Tumgik
mentosdeploz-blog · 5 years
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Criminal - capitulo 6
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• Antes de tudo, eu gostaria de deixar bem claro que eu NÃO apoio o que o Guilherme Taucci fez e jamais vou apoiar. Aquele massacre foi uma triste tragedia que não devemos comemorar e nem tentar fazer igual. Isto que estou escrevendo é apenas um conto fictício. Se você não gosta desse tipo de conteúdo, não leia!
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No dia seguinte não tinha aula pois era sábado. Assim eu poderia dormir o dia inteiro, ainda bem!
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Mas meus planos foram por água abaixo assim que minha mãe começou a me gritar do andar de baixo. Levantei da cama em um pulo e corri em sua direção.
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— O que foi, mãe? — Questionei preocupada.
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— Suas amigas estão na porta. — Falou simplesmente, subindo as escadas logo em seguida. Bufei.
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Assim que fui em direção à porta, vi Alexia, Felipe, Sofia e Amanda. (pelo que Sofia me contou, ela e Amanda agora estavam se conhecendo melhor.)
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— Oi, gente. — Falei ainda meio sonolenta.
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— Garota, o que aconteceu com você? — Questionou Felipe, analisando-me. — Foi atropelada?
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Todos riram, e eu também.
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— Acabei de acordar. — Respondi.
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— Então se arrume, porque nós vamos sair! — Disse Alexia, animada.
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— Para onde? Shopping? — Questionei, e logo em seguida eles riram. — O que foi?
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— Querida, aqui é uma cidade do interior. Não temos shopping. — Disse Felipe.
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— Ah, ta. — Falei meio sem graça.
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— Vamos tomar um açaí. — Disse Sofia.
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— Ok, me deem dez minutos. — Falei, subindo para meu quarto.
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Tomei um banho rápido e escovei os dentes. Vesti um short jeans surrado de cintura alta, um cropped preto e meu tenis all star. Deixei meus cabelos soltos e passei rimei e golss.
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Desci as escadas assim que terminei.
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— Uau! — Disse Felipe, analisando-me dos pés à cabeça. — Que milagre que não está usando aqueles trapos que você chama de roupa.
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Revirei os olhos, rindo.
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— Vamos logo. — Disse Sofia.
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Assim que estávamos todos saindo da minha casa, vi Guilherme no portão de sua casa. Ele estava acompanhado de um garoto. Assim que ele bateu os olhos em mim, analisou-me por completo. Admito ter sentido um frio na espinha.
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— Você mora de frente para a casa do Guilherme, né? Tinha até me esquecido. — Disse Alexia. — Ele é tão estranho.
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Todos concordaram, enquanto eu permaneci calada.
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Fomos para a casa de açaí mais próxima e ficamos lá por um bom tempo, tomando vitamina e jogando conversa fora.
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Quando era por volta das quatro da tarde, decidi ir embora. Hoje era dia de limpeza lá em casa, e eu tinha de ajudar minha mãe. Me despedi de todos e segui para casa.
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Quando eu estava em frente a porta da minha residência, por algum motivo, decidi bater no portão da casa de Guilherme. Eu precisava falar com ele e tirar aquela história a limpo e entender de uma vez por todas o que estava acontecendo. Eu não poderia ignora-lo para sempre.
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Atravessei a rua e apertei o interfone de sua casa. Logo, o portão fora aberto, revelando a imagem de um senhor velhinho.
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— Pois não? — Perguntou gentilmente.
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— Olá, eu sou Jully, colega de classe do Guilherme. — Falei.
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— Ah sim. Ele está no quarto dele, pode entrar.
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O agradeci, entrando.
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Ele me levou até a porta do quarto de Guilherme, que estava fechada. Ele deixou-me sozinha e então tomei coragem e dei dois toques na madeira.
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Ouvi um "pode abrir" abafado vindo de dentro do quarto. Meu coração estava a mil por hora e eu nem sabia o porque.
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Empurrei a porta gentilmente, engolindo em seco.
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O quarto de Guilherme era bastante bagunçado.
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Ele estava sentado em uma cadeira jogando video-game.
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— Jully? — Ele questionou, com a sobrancelha franzida. — O que você está fazendo aqui?
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Ótima pergunta. Nem eu sei direito o porque de estar lá.
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— Eu... — Suspirei. — Eu vim tirar aquela história a limpo.
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Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos castanhos. Pausou o jogo, deixou o controle do video game sob a mesa e veio na minha direção.
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Ele me puxou pelo braço para dentro do quarto e fechou a porta. Engoli em seco mais uma vez.
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— Eu surtei. Eu sei. Eu nunca faço esse tipo de coisa, não sei o que deu em mim. Eu estava com muita coisa na cabeça, são muitas coisas que estou planejando e... — Ele andava de um lado para o outro enquanto falava, e interrompeu sua própria fala e virou-se para mim de repente. — Como entrou aqui?
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— Seu avô me atendeu.
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— Que seja. — Suspirou. — Não costumo pedir desculpas, mas é isto. Me desculpe.
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— Tudo bem. — Falei sorrindo. Pelo menos agora eu sabia que não haveria mais um clima estranho entre nós.
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Ele se aproximou de mim, prensando-me na parede. Arregalei meus olhos, surpresa.
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— Se você contar a alguém sobre o que rolou entre nós ontem a noite, eu irei espalhar o seu segredinho para todos, também. — Soou ameaçador. Seu olhar fitava-me como um caçador fita a sua presa.
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— Segredinho? — Questionei confusa.
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— Acha que não sei que aqueles comprimidos que você toma são remédios psiquiátricos? — Perguntou retoricamente e com um tom de sarcasmo estampado no tom de voz.
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— E-Eu não vou falar, prometo. — Sussurrei com o resto de voz que me restava naquele instante.
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Aqueles remédios que tomo são para controlar minha ansiedade e as ilusões psicóticas que costumo ter de vez em quando.
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Com certeza ele deve ter mexido na minha mochila para descobrir.
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— Eu espero. —  Disse friamente, me prendendo ainda mais na parede. — Se não terei de sujar as minhas mãos. E eu não gostaria de perder tempo com isso.
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Sua mão apertava com força minha cintura, chegava a doer.
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— Eu não vou fazer nada. Eu juro! — Exclamei, aflita.
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Guilherme olhou-me dos pés à cabeça com um ar de desprezo, e então soltou-me.
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Sua expressão suavizou-se e ele caminhou até a mesa onde estava seu video game.
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— Eu vi você saindo com aquelas três meninas e aquele... cara. — Disse Guilherme enquanto desligava seu video game. Pude sentir uma certa... repugnância vindo de sua voz ao falar de Felipe.
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— Amanda, Sofia, Alexia e Felipe. — Falei sorrindo de lado. — Foram as primeiras pessoas que conversaram comigo assim que cheguei aqui na cidade.
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— Que seja. São todos insetos. — Ouvi ele sussurrar. Franzi o cenho, supresa.
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— O que? — Questionei. Será que ele falou aquilo mesmo ou eu entendi errado?
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— Nada. — Respondeu tranquilamente, jogando-se na cama. — E você tem alguma coisa com aquele moleque?
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Onde ele estava querendo chegar?
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— Não. — ri minimamente. — Ele é gay.
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— Entendi. — Disse simplesmente, dando fim ao assunto.
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— E aquele garoto que estava com você? Quem é? — Perguntei, sentando-me ao seu lado na cama.
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— É o Leo. Meu amigo.
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Ele começou a mexer no celular com uma expressão entediada. Nem parecia a mesma pessoa de cinco minutos atrás que me ameaçou.
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Ele trajava uma camisa azul marinho e bermuda preta. Seus cabelos estavam despojadamente despenteados.
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Era tão estranho. Mesmo o conhecendo tão pouco e há tão pouco tempo, nós meio que já havíamos passado por varias situações juntos.
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De repente, Guilherme deixou seu celular de lado e se aproximou de mim. Meu coração acelerou no mesmo instante.
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— Você... — Ele começou. Meu olhar intercalava entre seus olhos e sua boca. A expectativa sobre o que ele iria dizer deixava-me louca. Guilherme era uma caixinha de surpresas. — Está em cima do carregador do meu celular.
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Assim que olhei para o colchão, vi que havia um fio preto debaixo da minha perna.
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— A-Ah, desculpa. — Falei sem graça, arrastando para o lado.
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Ele sorriu. Parecia se divertir com a minha timidez. Parecia gostar de me manipular assim.
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— Tudo bem. — Sussurrou, ainda próximo de mim.
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Admito que queria seus lábios nos meus novamente.
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E pelo seu olhar, o desejo e a luxúria também pairavam em si.
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Sem pensar, o puxei pela gola da camisa, finalmente quebrando aquele espaço que havia entre nós.
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Sua língua invadiu minha boca ferozmente, mas sempre com um toque de desejo e excitação. Parecia que meu corpo iria pegar fogo.
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Suas mãos seguraram minha cintura firmemente e ele me colocou em seu colo de frente para si e com uma perna de cada lado.
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Nosso beijo agora estava mais profundo e desesperado. Eu podia sentir seu membro dar sinais de vida contra a minha intimidade, fazendo-me rebolar inconscientemente.
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Céus, eu iria pegar fogo.
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Suas mãos grandes e firmes passeavam livremente pelo meu corpo, arrepiando-me e deixando um rastro de calor por onde seus dedos passavam.
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E então eu ouvi a maçaneta ser girada, e logo em seguida a porta ser aberta. Ops!
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Paramos de nos beijar no mesmo instante. Assim que olhei para a porta, vi aquele mesmo garoto que estava com Guilherme hoje mais cedo. O tal do Leo.
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— Opa, acho que to empatando! — Disse Leo segurando o riso.
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Me levantei do colo de Guilherme rapidamente, mais vermelha que uma maçã.
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Ouvi Guilherme bufar, entediado.
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— Sai daqui, Leo. — Falou rudemente.
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— To lá na sala esperando, parça'! — E então Leo deixou o quarto.
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— D-Desculpe. — Falei sem graça.
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— Pelo que, exatamente? — Questionou com um sorriso safado, levantando-se da cama vindo na minha direção.
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Engoli em seco, vendo ele se aproximar perigosamente de mim mais um vez.
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Seus dedos gelados passeavam pela lateral do meu corpo por debaixo do blusa, causando-me espasmos.
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— Vamos, vou te levar até a porta. — Disse ele. Assenti.
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Com as pernas tremulas, o segui.
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— Tchau, Jully. — Disse com um sorrisinho assim que chegamos no portão.
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— Tchau Gui... — O fitei. — Posso te chamar assim?
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— Pode. — Deu de ombros. — Até mais.
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— até. — Respondi. Ele deu um beijo na minha bochecha e então entrou e fechou o portão.
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Ok. Agora é sério.
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Eu to pirando!
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mentosdeploz-blog · 5 years
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Criminal - capitulo 5
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• Antes de tudo, eu gostaria de deixar bem claro que eu NÃO apoio o que o Guilherme Taucci fez e jamais vou apoiar. Aquele massacre foi uma triste tragedia que não devemos comemorar e nem tentar fazer igual. Isto que estou escrevendo é apenas um conto fictício. Se você não gosta desse tipo de conteúdo, não leia!
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— A minha também. — Sorriu. Pela primeira vez o vi sorrir de verdade.
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— Finalmente você sorriu! — Exclamei, o deixando confuso.
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— o que isso tem de mais?
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— É que eu nunca tinha te visto sorrir de verdade. Você deveria sorrir mais vezes.
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O ouvi pigarrear, levantando-se da cama logo em seguida.
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— Já que terminamos o trabalho, vou indo. — Disse ele, voltando com a sua cara fechada habitual.
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Não entendi o por que dele ter mudado de humor tão rapidamente. Há um minuto atrás estávamos conversando como duas pessoas normais, e agora ele voltou a virar um bicho do mato.
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— Tudo bem. Eu te levo até a porta. — Falei, dando-me por vencida.
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E então descemos as escadas. Minha mãe estava na porta da cozinha, nos observando com um sorrisinho nos lábios.
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— Olá. — Ele disse para minha mãe. — Sou Guilherme, colega de classe da sua filha, espero não estar incomodando.
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Apesar de tudo, ele era bastante educado quando queria.
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— Muito prazer, Guilherme. Sou Ana. E não se preocupe, querido, pode ficar à vontade. — Minha mãe sorriu minimamente. — Por que não fica para jantar? Assim vocês dois passam mais tempo juntos.
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Revirei os olhos. Minha mãe não tem jeito, mesmo!
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— Muito obrigado, dona Ana, mas já comi antes de vir pra cá. — Respondeu Guilherme.
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— E ele já está de saída. — Falei, puxando Guilherme até a porta.
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— Apareça mais vezes! — Minha mãe gritou da cozinha. — Minha filha gostou de você!
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Mordi meu lábio inferior com força repelindo um grito. Droga, eu estava morrendo de vergonha.
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Abri a porta, virando-me para Guilherme.
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— A-até amanhã na escola. — Falei.
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Ele sorriu.
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— até.
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E então foi embora. Fechei a porta ofegante.
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— MÃAAAAAE! — Gritei furiosa, e pude ouvir sua risada da cozinha.
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Com uma mãe dessas, quem precisa de inimiga?
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No dia seguinte, na escola, entreguei o trabalho para o professor.
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Estranhamente, Guilherme não havia ido na aula naquele dia. Não sei porque eu me importei com aquilo, mas estranhei pois ele nunca faltava.
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Durante o intervalo, fiquei no refeitório com Felipe, Alexia e Sofia, como de costume.
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Mas algo estava diferente. Não sei o porque, mas eu estava me sentindo diferente, meio que deslocada. Aquele garoto não saía da minha cabeça. Céus, o que estava acontecendo comigo?
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Quando as aulas do dia terminaram, fui direto para casa.
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Minha mãe deixou um bilhete na geladeira, avisando que não iria dormir em casa pois teve de fazer uma viagem a trabalho urgente.
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Não estranhei pois aquilo acontecia sempre. Como ela era corretora de imóveis, vez ou outra tinha de ir para outras cidades para vender um imóvel ou outro.
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Como eu tinha a casa toda para mim, resolvi aproveitar. Coloquei a musica Sweater Westher para tocar. Eu amava aquela musica.
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Comecei a mexer no meu celular entediada.
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Foi quando resolvi procurar o Guilherme nas redes sociais.
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Mas não encontrei nada. Suspirei frustrada.
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Decidi mandar uma mensagem num grupo do whatsapp que era composto por Felipe, Alexia, Sofia e eu.
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Grupo - As winx :D
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Jully: Gente, alguém tem o Guilherme em alguma rede social?
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Logo meu celular apitou indicando uma nova mensagem;
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Felipe: Cruzes! Deus me livre
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Alexia: Por que você quer saber isso, amiga?
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Sofia: Acho que esse menino nem tem rede social
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Jully: Atoa, Alexia...
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Jully: Mas deixa pra la, então
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Joguei o celular em um canto qualquer e deitei no sofá, dando-me por vencida. Comecei a pensar na vida enquanto olhava para o teto. Quando menos percebi, caí no sono.
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Acordei com fortes batidas na porta. Pulei do sofá, assustada. O relógio da parede da sala indicava que era quase meia noite. Meu Deus, eu dormi esse tempo todo?!
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As batidas na porta não paravam, e estavam cada vez mais fortes. Lá fora caía uma tempestade. Naquele momento, eu me senti em um filme de terror.
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Meu coração batia a mil por hora enquanto minhas pernas tremiam.
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Caminhei devagar em direção a porta, ainda perguntando-me quem era o maldito que estava a esmurrar minha porta.
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Assim que olhei pelo olho mágico, vi que era Guilherme. Ele parecia bastante abalado.
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Abri a porta imediatamente.
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— Guilherme? — Questionei confusa.
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Ele me encarava em silêncio. Parecia perdido na própria mente. Ele estava encharcado pela chuva, então o puxei para dentro.
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— O que está fazendo aqui? — Questionei aflita.
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— Eu... — Ele fitava o chão. Ficamos em silêncio por alguns segundos. — Desculpa, eu não devia ter vindo aqui.
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E então ele foi em direção à porta, mas eu o barrei, ficando na sua frente. Pude sentir um frio na espinha com a nossa aproximação.
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Sua expressão se suavizou e ele começou a fitar-me intensamente. Nossos rostos estavam a centímetros de distância.
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— Eu sei porque veio aqui. — Falei sem pensar. — Pois eu estou sentindo o mesmo.
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Droga, o que eu estou fazendo? Eu e a minha boca grande!
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E sem dizer nada, antes que eu pudesse raciocinar, Guilherme me puxou pela cintura e uniu nossos lábios em um beijo lento e desesperado.
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Nossas línguas, timidamente, começavam a travar uma batalha erótica e sensual. Sua mão gelada apertava minha pele por debaixo de minha blusa, arrepiando-me. Minhas mãos afagavam seu cabelo castanho e macio.
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Eu mal podia acreditar que estava fazendo aquilo. Eu mal o conhecia. Aquilo era loucura.
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Mas foi a melhor loucura que já provei.
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Eu não sei quanto tempo se passou, mas assim que nossos lábios se separaram, eu sentia como se estivesse nas nuvens.
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O que ele fez comigo?
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— O que você fez comigo? — Guilherme sussurrou. Nossas testas estavam coladas e eu podia sentir sua respiração em meu rosto. Seus olhos permaneciam fechados. Ele parecia incomodado com algo.
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— Eu não... Eu não sei. — Cochichei confusa.
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De repente, ele emburra-me em direção à parede, prensando-me. Ele parecia irritado agora, muito irritado.
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— Você vai foder com os meus planos. — Ele resmungava. O fitei, confusa.
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— Guilherme, eu não-
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— Esquece. — Ele se afastou. — Você não vai entender.
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Eu o olhava, sem saber o que fazer ou dizer. Ele passou as mãos pelo cabelo, incomodado.
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— Eu tenho que ir. — Falou.
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— Guilherme, espera! — Segurei o seu braço antes que ele pudesse ir e o fitei no fundo dos olhos. — me fala o que está acontecendo.
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Eu não sabia bem o porque, mas sabia que algo estava errado. Havia algo de muito errado com aquele garoto.
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E então ele abriu a porta e saiu, sem dizer mais nenhuma palavra. Mas seu olhar já havia me dito tudo. Ele estava bravo. Muito bravo. E eu se quer sabia o porque.
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Caralho, o que acabou de acontecer?!
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Sentei-me no chão da sala, ofegante. Essa havia sido a noite mais louca da minha vida.
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Criminal - capitulo 4
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• Antes de tudo, eu gostaria de deixar bem claro que eu NÃO apoio o que o Guilherme Taucci fez e jamais vou apoiar. Aquele massacre foi uma triste tragedia que não devemos comemorar e nem tentar fazer igual. Isto que estou escrevendo é apenas um conto fictício. Se você não gosta desse tipo de conteúdo, não leia!
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1 de novembro de 2018
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— Alunos! — Exclamou o professor em alto e bom tom, chamando a atenção de todos. — Eu irei passar um trabalho para entregar daqui a três dias.
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Pude ouvir alguns alunos resmungarem.
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— Vai ajudar na nota de alguns de vocês que estão quase reprovando. — Disse o professor. — Não é mesmo, Davi?
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Davi sentava atrás de mim, e quando me virei para trás, ele estava dormindo debruçado sobre a mesa.
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Alguém jogou uma bolinha de papel nele e ele acordou assustado e com o rosto todo babado.
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— O-o que foi? — Questionou Davi confuso. Todos da sala caíram em gargalhada. O professor bufou, estressado.
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O menino misterioso não esboçou reação. Ele se quer prestava atenção no que estava acontecendo. Estava ocupado rabiscando em seu caderno.
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Sim, já havia se passado uma semana e eu ainda não sabia seu nome.
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Todos os dias eu o via saindo de sua casa, que era de frente para a minha. Ele estava sempre de cara fechada e trajava somente roupas pretas.
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— Enfim; — O professor voltou a falar, tirando-me de meus devaneios. — O trabalho será em dupla, e eu irei sortia-las.
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Todos da sala reclamaram ainda mais.
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— Silêncio! — disse o professor, mexendo uma caixinha de madeira e tirando de lá dois papeizinhos. — A primeira dupla será Davi e Felipe.
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Felipe, que sentava a minha direita, resmungou.
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— Orem pela minha alma. — Disse Felipe para mim, Sofia e Alexia. — Serei obrigado a fazer trabalho com aquele jegue babão.
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Nós três caímos na gargalhada.
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— A próxima dupla é Sofia e Amanda. — Disse o professor.
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— Minha crush! — Sussurrou Sofia, animada. Amanda possuia cabelos encaracolados até a cintura. Sofia era super afim dela, mas parece que Amanda nunca percebeu.
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Depois do professor falar mais alguns nomes, ele finalmente falou o meu e o da minha dupla:
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— Jully e Guilherme.
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Ouvi alguns cochichos pela sala, e alguns olhares direcionados a mim. Não entendi muito bem o porquê.
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Gabriel, um garoto que sentava próximo de mim e que era do time de futebol falou alto:
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— Boa sorte, Jully, você vai precisar!
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E então todos caíram na risada, e eu fiquei ainda mais confusa.
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— Amiga! — Chamou-me Alexia ao perceber que eu estava completamente perdida. — Guilherme é aquele garoto ali.
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E então ela apontou para o garoto misterioso. Ele estava quieto, como sempre. De cabeça baixa e capuz. Quando Gabriel o zoou diante da sala inteira, ele se quer moveu um músculo.
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Oh, meu Deus, então é ele? Eu não acredito.
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— E eu achando que eu que era o azarado aqui por ter de fazer o trabalho com o Davi, mas pelo visto você está pior que eu, Jully. — Disse Felipe olhando-me com um olhar de pena.
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— Por que? O que tem de errado com ele? — Questionei.
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— Ele é o garoto mais estranho da sala! Se bobear, o mais estranho do colégio inteiro! — Sussurrou Alexia apenas para que nós quatro escutássemos.
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— Poxa, gente, tadinho. — Falei. Eles me olharam confusos. — Não é certo todos tratarem ele assim.
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— Mas ele é estranho, fazer oque? — Disse Sofia, dando de ombros logo em seguida, dando fim ao assunto.
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— Silêncio, classe! — Gritou o professor ao perceber que o burburinho pela sala não iria ter fim. — Gabriel, se eu ouvir a sua voz mais uma vez, irá para a diretoria!
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— Sim, capitão! — Disse Gabriel debochadamente, fazendo alguns rirem. Revirei os olhos.
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Idiota.
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Era um absurdo como o professor se quer tomava alguma atitude diante do bullying.
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No fim da aula, despedi-me de Sofia, Alexia e Felipe. Eles saíram e eu continuei na minha carteira.
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Aos poucos, todos os alunos deixavam a sala de aula, e logo sobrou apenas Guilherme e eu.
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Timidamente, fui em sua direção. Ele terminava de arrumar seu material para ir embora.
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— Hm... Oi. — Falei timidamente.
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Ele se virou pra mim com o cenho franzido, parecia meio perdido.
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— Oi. — Respondeu simplesmente. Sua olhar analisava-me dos pés à cabeça.
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— Então, você se chama Guilherme. — Falei sorrindo minimamente, tentando quebrar aquele clima estranho que havia se instalado. — Eu moro em frente a sua casa, sabia?
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— Eu sei. — Respondeu seco, jogando a mochila em seus ombros.
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— então, nós temos que fazer o trabalho juntos, né?
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— Pelo visto, sim. — Pude sentir certo sarcasmo em seu tom de voz. Respirei fundo.
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— Esse trabalho é importante para mim pois preciso de nota em biologia. Então quando podemos começar?
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— Agora eu tenho que ir trabalhar, mas amanha podemos tirar a primeira aula para irmos para a biblioteca começar o trabalho. Acho que o professor não vai se importar.
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— Ta bom. Combinado, então. — Sorri. — Tchau.
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— Tchau. — Respondeu sorrindo levemente, saindo da sala logo em seguida. Seu sorriso foi tão sutil que quase não percebi.
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Até que ele não era tudo aquilo que as pessoas falavam.
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No dia seguinte, fui direto para a biblioteca da escola. Não havia ninguém lá, com exceção da bibliotecária, que estava concentrada olhando para a tela do computador, e de um certo garoto de cabelos castanhos e de trajes pretos. Era Guilherme.
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Fui em sua direção com um sorriso simpático nos lábios.
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— Oi, eu-
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— Está atrasada. — Disse ele, interrompendo-me.
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— Desculpe. — Falei. — Minha mãe ficou brigando comigo hoje de manhã e acabei perdendo a hora.
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Ele me olhava com uma sobrancelha erguida, como se dissesse: "eu não me importo". Mas ignorei.
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Sentei-me em uma das mesas que havia ali e comecei a tirar meu material da mochila.
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Guilherme sentou-se de frente para mim. Ele abriu seu livro de biologia em uma página específica e começou a ler concentrado.
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Eu não havia percebido antes, mas até que ele era bonitinho.
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Mas bastante misterioso também.
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Eu não sabia nada sobre ele, apenas que seu nome era Guilherme e que ele morava de frente para mim. Eu nunca se quer havia visto seus pais. Mas eu já vi um casal de velhinhos com ele. Talvez ele more com os avós dele.
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Depois de alguns minutos, seu olhar caiu em mim.
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— Vai ficar me encarando ou vai começar a fazer a sua parte do trabalho? — Questionou.
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— A-ah. — Balbuciei. — Desculpe.
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E então abri meu livro de biologia, tampando meu rosto com ele. Com certeza eu deveria estar igual um pimentão agora. Ouvi ele dar uma risadinha e isso fez com que eu ficasse ainda mais sem graça.
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Havia se passado quase uma hora desde que começamos o trabalho. Eu estava exausta.
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O sinal da escola soou, indicando o fim da primeira aula e o início da segunda.
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— Agora é aula de matemática, temos que ir. — Falei guardando meu material.
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— Pode deixar que eu termino o trabalho sozinho depois. — Disse Guilherme.
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— Nem pensar. — Virei-me para encara-lo. Ele me olhou surpreso. — Eu vou te ajudar. É o justo.
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— Eu dou conta. Tenho QI o suficiente para terminar isso sozinho. — Afirmou arrogante. Pelo visto, ele odeia ser contrariado. Bem, eu sinto muito, querido, pois o que eu mais faço é ir contra a vontade de terceiros.
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— Não importa. — Continuei firme. — Eu vou lher ajudar.
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Ele bufou, irritado.
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— Que horas você sai do seu trabalho? — Questionei.
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— 19:30.
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— Então passa na minha casa às 19:40 para terminarmos hoje. — Falei, saindo dali logo em seguida, ignorando qualquer tipo de protesto que ele fez em relação aquilo.
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Ele sabia onde era a minha casa mesmo, então não seria um problema para ele.
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Quando o relógio marcava 19:40, ouvi a campainha soar. Era ele.
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Saí de meu quarto e desci as escadas apressada, e antes de abrir a porta, fui até a cozinha, onde minha mãe se encontrava.
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— Mãe? — Chamei, e ela se virou para mim.
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— Sim?
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— Um garoto da minha sala vai vir aqui para fazer um trabalho. Então, por favor, não faça perguntas idiotas e nem me faça passar vergonha!
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— Credo, filha! — Ela exclamou, pondo a mão no peito e fazendo uma cena exagerada. — Falando assim parece até que sou um monstro! Mas... vocês estão namorando?
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— Mãe! — Gritei, mais vermelha que um tomate.
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— Ta bom, não ta mais aqui quem falou! — Disse ela, virando-se para o balcão da cozinha para terminar de fazer o jantar.
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Suspirei e fui em direção à porta. Guilherme já deve estar cansado de esperar.
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Abri a porta com o sorriso mais simpático que eu poderia fazer.
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Guilherme trajava uma blusa preta simples, bermuda também preta, chinelos e boné virado para trás. Ele estava com a cara fechada, como de costume.
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— Oi, desculpa a demora. — Falei. Ele permaneceu em silêncio, me olhando. Comecei a ficar nervosa. — Entra.
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Cedi espaço para sua passagem e assim ele o fez, adentrando minha casa.
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Comecei a ficar com medo da minha mãe aparecer e fazer alguma pergunta besta, então o puxei direto para meu quarto.
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— Então, vamos começar? — Questionei.
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— Vamos. — Disse simplesmente.
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Peguei o livro de biologia e nos sentamos na cama.
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Eu se quer vi o tempo passar. Terminamos o trabalho e eu joguei meus braços para o alto, deitando-me na cama. Guilherme me analisava.
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— Finalmente! — Exclamei. — Não aguentava mais!
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— Agora é só grampear. — Disse ele organizando as folhas.
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O fitei por um momento enquanto mexia nas folhas concentrado. Ele era tão... singular.
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Parecia estar sempre analisando tudo, tão calado e quieto.
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— Sabe, Guilherme, — Comecei, chamando sua atenção. — Talvez o destino não tenha nos colocado para fazer este trabalho juntos por acaso.
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— Como assim? — Ele questionou.
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Sentei-me na cama novamente, ajeitando a postura.
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— Bem, eu não sei quase nada sobre você, mas dá pra ver que tens bom gosto musical. — Falei analisando sua blusa, que era da banda The Neighbourhood. — Não pode ser coincidência. — Dei uma risadinha.
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— Você gosta dessa banda? — Questionou um pouco surpreso, mas sempre mantendo sua frieza e descrição.
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— Sim, é a minha favorita. — Respondi sorrindo. — Minha musica favorita é a 'Nervous'.
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mentosdeploz-blog · 5 years
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Criminal - Capitulo 3
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• Antes de tudo, eu gostaria de deixar bem claro que eu NÃO apoio o que o Guilherme Taucci fez e jamais vou apoiar. Aquele massacre foi uma triste tragedia que não devemos comemorar e nem tentar fazer igual. Isto que estou escrevendo é apenas um conto fictício. Se você não gosta desse tipo de conteúdo, não leia!
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No dia seguinte, minha mãe me matriculou na única escola de ensino médio da cidade.
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Eu não estava muito animada para meu primeiro dia de aula. Eu era meio tímida para essas coisas. Pensar que eu iria para um lugar onde não conhecia ninguém me dava calafrios.
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Vesti um moletom cinza e uma calça jeans comum, e meus vans pretos nos pés. Joguei minha mochila no ombro e parti para a escola nova.
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O relógio marcava 7 da manhã quando saí de casa e fui para a escola. Não despedi-me de minha mãe pois ela estava dormindo. Esta era a minha rotina.
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Em cerca de dez minutos já estava no colégio de muros brancos.
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Segui em direção a minha sala e fiquei lá sentada em uma carteira esperando o tempo passar. Eu não conhecia ninguém, então não havia muito o que fazer.
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Aos poucos os alunos entravam nas salas e se acomodavam. Todos já pareciam ter seus grupinhos e amizades formadas. Eu estava tão deslocada, Oh céus.
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Logo o professor chegou e começou a escreve na lousa. Todos já estavam em seus devidos lugares.
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Foi quando eu vi alguém entrar rapidamente pela porta da sala.
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Era aquele garoto.
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— Está atrasado. — Disse o professor olhando diretamente para o garoto que eu sequer sabia o nome.
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— Desculpe, professor. — Disse ele. Pude perceber que ele forçava uma educação que quase parecia que estava atuando. — Tive alguns problemas pessoais.
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— Tudo bem. Pode se sentar.
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Ele se sentou em uma carteira que era bastante distante da minha.
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Resolvi prestar atenção na aula e deixar aquilo de lado.
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Durante o intervalo, quando eu me preparava para sair da sala, três pessoas vieram até mim.
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— Oi! — Disse uma menina de cabelos pretos e olhos azuis. Ela era bastante bonita. — Como se chama?
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— Oi. — Respondi meio intimidada. — Sou Jully.
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— Eu sou Alexia. — Disse ela. — E estes são meus amigos Sofia e Felipe.
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Sofia era ruiva e tão bonita quanto Alexia. Felipe tinha cabelos encaracolados e olhos verdes.
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— Oi. — Falei para eles, com um sorrisinho vergonhoso.
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— Então, você é novata, certo? — Questionou Sofia. Assenti em concordância. — Por que você mudou de escola praticamente no fim do ano? Foi expulsa? — Todos riram com a sua última pergunta, inclusive eu.
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— Não. — Respondi. — Minha mãe trabalha como corretora de imóveis e tivemos de nos mudar para cá por conta do trabalho dela. Eu morava na capital de SP.
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— Aah! — Exclamou Felipe, assustando-me. — Meu sonho é morar na capital! Não suporto viver aqui nesta cidade de interior!
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— Aqui parece ser bem agradável. — Falei rindo minimamente. — Morar na capital é bastante estressante, principalmente por conta do trânsito.
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— Concordo. — Disse Sofia. Felipe deu de ombros.
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— Felipe é bastante escandaloso, então se acostume, porque ele grita do nada. — Cochichou-me Alexia, logo em seguida nos duas rimos.
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— Eu ouvi você falando de mim, Alexia, sua rata molhada! — Exclamou Felipe com a mão na cintura e com uma pose muito engraçada. Ri ainda mais com aquilo.
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— Relaxa, migo, eu tava falando bem de você! — Disse Alexia, o abraçando.
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— Sei! — Disse Felipe.
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— Mas então, vamos para o refeitório? — Questionou Sofia, e todos concordaram. — Você vem, Jully?
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— Sim, eu só vou pegar o meu celular que esqueci na minha mochila. — Menti.
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— Ok, vamos te esperar do lado de fora da sala. — Disse Alexia, saindo logo em seguida, juntamente com Felipe e Sofia.
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Fui até a minha carteira e retirei uma cartela de remédios da minha mochila, logo em seguida tomando um comprimido. Guardei novamente o comprimido na minha bolsa, e assim que me virei para sair, vi que aquele mesmo garoto de antes estava sentado em sua carteira, encarando-me. Ele parecia confuso. Droga, ele havia visto.
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Suspirei, tentando fingir naturalidade e saí logo da sala. Pude sentir seu olhar queimando-me o tempo todo. Eu mal conseguia respirar!
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— Você está bem? — Questionou-me Alexia assim que saí da sala.
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— Sim. — Respondi. — Só aquele garoto lá na sala que me deixou meio sem graça.
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— O que ele fez para você? — Questionou Sofia seriamente.
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— N-nada. — Falei. — É que ele ficou me encarando.
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— Ah, tá. — Disse Alexia. — Mas é melhor você evitar ele.
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— Por que? — Questionei.
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— Mas então, gente, vamos logo, porque eu tô morrendo de fome! — Exclamou Felipe antes que Alexia pudesse falar algo, puxando nós três em direção ao refeitório e dando fim aquele assunto mal acabado.
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A semana passou rapidamente. Eu estava cada vez mais próxima de Sofia, Alexia e Felipe. Eles eram ótimos amigos. Sofia era meio fechada, mas bastante gente boa. Alexia era mais extrovertida. Felipe era super engraçado.
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Aos poucos, comecei a enturmar com todos da minha sala. Eram todos bastante legais.
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A única pessoa que não me aproximei foi daquele menino. Ele era bastante quieto e na dele. Nunca o vi conversar com ninguém. Ele parecia ser um aluno muito esforçado, já que sempre tirava notas boas nos exercícios.
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Eu sei que uma semana é muito pouco tempo para se conhecer alguém perfeitamente, mas aquele garoto tinha algo de estranho.
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Era como se ele usasse uma máscara. Por mais que ele tentasse ser apenas um nerd quieto, ele não conseguia. Pelo menos não aos meus olhos. Havia algo nele que ele parecia esconder. Eu só não sabia o que.
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mentosdeploz-blog · 5 years
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Criminal - capitulo 2
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• Antes de tudo, eu gostaria de deixar bem claro que eu NÃO apoio o que o Guilherme Taucci fez e jamais vou apoiar. Aquele massacre foi uma triste tragedia que não devemos comemorar e nem tentar fazer igual. Isto que estou escrevendo é apenas um conto fictício. Se você não gosta desse tipo de conteúdo, não leia!
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20 de outubro de 2018 - 7hrs da manhã
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— Jully! Acorde! — Minha mãe gritava do lado de fora do meu quarto. Eu podia ouvir seus passos apressados de um lado para o outro. Hoje era o dia em que iríamos nos mudar de cidade.
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Espreguicei-me e me levantei logo da cama. Não queria começar o dia brigando com minha mãe, então tratei de me arrumar rápido.
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Tomei um banho e vesti uma roupa simples. Calça jeans escura, uma camisetinha preta e all-star vermelho de cano médio. Meu cabelo estava meio sujo, mas eu estava com preguiça de lava-lo, então apenas penteei os fios castanhos e rebeldes para que não ficassem tão desalinhados.
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— Finalmente! — Disse minha mãe ao me ver sair do quarto. — Achei que não iria levantar nunca!
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Revirei os olhos. Minha mãe era tão desesperada. Eu não havia levado nem quinze minutos para me arrumar, e ela se quer estava pronta ainda e queria falar de mim.
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Passei reto, ignorando-a e indo direto para a cozinha. Tomei meu café como sempre fazia todas as manhãs.
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— Todas as suas malas já estão no carro? — Minha mãe questionou.
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— Sim. — Respondi.
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— Então vamos. — E me puxou apressada. Droga, eu não havia terminado o café, mas tudo bem, deixa pra lá.
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Saímos da casa e fomos para o carro. Sentei no banco do passageiro e minha mãe no do motorista. Vi o carro de mudanças que estava com todas as coisas de nossa casa partir e minha mãe ligou o carro em seguida, indo pelo mesmo caminho.
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Eu ainda não expliquei, né? Bem, eu e minha mãe moramos na capital de São Paulo. Porém, tivemos de nos mudar para uma cidade mais afastada da capital. Minha mãe trabalha em uma empresa e ela foi transferida, por isso a mudança.
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Isso já havia ocorrido algumas outras vezes. Ano passado nós morávamos no Rio de Janeiro.
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E, sim, somos apenas eu e minha mãe. Eu tenho um irmão mais velho, porém ele é casado e mora com sua esposa. Já meu pai, é divorciado de minha mãe, e eu mal o vejo. Não que eu me importe com isso. Nunca me dei bem com ele.
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Coloquei meus fones de ouvido e dei play na musica Pumped up Kicks, da banda Foster the people. Ah, como eu amo essa musica.
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Em algumas horas, chegamos na nova cidade em que moraríamos. Era um lugar simples, parecia ser agradável de se morar.
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O caminhão de mudanças estacionou bem em frente a nossa nova casa. Minha mãe parou logo atrás.
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Desci do carro rapidamente, arrancando os fones da orelha e guardando tudo no bolso da calça. Estava cansada de ficar sentada naquele carro.
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Respirei fundo, espreguiçando-me. Minha mãe adentrou a casa junto dos garotos da mudança, que já levavam os móveis para dentro.
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Escutei minha mãe gritar-me, mandando eu entrar logo com as malas, mas a ignorei.
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Decidi olhar ao redor, para conhecer a vizinhança. Tudo parecia ser normal. As casas eram comuns, tudo era.
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Mas meu olhar paralisou quando vi um garoto.
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Ele era alto, magro e trajava roupas escuras, com um boné preto na cabeça.
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Ele fitava-me com um olhar indecifrável, causando-me arrepios na espinha. Ele era... estranho. Não sei explicar o porque.
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O vi destrancar o portão de sua casa e entrar logo em seguida. Então quer dizer que ele seria o meu vizinho? Interessante.
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mentosdeploz-blog · 5 years
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Criminal - capitulo 1
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• Antes de tudo, eu gostaria de deixar bem claro que eu NÃO apoio o que o Guilherme Taucci fez e jamais vou apoiar. Aquele massacre foi uma triste tragedia que não devemos comemorar e nem tentar fazer igual. Isto que estou escrevendo é apenas um conto fictício. Se você não gosta desse tipo de conteúdo, não leia!
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Sinopse:
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E se você descobrisse que o seu namorado é um psicopata que está planejando um massacre?
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Capitulo 1:
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Olá, chamo-me Jully, e estou a um passo de me afundar de vez nesta merda em que me meti.
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Não há mais nada a ser feito. Eu sinto-me tão culpada. O que as pessoas irão pensar de mim quando o meu suicídio for noticiado por aí nos jornais?
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Espero que não achem que eu era uma cúmplice de Guilherme Taucci. Muito pelo contrário. Eu daria minha vida para voltar no tempo e impedi-lo. Mas já é tarde, infelizmente.
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Mas acalmem-se, senhores e senhoras do jure. Irei lhes explicar desde o início de minha jornada até o abismo.
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Tudo começou no dia 20 de outubro de 2018, quando eu conheci a pessoa que futuramente destruiria minha vida e a vida de varias outras pessoas inocentes, e eu, tola, sequer tinha noção disto.
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