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Sorria. A própria voz em tom autoritário que desconhecia ecoou em seus pensamentos no momento que o fotógrafo apontou a câmera em sua direção, não estava acostumada com aquilo. Tão logo o pensamento lhe ocorreu: como Millie aguentava? Sorria, mais uma vez a voz irritante, desta vez porque deveria responder à pergunta de uma repórter que cobria a inauguração e a entrevistava para o jornal de Ocean Hill. ❝ Não foi premeditado, só aconteceu. ❞ Apesar de tudo, o sorriso parecia genuíno e contava com um dar de ombros despretensioso para acompanhar. Muitas coisas só aconteciam para Sage. Aquela galeria, um passeio no iate do Tom Brady, seu noivado. ❝ Acho que meus olhos sempre tiveram a predisposição para reconhecer o belo e, enquanto viajava pelos quatro cantos do mundo encontrei peças que fizeram com que eu encontrasse meu propósito através do olhar do outro, eis o resultado. ❞
Sequer sabia o que estava dizendo. A história é bastante cômica, na verdade. Sage nunca demonstrou interesse em ser uma galerista de arte, fosse da sua vontade, seria tão somente a filhinha de papai herdeira de 1/6 do que chama de império vinícola. Mas, ao invés de cursar administração para eventualmente cuidar da sua parte nas ações, tirou um ano sabático que se transformou em dois, três, quatro… enfim, colecionava arte por hobby até que a pressão de ter quase 25 anos e nenhuma carreira consolidada porque sua vibe é pular de projeto em projeto sem nunca se comprometer por mais que alguns meses.
Por toda a duração da entrevista, 8 minutos que pareceram 8 horas, Sage mantinha a mão direita escondida no bolso do blazer oversized para não ofuscar sua noite com o, também seu, não tão recente anel de noivado. Há poucos metros dali, Andrew erguia ambos os polegares em sinal positivo e um sorriso fácil, um lembrete ambulante de que ela estava prestes a se comprometer com muito mais que a gestão de uma galeria de arte. Porra. Precisava tomar um ar, mais uma taça de champanhe e acender um kumbaya para aliviar o estresse.
Primeiro, gesticulou para Andrew: já volto. Era o que conseguiria capturar se fosse realmente bom em leitura labial como costumava se gabar. Em seguida, pegou uma taça de champanhe e se esgueirou para fora do salão, uma varanda onde podia sentir o vento acariciar sua pele e o cheiro de maresia. Antes de sair, entretanto, pensou ter escutado a mesma repórter que a entrevistava mencionar o nome de Emilia Liddiard. Impossível, não estão nos melhores termos e Sage odeia isso.
Elas haviam discutido uma, duas, três vezes nos últimos dias. Por isso, quando seus olhos deslizaram dos ombros pouco importantes das pessoas da festa, um a um, alguns femininos desnudos, outros vestidos em paletós de grife e etc, para uma silhueta especial do lado de fora do salão, aparentemente um bom lugar para duas vadias esnobes como elas se afastarem de todos aqueles bajuladores, Emilia foi correndo para lá. Deduziu que Sage estava tentando escapar da festa, buscando privacidade, enquanto se aproximava, deslizava a porta de vidro e se esgueirava para o lado onde o ar estava mais frio.
“Eu fiquei pensando... A Sage deve adorar quando eu jogo na cara dela as merdas que ela faz. Só isso explica você ter me chamado pra sua inauguração.”
A loira fez questão de fechar a porta de vidro para conservar aquela preciosa privacidade. Imaginou que, logo que a festa engatasse, não conseguiria ter mais momentos particulares com a estrela do momento. Era melhor aproveitar aquele ali.
“E também tô pensando que você deve ter começado com o pé esquerdo essa noite e tá de saco cheio logo no início da festa. Ou seja, ela promete ser uma merda.”
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es mala amante la fama.
Entrou piscando demais em razão das intensas luzes dos flashes do lado de fora. Malditos paparazzi. Certo, talvez não tão malditos assim. Millie é adepta da Fama com F maiúsculo. Falem bem, falem mal, mas falem de mim. Persigam-na lady Di style. Maluca, assim, é seu jeito psicopático de lidar com o resultado da sua carreira internacional. A série, Dead End, fazendo infinitamente mais sucesso que o esperado. A Netflix projetando a loira para todo mundo, exportando-a das fronteiras estadunidenses para países cujos idiomas dublavam seus lábios na tela e ela nem fazia ideia da existência. Porra. É um puta rush. Millie estava viciada.
Ainda assim, tinha seus momentos de praguejar depois de brilhar sob as luzes. Como aquele. A chegada na inauguração da galeria de Sage Blythe. Sua melhor amiga, até que se diga o contrário. As duas não vinham se entendendo muito bem desde que o papo de casamento começou a rolar. Emilia não concordaria nem se estivesse sendo ameaçada.
Um garçom veio e lhe entregou uma taça de champanhe com um sorriso. Ela agradeceu com seu ar distraído, de quem não liga muito para serviçais. Seus olhos percorreram o salão em busca de pessoas conhecidas. Odiava esse pequeno tempo entre chegar em um lugar e encontrar um rosto amigo, o momento em que se fica parada com a bandeja no refeitório da escola, procurando por um lugar para sentar.
Onde estaria Sage? Com o noivo, quem sabe? Ugh. Só de pensar, Millie se viu arrepiando em rejeição.
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SYDNEY SWEENEY In her Jessica Rabbit era, I guess?
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