recitandote
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tu fleuriras toujours
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obra baseada em sonhos, incoerências e experiências.
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recitandote · 12 hours ago
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recitandote · 23 hours ago
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recitandote · 2 days ago
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tu me escapa pelos dedos
na vida
e nos textos
voarias
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recitandote · 3 days ago
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I’m the type to read messages and not reply, but with love.
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recitandote · 3 days ago
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estrela cadente
eu ignorei o perigo de estar sozinha na rua às duas da manhã de uma terça-feira justamente por estar só. passava e não via nada além de ruas vazias e luzes acesas para ninguém. silêncio. os sinais amarelos piscando; alguém numa moto passou por mim tão rápido quase como um cometa e eu prendi a respiração. aquela moto, naquela pista, acelerando era um puro retrato futurista. ou talvez eu estivesse indo devagar demais.
liguei o som e botei vanessa da mata pra tocar - se você quiser eu vou te dar um amor desses de cinema - e cantei junto - não vai te faltar carinho, plano ou assunto ao longo do dia - nesse momento eu era a própria vanessa da mata (me desculpa, vanessa, queria ser você). 
aproveitei pra apreciar aquele cenário de azul cor-de-céu-noturno, porque era uma escuridão bonita de se ver. quase não tinha nuvens, nem carros, nem gente, mas as estrelas estavam lá e elas piscavam. minha mãe costumava dizer que apontar pra estrela d’alva dava verruga no dedo midinho, mas eu comprovei, quando criança, que era mentira ao apontar pra uma estrela na surdina e nada ter acontecido depois (fora isso, as mães têm sempre razão).
ai ai ai ai, vanessa cantava (e eu também). eu me sentia livre e não pensava em nada, mas desejava enquanto cantava e vez em quando olhava pr’aquele céu.
depois que cresci aprendi nas aulas de ciência que estrelas cadentes são, na verdade, bolas de fogo (pedaços de meteoro, rs) que cortam nossa imensidão azul, mas eu juro pra você: se uma estrela cadente cortasse o céu naquela noite, eu voltaria a ser criança, ignoraria totalmente as explicações do meu professor de ciências e faria um pedido. 
eu só queria um milagre.
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recitandote · 3 days ago
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um dia ela me contou uma história curtinha, de um casal em que ambos chegaram às extremidades da paixão, cada um em uma ponta, e de lá caíram na imensidão - cujo fim não era visível aos olhos - na esperança de se reencontrar no meio do caminho, caso não morressem por/de amor.
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recitandote · 6 days ago
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Ana Teresa Barboza, embroidery and photo transfer on fabric.
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recitandote · 7 days ago
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14/05/2025
domingo, depois de muitas horas dormindo devido à insuportável dor que ando sentindo, acordei por volta das 21h e fiquei abraçada com meu gato. em poucos minutos, ouvi minha mãe abrindo a porta do quarto, ela disse: "mari, tá acordada?" "uhum", murmurei, e ela ligou a luz no meu rosto, do jeito que ela sabe que odeio, mas minha mãe é dessas. ela só sente que você está ouvindo ela se vê seu rosto enquanto fala, então já me acostumei, mesmo que seja desconfortável. enquanto eu tentava encaixar a mão na frente da luz pra não bater no meu olho, ela me diz: "seu padrinho morreu." fiquei atônita e perguntei: "sério?" "sim", ela disse, dessa forma, sem nenhum tato, de forma direta e ríspida. dei uma respirada funda e fiquei olhando pra ela. "pois é", ela falou de forma demorada enquanto virava as costas e fechava a porta. e, claro, deixou a luz ligada.
não tive reação, desbloqueei a tela do celular e fui ver os grupos. no da nossa família, só se falava disso e o enterro e velório já seriam no dia seguinte. levantei da cama, ofereci um churu para o mingau, coloquei a guia nele e fui escovar os dentes com ele se esfregando nas minhas pernas. passeamos pela frente de casa, não pensei em muita coisa, confesso. como se ainda não tivesse me tocado da situação. eu desgosto de muitas coisas da vida, mas, com certeza, as pessoas simplesmente deixarem de existir é a que mais detesto. não dormi mais naquela madrugada, fiquei esperando dar 9h da manhã para ir ao seu velório. a manhã foi esquisita. tudo foi. ouvi em looping "perdão - mó", uma música que sempre ouço quando acontecem coisas que não consigo digerir na hora. tomei banho, escovei os dentes, hidratei minha pele e chamei um uber, parei numa floricultura e comprei um buquê, pedi outro uber e cheguei no velório. estava lotado, você foi muito amado. apesar de alguns erros seus que não esqueço, você também acertou muito, principalmente no seu projeto com minha madrinha. fiquei refletindo, se no ano passado eu não tivesse te perturbado, talvez eu nunca mais teria respostas sobre ela, nem fotos ou vídeos. às vezes, a vida sabe o que faz. sua esposa e seus filhos estavam chorando muito, eu não consegui sentir nada, não chorei. reconheci muitas pessoas do passado, dei abraço em muitas que eu não via há anos, algumas inclusive, faziam 12 anos. desde que a madrinha se foi. todos falaram muito bem de você. eu devia ter ido te visitar mais vezes, mas eu não queria que você me visse da forma que estou. bobeira, pensei, te olhando naquele caixão. perante a morte, tudo parece bobeira. eu deveria ter ido, e você me convidou. me convidou para ir na sua casa, para tomarmos sorvete, para passearmos na praça. bom, já foi – foi o que também pensei enquanto te olhava.
as crianças do projeto que você era dono cantaram em coro "mais perto quero estar" e foi o que cheguei mais perto de desabar, essa toca profundamente, mas me mantive forte. um dia, também fui uma criança que você ajudou a salvar. me lembro de todos os meus dias das crianças que você salvou, e todas as páscoas e todos os natais. do futebol de sabão, dos passeios de ônibus para a chácara. lembro de quando, um pouco antes da pandemia, você disse que sempre soube que eu era a única que me daria bem na vida. bem, olha só eu agora, bem longe de vencer alguma coisa. você sempre foi meio grosso, principalmente depois que a madrinha se foi, mas eu entendi todas as vezes. e você podia ter ido embora num dia mais frio, quase morri com calça e camisa de moletom e quase morri de novo quando fomos andando até o local onde você foi enterrado. fiquei pensando, fiz todo esforço de passar calor para te ver morto, e não fiz isso para te ver vivo. é, eu erro bastante.
quando tamparam seu caixão, saí para caminhar um pouco. você não foi enterrado com minha madrinha, graças a sua nova esposa. tudo bem, é entendível. então, decidi procurar o túmulo dela. não achei, mas fumei uns oito santropez 66 enquanto procurava até que começou a cair uma chuvinha de leve. chamei um uber, voltei para casa e fiquei me perguntando como devia estar desconfortável para você, ter o corpo todo molhado. quem garante que não existe algum buraquinho no seu caixão? eu queria, genuinamente, poder ir conferir. e acho que essa dor do luto ninguém consegue explicar.
na mesma segunda-feira que te enterrei, eu comemorei os 14 anos da minha irmã mais nova. e tive que lutar para não deixar que eu ficasse abalada para curtir com ela. não consegui muito, mas o que consegui, eu fiz. e, no fim do dia, quando me deitei, eu finalmente chorei, chorei muito. chorei porque já perdi muitas pessoas e eu nunca aprendo a lidar com a perda. chorei porque estava chovendo muito e você e minha madrinha estavam sozinhos no cemitério. chorei porque eu não queria ir embora assim, sozinha do mundo. e chorei porque é mais um lugar vazio para eu aprender a preencher. eu ainda nem preenchi os que a madrinha deixou, e já fazem 12 anos. inclusive, se você encontrou ela aí no outro plano, você vai estar bem encrencrado. quando você me disse que ela iria querer que você tivesse tido outro casamento, eu não sei se concordei. boa sorte, padrim. amo você.
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recitandote · 8 days ago
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chantal convertini
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recitandote · 9 days ago
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o que eu faço com as partes de você que ainda não foram embora?
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recitandote · 10 days ago
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i think my heart was made for slow things. tea that takes time. stories that don’t rush. people who don’t ask "why are you so quiet?" as if quiet is a flaw.
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recitandote · 16 days ago
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ghost garden
prints: https://www.inprnt.com/gallery/guilhernunes/ghost-garden/
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recitandote · 21 days ago
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havia algo sagrado
e cheio de devoção entre nós
que sumiu como quem perde a fé;
sem volta.
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recitandote · 22 days ago
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dormi tarde. consegui dobrar as peças de roupa espalhadas pelo quarto, organizei os livros, fechei a janela, tomei um banho e dois comprimidos. hoje é terça-feira, o céu borrou a cor. fui ao mercadinho comprar ervas e o cartão não passou, pedi desculpas pelo transtorno e lembrei que avenida brasil está reprisando no vale a pena ver de novo. acordei sem vontade de falar com ninguém. meu celular notificou algumas vezes. li um artigo sobre pornografia, depois fiquei pensando que a vida é cíclica e tudo bem chorar por quarenta e sete minutos. ontem a fernanda abriu tarot para mim e não bateu com a tiragem feita anteontem por um cara. na verdade, as tiragens nunca batem e isso nem importa tanto, já que nada acontece. a gente espera por algo que nos salve no fim do dia. qualquer coisa. uma deidade, uma estrela cadente, meteoro, declaração. alguma coisa, alguém. mas a verdade é que os dias gloriosos são raros, raríssimos em nossa existência, que dura até perto de um século, muitas vezes. os dias extraordinários são poucos enquanto os dias secos, quentes, feios, cinzas e destestáveis são todos os outros.
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recitandote · 23 days ago
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(de-) cisão
no emaranhado de teias de dor e sofrimento de outros corpos das coisas não ditas das alegrias do pesar da perda da solidão da tua companhia finda dos carinhos resolutos da verdade por atrás da verdade por trás dos olhos de cada um nos deitamos nestes lençóis entorpecidos pela angústia do fracasso à iminência de n��s mesmos
A. H.
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recitandote · 27 days ago
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retalhos de adélia
quando sinto falta do gostar, leio adélia prado. daí lembro de como é bom desejar o bigode grosso de antônio e da sensação prateada de vê-lo escamar peixe; logo entro em paz com o fato de que ter um amor feinho é bom, justamente porque o que brilha aos olhos é o que é. e assim, lembro-me das primeiras vezes, especialmente quando me viu devastada de angelismo e carência. por fim, é quase como se meu peito ficasse completamente alaranjado brilhante.
ler adélia é como os sentimentos que evoca: ao mesmo tempo trivial e divino. alegre e triste, porque carrega o dom de ser memória.
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recitandote · 29 days ago
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Don’t kiss my neck unless you want to sin
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