Tumgik
pacificcocean · 8 months
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atlântico
acabo de ver sua bituca de cigarro na janela. esmagada, amarronzada, encolhida e quase roxa. te lembro na forma como a fumaça deixa seus lábios, no gosto do vício e me deixo intoxicar com eles esmagados contra os meus. encolhidos, quase roxos. se o desejo tivesse uma cor seria roxo. se a paixão fosse colorida seria azul. o dos seus olhos, o delicioso clichê da profundidade metafórica de um oceano. pacífico não, atlântico. avassalador, gigante, onde me torno a mergulhadora que sabe afundar mas tem medo de boiar.
te querer é desaguar em você e eu, oceano. no abraço fatal de uma onda que te engole, te procura, te abraça e você diz: mais perto. bem mais. ela chega. e é extraordinário como você já sabia que seria.
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pacificcocean · 11 months
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when?
I think about you all the time. Your soul has built a haunted house inside of mine and it feels tight, not in the way that i’ve Always loved laying on tight places. it feels compressed, while my body screams: repressed.
I think about how you are combing your hair in the morning. If you think of me when you pour the tinniest bit of cinnamon in your coffee, if you desire my breath inside your mouth when you’re drunk at two am. Do you? Because i know what you do at three am. At three am you’re a coward.
I think about how you manage to crush me from inside out, how poorly architechured your self-awareness, self-counciousness, love-guidance actually are. I think about how poorly-cared-for my self-all-of-it actually is.
But sometimes i think about that time i asked someone to hit me. And i think about how fast you would refuse.
And how fast she said: when?
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pacificcocean · 1 year
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i'm getting bad again and i don't know how to help myself
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pacificcocean · 1 year
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eu sou sua saudade das três e meia da manhã
você é a minha do dia inteiro
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pacificcocean · 1 year
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having had a dreamily sorrowful girlhood turned me into an impossible woman.
all i wanted was everything. i loved protagonists so i got a haircut that reminded me of them. i loved the sound of the guitar so i poorly learned how to stream it. i wanted to know how to draw so i fell in love with a girl that did.
i never really understood art and paintings but i still liked to stare at it, i guess we all love to watch beautiful things even when we are full of shallowness. the only piece i ever felt deep in my heart was the painting of my eyes. it was like staring at a mirrorless mirror. at a paradoxal, surrealist reflexion. and i don’t even conceive the real meaning of surrealism.
she even drew the red spot i got by cracking a vein when i cried too hard for thinking she didn’t loved me anymore. she even made it look like a heart.
and the darkness of failing every single step, of the exhausting reach for being perceived as anything more than unloveable, it wasn’t there.
it was just green.
but i guess when you show too much your humanity goes away. you’re not a beating heart, red-eyed lover or a dreamless sorrow. you’re just a problem.
and now it is probably in a trash-bin, just dusty and grey.
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pacificcocean · 1 year
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estrago
hoje acordei com vontade de fazer um estrago
contar os segredos que seus protagonistas merecem ouvir
jogar um copo de cerveja em quem merece
sair gritando para os pombos
para os pássaros
para você
mas talvez não seja um engano, afinal
talvez eu só não queira um ponto final
mas hoje eu queria fazer um estrago
e contar vantagem sobre as minhas certezas
expulsar que o que eu sinto é real e sempre foi
muito
mais
do que um estrago
mas não fiz
passei um café e fui trabalhar
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pacificcocean · 1 year
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calçar o amor nos pés e caminhar apenas com os dedos no chão
rasgo páginas do calendário que já passou, veloz,
e guardo-as em uma caixinha rachada, sem cadeado, imoral em erupção
nos dias que ainda faltam
faço um x em todas as vezes que eu me apaixonei em vão
por poesia, genética ou um estrago qualquer
sempre fui apaixonada pelo amor
só nessa última semana já me aconteceu umas duas vezes
se for contabilizar os meses…
quatro
cinco
abril, maio e junho
é bonito viver assim
jogando as paixões aos ventos
caminhando na ponta dos pés
e torcendo para que naquela caixa já não caiba mais ninguém
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pacificcocean · 1 year
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chokehold 
there are meanings behind my eyelids you can’t read
there are scars under my bones that are decades old
but when you touch me, baby 
you got me in a chokehold 
you don’t know how long i’ve waited 
to be seen  
to be desired 
to be 
on
fucking 
fire 
so put your hands around my neck 
bite my lip until it bleeds 
watch me smile while i stare at the bruises on my legs 
and tear me apart with just one tiny wreck 
i feel you when i close my eyes 
when i’m lonely with my thoughts 
you know i belong to the world, baby 
but when your violence takes me over 
and you make me say i’m yours 
my passion is pure gold
you got me in a chokehold 
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pacificcocean · 1 year
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punching bag heart
all of those songs that dripped love in soft guitars
now just tell me that u don’t love me anymore
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pacificcocean · 1 year
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last night i dreamt about you again
the last time that happened we were getting married
a sadly ever after
last night i dreamt about you again
you weren’t alone
i screamed all the screams my pillow held some weeks ago
i cried all of the rage i would rather die than show in front of you
and i woke up with tears streaming down my cheeks
i dreamt about you last night
i woke up to two different songs
do you think of heaven?
do you think of me?
sometimes i write lazy poetry (as it shows)
but i don’t mind, sadness, rage, disappointment can not always be pretty stars
my heart cannot always be a punching bag for you to hit
u know where it hurts
and the saddest part is that
an i still love you would be enough for me to run back to you
so fast
so fast
so
fast
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pacificcocean · 1 year
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A mágica
Eu aprendi a amar com a mulher mágica. Foi ela quem disse, entre ás de espadas espalhados pelo chão, que há incondicionalidades no universo. Suas palavras tão doces transbordavam em uma sapiência que me preencheu com alegria e me fez acreditar que havia algo especial além dos escombros do meu coração. Deveria ter, se fui a guardiã encontrada nas suas escolhas tão sábias, nas suas profecias que não soavam como um segredo, nas suas mãos que curiosamente sempre estavam quentes. 
O mar, por exemplo, é colorido por um azul incondicional. 
Os pequenos pingos de chuva que eventualmente parecemos engolir, as rachaduras dos nossos corações tão frágeis, os beijos na boca que desenham estrelas naquele lugar que vamos quando fechamos os olhos apertados demais, quando colocados no papel se tornam incondicionais. 
E ao me ensinar, enquanto encarava minhas lágrimas com a naturalidade de um pássaro que decide quando já se cansou de voar, não precisou dizer que o amor é incondicional. 
A mulher mágica não é profeta, não guarda as sabedorias do universo, não é uma cigana, muito menos a entidade que reside no transcender da ficção, mas alguém cuja as mãos esfriaram e os pulmões encheram-se de terra infértil apesar de ter caminhado tempo suficiente para me ensinar que a incondicionalidade do amor vêm de uma vez só. E apenas uma vez. E que o mar tira tão rápido quanto ele dá. E que a mágica vai embora, o que resta dela a gente escreve no papel. 
Talvez seja esse o meu erro, afinal, enxergar apenas por um olhar que busca incansavelmente acompanhar o pulso acelerado dos sentimentos. Esquecer que o brilhantismo da mente também é capaz de amar, apesar da falta da incondicionalidade que só reside onde o pensamento não consegue chegar. Ou se esgotar na percepção de que o amor que me foi ensinado descansa a sete palmos da terra. 
Flutuo em meio aos talvezes, me desintegro inteira na saudade da mulher que, na tentativa de ensinar-me que a solidão é redundância e paradoxo, quebrou meu coração com o sopro de um silêncio que não pode ser incondicional. Porque se for, eu jamais vou ser alguém além do que escrevo. Vou me banhar nas poesias preguiçosas e nas que também não são. Vou beber da fonte que Lispector deixou quando disse que fica às vezes reduzida ao essencial, e que só o seu coração bate. Vou parar de achar que meu pranto é público, reservar o amor para os meus poemas não-preguiçosos e me desfazer das minhas convicções. 
Vou metamorfosear, mulher mágica. Aberta, sangrando e amando incondicionalmente. Foi você quem me ensinou, lembra? O para sempre não existe, e se por acaso existisse, o meu seria com você. Reencontraria o delírio e o deleite da vida nos braços da minha recente e imensa saudade e amaria longe das vírgulas do passado.
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pacificcocean · 1 year
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ghost
u told me u didn’t wanted to be a ghost
while wearing the white fabric
u told me u wouldn’t ever leave
while disappearing
i told u i would be here as long as you wanted me to
but the certainty of forever
made me realize that the only eternal thing about ghost is that they haunt you.
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pacificcocean · 1 year
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don’t you dare tell me it’s going to be hard.
i guess it’s my fault, after all
for failing my intuition and falling for the pain
it’s my fault for convincing myself that my purest form of love is letting the ones i cherish wreck me
but don’t tell me it’s going to be hard when your touch was blinded for my pain way before you deprived me from it
don’t tell me it’s going to be hard when i’m the one floating through sleepless days, migraines and the purest, more evil form of heartbreak
don’t you dare tell me it’s going to be hard
i’ve dealt with hard my whole life
this is going to be fucking unbearable.
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pacificcocean · 1 year
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sobre ruínas
penso em retinas como câmeras. o estático de uma fotografia captura vísceras de uma subjetividade oculta, expõe o inconsciente através de uma saturação estourada ou uma memória desfocada. passo por aquele canteiro de arbustos e me pergunto como pode ser traiçoeira uma vida em que o óbvio se esconde por trás de um olhar tão atento, de uma foto tão gloriosa, de uma rotina tão casual.
café. banho. caminhada. caminhada. ônibus. as mesmas músicas. as mesmas linhas. a mesma lixeira azul. o mesmo apartamento.
mascarar a solidão é casual como lavar os cabelos, ritualístico como assoprar um dente de leão em dupla no pátio de um hospital psiquiátrico ou derramar uma ou duas lágrimas planejadas na portaria de ferro da casa onde nasci. penso em ruínas, como câmeras. capturam o que se esconde por trás da banalidade do mundo moderno e se escondem atrás do que os seu olhos já se gastaram de enxergar. e se o futuro for uma promessa arruinada? eu ainda vou procurar por ela a cada ponto de ônibus dessa cidade? ainda não saberei quem sou as meia noite e trinta? ainda acreditarei na invencibilidade do amor?
talvez agora. as onze e dezoito, quando penso que sei quem sou, quando pela primeira vez desejei não a ver atravessar a rua da praça da liberdade, eu já não acredite mais.
porque nenhuma solitude se equipara a certeza da incompreensão. o desespero horizontal que me arremessa de encontro as memórias de uma existência que carece de mérito, de amparo e de estáticos. e é o grande clichê do amor, não? só senti-lo no órgão mais vital dos órgãos vitais quando se tem a certeza de que é você, sujeito subjetivo e o flerte das ruínas, quem ama mais.
mas o que eu sei afinal? se aproxima de meia noite e de novo eu não sou ninguém.
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pacificcocean · 1 year
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vejo fantasmas em seus olhos #3
até procuro não te ver mas você está na rachadura do espelho em um dos meus inúmeros auto-diagnósticos nos ensaios que eu quero escrever vejo fantasmas em seus olhos
acordes desafinados precipitam minha falta de paz a falta que cê faz porque assistir a decadência da cidade sem uma cintura para apertar sem uma linha de ônibus para reclamar a cidade é só decadência assistida pelas retinas dos fantasmas no seu olhar
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pacificcocean · 2 years
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i learned at a really young age to trust my guts, but i’ve always knew that something inside of my mind was born rotten. and when i feel you drifting away from me, i’m pretty sure you can see it too. 
it took you a while, didn’t it? to see how damaged i am. to smell the desperation. to start to realize i am your biggest mistake. that i’m not that good of a writer, and it shows, of course, but i don’t really mind because i know you don’t read what i write in here anymore. you read what i show you, the most beautiful pieces, the things that i feel are valuable enough for you to like... but you had a taste of what is under the surface, those ugly pieces of poetry, the unnecessary tears, and i know you don’t want any of that. you don’t read any of that. maybe when you leave me i’ll send these as letters, you’ll find it stupid and manipulative
im just kidding. i would never show you something that isn’t worth your beauty at all 
and i was never worth it. you can see it now, can’t you? 
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pacificcocean · 2 years
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raízes
não me deixe criar raízes. 
por excelência, correntes não se fecham nos meus pulsos. não engasgo ao dizer não, minhas pernas não tremem quando correm desesperadas para longe da quietude. metade mulher, metade cavalo. mas não me deixe criar raízes. porque eu voltarei. me arrastando, sem ar, até sem as duas pernas se necessário for. 
mas não me faça sentir em casa, não me deixe respirar livremente, não me dê opções. e por deus... não ouse me dizer que eu não estarei para sempre melhor sozinha. 
porque eu vou voltar. 
e a cada vez que um suspiro parecer errado, que um silêncio me aprisionar, que eu me sentir sozinha novamente... não me deixe criar raízes. 
me bate onde dói. todos sabem onde é. mas não me deixe sozinha com o silêncio. não me alimente, não me embale para dormir e depois me deixe sozinha com o silêncio. ria de mim. me chame de louca. de desesperada. de doente. mas não me deixe criar raízes. 
porque eu vou voltar 
pior; 
sempre pior 
numa regressão intrínseca, essa mesma onde eu me criei. melhor sozinha, sempre. ao menos quando eu crio raízes. me corta inteira, mas desde a superfície. não me deixe renascer. não me deixe pertencer 
porque você vai querer que eu vá embora 
e nada vai sobrar de mim
apenas as raízes 
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