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Não tenho mais nada para entregar nas suas mãos, não quero me desculpar por isso. Nós dois vimos que você teve de mim tudo que eu tinha. Desperdicei o brilho dos meus olhos nas lacunas da sua ignorância que me esvaiu o pouco que eu tinha para reconhecer a mim mesmo. Se em meu coração se percebia alguma poção de amor, definitivamente por você mesma o matou. Nenhum esfor��o eu fazia pois seguia pela minha galáxia mental o fluxo da consequência de ser, contudo colidindo com sua consciência dormente senti toda a dor que te pertencia. Qual o escravo que fica triste ao deixar as correntes que o prende, esfola sua pele e o faz sangrar em carne viva, decompor em seu ânimo e perder o valor de sua própria perspectiva de vida ?. Este eu não quero conhecer, não deixe-me vê-lo, pois o levarei ao chão junto ao fim de sua lamúria e sofrimento por consideração da ignorância que sua alma foi condicionada a aceitar. Vou envolver seus olhos de ira e suas entranhas com o frio causado pelo mal necessário, antes do seu último suspiro, irei deixa-lo saber que o enganaram forjando verdades que nunca existiram, foram sempre fantasias e caos alheio imprimido no seu caminho, que o subjulgou junto ao seu instinto, o que parecia prazeroso de se conceber, se tornou a sonda que extraiu suas forças, comprimiu sua raiz e colapsou a constância da sua consciência. Quando finalmente levantar sua cabeça e dirigir ao meu rosto seus olhos, verá que sou apenas um lamentável reflexo de uma identidade assombrada pelo desamparo, almejado pelo presente, temido pelo futuro. Você segurou a minha mão até ser apenas cinzas ao vento, sentiu meu perfume até ser mera impressão olfativa, ouviu minha voz até ser apenas uma epifania do desperdício, sentiu meu corpo até ser apenas uma ilusão sensorial nas pontas dos seus dedos.
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Você já sentiu o alvorecer ?, ouvi os ponteiros do relógio incessante, aumentando minha apreensão como depois de tomar um café amargo, viu a neblina tomar as ruas, viu morcegos como pássaros ?, estou deslumbrado, encantado e não quero perder mais uma noite sequer. Estou fascinado e apaixonado pela maneira como domina a cidade, as matas e como reflete nas águas a lua, perco o sentido durante o dia, pois, não paro de pensar como cuida dos meus pensamentos e me faz sentir a euforia que só no alto mar da noite posso sentir. Estou adoecendo entre os homens, porque nascer na sua dimensão é desfalecer entre os humanos, não quero morrer de velhice, anseio pela morte prematura, desde quando provei de sua magia, parei de buscar uma cura. Somente uma mulher com a noite dentro de si, com o luar em seus olhos, com suas fases e ciclos que não temem a intensidade, essa sim cessaria minha conduta auto destrutiva. Me tornei dependente da liberdade desconhecida àqueles que enlouquecem antes da noite tirar naturalmente sua lucidez das mãos da sanidade, quanto mais próxima de mim, mais sinto minha pele se repuxando e sedendo ao seu magnetismo extrassensório. A estrutura da minha mente está derretendo e tudo que eu almejo vai contra o senso comum que me cerca, me sinto um lunático enquanto não quero negar ser incomum, sendo capaz de vivências extraordinárias, a confusão aumenta cada vez que preciso socializar e não consigo esconder meu descontentamento com essa vida. A liberdade da língua mortal que habita por trás dos lábios imundos da humanidade me faz borbulhar em revolta, essa mesma que distorce o único ritmo e tempo forma a ponte entre minha vitalidade infindável à sua. Onde você quer que esteja, chegue logo, irei emergir em suas entranhas obscuras e sentir a vida como é nosso direito de juntos sentir.
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Chorando, se debatia e asfixiava a si mesmo com seu travesseiro, gritava com a inabalável certeza de que não seria ouvido, frascos de comprimidos ansiolíticos e analgésicos podiam ser vistos próximo de si. Era peculiar e absurda a angústia que o moía ao inexplicável, sendo sentida percorrendo em suas veias, queimando em suas artérias, pintando seus lábios de roxo, os secando e cortando; inconsciência à parte, remeteria subjacente ao delírio, o sepulcro que admirava no cemitério que visitou na semana passada; estava coberto de jasmim, lírios e orquídeas, contudo ao redor sob aquelas gramas, a terra seca não escapava aos seus contrastes como objeto de contemplação, ouvindo ela cair sobre seu futuro, suas esperanças e desesperança, tornando arbitrário tanto quanto relativo o que é encontrar a mais absoluta paz. Tudo se acalma abruptamente com um silêncio tenebroso enquanto em ponto, cronológico e astrológico, termina a tarde e se inicia a noite; os pássaros agora são morcegos chamando uns pelos outros, os gatos cruzam muros e telhados como crianças hiper ativas num parque de diversões, uma leve ventania toma início e as folhas no chão do quintal fazem sons como quando sua avó varria o quintal. Agora seu corpo, sua mente e tudo quanto compõe sua integridade existencial, entrou em profundo e intenso colapso; não se ouve seus gemidos dolores, sua respiração ofegante, nem movimento algum vindo do seu corpo; ele se observa, se despede de si mesmo, e vai.
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Naquela noite fria, naquela casa com paredes umedecidas pelas fortes chuvas que seguiam desde dias anteriores; apagou todas as luzes, se jogou de canto no sofá e largou as lágrimas dos seus olhos que gritavam abafados pela dor. Embriagou-se e mergulhou na peculiar decisão de intensificar o seu sofrimento, cometendo baseado nisso, a insana atitude de sair ao encontro daquilo que o fragmentou e jantou impiedosamente o que restava da sua alma. As ruas eram as mesmas, mas a sua vida, evidentemente havia se tornado um depósito de lixo cheio de tapurus e abutres, passou a maior parte daquela fase que chamava de "vida" correndo em círculos, seus dias eram loops que não o pertenciam, porém, ele os tomava para si, sendo arrastado com seu consenso morto como um cadáver nas correntes de um rio profundo, ecoava numa monótona tática automática de auto sabotagem social e coletiva a qual desesperadamente buscou se encaixar, ser visto e aceito; no espelho só conseguia ver alguém pendurado numa corda enquanto sua alma vagava acorrentada por ressentimentos e mágoas passadas, agora, somando-se ao presente, se envolvendo e criando circunstâncias duvidosas onde procurava por uma saída, mas se emaranhava cada vez mais em uma teia farpada forjada por si mesmo, cego pela carência e o medo irracional de acabar na miséria e escassez total da sua medíocre existência.
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Olhando em volta vejo muita beleza em tudo que me perco, vejo muitas maneiras de perder a vida, começando por confiar nas pessoas. Não é o amor que está esfriando, são as pessoas que estão se vendendo e se trocando, um verdadeiro comércio de migalhas afetivas e réplicas emotivas. Alguns se vêem como pássaros, logo querem encarcerar uns aos outros; alguns se vêem como pedaços de carne, logo querem devorar uns aos outros; uns se vêem como meros objetos sexuais; logo usam uns aos outros como fim sexual; daí em diante.
Ainda restam alguns humanos lúcidos, muitos sofrem com a projeção banal daqueles que os vêem como uma marmita, otários, bobos, ingênuos, sendo bombardeados por todo tipo de etiqueta e "achismo" social que leva a aproximação coletiva de pessoas duvidosas, patéticas, cínicas e outras inerentes a essa natureza mental e psicológica. É lindo como se desmorona agora, diante dos nossos olhos tudo que a geração passada tentou e tenta disfarçar com críticas, julgamentos e comparações fúteis, apenas para não ver onde errou como essa esteve errando, o sangue de muita gente hoje é responsabilidade de quem veio antes, assim como muitos outros impactos que chegam a ser globais.
"Onde fica minha esperança com isso ?", me pergunto sempre que reflito sobre essa temática. Sinceramente, não tenho esperança, não por eles, tenho esperança em mim, a esperança em uma fruta podre faz a fruta boa estragar, pois, o tempo não para, não perdoa, não acolhe, APENAS PASSA. Olhando em volta vejo então a beleza de um desastre psíquico global, onde eu não quero perder minha vida, como se perde um diamante na lama, em vez de achar.
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Quando quem somos se desperta na mente, você percebe que esteve com as pessoas erradas, lugares errados, e tudo que você julgava saber, na verdade era tudo que você não admitiria naqueles momentos de ignorância. Quando antigos conhecidos nos vêem, alguns ainda ousam dizer sobre sua evidente mudança, contudo ao parar pra reparar; elas mesmas não mudaram e não mudam, não importa o quanto passe de tempo. Cada vez que você reencontra lugares e pessoas que já não são mais parte da nova realidade que acendeu na sua mente, mais você se incomoda, mais você se sente desconfortável, mais você sente que deve trabalhar em meios para ir onde deve estar, pois, acredito que voraz é a certeza de que todos morremos, contudo, também a minha certeza de que a morte nada mais é do que outro estado de vida, o que não significa que enquanto nesse estado de vida eu não tenha um "lugar" para chegar, um lugar que por direito, mérito e honra me pertence (numa linguagem visionária).
Cogito este lugar como um estado de mente que alcançou manifestação a nível material e concreto, donde advém a satisfação e o propósito maior; a realização do ser.
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Oi, eu vi seu último post, tá tudo bem com você? Se quiser desabafar pode contar comigo.
Tudo de bom hoje e sempre!
Está tudo ficando bem. Obrigado pela sua generosidade e empatia. Pode contar comigo, também.
Tudo de bom hoje e sempre para nós !
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Eu quero começar, agradecendo por me mostrar que não existem amigos, digo, não para todos.
Obrigado, por me mostrar que o ser humano pode fazer muitas coisas que aparenta ser o seu melhor, mas no final é a sua melhor forma de enterrar alguém; nunca se sabendo o quão literal isso pode chegar a ser.
Obrigado, porque agora percebo que, quando não somos o suficiente para nós mesmos, ninguém será, e somos capazes de fuçar "lixos" alheios pensando que ali vamos agregar algum sentido, algum valor em nós, nossa própria vida.
Obrigado, por me mostrar que nem todos que falam sobre o que falam, realmente vivem ou querem aquilo de fato; inclusive, me auto denuncio nisso.
Obrigado, por me fazer saber que se eu tirasse minha própria vida, "irmão" e "amigo" algum se lamentaria ou sentiria genuinamente alguma falta; eu seria mais uma vaga lembrança em suas mentes baratas, aéreas, frágeis, empoeiradas e alienada pelo padrão da massa social.
Obrigado, por ser o motivo que de primeira pareceu tirar fora do meu peito, meu coração; mas que de segunda, na verdade eu só estava ganhando um novo coração, bem mais forte, mais maduro, mais consciente; por um momento como mais uma vez, muitos olhos me viram louco se debatendo de dentro para fora em tristeza, e ainda sim, não vi uma consideração sequer, não vi uma verdade sequer, não vi nada que eu acreditei existir em todo esse tempo; porque uma fantasia, outrora aparentemente crônica, um romance danoso ao que diz respeito a lealdade e irmandade, havia tomado em mim a minha mente e meu coração.
Obrigado, pela sua crise, sua carência junto aos seus traumas, seus medos, suas dúvidas, sua incredulidade, sua fraqueza, sua prepotência, sua arrogância, seu infantilismo, obrigado por ser depois de tanto tempo, a dor que me faltava, a lacuna na esperança que me resta na humanidade.
Eu vivia dia após dia subestimando a tudo e todos, enquanto na minha hipocrisia dizia:"não subestimo nem mesmo os mais fracos". Jurava a mim mesmo que apenas uma pessoa e nenhuma outra mais tinha o poder que só tal pessoa tem para me ferir mais do que já havia ferido.
Contudo, quando finalmente descobri o que você continha sob minha ausência e havia cravado em minhas costas; desde as plantas dos meus pés até todas as pontas dos fios do meu cabelo tomaram-se de ira, dor, mágoa, uma enchente abstrata de emoções, uma montanha russa de sentimentos, uma confusão absoluta se alastrou por tudo quanto me representa em essência, eu estava submerso na morte abstrata do meu eu.
Obrigado, pessoas "ruins" são tão boas quanto as "boas" pessoas, pois é exatamente pela sombra que sabemos da existência da luz, e quando há ausência total de luz, é quando e onde mais se poderá acreditar, invocar, se tornar, manifestar e transmitir luz.
Obrigado, por me fazer entender que se os meus olhos forem luz, todo meu corpo será luz, e enquanto houver luz em mim, em meus olhos, não me desviarei do caminho, não perderei de vista os passos daqueles que vieram antes de mim.
Obrigado, por me mostrar que não existem culpados, existem consequências, e negligenciar um espírito firme foi exatamente o que me fez sucumbir ao desnecessário e me submeter ao ridículo.
Obrigado, por me mostrar que meus erros é a proporção do quanto estive vivendo, e se não há erro, não esteve havendo vivência; me permito reconhecer, não os erros, nem acertos, mas que não estive vivendo em vão.
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