo no es como si fuera nuevo, no es como si no viéramos a diario números, conteo de muertes, de cuerpos, de vidas terminadas. Vemos cifras e imágenes, amarillismo cotidiano mexicano; la sangre y la violencia se han vuelto tan común que ya casi no nos conmueve, de tan lejana que parece. Es en el norte. O allá, en recónditas zonas de Guerrero o Michoacán. Es en aquellos lugares a los que nunca iremos porque ni cerca nos queda. Y no nos importa, por que ni nos afecta.
  Pero estos 43 fueron estudiantes. Al ser jóvenes entre 19 y 23 años las víctimas de la coalición narco-estado, una nueva frontera fue traspasada, un nuevo límite de tolerancia fue perturbado porque ahora parece difícil maquillar la muerte por ser “entre narcos”, restarle importancia y valor porque no son más una consecuencia inevitable de la guerra que se vive en el país, sino una violencia cuyo cañón está calculadamente apuntado hacia los civiles. Esta violencia es la del miedo, de la opresión, es la violencia que se encuentra cuando ya no hay más Estado para imponerse frente a la creciente fuerza del crimen organizado.
Desde el inicio del sexenio de Peña Nieto hubieron varias ocasiones en las que pensamos que un límite había sido traspasado, tal como el espectacular levantamiento de las fuerzas de autodefensa en Michoacán a inicios de 2014 o el secuestro-asesinato del diputado Gómez Michel el pasado 22 de septiembre. Son situaciones que obligaron al Estado a responder. Pero con extrema facilidad, la situación no cambia y los actores gubernamentales quedan inertes. El esquema es simple y fácil de repetirse: tras un acontecimiento mayor el gobierno reacciona con ruido frente a la agitación que sacude a los medias y a las redes sociales, encarnada por intelectuales y pensadores influentes. Una impresión de reacción emane de las acciones estatales, pero tras un tiempito, todo vuelve a caer. Y lo que parece haber sido una señal de alarma, ese acontecimiento que parecía ser mayor aparecen no ser más que los usuales disfraces que usa la política en México, atuendos de espectáculo: su brillo no va a servir más que para el show y al acabarse no se hablará más de él.
Pero día a día son mayores las pruebas de la gravedad de la situación mexicana, del grado de ausencia y perversión del Estado. Las fuerzas de autodefensa se levantaron para denunciar lo que con fuerza y dolor nos expone el secuestro de los 43 normalistas: quien gobierna ya no es más el Estado. Al mando de la policía no están más las autoridades pero los grupos criminales, quienes parecen controlar todo con facilidad, gracias a su infiltración en los aparatos de gobierno, a no ser que los altos cargos estén directamente ocupados por líderes o familiares de las organizaciones criminales. Nada de esto es nuevo y con una cínica brutalidad los eventos en México parecen ser cíclicos, ya que las mayores manifestaciones de violencia no son suficientes para provocar una reacción digna de ese nombre, una estrategia par combatir una estructura de corrupción y violencia que se está implantando de manera duradera. El pasado 30 de mayo de 2013 fueron asesinados tres activistas normalistas del municipio de Iguala, en Guerrero; pero a pesar de evidencias contundentes de la directa involucración de las fuerzas estatales tanto como del alcalde de Iguala, José Luis Abarca – actualmente prófugo de la justicia – la denuncia presentada ante la Procuraduría General de la República (PGR) nunca concluyó en una investigación pues los “delitos eran de fuero común”. Con cinismo y silencio, las autoridades escapan de sus responsabilidades, volviéndose a la vez cómplices y responsables de la continuidad de la violencia, al afirmar que la impunidad es un valor de la República.
Hoy en día las primeras planas de los medios sólo hablan de cómo la PGR va a llevar a cabo investigaciones para rendirle justicia a los 43 desaparecidos, quienes esperamos ver de vuelta con vida. Pero no se puede evitar tener dudas frente a un órgano quien hace un año fue confrontado a crímenes del mismo calibre sin dar una respuesta apropiada. Se actúa cuando ya se está contra la pared, en el punto de enfoque de toda la prensa y la sociedad civil; pero tan rápido como se tranquilicen los espíritus probablemente ya no se hará mas nada, si es que las experiencias pasadas dicen verdad, confirmando el triste ciclo de silencio al que está condenado México. Se empeña en arreglar la superficie de heridas mucho mayores, en reparar las fisuras visibles, señales de una degradación mucho más profunda que a pesar de todo no se atienden.
 ¿Porqué no se tiene el coraje de desarrollar una estrategia que cure el cáncer que roe las tierras mexicanas? ¿Porqué sólo se gasta tiempo y energía en una imitación de justicia? Golpe tras golpe la sociedad se conmueve frente a actos de violencia que hasta ahora no hubiéramos imaginado; los políticos, a través de rápidos comunicados, expresan todos un estado de ánimo alineado con esos acontecimientos que afectan al país repetidamente. Pero ¿hasta dónde tendremos que llegar para que se tome en mano el destino de México? Porque parece que será necesario alcanzar el fondo del horror para podernos levantar de nuevo. Con la expansión de este mal, es inevitable que un creciente número de intereses se vean afectados; los primeros son obviamente y como siempre los más desamparados, que están en la primera línea, espectadores y victimas privilegiados de la muerte del Estado de Derecho en México. Pero hasta que no se vean afectados los intereses de quienes más poder tienen ¿será posible que haya cambio de corriente? El gobierno de Peña Nieto ha jugado a las escondidillas bastante tiempo, desatendiendo el problema de la violencia y la inseguridad tras operaciones espectaculares. A pesar de la firmeza y fuerza política que demuestra el gobierno federal, no hay mayor símbolo de su fragilidad que su incapacidad en proporcionar soluciones a las explosiones de sangre que se viven en el territorio. Se evita hacer ruido para no despertar una opinión totalmente anestesiada, acostumbrada a contar los muertos, acostumbrada a ver las imágenes más monstruosas, directamente extractas de la vida real nacional, que aún así no logran conmover el inmovilismo mexicano. No pasa nada porque nadie dice nada.
Por ser estudiantes las víctimas, se movilizan hoy redes para manifestarse y exigir que “los queremos vivos”. La desaparición de los normalistas de Ayotzinapa es un drama nacional en base al cual se tiene que seguir la concientización, la indignación de vivir en un país cuya situación se desgasta con el paso de cada segundo; la justicia fue sepultada hace tiempo pero se pueden reactivar sus mecanismos si por fin nos preocupamos de verdad. Que no sólo sea por los 43 normalistas desaparecidos, pero también por los 28 cuerpos que se hallaron en una fosa clandestina hace unos días y por todos los demás muertos que cada día se suman al registro de víctimas de la violencia, violencia de un Estado cómplice del crimen, un Estado que al no atender con tiempo los múltiples focos encendidos en el territorio sólo podrá volverse responsable de la expansión del horror en todas las direcciones. 
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segundadecada · 10 years ago
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Rollo nº1
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segundadecada · 10 years ago
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Conciertos y descubrimientos
Septiembre es el mes de Viernes en Maré.
Maré es una favela en la Zona Norte de Rio, cerca del aeropuerto. Se dice que es de las más peligrosas de la ciudad, a tal punto que no es controlada por la UPP sino por los militares, quienes se pasean en simpáticas pick-ups, montados a seis con armas de combate apuntadas en todas la direcciones, cara y cuerpo cubiertos. 
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A pesar de ese ambiente poco amigable se logran desarrollar iniciativas culturales de calidad, gracias a lo que le llaman la "lona cultural", un espacio creado en 2009 con apoyo de la prefectura de Rio de Janeiro para recibir eventos y manifestaciones artísticas y culturales, dándole la oportunidad a los habitantes de la comunidad de tener acceso a las artes, siendo ellos los huéspedes de los eventos.
Este mes de septiembre, el grupo Abayomy Afrobeat Orchestra se propuso recibir cada viernes un artista diferente para compartir el escenario, un concierto lleno de energía, encuentros de talentos y artistas dotados. 
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De las cosas que más me gustan en Rio son este tipo de iniciativas dentro de las favelas que demuestran que a la marginalización de los espacios se deben al profundo estigma que pesa sobre la pobreza, y su asociación directa con la criminalidad.Con mi frescura de extranjera me abro a los descubrimientos en una ciudad que todavía desconozco, que los locales de rehusan a explorar por un vivido que va más allá de su existencia propia, por causa de una vivencia del espacio heredadas del pasado, de las generaciones anteriores quienes construyeron el legado que se vive hoy, tan espacial y memorial. 
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segundadecada · 10 years ago
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Niteroi: las mejores vistas de Rio son cuando sales de él. Y también el atardecer.
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