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Em nossa caminhada, certamente encontraremos pessoas que irão nos motivar, que não irão nos motivar e muitas vezes irão até desejar que dê algo errado. Encontraremos pessoas que nos desejam o bem de verdade, que estenderão a mão, mas também encontraremos aquelas que irão nos empurrar para cairmos. Não importa. Não dependa da motivação dos outros para fazer a coisa certa, para fazer um bom trabalho e nem espere que alguém lhe estenda as mãos quando estiver caindo. Aqueles que não fazem nada para algo dar certo, que não desejam o bem a quem quer que seja, que não ficam felizes de verdade com a conquista do outro, não têm nada a oferecer a não ser isso mesmo. O caminho certo geralmente incomoda mais os outros que seguir o caminho errado.

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Je te laisserai des mots...

Esperava ansiosa pelo fim do dia para fazer sua caminhada. Era a pausa que a colocava no eixo novamente. O caminho não era perfeito, mas a colocava em contato com a natureza. Podia respirar um pouco de ar puro, ouvir as cigarras, o canto dos mais variados pássaros...o tempo estava mudando, a chuva prometida na previsão meteriológica parecia que ia cair realmente. Há ano ele havia partido. Como passou rápido, pensou. Lembrou-se da última ligação recebida, pensou no que queria ter dito e não disse. Agora já não podia; ele não estava mais por perto para ouvir. Ficou pensando em quando viviam no Val de la Loire, o inverno na França, no café que tomavam juntos pela manhã, cada um lendo o La Provence e o Le Parisien. O café crème não tinha mais o mesmo sabor; o amargo do café já não era tão amargo assim e nisso podia senti-lo mais perto. Café amargo e cigarros o trazia mais para perto dela, mesmo que apenas na lembrança. No caminho de volta a chuva finalmente começou a cair. Fina e silenciosa contrastando com o barulho dos carros passando, das aves se recolhendo. Deixou-se molhar por essa chuva fina e fria. Ainda era outono. Sabia que ao chegar em casa haveria um chá de especiarias quentinho à espera dela, um bom banho e um par de meias de lã. Aproveitou cada gota d'água em seu rosto, olhou para o céu cinza escuro, agradeceu a Deus por já estar chegando em casa.

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La simplicité se choisi...

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La journée commence après le café...

Se há algo melhor que tomar uma xícara de café no silêncio da manhã de um dia de chuva fina, desconheço.

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O inverno já estava chegando ao fim. Os dias já não estavam tão frios e os brotos novos e flores já apontavam nas árvores frutíferas. Apesar do fim de tarde anunciando a chegada de uma tempestade, era possível ver o pôr do sol alaranjado por detrás das nuvens escuras, acompanhado do canto dos pássaros, do barulho dos aviões pousando e do cheiro do café sendo passado. Era a melodia perfeita além de Rachmaninov...a vida acontece em todos os detalhes; só é preciso estar atento a eles.

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::O que faz você feliz?::

O que faz você feliz?

Dia de sol , dia de chuva?

Dias longos, o pôr do sol do verão, noites curtas ?

Cupim voando na lâmpada, chuva de verão?

Banho de mar, final de semana na praia, banho de mangueira no quintal?

Sorvete, limonada suíça, crianças correndo jogando bola na chuva?

O que faz você feliz?

O primeiro floco de neve, chocolate quente, gemada, bengala doce, café com chantilly?

Dias mais frios e chuvosos, chuva fina e silenciosa?

Bolo de caneca, bolo de maçã com canela, bolo de cenoura com calda de chocolate quente?

Banho quente e toalhas idem...

Filme, pipoca?

Quem sabe um chá quentinho depois de um dia difícil?

Uma conversa, alguém interessado em te ouvir e que você também possa ouvir?

O que faz você feliz?

Acender um cigarro e olhar a chuva caindo fina?

Seu livro favorito, café da manhã na cama?

Dormir e acordar com música de chuva?

Cheiro de café passado assim que acorda? Cheiro de bolo e pão saindo do forno logo cedo?

O sol entrando pela janela (geralmente da cozinha) ?

Xícara de café fumegando em cima da mesa?

Alguém que lhe faça tudo isso? Mãe, avó?...

Sua música favorita? Aquela que você escuta várias vezes seguidas?

Às vezes não nos damos conta do quão rápido a vida passa, do quanto podemos ser felizes com as coisas mais simples. Nos apegamos muitas vezes, às coisas que nem aconteceram e ficamos esperando o momento certo para ser feliz.

Em vez de reclamar da chuva, agradeça por ela. Sem ela não haveria o que comermos.

Dias de calor intenso também são insuportáveis se olharmos apenas para o que gostamos. Quantas pessoas não têm o privilégio de tomar um banho para se refrescar?

O trânsito estava caótico? Você não estava sozinho nele. Todos querem chegar em casa e descansar.

Saber ser feliz, saber valorizar os momentos felizes e não esquecer que nada nessa vida é duradouro: nem os dias ruins e nem os bons.

Essa vida é uma passagem...que saibamos viver e sermos agradecidos pelo pouco ou muito que temos.

Sophie

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Pause pour un café...et bonne soirée !

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Fragments...

Em uma manhã de domingo que apesar do sol, era bem fria; fim de outono, um vento gelado soprava o rosto fazendo com que os olhos lacrimejassem. Era dia de agradecer a Deus pela semana que havia passado. As últimas semanas haviam sido conturbadas, sentia-se desordenada interiormente, muitos pensamentos, muitas coisas para fazer e não estava conseguindo parar e respirar um pouco. O domingo era o respiro de que precisava para se recompor. O silêncio da igreja antes da missa começar e também o silêncio no final do dia eram as únicas coisas que pareciam colocar as coisas no lugar...

Sophie

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::Esperas...::

Acho que não há angústia maior que a angústia da espera. Em tempos que temos tudo na palma da mão tão rápido, esperar, muitas vezes pode ser uma tortura. Principalmente quando se espera encontrar alguém, mas não qualquer um. Aparece alguns e a gente acha que dessa vez é a pessoa certa, mas aí começa a perceber que só vc quer que essa pessoa seja a certa e para o outro tanto faz ser vc ou não. Começa a entrar em grupos de bate papo pra tentar suprir uma carência e sabe que precisa mesmo é ter paciência e talvez aceitar que nem todo mundo nasceu pra casar...o que eu poderia buscar ouvir de algumas pessoas ' ah, vai chegar a sua vez' 'uma hora vc encontra alguém' mas e se não encontrar ninguém? É uma possibilidade. Não há mais homens como antigamente e os poucos que conheci não sabem como conquistar uma mulher. Então o que fazer? Se não quiser mais jogar conversa fora com pessoas desinteressantes, fuja delas na primeira oportunidade. Não se demore aonde vc sabe que perderá seu tempo e tempo perdido a gente não recupera.

A gente percebe em pequenas atitudes a importância que o outro nos dá. Se estão longe, encurtam a distância.

Sophie

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Fragments #24

...«Aqueles primeiros dias foram difíceis para continuar seguindo sem ele. Levantar-se pelas manhãs era um suplício. Ouvira somente o seu caminhar dentro de casa no silêncio das manhãs; ele não mais estaria à mesa lendo seu jornal, a espera dela, o cheiro do café passado na cafeteira italiana já não a deixava feliz. Ainda se lembrara do dia em que caiu de joelhos ao lado da piscina, com o maior sentimento de impotência diante daquela que ceifara a vida do seu amado. Era indiferente para ela comer ou não, nada tinha o sabor de antes; o café, de repente se tornou mais amargo que de costume. Se obrigava a fazer o necessário porque a vida tinha que continuar. E em algumas horas do dia se pegava pensando no acidente que o havia levado e a deixado só. Recomeços às vezes são difíceis, porém, uns mais que outros...»

Sophie

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Fragments #23

Pensando em um texto que acabará de ler, ouviu ao longe um cão latindo, apenas um latido e depois outros mais longe ainda. Começou a se recordar de quando era criança e dormia na casa dos avós nos finais de semana. À noite, ao deitar-se fora do horário de costume, ficava ouvindo o silêncio e os cães latindo bem distante. Lembrou-se de um quadro com uma pintura que remetia a ela um fim de tarde em algum vilarejo com vista para o mar e alguns coqueiros em frente às casas. Quanto tempo se passou desde então, quantos erros...parecia que a única coisa de que conseguia se lembrar era dos erros. Quantas pessoas quiseram chegar e nenhuma quis ficar e isso doía e dizia para si mesma que ainda iria encontrar quem realmente quisesse compartilhar um café, livro ou uma conversa no fim da tarde. Não qualquer conversa, não conversa jogada fora relatando superficialidades. Banalidades eram bem vindas, mas não o tempo todo. Se permitiu chorar porque era a única coisa que aliviaria aquele aperto no peito pelo último encontro não ter dado certo, depois de anos sozinha. Lembrou-se de como era bom ter alguém pra andar de mãos dadas e passar o dia inteiro conversando. Chorou não exatamente porque não deu certo, mas porque ele também não era quem ela queria. Ele já havia partido e não iria retornar...

Sophie

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Fragments part. 22

Apesar de gostar mais dos dias frios e cinzentos do inverno, as manhãs de verão também lhe eram muito agradáveis. Sentia-se muito confortável ao ver o pé de jasmim florido, molhado da chuva que havia caído logo cedo e cheio de algumas espécies de abelhas e borboletas. O cheiro do jasmim podia ser sentido assim que adentrassem a rua pois haviam outros. O chão ficava cheio de pétalas e contrastava com as manchas douradas feitas pelo sol ao refletir nas árvores. Como era bom sentir o cheiro das flores misturados ao cheiro de terra molhada e de uma nova tempestade que já se aproximava. Era o início de mais um ano e a promessa de dias mais felizes ainda estava tão fresca como aquele dia de verão.

Sophie

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Noël s'approche...

Olhando as luzes de Natal pela janela da sala era como se o céu tivesse descido. As luzes de Natal lembravam o brilho das estrelas. Era a época mais feliz do ano ou pelo menos deveria ser. Parecia que todos os sonhos se tornariam realidade na noite de véspera. Era só o seu lado menina que ainda acreditava que algumas coisas aconteceriam, e seu lado racional logo a fez pisar o chão novamente. Muitas coisas não voltariam a ser como antes e algumas pessoas jamais voltariam. O frio era intenso...pegou uma xícara de chocolate quente, seu livro e voltou a admirar as luzes de Natal.

Sophie

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«Alguns caminhos precisamos percorrer sozinhos...»

Sophie

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Fragments part #21

«Conseguiu escapar por alguns minutos do barulho de dentro de casa. Pegou uma xícara de chá e saiu. Não fosse o frio que fazia, aquela xícara de chá teria durado uns 20 minutos. Mas os cinco minutos foi suficiente para ter certeza do que quer e principalmente, do que não quer.»

Sophie

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Fragments part 18

«Havia dias que queria ter alguém para conversar, mas quem ela realmente queria por perto já não podia ouvi-la...era uma noite quente de final de inverno e foi até a janela na esperança de sentir uma brisa refrescante e ficou ouvindo os carros ao longe já que morava perto de uma rodovia e se lembrou de quando era criança, quando acordava durante a noite e ficava prestando atenção ao barulho dos carros que passavam vez em quando nas outras ruas próximas à casa de seus avós...podia ver de olhos fechados as luzes da cidade e alguns carros passando e alguns aviões decolando e pensava para onde iam. Imediatamente voltava seu coração para a Bretagne...aquele mar dos Pirineus que talvez nunca mais fosse ver. Sentiu vontade de chorar, contudo, preferiu recolher-se em seu silêncio. Há coisas que mesmo tendo com quem falar ficam melhores guardadas ou sendo divididas apenas com Deus. Ninguém mais nos entende melhor que Ele...»

Sophie