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princesoguerreiro · 5 years
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democratacristao‌:
“ ––– Não, não dá pra entender!” Desde que decidira que estava realmente empenhado em ser um príncipe melhor, Ishmael desvencilhara-se um pouco da história pela história e começara a estudar o lado político desta. E agora, apenas confirmava que as pessoas que estavam no poder poderiam ser um pouco mais cautelosas, ou diplomáticas ou… “ ––– Eles pegam tanto dinheiro e investem em bomba. Bomba! É caro para produzir, e enquanto isso, tem tanta gente passando fome. Ou seja, investem dinheiro em destruição, que apenas vai danificar mais o país por coisas idiotas como mais poder ou conquistar a terra alheia. Deixa os outros com a terra deles! Não é tão difícil.” E claro, ainda era um leigo no assunto. 
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❝ Esse é mesmo um grande assunto para uma mesa de bar, ❞ Xeno começou, com um resquício de humor. Este, contudo, logo desapareceu a medida em que um suspiro se formava em sua garganta com o desabafo de Ishmael. ❝ Não, não dá, ❞ confidenciou em voz baixa, com sinceridade e pesar, antes de tomar um longo gole da cerveja. As vezes imaginava que devia ter uma opinião contrária, afinal, desde pequeno havia sido preparado para ser o senhor da guerra de seu pai e irmão;; defender e conquistar, mostrar-se superior. Deveria ser sua realidade, contudo, as dúvidas nunca se calaram — muito pelo contrário, nos últimos tempos, elas apenas se tornavam cada vez mais altas e difíceis de se ignorar. Especialmente depois da história da criança vermelha e os feitos de seu irmão. ❝ A conversa é sempre a mesma, ❞ a afirmação foi seguida de um dar de ombros, mas, ah, estes pesavam tanto, ❝ É apenas um investimento, que quanto mais preparados estiverem, melhor poderão defender sua terra e seu povo, mas o que realmente move estes confrontos é a ganância da minoria, seja por poder ou reafirma algo que a mania de grandeza os faz ver como seu. ❞ Aquele era o discurso de Aegeus escapando pelos lábios de de seu protegido e Xeno agora se via incapaz de não notar os nuances de verdade ali presentes, o horror onde outrora enxergara honra. Talvez o pai estivesse mesmo certo em considerá-lo fraco. ❝ É, James, acho que devo enfim lhe dar as boas vindas ao glamouroso mundo da elite anil. ❞ A ironia era presente em seu tom a medida em que utilizava o nome de batismo do outro e lhe erguia a própria garrafa em sua direção;; quase tanto quanto o cansaço que de certo não demonstraria se não estivesse acompanhado de alguém que considerava um amigo.
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princesoguerreiro · 5 years
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brilhabriana‌:
Confrontar Frederica em uma discussão era basicamente um dos maiores desejos de Briana desde que italiana se entendia por gente. Havia esperado por anos para ter a coragem de enfrentar a princesa regente, como tinha feito há algumas horas atrás. No entanto, em seu imaginário jamais tinha lhe passado a possibilidade de que, mesmo depois de enfrentá-la para dizer tudo que estava preso em sua garganta, as ofensas da mulher ainda ficaram grudadas em sua mente. Era como se nada que tivesse dito tivesse sido capaz de ofuscar todas as duras palavras que ainda martelavam em sua mente!  E sabia que precisava de uma válvula de escape para as desagradáveis lembranças. Sendo assim, tinha pensado em tomar um banho para se livrar daquele pensamentos negativos, antes que voltasse para pegar Cassie para amamentá-la. Não gostaria de passar absolutamente nada daquilo para a garotinha, afinal. Entretanto, Briana não saberia precisar o que tinha acontecido no meio do caminho do seu curto cronograma, pois bastou que entrasse na banheira da suíte do casal para que um inexplicável choro compulsivo tomasse conta de si;; de certo uma escapatória de emergência de seu corpo maneira de lidar com toda a pressão de pouco tempo atrás. 
Era como se tivesse entrado em um maldito ciclo, onde acabava intensificando as lágrimas cada vez que se lembrava que estava agindo exatamente como a criança chorona que Frederica havia acusado-a de ser. Sua parte raciocinal insistia em tentar lembrá-la que estava sendo patética ao agir daquela maneira, porém não era como se estivesse conseguindo evitar o comportamento demasiadamente sensível;; em parte pela mágoa que sentia e em parte pela grande carga hormonal que carregava! Somente o chamado tão conhecido, provindo do outro lado porta do banheiro, pareceu arrancá-a da sua sessão chorosa. Xeno precisava aparecer justo naquela hora? A possibilidade de escorraçá-lo dali pareceu válida de primeira, porém as lembranças de que tinha estado na posição contrária há tão pouco tempo foram as responsáveis por fazer com que seu plano fosse abandonado. Então, dando-se por vencida, a princesa passou a utilizar de seus poderes e – em uma demonstração até simplória das suas habilidades – manipulou uma fina raiz de planta até a porta, fazendo com que ela subisse ligeiramente pela madeira até que tivesse alcançado a chave na trancá-la para girá-la;; liberando assim a passagem para Xenófanes.
Fazia algum tempo que o ateniense não a via nua por completo e, mesmo que essa estivesse longe de ser uma novidade para ele, a gestante terminou por se afundar mais na água com alguma espuma restante. Gostaria de esconder de alguma maneira as marcas arroxeadas de estrias em suas coxas e no centro de sua barriga, que tinham intensificado ainda mais com o decorrer de vigésima oitava gestação – em grande parte pela inconveniente mania que tinha adquirido de coçar a região para amenizar o seu nervosismo, é verdade. ❛ —— Frederica! Ela me disse coisas horríveis essa manhã, Xeno. E nada disso saí da minha cabeça! ❜ O bombardeio de informações ocorreu de maneira rápida, a destra sendo levada até a língua d’água de seu olho para que tentasse debilmente retirar um pouco das lágrimas que ainda corriam livres por seu rosto. Se fosse falar sobre tudo que a perturbava, faria isso de uma vez. ❛ —— Eu gostaria de poder fugir para não encará-la até o fim da semana! Existem marcas de estrias em todo canto no meu corpo, mas eu não consigo parar de me coçar e… Já não basta saber que ela vai dizer que meu cabelo está mais horrível que o normal, vai arrumar defeitos em minha roupa ou fazer comentários atravessados sobre o estado. Tenho certeza que vai me chamar de deformada quando perceber tudo isso. ❜ Tinha certeza que Verena já acreditava nisso. Quem diria a sua mãe?! E, definitivamente, não estava bem para lidar com uma nova sessão de comentários sobre sua aparência. ❛ —— Além do mais, eu também precisei usar a bombinha para tirar leite há alguns minutos. Mas aquilo dói tanto! ❜ Briana teve que virar o rosto por um instante para indicar ao que ela se referia, apontando brevemente para o aparelho na mesinha próxima a ela que se encontrava com uma quantidade de leite razoável em seu recipiente. 
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◜   𝐅𝐋𝐀𝐒𝐇𝐁𝐀𝐂𝐊    —     𝒄𝒐𝒏𝒔𝒆𝒍𝒉𝒐 𝒅𝒆 𝒗𝒆𝒓𝒅𝒂𝒓𝒆   !! O louro respirou fundo, aguardou pacientemente até o som do trinco soar em seus ouvidos, lhe dando a passagem e não hou hesitação de sua parte ao adentrar no cômodo. Não levou nem dois segundos completos para encontrar Briana encolhida na banheira e por um momento ele quase pôde escutar o próprio coração se partir. Veja, a criação de Xenófanes havia lhe preparado para saber agir em qualquer tipo de situação, contudo, a visão da esposa, tão pequena e frágil, desolada até, era uma que o rendia em seus joelhos. A morena era sempre tão forte ( mais forte do que qualquer um, ele próprio incluso ), vê-la naquele estado simplesmente não lhe parecia certo. Quando deu por si, já estava ajoelhado próximo a banheira, a preocupação estampada em sua face, ❝ O que aconteceu, λατρεία μου? (1) ❞ Repetiu, a voz tão suave e controlada quanto conseguia, conforme afastava alguns fios molhados e rebeldes de seu rosto. Ainda torcia para que ela respondesse que fosse apenas os hormônios da gravidez, no entanto, em seu interior, ele simplesmente sabia que algo realmente sério havia acontecido. Nem mesmo o descaso sofrido por Rosalind Franklin havia deixado ela naquele estado! E quando Briana respondeu, confirmando suas suspeitas, a única reação aparente do ateniense foi tensionar o maxilar ao conter o suspiro indignado que se formou. Era claro que tinha que ter dedo de Frederica naquilo! Já era de conhecimento de Xeno que o relacionamento de Briana com o pai e a madrasta eram dois polos — bem, Lorenzo e Frederica eram dois polos, verdade fosse dita. E ainda que tivesse tido sorte o bastante para ele próprio pudesse construir uma relação quase filial com o sogro ( que superava até mesmo a que ele tinha com o próprio pai), a atitude e as coisas que a esposa lhe contava sobre a mãe de Verena e Leonardo o faziam manter um certo pé atrás com ela ( um pé atrás que, em momentos como aquele, se transformava em um profundo desagrado ). Como sempre, ele se manteve calado, com uma mão sobre o delicado ombro, tentando lhe passar algum conforto enquanto dava todo o espaço que ela precisava para desabafar aquilo o que transtornava, usando toda a força que tinha para ignorar a cólera que se acendia no fundo do peito com o poder que aquela mulher tinha sobre a amada. Queria abraçá-la e espantar toda aquela dor para longe, protegê-la das mentiras daquela cobra! E quando notou sua deixa para falar, respirou fundo, ❝ Eu sei que não é fácil aguentá-la, meu amor, ❞ ele começou, ainda sereno, a afirmação carregada de compreensão. Frederica poderia não ser a mãe de Briana, contudo, se mantinha tão próxima como uma, e o louro mais do que ninguém sabia como as ações de um pai poderiam lhe ferir. O Karahalios então deslizou até o rosto da italiana, guiando-o até que seus olhos se encontrassem, conforme o polegar acariciava as maçãs aniladas com toda a delicadeza a carinho que tinha. ❝ Mas deixe que ela diga o que quiser, as opiniões erradas dela não te definem, ❞ afirmou com firmeza. Não era algo tão simples, mas Xeno ainda assim tentava transmitir toda a certeza que tinha por meio de seu olhar, de seus gestos carinhosos. ❝ Ela é como aquelas pessoas que acreditam que a Terra é plano ou então uma daquelas mães que acham que vacinas fazem mal as pessoas então distribuem por ai informações distorcidas sobre aquilo o que não as agrada. Qualquer coisa que ela tenha a dizer sobre você, sua aparência ou capacidade de governar, não passam de mentiras que ela repete para tentar te abalar já que não consegue aquilo o que realmente quer ❞ ❝ Acredite, meu amor, eu daria tudo para que você pudesse se ver através dos meus olhos, pois olho para você todos os dias e te juro que nunca — nunca!  — encontrei nada sequer próximo de horrível ou deformada! ❞ Com os lábios curvados em um pequeno sorriso, o louro meneou a cabeça em uma singela negativa, sem poder conter o riso descrente que se formou na garganta diante de tal possibilidade. ❝ Seus olhos carregam as constelações mais brilhantes e seu sorriso — nem que eu quisesse, saberia como colocar em palavras o quão deslumbrante ele é ou como a sua beleza toda me rende sem ar e seu corpo me leva a loucura. Eu nem mesmo sei o que fiz para ser abençoado com a chance de ser o seu marido, porque você é a mulher mais incrível que eu já conheci. Por tudo o que é mais sagrado, eu poderia até jurar aqui mesmo que você, com todas suas qualidades e defeitos, é mais linda que a própria Afrodite se precisasse! ❞ A adoração praticamente escorria de suas palavras, de seu olhar apaixonado, impossibilitando qualquer espaço para dúvida, pois tudo o que dizia era a mais pura verdade. E Xenófanes repetiria aquilo pelo resto de seus dias se fosse preciso para desacreditar qualquer uma das mentiras de Frederica! ❝ O que são estrias ou um cabelo desarrumado? If anything, apenas te tornam mais humana e é isso que eu amo tanto em você. Você não é uma dessas idealizações impossíveis dos mitos ou mesmo das revistas. Você é tão melhor que isso, λατρεία μου (2) ❞ O ateniense desviou o rosto das feições adoradas, acompanhando os orbes acastanhados até a bombinha de leite por alguns segundos, antes de curvar-se na direção de Briana, beijando sua testa, carinhosamente, ❝ Está tudo bem, podemos tentar depois. Cassie está muito bem, inclusive, deve estar agora mesmo sendo mimada pelo seu pai. Não há com o que se preocupar, ❞ lhe assegurou, mais uma vez acariciando os cabelos escuros. Xeno então se esticou até conseguir alcançar a toalha que a aguardava no canto. ❝ Te prometo que não precisamos ver ninguém tão cedo se não quiser, mas por que não saímos daqui? Eu posso te fazer aquela massagem que você tanto gosta ❞
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princesoguerreiro · 5 years
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Requested by and-everything-is-safe
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princesoguerreiro · 5 years
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Que Constantine era uma figura um tanto sombria e reclusa, era um fato inegável. Contudo, outra coisa que não deixava de ser verdade é que ele não era chamado de τον ηλιακό βασιλιά (1) a toa. Sua presença em na ilha de Verdare afetava mais que as questões políticas e o estado de espírito de Xenófanes — afetava também o próprio sol e isso era evidente para qualquer um. Desde que o monarca desembarcara na ilha, o astro rei brilhava com maior intensidade, o que não aumentava apenas aumentava a temperatura em alguns grau e se demorava bem mais pelos céus límpidos., como também mexia com os poderes do próprio filho. Oras, com sua fonte de poderes agora fortificada, era impossível para o louro não sentir o formigar conhecido sob a ponta de seus dedos conforme a energia extra, ainda que pequena, percorria por seu corpo mesmo após uma pesada série de aquecimento. Pensando nisso, talvez devesse ter chamado Martin para acompanhá-lo, quem sabe a anulação não pudesse reduzir aquele efeito. No entanto, era @wcrzonc quem encontrou ao chegar na zona de treinamento. ❝ — Espero que esteja acordado com disposição hoje, Hesse, ❞ a provocação humorada serviu de saudação ao se aproximar, uma pequena mochila pendurada no ombro e os lábios curvados em um sorriso mais relaxado. Como segundo filho, a função de Xeno sempre esteve mais alinhada as frentes de batalha do que a regência de um país, de forma que era aquela arena montada era bem mais confortável que as reuniões que se sucediam. ❝ — Ou então esse vai ser um treino bem rápido ❞
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princesoguerreiro · 5 years
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No passado, Constantine já havia carregado Xeno em reuniões de Estado como aquela. Não tanto quanto Athos, o herdeiro direto, mas o suficiente para que ele soubesse que entre a presença do pai e as reuniões que o aguardavam, aquela semana não seria fácil ou normal. Granted, o conceito de normalidade ainda se encontrava meio turvo para os padrões do príncipe, mas não se podia dizer que ele não estava tentando. Poderia sentir o sol se afastando mais lento que o de costume do seu pico no momento em que cruzou a porta de seu quarto, a energia finalmente já começando a se regularizar após o treinamento com Hakon. A ida aos próprios aposentos não se dava apenas por uma mera questão de precisar se banhar ou descansar após toda a treinagem. Desde de a conversa com @brilhabriana​, buscava voltar a ser mais presente para sua família — as caminhadas noturnas agora se resumiam a voltas pelo cômodo com a infanta nos braços, as refeições eram feitas em conjunto. E aquele costumava ser o horário que Briana dava o “almoço” de Cassiopeia, contudo, certo estranhamento tomou conta de si quando passou os olhos claros pelo local e encontrou a menina no colo de uma das babás de confiança de Briana, aparentemente sozinhas. A cena não seria assim tão curiosa assim, afinal, por mais que a esposa não costumasse se ausentar naquele horário e mesmo gostar de deixar a filha deles sob os cuidados alheios por muito tempo, aquela era uma semana incomum e Bri, uma princesa herdeira;; todavia, era o semblante nervoso da funcionária e a maneira como ela alternava o olhar entre a porta da suíte do casal e a menina, que chamava sua atenção. ❝ — O que está acontecendo aqui? Onde está Briana? ❞ Xenófanes indagou a medida em que deixava seu equipamento próximo a entrada para então se aproximar, os olhar atento desviando das duas apenas para procurar a esposa mais uma vez. ❛ Ah, alteza! ❜ A mulher de meia idade com o forte sotaque italiano, este se tornava mais difícil de compreender pelo jeito agitado com o qual falava. ❛ A princesa! Ela está estranha, chegou como uma tempestade e não parecia bem. Foi direto para o banheiro e não sai mais de lá! ❜ Okay, agora ele estava verdadeiramente preocupado. Sem pensar duas vezes, o louro seguiu até a porta clara, onde deu três breves toques. ❝ — αστέρι μου? ❞ ainda que estivesse em alerta, o chamado era suave, a preocupação apenas escapando sutilmente no tom. O sentimento apenas se intensificou ao aproximar o rosto e ouvir aquilo que parecia ser o som de um soluço abafado. Por Apolo, o que estava acontecendo ali??, porém respirou fundo, tentando se manter calmo. Rapidamente, instruiu a funcionária a levar Cassiopeia para Lorenzo e avisar que eles já iriam em alguns momentos. Quando a mulher saiu, ele tornou a se aproximou novamente da suíte trancada, o coração já apertado no peito ao imaginar italiana chorando. ❝ — Briana, sou eu. Está tudo bem aí? ❞ O louro tornou se pronunciar através da madeira, imprimindo mais calma em sua voz do que verdadeiramente sentia. Poderiam ser apenas os hormônios, deveriam ser apenas os hormônios, mas, em seu estado de espírito atual, ele não podia evitar se preocupar. ❝ — Eu posso entrar? ❞ 
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princesoguerreiro · 5 years
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    — —     𝒉𝒆𝒂𝒅𝒄𝒂𝒏𝒐𝒏 𝟎𝟏  ( in which Briana deserves an apology )
O ateniense não saberia dizer há quanto tempo estava escorado no portal de seu quarto, observando @brilhabriana conversando com Cassie. Era o tipo de visão que costumava lhe trazer um convite para se perder em seus pensamentos e daquela vez não era diferente. Bem, apenas um pouco, pois agora o que preenchia sua mente eram lembranças de algumas noites atrás, quando finalmente admitiu para a esposa toda a bagunça que se tornará sua vida. A primeira briga séria do casal foi, ironicamente, o momento mais libertador de sua vida;; podia enfim ver que não era mentira quando falavam que pôr seus problemas para fora ajudava —  os ombros ainda estavam pesados, é claro, porém sentia como se boa carga fosse deixada ao compartilhar pensamentos que outrora haviam sido trancados as sete chaves. No entanto, agora que a recapitulava, precisava admitir que sentia também um certo gosto cítrico em sua boca ao notar fatos que na hora lhe passaram despercebidos ou então por não conseguir falar nada na hora que deveria. Briana havia estado irritada com ele e por uma razão válida e ele nem ao menos pôde reconhecer aquilo.. A voz melodiosa da esposa chegou aos seus ouvidos, despertando-o de seu transe e finalmente, o príncipe se aproximou da poltrona em que ela estava dando de mamar, confortável, até que estivesse diante da esposa.
Os orbes esverdeados se mantiveram focados nos castanhos que tanto amava durante o pequeno percurso, até mesmo quando ele se sentiu sobre os calcanhares, um movimento que o obrigou a erguer o olhar para manter o contato;; as íris claras ainda não tinham toda a luz que lhe era tão comum, no entanto, já se encontravam menos nubladas ( tudo graças a mulher maravilhosa em sua frente ). ❝ — Eu quero pedir perdão a você, por tudo ❞, os lábios se comprimido em uma pequena linha nervosa, contudo, as palavras vinham carregadas com certeza. E antes que ela pudesse mesmo pensar em falar algo, pelo sim e pelo não, o louro gesticulou com a destra, não abrindo espaço para comentários. A situação com sua família, como um todo, era demasiadamente complicada, mas também jamais fora do feitio de Xeno fugir de seus erros. ❝ — Me desculpe por ter falado com você daquele jeito naquela noite ❞, começou, julgando não precisar fornecer mais detalhes para que ela soubesse a que noite se referia. Mesmo que não tivesse chegado a gritar de fato, aquele fora o mais alto e que havia falado com a Brunelleschi desde… sempre. Um ato talvez justificado pelo calor do momento, só que, ainda assim, um do qual ele não se orgulhava. Os dedos se fecharam em torno da destra feminina, o polegar traçando círculos suave ali. ❝ — Eu estava mais frustrado, especialmente quando mencionei seu pedido a Gustav, mas não com você. Quero deixar claro que em momento algum lhe culpei por fazê-lo. Era de fato uma suposição válida baseada em meu comportamento inusual ❞. A expressão carregava um misto de ternura e arrependimento, pois era de fato sua culpa por ter aberto margem para que sua esposa pensasse aquilo — ele próprio no lugar também poderia pensar a mesma coisa. O que levava ao mais importante: ❝ — Me desculpe por não ter contado tudo antes. Eu deveria ter sido honesto com você desde o princípio, mas.. bem eu estava perdido e, acima de tudo, em negação;; lutei tanto com a realidade por algum tempo que nem percebi que acabei me afastando de todos. Pode até explicar meu comportamento nos últimos tempos, mas não o justifica. Me desculpe por ter lhe deixado sozinha, por ter lhe sobrecarregado com minha ausência e, acima de tudo, por ter lhe feito pensar que não podia contar comigo quando mais precisava ❞, sua sinceridade era evidente não apenas nas palavras, como também em toda sua postura. Na forma como seus olhos em momento algum desviavam dos dela, no jeito arrependido, porém firme, com o qual falava. Não havia feito nada daquilo por mal, é claro, todavia, podia apenas sentir vergonha de si próprio. Tais ações lhe recordavam do sentimento de abandono com o qual conviveu a vida toda graças a ausência de seu pai ( culminada também por causa de um luto ) e definitivamente não era o homem que queria ser para sua família. Não era o homem que ele seria para sua família. ❝ — Independente de tudo, você tem todo o direito do mundo de estar frustrada comigo por causa disso, e ainda assim acabou tendo que me confortar naquela . Eu honestamente não sei como expressar em palavras o quanto eu te amo por isso, então acho que vou ter que ir até o fim da vida tentando me redimir e também agradecer por isso ❞, a esquina de seus lábios se ergueu num pequeno sorriso, esperançoso por aquilo, adoração agora visível em seus olhos ao mirar ela e a pequena menina em seu colo. O sorriso então vacilou por exatos dois segundos ante um dos próprios pensamentos, mas o Karahalios então respirou fundo enquanto entrelaçada seus dedos aos dele e então aproximou o torso da mão feminina aos lábios para que pudesse depositar um singelo beijo ali. A certeza mais uma vez estampada em sua face quando finalizou: ❝ — Ainda é difícil, não sei o que fazer em relação ao meu irmão, a.. tudo, mas posso lhe assegurar que isso não vai mais se repetir. Você está certa, eu não estou sozinho e lhe dou minha palavra que não vou lhe deixar sozinha novamente, nunca ❞
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princesoguerreiro · 5 years
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@kingathos
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legacies appreciation week: day 3 | favourite relationship
↳ the saltzman twins
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princesoguerreiro · 5 years
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brilhabriana‌:
Certo. Não era como se Briana tivesse uma real desconfiança de que seu marido estivesse traindo-a, não acreditava que ele tivesse coragem de fazer nada para machucá-la de maneira tão intensa ou que sequer capaz de deitar-se com qualquer outra mulher. Entretanto, era engraçado como o bichinho da desconfiança trabalhava, aproveitando-se de momento oportunos, como o que a italiana tinha vivido, para implementar caraminholas na cabeça de pessoas fragilizadas;; criando histórias que pareciam perfeitamente críveis em situações de solidão. ❛ —— Não. Eu não acredito que você seria tão desleal comigo dessa maneira. ❜ A Brunelleschi se preocupou em esclarecer primeiramente, procurando ter a decência de encarar com seriedade o olhar de seu companheiro conforme falava. Era importante deixar claro que não acreditava que ele fosse capaz de ser tão baixo consigo. ❛ —— Acontece que eu não sabia mais o que pensar! Eu fiquei confusa e por um minuto essa pareceu ser uma possibilidade. ❜ Tentou se justificar posteriormente, ainda que soubesse o quão ridículas suas palavras soavam aquela altura. Jamais deveria ter pedido para que Gustav tentasse arrancar aquilo de Xeno, mas, agora, não tinha mais o que fazer. 
A espera pela reação do príncipe pareceu ser uma eternidade. As batidas descontroladas de seu coração poderiam facilmente ser utilizadas em uma gravação de enredo de escola de samba, seu peitoral sendo discretamente movimentado com maior velocidade para que pudesse respirar fundo enquanto suas mãos já transpirantes eram deslizadas pelo tecido fino de sua camisola. Não tinha imaginado que seria tão difícil ter aquela conversa com seu marido. Sentia como se estivesse chutando o último pilar de certeza de sua vida e o seu corpo parecia implorar para que acabasse com aquela dolorosa mutilação em seu coração. Podia  até sentir perfeitamente a inquietação da criança em seu ventre, como se o bebê também estivesse sofrendo por toda a conversa, mas, ainda assim, procurou se manter o mais centrada possível e segurar as lágrimas. Não poderia desabar em choro. Era muito claro que ainda teriam muito o que falar um com o outro, por isso, precisava se manter firme por mais alguum tempo. 
E existiam uma gama de falas que poderia associar para a resposta do ateniense, no entanto, não tinha suposto que aquela pergunta chegaria aos seus ouvidos. Onde ele queria chegar com aquilo?  ❛ —— Do que você está falando?  ❜ Briana vocalizou em voz alta o único pensamento que assolava a sua mente, uma expressão confusa ganhando espaço em seu rosto sem uma prévia autorização. Seu cenho se franziu e suas sobrancelhas se juntaram conforme sua cabeça era pendida em uma discreta movimentação lateral. Xenófanes não poderia estar mais errado em tudo aquilo que dizia! O casamento deles não tinha sido imposto. Haviam se escolhido há anos atrás e não existia um dia sequer que não se orgulhasse da sua escolha – esse não era o grande problema que os cercava. Seu marido era exatamente quem ela precisava: um homem digno que estava disposto a apoiá-la e mover céus e terras para que ela chegasse aonde quer que desejasse, um companheiro fiel que a amava e estava feliz com toda a família que formavam. O que mais poderia querer?  ❛ —— E você é exatamente esse homem quando está aqui, Xeno. Quando te tenho ao meu lado, não existe nada que eu gostaria de mudar em você. É o melhor pai e marido que alguém poderia querer.  ❜ A intenção do príncipe de tocá-la chamou a atenção para na sua mão e, automaticamente, o olhar atento da italiana captou os machucados recentes, a percepção fazendo com que ela própria esticasse a destra para segurá-la para que pudesse analisar melhor os ferimentos alheios com uma expressão horrorizada. Estava acostumava com os machucados corriqueiros dos treinamentos do ateniense, conhecia com perfeição o toque áspero de suas mãos – graças a sua rotina de treinamento – logo, poderia afirmar com perfeição que aquilo não fazia parte do usual. Aqueles machucados pareciam ter sido realizados de maneira mais agressiva. 
Todavia, a princesa não teve tempo hábil para perguntar sobre aquilo ou sequer teve oportunidade de manipular alguma planta que fosse capaz de ajudá-la, pois fora agraciada com mais confissão forte de Xeno. Era exatamente aquilo que procurava quando começou aquela conversa, não é? E, de certa forma, escutar aqueles fortes desabafos ainda parecia melhor do que nada. Com cuidado, Briana abandonou o toque nas mãos do marido para que pudesse apoiar a sua mão direita sobre o peitoral do loiro. ❛ —— Pois saiba que é desesperador estar sendo obrigada a permanecer em um barco, há metros de distância, assistindo de mãos atadas enquanto você se afoga sozinho. ❜ A analogia deixou a sua garganta com uma tonalidade baixa, seus ombros sendo retraídos à medida um tapinha quase inexistente era deixado sobre os músculos do príncipe.  ❛ —— Eu só preciso que você me deixe pular na água para te salvar, Xeno. Você sempre diz que eu sou a luz da sua vida… Me deixe ter a oportunidade de te ajudar a nadar para fora d’água enquanto ilumino o seu caminho. ❜ O pedido desesperado refletia todo o sentimento que percorria seu corpo. Precisava de uma brecha para ajudá-lo, precisava encontrar uma maneira de fazer aquilo voltar a dar certo, mas para isso precisaria de uma brecha para entrar em sua nuvem de preocupações. Precisava conhecer aqueles demônios que o assombravam para ser útil e, consequentemente, salvar seu casamento. ❛ —— Eu não quero ser poupada de nada!  ❜ O esclarecimento aconteceu um pouco mais alto do que o restante das palavras, ambas as suas mãos sendo levadas até o rosto do loiro para que pudesse obrigá-lo a olhar para ela. ❛ —— Nem me arrependo de ter me casado com o homem que está na minha frente. Nós podemos fazer isso juntos… Eu só quero estar ao seu lado. Dá pra entender isso? Mas eu preciso que você me diga o que está acontecendo. ❜
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Agora, já sem mais toda aquela cólera e confusão acumuladas em seu peito, necessitando serem descarregadas e assim o impulsionando naquela que deveria ser a primeira discussão séria do casal, Xeno só se sentia desgastado, aquele vazio dentro de si mais uma vez lhe consumindo de forma silenciosa. O peito se movimentava de maneira pesada, como se precisasse se esforçar por cada inspiração que tomava, e ele tinha apenas vontade de gritar!! Não com Briana — por Apollo, nunca Briana!! —, mas consigo mesmo, com Aegeus, com Athos, com seu pai, com o mundo. No entanto, nem mesmo para isso parecia ter forças!! Desse modo, se limitou a permanecer calado enquanto ouvia Briana explicar, o bolo em sua garganta parecendo aumentar. As suposições, a interferência de Gustav.. nada daquilo era o problema. Briana não tinha culpa de nada ali e ele se sentia pior por ter que fazê-la se explicar daquela maneira;; ela era perfeita de todas as maneiras, a melhor das mulheres, das esposas, das pessoas! Como poderia culpá-la por aquilo quando era perfeitamente normal que ela desconfiasse de um caso dada a sua ausência nos últimos.. meses?
Veja, não era como se Xenófanes não tivesse consciência que se isolava. Ele próprio notava aquilo e dizia para si mesmo que tinha que consertar aquilo, que deveria ser mais presente, mas... uma coisa é falar, saber o que fazer, mas na prática era só tão difícil, ainda mais quando tudo o que você quer fazer é desaparecer, achando que talvez tudo fosse mais fácil se você só não estivesse ali. E ainda que planos nunca tivessem sido um problema para o louro antes, que já se acostumara em seguir instruções e planejamentos, as feridas eram tão profundas que o reduziam a um mero espectador da própria vida, que conseguia apenas observar os dias passarem rápido ou lento demais, embolando-se diante de seus olhos, percebendo o passar deles porcamente e só por conta das notícias que chegavam sobre as mais novas tragédias que envolviam sua família. E estas apenas o afundavam ainda mais, pois a sensação em seu peito é que ele deveria estar lá para impedir tudo aquilo, e não abandonado eles por um desejo tão egoísta de ser feliz. Mesmo naquele momento, o tempo não parecia passar com clareza naquela pequena bolha deles. O ponteiro simplesmente não parecia se mexer enquanto mantinha as íris claras e atentas focadas na figura de Briana. Não eram poucas as vezes que o ateniense se pegava observando-a, silencioso, fosse enquanto ela dormia ao seu lado ( as vezes ele acabava deixando o sono de lado apenas para ouvi-la respirar, sentir o calor dela junto ao seu ), fosse quando estivesse tão adoravelmente concentrada em um de seus teoremas ou mesmo perdida no misterioso mundo de Briana ( ds ), fosse quando estava ocupada com Cassiopeia nos braços (aquela sim era a visão mais ). Brilhante como Atena e mais bela que todas as ninfas juntas;; o príncipe helênico já seria para sempre grato aos deuses só por permitirem que seus caminhos se cruzassem, no entanto, por alguma razão que ia além de sua compreensão, dentre todas as pessoas na face da Terra, ela o escolhera para amar. E agora que podia observar toda a apreensão e desgaste que vinha despertando na esposa, toda a fragilidade ali exposta diante de seus olhos, ainda que ela se mantivesse forte ( mais forte do que ele um dia seria capaz de ser ), o Karahalios sentia-se o mais indigno dos homens!! 
Uma vez que começou a falar, Xeno não se atreveu a parar — não conseguiu parar —, nem mesmo quando a viu se horrorizar ao notar os ferimentos mais recentes. A última coisa que queria era preocupá-la naquele estado, todavia, foi como se abrisse a caixa de Pandora. Um a um, todos seus medos e inseguranças agora escapavam e ainda que sentisse certo alívio ao enfim pôr tudo aquilo para fora do peito, sentia também medo. Um medo que nem as doces palavras de reafirmação sobre ele próprio pareciam aplacar completamente, pois por mais que quisesse acreditar nelas, não conseguia evitar questionar se ela ainda o olharia da mesma forma quando soubesse as monstruosidades de Athos. Os dois eram frutos da mesma árvore defeituosa, afinal, e assustava a próprio Xeno pensar que ele poderia fazer o mesmo caso possuísse a motivação — sabia que seria capaz de morrer pela esposa e filha, mas onde traçaria o limite por elas em vida? Poderia chegar ao ponto de feri-las?? Poderia afirmar de prontidão que preferia se matar antes que o fizesse, entretanto, costumava imaginar a mesma coisa sobre o irmão e Sigrid e veja só onde eles acabaram...
O ateniense só percebeu que havia sido carregado pela enxurrada de pensamentos, quando o toque de Briana o trouxe de volta a superfície. E quando ela tornou a falar, ele foi tomado por uma surpresa tão grande que, por alguns bons segundos ( ou seriam horas? não dava para ter certeza ), sua única reação foi fitá-la, atônito, sem poder fazer outra coisa que não piscar algumas vezes, o coração se inquietando no peito. A verdade é que Xeno não estava acostumado a contar com ajuda;; independência e força foram traços enfatizados em sua criação desde muito cedo ( cedo até demais! ), e com a relação de co-dependência que estabelecera com o irmão mais velho, estava mais do que habituado a ser aquele quem tomava os problemas dos outros para si, que fazia das tripas coração para ajudar a todos, dando seu melhor para se fazer útil. Nós podemos fazer isso juntos — as palavras dela ecoaram em sua cabeça e, sem que o louro percebesse,as lágrimas se acumularam nos olhos e as mãos subiram até o próprio rosto, cobrindo as menores da morena, o rosto pendendo ainda mais sobre o seu toque. O silêncio foi apenas cortado quando ele puxou o ar de maneira sonora, só então sentindo que poderia verdadeiramente respirar. Aquela era a primeira vez em... anos que Xenofanes não se sentia completamente só e podia apenas se perguntar por que demorara tanto tempo para perceber o que estava bem diante de seus olhos. Ele realmente não a merecia.
Diante essa certeza, as palavras escaparam sem esforço. ❝ — Ele está morto ❞, começou pelo início. A confissão não era mais alta que um sussurro, baixo o suficiente para que ele próprio se questionasse se havia mesmo dito. Mais baixo que o soluço que cortou a garganta em seguida, ❝ — Aegeus está morto ❞. Perder alguém é o preço que você paga por estar vivo, o próprio tutor havia lhe dito anos antes, palavras as quais o louro se agarrava tão desesperadamente para se impedir de desabar. Contudo, aquela foi a primeira vez que o louro se atreveu a admitir aquela perda em voz alta e, quando o fez, pôde sentir algo em si se partindo. Era como se alguém lhe abrisse o peito e arrancasse o coração e quando deu por si, já não tinha mais controle das lágrimas que vinha segurando firmemente nos últimos meses. Elas caíam e não pareciam que iam parar tão cedo, porque de repente aquilo era real demais e o príncipe não sabia como lidar, mais uma vez via-se como aquele mesmo garotinho de sete anos que acabara de perder a mãe. Aegeus estava morto. Morto. Não conheceria seus filhos, não veria a pessoa que ele se tornaria, não apareceria do nada em sua casa, cheio de histórias vergonhosas e pronto para reclamar de tudo, com aquele maldito cachimbo em mãos. A única figura paterna realmente presente em sua vida havia partido para sempre e tudo que o restava eram as lembranças da desastrosa despedida que eles tiveram meses atrás. ❝ — O pior de tudo é que ele estava certo! Por Apolo, ele estava certo e eu disse que nunca mais queria vê-lo de novo!!! ❞.
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princesoguerreiro · 5 years
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                              𝐖𝐇𝐄𝐍 𝐘𝐎𝐔 𝐋𝐎𝐒𝐓 𝐒𝐎𝐌𝐄𝐎𝐍𝐄                                                     —   𝐏𝐀𝐑𝐓 𝐈  
A falecida rainha grega, Cassandra Karahalios, costumava dizer aos seus filhos: se está com medo, se algo não está certo, feche seus olhos, conte até dez e então abra-os de novo e olhe para o céu;; está tudo bem agora, o mundo é um lugar bom, o dia vai nascer novamente, tudo vai dar certo, basta tentar.
Foi exatamente o que Xenófanes fez aos sete anos, quando informaram que ela havia morrido. Era jovem demais para compreender o verdadeiro significado de morte e também não houve nenhum aviso, nenhum indicativo, nada que pudesse lhe preparar para o tamanho daquela perda. Um dia ela estava lá, a personificação do sol que chegava todas as manhãs trazendo o calor e a alegria, a esperança;; com os melhores abraços de todo o mundo, um sorriso capaz de iluminar um país inteiro e todas as palavras que você precisava escutar a ponta da língua (especialmente depois de alguma das brincadeiras cruéis de Athos ou repreensão de seu pai) e, de repente, não estava mais. E quando Xeno abriu os olhos de novo, dia após dia, tudo o que viu foi um céu negro, funesto. O sol se pôs cedo demais e não retornaria tão cedo para sua vida.
Os dias que se passaram, mas pouco ajudaram o pequeno a compreender o que acontecia. Μαμά (1) tinha morrido, mas mais parecia que tinha cometido algum tipo crime, pois pouco a pouco toda a sua existência no palácio foi sendo apagada;; seus retratos foram retirados das paredes, sua harpa favorita foi guardada, bem como as jóias e suas organizações de caridade logo foram entregues para outras pessoas ou então fechadas. Xeno tinha apenas sete anos, mas nunca se sentiu mais sozinho e perdido e ninguém parecia se importar o suficiente para tentar explicá-lo o porquê de tudo aquilo! Só repetiam as mesmas coisas — ela está num lugar melhor, um dia você vai superar, o tempo cura, apenas supere. E aquelas palavras, ao invés de conforto, traziam apenas mais confusão ao jovem príncipe: como podiam dizer que ela estava em um lugar melhor?!?! O melhor lugar para μαμά (2) era ali, com ele, com Athos, com a pequena Evie que havia acabado de nascer e qualquer um que a conhecesse saberia disso!! Como ele poderia simplesmente superar não veria mais uma das pessoas mais importante de sua?? Como poderiam dizer que aquela dor um dia passaria se ela apenas aumentava???
O que ninguém ainda lhe contou sobre os Karahalios é que a dor — qualquer emoção, para ser sincera — é visto como algo perigoso. Um dos ancestrais de Xeno, Adronikos I Karahalios, o segundo rei após o surgimento do tão poderoso sangue anil, cujas lendas dizem que sozinho, apenas com o poder do sol ao seu lado, conseguiu dizimar um exercito inteiro inimigo e assim trazer a paz para a Grécia, conseguiu também, ao final de sua vida, a alcunha de o rei louco devido a uma paranoia obsessiva com traidores e usurpadores que apenas afundou ainda mais seu país em tragédias. Seu pai, Constantine III, por sua vez, foi criado sob sombras que o ensinavam a engolir qualquer emoção em prol da Grécia, como se fosse seu destino consertar os erros do próprio sobrenome. E foi fiel a tal ideia por sua vida inteira, a não ser por dois momentos: quando se apaixonou por Cassandra, uma jovem baronesa que vivia na corte, e quando abandonou um noivado extremamente vantajoso para casar com a única mulher que o fez sentir. E quando ela morreu, tudo o que restou foi uma dor simplesmente esmagadora demais, que parecia se sobrepujar todas as boas memórias e o lembrava, de uma vez por todas, que vulnerabilidade não poderia ser algo aceitável.
Este foi um ensinamento que transmitiu ao filho do meio, após mais  uma vez ele mencionar a mãe, através do primeiro e único tapa que Xeno receberia dele. Acreditava que seria um bem que fazia, no entanto, tudo o que realmente o ensinou para o menininho de sete anos, foi a não falar nada que não fosse de acordo com seus desejos. Deveria ficar quieto, fugir da dor, pôr uma máscara para que assim o resto do mundo não visse sua vulnerabilidade. Todas as noites, Xeno ainda fechava os olhos e contava, mas ninguém precisava saber sobre isso.
Foi pouco depois disso que Aegeus entrou em sua vida.
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princesoguerreiro · 5 years
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@brilhabriana
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I married a dreamer, not a soldier.  What if you married a failure?  Then I would be proud to have a husband who was brave enough to fail at something he believed in. 
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princesoguerreiro · 5 years
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rcddutchex‌:
Para alguém que tinha se convencido que não iria passar muito tempo longe de casa ela tinha malas demais acumuladas no corredor. Ela puxou a mala com rodinhas mas dois baús ainda precisavam ser colocados para dentro e ela não tinha super poderes para fazê-lo sem precisar de uma ajudinha. — — Oi, será que você consegue me ajudar a colocar essas coisas para dentro?
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◜   𝐅𝐋𝐀𝐒𝐇𝐁𝐀𝐂𝐊 !! A cabeça parecia a ponto de explodir, certamente apenas mais um efeito de outra noite passada em claro. Naquele ponto, Xenófanes já deveria ter se acostumado com a dor, no entanto, ainda se encontrava seguindo até a enfermaria atrás de alguns comprimidos — do jeito que as coisas andavam, não tardaria para que outra maldita carta do parlamento grego chegasse e só os deuses sabiam que ele iria precisar. Foi enquanto cruzava o corredor que seus ouvidos captaram a voz conhecida, uma que não deveria estar ali, o que direcionar o corpo em busca de sua fonte tão rápido quanto pôde ( em seu estado atual, alguns segundos mais tarde que o normal ). ❝ — Joan ❞, ele precisou piscar para ter certeza de que estava vendo certo e quando ela não desapareceu, acabou seguindo em sua direção, ainda ostentando uma certa expressão surpresa em face assim como um pequeno sorriso social. O olhar então recaiu sobre as malas com as quais ela pedia ajuda, uma visão que o fez arquear uma sobrancelha, ❝ — Você não deveria estar em lua de mel? ❞
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princesoguerreiro · 5 years
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brilhabriana‌:
Era ótimo que Cassiopéia estivesse adormecida em seus braços, pois seria capaz de que a princesa perdesse toda a sua compostura se estivesse desimpedida naquele instante. Estava farta de toda aquela situação!  Não aguentava mais ser jogada de lado em tudo que estava acontecendo na vida de Xeno para depois escutar aquelas desculpas esfarrapadas. ❛ —— Agora não? ❜ Repetiu as palavras do grego com um riso incrédulo, aproximando-se da cama para que pudesse repousar o corpo adormecido da filha sobre o colchão;; tentando ao máximo não acordá-la em meio ao processo. E, uma vez que tinha certeza que a garotinha permanecia adormecida, a italiana se afastou alguns passos para que pudesse caminhar na direção do loiro. Todos sabiam que italianos precisavam utilizar de suas mãos quando estavam alterados, afinal. ❛ —— Quando então, Xeno? Eu deveria pedir um espaço na sua apertada agenda? ❜ A raiva parecia subir por suas veias e a vontade que tinha era de gritar com o príncipe, mas procurava manter a sua voz baixa em respeito a filha.  ❛ —— Não me venha querer adiar essa conversa de novo. Parliamo adesso! ❜ ¹ A exigência aconteceu enquanto o olhar furioso se voltava para as feições tão conhecidas do loiro, sua destra sendo elevada para que pudesse apontar na direção do outro em um movimento rápido. É claro que a menção a sua atitude com Gustav a fizera vacilar, uma expressão de surpresa sendo rapidamente vista em seu semblante, porém não pareceu ser difícil retomar o semblante irritadiço em seu rosto – não quando escutava aquela acusação. ❛ —— Eu acreditei em você durante meses. O que acha que eu deveria imaginar depois de tanto tempo? Você sai desse quarto todas as manhãs e chega durante a madrugada. Nós não conversamos há semanas. Você… Você mal me toca! ❜ A última frase parecia carregar mais mágoa do que qualquer tipo de irritação, no entanto. ❛ —— Eu estava desesperada para tentar descobrir o que tinha acontecido. ❜  Doía admitir aquilo em voz alta. E, sinceramente, Briana sentia-se incapaz de encarar o marido enquanto fazia aquela confissão. 
Sua cabeça se abaixou momentaneamente conforme um suspiro pesado deixava o seu corpo, ambas as suas mãos buscando apoio em seus quadris à medida que seu olhar se cravava sobre o chão. ❛ —— Sou eu que não consigo mais, Xeno. Eu sinto que posso contar com todo mundo nesse colégio menos com meu próprio marido. Tem noção de como isso dói? ❜ Aos poucos as palavras da Brunelleschi pareciam perder a agressividade – tornando-se mais sensíveis do que ela realmente gostaria – conforme o seu olhar apático se levantava com o intuito de observar melhor as intensas íris claras do ateniense. ❛ —— Sou eu que não posso mais continuar com isso. Não nessa… deplorável… situação. ❜ A princesa poderia jurar que sentia seu coração se apertar a cada sílaba que dizia, a dor emocional parecendo atingi-la com tudo enquanto lágrimas passavam a se acumular em seus olhos.  ❛ —— Eu não aguento mais!  Você não consegue enxergar isso? Eu preciso de você!  ❜ E como precisava!  Sentia-se quebrada por dentro, como se estivesse sendo abandonada em um dos momentos mais conturbados de sua vida. E, certamente, não conseguiria passar mais tempo naquela incerteza de ter ou não a presença de Xeno em sua vida. ❛ —— Ma ho davvero bisogno di te. ² Não essa sombra do que já foi o nosso relacionamento. ❜ Seu peito parecia latejar a cada palavra dita, porém, ainda assim, ela se forçou a continuar;; sendo preciso que ela respirasse fundo para conseguir manter um adequado fluxo respiratório em seus pulmões.  ❛ —— Se nós formos continuar assim eu… não quero mais. ❜
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O guerreiro agora esfregava as mãos no cabelo e no rosto;; o maxilar trincava com a ardência que o movimento causava em seus machucados, mas não podia evitar, assim como não podia mais fugir. Estava claro que ela não o daria mais aquela opção e então tudo o que o Karahalios fez foi respirar fundo e se preparar enquanto a observava descansar Cassiopéia na cama. E quando ela se aproximou, ele ainda teve algum bom senso se indicar para que fossem para a área infantil do quarto, de modo que não pudessem perturbar a paz da menina. Por mais perdido que se encontrasse, Xenófanes ainda se recusava a ter uma discussão na frente da filha, mesmo que ela estivesse adormecida. ❝ — E a sua primeira suposição era um caso?! Você honestamente pensou que eu poderia ser desleal com você dessa maneira?! ❞, indagou por cima da fala dela, soprando todo o ar de seus pulmões em descrença;; estava irritado com toda aquela situação, ainda que talvez mais consigo próprio, por permitir que chegassem aquele ponto, do que verdadeiramente com ela.
Todo e qualquer sentimento colérico, no entanto, rapidamente se extinguiu quando ele a olhou — realmente a encarou. Não existem palavras capazes de explicar a dor que causava a Xeno ver a esposa daquela maneira. Ela parecia tão pequena naquele momento, toda a fragilidade, a dor, a decepção, as lágrimas refletidas em seu olhar;; era uma visão, somada ao saber que era ele o causador daquilo tudo, era a sensação mais agonizante que já havia experimentado em toda sua vida, como se o todo o corpo fosse de repente perfurado por espinhos. De novo e de novo e de novo e de novo, indo cada vez mais fundo a cada palavra que ela confessava. E por tudo o que era mais sagrado naquele universo inteiro, tudo o que ele mais queria fazer era acabar com toda a distância entre eles e envolvê-la em seus braços, e garantir que nada pudesse lhe machucar. Só que como você faz isso quando você mesmo se sente tão pequeno e impotente diante do mundo??
Não quero mais. Aquelas três palavras foram o suficiente para parar todo o tempo a sua volta e terminar de partir qualquer coisa que ainda restava dentro dele. O sangue pareceu congelar em suas veias e seu coração parou de bater no peito, restando apenas um desespero aterrorizante que tomava conta de seu corpo e alma. Como assim ela estava terminando tudo? Estavam assim tão quebrados que a única opção era o divórcio?? O ateniense queria desesperadamente dizer que não, pois perder Briana seria como perder toda a luz que lhe restava!! No momento, ela e Cassie eram as únicas coisas que ainda faziam algum sentido em sua vida, a boiá salva vidas em todo aquele mar de caos que se tornara sua vida. Contudo, seria justo com elas? Quando você ama alguém, deseja apenas o melhor para aquela pessoa, e Briana era o melhor para ele, nunca teve nem uma sombra de dúvidas disso, no entanto, já não podia afirmar se ele era o melhor para ela. ❝ — Você já pensou que eu não sou quem você precisa? Ou mesmo quem você pense que eu sou? ❞, suspirou, agora verdadeiramente exausto. Doía em um nível físico fazer aquelas perguntas, expor dúvidas e inseguranças que guardava para si desde o momento em que a vira pela primeira vez, naquela roda de adolescentes em Aspen, mas ele também não aguentava mais. E por fim o ateniense deixou todas as paredes caírem e se aproximou da esposa, o amor de sua vida, aquela que trouxe o sol de volta a sua vida. A destra se ergueu para tocar aquela face que tanto amava, mas ele parou no meio do caminho, sentindo se tão indigno de tocá-la. ❝ — Você merece tão mais, Bri. Tão mais do que eu posso ser e eu tento tanto suprir isso. Eu tento esconder todos os meus demônios no fundo do armário e apenas ser o homem que você e Cassie merecem ❞, a sinceridade praticamente escorria de cada palavra daquela confissão e ele precisava se forçar a não desviar o olhar do dela, a engolir sua vergonha, pois não sabia se teria coragem de voltar a encará-la quando tudo fosse dito. Havia quem dissesse que Briana tivera sorte de arrumar um marido como ele, uma afirmação tão ridícula e vazia que o Karahalios nem mesmo conseguia compreender, afinal, aos seus olhos, Briana era o sol e ele só um planeta pequeno, já satisfeito de poder girar em sua órbita, em bancar a figura de marido e pai perfeito, mas.. ❝ — .. Mas agora está cada vez mais difícil mantê-los lá dentro e isso me assusta!! Não deveria ser assim, Briana;; eu sei que deveria ser forte, aguentar tudo o que acontece.. Mas é como.. Eu sinto.. It’s just too much right now (1). Eu não sei, é como se estivesse me afogando em um mar de escuridão e cada vez que tento subir para respirar só acabo afundando ainda mais e a água me impedisse de gritar. Eu não sei mais o que fazer!!! ❞, nesse ponto, o príncipe já respirava com dificuldade ao tentar formular alguma frase coerente, as emoções cada vez mais difíceis de serem contidas. Aquele era o mais honesto que já havia sido em sua vida inteira, estava diante dela expondo cada pensamento não que ousava vocalizar nem para si mesmo. ❝ — Você diz que isto é a sombra do que já foi nosso relacionamento, mas na verdade é a sombra do que eu já fui ❞, ou talvez fosse melhor dizer que aquilo era exatamente quem ele era: apenas um garotinho vestindo uma armadura brilhante. ❝ — Eu olho para você e para Cassie e, por alguns momento, consigo até fingir que tudo está bem, que somos só nós três no mundo... Só que logo vem essa sensação toda de novo e cada maldita carta que chega só piora tudo. Não vê que eu só estou tentando te poupar de tudo o que está acontecendo?? De me ver desta maneira patética?? Não foi com isso que você quis se casar... ❞, o rosto foi meneado em uma negativa frágil, desiludida. 
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princesoguerreiro · 5 years
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brilhabriana‌:
A italiana poderia jurar que sentia as veias da sua cabeça saltando devido a sua dor de cabeça enquanto os braços já cansados embalavam o corpo quase adormecido de Cassiopéia em seu colo, suas pernas parecendo pesar mais três quilos do que o usual, graças a maldita contenção de líquidos provenientes da gestação. Sua respiração se tornava mais lenta e pesada pelo período gestacional em se encontrava e o seu seio direito parecia latejar por Cassie não ter terminado de esvaziar devidamente a mama;; a preferência da bebê pela mama esquerda costumava ser um problema para a sua mãe. Mas o mais desesperador de toda a situação era saber que não podia fazer como a filha e simplesmente se entregar ao sono, pois tinha um relatório de formação em leis e tratados para entregar na manhã seguinte. Um trabalho que não tinha feito por falta de tempo. Estava um caco em todos os sentidos e, novamente, se encontrava sozinha naquela suíte. Sem nenhum apoio de Xeno que tinha desaparecido mais uma vez. E, como se tivesse acertado o timing certo para aparecer, o príncipe parecia dar o ar de sua graça no quarto do casal, abrindo a porta com sua chave e fazendo com que sua figura ficasse visível para sua esposa. Acontece que daquela vez não existiram sorrisos da parte de Briana por vê-lo, não existiram cumprimentos amigáveis ou uma aproximação carinhosa para presenteá-lo com um beijo. Muito pelo contrário! A única vontade que Briana tinha tinha era de socar o braço definido do ateniense até que sua raiva tivesse passado. ❛ —— Guarda che cosa! ¹ Fico feliz que ainda tenha a chave desse quarto. Já estava começando a achar que tinha se mudado porquê nunca te vejo aqui. ❜ Ironias do tipo não costumavam fazer parte do vocabulário da Brunelleschi, mas se encontrava farta da situação que enfrentava em seu casamento e precisava externar isso de alguma maneira.  ❛ —— Então era esse o seu grande plano? Fazer uma noite incrível no Luane Messis para depois voltar a se esquecer que tem uma família? ❜
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Já era de madrugada quando ele retornou ao seu quarto. A princípio a ideia era apenas conversar com a ex cunhada e voltar logo depois, com o peito finalmente mais tranquilo ao descobrir as cartas que havia recebido nada mais eram que mentiras exageradas, a vida mais uma vez nos trilhos dos quais nunca deveriam ter saído. Ah, como ele desejava que aquilo acontecesse!!!! Só que a realidade lhe foi ingrata e pior, de certa forma, esperada. As palavras de Sigrid, que deveriam lhe devolver a paz, terminaram de vez de destruir as pouca estrutura sob seus pés, jogando-o em queda livre num abismo sem fim. E Xeno contava;; fechava os olhos com força, assim como sua falecida mãe costumava dizer, e contava até dez, cem, mil, mas não parecia haver número grande o suficiente que acabasse com aquela sensação de desespero e terror de que tudo o que o ateniense acreditava — toda a lealdade e confiança na família, que lhe fora praticamente programada desde a infância — agora estava em ruínas.
Não esperava encontrar Briana ainda acordada e tratou logo de esconder as mãos de seu campo de visão, não querendo preocupá-la e ainda menos ter que explicar o porquê estas agora ostentavam machucados e queimaduras porcamente cuidados, e esperava que a luz fraca escondesse a expressão acabada e as roupas chamuscadas. Ele não deveria estar naquele estado, descontrolado, vulnerável, mas também extravasar todo aquele horror quanto a realidade de sua família parecera ser a única opção que o impedia de ser consumido ainda mais por uma culpa que nem mesmo lhe pertencia. As ironias da italiana não deveriam surpreendê-lo;; ele mesmo tinha consciência do caos que estava se tornando, no entanto, toda vez que tentava se reerguer, alguma carta com o selo grego chegava para abalar ainda mais a paz de espírito. Sua vida agora se assemelhava a uma enorme bola de neve de desapontamento que ele próprio causava;; a Aegeus, a seu pai, seu reino, e agora a própria esposa. ❝ — Agora não, Briana ❞, suplicou em um suspiro que carregava toda a sua exaustão enquanto seguia direto para o closet. Não queria brigar, não queria falar e menos ainda lhe oferecer ainda mais provas que ela havia se casado com um fracasso. No entanto, no meio do caminho, a pergunta dela o acertou mais forte do que qualquer ataque antes recebido, e seu corpo reagiu como tal, com o ar sendo pego em sua garganta, os pés recuando um passo para trás e os olhos se arregalando de leve ao fitá-la. ❝ — Eu não esqueci que tenho uma família! ❞, cuspiu em defensiva, os dedos partindo os próprios cabelos com mais força que o necessário. Nunca havia utilizado um tom tão duro ao falar com Bri e sabia bem que se sentiria culpado por aquilo mais tarde, principalmente porque sabia que ela tinha todo o direito do mundo de se sentir daquele jeito, todavia, a menção da família era o seu calcanhar de Aquiles. O seu enorme fracasso com ambas as partes pelo qual era responsável. ❝ — Eu já disse, Briana, agora não! ❞, disse entredentes, tentando manter a voz baixa. ❝ — Pelo deuses, é pedir demais que você acredite que eu estou tentando?!?! Acha que gosto desta situação?! Que me agrada saber que lhe ofereço tão pouca confiança que você tem que mandar Gustav atrás de mim para saber se estou tendo um caso?? ❞, as palavras deixavam sua boca sem que ele mesmo conseguisse segurá-las. ❝ — Eu só... ❞, puxou então o ar com força, a cabeça confusa demais para que ele próprio entendesse os pensamentos que já começavam a martelar. Não queria brigar, não com Briana, não quando segurava tudo para tentar poupá-la. ❝ — Não consigo falar sobre isso. Eu não posso, Briana ❞, deus, agora ele se encontrava verdadeiramente desesperado. Vontade não lhe faltava, mas não sabia como vocalizar aquele fardo ou mesmo se poderia lidar com as consequências ao se abrir daquela maneira.
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princesoguerreiro · 5 years
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O som das falanges se chocando contra a porta do quarto de @sigriids pareceu ecoar como o tiro de um canhão aos ouvidos de Xeno, contudo, ele tentou manter a expressão calma em face. Aquela não era uma visita que ele queria fazer e, se o que as cartas que havia recebido fossem verdadeiras, imaginava que também não iria alegrar a sueca. O louro pode sentir os músculos tensionarem ainda mais quando pensou nas cartas ( se é que em algum momento conseguia esquecer de  seu conteúdo aterrorizante );; estas vinham de fontes confiáveis em solo grego, contudo, a verdade é que o príncipe queria desesperadamente acreditar que eram falsas, alguma espécie de brincadeira doentia. Mas a ignorância não era mais um luxo que ele poderia ter e a única pessoa que poderia lhe fornecer as respostas era sua ex-cunhada. A porta de madeira se abriu antes que sua determinação se esvaísse, fazendo o se remexer de modo tão discreto que poderia ser imperceptível para os olhos menos treinados. Ao encontrar a face conhecida da princesa, no entanto, um sorriso sincero se desenhasse em face, porém este não alcançou seus olhos. ❝ — Sigrid, god natt (1) ❞, a pose transparecia serenidade quando a cumprimentou, utilizando o sueco — fora um habito que adquiriu após a chegada da loura na corte grega, imaginando que algo familiar pudesse lhe ajudar um pouco em um ambiente novo. ❝ — Perdoe, queria poder ter te recepcionado quando chegou, mas não tive ❞, coragem, pigarreou, ❝ — oportunidade. Será que poderíamos conversar um pouco? ❞
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princesoguerreiro · 5 years
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brilhabriana‌:
O pronunciamento de Xeno pareceu ser a deixa perfeita para o duque sair de fininho da conversa, dando a desculpa de que estava atrasado para encontrar a sua noiva. E, veja bem, tamanha era a sua pressa que a princesa sequer teve tempo hábil de se despedir de maneira apropriada!  ❛ —— Outch! Estava tão ruim assim, amor? Eu nem tinha começado a explicar os buracos brancos… Pelo menos você e a Cassie me escutam sem reclamar, né? ❜ E aquela parecia uma boa compensação para a italiana, afinal, tendo em vistas duas únicas pessoas que realmente importavam naquela mesa eram os dois. Seu olhar recaiu sobre a dinâmica de ateniense com a garotinha e pareceu ser impossível conter a sua risada, rente a adorável cena que acontecia diante de seus olhos. Eles eram tão adoráveis quando estavam juntos! ❛ —— Vamos lá, mi amore! Não é tão difícil assim. ❜ incentivou a bebê com um largo sorriso nos lábios, mas a sua expressão divertida desapareceu de suas feições quando escutou as palavras seguintes do marido.  ❛ —— Ei, ei, ei! Não me venha roubar, Xeno. Ambos sabemos que ela precisa aprender mamãe primeiro! ❜ um falso olhar de repreensão fora direcionando na direção do louro, antes que ela batesse algumas palminhas para chamar a atenção de Cassie, voltando a falar quando notou que era detentora da concentração da pequena.  ❛ —— Mamãe, Cass! Ma-mãe… ❜ 
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❝ — Eu não diria assim ruim, carina ❞, afirmou, jocoso, ainda que não estivesse mentindo. Tão terrivelmente piegas quanto poderia soar, Xenófanes jamais poderia achar que nada que Briana falasse poderia ser classificado como ruim, ainda mais quando se tratava de algo do qual ela era tão passionate (1). Infelizmente, como o tal duque, os demais — com a exceção de Cedric, talvez — não apreciam compartilhar daquela visão cor de rosa sobre seus conhecimentos deveras científicos. ❝ — Por uma eternidade se preciso ❞, o louro gracejou, inclinando-se na direção da esposa para descansar os lábios nos seus.
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Brevemente, claro, pois Cassie não esperou nem mesmo um par de segundos para reclamar da falta de atenção, com pequenos gritinhos que fizeram o pai retomar sua posição, soprando uma risada baixa ao murmurar um ζηλεύει! (2) para a pequena. Ah, aqueles momentos em família valiam mais que o tesouro de qualquer reino, mais que qualquer glória em batalha! ❝ — E isso está escrito em que constituição, vossa Alteza? ❞, rebateu a repreensão com uma sobrancelha arqueada, o rosto rapidamente sendo tomado por uma cômica simulação de indignação ao notar as táticas nada cristãs da esposa! Ao menos era visível que Cassie estava simplesmente adorando toda aquela atenção, impulsionando o pequeno corpinho para cima e para baixo em saltinhos de pura felicidade enquanto ria cada vez mais alto, os olhinhos de chocolate agora focados na mãe. A cena era o suficiente para aquecer o peito de Xeno, que se sentia o homem mais sortudo do mundo. Não queria dizer, no entanto, que iria ceder..... bem, ao menos não tão cedo. ❝ — Επ! (3) ❞, a exclamação ainda era dotada de falsa indignação, ❝ — Pare de tentar confundi-la, sua tratante, eu cheguei aqui primeiro! ❞, e firmando o corpo agitado da menina em seu colo da melhor forma que podia, o príncipe helênico não hesitou em erguer a mão até a o corpo da Brunelleschi. Ora, ele com certeza não estava abaixo de apelar para cócegas em uma situação como aquela!  ❝ — Vamos, Cassie, não ouça ela! Você tem que dizer pa-pai! Paaaa-pai! ❞
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princesoguerreiro · 5 years
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                                 𝐀 𝐁𝐑𝐈𝐀𝐍𝐀&𝐗𝐄𝐍𝐎‘𝐒 𝐏𝐋𝐀𝐘𝐋𝐈𝐒𝐓
𝟎𝟏. THE STORY, sara ramirez  ❝ it’s true that I was made for you ❞  𝟎𝟐. ALL OF ME, john legend  ❝ you’re my end and my beginning even when I lose I’m winning ❞  𝟎𝟑. LOVE SOMEONE, lukas graham  ❝ and you still look perfect as days go by, even the worst ones, you make me smile ❞  𝟎𝟒. LAY ME DOWN, sam smith  ❝ and I don’t want to be here if I can’t be with you tonight ❞  𝟎𝟓. OUTRORIA, anavitória  ❝ eu nunca vi ninguém fazer tanto barulho no meu coração ❞  𝟎𝟔. YOU AND ME, lifehouse  ❝ 'cause it's you and me and all of the people ❞  𝟎𝟕. ANGELS, robbie williams  ❝ wherever it may take me I know that life won’t break me, when I come to call she won’t forsake me ❞  𝟎𝟖. I LIKE ME BETTER, lauv  ❝ to not know who I am but still know that I’m good long as you’re here with me ❞  𝟎𝟗. PERFECT, ed sheeran  ❝ I see my future in your eyes ❞  𝟏𝟎. OUVI DIZER, melim  ❝ só ouvi dizer que quando arrepia já era ❞  𝟏𝟏. LIKE I’M GONNA LOSE YOU, meghan trainor ft john legend  ❝ wherever we’re standing I won’t take you for granted ❞  𝟏𝟐. IF I AIN’T GOT YOU, alicia keys  ❝ some just want everything but everything means nothing if I ain’t got you ❞  𝟏𝟑. AMEI TE VER, tiago iorc  ❝ e sai sem eu dizer o tanto que eu gosto, me desmancho quando encosto em você ❞  𝟏𝟒. YOU ARE THE REASON, calum scott  ❝ I’d climb every mountain and swim every ocean just to be with you ❞  𝟏𝟓. HALO, beyoncé  ❝ you’re the only one that I want, think I’m addicted to your light ❞  𝟏𝟔. TIGHTROPE, michelle williams  ❝ hand in my hand and you promised to never let go ❞  𝟏𝟕. I’LL BE, boyce avenue  ❝ I’ll be your cryin’ shoulder I’ll be love suicide I’ll be better when I’m older I’ll be the greatest fan of your life ❞  𝟏𝟖. HOW WOULD YOU FEEL (PAEAN), ed sheeran  ❝ love flows deeper than the river every moment that I spend with you ❞  𝟏𝟗. LAY YOUR WORRY DOWN, milow ft matt simons  ❝ lean into me when the light can’t be found, when everything’s lost and your heart’s on the ground ❞  𝟐𝟎. ALL OF THE STARS, ed sheeran  ❝ both of our hearts believe all of these stars will guide us home ❞
@brilhabriana​
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princesoguerreiro · 5 years
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brilhabriana‌:
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❛ —— Oh, não! O que eu estou tentando dizer é que um buraco negro não se trata de um aspirador de pó… ❜ o comentário aconteceu após a italiana levar um docinho à boca, direcionando a atenção ao outro ocupante da mesa enquanto um riso fraco escapava de sua garganta.  ❛ —— Um buraco negro só engole os corpos que aproximarem demais dele e cruzarem a linha imaginária de horizontes, o ponto de não-retorno, a posição a partir do qual a atenção gravitacional é inescapável. ❜ A princesa não sabia dizer em qual momento o assunto tinha virado pauta, mas todos conheciam a sua pré-disposição para falar de eventos celestes. Por isso, ela não parou quando esclareceu o equivoco da pessoa com a qual conversava, voltando a ressaltar curiosidades que envolviam o fenômeno. ❛ —— Inclusive, nós teremos um buraco negro orbitante na Via-Láctea daqui a 2 bilhões de anos, pouco depois que colidirmos com a Grande Nuvem de Magalhães. ❜
Era a coisa mais fofa do mundo observar a maneira como os olhos castanhos de Cassiopeia buscavam a mãe, guiados por sua voz enquanto Briana dissertava com o pobre duque Dedubrovnik que foi infeliz o suficiente para fazer um comentário precipitado sobre astronomia em sua presença, quase como se a entendesse. Se bem que com o buraco negroque existia no estomago da pequena, era muito provável que estivesse se certificando que mulher não iria a lugar algum para o caso da fome bater de novo, muito embora tivesseacabado de comer. ❝ — Olha só amor, acho que, Cassitsa, parece gostar do assunto que a mamãe está falando ❞, ao menos alguém, ele não pôde evitar pensar, contendo a risada que se formava ante a expressão que o acompanhante da esposa tentava a todo custo mascarar e que dizia que ele se arrependia de cada decisão de sua vida que o havia levado àquele momento. ❝ — O que me diz, será que você já consegue dizer buraco negro? Buuu-ra-co ne-gro ❞, os lábios se curvaram em um sorriso ao notar que as palavras parecia ser a coisa mais engraçada para Cassiopeia, que abriu um adorável sorriso banguela e começou a balbuciar alguns baaaa, o incentivando a repetir as palavras mais algumas vezes. ❝ — E que tal querido papai? Acho que é mais fácil, hein ❞
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