projeto para conhecer pessoas novas. blog para documentação do processo. // cedrick. 19 anos. são paulo.
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QUERIDA DIARA,
Faz um tempo que eu tomei uma metáfora como sendo meu estilo de vida, e foi a partir dessa metáfora que surgiu a ideia do projeto, e tudo o mais depois disso. Nada mais justo do que você saber dela.
Diara, as pessoas são como caixas, de todos os jeitos diferentes, que estão o tempo todo aparecendo de jeitos diferentes nas nossas vidas. E a vida nada mais é do que o tempo que você leva para decidir quais caixas levar desta para uma melhor -- e quais caixas deixar.
No começo eu queria uma caixa para levar comigo, e na minha cabeça seria fácil, mas no fim, acabou que acabamos sendo as caixas que deixamos nas mudanças um do outro.
E eu acho que eu devia isto a você. Uma justificativa para a forma como agi, como senti.
Com isto encerro o projeto de uma vez.
Adeus,
C.
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FINAL
Recuperei minhas coisas com Diara após nosso encontro.
Ela não se surpreendeu com minha verdadeira identidade da forma como eu estava anticipando, o que me reconfortou, mas também abriu a possibilidade de outras coisas acontecerem entre nós que não são necessárias para estes relatos, mas que aconteceram.
O fato é que na quarta à noite nos vimos, mas foi só na quinta de manhã que eu peguei meus pertences na casa de Diara, e em troca deixei esta caixa com as coisas dela com ela:
Dentro desta caixa, coloquei uma nota encerrando nosso contato (o que acredito que seja uma decisão mútua) e deixei também um link para este blog.
Como já faz uma semana oficialmente desde que nos encontramos e tudo aconteceu, ela já deve ter vindo pelo menos uma vez tentar entender o que está acontecendo. Mas o próximo post será dedicado totalmente a ela, só para depois eu finalizar completamente minha atividade neste blog.
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MENSAGEM #3
Como era de se esperar, Diara não reagiu bem ao meu pedido.
Na verdade, ela fez outro pedido, que por mais pertinente que fosse, era algo que eu ainda queria que não acontecesse.
Diara queria que nós nos conhecêssemos. E ela estava claramente disposta a discutir comigo para que eu aceitasse. Mas eu não queria mais discutir com ela.
Diara era agora um percalço que eu precisava resolver, uma ponta solta numa história que eu havia contado errado. E eu não queria que fosse assim, pois em outra circunstância eu sei que ela teria sido uma boa amiga. Mas agora eu só queria que isso tudo acabasse. Só queria que tudo voltasse ao que era antes.
Percebi que para que isso acontecesse, teria que ceder ao pedido de Diara, e então comprometer minha identidade, que talvez ela não fosse gostar. Mas mesmo assim, talvez isso fosse um ponto ao meu favor. Então eu desisti de discutir com ela sobre o que deveríamos fazer ou não.
Simplesmente aceitei encontrá-la de bom grado. Na quarta-feira, teremos o fim oficial desse projeto.
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MENSAGEM #2
Não postei nada aqui durante a semana porque, bem, queria dar um tempo a Diara. Afinal, não sei como ela reagiria a minha proposta.
Porém, a reposta não demorou a aparecer. Cerca de uma hora atrás recebi uma mensagem com uma frase curta.
Foi suficiente e ao mesmo tempo assustador. Demorou um pouco para mandar o texto que eu já tinha digitado desde que eu havia esquematizado a ideia da troca de mensagens, mas logo que saí do transe eu copiei, colei e enviei a ela o seguinte:
Era arriscado e ao mesmo tempo simples de cumprir. Bastava esperar a resposta de Diara agora, e o tiro poderia muito bem sair pela culatra pois ela sempre surpreendia nas suas respostas.
Veremos.
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MENSAGEM #1
Uma advertência do zelador do prédio dificultou um pouco meus planos, mas pensei numa forma de conseguir minhas coisas que estão com Diara.
Já que agora não posso mais colar mensagens na parede do elevador como ela fez, escrevi em post-its essa mensagem (foto abaixo) e colei nas revistas que entregam semanalmente nos apartamentos.
O plano é trocar mensagens com Diara o suficiente para determinarmos uma troca dos nossos pertences sem precisarmos nos encontrar. Talvez pela internet eu possa fazer o compromisso de dar a ela mais contato, sem necessariamente mostrar a ela quem eu sou.
Espero que ela mande mensagem logo.
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CARTA
De alguma forma eu sabia que Diara não deixaria a experiência para trás tão facilmente, e foi exatamente isso o que aconteceu.
No sábado de manhã, numa saída fora de rotina do apartamento, me encontrei no elevador, e lá estava uma folha de fichário pregada na parede com um post-it amarelo com as palavras “isso não é uma caixa”.
(Não tirei foto pois meu primeiro instinto foi arrancar o papel da parede do elevador e lê-lo, e colocá-lo ali de novo para tentar replicar o evento ia ser uma mentira)
Na carta breve, Diara escreveu que entendera a demora na resposta como um fim na nossa comunicação, e já que eu não tinha dito nada ela resolveu confirmar isso formalmente.
Ela também escreveu que não esperava uma resposta, o que só poderia querer dizer que ela esperava sim, uma resposta.
Eu não poderia responder.
Eu ainda não sabia o que fazer quanto a voltar a me comunicar com Diara, mas eu ainda queria... por razões. Mas eu não sabia como. Certamente responder essa carta não seria a melhor maneira.
Agora ainda é domingo e eu ainda não sei o que responder, mas voltei aqui pois sinto que já não é mais o final dessa experiência. Não enquanto Diara não estiver tranquila quanto a isso.
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SEM CAIXAS
Diara foi muito longe, então resolvi parar por aqui minha experiência.
Ela me mandou de volta a última caixa que eu enviei, mas com uma carta assinada por ela, em que pedia para nos conhecermos. Eu ainda não acho que estou pronto para isso, principalmente porque, quando ela virou o jogo, não consegui mandar a ela coisas essenciais que queria para que ela soubesse um pouco mais sobre mim. (Não posto fotos da carta aqui por ser uma confissão muito pessoal.)
Eu quis mandar algo similar, uma carta ou até um pequeno recado para falar que seria melhor se parássemos de mandar as caixas um para o outro, porque eu não ia me sentir confortável, mas não sabia como dizer isso sem magoá-la, então decidi em simplesmente ficar em silêncio. Como só na ocasião em que fiquei doente não trocamos caixas por mais de uma semana, creio que ela entenderá o recado.
Primeiramente, aos que seguiram a experiência até agora, peço desculpas pela conclusão tão abrupta. Eu apenas não esperava compartilhar esse momento com Diara, que mudou a direção e me deixou incerto quanto ao que fazer. Talvez eu volte a pensar nessa experiência no futuro, afinal eu ainda sustento a ideia de que é possível criar relações sem precisar do olho no olho e também sem precisar de internet.
Mas uma coisa que me incomoda é que não poderei recuperar os pertences que deixei com Diara... e também estou com coisas dela que não sei como devolver. Pensarei em como resolver isso mais tarde.
Até lá, adeus.
Cedrick.
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CAIXA #4
Eu me esqueço do blog porque a imagem de Diara preenche minha cabeça mais do que eu gostaria de admitir.
Bem, não a imagem. Mas a ideia dela.
Eu imagino que ela seja uma pessoa de personalidade forte, pois, ao inverter o jogo depois que se recusou a mandar coisas que ela não gostava dentro da caixa, dessa vez era ela que tinha que estabelecer um tema para o que trocaríamos.
E foi um tema um tanto quanto desafiador, digno de uma pessoa de personalidade forte, como eu imagino que ela realmente seja.
Junto vieram recortes de revista. Imagens de pessoas, dando a entender que ela falava de aparência, mas sem ser terrivelmente especifica a ponto de eu conseguir, digamos, apontá-la numa lista de fotos dos meus vizinhos.
Mas ainda assim, é um risco. Eu entendi o que ela queria, e era o meu medo: querer que a gente se conheça de modo convencional, com olho no olho e conversando normalmente, coisas na qual não sou bom.
Eu sei que não é certo esperar de um estranho as mesmas coisas que eu, mas ainda assim, eu não sei se estava pronto para isso. Iria contra meu projeto.
Isso foram coisas que eu debati por alguns dias até decidir contornar o tema de Diara e enviar a caixa com recortes confusos que atendiam o pedido sem atendê-lo por completo. Era o melhor a se fazer, ao meu ver.
Coloquei a caixa no elevador na sexta, e não tirei fotos. Como disse antes, foi a ansiedade e o pensamento em Diara e o jeito que ela está pegando a experiência e tornando-a parte dela também, o que, suponho, faz parte. Mas a caixa está com ela, e eu aguardo o retorno. Não sei do que, mas aguardo.
Cedrick.
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CAIXA #3
Eu encontrei o que colocar dentro da minha caixa.
É simples, mas acho que chega a altura do que Diara estava propondo. Eu tive a ideia enquanto eu dormia, então literalmente acabei de colocar a caixa dentro do elevador.
Espero que Diara consiga pegá-la, mesmo com o horário de rush.
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CAIXA #3
Eu nao falei nada sobre esse caixa porque, bem, fiquei com medo.
Não, medo não é a palavra certa. Fiquei um pouco inibido. Não esperava a resposta que eu recebi.
Diara devolveu a caixa na segunda-feira, um dia depois de eu ter deixado a minha caixa no domingo. Dentro, havia só um objeto e dois papéis. Vou deixar os textos falarem por mim.
Antes que eu poste foto do outro eu só... foi isso que me deixou um pouco inibido. Eu não esperava essa resposta de Diara. Certamente é válido, mas foi como um tapa na cara.
Acho que eu deveria ter pensado nisso antes. A experiência da caixa era para achar novos amigos, não para testar cobaias. Eu fiquei debatendo isso a semana toda. Como eu estou lidando com outro ser humano igual a mim que merece meu respeito e que, sim, pode pensar diferente.
Aqui está a outra mensagem. Eu não sabia se deveria postar, mas visto que ninguém sabe quem é Diara, nem eu, achei que não teria problema.
Me comovi pela história de Diara, mas ainda não encontrei um objeto a altura. Espero que ela não esteja preocupada (e eu sei que isso é um desejo inútil da minha parte), mas sinto que estou perto de encontrar. Assim que conseguir atualizarei esse blog.
Cedrick.
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CAIXA #2
Um rápido aviso para dizer que Diara já está com a caixa. Já faz um dia.
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CAIXA #2
Eu finalmente voltei pra casa, e depois de tudo descobri que não era só enxaqueca. Eu estou acabado. Mas não consegui deixar de pensar em Diara e na caixa, e em como eu queria tanto fazer tudo isso, mas logo depois veio essa doença e me derrubou como eu nunca tinha sentido antes.
Mas tudo bem, não vou me demorar nisso.
Essa é a carta que mandei junto com a caixa:
E a caixa já está no elevador:
Eu espero que Diara a encontre. Espero muito.
E espero voltar com novidades.
Cedrick.
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CAIXA #2
Merda. Tive uma crise de enxaqueca e passei dias no hospital. Não consegui colocar a caixa no elevador.
Espero que Diara não tenha desistido de mim. Ou que ela ache que eu desisti dela.
Preciso voltar pra casa.
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CAIXA #2
Eu sou um idiota.
Deixei que me convencessem que eu tinha que esperar o mesmo tempo que Diara para colocar a caixa no elevador.
Hoje eu lembrei que isso era pra ser uma experiência diferente de qualquer hábito atual, como por exemplo fingir frieza para ganhar atenção.
Eu sou muito idiota.
Vou colocar a caixa no elevador assim que eu chegar em casa.
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CAIXA #1: RESPOSTA
Diara. O nome dela é Diara.
Bom, não deve ser no nome dela, mas eu sei que eu encontrei uma pessoa para participar da experiência e não consigo conter minha felicidade.
Ela deve ter colocado a caixa no elevador uma hora da manhã, como eu, assim como eu vim desejando durante todo o final de semana. Ela entendeu o recado; ela entendeu toda a ideia.
A caixa de Diara veio com um post-it amarelo idêntico ao meu, mas com a letra diferente:
Dentro, ela colocou menos coisas que eu, mas eu senti que era o suficiente para continuar com o projeto. Além dos objetos que ela gosta, Diara escreveu um pequeno recado:
Pessoas que estão lendo isso, me perdoem, mas eu estou realizado. Eu já estava começando a achar que seria um fracasso, e eu posso estar sendo meio extremo, mas essa resposta renovou minha confiança.
Chegou a hora de preparar a segunda caixa. Logo mais estarei de volta para a próxima fase da experiência.
Cedrick.
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CAIXA #1
A caixa ainda não voltou. Estou checando o elevador a cada hora, principalmente a noite. Estou na faculdade e não consigo parar de pensar que a pessoa que pegou a caixa não entendeu a experiência e está brincando comigo.
Mas veremos. Eu ainda tenho esperança.
Cedrick
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CAIXA #1
Um post rápido para dizer que a caixa não estava mais no elevador hoje de manhã.
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