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Paisagens e espaços vazios

O vazio no espaço provoca um sentimento de silêncio profundo, que é uma característica fundamental do meu projeto. O espaço vazio tem uma qualidade meditativa e introspectiva, que reflete a tranquilidade e a quietude da aldeia.

A ausência de pessoas não significa que não haja atividade ou vida latente; é simplesmente uma representação de que as interações sociais diminuíram, mas a rotina e os hábitos continuam silenciosamente no fundo.

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Detalhes do quotidiano

Milho armazenado: A imagem do milho guardado simboliza a autossuficiência da aldeia e a continuidade das tradições rurais. O armazenamento de alimentos é uma prática que remete ao passado e sugere que, mesmo no silêncio da aldeia, há uma preparação para o futuro. Este detalhe parece quase como um sussurro do passado, um lembrete de como os ciclos da natureza e da vida quotidiana continuam mesmo quando as pessoas não estão visíveis.

Rádio Antigo: O rádio antigo é um objeto que carrega consigo memórias de um tempo passado, talvez uma forma de comunicação que foi importante na vida da aldeia, mas que agora está em desuso. Ao capturar este objeto, quero evocar a ideia de que, embora a aldeia pareça silenciosa e imóvel, ela ainda guarda ecos do que já foi.

Lenha: A lenha é um elemento que remete diretamente para a vida rural, para o trabalho físico e para a preparação constante para o inverno. A forma como a lenha está organizada transmite uma sensação de ordem e continuidade, mesmo num ambiente onde o tempo parece suspenso. Ela sugere que, embora a aldeia pareça em pausa, as práticas essenciais continuam, em um ritmo lento mas constante.

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Retrato do senhor sentado: Este retrato captura a introspeção e a pausa no tempo que quero explorar no meu projeto. A postura tranquila e o olhar direto criam uma ligação emocional com o observador. A luz suave realça os detalhes do rosto e reforça o tom melancólico, tornando-o um retrato intimista e intemporal.

Retrato do senhor a rachar lenha: Este retrato traz dinamismo ao projeto, mostra o lado ativo da vida na aldeia. A cena representa a continuidade das rotinas diárias, ligadas ao trabalho manual e às tradições. A ação capturada cria um contraste interessante com os outros retratos mais estáticos. Embora goste da iluminação, acredito que também poderia ter ficado interessante se tivesse fotografado com uma luz mais suave, por exemplo ao entardecer.

Retrato da senhora: Este retrato é delicado e emocional, traz uma dimensão mais nostálgica e introspectiva. A iluminação suave destaca os contornos do rosto de forma delicada, sem criar sombras fortes ou distrativas. Esta escolha reforça o tom emocional e melancólico do retrato, permitindo que o foco esteja completamente na expressão serena da senhora. Um ponto que talvez mudaria no retrato seria ter pedido à senhora para pousar o saco cor de rosa e devia ter dado mais indicações à senhora, em relação à pose dela.

Retrato da mulher com chapéu de palha: O olhar direto da mulher para a câmara cria uma conexão imediata com o espectador. Há algo de acolhedor e, ao mesmo tempo, reflexivo na expressão dela, como se carregasse histórias e experiências. A postura das mãos apoiadas no cabo de madeira reforça a ideia de uma pessoa ligada ao trabalho rural, mas que se encontra num momento de pausa ou contemplação, é um gesto que transmite simplicidade e dignidade. O chapéu também remete à vida no campo, ao trabalho ao sol e às tradições rurais que ainda existem.

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O que está em falta:

Fotografar mais retratos;

Construir uma narrativa;

Definir definitivamente que imagens vão entrar no projeto;

Acabar a edição.

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Possível ideia de narrativa: A minha aldeia é um lugar que resiste à passagem do tempo. Aqui, tudo parece suspenso, como se o presente se misturasse com o passado. Quero explorar essa sensação de imobilidade, onde a vida acontece devagar e os espaços guardam memórias silenciosas. Através de retratos, paisagens e detalhes do quotidiano, procuro capturar a beleza melancólica de um lugar que, apesar da calma e do silêncio, permanece firme, resistindo às mudanças do tempo e do mundo à sua volta.

Detalhes do quotidiano presentes nas minhas imagens: rachar lenha, roupa estendida, milho armazenado, rádio antigo (ligado ao lazer), paredes e texturas desgastadas

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EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS:

Câmara Fotográfica: SONY A7 Mark II

Objetivas: 50 mm e 28-70 mm

Tripé

Refletor

Cartões de Memória

Baterias Extras

Computador portátil

Software de Edição: Adobe Lightroom e Photoshop

Caderno de Anotações

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CRONOGRAMA:

Início da Toma Fotográfica: 10 - 30 de novembro

Análise de Provas de Contacto: 1 - 15 de dezembro

Edição das Fotografias: 16 - 31 de dezembro

Teste de Impressão e Escolha do Papel: 1- 15 de janeiro

Apresentação dos Testes de Impressão: 16 de janeiro

Impressão Final e Revisão Geral: 17- 20 de janeiro

Conclusão e Preparação para Entrega: até 23 de janeiro

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Iluminação:

Uso de luz natural: captura a atmosfera da minha aldeia e proporciona uma conexão autêntica com o ambiente.

Condições climáticas: dias nublados, "golden hour" (uma hora após o nascer do sol ou antes do pôr do sol) ou a "blue hour" (após o pôr do sol) - LUZ SUAVE E DIFUSA

A luz natural em condições mais sombrias vai realçar o sentimento de nostalgia e a calma da aldeia.

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Possíveis ideias para fotografias:

Locais que antes tinham vida (sensação de abandono e nostalgia): Escolas, campo de futebol…

Paisagens tranquilas (reforça a ideia de calma e serenidade): Campos, ruas…

Retratos de habitantes da aldeia: cenários como campos, ruas, café, jardim…

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Referência fotográfica: Vanessa Winship '' She dances on Jackson''

She Dances on Jackson é uma referência importante para o meu projeto porque Vanessa Winship retrata com sensibilidade comunidades onde o tempo parece suspenso, onde fotografa momentos de quietude e lugares onde a vida flui lentamente. O seu trabalho inspira-me a transmitir essa mesma atmosfera na minha aldeia, onde as interações diminuíram e a vida no geral tornou-se mais calma.

Este trabalho foi também um exercício de introspeção para Winship, que conseguiu capturar momentos que revelam tanto a beleza quanto a solidão da vida americana, especialmente em áreas onde o tempo parece mais lento e onde o silêncio e a contemplação predominam.

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Referência fotográfica: Alec Soth '' Sleeping by the Mississippi''

No trabalho Sleeping by the Mississippi, Soth cria imagens que exploram a vulnerabilidade e a introspeção dos indivíduos e lugares, mostrando-nos cenas quotidianas que evocam memórias e histórias não contadas. A forma como ele captura tanto a solidão quanto a beleza dos espaços vazios e a presença humana em cenários tranquilos, inspira-me a abordar a minha aldeia de modo semelhante, transmitindo a sensação de isolamento, nostalgia e tranquilidade.

Estas fotografias refletem o que quero retratar na minha aldeia: a paz que existe na solidão, mas também a inquietação e os sentimentos mistos que surgem dessa estagnação.

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Ponto de partida:

A minha aldeia sempre foi um lugar pacato, mas antigamente havia mais vida social. Os jovens costumavam encontrar-se nos cafés, conviviam entre si e havia um certo movimento. Hoje, isso mudou, agora resta apenas um café e já não existem os ajuntamentos de jovens como antes. A aldeia tornou-se ainda mais tranquila como se tivesse parado no tempo, há uma sensação de estagnação onde parece que já nada de significativo acontece.

Sentimentos sobre a aldeia:

A aldeia é um lugar tranquilo mas às vezes essa calma parece vazia. Sinto falta do tempo em que os cafés estavam sempre cheios de jovens a conviver, mas ao mesmo tempo aprecio o silêncio que agora domina. É como se o tempo tivesse parado, o que me traz uma sensação de melancolia, mas também de paz. Não sei se esta estagnação me tranquiliza ou me inquieta.

Tema:

Exploração da estagnação e do silêncio numa aldeia rural, onde o tempo parece parado.

''Aldeia em silêncio''

O título "Aldeia em Silêncio" representa a tranquilidade, a estagnação e o vazio que existe na minha aldeia.