lunagatti
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lunagatti · 3 years ago
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A atração principal era ela no meio de todos os brinquedos, uma simples mulher ao lado marido, uma flecha no meio do peito estancando a sangue ao mesmo tempo que vasa, pequenas gotículas no chão. Ninguém se atrevia a chegar perto, todos continuavam a andar ao redor dela, a mulher pequena, chorava baixinho quase não sendo ouvida, o marido calado, imóvel, vez ou outra dando uma ordem, gritando.
Ao longe uma pequena criança que curiosa como as outras chegou mas perto, o choro sendo ouvido, mas alto a medida que se aproximava, a mas corajosa no meio de todos, se atreveu a perguntar.
— Por que não sai daí? Por que não vai embora?
Nenhuma resposta, chegou perto analisando ao todo, uma corrente nas pernas, ligada a ela e o marido, duas criança atrás, brincando, sem perceber a frente todo o caos.
Um olhar de súplica da mulher, opaco, visto de longe era quase como se não existisse alguém ali, o marido gritando uma nova ordem, ela o obedecendo.
A criança abismada com tudo, decretou sozinha, era um caso perdido, se afastava lentamente da mulher e todo seu caos, já longe do corpo, a mulher ia caindo pouco a pouco, ela arrancou a flecha que a prendia.
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lunagatti · 3 years ago
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O que eu to fazendo aqui? A garota se perguntava cada dia que se passava cada vez mais, se sentia fora de si, um robô com funções programadas para fazer o seu trabalho e voltar para recomeçar de manhã.
De volta ao mundo real com as mãos segurando a alça da mochila, tremendo, o rosto suado, suspirando pesado não sabendo se conseguiria atravessar a rua para chegar ao seu destino são e salvo, pelo menos o meu corpo pode se salvar ela pensou, em meio ao turbilhão de coisas passando na sua cabeça.
Sentia se cansada, exausta, quase como se um caminhão tivesse passado por cima do corpo da pobre menina que no meio de uma multidão era total insignificante.
Abrindo rápido a porta juntamente com sua respiração consegue um alívio, rapidamente tirando a roupa, se sentia sufocada com tantos tecidos grudados na sua pele a sensação se esvaziando e a calmaria voltando, depois de um silêncio e um pouco de lucidez foi para o seu banho, a água fria contra a sua pele fez os seus pelos se arrepiarem. Logo fechando a torneira se ajeitou da melhor maneira possível e desceu dois lances de escada, o seu ponto de paz a sua frente lhe esperando como todas as noites de dias cansativos.
A primeira tecla foi tocada a casa não tão pequena fazendo um eco, pouco a pouco os dedos foram dedilhando e uma música calma surgiu, a garota não muito sonhadora se imaginava com um público a apreciando, todos em silêncio sentindo a música nos seus ouvidos, e ela sentia mesmo que ali sozinha a música levá-la pra longe quase como se todos os seus pensamentos se dissipassem e a calmaria voltasse ao seu corpo.
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