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Eternal Sunshine of the Spotless Mind
O brilho eterno de uma mente sem lembranças.
Sempre amei o filme. Sempre flertei com a ideia de poder apagar certas coisas e certas pessoas da minha mente. Viver como se nada daquilo tivesse existido. Mas se eu apagasse o que eu vivi, como eu aprenderia o que aprendi?
Bom… cheguei no pináculo.
Amei. Amei profundamente, por muito tempo. E a dor no meu peito sinaliza que ainda amo.
Mas essa dor… eu não quero mais. Eu senti essa dor por tanto tempo, pela mesma pessoa - e nem a culpo inteiramente, boa parte da culpa é minha também. Mas a pessoa que eu amo não existe mais. Existiu há anos atrás. Era meu melhor amigo. Me fazia confortável e eu sentia que fazia ele confortável também. Mas eu deixei minha depressão tomar conta e não quis trazê-lo pra baixo comigo. Queria vê-lo feliz. E cri com certeza que eu não era boa pra ele. Terminei.
E nada foi a mesma coisa de novo. Por alguns momentos, breves, até pareceu ser, quando minha depressão me deu uma leve folga. Mas depois de alguns eventos, nunca mais. A pessoa que eu amava, amei, amo, sei lá, virou outra. Não tem mais interesse. Nem sei mais no que tem. Tudo que eu sei é que meu peito dói. E eu odeio a sensação.
Então sim, eu apagaria tudo. Eu sacrificaria as memórias lindas e as conversas intensas a troco dessa dor passar. Não é como se fosse fazer diferença pra mais alguém além de mim. A pessoa não tem lá muito interesse em saber da minha vida e eu quero não ter interesse em saber da dela. Eu quero parar de sentir a agulha da rejeição no meu peito. Eu quero esquecer tudo que me dispus a fazer, em vão. Não importa pra ele, por que tem que importar tanto pra mim? Eu quero esquecer as promessas, eu quero esquecer os “eu te amo”s, eu quero esquecer tudo.
Eu quero o brilho eterno da mente sem lembranças. Eu amo o filme. Mas de repente eu entendi o título de uma forma arrebatadora, um soco na cara. Eu quero ter coragem de rasgar as fotos, apagar os vídeos, não entender as conversas.
Eu quero esquecer. Quero esquecer tudo que você um dia já falou, ou vários dias, quero esquecer que um dia você foi tudo que eu sempre quis. Não faz diferença pra você e eu quero que não faça mais pra mim.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças.
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Passei anos estudando minha própria mente
Pra esconder de mim mesma que ainda sou capaz de estar infeliz
Esconder de mim mesma que já experienciei ser feliz
Esconder de mim mesma as coisas que eu fiz
Faltei com respeito comigo mesma
Deixei faltarem
E quando eu preciso de um ombro pra chorar ninguém tem tempo
Então eu mesma me acalento
E vou criando dentro de mim
Assim,
Sem intenção
Essa escuridão
Mesma escuridão que eu ignoro
Quando não sou eu quem choro.
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Um escrito com raiva
Pedir é fácil
Eu sempre me fazer disponível quando sou requisitada é muito simples
Pros outros
E em mim sempre algo inabitável
Eu não gosto de ficar triste
Quem gosta?
Mas eu não gosto mesmo é de sentir.
Experienciar tristeza é chave pra sentir felicidade
Pois eu acho isso é uma puta atrocidade
E se eu pudesse escolher nunca mais ser feliz
Pra nunca mais ser triste
Eu escolheria matar minha felicidade pois quem disse
Quem foi que disse
Que eu devia gostar de me deixar ser infeliz
Por um momento que seja
Pra depois poder sorrir
Muito fácil
Me querer pra desabafar, me exigir arrancar um riso
E não estar ali quando o que destrambelha é meu piso
Depois? Depois eu não quero mais
Não quer mais falar sobre isso
Já me fiz esquecer, escondi atrás do primeiro vindo sorriso
Enterrei dentro de mim
Coloquei em cima das outras cicatrizes, que nem sararam ainda
Mas eu lá tive alguma escolha?
Enfiei tudo na minha bolha
Não tinha pra que lado esvair
Não tinha com o que ou quem descontrair
Então eu só fingi que não,
E sorri.
Sorri porque quem foi que disse
Que eu devia gostar de me deixar ser infeliz?
Quando eu estar infeliz é coisa rara
Porque por isso aqui, por um triz
Eu me arrependi das escolhas que fiz?
Fiz ou deixei de fazer
Pra me manter
Manter sã e confidente e confiável
Conversável e apreciável
Enquanto por dentro a bomba fica cada vez mais impecável
Intocável
“Não acessível”
Não encostou porque nem tentou.
E então eu vou construindo
Dentro do meu corpo, assim
Um lugar dentro de mim
Pra fugir de mim
E implodir em mim
Fim.
(Stephanie Miyazaki)
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Só
“Eu não faço nada de bom comigo mesma quando me sinto sozinha”
Não é incomum eu mesma não acreditar na minha vida
Loucura atrás de loucura atrás de uma louca
Mas os loucos enlouquecem sozinhos
Por isso ficam loucos
Eu já enlouqueci
Mais vezes do que poderia me orgulhar
Já me foi exigido tanto
Que já me resta pouco que não seja loucura
Afundada em estudos e sonhos
Nos quais já me sinto louca em acreditar
Toda minha vida
Senti falta de alguém perguntar pra louca
“Tá tudo bem?”
“Como você está?”
“Como vai a loucura hoje?”
Porque quando sã a resposta não é louca
E é mais fácil de lidar
Me vejo, não, mal me vejo
Mas me sinto
Cansada
De estar sozinha e enlouquecer
De tanto me pedirem e de tanto ceder de bom grado
Que dá vontade de apenas
Ficar louca
E não ceder mais nada
Não é incomum
Eu me ver sozinha exatamente nas situações onde preciso de ajuda
Às vezes até tiro a máscara
Revelar os olhos inchados e o rosto enrijecido
Louca
Mas lugar de louco é na loucura
Ninguém quer colocar a mão perto da loucura
Folie à deux
Quando sã, admirável
Quando louca, imprestável
Desinteressante
Ninguém se dá ao trabalho de conectar
O admirável ao imprestável
Porque não é possível que possam conviver lado a lado
Não é?
Pois veja,
Se o louco fosse assim, imprestável
A Terra seria plana
Maçãs levitariam
Lugar de mulher seria na cozinha
E de preto na plantação de café
O mundo precisa dos loucos
Mas só os loucos sabem disso.
Quando o louco morre
Deixa de ser imprestável, perigoso, retaliação
O são perde o medo
E vê o admirável
E o louco ganha uma estátua
Um busto e 5 livros
Mas o louco
O louco morre louco
E morto não dá o mínimo pra estátua
Morto não dá mais nada.
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Pifei
How heavy it is
To feel like a fucking heavy weight to your own parents
And realizing how heavy they are to you
Feels like the burden changes bodies
This is seriously chaotic
Tbh
Fucking messed up
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Forever
I’ll never forget you.
I’ll never forget our dinners in fancy restaurants you insisted to pay nor the other not so fancy ones you also insisted to pay for.
I’ll never forget the look in your eyes the first time you said “I think I love you”, and I’ll definitely not forget when you actually said “I love you”.
The memory of you catching a flight and calling me from the airport just to see me on my birthday will forever be preserved in my deepest thoughts, and the actual surprise when I saw you cancelled three concerts just to be here with me.
I don’t think I’ll ever have the guts to delete our e-mails, even if you do, which I don’t wanna know.
I shared so intimate details about my life with you, and you shared about yours to me. I’ll treasure that to my death. The drunk walks under the night sky, me trying to hide you from your stalkers, us running away from photographers, the tequila shots we shared in that crowded bar I didn’t wanna go inside but you insisted and I didn’t know how to say no to your excitement. Holding hands while we walked. Looking at the mirror and saying we looked like we were ready to commit a crime, because “after all, we’re partners in crime”.
The white chocolate cake and the champagne, the single candle you could find last minute; the glasses of whiskey and the heavy breathing close to each other. Sensations only you were able to make me feel. Your soft touch and your hard touch. The way your skin felt soft on the tips of my fingers and the way I used to grab your neck. The countless climaxes. The long talks after sex that sometimes led to seconds and sometimes just cuddles that made me hear you breathing softly and calmly after they were desperate and desire full.
Room 496.
You lighting my cigarette.
Me cursing myself because I didn’t talk to you more but you went after me to ask my name.
I’ll never forget anything.
I’ll always have those memories well kept.
You’ll always mean a world to me. A world where I matter. A world that dreams come true. A world that the impossible turned so easily possible.
My lips will always know the taste of yours. And will always, every day, miss it.
I’ll never stop loving you either.
And lost lighters will forever mean so much more than just lost lighters.
And whenever I hear your voice
In my devices or on the radio, or up on a stage or on the phone,
I’ll also line a smile in my face.
Forever yours,
Steph.
(Stephanie Miyazaki, for AT)
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Permission
You’re not going anywhere
Not with that stone attached to your ankles
That head in the dark
And closed eyes
You keep dragging those chains
And they make noise everywhere you go
You just don’t notice
Or don’t want to?
These headaches, migraines you complain about, all the time
Won’t pass
Until you’ve decided where to drop this stone
And the chains, the chains
You have the key
Nobody else does
It’s right in your hands but you won’t free yourself
Because you know you don’t deserve
Well, let me surprise you
You do deserve
To unchain your ankles and your wrists
And look up and see the sun
How many people have the same chains
But don’t have the key
You do
It’s in the palm of your hand
Unchain
Feel the wind
Open your arms
Feel it caress your skin
Give it a chance
The wind isn’t so cold when you’re that feverish
Climb the pit
Touch the breeze
Unchained
(Stephanie Miyazaki)
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Retiro
Nope
Sai
Se afasta
Não tenta se envolver comigo
Eu não quero
Eu quero morrer sozinha sem ninguém pra me machucar ou me atrapalhar ou me confundir
Sai de perto de mim, não encosta
Eu quero viver feliz, bem sucedida e quieta no meu canto com uns gatinhos pra fazer companhia
Não quero você aqui
Sai
Retire-se por favor
Não sei quem voce é nem quero saber
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Untitled #3
I don’t know what I’m doing.
I feel stuck.
My heart feels like it’s being crushed every single minute I look at myself.
I don’t know
If it’s lack of someone
Or maybe something
I feel it being crushed inside myself by invisible strong large hands that were once able to reach but no longer are.
I don’t miss anyone.
And I miss everyone at the same time.
The urge to slide a cut through my wrist doesn’t sound so absurd anymore, it’s a loneliness that I search for but don’t know how to handle so well?, I don’t know. Feels so comfortable but so scary at the same time. It’s like I’m my own captive.
I felt this before. It’s the reason of most of the scars I have in my arms. And it had faded. But now it’s back.
I need a hug.
But I don’t wanna hug anyone.
It’s so frustrating because I was doing so well. Now my head is full of dark thoughts.
There is actually someone I’d like to hug, and it’s a comforting feeling, but distance is a fucking bitch.
I wanna runaway, no idea where to, I wanna get out of here at the same time I just wanna stay. My comfort zone never felt so dangerous. Even when it was in fact more dangerous, it didn’t feel like it. I used to talk with psychosis, now I’m just aware of it, I know how it does its work and I’m afraid of it.
I’m afraid of me.
I’m severely heartbroken.
But there’s no cause for it.
Or maybe too many, so many that I can’t point one out.
And every time I think someone is about to help me conceal it, I get disappointed. I don’t want someone to fully conceal it, but a little help would be welcome. Of a friend, not exactly a lover. Someone who... just someone.
It’s so easy to ask for help and don’t give any.
I’m done with people’s selfishness and egocentric thoughts, I don’t wanna fall for it anymore - but then half of my essence flies away. I love to help people.
I have no idea how to help me, though.
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“Se sua ausência não incomoda é porque sua presença nunca fez diferença”
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Fluência
Uma vez eu escrevi sobre uma estrela de vinte pontas.
Eu ontem tive acesso a algumas coisas que eu não conseguia ver porque meu antigo computador não lia. Coisas velhas, que eu havia guardado em DVDs, porque não existia backup em nuvem nenhuma. Nuvem só chovia.
E eu lembrei. Do fundo da memória e do que tinha nesses DVDs, fotos, imagens, eu lembrei.
Me faz perceber que meu cérebro foi um antes do trauma do relacionamento abusivo de longos quatro anos onde eu esperei por alguém que nunca existiu na mesma pessoa em que existiu, mas desapareceu. Ou talvez nunca tivesse estado por lá. E agora, depois do longo trauma dos 35kg e mais de seis traições, ele se tornou completamente outro. Outro, onde eu esqueci da existência da fluência nas coisas, nos sentimentos, na reciprocidade, da facilidade que existe no que é certo e a falta da necessidade de tamanho esforço pra ser insubstituível.
Caro leitor, escute a si mesmo. Você às vezes está tão certo que nem sabe imaginar.
Eu vivo falando que nunca soube o que é o amor, a facilidade de ser gostável e a diferença do mútuo para o sentir demais. Mas eu e meu cérebro entupido e esgotado em traumas me fizeram esquecer que eu já fui sim, amada. E feliz. Feliz, na mais pura simplicidade da coisa.
O primeiro “te amo”, 11 de agosto de 2009. O primeiro beijo da pessoa que eu amava do mais profundo do meu coração. Meu deus, a facilidade que é estar com alguém que quer estar com você. E não por apenas alguns dias, mas por meses. A força da presença.
Como eu pude esquecer algo que nunca esqueci? Acho que os problemas tomaram uma proporção na minha vida em que eu perdi o controle e a associação do que é bom e do que é ruim, do que parece certo e do que parece errado, do que é obviamente errado. Eu nunca esqueci, e mesmo assim eu esqueci.
A fluência do amor é algo que não se compara, que não se substitui, que não se esquece, e que se manifesta de mil maneiras diferentes. Nunca esquecer um aniversário, nunca esquecer a cor dos olhos, nunca esquecer do tato dos cabelos macios lisos e tranquilos do primeiro amor. Nunca ter esquecido da estrela de vinte pontas que eu vi num céu só meu, que só existiu pra mim, que se dispôs a se mostrar pra mim e devolver o olhar na mesma intensidade. O sentimento simples de amar, e ser amado. “O maior que você vai aprender”. De não precisar pensar tanto antes de dizer algumas palavras, e sentir o frio na barriga de palavras que você não esperava serem ditas, pois não espera nada em troca. “Te amo”.
O modo como algo certo simplesmente é, e não se esforça pra ser. Que existe, e chega a ser quase palpável, se não fosse a mente aérea de dois comuns apaixonados. A mente aérea e ao mesmo tempo firme, no acordar de saber que há alguém te esperando pra dizer algo, um oi que seja. A firmeza e a base que faz sentir uma pessoa que te lembra que você não precisa se preocupar, porque quando você quiser estar perto dela, ela também quer estar perto de você. A tranquilidade da existência. Minha nossa, minha existência não é tranquila há tanto tempo.
Porém,
que gratidão imensa a seja lá o que for que colocou no meu caminho a possibilidade, a chance de sentir sentimento fluir no meu corpo, percorrer minhas veias e aquecer minha mente e coração. O carinho da preocupação, o riso do ciúme bobo, tão sabido desnecessário, pela certeza de uma outra mente apaixonada pela sua. Não só pela tua carne, pelos teus cabelos, pela tua boca, mas por tudo que você é e demonstra ser. Sem esforço algum. Apenas ser, e assim agradar algo e alguém tão agradável. Apenas ser, e assim conquistar um coração que conquistou o seu. Se apaixonar e se apegar e sentir por uma mente, que tanto parece coincidir com a sua, o prazer imenso do querer e ser querido, tão profundamente, tão sinceramente, tão simplesmente que não existe distância que mude tal querer.
A paixão e o carinho pelo modo de ser de um outro ser.
A paixão e o carinho de sentir-se querido por quem queres.
Eu havia esquecido. Nunca esqueci, não, sempre esteve comigo, mas costumava aparecer somente dia 16 de abril. De todo ano, porém. Mostrando-se ali. A cada ano que passava. O que eu esqueci foi que
Existe
Sim
A possibilidade
A reciprocidade
Alguém que te diz pra ficares tranquilo, porque mesmo enfrentando alguns obstáculos, quando acontecer vai ser melhor do que se fosse fácil passar por todos eles.
Meus traumas enterraram em mim mesma que eu já fui feliz. Que eu já senti essa corrente a meu favor, e ela foi fácil. Talvez não tenha sido fácil entrar nua no rio, mas navegar na correnteza favorável não exigiu esforço.
Um dia eu escrevi sobre uma estrela de vinte pontas.
Que apareceu pra mim depois de um evento crucial na minha vida, e acendeu uma luz em mim que é inexplicável. Uma estrela envolta de verde, um contorno levemente amarelo, que envolvia uma pupila dilatada de sentimentos entorpecentes, em meros sóbrios recém feitos dezesseis anos. A força do “obrigado, eu te amo” que eu ouvi aquela noite, olhando essa rua qual tenho uma foto, porque eu soube, no momento em que minha estrela piscou, que eu algum dia precisaria dessa memória
Pra refrescar minha mente
Pra apaziguar um desespero que um dia viria, talvez
Pra me lembrar do “eu também te amo”
Me lembrar do “também”.
Eu havia esquecido da facilidade do que é certo. Da paz que não é o medo da perda. A paz que cerca os corações quentes,
loucos por mais,
inocentes e maliciosos
ao mesmo tempo
A paz que eu já senti em estar envolvida com algo que não destrambelhava meu interior, como a maioria das coisas anda insistindo em fazer agora.
Lembra da calmaria?
Do mesmo medo enfrentado de mãos dadas?
Dos fios loiros jogados no teu colo?
O carinho e o cuidado que eu senti por aquele garoto, um garoto, nas mãos de uma garota, inocentemente pervertidos, tão preocupados com o sentir-se bem um do outro.
Porém enfim tão despreocupados.
Juntos.
Juntos, depois de por meses terem aberto um pequeno universo em expansão aos olhos um do outro.
Segredos que foram sendo contados aos poucos
Alguns cinco anos depois da minha estrela piscar
Alguns meses antes de eu a ver
Segredos que existiam e pouco a pouco eram revelados, de acordo com o fluxo...
Fluência.
Talvez seja essa a minha intenção, afinal de contas
Porque no final das contas
O calor da minha estrela nunca cedeu.
Talvez tenha desaparecido da minha visão por um bom tempo, talvez tenham entrado pesadelos na frente dos meus olhos;
mas,
agora,
quando eu adentrar de novo o rio
medrosa e cheia de terremotos internos
Eu vou lembrar de olhar pro céu.
(Stephanie Miyazaki)
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Solit(ária)ude
Eu tô cansada de estar sozinha.
E eu tô sempre sozinha.
Sozinha vendo um filme, assistindo um show de alguma banda dos anos 70 no YouTube, lendo meus livros. Mas sempre sozinha. Até tenho com quem conversar mas uma dificuldade enorme em me abrir porque nunca acho que alguém vai entender, e raramente entendem mesmo. Ou simplesmente não quero atrapalhar. Não quero estragar boas conversas com minhas condições depressivas porque tenho trauma de pessoas se afastando por eu ser “triste demais”. Psicóloga de todo mundo, sem dinheiro pra pagar o meu.
Tava pensando outro dia, eu quero viver novas coisas, quero me dispor a novas aventuras em lugares novos com pessoas cujas energias batem com a minha mas eu não sinto energia nem pra mim mesma.
Eu tô exausta.
Minha mente não para de pensar e tá me incomodando muito porque nenhum pensamento é organizado, eu perdi o foco dos meus caminhos e eu não sei pra onde ir e consequentemente não sei no que pensar então penso tudo junto e nada faz sentido.
Eu não tenho no que me segurar, eu odeio todo mundo, odeio meu trabalho, odeio a maioria das coisas ao meu redor e são raras as vezes em que consigo fazer os pensamentos positivos prevalecerem sobre os negativos. Não tenho mais força. E exige muita. Muita força que eu não sei de onde tirar, afinal eu não tenho onde me segurar.
Tá tudo um caos, eu nem sei como tô conseguindo existir nesse meio; aliás eu mal tô, eu acordo e tomo remédio pra dormir porque existir tá doloroso, tá difícil, tá overthinking, dormir faz esquecer da existência. Minhas obrigações eu nem tô fazendo, não tenho humor ou condição psicológica pra cumpri-las, e tenho medo do futuro também por conta disso.
Eu preciso de coisas novas. Eu preciso que as pessoas também parem de me ver como um objeto, caralho, até hoje isso. Fui atrás de uma entrevista de emprego que no meio ouvi “eu me masturbei pra uma foto sua”, que tipo de pessoa faz isso. Se fosse entrevista pra ser puta de luxo, quem sabe, pelo amor. As pessoas só se interessam no meu físico, e de novo, o que não mostra estar interessado só nisso é uma coisa extremamente incerta.
Me vejo pensando e do nada pedindo “por favor”, por favor nem sei pra que. Pra tudo, talvez? Pra alguma coisinha na minha vida dar certo, encaixar, talvez. Fazer sentido.
Não tô mal com minha autoestima, nem com minhas certezas sobre mim e sobre o que eu quero e não quero, isso acho que resolvi com ajuda da terapia ou pelo menos melhorou e muito. Mas as coisas ao meu redor tão todas desmoronando pouco a pouco e eu não tô sabendo o que fazer pra colocar elas no lugar, é tudo confuso, não faz parte, não faz sentido, não me traz paz.
Paz.
Tudo que eu queria era um pouco de paz. Um tempo de paz. Não tenho isso há tanto tempo que já desconheço o sentimento. Tem que ser tão difícil assim? São meus transtornos? É meu remédio? Ou sou eu mesmo? E se for eu, o que eu preciso mudar em mim que esteja ao meu alcance?
Não sinto nada a meu alcance no momento, eu só quero parar de sofrer diariamente, quero que a ansiedade me deixe viver um pouco, quero estar bem, queria tanto estar bem. Só bem. Tranquila. Mas todo dia parece um pesadelo ao vivo e em cores, e ao dormir mais pesadelos ainda, não dá pra parar isso um pouco? Eu não tô no direito de relaxar um pouco a mente? Não vai ter nada que me incentive a nada nunca? Só eu mesma? Caralho, tô cansada.
To muito cansada.
To mal. Não quero mais estar mal, já chega. Só uma porra de um mês em que eu não me sinta horrível, é pedir tanto assim? Um respiro.
Um carinho nos cabelos.
Um sorriso.
Eu nem sei mais sorrir direito.
Só quero que a dor passe.
(Stephanie Miyazaki)
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And as a note I should add
If it wasn’t for music I wouldn’t be here right now.
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Setembro
Hoje, 28 de setembro, seria aniversário do meu falecido padrinho. Uma pessoa que cuidou de mim como um pai e me amou sem limites. Cujos abraços eram quentes e cheios de carinho, me levava pra conhecer coisas e lugares novos na cidade pequena que é Maringá e por menor que fosse sempre tinha algo novo do lado dele.
Quando ele se foi, eu lamentei. Muito. Chorei muito mesmo. Chorei porque quando mais velha, senti que demonstrei pouco o meu carinho por ele.
Setembro.
Setembro amarelo, essa porra toda em que um bando de gente querendo hype finge estar preocupadíssimo com saúde mental mas mês que vem já passou.
Engraçado que setembro é sempre um mês que eu surto. Sem explicação. Minha primeira tentativa de ir embora daqui foi em setembro. No final de semana passado eu tive ideações suicidas fortíssimas que eu só parei com 30 gotas de remédio pra dormir (quando durmo com 5, 6). E fiquei por um tempo olhando mensagens aleatórias pensando “isso seria a última coisa que essa pessoa me disse” ou “que eu disse pra ela”. E bem poucas eram significativas, apesar de as pessoas que estão comigo no cotidiano saberem o quanto significam pra mim.
Nessas idas e vindas eu pensei como é bom deixar sempre claro o quanto você aprecia as pessoas. O quanto você as ama ou as gosta seja lá o que for. Eu sempre (sempre não, mas depois de alguns tapas na cara da vida, lá pelos meus 19 anos) disse “fala, antes que seja tarde”. Um conselho que eu dou e sigo (geralmente não sigo meus próprios conselhos kkkk enfim faça o que eu falo e não o que eu faço).
Então vou falar de novo.
Fala.
Antes que seja tarde.
(Stephanie Miyazaki)
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“I’m not sentimental but there’s something about the way you look tonight”
Dez anos quais nenhum dos dois focou muito nisso, vidas pra viver e coisas pra fazer
Mas a vontade que ficou sempre guardada numa caixinha que nem sabia onde estava nem nunca tinha procurado a chave
Foi numa mensagem de dois anos atrás que achei a chave, sem saber pra que servia. E aí você -na moralzinha das moralzinhas- me disse o que ela abria e eu quase que em estado de choque quis usar a chave o mais rápido possível, e, pra minha sorte, você fez ser fácil destrancar a caixinha guardada há mais de dez anos que de repente gritou presença dentro do meu peito.
Entre reuniões de trabalho aguardei quase que treinando como te falar “oi”, até você chegar e jogar meu treinamento fora pegando na minha nuca com um sorriso e me dando um beijo que não parou até eu ficar meio tonta - de repente “e aí, como vai a vida” e eu pensando “que vida?”, esqueci.
Depois de um tempo de conversa e algumas risadas compartilhou seu “sentimento suicida” comigo e, pra quem não sabe o contexto, dizer que foi uma das melhores coisas que eu já senti na vida parece esquisitíssimo mas não há necessidade de alguém além de nós dois saber do que se trata; vale muito mais o “já foram três vezes” e o “ah” logo depois.
Engraçado como esse texto podia ser extremamente romântico mas pra mim e pra você ele fica nostálgico e cômico e pra outros apenas muito sem sentido. Não que eu me importe.
Esgotamento físico intercalado com momentos deitados e abraçados conversando sobre coisas úteis e inúteis, claramente sem saber matemática, passar os dedos nos seus braços e nas suas costas era tão prazeroso quanto te ver sorrindo, só não tanto quanto seu cheiro que ficou nos meus cabelos depois.
Seu sorriso é lindo.
Repetições do melhor beijo da minha vida - eu tenho 28 anos, que putaria é essa? - misturados com música e luzinhas de LED que não faziam sentido, o silêncio era confortável se nos seus braços. Sua fala que foi minha preferida eu não quero colocar aqui pois quero ser obrigada a lembrar quando ler este texto, pra lembrar da sensação depois.
Sei que essa noite vai ser uma das minhas memórias favoritas pra vida, que eu daria muita coisa pra sentir repetir inúmeras vezes, eu sinto seu gosto na minha boca e sorrio sem querer.
Seu beijo valeu a pena esperar dez anos.
Agora vai ouvir Billie Eilish, vai.
[Billie Bossa Nova playing in the background]
(Stephanie Miyazaki)
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Fomos (Were)
Nós fomos tão longe
Porém a lugar nenhum
Foi lindo
Porém não foi nada
Nós não existimos,
Mas por um momento
E por um momento
O mundo pareceu menos escuro.
Mas agora, nós, se foi, porque
Eu não consigo mais sentir
Apenas não está aqui
Porque nunca esteve aqui
Nunca foi algo
Para fazer
Algo
Nunca esteve ali
Então eu
Eu vou ir embora e construir novas memórias
Novas memórias com
Novas pessoas
E você vai apenas esvaecer
Assim como você me mostrou querer
Eu vou ir e deixá-lo ir
Mesmo você dizendo não querer
Você sabe
E eu sei
Que eu não posso mais segurar isso
Corta minha pele de dentro da carne
E eu não sei sobre você
Mas eu vou apenas deixar isso ir
Como se nunca tivesse acontecido
Porque não aconteceu.
(Aconteceu?)
Mas
Mas eu
Eu para sempre
E você
Você para sempre
Teremos aquele dia
Onde as ruas não eram nada comparadas a nós
Poeira enchia nossos pulmões e não nos importávamos
Nós ficamos ébrios sob o céu
Assistindo a noite
Só a noite
Ser a noite
Porque por um momento
Só por um momento,
Nós existimos
Como algo que ninguém nunca vai ligar
Mas nós saberemos
E por um momento, nos importaremos
E quando quisermos, sempre teremos aquele dia
Em que fomos quase maiores que as ruas
Fomos as próprias ruas
Nós fomos a noite
Nós fomos a poeira
Nós fomos a última luz por perto
Só por um momento
Só por um momento
Apesar de tudo
Nós fomos nós
E pareceu certo.
(Stephanie Miyazaki - original em inglês, “Were”)
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Memory
Happy memory
You pressed your lips against mine
Asking gently for permission
We heard songs we both know
How to sing
We shared a hundred dollars
We shared a little piece of each other
We shared nice whiskey
And laughed the whole time
Sad memory
You’ve been quiet
You’ve been distant
You just walked away
I must be mad
I watched you on that street
And it hurt to see you laugh
Sad memory
To see you don’t care
To live alone
To watch you fade
Your name is not
The first one
That crosses my mind
Anymore
(Stephanie Miyazaki)
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