mysticalcollectorreader
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Sobre livros que li
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mysticalcollectorreader · 1 year ago
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"Fourth Wing"
Como vocês podem observar pela data da minha última postagem, eu tenho feito o terrível trabalho em manter esse blog ativo. Mas FINALMENTE estou de volta e para falar dele, do tão popular e comentado no TikTok, o Best Seller de 2023, "Fourth Wing" de Rebecca Yarros.
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Eu lembro que a primeira vez em que Fourth Wing apareceu no meu radar, eu não entendi todo o alvoroço, não me parecia absurdamente inovador e eu tava certa. Não é absurdamente inovador, mas não precisou ser. Eu tenho algumas críticas, que eu vou contar mais para frente, mas não muda que esse livro me entreteve do começo ao fim. É um livro de ritmo rápido e leitura fácil, apesar de longo.
De muitas formas, principalmente no romance, esse livro me lembra muito de Corte de Espinhos e Rosas, da Sarah J. Maas. Mas uma falha que eu sempre comento sobre os livros da J. Maas, é que a fantasia nos livros dela são muito ruins (não me odeiem, mas são). Nada nunca vai me convencer que ter um caldeirão como Deus é um bom elemento de fantasia. Posso falar sobre o que acho dos livros de Corte de Espinhos e Rosas em algum outro momento, mas devido ao sucesso de Fourth Wing, é impossível não fazer esse tipo de comparação. A fantasia de Rebecca Yarros é muito melhor.
Dragões e a conexão que os cavaleiros tem com eles são o ponto alto da fantasia desse livro. A forma como ela explica a magia trazida por eles é muito boa e a fantasia na história vai aumentando a medida que a leitura vai progedindo. A história toda tem uma pegada épica e heróica tão presente em livros de fantasia e que eu particularmente amo. Uma crítica porém: o momento que Violet é influenciada pela "luxúria" que o dragão está sentindo me fez quase morrer vergolha alheia. Fora isso, a fantasia fez um bom trabalho em me entreter.
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Sinto que em muitos momentos, a história é um pouco boba, mas não me impediu de ficar até 3 horas da manhã grudada na leitura e avaliar com 4 estrelas. Se você é mais crítica e não tão facilmente entretida por romance (nada de errado com isso, por sinal), talvez esse livro não seja para você, mas para mim, foi exatamente o que eu precisava. Para os amantes de Sarah J. Maas e Cassandra Clare, esse livro é para vocês.
A dragon without its rider is a tragedy. A rider without their dragon is dead.
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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"Bunny"
Após algumas semanas desaparecida, finalmente voltei e dessa vez, diferentemente de textos anteriores, optei por não escrever uma resenha, mas sim uma análise. Isso significa que esse texto terá sim diversos spoilers, então peço que retorne após a sua leitura, até porque não acho que você vá entender tudo sem ter lido a história.
O livro escolhido dessa semana é "Bunny" de Mona Awad, que infelizmente até o momento não possui tradução para a língua portuguesa e publicação no Brasil.
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O motivo de optar por fazer uma análise dessa vez tem ligação direta com a minha primeira impressão desse livro, que foi de não entender absolutamente nada :') A medida que a leitura foi prolongando e principalmente após terminar de ler, consegui trazer um sentido melhor para essa obra e foi a minha linha de pensamento e entendimentos que escolhi trazer hoje.
Acredito que foi uma leitura de humor e ficção executada de maneira perfeita. Mona Awad tem uma escrita sarcástica e excêntrica da melhor forma possível. Particularmente, achei a leitura tranquila e fluida. O livro, apesar de estranho, te prende. Minha única crítica é a diminuição do ritmo no último 1/4 do livro, já que nesse ponto, já temos a maior parte dos mistérios solucionados. Tem um forte elemento de choque, que trás um valor para narrativa, mas a medida que esse choque inicial passa, a narrativa se torna um pouco mais fraca.
Sobre o livro, "Bunny" é uma sátira do gênero Dark Academy, que tem demonstrado crescente popularidade nos últimos anos e um gênero que eu adoro, esse com histórias centradas no ambiente acadêmico e ensino superior e muito enfoque em artes e literatura clássica.
Mona Awad conta a história de Samantha Heather Mackey, uma estudante de Escrita Criativa de uma exclusiva escola de Belas Artes, a Universidade de Warren. Samanta é uma aluna bolsista em uma escola altamente elitista.
Somos então introduzidas um grupo de garotas ricas e bonitas, que se chamam de "bunnies" ("coelhinhas", em livre tradução) e, dizer que elas tem uma relação de codependência seria um eufemismo, é quase como se elas fossem uma pessoa só. A nossa história tem a sua primeira reviravolta quando Samantha, que sempre optou por se isolar de grupos sociais, é chamada para uma reunião secreta desse grupo.
O grande choque da história (spoiler, viu, eu avisei), vem quando descobrimos que as bunnies, em uma espécie de culto, fazem experimentos com coelhos (não coincidentemente) para transforma-los em garotos. O ritual é completamente bizarro, com coelhos explodindo, muito sangue, machados e muito gore clássico do terror, o que eu pessoalmente amei. Também vemos Samantha sendo "sugada" para dentro desse grupo, começando a pensar em conjunto com as meninas, o que fica subentendido que esse comportamento é devido ao alto uso de drogas.
Outro personagem importante, que pessoalmente é a minha favorita, é a melhor amiga da Samatha, Ava. Ava é o direto contraste das bunnies, sarcástica, inteligente e confiante e de alto valor narrativo para o livro, sendo o maior plot da história.
Samantha é a clássica mulher que se sente superior e diferente de outras mulheres, mas no fim, é exatamente como as outras. Altamente pretensiosa, Samantha despreza o grupo de garotas bonitas e ricas, mas secretamente deseja participar desse grupo e as inveja. A personagem também é patologicamente mentirosa, criando mundos e situações totalmente fora da realidade, onde no final do livro, a gente entende a real extensão disso.
Mona claramente zomba de Samantha, ao mesmo tempo que escreve o livro através da perspectiva da personagem, com pensamentos tão presunçosos que se tornam engraçados. Samantha passa a maior parte do tempo desprezando produções das suas colegas de sala, achando suas obras superiores e seu nível de intelectualidade maior. Temos uma clara crítica e talvez até autocrítica de Awad a autoras e suas respectivas obras, quase ridicularizando a pretensiosidade desse ambiente. Já li diversos livros de autores escrevendo sobre autores (a gente gosta de escrever sobre o que temos domínio), mas esse livro se destacou em sua originalidade, sendo uma sátira cheia de humor e bizarrices.
Temos também uma óbvia crítica, que se mistura com exaltação, ao ambiente acadêmico, com a intelectualidade sendo um objeto desejado e constantemente reforçado através da linguagem adotada e o sentimento de superioridade de membros desse meio, não somente de Samantha, mas de quase todos os personagens dessa história.
Outro elemento que achei interessante de se comentar, é como a Mona Awad trás uma sátira aos pares românticos que são criados por autoras na literatura. As bunnies em seus rituais repetitivamente acabam criando garotos bonitos e superficiais, e incompletos (com mãos mal formadas e ausência de orgãos sexuais funcionais), o que tornam as suas criações menos "humanas" e vem com uma busca obsessiva por criar um melhor "produto", motivo pela qual elas convidam Samantha para o grupo delas em primeiro lugar.
Um personagem que eu ainda não mencionei, é o Max, apresentado na parte final do livro. Criação direta de Samantha, através de um veado, assim como as "bunnies" criam através de coelhos. Esse personagem é outro ponto sobre pares românticos, pois Max em alguns momentos parece ter sido tirado direto de um livro de Young Adult e se torna satirizado.
Uma teoria sobre esse livro é a possibilidade de Samantha ser esquizofrênica, o que acho uma teoria interessante, mas que possui alguns furos, o maior de todos sendo que isso implicaria que todas bunnies também seriam, pelos mesmos motivos da Samantha, o que me parece improvável. Mas o que vocês acham?
O ponto alto desse livro é de Ava ser um produto da imaginação de Samantha e ter sido criada de um cisne em um momento de solidão da personagem. Samantha somente descobre isso no final do livro, quando a amiga é decapitada e em seu lugar aparece um cadáver de um cisne. Esse seria o motivo das bunnies terem convidado Samantha para participar de seu grupo em primeiro lugar, tendo as meninas notado um "talento" em Samantha que ela sequer sabia que existia.
No fim, a gente se pergunta se toda a história foi somente fruto da imaginação de Samantha e tenta entender o que era real ou inventado.
Foi uma das minhas leituras favoritas desse ano e até hoje, escrevendo esse texto mais de um mês depois de terminar de ler, me pego tendo diversas novas teorias pra o que Mona Awad quis dizer com esse livro. Me contem suas teorias.
“I’ve never really not written, never not had another world of my own making to escape to, never known how to be in this world without most of my soul dreaming up and living in another”
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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"O pior de todos"
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"O pior dia de todos" por Daniela Kopsch.
“A literatura nos oferece respostas que a realidade não é capaz de dar" — Daniela Kopsch
Nesse livro de Daniela Kopsch, a jornalista que participou da cobertura do massacre de Realengo, cria uma história de ficção de duas crianças envolvidas nesse dia. A tragédia ocorrida em 2011 é real, porém as personagens e o resto da história nessa obra são fictícias. É muito mais do que uma história sobre um massacre.
Vemos em "O pior dia de todos", as primas Natália e Malu em suas vidas como meninas negras e periféricas no Brasil. Quando ouvi a primeira vez sobre esse livro, não me senti a principio motivada a lê-lo. Ter essa tragédia como parte da história me pareceu absurdamente traumático para o leitor. Porém não me arrependi de ter lido e posso dizer hoje com certeza que esse se tornou um dos meus livros nacionais favoritos. Kopsch tem uma incrível sensibilidade em escrever o que acredito que só quem viu de perto um evento como esse teria.
Percebi que seguir em frente não existe. Não existe um caminho por onde você pode dar um passo de cada vez, tornando-se mais feliz a cada dia. Nada disso. O que acontece é o seguinte: a cada passo adiante seguem-se dois ou três para trás. Você nunca sabe onde está.
A história de Malu e Natália, que para além de abordar tópicos como racismo, assedio sexual, machismo e pobreza, trás também momentos leves, como briga entre primas, menstruação e primeiros namorados, a transição da infância para a adolescência e todas suas nuances, faz ser impossível não se reconhecer nesse livro. O massacre não é o elemento central dessa história e sim a vida das duas meninas. A minha conclusão sobre esse livro é ter sido escrito como uma homenagem a vida e a fragilidade dela e não como um relato de uma tragédia.
O livro tem uma leitura fluida e fácil, com capítulos curtos, personagens bem desenvolvidas e uma extensão de 255 páginas que valem cada segundo.
Eu não tinha idade para entender o que talvez ninguém tenha idade para entender: a nossa rotina é frágil e desaparece de repente. Basta uma brecha no desenrolar do dia e a vida como a conhecemos acaba em ruína. O prédio desaba, um carro explode ou um homem entra na escola e mata 12 crianças.
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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"A ponte entre reinos"
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"A ponte entre reinos" de Danielle L. Jensen
Em um mundo fictício, somos apresentados a dois reinos, Ithicana e Maridrina, que 15 anos antes da nossa história, assinam um tratado de paz onde um dos requisitos resulta no casamento entre nossos protagonistas. Lara Veliant é uma de doze irmãs do rei de Maridrina, que foram criadas como armas para um único objetivo: destruir o reino de Ithicana e conseguir domínio da ponte que é a principal responsável pelo comércio entre diversos reinos. Lara é então selecionada entre suas irmãs e enviada como espiã a esse lugar para se casar com rei Aren Kertell. Já em Ithicana, Lara descobrirá que tudo que foi ensinada pode não passar de mentiras. Assim entramos em uma história de romance e fantasia, narrada pelo ponto de vista de Aren e Lara.
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Escolhi esse livro para ler agora pois precisava de um livro mais leve e fácil após algumas leituras pesadas e foi exatamente o que consegui. Li os dois primeiros livros dessa série em três dias e vim hoje contar um pouco sobre eles.
Com toda a sinceridade que minha alma virginiana exige, os livros não são o que eu consideraria inovadores. De modo geral, acredito que muitos pontos do livro poderiam ter sido melhor explorados. O livro trás muitos dos clichês literários amados por leitores de romance, porém feitos de forma corrida. Gostaria de ter tido um melhor desenvolvimento do romance de forma geral, principalmente no primeiro livro onde senti que o casal se apaixonou muito rápido sem realmente se conhecer. Apesar disso, gostei deles e gostei dos personagens individualmente, principalmente de Lara.
Acho que parte do motivo de ser um livro tão amado nas redes sociais é ser uma história que te deixa ansiosa e curiosa para saber o que vai acontecer em seguida.
Uma característica que ainda não decidi se amo ou não gosto, é a quantidade de reviravoltas que a história trás. De um lado, achei que deixa o livro mais rápido e até mais empolgante. Porém em alguns momentos senti que o ritmo acelerado passou de "rápido" para "corrido".
Sobre a escrita da autora, assim como a história, não achei uma experiência muito inovadora, mas em geral foi uma experiência boa, sem muita complexidade. Achei Danielle surpreendentemente criativa em alguns momentos e em outros nem tanto.
Eu li ambos livros da série em inglês, sei que o primeiro livro da série já possui tradução publicada, porém não consegui descobrir se o segundo livro já foi publicado em português. De toda forma, sei que a autora tem pretensão de lançar seis livros para essa série, mas o terceiro livro ainda não foi lançado.
De modo geral: acredito que essa vai ser a melhor fantasia que você irá ler? Não. Porém também acredito ser um bom livro para quem está em busca um livro mais tranquilo e de fácil leitura, com um romance decente.
Ithicana pagaria por seus crimes contra seu povo e, durante o tempo que Lara passasse naquele reino, o rei não iria apenas se curvar. Ele iria sangrar.
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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“We live in a world where exceptional women have to sit around waiting for mediocre men.”
-Taylor Jenkins Reid, “Carrie Soto Is Back”
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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"Carrie Soto está de volta"
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"Carrie Soto está de volta" de Taylor Jenkins Reid.
Na volta dessa personagem polêmica de "Malibu Renasce", nesse novo livro iremos acompanhar a trajetória do fenômeno de tênis, Carrie Soto, personagem inspirada na tenista Serena Williams e escrita brilhantemente pela minha autora favorita, Taylor Jenkins Reid, autora também de "Os sete maridos de Evelyn Hugo" e "Daisy Jones e The Six". No início do livro, observamos a decisão de Carrie, com seus 37 anos, de voltar de sua aposentadoria, após seu recorde ser ameaçado por uma outra atleta, Nicki Chan.
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Carrie Soto é uma personagem que divide opiniões entre leitores. Muitas pessoas consideram Carrie arrogante. Na minha humilde opinião, acho Carrie Soto brilhante e acredito que a autora trouxe a sua melhor característica narrativa, que é escrever personagens femininas fortes, falhas e humanas, como Nina Riva, Evelyn Hugo e Daisy Jones, personagens de livros anteriores.
Aqui, somos apresentados a uma atleta ambiciosa e talentosa, que desafia o papel de falsa humildade imposto em tantas mulheres, principalmente no ambiente dos esportes, que é tradicionalmente sexista. A personalidade de Carrie muitas vezes durante a narrativa transita entre confiante e arrogante, fazendo dela uma personagem com melhor desenvolvimento e complexidade.
Vemos como par romântico nesse livro, o tenista Bowe Huntley, que honestamente considero um relacionamento fraco e sem muita química e não me convenceu.
Acredito que a verdadeira história de amor nesse livro seja entre Carrie e seu pai, Javier. Após Carrie perder sua mãe muito nova, vemos a construção do relacionamento entre os dois desde seu início, com suas falhas e acertos, por fim se transformando em uma relação linda entre pai e filha.
Gostaria que Taylor tivesse se aprofundado um pouco mais na construção das outras tenistas da história, principalmente Nicki Chan e Ingrid Cortéz, porém não acho que tenha prejudicado a leitura.
De forma geral, não foi o meu livro favorito da autora, porém, como sempre, foi uma leitura incrível e acabei me apaixonando por Carrie, apesar de não ser a clássica personagem amável e charmosa. A esse ponto, é inegável a habilidade incrível de escrita de Taylor Jenkins Reid. Sinceramente, leria tudo que ela publicasse.
Tudo bem se eu ganhasse, desde que parecesse surpresa quando isso acontecesse e atribuísse tudo à sorte. Eu nunca deveria mostrar o quanto queria vencer, ou, o que era ainda pior, que acreditava que merecia ganhar
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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“The way to turn an ex-lover into a friend is to never stop loving them, to know that when one phase of a relationship ends it can transform into something else. It is to acknowledge that love is both a constant and a variable at the same time.”
— Gabrielle Zevin, Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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“‘What is a game?’ Marx said. ‘It’s tomorrow, and tomorrow, and tomorrow. It’s the possibility of infinite rebirth, infinite redemption. The idea that if you keep playing, you could win. No loss is permanent, because nothing is permanent, ever.’”
— Gabrielle Zevin, Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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"Amanhã, amanhã e ainda outro amanhã"
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"Amanhã, amanhã e ainda outro amanhã" por Gabrielle Zevin.
Amigos de infância, Sadie Green e Sam Masur, após anos de distanciamento se reencontram em uma estação de metrô em Boston, e assim, com ajuda do colega de quarto de Sam, Marx, três pessoas apaixonadas por videogames colaboram para criar um jogo de incrível sucesso que vai mudar permanentemente a vida desses personagens.
Dizer que me apaixonei por esse livro seria eufemismo. É o tipo de livro que quando te perguntam sobre o que é, você não sabe nem por onde começar. Não é uma história sobre videogames, apesar de ser um elemento central na trama.
Eu nunca fui gamer, em nenhum momento da minha vida, então não se preocupe se isso for um fator que você acredita que irá impedir o entendimento da história. Porém para os fãs de jogos, espere um livro com diversas referências e narrativas, tantas que eu passei a gostar um pouco mais de videogames após a leitura.
Gabrielle Zevin tem habilidade de escrita impressionante e uma aptidão de narrativa invejável. Foi uma experiência de leitura diferente da maior parte dos livros que eu já li.
Não é uma leitura rápida. Com 400 páginas, o livro tem um ritmo mais lento, o que fez com que eu demorasse um pouco mais para engatar na história. O livro é contado majoritariamente pela perspectiva de Sadie e Sam. As passagens de tempo não são divididas em capítulos, mas sim entremeadas na narrativa e o livro perpassa muitos anos das vidas dos personagens.
"Amanhã, amanhã e ainda outro amanhã" fala de uma trajetória de amizade linda e falha, com seus atritos e traumas. Fala também de amor e perdas, família e amadurecimento. Me fez rir, sorrir e chorar (muito).
O título do livro trás uma referência da jogabilidade de videogames, em que sempre há uma nova tentativa de jogar, que vem em contrapartida com a vida real desses personagens e a gente vê esse tipo de comparação durante toda a narrativa.
Dizer que recomendo essa leitura já se torna quase redundante, com certeza estará na lista de favoritos do ano e muito provavelmente da vida.
— O que é um jogo? — quis saber Marx. — É amanhã, amanhã, e ainda outro amanhã. É a possibilidade de renascimento infinito, de redenção infinita. A ideia de que, se você continuar jogando, pode ganhar. Nenhuma perda é permanente, porque nada é permanente, nunca.
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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"Quando Acreditávamos em sereias"
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"Quando acreditávamos em sereias" por Barbara O'Neal.
Iniciamos essa história com uma das nossas protagonistas, Kit Bianci, vendo a imagem da sua irmã em um noticiário sobre um grande incêndio ocorrido em Auckland, Nova Zelândia. O único problema com essa imagem? Sua irmã está morta a 15 anos. Ou era isso que Kit acreditava. E é com uma viagem de Kit à Nova Zelândia que as nossas personagens tem as reviravoltas dessa história.
A narrativa é contada alternadamente entre as duas irmãs, com memórias do passado e acontecimentos atuais. O livro é narrado em primeira pessoa através de cada ponto de vista, possui 396 páginas (na edição da TAG), e tem uma leitura muito fluida e narrativa fácil. De modo geral, achei a escrita da autora razoável, apesar de alguns diálogos eu ter achado bobos, mas não chega a tornar o livro ruim.
Durante a trajetória, vamos acompanhar as irmãs através de seus traumas com o passado e momentos difíceis, assim como entender a relação de proximidade das duas, uma relação que eu particularmente achei o ponto alto do livro. Não é segredo para ninguém que me conhece que eu sou apaixonada por histórias de família e acredito que foi esse fator que me prendeu nesse livro. O amor e a reconstrução da família Bianci, toda dor, luto, superação e perdão foi o que carregou a leitura, na minha opinião.
O livro não é de gênero suspense, então não esperem essa perspectiva. Os desfechos são um pouco previsíveis, o que particularmente não me incomodou muito pois não coloquei uma expectativa diferente, mas pode ser um problema para alguns leitores.
Não leia esperando nada revolucionário e inovador, nem fortes emoções que irão mudar sua vida. É uma leitura fácil, para quem esteja em ressaca literária. De modo geral, não tenho nenhuma crítica muito intensa, porém não também não foi uma leitura favoritada. Recomendo para leitores em busca de livros simples e acolhedores, apesar da temática dramática em alguns momentos.
Não acho nenhum alerta de gatilho muito relevante para essa história sem que acabe sendo algum spoiler, mas se existe algum tema traumático e pessoal para você, sugiro que pesquise antes da leitura.
Sua jornada é poderosa. Você não precisa se desculpar pelo espaço que ela ocupa.
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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MINHA SOMBRIA VANESSA
"Minha Sombria Vanessa" de Kate Elizabeth Russel
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Em 2000, Vanessa Wye é uma estudante solitária de ensino médio. Talentosa e com o sonho de ser escritora, Vanessa diz não se importar de ficar sozinha, principalmente quando seu professor de inglês, Jacob Strane, um homem de 42 anos, começa a prestar atenção nela, elogiando seu cabelo, suas roupas e lhe emprestando alguns de seus livros favoritos — como Lolita, de Nabokov. Antes que Vanessa perceba, os dois embarcam em uma relação e a jovem acredita que o professor a ama e a considera especial.
Mais de uma década depois, uma ex-aluna acusa Strane de abuso sexual, e Vanessa começa a questionar se o que viveu foi realmente uma história de amor ou se não teria sido ela também uma vítima de estupro. Mesmo depois de tantos anos, Strane ainda é uma presença constante em sua vida. Como ela seria capaz de rejeitar o que considera seu primeiro amor?
Após ler "Uma vida pequena" da Hanya Yanagihara, eu esperava alguma redenção em relação a livros sobre traumas e esse livro foi exatamente isso.
Essa foi umas melhores e piores leituras do meu ano. Pior, no sentido de ser uma história pesada, traumática, dolorosa. Melhor, pela incrível sensibilidade da autora em trazer um assunto tão importante à vida através da personagem principal.
Mas antes de qualquer coisa, vamos aos ALERTAS DE GATILHO, que para quem leu os meus posts anteriores, já sabe que considero alertas essenciais. E são eles: Abuso sexual, estupro, pedofilia, relacionamento abusivo. Novamente, fica aqui o meu alerta para quem decidir entrar nessa leitura, não será uma leitura fácil. Se algum desses temas são gatilhos para você, talvez seja melhor reconsiderar ler este livro.
Partindo para minha opinião, a autora tem domínio e confiança incrível para escrita, principalmente considerando esse sendo a primeira obra publicada dela. O livro é fluido e cativante, apesar de ser um livro denso. Gosto como ela constrói a história de Vanessa, indo e vindo entre memórias e presente, mostrando todo o processo da personagem dentro desse relacionamento tão terrível.
Eu vejo na Vanessa um ser humano muito real e falho, mas também incrivelmente inteligente e forte. Existem momentos que você se frustra com a personagem e outros momentos é ativado um sentimento de empatia e sororidade. Você entende porque ela pensa da maneira que pensa, com os danos que Strane causou, ao mesmo tempo que você observa a evolução dela em todos anos traumáticos que ela passou.
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A autora soube trazer a complexidade que um trauma como abuso sexual de menor ocasiona.
A complexidade na relutância da personagem em assumir ser vítima de um abuso sexual e ao mesmo tempo a compreensão dela sobre o abuso que outras meninas sofreram pela mesma pessoa. Kate mostra o quanto é doloroso falar sobre abuso e o porquê é tão difícil para mulheres virem a público para denunciar seus abusadores. O medo em serem permanentemente marcadas por esse trauma, o medo em sofrerem retaliação e insegurança em serem acreditadas são todos tópicos abordados na obra.
Você observa também na história adultos falhando de novo e de novo, em acolher as vítimas e em não culpabilizá-las. O despreparo de docentes em lidar com casos como esse.
Mas acima de tudo, você vê a manipulação do abusador fazendo a personagem acreditar em história de amor que nunca sequer existiu.
Durante a narrativa, você é levado a ver constantemente a perspectiva da vítima e você entende exatamente a mensagem que a autora quer passar, apesar de ser um livro doloroso.
"Minha Sombria Vanessa" trás uma angustiante realidade que é extremante necessária. Leiam.
Am I a monster? I wonder. I must be. Otherwise I wouldn’t be able to lie like this.
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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UMA VIDA PEQUENA
"Uma vida pequena" de Hanya Yanagihara
Quando quatro amigos de uma pequena faculdade de Massachusetts se mudam para Nova York em busca de uma vida melhor, eles se veem falidos, sem rumo e amparados apenas por sua amizade e por suas ambições.
Willem, lindo e generoso, é aspirante a ator; JB, nascido no Brooklyn, é um pintor perspicaz e às vezes cruel que busca de todas as formas ingressar no mundo das artes; Malcolm é um arquiteto frustrado que trabalha numa empresa de renome; e o solitário, brilhante e enigmático Jude funciona como o centro gravitacional do grupo.
Com o tempo, o relacionamento deles se aprofunda e se anuvia, matizado pelo vício, pelo sucesso e pelo orgulho. No entanto, seu maior desafio, como cada um passa a perceber, é o próprio Jude, um litigante extremamente talentoso na meia-idade, porém, ao mesmo tempo, um homem cada vez mais atormentado, a mente e o corpo marcados pelas cicatrizes de uma infância misteriosa, e assombrado pelo que teme ser um trauma tão intenso que não só não será capaz de superar ― mas que vai definir sua vida para sempre.
A um tempo que venho tentando reunir forças e organizar meus pensamentos para falar desse livro.
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E a primeira coisa que tenho para falar é: Nem TODOS alertas de gatilho do mundo vão te preparar para ler esse livro. Mas aqui está a lista deles: Abuso sexual, violência física, violência psicológica, pedofilia, suicídio, automutilação, prostituição infantil e transtornos alimentares. Eu acredito que toda e qualquer pessoa que ler esse livro, mesmo não se identificando com nenhum dos gatilhos listados acima, precisa estar com a saúde mental em dia e ainda mais importante: se em algum momento durante a leitura, você não se sinta bem e segura, não prossiga, por que sinceramente? Não vai melhorar.
Acho que é de senso comum, ou pelo menos na minha opinião deveria ser, que a autora tem uma habilidade para escrita fantástica. Independente de qualquer crítica por minha parte, eu considero isso inegável. Acredito que a experiência do livro demonstra o quanto ela te transporta para aquela história. Eu achei a narrativa fluida, apesar de não ser uma leitura rápida por ser um livro extenso e difícil. Diversos cliffhangers* são inseridos e instigam a curiosidade do leitor para o que irá acontecer em seguida. A característica de ir e voltar em momentos marcantes com a perspectiva de diferentes personagens, mas ao mesmo tempo sem tornar a história repetitiva, foi um dos pontos altos para mim. Me fez entender o que se passava na cabeça de cada personagem. Para algumas pessoas, essa narrativa pode se tornar cansativa, mas eu acredito que Hanya conseguiu trazer isso com uma fluidez impecável.
Tendo dito isso, por melhor que seja a escrita de Hanya, considero este livro desnecessariamente traumático e gráfico, a ponto de ser irresponsável. Você percebe uma certa disposição da autora em ser excessivamente descritiva. Os trechos que mais me incomodaram foram os momentos de automutilação por parte do personagem principal, que honestamente, beirava a um tutorial.
Outro fator que me incomodou foi a autora, por toda extensão do livro, utilizar traumas como elemento de choque. Não existe qualquer mensagem por trás de nenhum daqueles momentos, nenhuma reflexão ou reparação, falava de trauma somente por ser chocante. Eu entendo perfeitamente que essa foi a exata intenção da autora, mas para mim, beirou ao sadismo. Poderia se retirar metade dos eventos traumáticos e o efeito seria o mesmo.
A autora trouxe a automutilação como um elemento essencial de um personagem, o que achei EXTREMAMENTE problemático. Todo o discurso por trás do livro na inevitabilidade de superar um trauma me incomodou muito.
Eu pensei e repensei em fazer essa resenha, pois eu me incomodo em trazer só considerações ruins para uma história. Mas os pontos bons desse livro não compensam nem de longe os ruins, então me recuso a trazê-los.
Como conclusão trago: Não leiam. Não pretendo e não vou recomendar esse livro para nenhum de meus amigos. Caso decida ler, por favor, POR FAVOR, proteja a sua saúde mental e entenda seus limites. Repetindo para caso não tenha ficado claro no início desse texto, NENHUM alerta de gatilho é suficiente para te preparar para essa história. Vai doer. Muito.
Eu grifei diversos trechos que achei reflexivos durante a leitura, mas não vejo sentido em citá-los. Por fim, lamento se você veio aqui com a intenção de lê-lo, pois não vai partir de mim qualquer tipo de incentivo.
*Cliffhanger: A primeira definição de cliffhanger no dicionário é uma situação de desastre iminente que geralmente ocorre no final de cada episódio de um filme serializado. Cliffhanger também é uma situação dramática ou incerta.
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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A vida invisível de Addie LaRue
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Terminei hoje de ler essa história e preciso compartilhar o que eu achei. 
A VIDA INVISÍVEL DE ADDIE LARUE: SINOPSE
França: 1714. Addie LaRue não queria pertercer a ninguém ou a lugar nenhum. Em um momento de desespero, a jovem faz um pacto: a vida eterna, sob a condição de ser esquecida por quem a conhecer. Um piscar de olhos, e, como um sopro, Addie se vai. Uma virada de costas, e sua existência se dissipa na memória de todos.
Após tanto tempo vivendo uma existência deslumbrante, aproveitando a vida de todas as formas, fazendo uso de tantos artifícios quanto fosse possível e viajando pelo tempo e espaço, através dos séculos e continentes, da história e da arte, Addie entende seus limites e descobre – apesar de fadada ao esquecimento – até onde é capaz de ir para deixar sua marca no mundo.
Trezentos anos depois, em uma livraria, um acontecimento inesperado: Addie LaRue esbarra com um rapaz. Ele enuncia cinco palavras. Cinco palavras capazes de colocar a vida que conhecia abaixo: Eu me lembro de você.
Uma jornada inspirada no mito faustiano sobre busca e perda, eternidade e finitude e, acima de tudo, uma questão: até onde se vai para alcançar a liberdade? Best-seller do The New York Times e recomendado pelo Entertainment Weekly, A vida invisível de Addie LaRue é um livro inesquecível e que colocou V.E. Schwab entre as principais autoras de fantasia da atualidade.
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A MINHA RESENHA SOBRE ADDIE
Seria impossível resumir os 300 de vida de Addie LaRue em uma simples resenha no Tumblr, mas eu preciso tentar.
Eu tive altos e baixos lendo este livro. Muitas vezes eu não entendia todo o alvoroço por trás dessa história e como ficou tão famosa. E em outros momentos, eu via exatamente o por quê. 
Uma verdade que odeio dizer é: o livro é lento. Eu demorei um pouco mais do que o normal para terminar de ler, mas em minha teimosia por não deixar uma leitura inacabada, segui. Valeu absolutamente a pena. 
Ouso dizer uma impressão, que talvez seja só uma maneira minha de defender a história, mas eu acredito que o ritmo desse livro foi exatamente planejado pela autora. E eu te explico o por quê: um livro em ordem cronológica geralmente tem toda sua história apontada para o ponto de virada, o momento do livro em que temos a reviravolta da história, o que aqui seria provavelmente o momento em que Addie conhece Henry, a pessoa que muda completamente a sua vida. 
Porém, a autora nos leva a uma viagem no tempo, alternando entre o passado e o presente, e em vez de prosseguir a escrita em momentos de clímax, ela nos movimenta no tempo, diminuindo o ritmo da história. Talvez seja forçar um pouco a barra, mas a minha impressão é que V. R Schwab queria a gente entendesse como foi para Addie viver 300 anos. Que a vida dela não aconteceu de uma hora para outra. 
Trazendo questionamentos sobre eternidade, esse livro me fez concluir que a gente não devia perder um segundo sequer desejando outra vida. O que é mais simples falar do que fazer, eu sei muito bem, mas acho que não deixa de ser uma reflexão importante. 
Um dos pontos que amei em ler esse livro é que apesar de em alguns momentos eu achar que sabia exatamente o que ia acontecer, a autora me surpreendeu. Especialmente no final, que na minha humilde opinião, é incrível e que já valeria a pena a leitura só por ele. 
Passada toda a crise existencial que esse livro proporciona, fica aqui a minha previsão: Te prometo que você vai se apaixonar por Addie. Eu finalmente entendo todo o alvoroço. 
Um palimpsesto. Ela ainda não conhece a palavra, mas daqui a cinquenta anos, em um salão de Paris, vai ouvir pela primeira vez o conceito que designa um passado obliterado e reescrito pelo presente, e vai se lembrar deste momento em Le Mans. Um lugar que conhece bem, e que ao mesmo tempo não conhece.
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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Finbar was utterly still. I did not need to look at him to read his mood, for I was tuned to this brother’s mind like the bow to the string.
My favourite book siblings. ❤️
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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Entrando pra minha lista de favoritos, vou falar um pouco da história incrível da Sorcha em: "Filha da Floresta" de Juliet Marillier. 
FILHA DA FLORESTA: SINOPSE
O domínio de Sevenwaters é um lugar remoto, estranho, guardado e preservado por homens silenciosos e criaturas encantadas, além de sábios druidas, que deslizam pelos bosques vestidos com seus longos mantos.
Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, o soturno Lorde Calum, e de seus seis amados irmãos, vítimas de uma terrível maldição que somente Sorcha é capaz de quebrar. Em sua difícil tarefa, imposta pelos Seres da Floresta, a jovem se vê dividida entre o dever, que significa a quebra do encantamento que aprisiona seus irmãos, e um amor cada vez mais forte e proibido, pelo guerreiro que lhe prometeu proteção. 
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O QUE EU ACHEI DESSA HISTÓRIA
Eu já sabia estava apaixonada por essa história nas primeiras cinquenta páginas desse livro. A autora trouxe o que eu mais amo em um livro de fantasia: a magia da natureza. Ao contrário da minha última resenha (De Cinzas e Sangue), esse livro trás tudo que você espera em um livro dessa categoria: magia, romance, aventuras e um mundo criativo e envolvente. 
A gente acompanha nessa leitura a história de Sorcha e seus seis irmãos mais velhos, Liam, Diarmid, os gêmeos Cormack e Conor, Finbar e Padriac. Sorcha tem 12 anos no início de sua história e durante todo livro, a sensação é que estamos crescendo e amadurecendo junto com ela.  
Antes de descrever a minha opinião sobre o livro, eu gostaria de deixar aqui um alerta, que apesar de ser um pequeno spoiler, eu sinto que é importante avisar. Esse livro possui gatilhos para abuso sexual e estupro. Geralmente, eu repudio autores que utilizam de estupros para desenvolvimento de personagem, porém Juliet trás esse assunto tão sério de uma maneira sensível e este é somente um pequeno pedaço da história incrível da nossa personagem principal. 
De longe, a conexão que Sorcha tem com os seus irmãos é um dos pontos altos desse livro. A gente passa amar eles tanto quanto ela e também a entender suas falhas. Apesar de tantos personagens, a autora consegue trazer um bom desenvolvimento para todos eles. 
Sobre o romance neste livro: ele existe, mas não de forma central na história. A diferença de idade entre o par romântico me incomodou em certos momentos, mas não chega a ser uma questão problemática. 
Agora sobre a fantasia nesse livro, acredito que existam poucos livros desse gênero que eu tenha lido, que sejam melhores ou equivalentes à "Filha da Floresta". Com elementos irlandeses e celtas, trazendo contos dessa cultura, a autora consegue desenvolver um universo complexo e absurdamente cativante. Por sinal, Sorcha se pronuncia "Sorca", nome irlandês. A autora descreve a pronúncia de alguns nomes e elementos em uma nota no início do livro.
A leitura trás uma montanha-russa de emoções. Durante o livro, você vai chorar e sofrer pela Sorcha, vai amar e se apaixonar por personagens, vai se sentir angustiada e com raiva em alguns momentos. Tudo isso contribui pra um dos melhores e mais intensos livros que eu já li. 
"Filha da Floresta" é o primeiro livro da Coleção Sevenwaters de Juliet Marillier. Porém você encontra um encerramento de história da Sorcha, sem necessidade de ler os demais livros, somente com alguns ganchos para o desenvolvimento das próximos livros, mas nada que te obrigue a ler toda a coleção. 
Estive envolvida com essa história de início ao fim. 
"A medida que nos aproximávamos da árvore, ficávamos em silêncio. Era um lugar de grande poder e magia, e por isso falávamos baixo, sussurrando. Demonstrávamos respeito porque se tratava de um portal para o outro mundo, para o reino dos espíritos, dos sonhos e dos Seres da floresta. A região em que nascemos guardava tanta magia que ela praticamente fazia parte da nossa vida diária."
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mysticalcollectorreader · 2 years ago
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Nada mais justo iniciar esse tumblr falando sobre o livro que me fez voltar ao mundo dos livros após muitos anos sem ler: "De sangue e Cinzas" de Jennifer L. Armentrout
DE SANGUE E CINZAS: SINOPSE
Escolhida desde o nascimento para inaugurar uma nova era, a vida de Poppy nunca foi verdadeiramente sua. A existência da Donzela é solitária. Nunca ser tocada. Nunca ser vista. Nunca sentir prazer. À espera de sua Ascensão, ela prefere estar entre os guardas, lutando contra o mal que levou sua família, do que se preparar para ser considerada digna pelos deuses. Mas a escolha nunca foi dela.
O futuro de todo o reino repousa sobre os ombros de Poppy, uma responsabilidade que ela nem tem certeza se quer para si mesma, afinal uma Donzela também tem um coração, uma alma e vontades. Quando Hawke, um guardião encarregado de garantir sua Ascensão, entra em sua vida, destino e dever confundem-se com desejo e necessidade. Ele incita a raiva dela, faz com que Poppy questione tudo em que acredita e a provoca com o que é proibido.
Abandonado pelos deuses e temido pelos mortais, um reino caído está se erguendo mais uma vez, determinado a retomar o que é seu por meio da violência e da vingança. Conforme a sombra dos amaldiçoados se aproxima, os limites entre o proibido e o tolerável se tornam cada vez mais turvos. Poppy não só está prestes a se tornar indigna pelos deuses, como sua vida fica cada vez mais ameaçada à medida que os fios embebidos de sangue que mantêm seu mundo unido começam a se desfazer.
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MINHA SINCERA OPINIÃO
Sendo completamente honesta, achei a parte introdutória desse livro um pouco lenta com muitos detalhes sobre a fantasia da história, o que me deixou um pouco perdida e por isso não me prendeu de cara, mas quando ocorre o desenvolvimento da trama para o relacionamento entre a personagem principal, Poppy e seu interesse romântico, Hawke, a história me prendeu e eu não conseguia parar de ler. 
Poppy e Hawke tem uma química absurda e ambos tem personalidades de forte dominância. Além disso, ambos são excelentes guerreiros, e Hawke é apresentado inicialmente à trama como parte da guarda de segurança pessoal de Poppy.
Apesar da inocência da Poppy em alguns momentos transparecer pela criação como a Donzela, você vê uma personagem com claro desejo de liberdade e desafio ao papel que lhe foi dado desde criança. Já Hawke tem aquelas características clássicas que todo leitor de romance ama: um humor sarcástico e um ar misterioso e envolvente. 
Vejo muitas pessoas classificando esse livro como um romance "Enemy to Lovers" ('De inimigos à Amantes', para os não familiarizados com o termo), mas sinceramente, a parte "inimigos" dentro do livro e da série de modo geral, não dura muito tempo, por isso não descreveria dessa forma. 
A história tem plots que as vezes são bem previsíveis, mas que não tira a qualidade do livro. Mesmo previsíveis, te deixam ansiosa para o que vai acontecer em seguida. 
Em contraponto ao início do livro, onde é focado na descrição do universo de Poppy, eu senti falta de um melhor desenvolvimento da parte de fantasia durante a leitura, que é muito focada no romance. Não o transforma em um livro ruim, mas enfraquece a magia da leitura. 
Quem espera uma forte fantasia, pode se decepcionar, pois não é o foco da história. Porém a escrita da autora e seus personagens com rico desenvolvimento me conquistaram e fizeram valer completamente a pena a leitura. 
A série conta com um segundo livro já publicado por editora brasileira: Um Reino de Carne e Fogo. O próximo livro da Editora Galera Record tem lançamento amanhã (25 de julho de 2022), sendo o terceiro livro da série: A Coroa de Ossos Dourados. 
Segunda foto utilizada: crédito à @thestarseternal no Instagram.
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