Egos corrompidos, iludidos, rasgados da forma mais ilustre de cima a baixo, cospem suas inseguranças ao mundo com seus instintos auto-destrutivos.
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Nunca mais
Sempre volto aqui pra lembrar como foi sair daqui. Eu vejo as paredes enlameadas, cheias de musgos e marcas de dedos pequenos que tentavam subir e lembro como era. O cheiro de estar cercado de desesperança, o gosto da auto-depreciação que ainda invade minha boca, tudo veio daqui. Tudo veio do poço.
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Hoje eu tive uma crise
Uma crise que veio “do nada”. Ela veio de dentro pra fora, e eu nem sei falar só certo do que de fato se tratava essa crise. Crise de ansiedade? Não. Uma crise depressiva? Não sei. Hm… talvez uma crise de abstinência? Não, não sou dependente químico de nada.
Mas enfim, ela veio. E eu senti o desespero de querer sumir, de querer que o mundo parasse. Sentia como se eu estivesse no meio da praça de alimentação de um shopping lotado no sábado à tarde. Aquela poluição sonora de muitas pessoas falando ao mesmo tempo, extremamente alto, e sem nenhuma noção do que de fato estariam falando. Mas, já tentou parar para focar um uma conversa só? Pois é, se o fizer, você a compreende. Entende o que está sendo dito.
E aí está o problema.
Passei tempo demais ignorando esse foco, e ficava tentando me ensurdecer com tamanha poluição de pensamentos. Aquilo que foquei estava extremamente claro. Eu estava clamando por ajuda, para que essa dor da exaustão cessasse. Para que essa gritaria parasse. E eu fui ao banheiro.
Ali, peguei o meu barbeador mais afiado e deslizei-o de forma horizontal pelo meu antebraço. Uma, duas, três… quatro vezes. Devagar, e apertei fundo para sentir claramente a dor da dilaceração. Para sentir a pele se abrindo, deixando o sangue deslizar para fora, contando pra mim o quanto eu não estava bem.
Eu morri de vergonha, sobre como estava vulnerável e fingia não estar. O sangue me contava o quanto eu estava pronto para puxar o gatilho, e ir de encontro aos meus criadores. Mas tudo que sempre valeu a pena passou pela minha cabeça, e dali eu vi que esse sangue era um alerta.
Esse alerta de que eu puxaria o gatilho se ele saísse mais vezes, um “atente-se, você irá perder tudo.” E eu não quero perder tudo, não quero. Meus olhos esquentaram, meu rosto contraiu, e eu senti cada pranto meu rasgar minhas bochechas ao contornar meu rosto com violência. A minha voz saiu engasgada, como se houvesse uma pedra enorme dentro da minha traqueia. Depois de um tempo, essa pedra desceu e meu grito saiu de dentro dos meus pulmões. Não havia ninguém em casa, então ecoou forte. Meus animais de estimação pareceram preocupados, mas não tinha como eles fazerem nada, eu não tinha como fazer nada. A minha cabeça começou a doer, acometendo-se de várias palpitações, sem nenhum receio em mandar a apneia me calar de novo.
E depois de algumas gotas de um medicamento, escrevo isso com calma. Ainda sinto minhas feridas abertas, ungidas com rifocina e remorso, mas tento me levantar para não deixar esse sangue me alertar de novo. Pode ser que ele não pare de sair da próxima vez, e eu não vou nem perceber.
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Arlequinado
Agora, de uma forma bem mais íntima do que o de costume, falando bem para quem me conhece, vou explicar o mais claro possível o motivo de eu gostar tanto da Arlequina. Sim, acho que vale a pena, ainda mais que aqui é um espaço em que me deixo despido de qualquer vergonha.
De forma breve, Arlequina é uma personagem do universo do Batman, cuja existência inicialmente se baseava em ter a aprovação do Coringa, o arqui-inimigo do Homem-Morcego. Ela se apaixonou pelo palhaço quando este era seu paciente no manicômio de Arkham, pois ao seu ver, ele havia se aberto a ela diferentemente de qualquer outra pessoa que ele havia se consultado, e também ela na perspectiva de não ter tido a valorização de alguém no campo romântico antes. A grosso modo, a princesa-palhaça não tinha amor-próprio, tinha uma necessidade enorme de aprovação alheia, e dependia disso para viver. A questão é que nunca houve amor dele para com ela, era apenas mais uma manipulação. Essa constante tortura mental, abusos físicos e psicológicos, a quebraram. Quebraram toda a noção dela da realidade, apenas para ganhar a aprovação do seu pudinzinho.
Ela de fato achava que toda aquela opressão era demonstração de afeto, de alguma forma. Ele a jogava fora, mas quando ele precisasse de algo, bastava apenas uma migalha para que ela voltasse a ele. E, sempre, esperava uma mudança pois o que ela mais queria era ser amada. Não tinha nem uma visão do que era ser completa sem ter um terceiro. E toda essa violência deixou sequelas, tão extremas que são percebidas a olho nu. Remixou a visão dela da realidade, e tudo ficou mais difícil.
Mexo nos meus porta-retratos empoeirados na galeria mental e percebo como os via distorcidos. Aqueles aos quais me submeti um papel de arlequim, de bobo-da-corte, me fizeram ficar ali. Ou melhor, me fizeram acreditar que eu estava ali. Me sequestraram debaixo do meu nariz, para ocupar um papel de bicho de pelúcia para abraçar ao final da noite para que não se sentissem sozinhos. E foda-se se me apertassem demais, eu não estava vivo mesmo, não iria reclamar, né?
E daí vejo a identificação, a lamentável identificação. Porém, hoje, assim como ela, houve uma emancipação. Não dependo do meu “pudinzinho” para viver. Mas, sigo, assim como ela, sozinho e com muitas sequelas. Completo, sim, mas com sequelas. Entender que a essência pura e genuína de alguém aberto ao amor não pode ser apagada por alguns “pudinzinhos” é difícil, confesso. Mas o mais difícil é entender o que é um “pudinzinho” e não ser atraído pra ele.
O gosto no início chega a ser nostálgico, pois ele te fez se sentir vivo. Te tirou da sua zona de conforto, e botou tudo ao limite do precipício. O amor eufórico; o amor bandido, é o que dizem né? Aquilo se tornou o padrão, e quando o corpo e a mente se deparam com algo que não te mantenha em estado de alerta e sobrevivência, é algo “sem graça”.
Já perdi a conta de quantas vezes conheci alguém e disse “ah, ele é um amor mas não sinto aquele ‘fogo’ por ele, sabe?” Ou seja, ele não é um “pudinzinho”. Se ele não me faz refém da situação, não tem emoção. A síndrome de Estocolmo não me deixava ver o quão saudável uma relação poderia ser. Sabe aquelas “borboletas no estômago”? Então, elas são do mal.
Mas a nossa palhacinha também teve uma descoberta: o grande foda-se para o que estavam esperando que ela fosse. “Queriam que eu fosse a menina de ouro? Pois então…”. O quanto isso isso foi libertador; jogar o esperado para o alto; esmagar essas cabeças invisíveis que gritavam o que eu tinha que ser… como foi bom.
E parece que por mais que houvesse uma morte da personalidade do antigo eu, aquilo virou uma festa. E sempre, para cada renascimento, há uma morte. Então o que nos resta é aproveitar. Como ela mesma diz: “let’s put the ‘FUN’ in ‘FUNeral’!”
E, acredite, foi difícil entender esse apreço pela personagem. Foi difícil admitir. Houveram vezes em que eu me negava em admitir que era fã da Arlequina, pois era como admitir o quão invadida minha cabeça era, e o quanto eu era envergonhado por isso. Mas não, hoje o orgulho de estar livre dessas amarras é o que move todas as acrobacias aéreas que enfatizam como encaro cada censo hetero-normativo ridículo e circense.
De fato alguns sequestros aconteceram, me roubaram, mas isso não me define. Eu arlequinei, mas faço valer cada uma das minhas cicatrizes.
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O cara
Toda vez tento me desviar da resposta da pergunta “qual o seu tipo de cara?” Toda vez me venho repetindo dizendo que não tenho um tipo específico, e que o cara deve ter algo que me faça me sentir bem. E aí é que tá: o que é que me faz me sentir bem?
Admitir o quanto meu gozo é danoso dói mais do que a coceira do mosquito que ousa adentrar meu cobertor a noite, aquele filho da puta. Aquele filho da puta invade meu espaço, me pica, vai embora, e me deixa com um machucado. Preciso passar remédio pra sarar, mas enquanto tá sarando, a coceira é TÃO boa… e não sacio até ter o que coçar de novo.
Existe uma barreira que me impede de chegar a esse modelo, pois sei que não cabe mais em minha vida. Mas, os homens que deixo entrar no meu cobertor ainda são desse modelo. Eles podem até ficar uma noite, me arrancar uma ou duas (tá, até umas cinco) crises de ansiedade, mas não permanecem. A ausência do meu pai e a opressão da minha mãe acabaram com toda a minha construção de afeto, e distorceu completamente minha noção do que é uma troca romântica.
A luta é diária, mas quando há um afastamento de alguém, eu me apego. Se há alguma podagem da minha personalidade, eu me apego. E é por isso que não namoro há tanto tempo. Eu percebo o padrão quando está ali comigo, e eu sei que não posso ficar. O cara perfeito pra mim não existe, mas existe o cara que NÃO É pra mim. E aí está a chave.
A chave da máquina de fazer cimento, para dar início à construção enorme que será um relacionamento. O difícil é achar combustível ou energia elétrica para ligar o maquinário, e ainda por cima ter coragem de ligar a máquina, gastando energia com isso.
Desde que terminei meu namoro em 2020, me envolvi com três pessoas, uma em cada ano sucessivamente. Em 2021 estava com a figura que representava aquilo que queria em todos os relacionamentos: o mínimo. E aquilo me acalentou, e sabia, no final, que só isso não faria ir pra frente. Em 2022 eu me envolvi com alguém cuja a própria existência me dava algo que sentia falta também: o novo. Consegui descobrir uma camada muito boa da minha sexualidade com essa pessoa, apesar de que a sensação de ausência estivesse sempre ali, e ali me apeguei, até o momento em que me vi, mais uma vez, como um objeto. Mas tudo bem né, em algum momento cada dos “amores” passados, inclusive esse, também foram objetos.
E nesse ano de 2023 me envolvi com alguém que me trouxe aquele fogo de muitos anos atrás. Mas o fogo em algum momento apaga. Eu vi a ausência, me peguei me apegando, mas tentei trazer de volta. Queria fazer diferente, e não deu. Fui um objeto abjeto, dessa vez. Em todas essas situações houveram uma impaciência minha, confesso. Pois eu não quis ligar a máquina do cimento. Eu queria a obra pronta, pq estava completamente sem energia, e sem coragem pra ligar a máquina.
Então, o cara tá aí, nesse texto. Em algumas lembranças, algumas fantasias, algumas palpitações, beijos, mordidas, brigas, acalentos, porres, lágrimas, esquinas, bares, acasos, matches. O cara não existe, não respira, não morre, não nasce, e não me persegue.
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Eu me lembro
Eu me lembro de uma vez em que tinha cerca de 14 ou 15 anos, e me apaixonei. Eu me apaixonei por uma menina? Não. Eu me apaixonei por um menino? Não. Ora, pelo que me apaixonei? Eu me apaixonei por alguém que nunca existiu.
Lembro-me de como ele era alto, tinha olhos claros, e tinha uma vibe que eu queria muito colar na minha cabeça de adolescente. Depois de muito custo, nos beijamos. E aquilo ali foi algo que eu sequer posso descrever a vocês, pois pareceu um sonho. Por quê? Porque beijei alguém que achei que era uma outra pessoa, uma pessoa que nunca existiu. Ah, deixando claro que essa pessoa foi criação MINHA hein, quase um amigo imaginário.
Obviamente houve sofrimento, uma relação platônica adolescentemente gay normalmente tem sofrimento. E eu me lembro daquela sensação, da sensação fria de me sentir um idiota por me apaixonar por alguém que não existiu. Nem sequer nasceu e morreu para eu viver o luto. Ele não existiu. Essa lição eu levei pra vida, e obviamente o aprendizado carregou alguns tombos e hematomas.
E sabe, eu me lembro agora de forma mais vívida. Eu senti um frio na barriga que não saiu até agora, porque eu não estava a procura disso. Eu me lembro que a imagem era semelhante, quase como um cosplay de mau gosto da minha mente. Esse também era alto, tinha olhos claros, alguns conflitos mentais, e uma boca muito linda. Mas esse teve uma diferença: ele se interessou por mim. E disso, eu me lembro.
Eu me lembro que fora um custo para que nosso beijo acontecesse - assim como o outro - por uma falta de autoconfiança dele. Graças aos deuses eu adquiri uma cara de pau enorme com minha análise de mais de 10 anos de casa, e literalmente desembolei esse nó. “Arthur, ele está interessado em você. Vai lá falar com ele, pois ele é muito tímido.” Eu fui, mesmo contrariando um pensamento de “poxa, cadê a atitude dele?”. Ai, ele era tão lindo. “Era?” Sim, ele ERA.
E eu me lembro dele olhando pra mim, segurando minha cintura com uma mão e deslizando a outra mão pra parte de trás da minhas calça. E como eu amei, e como eu amei ter amado ali. Aquele beijo durou muito tempo, perdemos o parabéns mas a melhor parte da festa foi ele. Me senti tão feliz ali dentro daquele abraço, afoguei-me em cada um dos beijos, e eu queria nunca mais sair dali. Cada palavra que saía da boca dele me acalentava, e me fazia rir. Eu queria mais, eu quero mais.
Eu me lembro dele me pegando na porta do serviço e me trazendo pra minha casa, aproveitando cada pausa do caminho para me beijar e dizer o quanto eu era lindo, e o quanto queria que aquele momento durasse mais. Cada frase dele no telefone dizendo que nossa química era inigualável e que estava “apaixonadinho” por mim me deixaram com medo. Eu ainda afirmei que minha dinâmica era direta, e por isso era pra ter cuidado. “Você pode se jogar”, ele assegurou. E eu me joguei.
Eu me lembro que doeu quando caí, pois não tinha ninguém ali para me segurar como haviam prometido. E eu me lembro ainda porque ainda está doendo. No meio do sexo, do NOSSO sexo, ele disse que me amava. “Eu te amo, Arthur”. Eu assustei, mas estava tudo bem. Eu, de repente, tinha entendido que ele realmente havia me amado. Mas não, aquilo nunca foi real. A diferença desse cosplay de mau gosto pro personagem original foi apenas a criação. A criação original era minha, já essa, não.
Eu me lembro como ele aceitou entrar na minha vida, na minha casa, na minha cabeça. Tivemos aqueles momentos muito bons, por pouco tempo, que foram diretamente proporcionais ao quanto foi covarde. Até agora não consigo fingir que eu não fui tão idiota em realmente acreditar que aquelas palavras eram reais. As mãos que ele usava para me apertar com ternura, me apertam o peito. Fui infeliz em crer rápido demais nele? Fui irritante em tentar? Fui imaturo em silenciar o nome dele pra não sofrer? Fui idiota em expor pra ele minhas inseguranças que vieram com uma bagagem feia? Não sei.
Eu me lembro daquele sentimento quente, e de como ele não me esquenta mais. Eu também me lembro da vez em que ele “esqueceu” a escova de dentes no meu banheiro, e eu ainda tentei devolvê-la. Mesmo assim ele relutou dizendo “deixe-a aí para quando eu vier de novo e tiver que usá-la.” Eu me lembro dele porque o meu pranto ainda não caiu do meu rosto. Eu me lembro do dia em que eu estava quebrado de tanta exaustão física e mental, e ele estava lá. E estava lá por livre e espontânea vontade, apesar de que depois disso havia apenas um vazio. Uma incerteza. Um vácuo. E a partir disso a escova de dentes virou um amuleto das trevas, me lembrando toda manhã que ele nunca voltaria ali como eu imaginava, como eu esperava, como eu acreditei que seria. Eu me lembro disso, desse frio. Eu me lembro quando me olho no espelho, me sinto um completo imbecil de ter caído nisso. Pego me pedindo perdão por ter deixado aquele legado de anos de superação terem ficado em xeque por causa de alguém que NUNCA existiu.
Mas por que será que eu caí? Os dizeres daqueles que aparecem na minha vida, sejam amigos ou amantes, me carregaram pra onde estou hoje. E hoje, sou feliz por quem sou, mas isso é extremamente solitário. Não há motivos para não se apegar a alguém que entende a sua “solidão”, e que diz amar a sua essência. Mas não era real. A única coisa real ali foi meu sentimento de ter coragem de me jogar de cabeça por uma promessa. E disso, eu me lembro.
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Não é meme mas eu realmente sinto falta daquilo que a gente não viveu
Hoje eu tava lembrando de tudo que eu queria ter vivido com você. É muito bom lembrar de como você me recebia na sua porta, e de como você me enxergava em cada palavra que a gente trocava. O toque que a sua mão tinha na minha era algo que eu literalmente adorava, e continuo gostando.
Eu chorei por algumas horas hoje durante a noite, mas só durante os meus sonhos. Sabe o porquê? Porque você estava comigo no sonho e eu sabia que aquilo ia acabar, que eu ia acordar, e que não conseguiria JAMAIS ter alguém como você foi da mesma forma. Eu queria que aquilo que a gente teve, tivesse desencadeado naquele momento em que eu virasse pra você e dissesse o quanto eu estava apaixonado. O problema era que eu realmente estava apaixonado, mas não por você. Eu estava apaixonado pelo que eu e você tínhamos, e também (principalmente) pelo que nós poderíamos ter.
Não tem muito tempo desde que te vi de novo, e te reencontrei. Bebemos juntos, nos abraçamos, mas não nos beijamos. E, sabe, fiquei muito triste na hora mas sei CLARAMENTE que se isso tivesse acontecido, minha cabeça estaria muito pior, e obrigado por isso. Hoje vejo que naquele dia eu queria ter aquilo que tínhamos de volta. “Mas o que exatamente?” A possibilidade. Queria ter a possibilidade de ter algo além daquilo com você, de volta.
Toda vez que vejo sua foto correndo no meu feed eu me estremeço, sinto uma vontade enorme de correr pra minha calada e fria humilhação. Eu ouvi da sua boca pra que eu me valorizasse, mas eu sei do meu valor a ponto de saber que você foi o cara mais decente que pisou no meu caminho. E, relaxa, eu sei também que isso não é motivo pra que eu tenha alguém na minha vida. A pessoa ser decente não pode ser algo para validar a estadia da mesma em nossas vidas. Decência é o mínimo.
Só que você me beijou tão bem no sonho, eu conseguia sentir o seu cheiro. Eu sentia o gosto doce e apimentado dos seus lábios, e também sentia o toque das suas mãos na minha cintura - e você sabe que elas sempre me contornaram muito bem. Será que você sente falta de ALGUMA COISA minha? Nem que seja do meu corpo, ou talvez da minha decência, já que ambos sabemos que temos um certo dedo podre pra homens.
Eu reconheço que nunca tive muita autonomia emocional. Sempre foi difícil pra eu gostar de mim mesmo, mas quando estava com você eu conseguia gostar mais. Todas as vezes em que rolava alguma coisa fora do esperado, eu tentava entender todas as nuances das suas atitudes pois eu realmente não queria te perder. Você não tem noção do tanto que você me fazia bem, e do quanto eu queria te fazer bem.
Você sempre me dizia sobre ter problemas pessoais com relação a como se enxergava, e também em como as pessoas te fizeram se enxergar. E nossa como isso me deixava furioso, porque você sempre foi uma pessoa incrível. E, veja bem, não quero dizer que você é perfeito pois os defeitos existem, até porque os meus e os seus foram o que nos levaram a não termos mais nada hoje. Mas, de fato, você é incrível. E sempre foi ótimo ter uma pessoa incrível como você comigo, sabe?
Para além disso tudo, eu conseguia ver um abraço e um beijo a cada dia que eu acordasse na sua cama, ou você na minha. Conseguia ver até mesmo enxergar cada tarde de domingo com você e eu debatendo novelas antigas da Globo com minha família, ou eu comentando desenhos animados com suas sobrinhas. Eu ousei em sonhar com o som das suas palmas nas minhas apresentações de pole dance, ou com nós dois cantando algum hino no karaokê com um microfone numa mão e uma caipirinha na outra - e ambos desafinados. E eu ainda gosto disso, gosto até de pensar que nossas brigas acabariam de um jeito mais gracioso assim como o seu sorriso pra mim. Apesar disso tudo, eu vi que essa disposição não te cabia naqueles meses, e tá tudo bem - hoje sim, está tudo bem. E claro que eu não poderia passar esse texto todo sem te pedir perdão por ainda sentir isso, e ainda por demorar tanto tempo pra entender de fato o que é “isso”.
De qualquer forma, isso aqui foi mais pra eu dizer pela última vez pra alguém pois, como você mesmo disse pra eu fazer, eu me valorizo. E assim, como já dizia Mc Tha, se a gente se encontrar a gente ri e bota a culpa disso tudo no signo. Ai ai ai esse signo.
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(Des)Troço
Parte 1:
Fiquei vagando por aqui, num corredor escuro e empoeirado, cheio de fotografias embaçadas e rabiscos raivosos na parede, até te encontrar.
Você estava com aquela mesma blusa listrada laranja, com um short azul. Seus óculos estavam embaçados de tanto chorar, enquanto o cabelo com corte surfista tentava tampar seu rosto.
Você não queria olhar pra mim, ficava só agachado rabiscando alguma coisa em uma das fotos: era uma foto em que você estava atrás de um bolo de chocolate da sua festa de aniversário temático do Scooby-Doo. Parecia que você estava tentando fazer com que o seu eu da foto sorrisse, com um batom rosa. Eu não queria te ver mais daquele jeito.
- Ei você. O que aconteceu?
- Nada. - você soluçava enquanto me respondia. - Não aconteceu nada.
- Hm… Tem certeza?
- TENHO! - Houve uma ascensão no seu tom de voz.
- Entendi. Mas me diz, sua festa nessa foto está tão linda. O que estava faltando pra você ficar assim?
- Já disse que não há nada!
Você já estava saindo correndo quando eu disse:
- A cor desse batom é o mesmo que a Daphne usa, não é?
Você olhou pra mim com pavor. Conseguia sentir seu estômago revirar estando a alguns metros de distância.
- Bom, eu amei! Ficou ótimo.
- F-ficou? - você gaguejou espantado enquanto seus joelhos paravam de tremer, e um sorriso ameaçava aparecer.
- Eu achei! Eu acho que rosa combina muito com você. Aliás, é a minha cor preferida.
- Jura? - você ia entusiasmando quando algo te fez murchar - A minha cor preferida é preto e azul.
- Gosto de azul também, olha só o meu cabelo! - retirei meu gorro e revelei meu cabelo azul marinho.
Você ficou boquiaberto com meu cabelo, claramente ficou animado.
- Seu cabelo é muito legal! - você disse e logo depois conteve a animação.
- Obrigado! Mas ainda assim prefiro a cor rosa. Já tive o cabelo rosa também, sabia?
- Mentira… mas, as pessoas não zombaram de você? Não fizeram você ser motivo de chacota?
- Sabe que eu nem sei? Hahaha
Você estremeceu e logo abriu um sorriso.
- Sabe, Arthur, eu ainda acho que rosa ia ficar ótimo em você. Igual à Daphne do Scooby-Doo.
- Você acha?
- Com certeza! A Daphne é a que mais luta naquele filme que eles vão até à Ilha do Espanto.
- VOCÊ TAMBÉM GOSTA DELA?
- Lógico! Melhor personagem do filme.
- Eu também amo ela! Ainda mais naquela parte em que ela fica assim…
Você estava feliz e dançando como a personagem no filme, até que quando percebeu que eu estava te assistindo… parou e murchou. Percebi aquilo e logo disse:
- Você fez igualzinha a ela!
Aquilo o fez apavorar mais uma vez, mas logo em seguida eu completei:
- Eu amei, me deu até vontade de ver. Eu também sei imitá-la.
- S-sabe?! - Sua voz estava embargada.
- “ARRÁ! Você quer que eu vá ao Castelo!”
Você danou a gargalhar, e agora suas lágrimas eram de entusiasmo e graça.
- “Ouviu o que eu disse?!” - Você encarnou o outro personagem que compõe o diálogo do filme.
Então, continuei:
- “Mas você é do mal, e sabe que eu faria o oposto do que eu dissesse. Então me disse pra eu não ir ao castelo, só pra que eu fosse até ao castelo onde você armou uma cilada pra me capturar. A não ser… a não ser que imaginasse que eu sacaria…”
Você me interrompeu com destreza:
- “Então me disse pra eu não ir ao castelo, porque assim eu pensaria que você queria eu fosse e aí eu não iria, DO JEITO QUE VOCÊ NÃO QUERIA.”
Eu amei aquilo, ri de tão bom que havia ficado e ambos completamos juntos:
- “Eu vou descobrir o que tem naquele castelo, ME AGUARDE!”
Rimos muito, e você ainda estava meio receoso por estar falando de coisas que não podia falar - como sua cor preferida.
- A-acho que minha cor preferida é rosa.
Você dizia sem levantar o rosto. Eu gentilmente o levantei a mim e disse:
- Eu sei, Arthur. Está tudo bem, rosa é uma cor linda. Já te disse que é a minha cor favorita.
Você corou e logo chorou, mas era um choro de cansaço. Um choro que denunciava o tanto você estava amarrado em medos espinhosos ao redor de todos os lados. Eu o abracei e disse que estava tudo bem chorar, parecia que havia muita vergonha ao chorar. Você caiu ao chão, de joelhos, abandonando meu abraço. Você logo arrumou a forma como suas pernas estavam, pra uma posição em que estas ficassem abertas de forma mais “desconfortável”. Aquela reação foi muito bruta.
- O que aconteceu, Arthur?
Ainda sem olhar pra cima, de cabeça baixa, sentado no chão, você disse:
- Homem não senta de pernas cruzadas ou pernas juntas. Isso é coisa de bichinha.
Gentilmente, me sentei ao lado dele, cruzei minhas pernas apoiando minhas mãos no chão (ele logo espantou-se com minha postura) e disse:
- Não estou falando sobre a forma que você está sentado, não estou prestando atenção nisso. Eu me sento da forma que eu me sinto mais confortável.
- O q-quê? - você ainda chorava e evitava ter contato visual.
- Deixa eu limpar o seu óculos. - peguei o óculos embaçado e comecei a limpar. Logo, continuei a frase. - Quero saber por que você está chorando. Se você está chorando, tem alguma coisa te incomodando. Pode me falar. Somos bem parecidos.
- Somos?
- Com certeza! Eu amo rosa e adoro imitar a Daphne! Além de gostar de me sentar de forma confortável. Aposto que conseguirei te ajudar.
Logo, você se sentou cruzando as pernas e se apoiou como eu. Podia sentir seu alívio tremendo, mas logo se seguiu numa frase que eu sabia que tumultuava o seu coração:
- É que eu não gosto de mim.
(Continua…)
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Meu relacionamento ideal
Uma coisa que eu sei é que a perfeição é algo que inexiste à nossa vida. Não existe ninguém perfeito pra mim, e eu não sou perfeito para ninguém. Pessoas possuem seus defeitos, e umas combinam mais do que outras. O que posso dizer em relação ao que quero para um relacionamento, então?
A primeira coisa que sei é que amor não sustenta relacionamento NENHUM. Não posso insistir em algo APENAS porque eu amo essa pessoa. Se não houver respeito, diálogo e empatia, não existe relacionamento. Então, a pessoa precisa me enxergar, ver quem de fato eu sou e não o que ela queria que eu fosse. E, juro, que a pessoa fazendo isso já me faz vê-la, me faz QUERER enxergar quem está querendo me ver.
Um namorado ideal seria aquele quem me faz sorrir quando recebo a notificação de uma mensagem, e que me faça sentir que eu passo a mesma sensação pra ele. Um namorado ideal me faria me sentir o suficiente pra ele, e com certeza eu ficaria feliz em tê-lo comigo. Ele me faria ter vontade de ouvir a voz dele sempre que deitasse pra ir dormir, e de tomar sorvete com um sabor específico só pra me lembrar de um encontro marcante. Ele me mostraria um mundo no qual eu não sou familiarizado, e se encheria de entusiasmo ao falar disso sem ser prepotente - e isso me faria feliz por saber que ele está me convidando a viver tal magia, e não para ostentar-se a mim. Me faria me sentir à vontade perto dos seus familiares e amigos, para que eu não me crucifique achando que há algo de errado em não ser tão extrovertido como eu usualmente gostaria de ser.
Gostaria que esse cara fosse um cara bonito, do jeito que ele for. Que a beleza dele me faça corar ao olhar pro seu sorriso, independente de como ele seja. Que o toque dele me estremeça, independente do tamanho das suas mãos. Que a forma que ele andar, de gesticular, falar, gritar, rir, tudo seja incrível aos meus olhos e que nada disso de fato me incomode; pois esse cara consegue me ver e gostar disso. Então eu também gostarei de quem ele é, e não de quem eu gostaria que ele fosse.
Iríamos a vários lugares para nos entreter, para sempre vivermos a melhor versão de nós mesmos - com ou sem entorpecentes. E sempre que tiver aquela sensação de que o clima está ruim, um vai olhar pra cara um do outro e ambos pensaremos em ir embora. Teríamos aqueles apelidos péssimos, e não teríamos vergonha de falar com voz de bebê pra demonstrar o quanto a gente admira o outro. Mas isso não quer dizer que não riríamos um do outro não! Sempre vai haver espaço pra uma zoeira, só pra enfatizar que mesmo sendo bobo, ele vai ser o palhacinho mais lindo do mundo.
Fora que as coisas precisam ir com calma, sem que ele INVENTE alguma coisa que não exista - isso vale pra mim também. Ninguém merece viver uma fanfic, que existe só na própria cabeça ou em algum bloco de notas.
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to desconfiando que vc é gay
Sou muito gay, e não é pouco.
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You didn’t think I was serious, I guess you felt so safe If you just bought me flowers, maybe I would’ve stayed.
Flowers, Marina.
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