materialidadedointangivel
materialidade do intangível
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um amontoado de perguntas
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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Será que volto aqui?
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Esse amontoado de perguntas não poderia terminar de outra forma.
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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Museu Júlio de Castilhos
Lembro até hoje a primeira vez que visitei o Museu Júlio de Castilhos. Eu tinha cerca de 10 anos e participava de uma daquelas clássicas viagens de escola do interior: desbravar a capital.
No tempo apertado entre visitar aeroporto, andar de trem e ir comer fast food no shopping, espremeu-se uma ida ao Museu Júlio. Ele nos foi apresentado como museu estadual, reunindo objetos capazes de representar e contar a história gaúcha.
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Porque um museu estadual leva o nome de um único homem? Você poderia me responder que isso é motivado pelo prédio onde se situa o museu, que fora casa da famíia Castilhos. O início das atividades do museu foi poucos anos após o falecimento de Castilhos. Em decorrência de sua estreita ligação com o político, as narrativas museais privilegiaram a história que estava ligada à ele: uma história masculina e branca. 
Então, alteramos o questionamento feito anteriormente: O que leva à escolha da casa, dos pertences e do nome de Júlio? Sabemos que se trata de uma figura destacada por sua atuação política de orientações republicanas e positivistas. Mas ele seria capaz de, em alguma medida, representar o Rio Grande do Sul?
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Esqueleto já deu a morta: NÃO! Não é possível qua a trajetória de um indivíduo represente as demandas e questionamentos de um museu regional ou estadual.
Atualmente sabemos que a equipe técnica da instituição busca tornar as exposições mais adequadas às demandas do presente. Isso não significa esconder a história da instituição, pelo contrário, buscar compreender como e porque algumas narrativas foram até então privilegiadas e outras silenciadas.
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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Podemos dizer que existe uma experiência que aproxima a América Latina?
Claro, há a exploração do colonialismo, que marca a história de todo o continente. Mas também há uma série de outras vivências traumáticas nos países latinos. Rememorar esses contextos de violência e excessão são necessários para que se garanta direito à memória e, em muitos casos, à justiça.
Exemplo disso é o Espacio Memoria e Derechos Humanos, localizado em Buenos Aires. A instituição funciona no prédio da antiga Escola Superior de Mecânica da Armada, que durante a última ditadura argentina foi utilizado como local clandestino de detenção, tortura e extermínio.
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Foto retirada de: https://www.espaciomemoria.ar/
Poderíamos aqui mencionar vários outros espaços como esse, mas opto por trazer algumas informações que nos ajudam a perceber que muitos países latinos foram atravessados por contextos de violações de direitos humanos. Observem esse mapa:
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Os pontos acima correspondem às instituições vinculadas a Red de Sitios de Memoria Latinoamericanos e Caribeños e foram retiradas do site oficial do coletivo. Quer saber mais sobre a rede e explorar cada um dos pontos do mapa? Clique aqui.
Apenas com a representação visual do mapa já é possível tem uma dimensão da quantidade de espaços que se dedicam à essas temáticas. Segundo informações retiradas do site, a Rede trabalha
“en la recuperación y construcción de las memorias colectivas acerca de las graves violaciones a los derechos humanos y las resistencias, ocurridas en la región durante el pasado reciente, en periodos de terrorismo de Estado, conflicto armado interno y altos niveles de impunidad, con el objetivo de promover la democracia y las garantías de no repetición.”
Muitas pessoas sonham em viajar para conhecer o espaços de memória ligados à Segunda Guerra Mundial, por exemplo. Mas que tal conhecer e valorizar o trabalho e as experiências latino-americanas?
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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Todo museu é de história?
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No caminho percorrido durante a disciplina, onde exploramos as mudanças dos sentidos e usos das instituições museais ficou claro que não. Além disso, os primeiros museus do Brasil nem tinham a tipologia histórica.
Eles eram locais do chamado saber “enciclopédico”, onde o objetivo era reunir e guardar a maior variedade possível de artigos relacionados, sobretudo, às ciências naturais. Como já dissemos em outro momento, essa era a realidade dos primeiros museus inaugurados no país. O Museu Histórico Nacional foi o primeiro dedicado à história do país. Mas qual história era contada nesse espaço? Se hoje temos o plano museal, que prevê os propósitos e limites dos museus, outrora, essas escolhas comumente eram pensadas somente pelas pessoas que dirigiam os museus. Assim, diversas pesquisas apontam para o caráter personalista de muitas instituições, sobretudo no século XIX. Nesse contextos, crenças e gostos dos representantes diretivos acabavam refletidos nos acervos aceitos, nas exposições e narrativas apresentadas pelas instituições.
Lembra que no último post a gente falou nos museus como local de produção de conhecimento? A antropóloga Regina Abreu utilizou uma coleção pessoal doada ao Museu Histórico Nacional para investigar os processos e estratégias que levaram um museu de caráter nacional a aceitar a coleção de objetos particulares.
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No vídeo acima, a autora conversa sobre a sua obra A Fabricação do Imortal. Vale a pena dar uma conferida e entender a análise feita por Abreu.
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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Museu: lugar de salvaguarda?
Quando pensamos nos museus como locais de produção de conhecimento, é interessante saber que assim eles foram encarados desde o século XIX, quando os primeiros museus surgiram no Brasil.
Na verdade, os museus foram os primeiros locais de produção científica no país. Curioso, né?
Ao realizar a coleta e a conversação de exemplares de plantas, minérios, animais, por exemplo, os museus tornavam-se reduto para cientistas e pesquisadores, pois concentravam em um só lugar, objetos vindos de diversas partes do mundo.
Nesse contexto, o foco dos museus costumava ser as ciências ligadas ao desenvolvimento tecnológico, ligadas aos ideais de progresso e civilização. Contudo,  também havia preocupação com a catalogação e preservação dos chamados “tipos locais”. Exemplo disso foi o Museu Paraense, que teve destacada preocupação com a coleta de materiais amazônicos, inclusive suas populações.
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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Museus escolares e museus pedagógicos
Dentre as diversas temáticas abordadas ao longo do primeiro semestre de ensino remoto emergencial, acredito que essa tenha sido a que mais me despertou interesse.
Num primeiro momento, achei que discutiríamos sobre a existência, hoje, de museus escolares e pedagógicos. Mas para a minha surpresa, essa tipologia museal é mais antiga do que imaginei. Em finais do século XIX e primeiras décadas do XX, algumas instituições de ensino contavam com museus próprios. Normalmente, se tratavam de escolas e outros espaços de ensino destinados às camadas mais abastadas da população.
Nos locais destinados à educar as elites havia uma série de recursos didáticos, tanto aqueles que serviam para educar os alunos, como aqueles destinados aos professores aprenderem a educar.
Aí reside a diferença entre os museus escolares (com objetos usados para educar) e os museus pedagógicos (com objetos que servem para aprender a educar). Ou seja, espaços destinados à formação das crianças, mas também dos adultos que lecionam.
Alguns museus escolares atuais, como é o caso do Museu de Ciências Naturais do Colégio Anchieta, trazem em seu acervo os materiais que era utilizados anteriormente em sala de aula, mas que podem facilmente servir de recurso didático no presente.
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Estes quadros fazem parte do acervo do Museu do Colégio Anchieta e foram tiradas pela bióloga e pesquisadora Alana Cioato. Para saber mais clique aqui.
As fotos acima são exemplos dos chamados quadros parietais, utilizados para demonstrar seres vivos ou processos físicos, por exemplo. Mas também havia animais empalhados, reproduções de animais e plantas, entre outros artigos.
Mesmo não se tratando de um museu de tipologia histórica, os objetos sob sua salvaguarda nos permite pensar sobre as práticas de ensino e aprendizagem do início do século passado, além de nos dar uma ideia de quais conteúdos e abordagens eram privilegiadas. Massa, né?
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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Confesso que tive um pouco de dificuldade com a postagem dessa semana. Tive um (re)fluxo de ideias, sem saber como ou o quê discutir. Este mês traz consigo algumas efemérides que nos dão oportunidade de pensar e questionar uma série de coisas, acho que foi isso que intensificou a correnteza de pensamentos.
Entre  Independência do Brasil e Guerra dos Farrapos, setembro se torna palco de discursos e narrativas históricas bastante diversas e, por vezes, antagônicas. Perceber como determinados eventos são rememorados e os usos políticos que se fazem a partir disso, podem deixar qualquer profissional da história desanimadx. Mas não pretendo fazer desse, um espaço personalista.
Ao ler sobre os primeiros museus brasileiros, criados ao longo do século XIX, é fácil perceber as intenções e os usos (nem sempre congruentes) que essas instituições tiveram. Vou me ater ao caso do Museu Paulista (MP), mas poderia escrever sobre transpôr essa discussão para outros espaços museais.
Também conhecido como Museu do Ipiranga, o MP faz parte do Parque da Independência e foi pensado como um monumento-edifício em homenagem à separação política do Brasil com seu colonizador. O imaginário acerca da nação e da nacionalidade foram fomentados por instituições como essa, se servindo da disciplina histórica que. assim como outras áreas do conhecimento, passa a ser entendida como uma ciência capaz de embasar determinadas narrativas para a construção dos Estados nacionais ou para a perpetuação do racismo e a exploração de certos grupos de seres humanos, por exemplo.
Por isso, minha pergunta acaba sendo: É possível que um espaço de memória, que tem em sua gênese uma visão “positivista”, se transforme em um local que seja capaz de trazer discussões pertinentes à sociedade atual?
Não quero dizer que ele está estagnado no tempo, tampouco que a produção em museologia não tenha atentado para essas questões. Mas é, de fato, possível decolonizar um espaço como esse? Construído em bases elitistas, coloniais e escravistas? Não me refiro às exposições, ações educativas e demais atividades do museu, pois acredito que essas buscam abordar aspectos desse tipo com quem visita aquele espaço. E aqueles que não adentram, apenas ouvem falar sobre o Museu do Ipiranga, que fica no Parque da Independência?
Não sei como responder à nenhum dessas indagações. Mas aprendi algo a meu respeito desde o início desse blog: sou muito melhor fazendo perguntas.
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Brinde: vídeozinho institucional do Museu Paulista. 
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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O Laboratório de Estudos sobre os Usos Políticos do Passado (LUPPA-UFRGS) fez essa live maravilhosa sobre a controvérsia das estátuas. 
Outro espaço da UFRGS que pensou essa questão foi o Programa de Pós-Graduação em História (PPGH-UFRGS) com a pergunta O que fazer com as estátuas?
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As discussões empreendidas são bastante instigantes e trazem pontos de vista e argumentos sobre as práticas de destruição/conservação de determinados monumentos em diversos países. Como lidar com estátuas que reverenciam personalidades ou contextos de intensa opressão, como os casos de um comerciante de seres humanos escravizados ou um militar que lutou uma guerra em defesa da manutenção da escravidão?
É possível destruir;
Deixar que a comunidade ressignifique aquele monumento;
Transferir para um espaço de memória, retirando-o do espaço de circulação comum da cidade;
Manter como recurso pedagógico, entre outras opções.
Estou longe de querer achar uma resposta para isso, muito pelo contrário. O que eu quero é trazer novas perguntas. Pensando o caso do Brasil e, em especial o que chamamos de História do Tempo Presente, o que fazer com as ruas, praças, escolas e demais espaços públicos que trazem o nome de ditadores ou outras referências à ditadura civil-militar?
Por se tratar da história recente do país, vemos as enormes disputas em torno das memórias e da história da última ditadura brasileira, ainda mais acentuadas nos últimos tempos. Quem é de Porto Alegre deve lembrar da Avenida da Legalidade e da Democracia, nome dado à Avenida Castello Branco. A nova nomenclatura durou pouco tempo, sendo anulada pela Câmara de Vereadores. Se para esse caso, que se trata apenas de uma mudança de nome já é possível ver os impasses e disputas em torno da memória e do passado que são evocados, avançaremos com a discussão sobre os monumentos/estátuas? Talvez, assim como no caso da estado republicano francês, somente uma revolução dê conta de destruir, se apropriar ou ressignificar esses objetos.
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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Civilization VI e a vitória cultural
Quem está familiarizadx com jogos de simulação de sociedades e civilizações (eletrônicos ou não) sabe que o triunfo das partidas, de modo geral, depende de expansão territorial e conquista bélica.
O Civ6, como carinhosamente chamo o jogo mencionado no título, traz em sua jogabilidade uma questão que está intimamente relacionada com as discussões realizadas sobre coleções e os primórdios dos museus. O jogo possibilita uma
vitória cultural
. Isso mesmo: se sobrepujar às outras civilizações baseando-se no acúmulo das ali chamadas de “grandes obras”. Sacou a relação?
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Entre obras arquitetônicas, pinturas, esculturas, artefatos arqueológicos, composições musicais, tratados filosóficos e obras literárias, o Civ6 emprega uma premissa e um uso das coleções tal qual discutido na aula do dia 27 de agosto. Naquela oportunidade, vimos que uma das finalidades dos objetos acumulados pela nobreza e pelo clero era a de representar a superioridade militar ou moral de quem os possuía.
O vídeo acima compreende o momento do jogo onde somos informadxs de nossa vitória pela via cultural. Ele diz:
“O valor de uma cultura não é medido por suas realizações, mas por como essas realizações duram e como são lembradas. A beleza que você inspirou nosso pessoal a criar irá garantir que nossa cultura permaneça para sempre.”
A partir dessa frase, já podemos pensar na temática da aula seguinte: a Revolução Francesa e o desenvolvimento de uma noção de patrimônio e de preservação. A consciência da conservação tinha um sentido prático e pedagógico para a manter a República que se desenvolvia. Se voltarmos à mensagem do jogo, podemos pensar que a revolução pretendia justamente influenciar sua população com os objetos, garantindo que a cultura permaneça para sempre.
Mas isso já conversa para outro post. :)
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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Esse pequeno documentário é muito gostoso de assistir. Ele foi indicado pela professora Zita Possamai e nos ajuda a entender um pouquinho mais sobre a criação de coleções.
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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COLEÇÃO E COLECIONISMO
Muito antes de nós sermos bombardeados de souvenirs e itens que já são produzidos com o objetivo de serem acumulados, as COLEÇÕES eram resultado de práticas funerárias ou expressões de riquezas de determinado indivíduo ou grupo. O filósofo e historiador Krzysztof Pomian escreveu o verbete "Colecção" da Enciclopédia Einaudi, de Portugal. Nela, Pomian nos descreve o início das coleções, seus usos e, o mais significativo: o processo que leva um objeto a perder seu valor de uso e adquirir sentido e significado. Ou, nas suas próprias palavras: "Ninguém vai a uma exposição de relógios antigos para saber as horas."
E por que isso nos interessa? Porque essas antigas coleções são os primórdios dos museus e do processo de resignificação dos objetos. Na coleção, em certa medida, há acúmulo e preservação dos itens e, por vezes, eles podem estar expostos à apreciação. Mas o mais importante, eles sempre perdem seu uso original e passam a ter outro sentido para quem os guarda ou os contempla.
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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Você coleciona?
Eu ouso dizer que você coleciona, sim! Não necessariamente como um ato consciente, que te leva à uma busca constante por determinados objetos. Penso que colecionar não significa apenas isso.
Criar e ter uma coleção pode acontecer de forma inesperada. Como quando você viaja e compra um lápis, um imã de geladeira ou um cartão postal. Até quando você vai no mercado e quer comprar as seis latas diferentes do mesmo achocolatado ou aquele shampoo que vem com um pente de brinde, disponível em várias cores e você quer todas. Se identificou com alguma desses hábitos? Então, você coleciona. :)
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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“Visitei” esse museu pela primeira vez em 2015, quando soube dele através da minha querida professora Carmem Gil. Como diz ali em cima, ele é um museu virtual, feito de forma colaborativa, que tem por objetivo registrar experiências e histórias de vidas.
Nos últimos meses, vimos um crescimento de museus e espaços de memória buscando alternativas para a divulgação de suas exposições de forma on-line. Mas quem sabe também conhecer um museu que já foi concebido para uma plataforma digital?
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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O passado se torna história, em nosso século, a um ritmo alucinante: a história corre atrás de nós, está em nossos calcanhares.
Ciro Flamarion Cardoso, historiador e professor.
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materialidadedointangivel · 4 years ago
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Legal pensar nas tradições e hábitos alimentares como um patrimônio imaterial. Como esses saberes e práticas poderiam estar narrados em um museu?
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La cocina mexicana es una de las pocas consideradas por la UNESCO como Patrimonio de la Humanidad.
Y cómo no 😍🇲🇽🤤
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