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𝗍𝗁𝖾 𝘴𝘦𝘤𝘰𝘯𝘥 𝗉𝗋𝗂𝗇𝖼𝖾.
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𝙑𝙄𝙉𝘾𝙀𝙉𝙏 𝙀𝙎𝙎𝘼𝙀𝙓, o 𝗣𝗥𝗜𝗡𝗖𝗜𝗣𝗘 .original character by 𝘀𝗸𝘆 .
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princetwo · 2 months ago
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✶⠀﹒⠀SETTING : com @tadhgbarakat no jardim secreto de hexwood
Nos últimos dias, muitas coisas na vida de Vincent vinham sendo derrubadas como peças de dominó, uma atrás da outra. E em meio a escuridão, havia também luz. Alguns pontos dela. Com o despertar do Deus adormecido, o equilíbrio de Vincent também tinha sido afetado, e a magia finalmente tinha voltado a ser uma aliada. Era como se a rachadura em sua magia tivesse sido consertada — ou talvez purificada junto com o ser que o consumia. Desde aquele dia, a rotina de cuidados e rituais também não vinha mais sendo necessária, o que era um alívio enorme. O príncipe vinha abusando um pouco do uso da magia para compensar o tempo perdido, e prontamente encontrou outra utilidade para ela naquela ocasião. Podia ter mandando o Júnior, mas escolheu conjurar uma pequena orbe de luz amarela para ir até Tadhg e perturbá-lo até que ele resolvesse segui-la.
O tom alaranjado do pôr do sol coloria o céu azul, enquanto o vento trazia o perfume das flores plantadas por Tadhg. Tinha sido um erro mostrar o lugar para o loiro, pois agora ele se sentia no direito de tomar certas liberdades. O que podia fazer se ali era um local tão apropriado para ter um encontro decente? As íris azuis de Vincent cintilaram quando finalmente o avistou no horizonte, vindo em direção ao jardim onde o esperava.
Sobre a grama, o piquenique que o Vincent montou para esperá-lo não tinha muita coisa, mas dentro da cesta tinha algo que ele precisava naquele momento: vinho. Uma dose dele, ao menos, só para o dar a coragem necessária. Afinal, não era todo dia que o segundo príncipe pedia alguém em casamento... Por mais que estivessem destinados e confiasse na mutualidade do que sentiam, ele sabia que romantizava muito mais o que a união matrimonial significava do que o outro. Além de, é claro, saber que também existia uma diferença cultural na forma que os changelings enxergavam suas relações. Era impossível não pensar logo no casamento quando continuar daquele jeito muitas vezes significava ter que ficar longe dele, pois virava um risco frequente à reputação que dizia quanto valor o príncipe tinha como pessoa. Ele já iria se complicar o suficiente com alguns só por ter se envolvido com um changeling, e, como o segredo já não estava totalmente seguro, queria ao menos fazer as coisas do jeito certo para diminuir o estrago, varrendo a imoralidade para debaixo do tapete. Dizia a si mesmo que tinha razões lógicas para fazer o pedido, e não apenas sonhos patéticos tirados dos livros de romance que o contaminaram desde novo — sonhos estes que agora tinham sido reacendidos pela paixão. O casamento seria o melhor para sua imagem. E daí que até pouco tempo atrás ele estava ponderando seriamente sobre a possibilidade de abdicar de seu título caso o imperador não os desse a bênção? Que cogitou que sumissem no mundo como desertores apaixonados? Sem esse risco, agora era apenas um detalhe bobo, então ele podia voltar a fazer sentido.
Apesar do que dizia a si mesmo, não podia evitar sentir uma certa inquietação. Detestava parecer emocionado, mas detestava ainda mais não saber o que Tadhg pensava sobre se casar com ele. Será que a ideia ao menos já tinha passado pela cabeça dele? Ou só ele mesmo pensava sobre? Talvez Tadhg achasse é graça do quanto a ideia é ridícula... Só tinha um jeito de descobrir, e não poder prever a reação dele o deixava meio ansioso. Vincent tomou um longo gole direto do gargalo enquanto o observava se aproximar, esperando que o vinho silenciasse as vozes em sua cabeça. Os sapatos foram deixados ao lado da toalha do piquenique, de forma que ele parecia mais à vontade com os pés descalços e a camisa de linho branco com os primeiros botões abertos e mangas dobradas até os cotovelos. Quando a pequena bolinha de luz finalmente voltou para o loiro, ele a estourou como uma bolha ao tocá-la com a pontinha do dedo. Então, sorriu para o changeling que foi trazido por ela. ── Caiu na minha armadilha, Barakat? Achei que fosse mais cuidadoso... ── provocou, como se ele não soubesse exatamente para quem estava vindo; como se representasse algum perigo que não o de tirá-lo dessa vida de solteiro.
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princetwo · 2 months ago
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Vincent cruzou as pernas com uma graça quase debochada. Fingiu não reparar no modo afiado com que a irmã o perfurava com os olhos, mantendo-se inalterado e despreocupado sobre o assento. Ele sabia que não tinha cometido nenhum crime ao se aproximar publicamente — e talvez até cortejar — de Tadhg Barakat, mas também sabia que não passaria despercebido. Afinal, além de ser um changeling, ele também estava famoso depois de ter sido preso como suspeito pelo assassinato da imperatriz. Com Niamh sendo filha dela, era esperado que ela se importasse e muito.
── Talvez eu tenha mudado. ── disse aquilo apenas para provocá-la, deixando-a livre para entender como bem entendesse enquanto se entretinha em girar o anel num dos dedos com um ar distraído. Ele se sentia diferente desde muito antes de Eldritch; desde que Tadhg mudou o eixo de seu mundo e bagunçou tudo, mas ainda se sentia horrivelmente preso na pessoa que acreditou a vida inteira que nasceu para ser. Depois de tanto tempo lidando com o próprio julgamento, qualquer repreensão a seu comportamento parecia pequena em comparação.
Não se preocupava com o que Niamh podia fazer. Podia devolver qualquer coisa à altura, e até gostava de ter uma justificativa para poder fazê-lo — tinha prazer em fazer raiva à ela, assim como costumava ser com Meritaten. Sendo quem era, tinha também a segurança da linha que nenhum deles ousava cruzar, independente do quanto se odiassem, pois ainda carregavam o mesmo sobrenome. Contudo… Com Tadhg Barakat a coisa era diferente. A ameaça fez Vincent finalmente erguer o olhar para Niamh, analisando em silêncio o ódio por trás das palavras. Nunca a julgou como uma pessoa inofensiva e bondosa, mas a intensidade da raiva dela parecia… perigosa. Com preparo, magia e os contatos certos, as possibilidades do que Niamh podia fazer contra Tadhg ficavam assustadoramente fora de seu controle. Vincent sentiu uma repentina inquietação no estômago, um incômodo difícil de ser ignorado.
── Isso não vai trazer ela de volta, Niamh. ── A máscara afiada da arrogância se ergueu, mas por baixo dela corria um pânico agudo pelo que podia acontecer com o changeling. Odiava se sentir ameaçado, e não tinha escolha senão se proteger da única forma que sabia. Com o olhar firme no dela, o príncipe consertou a postura sobre o divã de veludo, inclinando-se em sua direção como se a desafiasse a ouvi-lo. ── Não quer saber o que Meritaten realmente pensa disso tudo? ── Estava jogando baixo, mas a capacidade dos mortos de fazer contato com ele foi a única coisa que conseguiu pensar para afetá-la de volta. Podia se desesperar depois, mas não vacilaria agora. Meritaten podia ter morrido para os outros, mas não para Vincent, que tinha um capacidade que sequer desejava, mas que queria fazer Niamh sofrer por não ter. ── Se é realmente isso que ela espera de você? Imagino que deve estar curiosa.
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OS OLHOS afiados da Princesa Niamh acompanhavam o sentar folgado de Vincent. Se não estivesse com um vestido tão difícil de manusear e tão pesado, ela o expulsaria do assento para que pudesse encará-lo frente a frente. A face da mais velha Essaex, escondida por diversas camadas de teatro, não era a mais agradável--- contida apenas para relapsos raivosos e velados."Não me faça rir, Vincent." O tom metódico que em muito se assemelhava ao de Meritaten, mas com requintes cruéis inseridos da própria persona, construía uma monstruosidade imparável. "Você os detesta tanto quanto eu. Ou seu coração já foi enfeitiçado, porque agora desonrosamente voa naquela besta? Porque agora tem a coragem de se aliar a um..." Uma lufada de ar saiu dos lábios. Pega de surpresa pelo comentário ácido e dolorido, Niamh engoliu em seco. Desde a morte da mãe, ela não havia derramado uma lágrima sequer ou desmarcado qualquer compromisso--- a agenda, a aparência e os afazeres continuariam. Mas Niamh sentia uma tristeza deplorável. O sofrer, porém, não vinha em forma de lágrimas ou choro convulsivo, mas de qualquer ornamento que estivesse ao alcance da mão, sendo apertado e depois estraçalhado ao chão. Silêncio. Sangue pingando da palma, rapidamente estancado por um cerrar de punhos; e a aproximação violentamente lenta da cadeira que o príncipe ocupava. A voz calma não escondia a tempestade, o sutil abaixar para que as íris se encontrassem. As de Niamh eram brilhantes, iluminadas pela gana e alimentadas pela raiva. "Não sei quais são suas intenções. Não sei se é apenas Vincent sendo Vincent. Inconsequente. Mimado. Querendo fazer uma cena. Mas eu irei descobrir, e, quando eu descobrir..." Uma pausa. "E eu vou descobrir... Tadhg Barakat nunca mais verá a luz do sol. Ou qualquer outra coisa, pois eu sei que há um dedo dele no que aconteceu. Oisín pode ser estúpido e incompetente, mas eu não sou."
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princetwo · 2 months ago
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ft. @tadhgbarakat ♡
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princetwo · 2 months ago
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Aquele quartinho mequetrefe do bordel não era o ambiente ideal para um reencontro, mas no momento tinha tudo o que Vincent esteve desesperado atrás nos últimos dois dias, e essa era a única coisa que importava de verdade. Ainda estava indignado, é claro, por ele ter escolhido justo aquele lugar, mas isso não mudava o alívio que era poder vê-lo de novo. Tadhg estava vivo — aos pedaços, mas vivo, e no momento sua prioridade era remendá-lo. Vê-lo sorrir pela primeira vez o amoleceu mais um pouco, a ternura no toque traçando seu rosto o pegando desprevenido. O olhar desceu até o colar que ele tocou, só então entendendo o que ele queria. Vincent segurou o pingente do colar entre os dedos, alisando de leve a pedra fria que há muito tempo havia transformado num amuleto, a incerteza pairando no ar por um momento. Imaginava que sua identidade estaria segura ali, mas era a primeira vez que via Tadhg depois de tanto tempo longe, e ele sabia que não estava no melhor da sua aparência. Tinha olheiras por não estar dormindo direito ultimamente, estava pálido pela quantidade de sangue que andou usando nos rituais e com diversas manchas do demônio que estava cada vez mais difícil manter sob controle. Pela primeira vez, se sentia mais seguro na versão plebeia. Com Tadhg mais quebrado do que ele, queria parecer inteiro e capaz; ser o homem que de alguma forma foi julgado como digno de montar Eldritch, mas que na verdade sequer se sentia digno dos anéis que usava ultimamente.
Apesar da hesitação, optou pela honestidade: tirou o colar devagar, evitando os olhos dele enquanto os dedos se ocupavam com o fecho. A imagem de plebeu qualquer foi substituída pela de príncipe imperfeito, deixando-o com a sensação que estava um tanto quanto exposto, mas não com vontade de recuar. ── Quase enlouqueci atrás de você. ── confessou, deixando as testas se tocarem, o curto espaço entre os dois criando uma atmosfera única; um universo próprio onde finalmente estavam a salvo, porque tinham um ao outro. O rosto dele se encaixou perfeitamente entre as mãos de Vincent, a ponta dos dedos manchados deslizando suavemente pela barba áspera. Tinha medo de perdê-lo novamente — pior ainda: de perdê-lo sem nunca ter dito que Tadhg agora significava tudo para ele. Fechou os olhos quando os lábios se tocaram, permitindo que sentisse o gosto do álcool que vinha dele. O perdoaria mesmo que ele tivesse levado alguém pra cama, mas não o deixaria saber disso. Ainda segurava o rosto dele com uma das mãos quando se afastaram, o toque terno se tornando mais firme, a doçura rapidamente substituída pela seriedade com que o encarou. ── Da próxima vez, venha até mim primeiro. ── Esperava que não houvesse outra, mas a ordem tinha que ser dada.
Quando o pincel foi arrancado e levado para longe de suas mãos, Vincent franziu o cenho, achando a negativa um tanto quanto extremista. Era nítido que Tadhg não estava nada bem, e o príncipe não esperava que ainda assim ele fosse capaz de negar algo que, caso funcionasse, certamente o traria alívio. Como ele demonstrou sentir dor quando desenhou as letras em sua mão, sabia que o álcool não podia tê-lo anestesiado a esse ponto. Temeu que o motivo da resistência fosse porque tinham usado magia contra ele, mas ver a tentativa de varrer o quão ruim estava levou sua desconfiança para outro lugar. Então, estreitou os olhos para ele. ── Você acha que eu não consigo? ── perguntou, ofendido. E daí que sua magia não estava no seu melhor estado ultimamente? Quebrado ou não, ele ainda era um khajol! O incidente no casamento não deveria defini-lo desse jeito. 
Não sabia se Tadhg o julgava como burro, incapaz ou como os dois, mas aquela pose não o enganava nem um pouco. O encarou com desconfiança, se perguntando o que exatamente passava por aquela cabecinha, até que o viu contornar a tatuagem que tinha adquirido durante sua ausência, a curiosidade evidente. Aquela era uma novidade no mínimo interessante, ele sabia. ── Eu não sou parte feérico. ── Achou importante esclarecer, como se aquela fosse a questão fundamental que obviamente passaria pela cabeça dele ao se perguntar como diabos o príncipe havia se tornado o único khajol a montar um dragão. Só então se deu conta que poderia acabar o ofendendo sem querer — ainda dava muitos deslizes no jeito que falava sobre os changelings, mas tentava ter mais cuidado com Tadhg. ── Bom… Parece que vocês não tem mais algo de tão especial assim, huh? ── Ergueu uma das sobrancelhas para ele, o provocando com o ar irritante de superioridade que ainda faria muitos changelings ponderarem sobre se acabar indo preso por socá-lo seria mesmo tão ruim assim. ── Aconteceu muita coisa enquanto você esteve fora. Muita mesmo ── começou, vendo-o se acomodar na cama. Tinha muito para contar, porque Eldritch não era a única novidade que ele perdeu, embora certamente fosse a mais empolgante. O príncipe enfiou o colar com o amuleto na bolsa e a largou no chão logo ao lado da cama, deixando o pobre seon sair de dentro dela para flutuar livremente ao seu redor. Em seguida, tirou as botas, usando os pés para empurrá-las pelos calcanhares até que se soltassem, as abandonando no chão para poder se juntar a Tadhg. 
── Eu o vi num sonho antes do ataque acontecer. Eldritch. E quando ele me chamou de verdade, foi tão estranho, mas pareceu tão certo ── Era parecido com o que tinha acontecido com Tadhg, cujo destino claramente traçou o caminho até ele, e por isso o fascinava. Se arrastou até ele, se sentado logo ao lado, mas escolheu continuar de frente para poder vê-lo melhor, as palmas da mão espalmadas no colchão, cada uma para um lado do corpo dele, de forma que o prendia no seu alcance. Com o corpo inclinado em sua direção, Vincent o encarou, seus olhos se iluminaram com um fascínio evidente. ── Alguma vez você já imaginou que isso seria possível? Um khajol montar um dragão? Porque eu não, e olha que minha ambição é das grandes ── Aquilo abria tantos caminhos diferentes na vida de Vincent que ele ainda se sentia meio atordoado com o quão repentino foi a mudança que mudou o eixo de tudo. Tudo ainda parecia muito estranho, mas só o fazia ter mais certeza que seu destino era mesmo ao lado de Tadhg, porque agora isso seria possível inclusive voando entre as nuvens. O loiro subiu com uma das mãos para tocar o rosto dele, um tanto reflexivo, distraído com o movimento dos dedos traçando sua mandíbula. ── Eu teria morrido se minha magia falhasse quando ele me atirou na serpente gigante. Acho que não era a hora ainda. ── Tinha um palpite do porquê, mas talvez fosse meloso demais dizê-lo em voz alta. O disse com os olhos primeiro. ── Eu precisava ver você de novo. Sei que acabou assim pra me proteger.
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Perceber que tinha magoado Vincent era uma nova forma de tortura, e mais um motivo para odiar o passado que o atormentava. O contato físico não era sua primeira linguagem do amor quando fora do contexto sexual, mas nunca o teria rejeitado em circunstâncias normais: ansiava pelo acalento que era tê-lo consigo, por muito que seu corpo ainda parecesse preso na resposta automática que o fazia vacilar toda vez que era tocado sem permissão. Se não o podia dizer tudo aquilo com palavras, o fez ao suavizar os olhos enquanto o fitava, sua atenção se demorando em cada detalhe do rosto familiar e diferente graças ao disfarce. Sacudiu a cabeça em negativa para confirmar a interpretação do príncipe: falar não era uma opção. Não estava pronto para colocar o que sentia em palavras, e torcia que as migalhas que tentou oferecer ao confessar a saudade que sentia fossem sucifiences para o amolecer.
Mesmo enquanto caminhavam rumo ao novo destino, seus olhos não o deixaram por mais tempo do que o necessário para garantir que teriam a privacidade que buscava. Ainda sentia como se a presença de Vincent fosse não mais que um produto de sua imaginação, como tinha sido na cela escura ao distraí-lo da solidão. Temia que se piscasse ou o perdesse de vista, a presença que agora o confortava se esvairia como fumaça.
A escolha da Casa dos Prazeres como refúgio não tinha sido banal. Em um ambiente como aquele, todos estavam distraídos demais com os estímulos para o notar. Mesmo enquanto cruzavam o salão e o corredor até a privacidade do quarto, nada mais eram que um par em meio a outros tantos, perfeitamente desinteressantes quando ao redor havia mais de uma demonstração de despudor. A mão encaixada na sua era um toque inocente comparado ao entrelaçar de corpos e à cacofonia de sons de prazer que agora os cercava. Queria poder ser honesto e o explicar o que exatamente se passava em sua caixola mas, se não podia escrever, não sabia como se comunicar com ele para além da expressão exasperada que agora o ofertava. Tentaria novamente mais tarde. Os dedos doíam, sim, mas era um sacrifício pequeno a se fazer quando a alternativa era permitir que o mau entendido pairasse entre os dois como uma ameaça.
Sua prata era suficiente para pagar por um quarto simples mas bem apresentado. Com a porta fechada às suas costas, se acomodou na beirada da cama, permitindo que Vincent tomasse sua mão na dele e inspecionasse os dedos feridos, encarando o contraste entre seus tons de pele e permitindo que os olhos se atentassem à marca do dragão que agora o adornava. Tinha tanto que queria perguntá-lo sobre o que tinha perdido, sobre o ataque a capital e sobre Eldritch, e se sentia inquieto por não poder interrogá-lo sobre seu bem estar. Odiava ser a única vítima de escrutínio, mas o cuidado com que ele o tocava ao menos aqueceu seu coração. Os lábios pressionados contra as costas de sua mão lhe arrancaram um sorriso. Estendeu os dígitos livres para traçar o contorno do rosto de Vincent, prolongando o momento por um par de batimentos cardíacos antes de tocar o pingente do amuleto que ele usava, o puxão silencioso uma ordem para que ele deixasse o disfarce de lado. Estavam sozinhos, e queria vê-lo de verdade – só não desfez o fecho do colar por conta própria por já não ter a habilidade motora necessária.
Não sabia o quanto queria ouvir palavras doces como aquelas vindas dele até escutá-las em voz alta. O nó na boca de seu estômago se desfez, e Tadhg se inclinou de maneira a repousar a testa contra a dele como já tinha feito tantas vezes antes, se permitindo cerrar as pálpebras e finalmente relaxar. Estava seguro. Estava com ele. Não permitiria que fossem separados novamente. Quando voltou a abrir os olhos, o fitou com um misto de angústia e devoção. Não tinha procurado o bordel para o fazer raiva ou para encontrar outro corpo quente que não o dele, e sacudiu a cabeça em negativa frente à acusação, acompanhando a resposta de um sorrisinho ao notar o ciúme que transbordava no tom. Não tinha como o explicar que recorrera ao primeiro lugar em que sabia que poderia beber sem ser perturbado, mas fechou a distância que os separava e o beijou para que o hálito de rum servisse de indício. O toque entre seus lábios foi breve, calculado para o desarmar sem que se distraíssem. Meneou a cabeça em negativa tão logo a sugestão de usar magia foi feita, o tomando pelo pulso para impedir que usasse o pincel, arrancando o objeto de sua posse e o colocando de lado na mesa de cabeceira, fora de alcance por ora. Ashla tinha sugerido que procurasse a ajuda de um khajol para curar o ferimento, mas Tadhg tinha visto em primeira mão que havia algo de errado a magia de Vincent, e não queria que ele se arriscasse. Encontraria uma outra solução. Torceu o nariz e deu de ombros para o indicar que a dor não era tão ruim assim, a mentira sendo melhor do que a honestidade naquela situação: era conveniente que não pudesse contá-lo que talvez já não fosse capaz de tocar todas as notas em um piano.
Não queria mais pensar em sua prisão. Baixou o olhar para as mãos ainda unidas, usando o indicador livre para contornar a marca dracônea que agora casava com os anéis em seus dedos, acompanhando o toque de um olhar inquisitivo. Esperava que a resposta fosse longa o suficiente para preencher o silêncio e ocupar seu juízo, e julgou ser a justificativa perfeita para se fazer mais confortável em preparação. Se ajustou sobre a cama até poder descansar as costas contra a cabeceira, se aproveitando dos cadarços frouxos das botas para chutá-las para longe e colocar os pés para cima no colchão. Riu sozinho ao perceber que aquela era a primeira vez que percebia uma vantagem em seus movimentos restritos, e uma ainda melhor o ocorreu como ideia logo a seguir: se estava enfermo, tinha a desculpa certa para o colocar para trabalhar. Indicou o espaço vazio ao seu lado com o queixo, o convidando a se aninhar contra seu corpo. Estava farto de ser o centro das atenções, e queria ouvir o relato sobre Jörmungandr em primeira mão.
Tinha sentido falta de o ouvir tagarelar quase tanto quanto de fazê-lo calar a boca. Havia tempo suficiente para ambos naquela noite, e deixariam a realidade para amanhã.
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princetwo · 2 months ago
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you are my strange addiction.
bad , bad news one of us is gonna lose i'm the powder , you're the fuse : just add some friction
with @princetwo . ♡
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princetwo · 2 months ago
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── Dizem que quem confia demais cai por terra. ── Alertou com leveza, erguendo uma das sobrancelhas com a segurança de quem estava esperando que ela pagasse com a língua no instante em que entrassem naquela tenda. Em meio as meio as rusgas na realeza, Vincent gostava de achar suas próprias fugas. E, felizmente, Igraine era muito mais fácil de lidar do que Niamh. ── Seria uma escolha inteligente. Assim, talvez eu reserve um lugar para você no meu reinado quando tomar o trono com Eldritch… ── Brincou, a olhando de cima para baixo como quem olha algo de pouco valor, mas que tem lá sua serventia, mesmo para um príncipe exigente. A ideia maluca certamente já tinha passado pela cabeça de Vincent, porque era perigoso dar poder nas mãos dele, mas ele não tinha intenção nenhuma de tentar nada contra o reino. Não ainda. ── Você vai é quebrar a cara. ── Mas a certeza no alerta parecia diverti-lo; tinha certeza que a Madame julgaria ambos como idiotas, mas julgava que Igraine tinha mais cara de alguém facilmente impressionável do que ele, já que o príncipe não parecia levar nada muito a sério e, além de tudo, tinha os estereótipos de gênero a seu favor. Seus dedos puxaram a cortina da tenda, abrindo passagem para irmã com uma elegância que beirava ao deboche. ── Mas vai ser bom poder assistir isso de camarote. Vamos?
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Igraine riu, não conseguiu evitar, e imediatamente sentiu culpa. Uma das poucas instruções diretas que recebeu de sua mãe era que deveria odiá-lo, ele e seu irmão – irmão dele, não seu –, que eles existiam com o único propósito de roubar tudo o que era de suas irmãs, a atenção, o afeto, a coroa. Parte de si os odiava sim, e odiava a Concubina Tiye mais do que odiava ambos, mas haviam momentos em que o sentimento que lhe foi ensinado era esquecido e o que era genuíno ameaçava surgir. — E qual seria a graça de uma aposta com resultados já revelados? — Sem perceber, sua postura se tornou menos rígida, os braços agora unidos em suas costas, se movendo com uma inocência fingida. — Mas talvez eu não devesse insinuar que um príncipe com um dragão é um idiota. O que seria de mim? — Brincou. Era estranho até mesmo citar tal ocorrido. Ainda parecia enredo de um conto questionável de um autor duvidoso. Vincent era, para ela, como um mistério dentro de um enigma porque, assim como Igraine, ele parecia transparente até demais. Sabia que não deveria buscar semelhanças entre eles, era algo que sua mãe certamente desaprovaria. A sua mente produziu a frase "ela não está aqui", e foi a sua boca que amargou. — Podemos perguntar para Madame Madge e eu prometo não rir quando ela declará-lo como o mais idiota. Palavra de princesa.
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princetwo · 2 months ago
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No auge do tédio naquela eternidade (os poucos minutos) em que foi deixado sozinho, tinha considerado virar tigre e sumir dali só para poder assistir a cara de perdido do guarda o procurando na multidão, mas vê-lo tendo que carregar aquele quadro no meio do festival já melhorava seu humor o bastante. Assistindo-o se aproximar, um leve sorrisinho se ergueu no canto dos lábios. Sem querer, tinha começado a gostar um pouco de tê-lo como seu guarda, porque escravizar o soldado enigmático era um ótimo entretenimento. ── Segura isso aí direito, Jeremy. Vou obrigar meu namorado a pendurar no quarto dele. ── O informou, como se fosse de costume. Embora tecnicamente as amarras da realeza não o permitissem se dar ao luxo de ter um namorado, o príncipe já tinha alugado tanto os ouvidos de Kadaj quando enchia a cara na carruagem que, agora que ele tinha saído da prisão e podia confiar que seriam algo mais, queria compartilhar algo além dos lamentos. O príncipe estava de bom humor, leve como uma pluma enquanto comia a pipoca que tinha acabado de comprar. Mas o brilho foi sumindo à medida que escutava o recado que Madame Madge mandou pelo guarda, um silêncio estranho pairando no ar por um longo momento. Com a lembrança das palavras da vidente, o príncipe engoliu em seco. ── E você achou de bom tom trazer a praga dessa mulher até meus ouvidos? ── Perguntou, totalmente sério, quase que ofendido por Jeremy não ter se dado conta do absurdo. Então tudo estaria perdido em apenas algumas semanas?! Puta que pariu! O loiro empurrou a pipoca para o guarda segurar com um ar indignado, de repente inquieto com a informação que claramente alugou um triplex em sua cabeça. ── Não vê que ela disse isso pra me perturbar? Ela... Isso deve ter sido uma ameaça. Ou uma praga mesmo. Sim... É bem desse tipinho. Uma vingança por eu ter criticado a decoração da tenda dela. Merda. Jeremy, vamos ter que dar um jeito nessa mulher.
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comidas 📍
prompt: impossível do biquini cavadão. "tudo que viceja também pode agonizar e perder seu brilho em poucas semanas."
Carregava consigo o grande quadro debaixo do braço, uma pintura do rosto de Vincent Essaex. Imponente, com seus cachos dourados e olhos de um azul mais forte e límpido que os de Kadaj... ou melhor, Jeremy. Achava conveniente a comparação de sua íris, que possuía uma cor cada, e o azul do lado esquerdo não era tão brilhante e vivo quanto o do príncipe. Talvez, fosse porque era pobre e rebaixado, comparado a Vincent que possuía o requinte. Fosse a ironia que fosse, lá estava ele, incumbido de levar aquilo até seu protegido. Já estava tão acostumado com as coisas que precisava fazer para o segundo filho de Seamus, que chegava a ser estranho quando seu dia não estava lotado de idiotices. Quando o avistou exatamente onde tinha-o deixado, o soldado lhe mostrou a pintura após aproximar-se e proferiu logo em seguida. "A Madame Madge também mandou avisar que a conclusão da última profecia dela, que você não ficou pra ouvir, era de que algo na sua vida que floresce também pode agonizar e perder o brilho daqui algumas semanas." Contou, enquanto abaixava o quadro apenas para descansar os braços. Era pesado e Kadaj sabia que teria que carregar até a carruagem dele, então que pelo menos relaxasse os músculos até lá. "Só que mais óbvio que isso só se disser que você é filho da sua mãe. É o ciclo da vida e não acho que seja algo com que se preocupar, alteza." Se é que você vai se preocupar com isso, pensou quietinho consigo.
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princetwo · 2 months ago
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Embora agora os dois tivesse mais coisas em comum, sendo a criatura orgulhosa que era, o Essaex tinha começado a virar a cara toda vez que via o vislumbre de Melian por aí desde que ela feriu seu ego. Teria feito isso agora, mas era tarde demais quando percebeu ela logo ao lado, falando diretamente consigo. Vincent ergueu uma das sobrancelhas para ela, lançando um olhar afiado que a informava que a presença dela não era mais bem vinda. As palavras ásperas subiram até a ponta da língua, mas ficaram de lado com a oferta inesperada de ajuda da loira. ── Hum… ── Ela estava certa — se Vincent já não entendia muito sobre dragões, veja lá sobre um com seis séculos de idade! Eldritch não colaborava muito sendo ainda mais cabeça dura do que ele. Mas era duro admitir, porque o príncipe detestava ser ruim nas coisas. ── Até que seria útil. Ele está mesmo precisando de um lanchinho… ── Deslizou um olhar de cima para baixo, avaliando-a como uma carcaça de pouco valor, o vislumbre do bom humor perverso cintilando no Júnior quando emendou: ── Mas não sei se ele aceitaria colocar qualquer coisa na boca. ── Apesar do desdém, não podia esconder que a ideia o interessava… e que também estava um tanto confuso, porque, sinceramente, a tentativa de um pedido de desculpas era a última coisa que ele estava esperando ouvir dela. A encarou como se buscasse por uma explicação no semblante dela, ser saber ao certo como ler as intenções da loira. ── O que aconteceu? Thor mexeu com sua cabeça?
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Starter fechado para @princetwo
Melian não havia percebido até o presente momento que havia magoado os frágeis sentimentos do príncipe. Como ela deveria saber que poderia o insultar em privado e não em público? Na verdade ela esperava um insulto igual ou pior naquele dia, não que ele se doesse. Melian apenas percebeu que algo estava errado quando o príncipe lhe lançou um olhar mortal após uma piada. A loira não teria ligado demais, normalmente o desprezo dos khajols era um fonte de diversão, mas Vincent agora tinha um dragão e isso o tornava um pouco mais interessante. Melian aproveitou-se de mais uma das longas filas para se aproximar dele. "Então agora tem um dragão." Começou, mesmo percebendo o olhar de poucos amigos. "Eu poderia ajudar com isso, aposto que acabou descobrindo que eles são mais cabeça dura do que pensava." Cruzou os braços frente ao corpo deixando que o quadril pendesse para o lado. "Serviria de pedido de desculpas pelo dia do café?"
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princetwo · 2 months ago
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── Eu não quero ser maldoso, mas vi o irmãozinho da Brianna fazer melhor do que isso mais cedo... ── Comentou, com algo entre um cuidado delicado e uma zombaria que não podia evitar; o sorrisinho traíra erguido no canto dos lábios desde o momento em que viu o péssimo resultado que a irmã alcançou. Ele olhou o martelo estendido em sua direção para que pegasse, mas fez um gesto de recusa. ── Ah, dá mais uma chance, vai! Você consegue fazer melhor que isso. Não pode aceitar essa vergonha para os Essaex — fora que seria péssimo deixar o pirralho se achando.
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com: @princetwo onde: força do dragão "let's calm down. it's not all that bad. it's just a little embarrassing."
Quem via Celestia por fora nunca imaginava que ela era uma pessoa que aceitava sempre um desafio, especialmente vindo dos irmãos. Então, quando conversou com Vicent , ela iria realmente experimentar bater com o martelo "Para ser sincera, até estou surpreendida com o que consegui.... Afinal, nunca utilizei muito a força no meu dia a dia." Assentiu com a cabeça, esticando o martelo para o mais velho "Agora você, vamos ver se consegue algo melhor."
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princetwo · 2 months ago
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O ciúmes era como ter um alfinete perdido o espetando constantemente sob as roupas e não poder deixar o incômodo transparecer até ninguém estar olhando — mas acontece que era impossível não expressar nem um pouquinho que fosse, já que o responsável por ele estava bem ao seu lado, sorrindo como se estivesse gostando disso; como se não enxergasse problema no que estava fazendo. Que bastardo. O príncipe ergueu uma das sobrancelhas para ele de volta, o olhar ainda meio afiado. ── O quê? Não gosta dessa abordagem? Prefere algo mais… feroz, talvez? ── A escolha da palavra aludia à sua forma animal, e não ao apelido; Vincent deixou que a ameaça velada pairasse no ar, invisível para qualquer pessoa de fora, mas suficiente para ser compreendida por quem realmente importava. Orgulhoso como era, jamais admitia diretamente que fazia as coisas que fazia por ciúmes, mas a esse ponto já estava escancarado que o príncipe era um poço de insegurança. Ver a satisfação que Tadhg sentia por poder ver isso o irritou, mas perceber o olhar se demorando em seus lábios desviou um pouco o fluxo de seus pensamentos. Se levassem vidas diferentes, teria o cumprimentado com um beijo molhado que estenderia por tempo o suficiente para deixar a atirada desconfortável. Mas agora não podia, então aquilo não era o suficiente para livrá-lo da punição silenciosa. Agiu como se nem tivesse percebido, o encarando fixamente para que soubesse que tinha sim.
Deu de ombros com a observação da reação que causaria em Niamh. Sua chegada tinha sido repentina, mas tecnicamente não era tão impulsiva quanto devia parecer, pois já tinha a intenção de abordá-lo antes disso. ── Bom, nós não estamos fazendo nada de errado. ── Quanto a isso estava seguro, e por isso não estava preocupado só por estar ao lado dele. Desde que mantivessem as mãos longe um do outro, não haveriam tantos problemas, embora certamente fosse gerar algumas inconveniências mais tarde… Por ora, não pensaria nisso. Enquanto esperavam a vez na fila, Vincent continuou tirando pequenos pedacinhos da barra e comendo aos poucos, sem a menor pressa — não para torturá-lo, mas porque, sendo sincero, ele achava meio enjoativo... Fingia gostar para ter algo em comum com Tadhg e para poder deixá-lo mais à vontade, mas o paladar dos dois ainda era muito diferente.
Quando interagia com ele em público, a linha que Vincent nunca cruzava era muito bem definida: nunca dava algo que pudesse gerar comentários. Não queria dar qualquer alimento a especulações que manchariam sua imagem, por isso tinha o cuidado de tratá-lo no mesmo nível que tratava qualquer changeling — o que não era muita coisa, visto que ainda achava a maioria deles insuportável demais para trocar mais do que algumas palavras. E olha que ele tinha tentado! Dessa vez, embora soubesse que seguir adiante certamente fosse gerar comentários, Vincent não tinha intenção nenhuma de deixá-lo sozinho. Não fosse pelo próprio histórico, teria levado a postura dele de questioná-lo — ou reclamado — daquele jeito como insatisfação por ter pedido a companhia da mulher atirada que o príncipe havia espantado. Contudo, o que viu dessa vez foi um ceticismo que o ofendia um pouco. Não estava ali para brincadeira, e nem queria fazê-lo se sentir sozinho depois de tudo o que o fez passar na prisão. ── Te deixar sozinho? Isso seria muita indelicadeza da minha parte, já que eu espantei sua companhia. ── Havia segurança na resposta, bem como na postura galanteadora; no jeito que levou a mão que segurava o chocolate para as costas e, com a livre, tomou elegantemente a mão dele assim que chegou a vez dos dois, na intenção de ajudá-lo — embora não houvesse necessidade alguma — a subir no pequeno degrau que os ajudaria a subir no balão. Chegava a ser cômico ver o príncipe tratar um changeling sem classe nenhuma, com fama de assassino e uma capacidade um tanto assustadora para matar da mesma forma que trataria uma donzela que está cortejando, e até ele mesmo não pôde deixar de se divertir um pouco com aquilo. ── Além disso, querido, eu percebi que você é a companhia ideal para o que me deu vontade de fazer hoje: fazer minha irmã ter um ataque do coração.
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Talvez fosse cedo demais para se embrenhar em uma multidão como aquela, e sentia não ser capaz de dar dois passos sem que alguém o interrompesse. Fosse por bisbilhotice ou por preocupação, Tadhg se viu refém de conversa vazia atrás de conversa vazia, a tentação de voltar a calar a própria voz agora enraizada na vontade de repelir aos que o abordavam. Com exceção dos amigos, o interesse em seu bem-estar passava longe de ser genuíno: por trás dos olhos que o escrutinavam estava a mesma curiosidade mórbida de uma criança que queima o formigueiro com a lupa. Não era surdo a ponto de não ouvir os sussurros sobre o assassino por onde quer que passasse, e pelo visto ser inocentado perante o Gabinete Imperial pouco significava frente à corte da opinião pública. Ao menos os que o odiavam tinham o bom senso de não o abordar, o que carregava as interações de uma cortesia falsa.
Tinha procurado por Vincent com os olhos tão logo pisara na clareira, a cacofonia de sons do circo pouco fazendo para o distrair daquele objetivo em particular. O segredo que partilhavam agora era diferente, mas Tadhg de igual medida hesitava em o cumprimentar em público, sabendo que Oisín Reth tinha olhos em todos os lugares – a culpa o impedia de comprometê-lo mais do que já tinha feito. Seu plano era muito mais criativo: o surpreenderia quando ele não estivesse vendo, com o poema que trazia em seu bolso.
A espera pelo balão era não mais que uma rota de fuga, sabendo que não o poderiam perturbar em pleno ar, mas não estava imune enquanto na fila. Uma colega de série decidiu se unir a ele, e Tadhg estava prestes a dizê-la que não estava procurando companhia quando a chance lhe foi roubada. Vincent não parecia ter intenção alguma de se manter longe, e não podia julgá-lo – agora que o que os unia era mais, partilhava da mesma vontade de estar com ele a todo o tempo. Os olhos azuis o fisgaram com um brilho que vinha se tornando familiar, tingidos de ciúmes, e foi impossível conter o próprio sorriso ao notar o quanto a ideia de dividir sua atenção o incomodava. Podia tirar proveito daquilo. ── 'Meu querido'? ── Ergueu a sobrancelha, claramente se divertindo com o apelido calculado para o reclamar como propriedade frente a mulher que o importunava, e que os deixou tão logo percebeu estar sobrando. Quis beijá-lo ali mesmo, talvez assim desfizesse o nó de inseguranças que se formava no estômago do príncipe sempre que o via interagindo com outras pessoas. Não podendo o fazer em público, se resignou a encarar seus lábios por um par de segundos, só então erguendo o olhar de volta ao dele, para se certificar que tinha percebido. ── Sou apenas a novidade da vez. ── Deu de ombros, dispensando a alusão à sua reputação com indiferença calculada. Vincent sabia que chocolate era seu sabor preferido, e não estava dividindo o que trazia consigo para o castigar por algo que sequer era sua culpa. Gostava quando seu lado cruel vinha à tona. ── Não sabia que agora podíamos ser vistos. Sua irmã terá um ataque do coração. ── A observação foi pragmática, por muito que um pedaço de si se desse por satisfeito com a mera noção de que pudessem especular a respeito dos dois; a mesma parte que o queria só para si. A princesa Niamh já não era sua fã de outros carnavais, e se perguntava se Vince sabia a respeito. Conforme a fila avançava, voltou-se para ele de braços cruzados, como quem pede satisfação. ── Você vai se juntar a mim no balão, ou só queria enxotar a pobre coitada e me deixar sozinho?
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princetwo · 2 months ago
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O príncipe estava acostumado a ver os changelings sempre esperando apenas o pior dele — afinal, era o que ele normalmente estragava mesmo. Por que diabos desperdiçaria sua simpatia com bárbaros? Nunca teve problemas com isso; podia ignorar facilmente tudo o que eles pensavam. Contudo, ficar marcado como sequestrador logo pelo homem que agora ele precisava conseguir a bênção de repente se tornou uma pedrinha em seu sapato. O príncipe ergueu as sobrancelhas, mas não se ofendeu, reagindo como se a possibilidade nunca tivesse passado por sua cabeça. ── Oras, não seja tão rancoroso! Achei que já tínhamos deixado isso para trás. ── Queria, é claro, levar como leveza o suficiente para fazer o acontecido parecer apenas um detalhe insignificante. Uma história engraçada que eles relembrariam nos jantares em família que o príncipe certamente se enfiaria no meio depois que se casasse com Tadhg Barakat. ── Eu vim em paz, certo? Até me ofereceria pra te ajudar a ganhar nisso aí usando magia, mas sei que você é um homem íntegro demais para aceitar isso… ── Comentou, observando a determinação de Cillian para humilhar o pirralho naquele jogo sem qualquer julgamento, embora eles existissem no fundo da mente. Que tipo de lição ele estava querendo dar para o pobre garoto? Que não se podia ganhar tudo na vida? Imaginava que o tal sobrinho devia sofrer muito nas mãos do professor, o que o fez lamentar um pouco por ele, mas de repente se deu conta de como o moleque podia servir a seu favor, e a orbe negra que flutuava atrás dele cintilou com mais intensidade. Talvez fosse difícil comprar a aprovação de Cillian, mas as crianças sempre eram muito mais fáceis. O bigode loiro se desenhou num sorrisinho quase santo, com o príncipe rapidamente desviando sua simpatia para o garoto que seria seu caminho para obter o que ele queria. ── Não sabia que estava acompanhado. Nesse caso, que tal passar nas tendas de comida e eu compro doce para a criançada enquanto conversamos?
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ONDE: Tiro ao Alvo
COM: @princetwo
Chegava a ser cômico ver Cillian com espingardas de pressão nas mãos e dentro de vestes que não eram do seu usual. Usava um azul escuro e brilhante que ficava mais aparente quando a luz batia, e era possível notar já que o brinquedo era quase preto. Estava distraído tentando estudar o movimento dos patinhos já atingidos diversas vezes para não errar um tiro sequer, torcendo para pegar a maior pelúcia que tivesse por ali. Não estava muito interessado em tê-la para si, mas tinha visto a sobrinha namorar o objeto por vários minutos enquanto passavam diante da brincadeira antes do irmão mais velho querer pirraçá-la e ganhar no lugar.
Pronto para entrar na fila outra vez depois de uma jogada de teste, se deparou com quem vinha considerando seu espírito obsessor o encarando sob o bigode cor de areia. "Não estou disponível para sua carruagem, Alteza." Precisou se livrar de um novo sequestro o quanto antes, não querendo desaparecer de novo e ainda receber broncas por não ter contado sobre o que havia acontecido para os demais. Podia admitir que estava um pouco feliz por Tadhg, mas ainda era difícil digerir o príncipe, principalmente depois do tal Jeremy tê-lo puxado pelo pescoço para o transporte privativo. "Estou muito ocupado tentando ganhar uma foca de um garoto de doze anos que, por um acaso, também é meu sobrinho."
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princetwo · 3 months ago
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Astarion Ancunin in Baldur's Gate 3 (2023).
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princetwo · 3 months ago
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── Infelizmente o desespero move montanhas e enche bolsos, irmãzinha. ── comentou, encarando a tenda de Madame Madge com um ar crítico. Ele escutou os comentários a respeito da assertividade impressionante da vidente, mas, vendo de perto, o ambiente parecia teatral demais, e ele suspeitou que a velha só repetia o que ouvia nos corredores, tal qual ele mesmo apimentava manchetes no Jornal Hexwood para fisgar a atenção dos leitores. ── Mesmo assim, não quer descobrir que tipo de previsão genérica ela diria à você? Ver quem de nós dois ela julga ter mais cara de idiota? ── Instigou. Internamente, se divertiu ao notar como Igraine não conseguia mascarar o tédio mesmo mantendo a polidez que as aulas de etiqueta entalharam na espinha de ambos, e quis distrai-la um pouco. ── Que tal uma aposta? O mais idiota perde. Se eu perder, prometo sorrir para três changelings sem revirar os olhos. Palavra de príncipe.
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STARTER ABERTO na tenda de Leitura de Cartas com Madame Madge [ 0 / 4 ]
Dizer que não queria estar naquele festival era uma maneira branda de descrever seus sentimentos atuais. Era, no mínimo, injusto que o Imperador havia exigido a presença de todos enquanto o mesmo permanecia ausente, porém a imagem pública de Seamus não era nada próxima a constâncias. Podia sentir o cheiro de caramelo e pipoca mesmo que estivesse relativamente longe de onde a comida estava, decerto vinha das pessoas passavam por si, carregando saquinhos enquanto conversavam em duplas ou grupos. Alguns rostos eram conhecidos, e a grande maioria a cumprimentava, ato que ela replicava com um leve abaixar da cabeça e um sorriso breve, reflexo das incansáveis aulas de etiqueta. Os guardas seguiam Igraine a uma distancia que ela considerava boa o suficiente, conhecia bem os pais de cada um deles e faria questão de fazê-los ouvir o quanto aborreceram a princesa, que apenas buscava uma merecida distração, pobrezinha. Seus passos a levaram para a tenda de Madame Madge, olhando para o anuncio com descrença. De relance, seu olhar foi para a pessoa mais próxima. — Conveniente que suas revelações sejam tão difíceis de compreender, não é? — Deu de ombros. Igraine imaginou se Madame Madge não fosse uma pessoa como ela, que sabia demais por fontes bem mundanas. — Digo, para um desesperado, qualquer coisa é um sinal.
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princetwo · 3 months ago
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── Eu já virei essa página. ── A lembrou como uma piadinha, erguendo uma das sobrancelhas para ela em resposta. Quando a ruiva jogava o charme daquele jeito, era o indício fortíssimo que tinha chegado a vez do Essaex de ser a voz da razão. Contudo, era difícil contrariá-la quando via a empolgação nos olhos dela. Não queria acabar com a diversão da amiga. ── Certamente será um problema pra quem for atingido pelo que você botar para fora lá em cima, mas quem se importa com o que os outros pensam? ── Deu de ombros como se indiferente à possibilidade, esperando que fazê-la imaginar a cena horrorosa e constrangedora a atingisse bem na vaidade para, com sorte, fazê-la repensar por si mesma. Quando criança, essa técnica era mais eficiente contra ele do que tentar contrariá-lo diretamente, e pareceu adequado usá-la agora. ── Talvez te confundam com um dragão cuspindo fogo.
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This is a starter for @princetwo
❝Seria errado da minha parte querer lhe arrastar para o carrossel dos dragões?❞ Indagou com um risinho leve, como quem propunha algo proibido apenas por diversão. Achava consideravelmente temático, dadas as últimas reviravoltas que vinham enfrentando — e rir da situação parecia mais saudável do que se afundar no peso das circunstâncias. Ao menos por aquela noite, ela queria tentar se livrar da própria negatividade, e o evento parecia uma desculpa perfeita para isso. ❝Disseram que não era recomendado subir se tivesse bebido… mas não deve haver problema se eu bebi só um pouquinho, certo?❞ Inclinou levemente a cabeça, como quem pedia aprovação com um charme despretensioso. ❝Acha mesmo que isso faria alguma diferença agora?❞
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princetwo · 3 months ago
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Ele sabia que cruzar aquela linha poderia causar algumas reações desagradáveis — já esperava por isso, é claro, mas topar tão rápido justamente com a que mais tinha competência para infernizá-lo tinha sido um azar dos grandes. Droga. Niamh não estava dando exatamente uma escolha ao abordá-lo daquele jeito, o convite mais lhe soando como uma intimação. ── Com uma companhia tão agradável? É sempre um prazer. ── O sarcasmo saiu tão floreado que qualquer pessoa de fora se deixaria enganar, seus lábios se curvando num sorrisinho cínico. O teatro afiado era constante entre os dois. Apesar de todas as discordâncias que tinha com Niamh, ambos sempre tiveram duas coisas muito firmes em comum: o desapreço por changelings e o valor que davam a sempre manter as aparências. Contudo, Vincent tinha pagado a língua com o primeiro, e o segundo estava sendo recalculado, pois seguir pelo mesmo caminho atrapalharia sua felicidade. Ao entrar na tenda da Princesa, Vincent se jogou sobre o primeiro assento que avistou como se fosse um convidado querido, totalmente à vontade no lugar, observando com despreocupação a saída dos criados que mais parecia o prenúncio da calmaria antes da tempestade que certamente se seguiria. Como esperado, tão logo que a cortina se fechou e Niamh se voltou para ele, a frieza da irmã veio pronta para perfurá-lo, e Vincent só conseguiu pensar no quanto ela se assemelhava com Meritaten nesses momentos. Deu graças a Anúbis que ela não sabia da profundidade do que tinham, pois não seria agradável vê-la usando como arma. ── Que exagero! Querendo ou não, ando perto de changelings o tempo todo ultimamente. O que tem de diferente nisso? ── O fato que agora tinha algo em comum com os montadores realmente estava o forçando a conviver mais com eles, mas o Príncipe sabia muito bem que eram situações muito diferentes, bem como que havia um problema bem maior atrelado a aquele em particular — centenas, se considerasse o histórico do homem como um todo. ── Vai me dizer que também não está curiosa para conhecer o assassino mais famoso de Aldanrae, agora que ele foi inocentado?
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Com Vincent Osíris Essaex, nos arredores da Tenda Principal ( @princetwo )
VER VINCENT se aproximando daquele Changeling imundo que certamente tinha dedos na morte de Meritaten fez o estômago de Niamh se contorcer. Maldito Tadhg. Seamus e Oisín deveriam tê-lo pisoteado, quando tiveram a chance! Como um veneno borbulhante, Niamh cozinhava a própria fúria disfarçada no sorriso perfeito. Esperando, e esperando o momento certo chegar. A cortesia ensaiada não necessitava da mente presente entre acenos e reverências, enquanto a Essaex mais velha ansiava por sangue. Quando Vincent enfim se aproximou, Niamh passou o braço pelo dele numa frieza capaz de eriçar pelos na nuca de qualquer um. "O que pensa de uma volta, Príncipe Vincent?" Não era uma pergunta. "Para longe dos olhos que tudo veem." E assim faziam um trajeto até a tenda de apoio erguida especialmente para os descansos da Princesa e sua entourage de cinco damas de companhia e dois guardas pessoais. Niamh acenou para que Vincent entrasse, e dispensou a entrada dos demais, tendo o pano pesado fechado logo atrás de si. Um último sorriso foi oferecido aos serviçais antes que a feição se transformasse imediatamente numa de ira gelada--- que pouquíssimas pessoas tinham o desprazer de presenciar. "O que pensa que está fazendo, aparecendo tão perto daquele... Daquele..." Prisioneiro! Assassino! Ladrão! "Changeling? Quer causar um incidente diplomático, Vincent?"
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princetwo · 3 months ago
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✶⠀﹒⠀SETTING : com @tadhgbarakat na fila do balão
Com exceção da marca do dragão que agora decorava a mão repleta de anéis, nada em Vincent tinha mudado por fora, mas por dentro ele sentia que algo tinha mudado num nível fundamental. Não era sobre Eldritch, e muito menos o quão perto esteve da morte. Era Tadhg Barakat. Foi como se tivesse parado de tentar incessante cobrir um vazamento com fita crepe e se deixado transbordar em toda sua intensidade, sem medo de colocar a arma na mão que poderia matá-lo se assim quisesse. As três palavrinhas eram assustadoras, mas agora o faziam se sentir livre como nunca, anestesiado num nível que mal sentia a força das amarras apertadas que seu título — e ele mesmo — impunham. Os sentimentos deixados pela noite em que reencontrou Tadhg Barakat se tornaram um novo combustível, uma certeza que o dava um senso de propósito diferente.
Já tinha o avistado em meio a multidão, mas, apesar de não ser o maior fã de doces, decidiu comprar uma barra de chocolate antes de ir até ele. Tão logo que retornou ao foco, percebeu que o desvio tinha sido um erro, pois Tadhg agora estava acompanhado por uma mulher na fila do balão de ar quente. Vincent nunca tinha o avistado interagindo com aquela mulher em particular antes, mas teve a certeza que os dois tinham alguma intimidade só pelo jeito que ela se portava ao lado dele, quase se atirando em cima do homem, e a compreensão fez seus pés agirem sozinhos.
── Obrigado por guardar meu lugar na fila, meu querido. ── Baixou a cabeça numa breve reverência ao agradecê-lo. A raiva fervia por dentro, mas manteve o semblante sereno e imperturbável, não permitindo nem por um segundo que seu olhar pousasse sobre a mulher com quem ele conversava até então. Queria que ela percebesse exatamente o que sua presença estava sendo ali: uma mera inconveniência os atrapalhando. Uma mosquinha maldita. Não era muito educado, mas ele não tinha intenção alguma de ser. Quando a viu se afastar pelo canto do olho, sua irritação ficou mais evidente, o olhar ligeiramente afiado o questionando em silêncio: mas não posso te deixar sozinho nem por um segundo? ── Você é muito disputado. ── Comentou, em vez de despejar o ciúmes como se quisesse agredi-lo. Não iria deixá-lo ter outra companhia que não ele naquele balão, então permaneceu ao lado dele na fila. O encarando quase como um desafio, o príncipe partiu um pedaço do chocolate que tinha em mãos e o levou até a boca, deixando a doçura do chocolate se desfazer na amargura da língua, sem mostrar intenção alguma de o oferecer, como pretendia inicialmente.
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princetwo · 3 months ago
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𝒕𝒉𝒆 𝒔𝒆𝒄𝒐𝒏𝒅 𝒑𝒓𝒊𝒏𝒄𝒆 𝑎𝑡 𝑡ℎ𝑒 𝒛𝒆𝒍𝒂𝒓𝒊𝒂 𝒄𝒂𝒓𝒏𝒊𝒗𝒂𝒍
A ocasião pedia um pouco mais de conforto para aproveitar melhor as atrações do circo, mas Vincent Essaex nunca peca na elegância mesmo nesses momentos. Como de praxe, os detalhes do traje são dourados, combinando com seus cabelos.
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