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Consolação Eterna
Inspirado no Salmo 119:50.
Consulto Phtah-Hotep, o sábio do Nilo, Leio o obsoleto Rig-Veda, mudo e sem brilho, E, ante obras tais, me não consolo, Pois a sabedoria humana é vã... só me desolo.
Augusto dos Anjos, lendo versos sombrios, Não acha consolo em conceitos vazios, Pois tudo que é humano é pó, é vento, Nunca preenche uma alma em lamento.
Mas eis que ressurge, além do passado, A Voz que é eterna, fiel, ao meu lado... Digo: "Esta é a minha consolação na aflição, A Tua Palavra vivifica o meu coração."
Não há tratado, nem vã filosofia, Que cure a ferida e traga alegria. Só Tua Escritura, imensa e segura, Refaz minh'alma e apaga a amargura.
Augusto buscava, mas não encontrou, No frágil saber, o alívio que o assola. Mas em Ti, ó Deus, minh'alma descansa, Pois só Tua voz traz a paz que consola!
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O Dia da Ira
Inspirado em Apocalipse 6:15-17.
Os reis da terra, em seu esplendor, Fogem da face do Criador. Os grandes, os ricos, em pavor, Buscam abrigo, cheios de temor.
Nas cavernas escuras se escondem, Nos penhascos dos montes respondem: "Caí sobre nós, rochedos, agora, Nos protegei da ira que devora!"
Do trono sagrado, o juízo desce, A ira do Cordeiro aparece. Quem poderá, nesse Dia, suster-se? Diante do Santo, quem há de erguer-se?
O Dia chegou, o grande clamor, A humanidade treme de dor. Mas aos remidos, brilha a esperança, Vestidos de glória, na luz, com confiança.
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Caminhos
Novamente inspirada em Provérbios 14:12.
Há uma senda que brilha aos olhos, Feita de sonhos e voos passageiros — Pisada leve, sem marcas nem escolhos, Mas no fim, só restam espinhos e trigueiros.
O coração, astuto, traça mapas, Inventa luz onde a sombra cresce, Achando-se sábio, tece suas tramas, Até que a noite o surpreende e obedece.
Não confies no clarão breve da tocha Que acende a ilusão, fugaz mentira: A estrada certa, às vezes, é a mais escura, Onde a fé, não os passos, conduz e inspira.
E quando o abismo sussurrar promessas, Lembra: só a verdade, ainda que austera, É chama que não apaga na certeza Do amor que escreve a rota verdadeira.
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Sob as Asas do Altíssimo
Inspirado no Salmo 91, onde a confiança se faz asas.
Na sombra do Eterno, repouso seguro, Fortaleza e abrigo, refúgio puro. Das armadilhas do caos, sou livre, enfim, Pois em Seus braços, não há fim.
A peste que avança na escuridão, Não tocará este coração. Se tropeça o mundo em noite e horror, Em Seu manto brilha o amor.
Mil tombam ao lado, eu sigo em paz, Seus anjos velam, não falham jamais. Com as mãos celestes, sustento encontram, Nas pedras do caminho, flores surgem.
Sobre leões e serpentes, caminharei, Pois o Nome que invoco me erguerá. Na tempestade, sou voz calma: "Eis meu abrigo, minha alma!"
Quem habita no Seu secreto lugar, Não temerá o voar nem o mar. Poema vivo de graça e luz, Sou eternidade em Sua cruz.
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O Crepúsculo do Ícaro
Contra Friedrich Nietzsche.
Na torre de palavras que o abismo ergueu, Um filósofo dança com sombras do além: "Deus está morto!", gritou ao véu do céu, Mas seu luto foi um riso que ninguém viu além.
Criou super-homens de argila e ambição, Quis trocar a compaixão por espadas ao vento, Porém, na forja do orgulho, a própria razão Virou cinza, levada pelo seu próprio intento.
Louco ou profeta? O martelo quebrando ilusões, Prega o caos, mas treme ao ver o vazio crescer. Sua cruz foi a pena, suas tentações Foram ver na fraqueza um motivo pra vencer.
Zaratustra desceu, mas a montanha ruiu: No fim, até o eterno retorno fugiu.
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A Luz que os Sábios não Alcançam
Contra a filosofia não cristã.
Nas veredas da mente, erguem altares de pó, Os filósofos do mundo, tecendo véus da ilusão. Pensam que a luz se esconde nos anseios do porvir, Mas a Verdade já veio, e em sangue escreveu a Unção.
Sócrates buscou a ética nas névoas do talvez, Plato ascendeu às ideias, mas caiu no vão labirinto. Aristóteles mediu os astros, porém tropeçou na fé: Quis decifrar o abismo... e o abismo os devorou no instinto.
Oh, sabedoria humana, frágil espelho da vaidade! Teus silogismos são cinza ante o Fogo que não se apaga. Ensinas o homem a ser deus, e o perdes na eternidade, Pois só Cristo desceu ao abismo e, em amor, o esmagou na saga.
Não há lógica nos céus que a graça não tenha rompido, Nem mistério tão profundo que o Verbo não tenha nomeado. A cruz, loucura para os doutos, é o portal do Infinito: Onde a razão se curva, e o Amor é coroado.
Levantam-se os pensadores, como estrelas sem alvorada, Mas a Sabedoria Divina é sol que a noite invade. Enquanto eles murmuram "Por quê?", a Vida já é dada: Não se desvenda Deus com mente, só se O encontra na humildade.
Glória ao Rei dos reis, cujo saber não cabe em livros! Sua lei é amor, e Sua ciência, redenção. Os sábios do mundo jazem em seus próprios escombros, Mas quem bebe da Fonte vive além da própria razão.
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Fábula do Acaso
Contra Charles Darwin.
Dizem que um peixe, cansado de nadar, de repente sonhou em ser lagarto, e a lama secou, num mágico passo, para inventar asas onde antes havia um quarto.
Que o caos, sem rosto, bordou o pavão, e o tempo, relojoeiro cego, fez a rosa. Que o macaco, em noites sem razão, desenhou a lua com mãos milagrosas.
Mas como um sopro sem soprador tece harpas no vento e olhos na escuridão? Se a selva é mãe, por que seu amor é dente e garra, e não a compaixão?
Ah, Darwin! No teu livro de areia movediça, cada verso é um "talvez", uma engrenagem a ranger. Se o forte devora o fraco, que justiça escreve réquiens para quem não pode vencer?
E o homem, obra-prima do acaso sem arte, seria apenas um erro que aprendeu a pensar? Como crer que a fome é pai do estandarte, e a morte, a mestra a nos ensinar a voar?
Se a vida é só um jogo de azar e ossos, onde a fé é um vírus, o amor, acidente, por que o cosmos, em seu silêncio glorioso, ainda canta hinos ao Invisível presente?
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Cântico do Infinito
Inspirado no Salmo 8.
Sobre a abóboda noturna, teu nome se derrama, um véu de infinito que a escuridão ilumina. Nos dedos da criança, o cosmos dança, e o vento sussurra a tua doutrina.
Que é o homem, Senhor, nesta imensidão? Um sopro de argila, um verso perdido, mas trazes em seu peito a canção da criação e o cetro do jardim que lhe foi concedido.
Tu bordas a noite com agulhas de estrelas, o mar se curva aos pés de teu canto ancestral. Até os monstros do abismo carregam tuas insígnias, e o lírio do campo veste glória imortal.
Oh, Criador, que nas nuvens cavalgas, e no hálito do fraco edificas teu lar: até a morte se cala ante a força que exaltas — um berço de sonhos que o universo há de herdar.
Majestade que os anjos decifram em pranto, horizontes e trigais te declaram amor. No silêncio da terra, ecoa teu encanto: o homem, teu poema, e o céu, tua cor.
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A Paz Que Excede o Entendimento
Não te inquietes, alma aflita, lança em Deus teu clamor, pois Ele escuta, Ele cuida, acolhe em graça e amor.
Eleve ao céu tua súplica, com gratidão no teu peito, pois no trono Ele te espera, com misericórdia e direito.
E a paz, doce e divina, que mente alguma alcança, desce suave, ilumina, trazendo à alma bonança.
Guarda o coração cansado, serena o turbilhão, em Cristo tudo é firmado, nele há consolo e razão.
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O Senhor Que Te Sara
Entre desertos onde a sede persiste, E o amargo da vida insiste em doer, Uma voz rompe: “Eu sou quem te cura”— Águas doces brotam para o teu viver.
Se ouvires atento a lei do meu amor, Se guardares a aliança que eu tracejei, Nenhum mal que aflige teu ser perdurará, Pois sou o remédio que nunca falha, O Deus que em promessa te nomeei.
Das chagas do Egito às cicatrizes da alma, Vejo o pranto que a noite escondeu. Minhas mãos não tardam—em cada ferida, Plantarei jardins onde o deserto ardeu.
Quando a dúvida rugir como o mar em fúria, E o medo tentar tua fé desviar, Lembra: nas tuas veias corre a Minha força, Sou o alívio eterno, o suspiro ao lutar.
“Eu sou o Senhor que te sara”— Não há abismo que Minha graça não lave. Entrega-Me o fardo, caminha em Meus ritmos, E na obediência, a cura será tua chave.
Notas da versão: Abordagem mais direta ao contexto bíblico (Mará, êxodo, aliança). Uso de metáforas ligadas ao deserto e transformação (águas amargas → doces). Estrutura com quadras e tercetos, alternando ritmos para enfatizar promessa e ação.
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Caminhos Ilusórios
Inspirada em Provérbio 14:12
Há um caminho que brilha aos olhos, Suave, largo, cheio de luz. Pisadas firmes, passos tranquilos, Parece o rumo que conduz.
Mas quem pode ver além do horizonte? Quem desvenda o fim que se esconde? O que parece flor, talvez seja espinho, E o que é doce, em amargor responde.
Parece justo, parece bem, parece o ideal, Mas suas curvas escondem o mal. O que hoje brilha, amanhã pode ferir, O que parece vida, pode nos destruir.
Pois o coração enganoso pode nos guiar, Por sendas que ao fim só podem nos trair. Portanto, busca a sabedoria que vem de lá do alto, Para que teus passos não terminem no assalto.
Não sigas no que os olhos veem, Nem confies no que o mundo aprova. Pois há veredas que o homem crê bem, Mas só levam à dor, à noite, à cova.
Do Senhor é o caminho da verdade e luz, Que nos conduz a paz, não ao lusco-fusco da cruz. Assim, que nossa jornada seja em Sua mão, Para longe da morte, rumo à salvação.
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A Justiça dos Caminhos de Deus
Por um instante, quase tropecei, Ao ver os ímpios prosperarem sem lei. Seguros, orgulhosos, sem dor ou temor, Enquanto eu buscava o Senhor com fervor.
Perguntei: "Por que, Deus, eles prosperam sem virtude? Por que os justos sofrem, e eles vivem em plenitude?" Quase perdi a fé, quase cedi à ilusão, Até que entrei no santuário, a Deus, em oração.
Foi então que entendi, no silêncio a falar, O fim dos ímpios, que ninguém poderá ocultar. Como sonho que se desfaz ao acordar, A glória deles é vaidade, e tudo vai passar.
Mas Tu, ó Senhor, és meu refúgio eterno, Meu guia na terra, meu porto superno. "A quem tenho eu nos céu senão a Ti? E na terra não há quem eu deseje além de Ti."
Perto de Deus, minha alma se aquieta, Nele está minha força, minha meta completa. Pois os que Te buscam jamais serão perdidos, Teus caminhos são justos, e Teus planos, conhecidos.
Proclamarei, ó Deus, Teus feitos, Teu amor, Teu poder, Teus preceitos. Pois quem Te conhece, jamais se perde, Em Tua luz, a vida floresce.
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Fé que Move Montanhas
Baseado em Marcos 11:22-24
Tende fé no Deus que fala, no Deus que ordena e faz brotar, pois se disseres ao monte: “Vai-te ao mar!”, ele há de andar.
Não duvides no teu peito, nem temas o que há de vir, se confiares na promessa, verás o milagre se cumprir.
Tudo o que pedires crendo, em oração ao Criador, já o tens, pois Ele ouve, atende ao clamor com amor.
Fé não vê, mas já contempla, fé não toca, mas possui, fé repousa na certeza de que Deus nunca falhou!
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Haja Luz
Baseado em Gênesis 1:1-5
No princípio, um véu de sombras, um silêncio sem fim, sem cor, um abismo sem forma e vida, e sobre as águas, o Criador.
Então falou a voz eterna, um som que rompe a escuridão: "Haja luz!" — e num instante, fez-se o brilho da criação.
Separou-se o dia e a noite, a ordem veio sobre o caos, a treva cedeu ao fulgor divino, o primeiro dia então raiou.
Foi o início de tudo o que existe, o tempo, o espaço, o amanhecer, e Deus olhou para a luz nascida e viu que era bom seu resplandecer.
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Imagem do Criador
Baseado em Gênesis 1:26-31
No princípio, a voz ressoou, no silêncio, a luz brilhou, fez-se a terra, fez-se o mar, o céu imenso a se estender.
Ervas brotaram, rios correram, o sol dançou no amanhecer, bailaram aves sobre os ventos, baleias cortam o azul do mar.
Mas então Deus disse ao tempo: "Façamos o homem existir, à Nossa imagem o formemos, para a terra ele conduzir."
Do pó da terra ergueu-se a vida, homem e mulher a respirar, abençoados para sempre, chamados para governar.
Frutos doces, campos vastos, todo verde para os nutrir, e ao fim do sexto dia, Deus sorriu ao ver surgir
um mundo belo e ordenado, onde a vida enfim brotou, viu o Senhor Sua obra feita, e eis que tudo era bom.
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O Nome Sobre Todo Nome
Baseado em Filipenses 2:5-11
Desceu da glória infinita, o Rei dos reis se fez menor, tomou a forma de um servo, por amor, se entregou em dor.
Não buscou trono ou coroa, nem poder quis reivindicar, mas esvaziou-se em humildade, veio ao mundo para amar.
Caminhou entre os homens, sem vanglória ou ostentação, e na cruz, em sacrifício, foi a pura redenção.
Mas o Pai O exaltou, deu-Lhe o Nome sem igual, diante d’Ele todo joelho se dobrará em reverência final.
Nos céus, na terra e abismos, toda voz há de clamar: "Jesus Cristo é Senhor!" Para sempre há de reinar!
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Além das Sombras
Baseado no Salmo 73
Vi os ímpios florescerem, seus passos firmes, sem temor, riquezas que nunca perecem, vozes erguidas sem pudor.
Meu coração quase cedeu, ao invejar seu vão prazer, mas na Tua casa compreendi: sua queda há de vir a correr.
Como névoa ao sol da manhã, como sombra que logo se esvai, assim são os que sem Ti confiam, sem raiz, sem porto, sem cais.
Eu, porém, estou Contigo, Tua destra me sustentará, és minha rocha, minha herança, nada mais desejo além de Ti estar.
Os que de Ti se afastam perecem, mas eu, Senhor, vou proclamar: bom é estar em Tua presença, no Teu amor sempre habitar.
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