paulolupionn
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paulolupionn · 3 months ago
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Cindy, something’s wrong here. SCARY MOVIE 3 (2003)
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paulolupionn · 5 months ago
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Ao artesão que um dia atravessou minha vida.
Mais uma vez o Titã que sustenta os céus se fez ainda mais notável em mim.
Na nossa tentativa fracassada de transar após acordarmos sem gerar nenhum ruído, optamos pela opção de usar apenas as mãos, e aí ele fez história. De novo.
Ao me ter sentado nu, entre suas penas e deitado entre seus braços sua única e exclusiva vontade era me dar prazer.
Nas incessantes idas e vindas que sua mão fazia sobre meu mais íntimo eu, os suspiros abafados que tive que conter, me levaram para momentos que eu era usado exclusivamente para receber prazer.
Em segundos eu senti tudo de uma vez.
Lembro que foi na festa de um amigo, mas não tão amigo assim na época, digo isso porque nunca tínhamos furado a bolha de “amigos de balada”. Fui chamado junto com outro grande amigo, para irmos em sua festa em 2021 comemorar sua entrada em mais um novo ciclo de vida.
Estava super nervoso pois as pessoas também convidadas compunham um círculo social da minha cidade que eram bastante conhecidos pelo meio LGBT, era um momento de se fazer mais notável e descontraído.
Chegamos em frente ao prédio que acontecia a festa.
- Subam, estamos no solárium. Disse o aniversariante pelo interfone.
Entramos, subimos e saímos do elevador, já dentro do apartamento que era enorme. Meu Deus! Que ap gigante!
Assim que saímos para a parte externa do apartamento onde estava acontecendo a festa, numa mesa redonda velha, lá estava ele, sorrindo, não pra mim, infelizmente, mas para sua amiga que estava ao seu lado com quem conversava.
Foi ali.
A festa era para você.
Cumprimentei todos ali de maneira breve e rápida. Afinal, não conhecia quase ninguém.
Que medo de chamar sua atenção.
Sempre que a sua conversa abria pra toda a roda eu tentava ser o mais simpático e rir pra você. Meus olhos eram seus. Minha atenção e minha intenção.
Tempo vai, tempo vem.
- amigo ce sabe quem é esse de óculos? Perguntei pro meu amigo sentado ao meu lado.
- amigo conheço sim, é o ******** **** ele é artesão e artista plástico.
Naquele momento sem nem pensar já busquei seu insta, mas sem seguir, nem interagir, por sorte era aberto. E estava ali suas várias versões: cabelos coloridos, grandes e ou quase raspados, com barba, sem barba, mais novo e mais velho. Ele não tinha medo de sorrir, não tinha medo de postar coisas zoadas, não tinha vergonha de ser quem é, não se importava com o cabelo desgrenhado e muito menos ficava postando fotos por likes e atenção. Ele claramente não era genérico como a maioria dos gays de hoje em dia.
Ele era autêntico.
Tempo vai, tempo vem.
- amigo vou seguir ele. Disse eu tremendo.
- segue ué, se você quer só vai, o máximo que pode acontecer é você seguir e ele não kkkkkkk. Disse bebendo.
Segui.
A festa foi chegando ao final. Me despedi apenas do aniversariante, pro resto dos convidados um tchau geral.
Seguiu de volta.
- seu sorriso é lindo - enviei em sua dm assim que entrei em casa na mesma noite.
Não lembro mais como a conversa andou, mas posso dizer que minhas expectativas foram atendidas.
Conversamos a semana toda, tudo muito descontraído, muito engraçado, o timing de piadas inteligentes e bobas eram tudo que eu gostava. Estava entrando na onda, dos seus cabelos.
Mas eu iria embora. Meu objetivo não era me apaixonar por ninguém.
Marcamos nosso primeiro encontro.
Com reais borboletas no estômago, me sentia um adolescente. Ele era tudo que eu queria, mas não sabia qual era a dele. Afinal quem foi atrás foi eu. Ele nem tinha me notado.
E lá estava ele, bem mais alto que eu, magrinho, com roupas um pouco velhas e um sorriso que me deixa mole só de lembrar. Claramente ele também não se importa com o que pensam, usa o que gosta e o que acha confortável.
Auténtico.
Nos cumprimentamos. Meu Deus que homem lindo, gentil, fofo, cheiroso e que parece o Ace Ventura.
Encontramos uma mesa e olhamos o cardápio.
Me lembro que quando fizemos nosso pedido, tinha uma tal de “espuma” que é servida por cima do drink, me ofereceram, olhei pra ele e ele consentiu.
Papo vai papo vem.
Comemos bem.
Demos muitas risadas pois a tal espuma era muito inútil ali no drink. E ele brincava como se fosse o bartender. Na verdade não acrescentava em nada e disso rimos muito. Paguei 3 reais a mais por isso.
Conversamos muito. Literalmente nos conhecemos. Me lembro que em alguns momentos que só ele falava, e eu dissociava e só assistia ele falar.
Seus lábios tinham um desenho perfeito. Sua vibe meio hippie fazia seu bigode entrar na boca e eu só querendo tirar eles para ter a plena visão do que logo mais seria o melhor beijo do mundo.
Terminamos o lanche, as bebidas e o papo casual.
- bora pagar e vamos? Eu disse com a maior esperança de ver ele sem camisa no meu carro, pelo menos.
- bora. Respondeu.
Pagamos e outra vez eu me tremi todo.
- onde está seu carro? Perguntei.
- atrás da quadra, e o seu?
- também. Respondi.
Ufa, que sorte, melhor né. Mais fácil chamar para ir pro meu carro. Pensei.
Chegando nos carros.
- quer entrar um pouco, conversar mais? Ouvir uma música?
- quero.
E fomos pro meu carro. Nem lembro se de fato conversamos muito mais.
Beijei. Beijei. Beijei. Que macio que são seus lábios.
Era ele.
Encaixou.
Era ele.
Beijava e passava a mão em seus cabelos macios e ondulados. Queria me fundir a ele.
Me recordo de pensar muito rápido que ele teria as mãos calejadas por conta da profissão.
Engano meu.
Eram mãos fortes mas muito macias. Muito macias mesmo. Sem calos, grandes e fortes.
E foi assim, que ele no banco do carona e eu no do motorista que foi me guiando pros seus braços.
Lá totalmente despidos da cintura pra baixo ele começa a bater uma pra mim. Mas não era nada como uma punheta normal. Era algo para me dar prazer. Era indescritível.
Eu tremia.
Tentava sair de seus braços que cada vez mais forte me seguravam.
Eu tremia.
Tentava fazer ele parar.
Eu tremia.
Tentava falar.
Eu tremia.
Tentava fazer algo nele.
Eu tremia.
Me deixei apenas sentir.
Eu tremia.
Se secava ele me chupava.
Eu tremia.
Se secava ele cuspia.
Eu tremia.
Não tenho como descrever o que eu senti, palavras e pensamentos não tinham forma nem nome para expressar o que aconteceu comigo ali entre seus braços esguios.
Ficamos naquilo por muito tempo. Ele em nenhum momento cansou, pediu que trocássemos ou fez algo que eu não queria, nem me forçou a, de fato, nada.
Eu era dele. Desde o primeiro momento.
Depois de mais de 1h ali, eu suando, falei que precisava ir embora. Mentira, queria chupar ele até a boca cair. E era lindo igual ele. Grosso e grande.
Magrinhos né.
E mais uma vez ele não me forçou a engolir. Não me forçou a nada. Aproveitou meu ínfimo esforço de retribuir o prazer que ele a minutos atrás tinha me proporcionado, recebeu com gosto. Inclinou o banco para deitar e relaxar. Acho que fiz bem mas sem comparações. Por favor.
Jamais tinha sentido tanta sensibilidade, sentimentos, palpitações e ele sabia que eu tinha não somente gostado mas me surpreendido comigo mesmo. Jamais tinha sentido tanto prazer, ainda mais por algo sem penetração.
O carro embaçou. O clima ali era de supor, vapor, baba e pau.
Ele queria me dar prazer. Essa foi sua função aquela noite. Eu era dele. E eu queria ser dele.
E tudo isso passou por mim em uma minúscula fração, quando o Titã através de mim sentia seu prazer naquela manhã.
Posso dizer ainda que sentir alguém se dedicando a mim me fez sentir ainda mais prazer.
Agora em terapia me peguei pensando MUITO no tanto que eu me importo com o prazer do outro e não me importando com o meu nesses últimos tempos. Muitas vezes fiz coisas sem querer, pensando que também sentiria o mesmo e receberia o mesmo, quando na verdade fui cada vez mais mais esquecendo do que gostava e me afundando em um grande vazio dentro do meu próprio ser, que era cada vez mais poroso e fino.
Sentir isso vindo de outra pessoa de forma expontânea, me fez relembrar que eu também mereço sentir esse tipo de prazer. Foi relembrar que numa relação, sim ou sim, os dois merecem sentir prazer. Os dois devem estar em comum prazer.
Eu mereço muito estar sentindo esse prazer outra vez. Eu tinha me esquecido, me apagado, me afinado e me permitido não sentir outrora.
E você, Titã, me lembrou de mim, tirou de mim o pensamento de que só eu devo fazer as coisas. Na verdade, muitas vezes você fez mais que eu e eu estranhei. Não vou mentir. Mas na verdade você só fez o básico. Eu era quem sempre fazia tudo e abria mão dos meus próprios gostos e pensava/achava ser o suficiente, mas agora entendo que não depende só de mim. É uma construção nossa. As vezes mais sua que minha. As vezes mais minha que sua. Mas no final, nossa.
Muitos pensamentos me passam agora quando penso em nós. Mas o melhor deles é o meu reencontro dentro de mim como merecedor.
Meu muito obrigado.
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