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casi todos los días

http://www.victorinosuazo.cl

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Eu nasci de uma árvore frutífera! Já nasci dando fruto, e dando em fruta. Me chamaram de 'frutinha'. Me chamaram de 'frutão' e 'fruta folha'. Tudo bem! Eu já nasci planando, nasci dependurado, fiquei grudado por horas, vidas, à minha mãe árvore! Disseram né, ser 'mãe', a nomenclatura. Mas era a árvore da qual eu vim! Tinha diversos galhos, longos, finos, em algumas estações era tão exuberante e grossa, robusta, tinha uma espécie de 'cocos' que pediam dos galhos, de casco escuro. Tinha um outro que era uma espécie de rosto! Não sei se era o meu ou do meu irmão! Dus meus irmanes! Tinha uma espécie de coco rosto! Se assemelhava muito ao meu rosto coco! Nasci com grandes mãos pra agarrar o mundo, e longos braços pra abraçar o Universo. Uma dinâmica corporal pronta para pairar pelas eternidades da existência interestelar. Na minha terra tinha jogos, tinha dança, tinha riso, tinha sol e noite, tinha jangada, tinha luminária, tinha lótus, tinha águia-árvore, tinha rosto sem nome, relógio do tempo, bússola doida, tinha ideias, luz, labirintos sem rumos e com, e tinha mais galhos, vários tipos de galhos, e fiapos. Tinha meu olho e meu olhar! Eu nasci duma árvore bem doida, tanto quanto eu. Já nasci dando fruto enfrutecendo de maduro à podre de podre à maduro podendo até ficar verde, nasci dando fruto e ninguém sabia se era fruta ou folha! Eu nasci Dum Pé-de-Alien Mais linda árvore da minha terra.

Rodrigo Carizu (Peixoto) - Foto: Vitor Paulo

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Cabelito que mozão cortou pra mim! Mozão ahaza!

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1 mês e 17 dias observei alguns fiapos novos de pêlos nascendo no meu bigode.

Alguns dias depois minha namorada Júlia observe que alguns pêlinhos também estavam nascendo na barbixa.

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Foto - 1 dia antes de completar 1 mês da T no meu organismo.

2017

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Lembranças de mi cabelito grande - parte 1

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Uns fiapo aí que costumam nascer em my face. (Final de 2016)

(E pescocin)

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Algum dia de 2017.

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Esse rostinho coberto de penugem!

[Foto creio que de 2015]

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Eu lembro de ter que usar três blusas ou mais. De ter que usar duas blusas e uma blusa de frio por cima! E torcer pra estar frio, ou ao menos suportável pra não morrer de calor. Me lembro quando descobri no armário uma regatinha colada que eu já tinha, e comecei a usá-la por baixo como 'compressor'. Me lembro de me preocupar se marcava, se fazia volume, se alguma alça saia ou aparecia. De ter medo do vento! Porque quando o vento bate é um risco de 'marcar', e ter que criar sempre estratégias pra driblar isso, e fazer com que ninguém percebesse. Me lembro de segurar a mochila pelas alças, e assim disfarçar. Me lembro de puxar a blusa repetidas vezes (e até hoje ainda por vezes.). Me lembro do meu primeiro curso de Teatro e o primeiro lugar que comecei a efetivamente usar meu nome! Mas sem contar nada a ninguém! Simplesmente sumi com "Sofia" e resolvi viver Rodrigo. Na chamada tinha uma "Sofia" que nunca foi. Conversei com professores, explicando a situação, depois que já estava acontecendo, e consegui realizar isso. Me lembro de ter medo das aulas de contato, ou aula vendado com contato, ter medo de que alguém tocasse em alguma parte do meu corpo e sentisse algo a mais ou algo 'faltando'. Me lembro de me sentir estranho com as brincadeirinhas machistas e/ou sexualizadas de rapazes, e das relações estranhas e de jogos até infantis que se estabeleciam entre rapazes e moças. E de não me sentir pertencente a nada disso. Mas por vezes querer poder participar de algo. E de ter que 'rir' como se concordasse ou vivenciasse aquilo. Afinal, achavam que eu era CIS (??). Me lembro de ouvir que boatos já rolavam com meu nome, "era ele, é ele, é ela?". Me lembro da mulher que direto e reto soltava indiretas de "nossa, nunca vi um homem com tal coisa, ou de tal jeito" e etc etc, que eram coisas que eu tinha! Indiretas bem diretas, dita entre um sorriso falso! Me lembro de encontrá-la recentemente na rua. Estranho. Nem deve imaginar o quanto já me feriu. Como as brincadeiras sobre 'pênis', e achar que eu tinha algo a esconder. Eu não tinha nada a esconder e nem a faltar! Como queria ter a mente que tenho hoje, ao menos a coragem, por que a mente eu tinha, mas tudo ainda era muito invisível e nublado. Até no meio, ainda éramos 'poucos', éramos neblina. Só os amigos íntimos sabiam e me davam apoio. Com tempo tudo se estabeleceu. No próximo curso de Teatro fui Rodrigo mas em roda já abri a todos quem eu era, como me sentia, como me identificava, e tudo, graças as deusas acabei com o fantasma de "e se alguém me descobrir?" o fantasma de ter um trilhão de preocupações, travas, e se esconder sempre! Me lembro de ainda usar muitas blusas! Passar calor! De não me encaixar por vezes. Mas sempre foi. Mas me lembro também de já tirar as calças na sala de aula (acho que isso sempre fiz em todo lugar), trocar de roupa tranquilamente, de ficar sem camisa apenas de top, mas com menor frequência. Me lembro de ser muito amado e respeitado também! Dois anos seguintes, me lembro de começar a usar só uma blusa! As vezes duas! Já havia me livrado da blusa de frio há um ano. Me lembro de uma grande amiga me questionar sobre as duas blusas e eu usar a desculpa que sempre usava, de que era mania, costume, etc, gostava, e ela contestar tendo sacado que não era só aquilo. Que era minha segurança! E de que eu não precisava! Me lembro de então me desvencilhar das várias camisas! Me lembro de usar só uma! De ainda me incomodar com a marca do top e alças. Mas me lembro das tantas vezes em que deixei ela aparecer, em que pouco me fodi pra marca e alça de top! De usar blusa aberta aparecendo mesmo, marcando, saindo tudo. Me lembro de descobrir a fita micro poro e me sentir mais livre. Sem algo prendendo as costas! Até hoje por vezes ainda me pego puxando a blusa, escondendo a alça, incomodado, tem dias que não dá! Que piro! Mas a pira já é tão menor! Porque já existe tanto amor aqui! Nos ensinaram e nos ensinam sempre a odiar nossos corpos! E nesse luta de amor e ódio, eu aprendi o quanto o amor me recebe! Me contempla! Me lembro da primeira e única vez que consegui sair na rua, com apenas UMA camisa, e SEM top, e SEM fita micro poro! E sim, me lembro de muitas vezes me preocupar com bico do peito, e perceber a estranha porém boa sensação de estar sem nada e sentir uma parte do meu corpo que já estava esquecida. De sentir que tenho corpo! De sentir! Hoje, me sinto sendo tocado, sem medo de contato, eu quero mais é que tenha, eu quero mais é ser, estar, mostrar, existir! Eu quero existir! Há muito que cansei de esconder, de fugir, de 'mudar'. E há muito que já percebi isso e já vivencio isso! Mas as marcas todas estão aqui! A tentativa de ser menina Cis, a tentativa de me iludir como menino Cis. Os erros! As falhas! O quanto isso tudo machucou! E me ensinou! O me aceitar! O me amar! Amar meu corpo! Mostrar! Botar ele em jogo! Estou aqui! E existo! Esse corpo existe! E existe sem precisar de alterações, se alguma vier que seja porque me contempla, mas não, não mudo nada em mim por conta de ninguém! Eu já sei que não me encaixo nessas coisas estabelecidas e que NEM quero me encaixar! Gosto de estar fora! Me sinto livre! Me sinto FINALMENTE liberto! Me lembro da primeira vez que tirei a camisa na frente dos meus colegas de turma, em cena, em jogo! Me lembro da linha que eu traçava andando entre outros dois corpos, e eu sem camisa! A tensão! A real tensão! E meus colegas me vendo! E eu me sentindo! A real tensão daquela curta linha que por segundos pareceu infinita, porém mais libertadora e significativa, que em segundos libertei anos presos. Em uma transição gigantesca em suas minúsculas coisas que aconteceram durante muito tempo até este momento, e em segundos tudo vem a tona e parece "oh, minha Deusa, como aconteceu?" mas tudo já estava acontecendo por dentro há muito tempo! Me lembro de como ficar nu se tornou maravilhoso! Liberto dos julgamentos dos outros e dos meus próprios. Eu vivo de top por aí, eu vivo sem camisa por aí, eu vivo com várias blusas por aí, eu vivo com a alça do top aparecendo ou escondida, eu vivo muito mais despreocupado! Agora tenho escolhas, não obrigação mais! Eu conheço meu corpo! Não tenho mais vergonha dele como me ensinaram, não tenho mais medo dele como me ensinaram, não acredito que ele está errado EM NADA! Meu corpo está certíssimo e é incrível! A cada dia ele liberta mais a minha mente e a cada dia a minha mente liberta mais o meu corpo! E liberto estou! Eu vivo agora sem me preocupar em colocar algo nas calças pra fazer volume, caso haja contato! O volume que tem aqui é da minha maravilhosa vagina! E que não tenho medo mais! Eu ainda tenho paranoias com os seios as vezes, mas de marca, mas já amo o contato! Os amo e amo as sensações deles! Eu vivo agora com o maravilhoso volume e não volume dos meus seios! Eu não tenho medo mais! E NÃO HÁ NADA A SE DESCOBRIR AQUI! E NEM A ESCONDER!

(PS: Fitas e ataduras/faixas não fazem bem de se usar! Nem dois binders! Faça binding com segurança! É recomendado comprar ou fazer um binder de verdade ou usar um colete pós cirúrgico.) (PS2: Não há problema nenhum em usar o que quer que seja para fazer volume nas calças! Cada um tem seu motivo específico pra isso! Até eu posso fazer isso/já fiz/farei! Cada um sabe do seu corpo, e sabe dos motivos de o fazer! É apenas questão de fazer e fazer porque se é livre! Porque se é escolha! E não medo ou obrigação!)

E ter ovários e ppk não é sinônimo de ser mulher! Nem seios! Nem pinto é sinônimo de ser homem! E nem necessariamente precisamos nos enquadrar em mulher ou homem! Somos DIVERSUS!)

Não existe regra para ser! Apenas Ser!

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'O meu corpo como é!' 'O meu corpo como está'

A infinita mutação do meu corpo, em minúsculas considerações, em grandiosas constelações.

'O meu corpo como é!' 'O meu corpo como está'

O meu corpo como está sendo!

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Um pouco dos meus pelinhos faciais, e sás acnes aí. (e um corte na cara)

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- 2016 -

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Pêlos - Pernas - 2015