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Desejo de natal
Estava nevando e Hongjoong decidiu não ir para o estúdio naquele dia. Era véspera de natal e ele não queria se atrasar para voltar para o dormitório já que ele prometeu passar a noite com o seu grupo. Esses dias eles estavam com uma programação lotada, mas, mesmo assim, ele não poderia trabalhar quando prometeu após muito choramingo de seus membros que ficaria em casa. Por mais que ele desejasse muito adiantar algumas coisas no estúdio. Ele levantou da cama com muita preguiça por está debaixo dos cobertores em um dia frio. E se arrastou até a sala após verificar que seu colega de quarto não estava na cama.
Todos estavam espalhados entre a sala e a cozinha. Wooyoung e San estavam cozinhando com Yunho ajudando. Jongho e Yeosang estavam arrumando a árvore enquanto Mingi reclamava e depois ria dos dois ficando bravos com ele. Seonghwa estava deitado, de barriga para baixo, muito focado escrevendo alguma coisa em uma folha. Hongjoong sentou perto de seu colega de quarto, tentando ver o que possuía nessa carta mas Seonghwa foi mais rápido puxando para próximo dele, escondendo-o.
— O que é isso? Achei que todo mundo já tinha terminado as cartas de natal. — Hongjoong disse deitando por cima de Seonghwa na tentativa de ler o que ele estava escrevendo.
— E terminamos. Isso é outra coisa. — Seonghwa comentava sobre as cartas que em todo natal o grupo escrevia um para o outro em forma de amigo-secreto e na noite de natal, eles trocavam entre eles.
— O que?
— Você é muito curioso, Hongjoong. Não vou contar, você vai ri da minha cara.
— Prometo que não.
— Bem… — Seonghwa respirou fundo e penso muito antes de começar a contar — Desde de criança eu escrevia carta para o papai noel…
— Hwa… — Hongjoong segurava o riso enquanto olhava para seu colega de quarto.
— Não vou falar mais.
— Não, desculpa, conta.
— Enfim, eu continuei mesmo não acreditando mais em papai noel. É tipo meu modo de finalizar o ano. Me acostumei com essa tradição.
— E você escreve o que?
— Eu falo do ano que tive e meus desejos para o próximo ano.
— Entendi. — Hongjoong sorria mas não rindo da cara de seu amigo e sim porque ele achava fofo essa ideia de Seonghwa. Parece que qualquer coisa que ele fizesse, aos olhos de Hongjoong, era fofo. — Depois você faz o que?
— Eu guardo.
— Eu posso ler?
— Não. É pessoal, Hongjoong. É tipo um diário.
— Ok.
Hongjoong fingiu concordar mas continuava muito curioso sobre aquela carta. Ele se afastou a caminho da cozinha, mas ainda observava Seonghwa para saber onde ele guardaria depois de terminar. Ele não queria ser o péssimo amigo que olhava as coisas pessoais dos outros mas a curiosidade estava o matando por dentro. E seria apenas uma leve olhada, nada demais.
Alguns minutos depois, Seonghwa foi até seu quarto levando a tal carta. Hongjoong o seguiu tentando ser o mais discreto possível e viu o amigo mexendo em uma caixa. Antes que ele saísse do quarto, ele correu de volta para a sala. Seonghwa apareceu logo após oferecendo ajuda aos cozinheiros.
Hongjoong esperou muito minutos depois que Seonghwa saiu do quarto, por incrível que pareça pois sua curiosidade estava remoendo sua cabeça. Mas foi apenas para não parecer suspeito. Ele fingiu que iria ao banheiro e passou direto para o quarto. Ele encontrou a caixa e antes de abrir a sua consciência começou a pesar.
— Kim Hongjoong, esse homem confia a vida em você e é assim que você retribui? Ele não pode ter um segredo de você? Você é esse tipo de amigo possessivo mesmo? Respira, Hongjoong.
Ele respirou fundo algumas muitas vezes e desistiu, tentando colocar a caixa de volta mas por não alcançar a parte alta do armário acabou derrubando em sua cabeça. Assim que ele e a caixa caiu, ela se abriu e cartas caíram pelo quarto. Ele colocou todas rápido mas pensou que não sabia a ordem mas, pelo menos, a mais recente teria que está em cima para que Seonghwa não suspeitasse. Então ele saiu abrindo as cartas, sem ler o conteúdo, apenas olhando as datas. Quando ele achou a mais recente, antes de fechá-la, ele bateu o olho em seu nome escrito lá. Ele fechou rapidamente e sussurrou várias vezes a palavra “droga!”. Ele acreditava que sua amizade com Seonghwa era mais forte que sua curiosidade mas isso era só enquanto não sabia que foi mencionado na carta.
— Ele deve está agradecendo ao grupo todo, Hongjoong, você não precisa ler. — Ele falava em voz alta para assim aceitar suas palavras mas foi em vão. — Mas não custa só dar uma olhada no paragrafo com meu nome, alias não deve ser nada de mais.
Hongjoong abriu a carta pedindo desculpas mentalmente para Seonghwa muitas vezes. Ele começou a ler o parágrafo em que estava seu nome escrito.
“Eu sei que todo ano escrevo isso mas eu preciso que em algum momento isso se realize. Eu desejo que nesse natal eu consiga me declarar para Hongjoong. A cada ano meu coração pede mais por ele e eu até agradeço ficar só na amizade mas o meu maior desejo era beijá-lo e pedi-lo em namoro.”
Hongjoong precisou ler mais de uma vez essa parte da carta para acreditar o que estava escrito. Ele fechou e colocou a caixa rapidamente dentro do armário. Ele sentou na cama tentando digerir o que tinha acabado de ler. Ele estava surpreso do que acabou de ler. Por mais que todos do Ateez o tratam como pais do grupo e que eles agiam sempre como casados, Hongjoong se recusava se iludir porque para ele Seonghwa não gostaria de ser mais do que amigos. E Hongjoong gostava de Seonghwa mais do que isso a anos. Alias, ele acredita que foi amor desde a primeira vez que ele o viu. Seu coração palpitou tão forte e ele ficou tão nervoso que parecia que Seonghwa era um Deus quando o conheceu. Demorou algum tempo para ele entender o que era aquele sentimento que ele tinha dentro dele sempre que pensava em Seonghwa.
— Hongjoong! — Yunho gritava da cozinha e ele acordou dos seus pensamentos e correu até os outros que o olhavam assustado. — Você está pálido, aconteceu alguma coisa?
— Não, eu estou bem. Você me chamou?
— Sim, experimenta esses dois molhos e me fala qual está melhor. Mesmo eu sabendo que é o meu.
Wooyoung gritava ao fundo dizendo que era o dele e os dois começaram a discutir quando Hongjoong experimentava dizendo que os dois estavam bom, o que fez eles continuarem debatendo sobre o melhor molho. Hongjoong sentiu uma mão pelo seu ombro e quando ele se virou, seu rosto estava bem próximo do rosto do Seonghwa. Ele se afastou rápido, assustando o mais velho.
— O que foi, Hongjoong? Se assustou comigo?
— Não, não. — Ele se distanciava mais de Seonghwa. — Só foi de repente mesmo.
— Não aconteceu nada mesmo?
— Sim, quer dizer não. Não aconteceu nada.
— Você está estranho. — Seonghwa olhava para Hongjoong como se pudesse tirar a resposta dele só com o olhar. — Enfim, vem aqui me ajudar em uma coisa.
Seonghwa pegou na mão de Hongjoong, o que deixou o mais novo tímido com o toque. Ele tentava fingir que nada tinha acontecido mas na sua cabeça só repetia a frase “Seonghwa gosta de você, Seonghwa gosta de você…”. Então era difícil fingir que o coração dele não batia mais forte por qualquer coisa que o mais velho fazia com ele.
— Eu preciso colocar uns enfeites aqui mas não confio subir nessas cadeiras. Vem aqui me ajudar, vamos começar com essa estrela na árvore. — Seonghwa pegou uma sacola com alguns enfeites, se virou e abaixou chamando o Hongjoong para subir nas suas costas.
— Que?
— Que o que, menino. Sobe aí. Você é menor, não vai bater no teto se subir em mim, relaxa. Sobe no meu ombro e coloca a estrela por favor. Vai logo Hongjoong, para de drama.
Hongjoong ficou alguns segundos paralisado e Seonghwa bateu em sua bunda para acelerar ele, deixando-o mais nervoso. Ele subiu nos ombros do Seonghwa e colocou a estrela na árvore. Quando Seonghwa percebeu que a estrela estava certa e não cairia, ele desceu Hongjoong, segurando-o em seus braços. Seus rostos ficaram próximos o suficiente para que Hongjoong esquecesse até como respira. O mais velho não resistiu olhar para os lábios do seu amigo e soltou um sorriso para disfarçar, olhando agora para seus olhos. Aquilo foi o suficiente para que Hongjoong tivesse uma crise de coragem e puxou Seonghwa pelo braço (com a sacola de enfeites mesmo) até o quarto deles. San gritava ao fundo para eles não fugissem que logo tudo estaria pronto. Hongjoong empurrou Seonghwa dentro do quarto e fechou a porta. Ele olhava para um Seonghwa com um semblante de uma pessoa confusa e perdida, segurando uma sacola pequena de enfeites.
— Desde quando? — Hongjoong perguntava como se fosse um assunto que não estava somente na cabeça dele.
— Desde quando o que?
— Ai, Seonghwa, que droga! Eu estava muito bem antes de saber isso. Agora eu estou aqui nervoso com tudo. Com você chegando perto de mim, com seus olhares, com você por inteiro. — Seonghwa continuava olhando para ele sem entender. — Eu sempre soube de mim mas enquanto eu não sabia de você era muito mais fácil de lidar.
— Se você quiser explicar, eu vou agradecer.
— Eu…ai, esqueci que tenho que contar que li a carta para falar isso.
— Que carta, Hongjoong? — Seonghwa cruzou os braços, começando a ficar bravo.
— Então, promete que você não vai ficar bravo se eu contar?
— Não prometo. Conta.
— Ok, er…Eu…eu li a sua carta.
— Que carta? Que eu escrevi para o amigo-secreto?
— Não, a sua carta. A do “Papai Noel”.
— Kim Hongjoong! — Seonghwa soltou a sacola no chão e andou rápido até o Hongjoong, apontando o dedo em sua cara, furioso. — Eu não acredito que tenho que começar a te explicar que não é para mexer nas minhas coisas! Eu disse que era algo pessoal, por Deus!
— Eu sei, desculpa. Eu não ia ler, quer dizer, eu fui ler aí achei a carta, achei que era uma péssima ideia, devolvi a caixa, deixei ela cair, tentei arrumar em ordem então abri a última, para saber se era a última mesmo e vi meu nome. — Hongjoong falou rápido, demonstrando que estava nervoso. — Me desculpa?
— Você leu o que estava escrito junto com seu nome? — Hongjoong confirmou com a cabeça. Seonghwa respirou fundo, passando a mão pelo cabelo tentando montar uma frase mas nenhuma palavra saía da sua boca.
— Seonghwa…
— Não, espera. Não fala nada. Eu não estou preparado para levar um fora no natal.
— Seonghwa…
— Por favor, Hongjoong. — Os olhos de Seonghwa lacrimejavam e ele lutava para não começar a chorar na frente do seu amigo. Hongjoong segurou o rosto de Seonghwa para que ele o encarasse. Seus rostos estavam próximos e só dava para escutar a respiração descoordenada de ambos.
— Seonghwa…você tem um visco nessa sacola de enfeites? — Hongjoong disse fazendo ambos rirem por lembrar do significado do enfeite. Seonghwa concordou apenas acenando. Ele pegou o visco na sacola e entregou para seu amigo que levantou o objeto deixando em cima de ambas as cabeças dos dois. — Sabe o que acontece quando duas pessoas ficam embaixo do visco, não é?
Seonghwa sorriu ainda sem acreditar na proposta que Hongjoong estava fazendo apenas levantando aquele enfeite. Hongjoong aproximou seus lábios nos de Seonghwa e assim começaram a se beijar. Não demorou muito para que Seonghwa desse permissão para a língua de Hongjoong e eles aprofundarem o beijo. Seonghwa puxou o mais novo pela cintura e ele soltou o enfeite, colocando agora os braços em volta do pescoço do outro. Eles pararam o beijo quando escutaram o nome de ambos vindo da cozinha.
— Logo os meninos vão derrubar essa porta se a gente não descer. — Seonghwa disse dando alguns beijos pequenos no pescoço de Hongjoong.
— A gente conta para eles hoje?
— Não, vamos deixar para o almoço de natal. Quero ver eles deduzindo a nossa relação, é divertido.
— Seonghwa, a gente sempre agiu como casal, nem vai parecer diferente.
Hongjoong começou a ri e Seonghwa suspirava olhando o homem que ele sempre amou, agora, em seus braços e sorrindo. Ele não acreditava mais em papai noel mas acreditava em seus sonhos. E escrevê-los e desejá-los era o que deixava mais forte a cada ano. O natal deixou de ser apenas um feriado festivo para o dia que o natal trouxe a pessoa que ele mais desejava. E com certeza ele agradeceria a isso na carta do próximo ano para o papai noel.
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A magia das almas
Yoohyeon estava mais uma vez se questionando se deveria ser guardiã da floresta. Não a leve a mal, ela ama sua posição como também ama todos os seres que são protegidos por ela. Mas era exaustivo todas as reuniões das guardiãs.
Não era fácil suportar quando Siyeon, guardiã do fogo, chamava Gahyeon, protetora da água, de domadora de poça de chuva. E dificilmente essas coisas paravam de acontecer. Além do fato que eram horas e horas ouvindo Minji proferir cada regra, cada objetivo, cada trabalho como se todo mundo fosse novo. Semanalmente. Minji era a guardiã do universo e por isso, cabia a ela relembrar cada um o seu papel.
Yoohyeon sabia muito bem o dela, poderia refazer todo esse procedimento de cor e ainda apresentando slides bonitos e enfeitados do que esse papel arcaico que Minji continuava a usar. Vamos lá, temos magia, podemos fazer melhor que isso. Isso lembra outra regra das reuniões: Não se pode fazer magia. Nem que seja apenas um copo de água ou um maremoto, era proibido por lei seguido por expulsão do cargo e das terras. Essa lei entrou em decreto após uma reunião onde antigas guardiãs começaram uma briga que teve sérias consequências.
Só existia uma pessoa que demonstrava a mesma energia que Yoohyeon só que também visualmente. Handong, a guardiã do gelo, era como dizia seu título. Dificilmente demonstrava algo além de sua cara de tédio. Ela aparecia sempre pontualmente, sentava em sua cadeira, falava apenas quando mencionada e observava toda reunião com o semblante de eu quero morrer. Yubin, guardiã do submundo e grande amiga de Yoohyeon já comentou que Handong era muito legal e que só demonstrava a impressão que não era simpática. Eu tenho certeza que ela me odeia porque ela me olha com aquela cara de metida dela. Comentou Yoohyeon em uma de suas caminhadas com a amiga. Yubin era guardiã das portas do submundo, ela estava entre os dois lados e sua missão era não deixar nenhuma pessoa de ambos os lados passar por aquela porta sem uma autorização.
— Você pensa muito sobre a história das almas gêmeas? — Yoohyeon perguntou para Yubin, olhando para os lados
— Eu não sei se gostaria de achar minha alma gêmea. Essa coisa de seus poderes não funcionarem perto da pessoa me assusta. Imagina se for alguém do submundo? Eu posso me dar muito mal nisso.
— É, isso é verdade. Porem, seria legal encontrar alguém para viver o resto da vida junto. Minha magia é de menos nessa hora. — Yubin olhou para sua amiga e respirou fundo, julgando.
— Com certeza, nossas prioridades são diferentes.
Yoohyeon pensava nisso mais vezes do que realmente comentava com sua amiga. Ela tinha um sonho de encontrar sua alma gêmea e acreditava que esse método de sua magia ser cancelada perto dela era um modo das guardiões nunca encontrarem o amor e seguirem sozinhas com seus afazeres. Mas Siyeon era uma das pessoas que já tinha passado por isso.
Em uma luta, ela trabalhou ao lado de Bora e assim descobriu que ela era sua alma gêmea. Do começo era muito difícil aceitar o destino mas era muito mais difícil ficarem longe uma da outra. Elas criaram métodos onde poderiam se proteger em sua própria casa com magia de outras bruxas e em lutas, trabalhavam sempre em uma medida distante para que possam usar suas magias. Não parecia tão impossível como Yubin dizia e qualquer pessoa podia ser sua alma gêmea, não necessariamente uma guardiã. Mas poderia ser mais complicado se fosse ambas guardiãs pois também teria a perda da magia da outra pessoa.
Yoohyeon tinha um método, considerado sutil pela mesma, para descobri se alguém era sua alma gêmea: toda vez que uma suposta pessoa aparecia perto dela, ela estala os dedos criando uma rosa em sua mão. Se não funcionasse, seria a pessoa. Mas em todas as vezes a magia sempre aconteceu. Pode não ter acontecido o encontro com a pessoa ideal mas a possível candidata sempre ficava maravilhada com a mágica. Não era o que Yoohyeon queria mas no momento poderia ser interessante. Ela já pensou em aceitar e ficar sozinha ou namorar uma outra pessoa que não fosse sua alma gêmea. Mas o medo de sua alma ideal chegar logo após era muito grande. Ela esperava fingindo que não estava esperando.
Nessa última reunião em que Yoohyeon estava, Minji a chamou para uma missão. Ela estava surpresa pois nunca que o seu nome era um dos chamados para as missões, ela era uma das guardiões que tinha e especialidade de proteger em vez de atacar como Siyeon e Handong. Mas dessa vez, Siyeon não poderia acompanhar a guardiã do gelo e ficou nas mãos de Yoohyeon esse papel de protegê-la. E ela aceitou.
Não seria fácil acompanhar Handong em uma missão. Além do fato de que ela achava que a guardiã não gostava dela, Handong não pronunciava nenhuma palavra o caminho todo. Yoohyeon puxava assunto perguntando algumas coisas sobre ela ou técnicas sobre a missão mas ela sempre dava respostas curtas. Somente com o necessário. Diferente das outras guardiões, Handong nunca tentou se aproximar de Yoohyeon, suas poucas palavras trocadas em todos esses anos era o que fosse obrigado pela união das guardiãs. Era complicado não pensar que a guardiã do gelo a odiava mesmo. Yoohyeon desistiu então.
A missão era de que Handong precisava buscar um talismã perdido que Minji estava a procura a algum tempo. E ele estava em um local que emanava energia obscura. Era perigoso ela ir nesse local sem uma guardiã com poderes especializados em proteção. Yoohyeon pegou algumas dicas com Yubin antes de ir na missão, caso algo em que ela não conhecia pudesse aparecer. Ela trabalhou bastante com medo sobre a vida de Handong estar em jogo. Independente delas se gostarem ou não, era o trabalho dela protegê-la naquele momento.
Handong foi em frente para a caverna e pediu para Yoohyeon a esperar fora enquanto ela observava a entrada do local. Não demorou muito para que algo a atacasse, a jogando longe. Yoohyeon correu em sua direção para vê se a guardiã do gelo estava bem. Handong se levantou brava, sem ao menos responder a outra garota. Ela foi com tudo para a entrada novamente, mandando Yoohyeon a ajudá-la.
— Yoohyeon, faça um escudo enquanto eu ataco a entrada. — Yoohyeon concordou, mexendo suas mãos e criando um escudo que não apareceu. Antes que Yoohyeon pudesse dizer para Handong o que estava acontecendo ou, pelo menos, entender porque a magia sumiu, ambas foram jogadas longe.
— Yoohyeon! Eu pedi o escudo, o que está acontecendo?
— Eu…eu não sei, eu fiz! Isso nunca aconteceu. É uma magia boba, eu sei fazer isso.
— Não parece. — Handong disse com desdem, levantando novamente.
— Olha aqui, eu estou tentando!
— Não precisa mais, você só está atrapalhando.
Handong se levantou enfurecida e se preparou para atacar uma rajada de gelo no local mas nada acontece. Ela se surpreende e novamente faz o movimento, sem nada acontecer.
— O que é isso? A energia daqui está cancelando nossos poderes?
— Eu não sei. Minji não disse nada disso e Yubin não comentou que poderia ser possível isso também. Eu estou confusa, melhor a gente sair daqui.
— Não, eu nunca falhei em uma missão não vai ser hoje que isso acontecerá.
Antes que Handong pudesse tentar novamente, ela foi arrastada por Yoohyeon que a levou para longe daquele local. Elas pararam em um campo alguns quilômetros de lá e Handong começou a gritar com Yoohyeon.
— Você está louca? Quem você pensa que é por me segurar desse jeito? Garota, você-
Handong foi interrompida por Yoohyeon estalando os dedos na frente do seu rosto. Ela abriu a boca, incrédula, que a guardiã da floresta estava a tratando como um cachorro. Ela começou a falar e novamente foi interrompida com o estalar dos dedos. Yoohyeon a olhava assustada.
— O que você está tentando fazer, garota?
— Handong, tenta usar seus poderes. Tenta me atacar.
— O que? Não, eu não vou te atacar. Eu estou com bastante vontade mas se eu faço isso sou expulsa.
— Me ataca! — Handong fechou os olhos e movimentou as mãos para atacá-la e quando abriu os olhos percebeu que nada aconteceu.
— Ainda estamos no bloqueio de poderes?
— Não…nós estamos afastadas do local.
Handong continuou olhando para Yoohyeon procurando uma resposta até que Yoohyeon pegou em suas mãos e um arrepio correu por seu corpo. Nesse momento, ela lembrou de toda a história sobre almas gêmeas e o quanto ela estava animada para conhecer a sua após Siyeon contar como conseguiu lidar com o cancelamento de poderes e como era possível viver com sua alma gêmea. Antes que a guardiã da floresta pudesse explicar algo, Handong a puxou pela nuca para um beijo inesperado mas delicado. Suas mãos subiam e brincavam com as mechas do cabelo de Yoohyeon que respondeu o beijo, colocando suas mãos na cintura da guardiã gélida. O beijo acabou com ambas encostando as suas testas e soltando sorrisos bobos enquanto refletiam o atual destino delas. Yoohyeon nunca presenciou um sorriso tão lindo quanto o de Handong naquele momento.
— Precisamos de Yubin para nós salvar, correto? — Handong disse rindo e acariciando o rosto de Yoohyeon que confirmou a pergunta com a cabeça.
Enquanto elas entravam em contato com Yubin e esperavam pela guardiã do submundo para terminar a missão, de mãos dadas, elas percebiam que tinham muito ainda o que pensar do que seria daqui para frente. A única certeza que ambas sabiam era que nunca mais aquelas mãos seriam separadas e o amor delas seria para sempre.
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Eu queria ser o San
Era 3 de dezembro o dia que descobri que o amava.
Ele me emprestou seu suéter porque começou a fazer frio logo após a saída do colégio e eu estava sem nenhum. Recusei, pois ele ficaria com frio também, mas, mesmo assim, ele disse que não teria problema e que eu poderia devolver no dia seguinte. Ele olhou para mim e disse como eu ficava bonito com aquele suéter e eu apenas sorri enquanto dentro do meu coração acontecia uma comemoração.
Passei a noite agarrado naquele suéter pensando o quanto eu o amava e ele não sabia.
Eu amo o Wooyoung a mais tempo que eu pudesse contar. Nos conhecemos quando eramos crianças e desde então somos melhores amigos. Fazemos todas as coisas juntos e passamos a tarde toda um do lado do outro, mesmo quando não estamos no colégio. E quando não podemos ficar juntos, conversamos por kakao. E eu assumo que era impossível não se apaixonar por ele. E mais impossível ainda deixar de amá-lo.
A ideia de confessar seus sentimentos era assustadora. Eu tinha medo de perdê-lo. Eu penso que se ele não pudesse corresponder aos meus sentimentos ele poderia se afastar para eu esquecê-lo e não sofrer mais. Então aceitei continuar apenas como melhor amigo, mesmo quando os meus sentimentos explodiam dentro de mim. Mas tudo estava ok na medida do possível. Até ele aparecer.
San.
Ele é um garoto lindo. Acho que dizer isso ainda era pouco para a beleza dele. Quando ele passava pelo corredor era possível ver a energia que ele emanava. Era angelical. Ele era maravilhoso, sorriso perfeito e olhos brilhantes, mais brilhantes que o céu. E percebi como os olhos de Wooyoung brilharam para ele também. Eu conhecia Wooyoung como ninguém. Ele não precisava falar o que sentia que eu já sabia apenas observando ele. E naquele momento, percebi que San o hipnotizava e ao mesmo tempo, eu morria por dentro.
Eu não tinha nenhuma chance contra San. Wooyoung começou a conversar com ele e eu conseguia ver o jeito que ele sorria para ele não era o mesmo do jeito que ele sorria para mim. San voltava todos os dias do colégio com nós dois e eu sentia que não existia mais espaço para mim lá. Como eu poderia competir com alguém muito mais atraente?
Um dia estava frio e você emprestou seu suéter para ele. O mesmo que você me emprestou e disse que ficava tão lindo em mim. Agora ficava muito mais bonito nele do que em nós dois. Tão bonito que você deixou para ele. Era possível ver quase todos os dias San vestido com o seu suéter. E cada dia desses eu perdia uma parte de mim. Doía como se você tivesse tirado meu coração para colocar o dele no lugar. Eu desejava ser o San.
Em uma das tardes em que nós três passeávamos pelo parque, Wooyoung passou o braço pelo ombro de San. Eu vi seu braço pelo suéter que antes estava em mim. E agora eu sentia frio por não está mais com ele, por mais forte que pudesse ser o Sol eu ainda estaria com frio. Poderia ser eu com aquele suéter e com aquele abraço. Poderia?
Era impossível odiar o San. Ele era um anjo com todos, inclusive comigo. Ele sempre me convidava para sair com os dois antes mesmo de Wooyoung pensar meu nome. Ele sorria para mim e era muito carinhoso. Eu entendo porque ele o ama, eu também poderia amar se eu não amasse você. E por isso machucava pensar que as vezes queria que San não existisse.
Suas mãos juntas, dedos entrelaçados bem aos meus olhos como se fossem espinhos, tão fortes, me penetrando e me fazendo sangrar. Como eu poderia segurar tanto meu choro como eu segurava todos os dias. Somente na hora de dormir, onde eu fechava os olhos na minha cama, tudo transbordava até mesmo meu amor por Wooyoung.
Algumas vezes era tão difícil suportar. Eu poderia sentir meu ódio crescer e transferir para meus punhos quando eu socava a parede do banheiro. Wooyoung me perguntou tantas vezes se eu estava bem em fracos momentos onde eu demonstrava minha dor e frustração. Mas eu sempre sorri, por fora, desejando que ele pudesse ler na minha mente que eu não estava bem. Nunca estive tão mal como eu estava no momento.
Cada dia era mais forte a dor de ser melhor amigo de Wooyoung. Mas eu amava Wooyoung.
Quando ele me chamou para ajudar a comprar um anel para San eu senti tudo desabar dentro de mim. E era lindo o tão atencioso e carinhoso ele era de escolher delicadamente tudo. Tudo tão detalhado, até o jeito que você decidiu fazer o pedido. No parque onde aconteceu o primeiro beijo ao qual era o nosso parque, mas Wooyoung não lembrava mais. Eu fechei os olhos por alguns segundos e imaginei como seria se eu fosse San.
Eu queria muito ser o San. Eu só queria ser bonito que nem ele, ser tão angelical quanto ele, ser um colírio para todos como ele era, sociável, belo, o pacote completo de um bom namorado. Mas eu não era nem metade do que San era. E por isso que você nunca me beijaria.
Hoje eu continuo como melhor amigo de Wooyoung e San continua seu namorado. Nos dois somos ótimos amigos também, San me ama assim como Wooyoung me ama. Cuida de mim como seu melhor amigo também porque ele não tem noção do quanto eu queria ser ele.
Me pergunto se um dia eu poderei me acostumar com essa dor e viver ao lado dos dois sem me sentir assim. Me pergunto se algum dia pararei de desejar ser o San.
Mas, por enquanto, eu só queria ser o San.
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Butterfly
Ultimo dia das atividades de Thanxx e os integrantes do Ateez decidiram beber até de madrugada para comemorar todas as coisas que conseguiram nessa era.
Estavam os integrantes sentados ao chão, alguns com travesseiros para ajudar a apoiar como Yeosang, outros como San deitando a cabeça no colo de Wooyoung e Mingi que estava com a dele apoiada no sofá enquanto Yunho encostava a sua no ombro do rapper. Jongho estava encostado com as costas no armário da televisão, segurando a garrafa de cerveja na mão como um microfone, cantando algumas músicas aleatórias.
Seonghwa observava tudo de longe enquanto limpava a bagunça do jantar que eles acabaram de comer. Hongjoong foi até a cozinha buscar ele. Ele puxou duas garrafas de cerveja e apontou uma para seu melhor amigo.
— Você precisa mesmo limpar tudo isso agora? — brincou, abrindo as duas garrafas.
— Está uma bagunça e eu não estou limpando, só estou jogando fora as embalagens.
— Isso é limpar, Seonghwa. — Seonghwa olhou para o menor que debochou com o olhar dando um gole na cerveja.
— Se eu não limpo, amanhã isso estará uma bagunça. Alias, eu não pretendo acordar cedo para arrumar no meu dia de folga.
— Ok, certo você ganhou. Deixa eu te ajudar.
Hongjoong colocou as duas garrafas em cima do balcão e começou a lavar a louça enquanto Seonghwa continuava tirar o lixo. Eles terminaram rápido e Seonghwa pegou a garrafa do balcão, se apoiando no mesmo. Hongjoong pegou a outra garrafa e apoiou os cotovelos na pia, atrás dele, ficando de frente para seu amigo.
— Todos lá fora já estão bem bêbados. Jongho e Mingi não param de cantar. Já estou até vendo Woosan se agarrando daqui da cozinha. A ressaca moral amanhã vai ser triste.
— Hoje nos dois bebemos bastante também.
— Merecemos uma folga das crianças. — Seonghwa brincou, brindando.
— Seonghwa… — Hongjoong abaixou a cabeça, diminuindo o tom ao falar — eu tenho uma coisa para você.
— Para mim? O que?
— Um presente.
— Presente? Por que? Você comprou presente para todo mundo por causa das promoções?
— Não, eu comprei somente para você. — falou tímido, virando o rosto para o lado.
— Cade? Eu quero ver. — disse animado.
Hongjoong pegou Seonghwa pela mão e o levou pelas escadas até o quarto. Eles passaram despercebidos pelos garotos da sala que continuavam com as músicas e piadas. Chegando no quarto, Seonghwa pensou em colocar a garrafa em algum lugar para receber o presente de um modo educado com as duas mãos, mas não queria arriscar sem um apoiador para copo no local. Mas não precisou quando Hongjoong pegou a garrafa com sua mão livre após dá o presente para ele. Era uma sacola com uma caixa vermelha dentro, que ele agradeceu antes de puxar o laço em cima dela. E dentro um colar com um pingente de borboleta
— Blueberry-ssi, é lindo. — Seonghwa usou o apelido que deu ao seu amigo (por causa do seu cabelo azul) enquanto virava para o espelho para colocar o colar.
— Você gostou?
— Eu amei.
— Eu comprei uma pulseira para mim com o mesmo pingente — Hongjoong mostrou esticando o braço. Seonghwa pega a garrafa de sua mão e observa a pulseira.
— Eu adorei Hongjoong, obrigado. Mas eu não tenho nada para te dar.
— Não tem problema, eu queria te dar algo para agradecer a sua ajuda, como sempre, nas promoções.
— Eu não fiz nada além do básico.
— O seu básico é muito. E eu queria ter algo nosso, assim…combinando.
Hongjoong ficou mais próximo de Seonghwa, acariciando seus cabelos. O mais velho fechou os olhos, sentindo o toque.
— Hongjoong....por favor...não faz isso.
— O que?
— Não me confunde assim. — Seonghwa continuou, agora com os olhos abertos — Você me olha dessa forma, com tanta paixão. Me toca com tanto carinho, me abraça a noite e dorme com o rosto em meu peito tantas vezes. O suficiente para eu começar a confundir os sentimentos. E essa confusão, não sei se você está querendo me dizer algo ou é somente carinho. As vezes você se afasta ou me trata como os outros. Mas as vezes parece que o seu sentimento por mim é único. Eu…eu só queria entender.
Seonghwa poderia culpar facilmente o álcool por expor tudo o que sentia faz algum tempo mas ele não entendia o que Hongjoong queria. Ele não sabia se ele era apenas o melhor amigo dele ou se ele queria algo mais. Seonghwa sabia o que queria: Hongjoong ou, precisamente naquele momento, seus lábios. Mas era muito difícil decifrar o que o líder queria.
Já Hongjoong estava perdido. Ele sentia algo mais forte pelo Seonghwa, ele sabia que era um sentimento muito forte mas ainda era difícil assumir que ele estava apaixonado pelo seu melhor amigo. Tudo seria mais fácil se ele apenas ignorasse esse sentimento e seguisse. Mas era impossível ele não demonstrar isso ao dia a dia, convivendo com Seonghwa. As vezes, até sem querer, ele demonstrava e não percebia. Por exemplo, no meio de uma entrevista. E, como consequência, aguentar os integrantes perguntando várias vezes se estava acontecendo algo entre os dois.
Então existia sentindo Seonghwa está confuso sobre tudo isso. Hongjoong não sabia dizer algo com tanta clareza. Sua mente estava bagunçada sobre aquele assunto. Mas ele sabia que, naquele momento, ele também queria a boca do seu amigo perto da sua.
Ambos continuaram se olhando sem saber o que falar. Um esperando a resposta e outro tentado descobri o que falar. Com sua mão livre e a outra com a garrafa perdendo o gelo, começando a ter uma cerveja morna, Seonghwa cansado de esperar puxou o menor pela cintura, o deixando bem próximo.
— Me fala que eu estou errado e eu te solto. Ou me fala que não é somente eu que estou sentindo isso no meu peito tão forte que parece que meu coração vai explodir. — Hongjoong automaticamente colocou a mão no tórax do outro enquanto ele falava. Ele sentia o coração do mais velho bater muito forte.
Com a sua única mão livre, Hongjoong a passou pelos cabelos de Seonghwa, acariciado e terminado em sua nuca. O que era suficiente como resposta para o mais velho que o puxou mais próximo, colando seus lábios em um beijo. Suas bocas, a segundos atrás gélidas por causa da cerveja, agora estavam quentes. O que começou com uma briga entre suas línguas, terminou em um beijo intenso e menos desesperador, como se as bocas tivessem se conhecido melhor.
— Seonghwa… — Hongjoong sussurrou de um jeito doce próximo da boca do outro após o término do beijo, suplicando por mais.
— Mais tarde a gente continua, daqui a pouco os meninos vão procurar por nós dois. — Seonghwa deu um gole na cerveja e deu um beijo no pescoço do líder, causando um arrepio. Eles sorriam um para o outro de um jeito que alguns poderiam considerar “bobos apaixonados” e entrelaçaram seus dedos enquanto desciam as escadas.
— Eu estava a ponto de ir atrapalhar a foda de vocês lá no quarto para chamar. — Yunho comentou, rindo. — Precisamos de vocês aqui no jogo.
— O que vocês estavam fazendo? — Wooyoung perguntou e San já completou cantando uma música romântica. Eles começaram a ri sem responder.
Seonghwa pegou uma garrafa de cerveja nova para ele e para Hongjoong. Sentou atrás do líder, o puxado para mais perto e deixando seu braço na sua cintura. Os outros observaram, brincando chamado eles de casal. Era verdade que o grupo sempre shippava os dois sem ao menos saber o sentimento que existia. Mas, como Jongho disse uma vez, “era obvio que eles se amavam porque nunca dois amigos se olhavam como dois cachorros prestes a latir um para o outro”.
No meio do jogo, Seonghwa ganhou um ponto em cima dos pontos de Hongjoong que ficou bravo e cruzou os braços, fazendo bico. Seonghwa o puxou e beijou seu pescoço, causando um arrepio forte. Não só por ser um lugar que ele era sensível mas também porque a boca de Seonghwa estava gelada por causa da bebida.
— Ah, sua boca está gelada! — Hongjoong reclamou encolhendo o pescoço.
— Por que você não esquenta ela? — Seonghwa desafiou e lançou um olhar sugestivo.
Hongjoong riu e agarrou Seonghwa pela nuca dando um beijo na frente de todos. No começo, ninguém percebeu porque estavam brigando por causa do jogo, mas Yeosang olhou para o lado e gritou “Olha, eles estão se beijando!” o que pegou a atenção de todos que começaram a gritar em um coro comemorando o beijo. Finalizado com a frase “Vão para o quarto” de Jongho.
Eles pararam de se beijar e Seonghwa escondeu o rosto nas costas de Hongjoong, com vergonha. Os meninos começaram a fazer várias perguntas para saber o que realmente estava acontecendo entre eles mas nem eles mesmo sabiam o que seria esse relacionamento. Hongjoong gritou algo referente a voltar o foco no jogo para se distrair dessa conversa.
— Não pensem que vocês fugiram desse assunto! — Mingi gritou — Queremos detalhes depois.
— Sim, por favor, quando eu estiver sóbrio pois quero lembrar de tudo. — Yunho completou.
Os dois riram e continuaram o jogo enquanto arriscavam alguns pequenos beijos entre os intervalos das jogadas. Como resposta, ele recebiam os gritos dos outros brincando com eles.
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Inception
Eu estou apaixonado.
Era difícil explicar o que aconteceu. Minha cabeça não conseguiu assimilar o momento em que o encontrei. Senti o arrepio por todo meu corpo e o mesmo paralisou. Meus olhos se fixaram nos seus e eu pude provar para a minha mente e meu coração que você não era um sonho. Será que não era um sonho?
Aquele dia que você esbarrou em mim saindo da cafeteria, foi nosso primeiro encontro. Você passou tão rápido, fazendo nossos braços se chocarem. Você virou para me pedir desculpas e eu também, mas perdi as palavras quando olhei nos seus olhos. Era possível ver todo o universo nele e eu sentia uma ligação com você como se eu já te conhecesse há muito tempo. Você se virou e continuou a correr. Minha posição ainda era parado observando você ir e aos poucos diminuir, até sumir da minha visão. Por que você é tão conhecido para mim se você não me conhece?
As pessoas ao meu redor continuavam andando, seguindo seus caminhos, sem se preocupar se eu ainda estava parado lá no meio. Aquele sentimento que você tem quando está sonhando, que o universo continua a sua rotação enquanto a sua vida está parada. Era possível viver esse mesmo sentimento na vida real. Era tão vívido aquele momento, o sol batia em minha pele e eu o sentia. Sentia o calor, meu coração batendo mais forte. Sentia a marca que você deixou, de agora em diante, na minha cabeça. Será que era a mesmo primeira vez que eu te vi?
Eu saí daquele transe e um objeto, que estava no chão, brilhava o suficiente para chamar minha atenção. Era uma pulseira que caiu de você, provavelmente quando você esbarrou em mim. A frase “Be free” estava escrito nela. Eu apertei o suficiente em minha mão pois era a única coisa que eu podia pegar para provar para mim mesmo que não era um sonho. Não podia ser, eu estava sentindo você e a pulseira. O sol, meu coração. Para onde você foi?
----x----
Em um piscar de olhos eu acordei em minha cama. Toda noite eu sonhava com o garoto em quem eu esbarrei um dia na cafeteria. Não sei seu nome. Apenas seu rosto parece familiar e seus cabelos azuis que chamavam atenção. Mas assim, como todos os sonhos sobre ele, eram iguais ao dia que encontrei pela primeira vez. Penso, às vezes, que ele nunca saiu dos meus sonhos e aquele dia foi um sonho também.
Levantei e fiz meu café, após uma longa procura em mais redes sociais pelo moço desconhecido dos cabelos azuis. Era uma rotina que eu já tinha me acostumado: todo dia eu fazia uma busca, talvez muito ridícula, sobre esse homem. Tinha vergonha de assumir que eu estava loucamente apaixonado por ele. E falo loucamente com o sentido real da palavra, porque não era nada saudável a obsessão que eu tinha em encontrar ele.
Eu não sabia mais qual era o objetivo. Chamar ele para um encontro, provar para meus amigos que ele existe ou provar para mim mesmo isso. Apertei as mãos em meu rosto, tentando me afastar dos meus pensamentos, mas era muito difícil tirar ele da minha mente. Eu estava em um nível em que nunca me encontrei. Dentre todos os homens pelos quais me apaixonei, nenhum me deixou tão descontrolado como ele. Eu somente sabia que precisava achar ele.
No dia em que eu o conheci, ele perdeu sua pulseira. E eu me lembro de ter ficado com ela, como acontece toda noite em meus sonhos. Mas eu nunca a encontrei nas minhas coisas e eu tento pensar que eu apenas perdi em vez de pensar que eu estou louco, confundindo um sonho com a vida real, como meus amigos falam. Eu tentava a todo momento me agarrar em algo real sobre toda essa história e desejava muito que fosse o abraço dele.
Quando eu era mais novo, minha mãe dizia que somente sua alma gêmea consegue te fazer ficar louco de amor a ponto de você não se reconhecer e às vezes, penso que ele poderia ser a minha.
Pensei em ir novamente à cafeteria. Vai que em uma dessas vezes, eu encontrasse ele de novo. Pode parecer que não faz sentido, mas na minha cabeça fazia. Eu já tinha ido algumas vezes nesse local após o ocorrido em busca de provas do dia, até que virou um hábito tomar café nesse local. Enquanto eu fazia o pedido, olhava várias vezes para a porta como se por um milagre divino, ele aparecesse. Mas acabou sendo só mais um dia normal.
Depois de perceber que eu estava atrasado para o trabalho, pensando demais em tudo isso, eu saí correndo da cafeteira para não perder o ônibus, e felizmente cheguei a tempo no ponto. Agradeci por achar um banco livre e já coloquei o fone de ouvido, apoiando a cabeça na janela. Fechei meus olhos enquanto deixava a música no volume mais alto possível.
Tentava não pegar no sono para não perder o local em que eu desceria, então ficava piscando e às vezes observando a rua. E nas vezes que eu fechava os olhos, a imagem do homem de cabelo azul aparecia na minha cabeça. De novo e de novo. Chegando ao instante que parecia que eu estava enxergando ele na rua, correndo do mesmo jeito dos meus sonhos.
— Espera, é ele! — gritei, levantando rápido do banco e arrastando minha mochila enquanto pedia para o motorista parar.
Antes do transporte parar, eu observei que ele virou uma rua enquanto o ônibus continuou reto. Eu desci correndo de volta para a rua em que ele entrou. Eu apenas estava muito louco a ponto de pensar que larguei uma responsabilidade, que era meu emprego, para correr atrás do homem dos meus sonhos, literalmente. Eu já tinha perdido toda a minha sanidade atrás de alguém que eu me apaixonei. Não sabia mais nem quem eu era naquele momento.
Cheguei a uma rua sem saída e o vi ao fundo, ainda correndo. Ele estava muito distante, mas eu tinha certeza que poderia alcançá-lo. Peguei mais velocidade e senti a dor nas minhas pernas. Eu devia ter piscado ou me distraído em algum instante, não sei como, mas o homem de cabelo azul não estava mais na minha frente. Eu tentei frear para procurá-lo, mas senti uma força me puxando enquanto corria.
Quando eu parei, não existia nada à minha frente. Era como se eu tivesse entrado em um quarto escuro e vazio. Não enxergava nada, mesmo olhando para trás, de onde eu tinha vindo. Eu gritei por ajuda esperando que aquele homem pudesse me salvar. Eu não sabia onde estava. Será que novamente era um sonho? Eu comecei a tocar em mim, apertando meus braços, como prova de que aquilo tudo era real e senti algo no bolso da minha calça.
Era a sua pulseira.
— Seonghwa! — escutei meu nome ao fundo.
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The Last Song
Seonghwa tinha apenas 8 anos quando viu um homem morrer em sua frente pela primeira vez. Seu pai, louco por guerra, o obrigou assistir uma batalha que o deixou traumatizado. Aquela lembrança nunca mais saiu de sua cabeça e desde então ele vivia dentro do castelo recluso de toda a sociedade. Ele não queria encontrar ninguém e tão pouco conviver com as pessoas do castelo. Sua mãe era a única que entrava no seu quarto, além de alguns empregados que deixavam comida para ele. E nessas ocasiões, ele sempre estava em sua mesa de escrita de costa para a porta. Então dificilmente as pessoas olhavam seu rosto.
Sua mãe, a rainha, estava preocupada com ele. Logo ele precisava tomar o seu lugar ao lado dela e ele não queria. Tão pouco queria um casamento arranjado. Faz pouco tempo que a rainha perdeu o marido e não queria perdê-lo também.
Seonghwa sempre gostou de música. Desde criança ele gostava de escutar os flautistas e músicos de rua. Antes dele se isolar, estava aprendendo a tocar piano, mas parou. Sua mãe lembrou disso e pensou se ele poderia voltar a gostar de música. Ela contratou um músico conhecido da região para dar aulas de piano para seu filho. Ela não sabia como ele reagiria a essa ideia, mas era sua última chance de tentar tirar o príncipe de dentro do quarto.
— Filho, bom dia. Eu tenho uma novidade para você.
— Mãe, eu não quero conhecer outra noiva. — Seonghwa estava sentado próximo a janela, de costas para a porta, lendo um livro quando foi interrompido pela sua mãe e a nova visita.
— Não, eu quero te apresentar ao Kim Hongjoong. Ele é professor de música e lembrei que você gostava muito de música quando mais novo.
— Eu gostava de muitas coisas.
— Seonghwa, por favor.
— Bom dia, sua alteza. — Hongjoong disse da porta do quarto.
Seonghwa não respondeu e continuou lendo. A rainha ordenou que Hongjoong entrasse no quarto e saiu deixando os dois sozinhos. Hongjoong observava o cômodo enquanto o príncipe continuava lendo. O professor sentia que era fácil conhecer as pessoas pelo local que elas mais gostavam de ficar, mas o quarto de Seonghwa não tinha respostas. Era um lugar neutro, com um sentimento de vazio por mais que fosse completo de móveis e livros. As janelas e cortinas fechadas, sem muita iluminação.
— Pode ir embora quando quiser. — Seonghwa disse sem tirar os olhos de sua leitura — Minha mãe é teimosa, ela não vai me escutar. Mas eu não tenho interesse em nada que você possa me oferecer, me desculpa por te fazer perder tempo.
— Não é perda de tempo, sua alteza. Eu estarei aqui quando você estiver pronto.
— Você não entendeu, não é? — Seonghwa fechou o livro, bravo — Eu não quero ninguém aqui. Eu quero ficar sozinho, por favor, se retire.
Seonghwa se virou para Hongjoong e ambos conheceram seus rostos pela primeira vez. Seonghwa tinha uma pele pálida, possivelmente de alguém que não encontrava o sol há muito tempo. Seus cabelos eram pretos como a noite e seus olhos brilhavam. Hongjoong era um homem com o rosto juvenil, com uma estatura menor que o príncipe e cabelos cinza como as neblinas da floresta. Hongjoong ficou impressionado pela beleza do príncipe. Ele tinha a certeza de que nunca encontrou um homem tão lindo como Seonghwa.
— Você é muito bonito. — Hongjoong disse sem pensar.
— Desculpa?
— Quer dizer, seu quarto é muito bonito. Sua mãe disse que você tem um piano na sala.
— Fica a vontade para gastar seu tempo nele. Eu fico menos incomodado assim do que com você no meu quarto.
— Sua alteza não quer me acompanhar? Eu não sei onde fica.
— É só perguntar para qualquer um que trabalhe nesse castelo. Agora, por favor, se retire desse local. Eu quero voltar as minhas leituras.
— Posso perguntar o que o príncipe está lendo?
— Não, não pode. — Seonghwa apontou para a porta, expulsando mais uma vez o professor. Hongjoong não forçou mais aquela conversa e decidiu sair.
— Até amanhã. — O professor disse antes de sair e Seonghwa reprovou a sua insistência, revirando os olhos.
— E então? — Perguntou a rainha, curiosa.
— Ele está relutante, senhora.
— Eu achei que isso poderia dar certo, tudo bem. Obrigada pela tentativa Hongjoong. Vou pagar pelo seu dia de hoje.
— Alteza, se a senhora me der liberdade, eu gostaria de tentar mais uma vez. Eu não acho que o príncipe é uma causa perdida. Acredito que posso conseguir algo.
— Você tem certeza? Bem, se você diz, eu vou aceitar. Não tenho outros planos em mente, Hongjoong.
— Obrigado, sua alteza, amanhã voltarei ao mesmo horário.
Mesmo que precisasse do dinheiro, Hongjoong não fazia isso pelo emprego. Ele sentia que o príncipe estava preso em suas próprias desgraças e ele queria ajudar. O rosto de Seonghwa o chamou atenção, não só pela beleza, mas transparecia o rosto de alguém que sofreu muito e precisava se salvar. E ele acreditava que a música tinha esse poder. Hongjoong era adepto a teoria que a sua alma era salva de todos os problemas quando se tinha música na sua vida. Ele não poderia viver sem e ele considerava que isso era algo unânime. Afinal, você já viu uma pessoa que não gosta de música?
----- x-------
No dia seguinte, Hongjoong voltou. Ele bateu à porta do príncipe mas o garoto não quis atender. O professor então deixou um livro em sua porta com uma mensagem “Soube que você gosta de ler. Espero que esse seja um livro inédito para você. Boa leitura. Do seu professor, Hongjoong.” E saiu.
Hongjoong aproveitou para conhecer o castelo dessa vez, pedindo permissão a rainha, passeou pelos lugares. Pensou na facilidade de sentir-se solitário em um lugar tão grande, mas também pensou que os jardins daquele local eram maravilhosos para se inspirar. Observou que um dos jardins ia de encontro a janela do príncipe e se perguntou se algum dia ele abriu as cortinas para observar essa vista.
Ele terminou sua tour pelo castelo na sala de música, onde estava o piano. Ele sentou de frente para o instrumento, tocando alguns segundos e analisando que estava desafinado. Era nítido que ninguém encostava ali há muito tempo. Mesmo assim, ele começou a tocar uma música que gostava muito. Era uma melodia celta que ele aprendeu em umas de suas viagens a castelos distantes de lá. Pessoas da floresta gostavam bastante dessa música. Era conhecida como a música da liberdade, porque as pessoas escutavam e sentiam suas almas libertas de toda a energia que pudesse aprisioná-las.
— Linda melodia. — Hongjoong se assustou ao ouvir o elogio após o término da música. Era o príncipe que estava observando da porta. — Escutei do meu quarto, não pude deixar de verificar mais de perto.
— Não achei que era possível escutar de tão longe. — brincou por achar o castelo muito grande — Mas obrigado por sair do quarto apenas para me escutar.
— Eu tocava nesse piano quando mais novo.
— Sua mãe me disse.
— Mas eu parei. Somente a leitura tem sido minha companhia.
— Uma pena. — Comentou Hongjoong dando espaço como um convite para Seonghwa sentar-se ao seu lado, mas foi negado. — A música é uma das melhores companhias que alguém pode ter. Um livro também. Na verdade, elas combinam. Como o livro que eu te emprestei. — Hongjoong aponta para o livro que estava na mão do príncipe. — Espero que sua alteza tenha gostado do presente.
— Sim, obrigado. Eu não conhecia esse livro.
— São poemas. Poemas sobre energias da natureza que vêm de encontro a nossas almas quando ouvimos músicas. Eu gosto muito desse livro, espero que sua alteza também goste.
— Eu vou ler hoje mesmo e amanhã digo o que achei.
— Quer dizer que posso voltar amanhã?
— Minha mãe não vai desistir disso tudo mesmo. Enfim, bom dia. — Seonghwa saiu do local, deixando apenas Hongjoong em frente ao piano e com um sorriso no rosto.
----x----
Hongjoong voltou mais vezes no castelo levando mais livros para emprestar para Seonghwa. Eles ainda não tinham começado as aulas de piano mas, pelo menos, já conversavam normalmente sem que o professor fosse expulso do quarto.
Na noite anterior, Seonghwa teve muitos pesadelos. Ouviu sua mãe falar sobre uma nova batalha que aconteceria em outros castelos e, consequentemente, poderia afetar eles por causa de um tratado comercial que existia. Aquilo assustava Seonghwa de uma forma que ele relembrou traumas passados. Hongjoong chegou no dia seguinte desse acontecimento e encontrou o príncipe deitado em sua cama. Ele estava sem muita força para expulsar o professor do quarto por mais que quisesse continuar sozinho. O professor sentou-se ao seu lado, passando a mão em seus cabelos devagar. Ele pensou que receberia uma resposta negativa desse toque ousado com o príncipe, mas Seonghwa deitou a cabeça em seu colo, abraçando suas pernas de um jeito desesperador.
— Eu estou com medo, Hongjoong. — Seonghwa soltou as palavras com uma voz baixa e trêmula — Eu não quero ver pessoas morrendo de novo.
— Quem vai morrer, sua alteza?
— Guerra. As pessoas se matam por poder, por dinheiro. Eu tenho medo.
Hongjoong percebeu que os boatos sobre o príncipe eram reais. Que desde a última batalha no reino, ele tinha se isolado de todo mundo por medo. Seonghwa não poderia sentar ao lado da rainha e comandar o reino se tivesse medo de batalhas. Por isso que ele fugia do seu futuro.
— Sua alteza, você gostaria de ouvir uma música?
Seonghwa sinalizou com a cabeça que sim e Hongjoong começou a cantar enquanto acariciava as mechas pretas do príncipe. Ele fechou os olhos enquanto recebia o afeto e a melodia. Hongjoong cantou uma música sobre batalhas e guerras que ouviu uma vez de seu pai. Não era uma música triste ou negativa. Ao contrário, era sobre após toda tempestade existir o arco-íris e que as pessoas superariam as desavenças da vida.
— Tempestades são essenciais para que possamos enxergar o arco-íris, sua alteza. Não tenha medo delas, elas vão embora e quando elas se esgotarem, você conseguirá enxergar toda a beleza que se criou delas.
— Como se cria beleza de uma batalha, Hongjoong?
— Da sobrevivência. Da maturidade. Da vitória. Ou da experiência da derrota.
— Não parece ser algo bonito.
— Às vezes acontecem coisas na sua vida que não são bonitas, mas é preciso que elas aconteçam para que coisas boas apareçam.
— Parece muito cruel.
— A vida é difícil, sua alteza. Por isso que eu amo a música. Ela me transporta para uma viagem maravilhosa. Quando estou triste, a música me cura. Não tem problema ter dias difíceis. Eu estou aqui, príncipe. Hoje eu vou cuidar de você.
----x----
Os dias se passaram e as visitas de Hongjoong eram constantes. Mesmo não assumindo para si mesmo, Seonghwa já contava as horas para ele chegar. O príncipe já havia saído duas vezes até o jardim colher flores para dar de presente para Hongjoong. Era uma forma de agradecimento aos dias que ele ajudou e não desistiu das aulas, mesmo o aluno sendo muito relutante a isso. A rainha ficou surpresa quando o viu saindo pela porta do castelo e chegou a conclusão que as aulas estavam trazendo uma evolução na vida de Seonghwa.
Mas, naquela semana, Hongjoong ficou doente e não apareceu no castelo. Ele mandou o recado para a rainha para que saiba que ele não estava desistindo e sim estava indisposto naquele momento. Seonghwa não recebeu o recado da mesma forma que sua mãe.
O príncipe acreditava que o professor de música estava desistindo dele. Para Seonghwa, ele era uma pessoa complicada e cheia de traumas, não era difícil desistirem dele. Hongjoong não é o primeiro e nem seria o último. O problema era que, dessa vez, esse sentimento de abandono doía mais forte em seu peito do que das outras vezes. Por que com Hongjoong é diferente?
Depois de se recuperar, Hongjoong apareceu no castelo. Seonghwa recebeu ele em seu quarto, mas o seu tratamento parecia com os dos primeiros dias, o que deixou Hongjoong confuso.
— Eu coloquei as flores que você me deu próximas do piano, quer ver como ficou?
— Não precisa, eu vejo depois.
— Mas eu quero tocar uma música para você.
Hongjoong segurou na mão no príncipe, o puxando para fora do quarto antes que ele pudesse falar algo da ousadia dele. Mas Seonghwa não sabia como responder aquele toque porque ficou sem reação naquele momento. Como alguém poderia tocar no príncipe tão indelicadamente e sem o seu consentimento? E por que aquele toque causava arrepios ao Seonghwa?
Hongjoong levou Seonghwa até a cadeira próxima do piano e foi até o instrumento. Hongjoong respirou fundo, fechando os olhos e começou a tocar. A melodia feita pelas mãos de Hongjoong que saía daquele piano e chegava aos ouvidos de Seonghwa como se fosse uma brisa de verão. O príncipe fechou os olhos e era como se ele sentisse em um campo, com o sol batendo em seu rosto pálido. Como uma música poderia ter tanta força a ponto de criar uma memória inexistente, mas tão viva, em Seonghwa?
— Essa música fala sobre correr na floresta sem rumo. — Hongjoong explicou após terminar de tocar, ganhando a atenção de Seonghwa — Muitos guerreiros cantavam ela na noite anterior de uma luta. Era para criar força e coragem neles.
— Eu senti como se estivesse correndo em um campo, é incrível isso! É como se você fosse mágico. — O príncipe brincou, ganhando um sorriso de seu professor.
— Eu gosto de imaginar isso também. Que a música é mágica.
— Faz muito tempo que eu não corro por aí que nem sei se o que senti foi esse mesmo sentimento, mas foi um sentimento muito forte, bem caloroso.
— Quer ter certeza? — Hongjoong sorri para Seonghwa.
Ele vai até o príncipe e o convida para sair. Seonghwa fica assustado pela ideia do professor e recusa.
— O que foi?
— Eu não saio do castelo, achei que você já sabia.
— Algumas semanas atrás você não saía do seu quarto.
— Não seja atrevido, Hongjoong.
— Por favor, alteza.
— Onde você quer me levar?
— É uma surpresa. Mas prometo que você vai adorar. — Seonghwa se levanta, se afastando do professor, a caminho de seu quarto.
— Me promete que não é tão longe daqui e eu vou.
— Prometo, sua alteza. Eu não mentiria para um príncipe.
— Vou trocar de roupa.
Seonghwa se trocou e ainda muito nervoso, se encontrou com Hongjoong que esperava na porta da sala. Eles estavam a caminho da porta do castelo e os seguranças do local ficaram surpresos de ver Seonghwa. Eles abriram passagem para os dois que saíram a caminho da floresta.
— Já estamos muito longe, Hongjoong.
— Só estamos dez passos do castelo, alteza. Confie em mim, não é muito longe daqui.
— Eu já confiei demais saindo por aquele portão.
O andar de Seonghwa era cauteloso e suas mãos suavam. Era estranho para ele ter aceitado um pedido desse do seu professor e sair do seu castelo que era seu porto seguro. Antes de entrar pela floresta, Seonghwa parou. Hongjoong o chamou duas vezes e não obteve resposta. O príncipe olhava para um ponto aleatório do local, nervoso. Lembrou dos ataques do castelo naquela noite e como os inimigos chegaram pela floresta, atacando a guarda real. Ele presenciou um por um morrendo e os corpos, no dia seguinte, jogados por todo o chão que ele pisava agora. Seonghwa saiu do estado quase hipnótico que estava quando sentiu as mãos de Hongjoong em seu braço, o chamando novamente.
— Foi uma péssima ideia aceitar isso. — Seonghwa disse bravo e com um semblante diferente do que Hongjoong estava acostumado a ver. Ele voltou para o castelo, largando o professor próximo da floresta.
----x----
Hongjoong visitou o príncipe no dia seguinte e ele não estava nem amigável e nem com vontade de afastar o professor. Seonghwa estava quieto, deitado na cama com um dos seus livros. E seu rosto era difícil de decifrar, parecia que estava vazio de sentimentos. Hongjoong o chamou para escutar uma música e ele não respondeu. Na verdade, a uma hora inteira que o pianista ficou no quarto conversando, foi um monólogo. Seonghwa não respondia e não parecia prestar atenção nele. Era vazia e fria aquela situação. Hongjoong decidiu ir embora e voltar no próximo dia.
Os dias continuaram os mesmos após o acontecimento do passeio na floresta. Hongjoong sentia que perdeu o pouco que ganhou do príncipe e se arrependeu por ter dado um passo à frente do que era desejado naquele momento. Ele precisava pedir desculpas para Seonghwa. Não do modo convencional, pois já tentara e foi ignorado. Mas do jeito que ele sempre tratou alguns dos obstáculos de sua vida: com música.
Ele pegou a sua lira que estava largada em seu armário fazia algum tempo e foi até o castelo visitar mais uma vez o príncipe. Ele entrou em seu quarto encontrando a mesma visão dos últimos dias: Seonghwa deitado, lendo. Hongjoong sentou-se em uma cadeira, próxima da janela coberta com a cortina.
— A lira era um instrumento usado pelos gregos para recitar poemas. Não tenho a mesma facilidade que com o piano, mas eu gosto do som que ela faz enquanto as palavras se encontram com ela. Eu quero recitar algumas palavras para você.
Seonghwa olhou para o professor depois de vários dias sem te dar atenção e enquanto Hongjoong pronunciava as palavras, ele não conseguia tirar os olhos dele. Era quase contra a vontade do príncipe, era hipnotizante.
— Duvide que as estrelas sejam fogos; Duvide que o sol se movimente; Duvide que a verdade não seja mentira; Mas nunca duvide do meu amor.
— Você que escreveu isso? — Seonghwa perguntou, curioso.
— Não, roubei de um escritor aí. — brincou.
Seonghwa riu, tentando esconder sua felicidade naquele momento. Ele se levantou e foi até o professor, querendo ver o instrumento musical de perto.
— Isso me lembra que até hoje eu nunca te ensinei nada sobre nenhum instrumento.
— Eu não nasci para isso. Não sou talentoso como você.
— Sua alteza. — Hongjoong tocou no rosto de Seonghwa que ruborizou no momento que ambas as peles se colidiram — Você tem inúmeros talentos. Você só precisa deixar eles saírem.
— Não. — O príncipe levantou, andando de volta a sua cama — Já escutei minha mãe falando várias vezes que não nasci para reinar. Eu sou um caso perdido, sem utilidade nenhuma. Por isso ela está desesperada para que eu me case. Ela procura uma noiva com ideias muito parecidas com as dela, para ficar tranquila de colocar o reino em minhas mãos.
— E você, sua alteza? Quer se casar?
— Hongjoong, eu nem saio do quarto. Imagina viver minha vida reinando um local e dormindo com alguém na minha cama. Não é algo que está nos meus planos.
— O seu povo está ansioso por você.
— É mentira da minha mãe.
— Não, existem boatos sobre você. Seu espírito misterioso, eles colocam muitas expectativas em você, príncipe.
— Triste, decepcionarei todos.
Eles ficaram alguns minutos em silêncio. Hongjoong procurava algumas palavras para dizer no momento, mas era difícil por não saber o que o príncipe passava com a pressão da coroa. Seonghwa se sentou na cama, abrindo o livro e citou sobre o que lia.
— Nesse livro, o personagem principal se sente vivo quando foge de tudo. Ás vezes eu sinto vontade de fugir de tudo para me sentir vivo novamente.
— Qual foi a última vez que você sentiu vivo, como sua alteza diz?
— Quando escutei sua música. — Seonghwa disse, sem tirar os olhos do livro.
----x----
No dia seguinte, Hongjoong se assustou com o que encontrou. Seonghwa estava na frente do piano, o esperando para a aula.
— Por favor, não fale nada. Tenho meu orgulho e minha reputação a zelar.
— Eu não pretendia falar nada. — Comentou segurando a vontade de rir e sentando ao lado do príncipe — Estou feliz que você aceitou a ideia da aula.
— Eu pensei que era melhor aceitar isso já que minha mãe pretende não me deixar em paz. Mesmo que tudo isso seja em vão.
— Ok, como sua alteza desejar. — Hongjoong disse lembrando que agora, a escolha não era apenas da rainha. — Tem alguma coisa em mente que você gostaria de aprender?
— Me ensine as músicas que você tocou para mim.
— Qualquer uma?
— Sim, eu só quero saber se o sentimento de tocar elas é o mesmo sentimento de escutar.
— O que acha de me ajudar a compor uma música?
— Eu não sei como criar melodias, eu sei pouco de música. Muito menos tenho vivências para escrever letras como esses compositores.
— Você tem mais vivências inspiradoras do que pode imaginar. Se expressar musicalmente pode se tornar uma cura para seus problemas.
— Eu não preciso de cura.
— Então vamos fazer algo para a gente se divertir. O que acha da minha proposta?
— Você já me propôs mais coisas além do que você tem direito a sugerir para um príncipe.
— O que eu mais quero propor para sua alteza está além dos meus poderes.
— O que seria?
Seonghwa olhou para Hongjoong, curioso. Seus olhos se encontraram e passaram alguns segundos se fitando como se existisse algo hipnotizante entre ambos. E na verdade tinha, seus sentimentos. Há alguns dias que os dois percebiam que nutriam um afeto um pelo outro. Seus sentimentos se modificaram quase que juntos e eles só não perceberam ainda o tanto que eles se queriam. Hongjoong só percebeu que, se pudesse, pediria um beijo mas não queria arriscar o pouco de confiança que ganhou de Seonghwa e também, por ser apenas um professor dando aulas para o príncipe.
— Nesse momento, apenas quero compor algo com você.
— Ok, eu vou pensar sobre isso.
Hongjoong sorriu, aceitando aquela resposta como um futuro sim. Nessa primeira aula, o professor relembrou algumas notas que possivelmente o príncipe já tinha conhecido quando mais novo. E deixou ele mostrar o que lembrava, que não era nada além daquelas músicas com repetição das notas para decorar.
No dia seguinte, Seonghwa tinha a resposta sobre a proposta do Hongjoong. Não só a resposta, como ele tinha folhas em sua mão com palavras escritas por ele mesmo, que gostaria de mostrar para seu professor.
Ele chegou perto e antes que o Hongjoong pudesse falar algo, Seonghwa colocou as folhas em sua mão sem dizer nada. Hongjoong não entendeu nada mas começou a ler enquanto o príncipe sentava na cadeira, escondendo o rosto com as mãos.
— O que é isso? Frases de livros que você leu?
— Não…são palavras, desabafos. Que…eu escrevi.
— O que? É sério? — Hongjoong leu novamente, agora com mais entusiasmo — Isso foi ontem?
— Não, na verdade eu escrevo há um tempo. Pensei que poderia usar para a música, mas não são tão boas, você não precisa usar se não quiser.
— Está brincando? Isso é maravilhoso! Sua alteza estava escondendo um tesouro de mim. Vem, sente-se aqui do meu lado.
Hongjoong sentou-se na cadeira do piano e colocou as folhas na sua frente para que ambos pudessem ver. Seonghwa sentou ao seu lado, ainda morrendo de vergonha do seu trabalho. O professor pegou um lápis para sinalizar alguns pontos como parte favorita ou marcação de melodia, explicando tudo para Seonghwa.
— Como você pensou essa música? Você consegue me mostrar a melodia?
Hongjoong esperou que ele soltasse apenas sons ou murmúrios para mostrar a melodia, mas Seonghwa começou a cantar. Sua voz era maravilhosa e aos ouvidos de Hongjoong era perfeita. Ele parou de cantar e olhou para seu professor que não conseguiu dizer nada durantes alguns segundos.
— Eu canto muito mal, me descul…
— O que? Sua alteza, sua voz é linda. — Seonghwa ficou tímido após o elogio de Hongjoong e abaixou a cabeça, olhando para os papéis em sua frente. — Eu não sabia que você tinha esse talento.
— Não precisa me bajular apenas por eu ser o príncipe.
— Não estou. Estou falando a verdade.
Naquele momento, Hongjoong sentiu uma enorme atração pelo rosto de Seonghwa que estava tão próximo do seu. Não era como antes, quando ele achava o príncipe bonito, era algo quase hipnótico, como se ele não tivesse nenhum controle sobre seus sentimentos. E ele não tinha mais. Ele sentia vontade de expor seu desejo de sua boca se encontrando com a do príncipe.
Eles continuaram nesse silêncio onde ambos observavam os detalhes do rosto do outro. Por mais que não tenha sido um momento escolhido, não parecia constrangedor para nenhum deles. Era como se fosse muito confortável esse silêncio que se instalou de repente entre eles. Hongjoong subiu sua mão pelo rosto de Seonghwa, que começou a ficar tímido com o movimento, mas sem desistir daquela situação. O príncipe fechou os olhos devagar e Hongjoong continuava acariciando seu rosto, agora descendo seu dedo para os lábios de Seonghwa. Logo após, a mesma mão se encontrava com o queixo do príncipe, que era levemente puxado para que ele pudesse depositar um beijo em seus lábios. O toque se intensificou por causa de Seonghwa, que o puxou pela cintura e permitiu que ambos pudessem ficar mais próximos e o beijo mais profundo. Logo se afastaram e Hongjoong procurava palavras para se desculpar com o príncipe. Antes que ele pudesse falar, Seonghwa interveio.
— Se você se desculpar por isso, vou ficar muito bravo. — brincou.
— Não quero que sua alteza me entenda mal.
— Seonghwa, por favor. — corrigiu — Ninguém está aqui nos observando. E não vou te entender mal. Eu mesmo quis isso tanto quanto você. — Seonghwa arrumava a sua posição na cadeira e logo após, as folhas de estudo — Sabe quando eu te disse que sua música fez eu me sentir vivo? — Hongjoong concordou com a cabeça e o príncipe continuou — Bem, seu beijo me deu o mesmo sentimento, só que duas vezes mais forte. — Hongjoong sorriu e passou a mão pelos cabelos do príncipe.
----x----
Os próximos dias eram de uma hora treinando no piano e as outras horas, namorando. Seonghwa não permanecia tanto no quarto como antes. Agora ele passeava pelo jardim, tomava chá na sala, conversava na entrada, mas apenas quando Hongjoong estava no castelo. Somente quando eles queriam se beijar, que ambos se escondiam no quarto do príncipe. Por mais que ninguém soubesse que eles estavam tendo um caso, o músico ficava cada dia mais horas no castelo. A rainha não era contra, porque trouxe resultados maravilhosos para Seonghwa. Esse dia ela o convidou para jantar com seu filho e ele aceitou. Durante o jantar, sua mãe não demorou muito para o assunto que Seonghwa odiasse voltasse à tona.
— Vejo que está muito melhor, filho. — Seonghwa não respondeu, continuando a mastigar a carne da refeição. — Pretende já começar um treinamento para saber como se portar em algumas ocasiões?
��� Não.
— Seonghwa… — ela o chamou, irritada — Não está mais no seu querer.
— Então não entendo o porquê da pergunta. — ambos se alfinetavam a cada comentário, deixando Hongjoong constrangido de presenciar tudo aquilo.
— Porque é importante, para mim, que você esteja pronto.
— Para o que?
— Para ser rei e se casar.
Nesse momento, Hongjoong se engasgou com o vinho que tomava. Com todo esse amor juvenil de ambos, ele acabou esquecendo das responsabilidades de Seonghwa e uma delas era de achar uma bela esposa para coroar como rainha ao lado dele. Ele já não conseguia esconder a tristeza e Seonghwa percebeu isso.
— Se você quiser, eu fico no trono mas sozinho. Não quero uma esposa.
— Bem, como eu disse, não está no seu querer. Seu futuro casamento será um ótimo negócio com as terras vizinhas. Além dela ser uma ótima pessoa para te ajudar a ser um verdadeiro rei.
— Negócio? — Seonghwa riu, debochando. — Você trata um casamento assim? Apenas um negócio?
— O que mais seria, Seonghwa? Você não sai desse quarto, não conhece pessoas, quem se apaixonaria por você?
Seonghwa sentiu a última pergunta como uma facada em seu peito, o que fez ele se levantar, sem dizer nada. Hongjoong pediu licença para a rainha e seguiu o príncipe. Ele parou Seonghwa em um dos corredores do castelo, segurando-o pelo seu braço. Percebeu que as lágrimas já estavam lá antes mesmo dele chegar em seu quarto.
— Sua alteza…
— Seonghwa! — o príncipe gritou, cansado de ouvir Hongjoong o tratar como se fosse os outros do castelo. Hongjoong ficou assustado mas não ficou bravo, entendia a raiva do príncipe naquele momento e o abraçou.
— Seonghwa, calma. — Hongjoong sussurrou em seu ouvido, fazendo-o chorar mais.
— Eu quero ser livre, Hongjoong. Por favor, me liberte daqui.
----x---
No dia seguinte, Hongjoong levou Seonghwa para andar pelo jardim. O príncipe não pronunciava nenhuma palavra enquanto Hongjoong continuava a falar sem parar. O músico percebeu que Seonghwa estava quieto demais e parou em sua frente, segurando sua mão.
— O que você tem, Seonghwa?
— Nada.
— Não parece que é nada. — Hongjoong o puxou para um dos bancos e se ajoelhou em sua frente, esperando que ele começasse a falar
— Eu não quero casar.
— Eu sei que não, mas você tem responsabilidades aqui…
— Sério que você vai falar isso? Você quer que eu me case com outra pessoa? — Hongjoong não respondeu, apenas perdeu seu olhar para as árvores do jardim, enquanto pensava em como responder aquilo sem parecer egoísta ou complicar mais para o príncipe.
— Ela vai se apaixonar por você como eu também me apaixonei. — resposta errada.
— E meus sentimentos? Não contam? Eu não vou me apaixonar por ela porque eu estou apaixonado por você. — Seonghwa soltou das mãos de Hongjoong, que rapidamente segurou novamente, voltando a encara-lo. Hongjoong começou a sorrir, deixando Seonghwa mais bravo. — O que foi, enlouqueceu?
— Você não tinha se declarado para mim ainda.
Seonghwa levantou, bravo, sem perceber o que tinha falado antes para Hongjoong. Seus sentimentos eram algo que ele aprendeu a esconder por anos, mas o músico aprendeu a deixar o príncipe confortável o suficiente para coisas assim acontecerem sem que ele percebesse.
— O que você viu em mim, Hongjoong?
— O que, como assim? — Hongjoong levantou, foi até Seonghwa e continuaram andando até uma parte mais reservada do jardim que ficavam as plantas que não podiam receber tanta luz do sol.
— Você...você disse que está apaixonado por mim.
— Sim, eu estou. Você é uma pessoa bonita.
— Só isso? Quer dizer, só isso que foi suficiente para você se apaixonar por mim?
— Não, mas foi o motivo para você me chamar atenção. — Seonghwa sibilou baixo, desistindo do que gostaria de falar. — O que foi? Eu disse algo errado?
— Eu fiquei pensando no que minha mãe falou ontem.
Hongjoong parou e Seonghwa fez o mesmo, automaticamente. Ele tentou entender porque o músico parou, procurando no lugar algo que pudesse ter feito isso. Mas se surpreendeu quando Hongjoong segurou em seu queixo, suavemente, enquanto declamava essas palavras.
— Eu vou falar olhando em seus olhos para que todas suas dúvidas possam se dissipar. Eu me apaixonei por tudo o que você é Seonghwa. Desde da primeira vez que te conheci você me chamou atenção e a cada dia que passamos juntos, esse sentimento se intensificou. A ponto de eu não saber mais o que fazer. Eu não sabia como me portar ao lado do príncipe que ao mesmo tempo, era o homem que eu sonhava toda noite. Com todo o respeito, sua majestade não tem ideia do que estava falando ontem no jantar. Não dê ouvidos a isso. Você é um homem incrível e todos lutariam as maiores cruzadas que os reinos já viram, somente para ter você.
Seonghwa não acreditava que conseguiria responder à altura daquela declaração. Por mais livros que ele já tenha lido, nenhum deles tinha tal força como as palavras do seu amado. Ele puxou Hongjoong pela cintura e juntou seus lábios em um beijo prolongado e apaixonado. No instante em que eles se beijam, os dois sentem como se não existisse mais nada além deles. E era essa sensação que Seonghwa queria que durasse mais, não somente em suas aulas de piano. Ele gostaria que quando acordasse de manhã, a primeira pessoa que ele olhasse seria Hongjoong.
Ele terminaram o beijo, encostando suas testas, ainda de olhos fechados. Seonghwa não conseguia parar de sorrir enquanto ainda tinha Hongjoong em seus braços.
— Eu aceito seu pedido.
— O que? — Seonghwa perguntou tentando lembrar o que pediu.
— Ontem, você pediu para que eu o libertasse daqui. Eu aceito. — Seonghwa o olhava incrédulo e Hongjoong continua. — Eu não me importo quantos guardar reais virão atrás de mim quando eu fugir com você, eu não vou deixar você aqui e também não vou te perder.
— Você tem certeza disso? — Seonghwa perguntou cauteloso, mas sem esconder sua felicidade
— Tenho. E você? Você vai largar todo uma vida de luxo e poder.
— Eu não me importo. Eu nunca me importei com isso. Eu só fui infeliz nesse castelo. Eu quero fugir.
Hongjoong abraçou seu príncipe com força, como se pudesse, com aquele toque, tirar todo o mal que ele já sofreu. Ele marcaram como seria a fuga: a noite, Hongjoong tentaria escapar dos guardas e buscaria Seonghwa em uma das saídas secretas de seu quarto. Elas foram instaladas lá para quando aconteciam as batalhas, seu pai tinha medo de não conseguir salvar seu filho, então ele fugiria por lá. Ele não sabia encontrar melhor uso para essa passagem, como agora.
A noite, após o jantar, Seonghwa se despediu de sua mãe para dormir, como todos os outros dias. Ela não sentiu nenhuma diferença, apenas que hoje seu filho não quis brigar, apenas escutou tudo quieto. Como um sermão de meia hora sobre o jeito que ele a tratou no jantar. Ele deu uma última olhada para ela antes de ir para o quarto.
— Mãe, eu sei que você faz tudo para meu bem. — Ele disse de uma forma calma, não desafiadora — Mas nem sempre o que você acha bom para mim, realmente é. Boa noite.
Ele saiu para seu quarto e ela não deu tanta atenção para o que ele disse, apenas continuou a falar sobre o cordeiro que tinha comido hoje para sua governanta. Chegando no quarto, Seonghwa arrumou rapidamente sua mochila com os itens mais importantes naquele momento como algumas roupas, seu livro favorito e alguns itens de higiene pessoal. Daqui a algumas horas, Hongjoong o buscaria, então ele deixou a mochila debaixo da cama. A passagem secreta estava entreaberta para Hongjoong e ele fingiu que dormia para caso sua mãe fosse lá antes de ir para seu próprio quarto.
Ele acabou dormindo algumas horas, o que para ele parecia só uma piscada. Acordou com Hongjoong o chamando com uma voz bem baixa para que ninguém pudesse escutar. Ele levantou rapidamente pegando a sua mochila e segurando na mão de Hongjoong, enquanto eles fugiam pela passagem.
— Essa passagem dá para fora do castelo? Eu não sabia disso.
— Sim, meu pai achou que seria o melhor jeito de escapar de um ataque. É tipo um calabouço e a porta secreta dá no chão da floresta.
— Você está pronto para enfrentar a floresta? E os lugares fora daqui? E se você ficar com medo de novo?
— Eu não estou pronto, mas eu tenho você. — Ele segurou a mão com mais força. — Eu sei que eu mesmo tenho que aprender a lidar com meus traumas, mas ter seu apoio me ajuda.
Hongjoong sorriu, respondendo o seu toque acariciando sua mão. Eles continuaram a andar pela passagem, que era enorme e escura. Hongjoong tinha medo de não conseguir sair antes que alguém fosse ao quarto do príncipe. Agora ele agradecia por Seonghwa nunca sair do quarto, porque poderia ter mais chances de demorarem para perceber que ele fugiu. Ele chegaram ao final da passagem e eles subiram com cuidado por uma escada até a porta.
Hongjoong subiu e ajudou Seonghwa a subir, colocando um manto com capuz para que ele pudesse passar despercebido caso alguém encontrasse eles. Seonghwa começou a olhar os lados da floresta e alguns flashes antigos passavam pela sua mente nesse momento. Hongjoong segurou sua mão com força.
— Eu estou aqui, aguenta Seonghwa. A floresta é muito escura e o sol ainda não nasceu. Por favor, eu preciso que você tome cuidado. — Eles seguiram a floresta e Seonghwa tentava a todo custo afastar os pensamentos que ele tinha, mas era difícil. — Sobe! — Hongjoong parou em sua frente e se abaixou, de costas, ordenando como se o título de príncipe tivesse ficado no castelo.
— O que? Não, você não me aguenta.
— Seonghwa, eu trabalhei muito duro durante toda minha vida, eu carreguei muito sacos de milho e arroz. Você é alto mas não pesa nada, vai, sobe.
Seonghwa pensou em retrucar mais, mas suas dores de cabeça eram muito fortes. Ele subiu e com dificuldade (ao qual não queria assumir), Hongjoong o carregou para fora da floresta. Enquanto ele caminhava com rapidez, ele cantava bem baixinho uma das músicas que ele mostrou para Seonghwa um dia, sobre se sentir livre. O príncipe fechou os olhos e deixou somente a música controlar ele e seus pensamentos naquele momento. Não o curava, mas era eficaz para que ele sentisse outra coisa além de medo.
— Meu amigo está esperando. — Hongjoong disse acenando para um menino próximo de um navio. — Ele vai transportar bebidas em uma viagem de dois dias e me ofereceu ajuda.
— Você contou que você está sequestrando o príncipe para ele?
— Espera aí, eu não sequestrei ninguém. Você está aqui com suas próprias pernas, certo?
— Bem, eu fui carregado pela floresta toda. — Seonghwa brincou e segurou o braço de Hongjoong e andaram até o amigo do músico.
— Wooyoung! — Hongjoong o abraçou com tanta força que poderia destruí-lo naquele momento — Vou ficar devendo uma imensa para você.
— Sim, você vai! — Wooyoung reverenciou diretamente a Seonghwa que recusou na hora
— Por favor, eu sou apenas o Seonghwa agora.
— Verdade! Você é muito bonito mesmo como Hongjoong disse. Sabe eu achava que você era uma lenda do local e da cabeça desse meu amigo. — Hongjoong cutucou Wooyoung com o cotovelo para que ele parasse de falar e começou a rir. — Vocês já sabem onde vão ficar?
Seonghwa e Hongjoong se olharam perdidos, percebendo que o plano deles não era tão bom quando eles imaginaram. Não podiam ficar na casa de Hongjoong, era muito fácil alguém ir lá mesmo se eles demorassem para voltar. Hongjoong conhecia algumas pessoas, mas ninguém que ele confiava tanto quanto Wooyoung.
— Olha, vocês são bem-vindos na minha casa. Yeosang vai adorar vocês. Eu e Hongjoong somos amigos há muito tempo, eu trabalho nesse cais a anos. Eu dou a minha palavra que vocês a salvo lá e podem ficar quanto tempo quiserem até achar um lugar para vocês.
— Wooyoung, eu…
— Não aceito um não, Hongjoong. Eu devo muito a você também. Me ajudou em vários trabalhos sem receber dinheiro nenhum em troca. Por favor. — Eles concordaram com Wooyoung. — Ótimo! Agora vamos, preciso levar logo tudo isso e o sol já vai nascer, vão começar a procurar o príncipe. Não se preocupe, eu estou sozinho nessa viagem. Na verdade somos eu e San, mas ele não vai contar para ninguém. Provável ele nem reconhecer você, ele não é daqui.
Eles entraram no navio e Wooyoung chamou San para apresentar ambos. Ele estava certo sobre ele não reconhecer o nome do príncipe e nenhuma das histórias sobre ele no local. Cumprimentou ele como se fosse um amigo de qualquer taberna que ele já visitou por aí, o que arrancou risos de Hongjoong.
— Se acostuma. — Hongjoong sussurrou para Seonghwa.
Eles sentaram no navio e enquanto o mesmo saía pelas águas das terras de Seonghwa ao qual ele estava abandonando nesse momento, ele observava o que ele estava deixando para trás. Aos poucos, ficando menor aos seus olhos. Ele virou o rosto para Hongjoong e deu um beijo nele. Eles não falaram nada, somente se olharam como forma de agradecimento por aquilo. Apenas era possível ouvir o som positivo de San ao fundo de um grito e depois a frase “Eles são um casal, que fofo!”.
E mesmo sem a ideia de que o futuro próximo que eles escolheram desse certo, eles estavam rumo à construí-lo. Juntos. E talvez esse seja o “felizes para sempre” que o Seonghwa não acreditava quando o lia nos livros durante toda sua vida. E talvez, também, o amor seja um sentimento que o deixe tão vivo quanto a música que Hongjoong cantava.
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Thank U
Seonghwa estava mais uma vez esperado Hongjoong chegar do estúdio. O líder passava horas trabalhando, que para Seonghwa, é mais do que um corpo humano pudesse suportar. As vezes, perdia a hora e acabava dormindo no local, então sempre avisava Seonghwa que não precisava esperar por ele acordado. Mas o mais velho não o obedecia sobre isso. Somente algumas noites o cansaço o vencia e dormia. Mas dessa vez ele escolheu maratonar um dorama enquanto esperava.
Eram três da manhã quando se escuta o barulho da porta do dormitório. Seonghwa pensou em fingir que já estava dormindo para não parecer tão idiota por esperar todo esse tempo, mas escolheu continuar assistindo o dorama da sua cama.
— Seonghwa-ssi! — Hongjoong comentou animado, mas com uma voz cansada — isso são horas de uma criança estar acordada? — brincou com o mais velho.
— Eu falo o mesmo para você. — Seonghwa comentou sem tirar os olhos do celular
— Não pode brigar comigo, hoje eu voltei para a casa. — Hongjoong fez um bico tentando chamar atenção de Seonghwa, que não tirava os olhos da tela. — Já comeu?
— Há várias horas, Hongjoong.
— Ótimo, deve está com fome de novo. Achei uma lanchonete 24 h, deve ser nova. — Hongjoong tirava o tênis, jogando em um canto qualquer do quarto o que ganha a atenção de seu amigo, com um olhar de reprovação. — Então, comprei frango lá e eu sei que você gosta. Vem, desce aí da cama para comer comigo.
Seonghwa desceu da cama fingindo que foi apenas arrumar o tênis que o outro garoto jogou no meio do quarto, mas, na verdade, ele não resiste nem ao frango e nem ao Hongjoong.
— Não é difícil você guardar suas coisas no armário, sabia? — Seonghwa não escutou nenhuma resposta, apenas sentiu as mãos pequenas de Hongjoong encontrando um lugar em sua cintura, o fazendo virar para ele. Eles estavam com seus corpos próximos e o líder não conseguia parar de sorri enquanto olhava cada parte do rosto de Seonghwa.
— Todas nossas crianças estão dormindo? — o mais velho assentiu já aceitando o cargo que o grupo deu para eles como os pais dos outros integrantes. — Então vamos comer aqui no quarto mesmo para não fazer barulho lá fora e acordar eles.
— Aqui no quarto? Hongjoong vai sujar tudo.
Hongjoong sorriu e apertou a bochecha de Seonghwa de leve. Por mais que eles tenham um costume de se abraçar e se tocarem, esse tipo de situação sempre deixava Seonghwa arrepiado e sem jeito, como se fosse a primeira vez.
— Eu não vou sujar nada, eu prometo. — ele entrelaçou seu dedo mindinho com o dedo do seu amigo e levou para próximo de sua boca para selar a promessa com um beijo. — Se eu sujar você pode pedir o que quiser, que eu faço. Se eu não sujar, eu peço o que eu quiser.
— Não vem com essa, Hongjoong.
— Vai, por favor, trato?
Seonghwa sorriu concordando, mesmo ainda contrariado por medo do que o rapper poderia escolher se ele perdesse. As mãos de Hongjoong permaneciam no seu atual lugar favorito que era a cintura do seu amigo. Ele se olharam por mais alguns segundos até Hongjoong se soltar do outro garoto e sentar no chão, puxando as sacolas para perto dele. Eles abriram devagar os refrigerantes para ninguém ouvi e riram bem baixo, parecendo dois adolescentes fugindo dos seus pais.
— Você já pensou se debutasse em outro grupo? — Seonghwa perguntou enquanto comia.
— Não, você são minha família, não conseguiria pensar em fazer tudo isso sem vocês.
— Nem se fosse para ser mais famoso ou ganhar mais prêmios?
— Qual graça teria sem Ateez? — Hongjoong deu um sorriso em direção ao mais velho — Eu lembro do rosto de cada um de vocês no nosso 1st win e aquilo foi melhor que o prêmio. Não trocaria isso por nada.
— Nem o Wooyoung? — Seonghwa brincou.
— Ok, é uma boa proposta. — Hongjoong riu continuando a brincadeira.
— Você lembra mesmo?
— Do que?
— Da minha reação no 1st win?
— Lógico, você atravessou o palco todo para me abraçar e ainda meteu o soco na minha cara.
— Sem querer. — Seonghwa se defendeu.
— É, o amor doí mesmo. — brincou.
Hongjoong terminou de comer e deitou a cabeça no colo de Seonghwa enquanto ele terminava e juntava todos os lixos em uma sacola. O mais velho pegou um papel para limpar o rosto de Hongjoong que estava um pouco sujo de molho e colocou na sacola também, fechando. Seonghwa brincava com as mechas de cabelo de Hongjoong, que fechou os olhos como resposta a esse toque.
— Eu não trocaria nada. — Hongjoong falou ainda de olhos fechados — Eu estou vivendo meus melhores anos com vocês. Mesmo se fosse sem prêmio nenhum. Eu não sei viver mais sem vocês. Eu não sei mais viver sem você, Seonghwa. — ele disse essa última frase num tom mais baixo.
— Eu também não, Hongjoong.
Eles ficaram em silêncio durantes alguns minutos. Hongjoong ainda ganhava carinho do mais velho quando ele voltou a falar, sem olhar para Seonghwa para não ficar com vergonha ao vê sua reação, continuando de olhos fechados.
— Toda vez que eu volto de um dia cansativo no estúdio eu sei que tenho você para cuidar de mim aqui. Até mesmo quando você não me espera acordado, você levanta no meio da noite para ver se eu estou na cama. Não tem um dia que eu entre nesse quarto que você não me receba perguntando como eu estou e se estou bem. Seonghwa...eu não vejo mais minha vida sem você porque eu quero passar minha vida ao seu lado.
Antes que Hongjoong abrisse os olhos ou Seonghwa se arrependesse, o mais velho correu e juntou seus lábios com o do seu amigo. Ele sentia da mesma forma que o líder e vê tais palavras na boca dele que antes só permaneciam na mente covarde de Seonghwa foi uma sensação única. O beijo foi um toque delicado e prolongado que terminou com Hongjoong passando a mão nos cabelos de Seonghwa, abrindo os olhos e ganhando a visão mais linda que ele já viu. Os olhos de Seonghwa brilhavam como nunca e ele sorria, meio timidamente para seu amigo. Eles agora sorriam encostando suas testas e depositando mais alguns selinhos entre as risadas.
— Acho que precisamos dormi. — Seonghwa comentou recebendo um gemido de reprovação vindo de Hongjoong. — Quer que eu durma com você na sua cama?
Hongjoong assentiu puxando o mais velho para a cama. Seonghwa disse algo como colocar um pijama enquanto ele jogava a sacola de sujeira no lixo mas Hongjoong não quis escutar ele, puxando com mais vontade para a cama. Seonghwa deixou o líder ganhar dessa vez, afinal ele não sujou o quarto então ele merecia o que ele quisesse.
— Seonghwa… — Hongjoong falou baixo, quase como um sussurro próximo da boca do mais velho, agora com ambos deitados um de frente para o outro. — Me beija de novo antes da gente dormi?
Seonghwa sorriu e respondeu seu pedido tocando os dedos em seu queixo, começando um beijo leve que se aprofundava a cada instante e com um tempo longo ao qual se separaram bem depois como se tivessem esquecido de respirar.
— Obrigado por me fazer feliz, Hongjoong. — Seonghwa o abraçou.
— Obrigado por cuidar de mim, Seonghwa. ��
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Entre as estantes
[Escrita com: @reflectofhar]
Nas ruas agitadas da cidade, Yoohyeon andava pela calçada animada com o destino de sua viagem: estava indo a biblioteca. Ela finalmente encontrou um lugar que contava com um longo acervo de RPGs e estava a caminho de lá. Não que ela entendesse algo sobre jogos, ela não tinha a mínima ideia do que fazer neles, mas queria tentar.
Seus olhos brilharam ao ver todo o acervo do lugar quando chegou nele, além dos jogos, que eram seu principal objetivo ali, o lugar tinha muitos livros e ela já viu alguns interessantes de longe. Em pouco tempo já percebeu que seria uma frequentadora assídua do local.
Finalmente chegou na parte dos jogos, havia um número considerável de jogadores, mas ela resolveu se sentar sozinha em uma mesa, por mais que não soubesse jogar realmente.
Pegou um dos jogos dos quais pesquisou na internet e começou a tentar entender do que se tratava.
Antes de conseguir arrumar tudo, teve sua atenção distraída por uma garota que passeava pela sala, claramente mais perdida que ela própria.
A moça parecia que não pertencia àquele lugar, podia ser um pré julgamento de Yoohyeon, mas para ela, a mulher tinha o estereótipo de uma perua de alta classe, o tipo que você leva a noite para tomar um bom vinho no restaurante mais caro da cidade.
A mulher continuou andar pelo local como se estivesse procurando uma boa alma para ajudá-la no que ela precisa. Yoohyeon pensou em chamar ela, mas se lembrou que também não sabia o que fazer lá e com certeza perderia mais ainda a mulher. Voltou seu olhar ao jogo que estava observando antes e não demorou muito para voltar a procurar a mulher perdida de canto de olho, como se estivesse fingindo para si mesma que não tinha interesse em saber o status daquela situação. “Melhor duas perdidas juntas do que separadas” pensou, então, assobiando bem baixo, tentou chamar atenção da tal moça.
Ela olhou para ela, que parecia perdida ao procurar de onde vinha o som, quando os olhos da moça caíram sobre ela, acenou levemente com o intuito de chamar o mínimo de atenção ali. Para sua sorte, ela entendeu o gesto e foi até sua mesa, ficou parada ali na sua frente sem falar nada. Yoohyeon reparou que a mulher, além de parecer rica, era muito bonita, ainda estavam em silêncio até que Yoohyeon tomou a iniciativa.
— Olá, eu sou Yoohyeon — estendeu a mão para a outra que a cumprimentou de volta.
— Sou Handong, muito prazer — respondeu.
— Você parece um pouco perdida aqui, não sou uma profissional, mas talvez possa ajudar — Yoohyeon sorriu para que sua simpatia pudesse disfarçar a falta de capacidade para realmente ajudar com algo.
— Na verdade, eu estava procurando alguns livros fáceis e com figuras, mas estou no lugar errado, não estou?
— Aqui é a seção de jogos de tabuleiros — Handong colocou a mão na cabeça e suspirou ao ter a confirmação de que estava equivocada.
— Sabia que ia acabar me perdendo aqui, desculpe — a garota já ia embora, mas Yoohyeon segurou levemente seu pulso e ela se virou.
— Talvez eu possa te ajudar a achar — Handong concordou e ambas saíram para procurar o livro. Yoohyeon já tinha até se esquecido do jogo ao segui-la.
Yoohyeon estava há alguns minutos ajudando a procurar o livro e percebeu que nem ao menos sabia o que estava buscando.
— Desculpe, mas eu esqueci de te perguntar o livro que está procurando.
— Pode ser qualquer tema, desde que seja fácil de ler e com muitas imagens — Yoohyeon assentiu como se tivesse entendido o que realmente ela queria.
Enquanto procurava entre as estantes, lembrou-se que quando entrou passou por uma parte bastante colorida que parecia ter esse tipo de livro, talvez uma parte mais infantil. Não sabia se era esse tipo de livro que ela queria, mas ficou com vergonha de perguntar e a moça falar que é para ela.
— Vem aqui! — Yoohyeon exclamou sem explicar nada, puxando ela até o local. Chegando lá, Handong observava o local um pouco confusa e não percebeu que ainda estavam de mãos dadas. Ela somente continuou andando desse jeito com Yoohyeon, olhando os livros — Esse tipo de livro que você procura?
— É assim mesmo — pegou o livro que Yoohyeon estava segurando e o olhou sorrindo — Muito obrigada.
— Por nada — ambas ficaram em silêncio enquanto Handong folheava o livro — Por que você queria esse livro? Você tem um filho? — ela arregalou os olhos e respondeu rapidamente.
— O que? Não, meu deus, não — depois de respirar continuou — É que eu ainda não sei ler tão bem em coreano, então queria treinar com algo mais simples.
— Ah, me desculpe, não quis ser inconveniente.
— Tudo bem — Handong foi andando até um sofá designado à leitura e Yoohyeon continuou a seguindo sem saber por que.
— De onde você é? — por algum motivo estava curiosa sobre a moça que ali estava.
— Sou da China.
— Mesmo? Eu também estou aprendendo chinês, na verdade, acho que podemos nos ajudar — Yoohyeon começava a se sentir ridícula por falar com Handong como se elas fossem continuar se vendo depois daquele encontro casual.
Handong apenas concordou com um sorriso direcionado a Yoohyeon, que ela achou lindo. Ambas passaram um tempo lendo até que o livro acabasse, ainda pegaram outros depois disso. Também conversaram bastante durante esse tempo. Quando Yoohyeon se deu por si, já era noite e ela precisava voltar para a casa.
— Nossa eu não vi a hora passar, preciso ir pra casa — Yoohyeon disse se levantando e foi segurada por Handong.
— Aquela ideia de uma ensinar a outra está de pé? Eu realmente estava interessada.
— Sim! — Yoohyeon respondeu tão animada que tentou segurar, mas já tinha feito a outra garota rir da situação.
Handong passou seu número para Yoohyeon, que passou o seu também.
— Estou animada, você é minha primeira amiga aqui nesse país, estava me sentindo muito sozinha.
— Podemos então conversar outras coisas além das aulas de chinês e coreano.
— Claro! Adoraria conversar, além de que isso me ajudaria a treinar — Yoohyeon concordou e se despediu da sua nova amiga antes de sair de lá.
Um pouco depois que ela chegou em casa, pensou em mandar uma mensagem para Handong, mas achou que seria desesperador demais e poderia assustar a mulher. Ela resolveu ir tomar um banho e arrumar algo para comer para se distrair, mas só pensava na menina que conheceu hoje. Ela achava engraçado que foi atrás dos jogos e foi a última coisa com que ela se preocupou. Deitou-se na cama e resolveu pegar o celular, tinha uma mensagem nova lá.
"Espero que não seja algo estranho eu mandar uma mensagem em menos de 24h que nos encontramos, mas queria agradecer pelo dia de hoje e estou muito feliz de ter te conhecido."
Era Handong, que mandou logo abaixo mais uma mensagem, só que agora em chinês, completando com:
"Espero que seu chinês esteja bom, boa noite!"
Yoohyeon correu para o tradutor, já assumindo que o pouco de chinês que sabia não era suficiente para ler aquela frase e muito menos sua curiosidade deixaria ela perder tempo arriscando. Jogou a frase no aplicativo de tradução e agradeceu por ter traduzido perfeitamente bem. A frase era "Você é uma garota muito bonita, não consigo parar de pensar em você".
Riu olhando para o celular, ficou feliz em saber que não era a única que tinha aquele sentimento. Respondeu a mensagem.
"Espero que meu chinês esteja bom o suficiente para ter entendido essa mensagem kkk podemos sair amanhã, o que acha?"
A resposta veio logo em seguida.
"Vamos na biblioteca novamente?"
Yoohyeon respondeu que sim e ambas encerraram a conversa com boa noites seguidos de corações, o que fez ela rir sozinha para seu celular novamente. Foi dormir ansiosa para o dia seguinte.
Quando encontrou Handong, ela estava mais bonita que antes, com um coque amarrado e roupas mais confortáveis. Elas passaram um bom tempo lendo e rindo juntas, assim como no dia anterior. Demorou para que Yoohyeon tivesse coragem de perguntar o que queria.
— Sabe, aquela mensagem que você me mandou ontem, eu não entendi realmente e apenas traduzi pelo google — a outra riu, imaginando Yoohyeon debatendo com o aplicativo.
— E o que o google te disse? — ela corou ao pensar na frase que leu na noite anterior.
— Algo sobre eu ser bonita... sabe… — não conseguiu falar nada pois passaria uma vergonha imensa caso a tradução estivesse errada.
— Sua tradução estava correta, eu disse que você é linda e que não paro de pensar em você — Handong chegou mais perto da outra enquanto falava isso, quando Yoohyeon percebeu, já sentia a respiração da outra em seus lábios.
— Eu também te acho li…— não conseguiu terminar sua frase, foi logo interrompida pelos lábios de Handong se colando aos seus, não demorou para corresponder ao beijo, precisava admitir que queria isso desde quando a conheceu.
Separaram-se e Yoohyeon a olhava sem saber o que dizer, vendo a expressão no rosto dela, Handong riu e lhe disse.
— Sabe, eu vim para esse país com medo de não conseguir conversar com ninguém e só agora percebi que o melhor contato que tive aqui foi sem que eu precisasse falar nada — Yoohyeon sorria por ver o quão fofa Handong era e que o jeito doce dela falar deixava três vezes melhor.
— Posso pedir mais um desse? — Yoohyeon perguntou sobre o beijo não sabendo como falar direito sem ficar com vergonha.
Handong sorriu, e agora tocando em seu rosto, começou um beijo mais delicado, lento e intenso. Por alguns segundos elas esqueceram onde estavam e não sabiam se tinham pessoas próximas ou não. Naquele momento nada mais era interessante, nem mesmo os livros que elas estavam lendo minutos atrás.
— Prevejo que nossas aulas serão bem proveitosas — Yoohyeon disse de um jeito brincalhão ao tentar flertar, mesmo não sendo muito boa nisso, mas arrancava sorrisos sinceros de Handong sempre que tentava.
— Tenho certeza que sim, podemos já deixar marcado nosso próximo encontro?
Elas sorriram juntas e depositaram mais alguns beijos curtos, voltando para os livros. Handong estava feliz de ter achado um abraço que podia chamar de novo lar, mesmo que estivesse longe do seu.
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Apaixonadinha
— Por favor! — gritou Yubin no ouvido de Yoohyeon, ao telefone, implorando pela última vez, para que a garota aceitasse ir no evento com ela.
— Ok eu vou. Mas só para você parar de encher o meu saco.
— Se quiser levar alguém, pode levar. Por exemplo, aquela moça bonita da sua faculdade.
— Vou desligar, tchau!
Yoohyeon não aceitou o convite da Yubin no show da Marília Mendonça apenas porque ela queria que a amiga parasse de encher o saco. Ela gostava também das músicas da cantora. O problema era que ela tinha medo de ir em lugares com muitos homens, principalmente os héteros. Eles eram irritantes e não paravam de dar em cima das mulheres. Ela também não era fã de aglomeração. Mas ela faria isso pela amiga.
Ela deitou na cama, pegou seu celular para comprar o ingresso e lembrou do que a Yubin disse antes dela desligar na cara da amiga.
Existe uma menina na faculdade de Yoohyeon que ela era apaixonada. Handong é sua veterana, elas se conheceram no primeiro dia de aula de Yoohyeon. Era o dia do trote e a caloura fugiu com medo de acabar com o cabelo cheio de tinta. Ela se escondeu no banheiro e Handong estava se arrumando, de frente ao espelho.
Yoohyeon nunca tinha conhecido uma mulher tão linda. Poderia ficar horas olhando para ela. E acabou ficando mesmo alguns segundos parada, observado, o que deixou Handong um pouco assustada.
— É…tudo bem? — Handong perguntou ainda espantada.
— Sim, oi! Desculpa, é que eu estou perdida, sou nova aqui.
— Ah, você está fugindo do trote. Eu poderia te entregar para eles. — brincou, mas permaneceu com a sua face séria.
— Não! Por favor. Eu não quero participar disso.
— Tudo bem, eu estou brincando, não se preocupa. Eu também fugir do meu ano passado. Você é de qual curso?
— Letras.
— Eu vou te levar ate seu prédio. Meu nome é Handong, eu estou no segundo ano de relações internacionais.
— Prazer, Yoohyeon.
Pode parecer clichê (e talvez seja), mas desde daquele dia, Yoohyeon não parava de pensar em Handong. Ela queria procurar a veterana novamente para começar uma amizade, mas ela tinha muita vergonha. Então as vezes que elas se encontravam, sem querer, na faculdade acontecia apenas um aceno ou, no elevador, um bom dia.
A única pessoa que sabia sobre a menina da faculdade era Yubin, sua melhor amiga. E se essa amiga estudasse com Handong, já teria marcado um encontro para ambas. Toda vez que pode, Yubin inventa de falar sobre Handong, para chamar ela para os mesmos lugares que ela e Yoohyeon vão. Mas nem o número dela, Yoohyeon tinha.
Yoohyeon também julgava os gostos de Handong por palpite. “Ela tem cara de gostar de música MPB, clássica. Ela é muito chique.” pensava sobre a garota. Como a convidaria para acompanhar em um evento de sertanejo feminino, assim, do nada? Não é uma coisa que você convida qualquer pessoa, somente quem gosta ou quem ta sofrendo por amor. Nesse momento Yoohyeon estava nas duas situações.
Passaram alguns dias e o show chegou. Yubin e Yoohyeon se encontraram no local. Enquanto Yubin comprava uma cerveja e uma coca para Yoohyeon, que não bebia, comentavam da garota da faculdade da amiga.
— Perdeu a chance de ouvir uma música romântica e cantar no ouvido do seu amor, hein.
— Yubin, a gente nem sabe se ela gosta disso.
— De mulher ou de feminejo? — Yubin brincou com a amiga, enquanto a empurrava para o meio das pessoas.
Yoohyeon estava feliz de ir no evento da Marília Mendonça. Ela cantava as músicas bem alto como se estivesse “raspando os chifres no asfalto”, como diziam. Mas o máximo que ela estava era sofrendo por alguém que, talvez, nem lembrava muito bem da existência dela.
Quando estava na quinta música, Yoohyeon falou para Yubin que compraria outro refrigerante, mas, na verdade, ela queria ir um pouco mais para trás, porque tinha muitas pessoas próximas e aquilo estava incomodando. Ela queria um espaço pra respirar e ver o show calmamente.
Enquanto a cantora agradecia pela presencia de todos, Yoohyeon pensou ter escutado o seu nome, mas achou que estava louca. Novamente, escutou e agora ela pode ver que muitas pessoas do bar olhavam para uma menina que parecia conhecida. E era a garota que estava chamando por ela.
Quando ela olhou melhor, era Handong. Ela congelou enquanto a outra menina acenava para ela. Handong levantou uma lata de cerveja perguntando se ela queria, mas Yoohyeon mostrou a lata de refrigerante vazia que ela tinha na mão, afirmando que não precisava comprar, mas Handong comprou mesmo assim.
Handong foi ate Yoohyeon, bebendo um copo de cerveja, e entregando uma lata de coca para ela. Elas se abraçaram, se cumprimentando e Handong aproveitou para comentar.
— Não imaginei que te encontraria aqui.
— Eu falo o mesmo. — Yoohyeon comentou quando estavam se distanciando apos o abraço
— Você tem cara que gosta de umas coisas meio pesada, rock, emo, gótico essas coisas. — Yoohyeon riu e percebeu que não foi só ela que julgou. — Feliz de achar alguém conhecido, eu vim sozinha, você também?
— Não, minha amiga veio comigo. Mas eu prefiro ficar um pouco aqui atrás.
— Eu também, não aguento esses homens que não pode ver uma mulher sozinha que já começam a passar a mão na nossa cintura. Que bom que não estou mais sozinha.
Yoohyeon sentia que estava em um contos de fadas. Não podia acreditar que Handong estava la e além disso, lembrou quem era ela. Elas começaram a cantar as músicas juntas. Em um momento, um homem chegou perto de Handong e falou algo no seu ouvido que fez ela demonstrar uma cara de reprovação. Logo após, apontou para Yoohyeon. O cara saiu rápido de perto das duas e Handong riu.
— Desculpa, mas eu acabei de falar que você é minha namorada. — Handong comentou, rindo.
— O que?
— O cara não me deixava em paz, eu apenas pensei nisso na hora. Me desculpa, você ficou brava?
— Não, tudo bem. — Yoohyeon segurou na cintura da Handong — Melhor a gente disfarçar bem, vai que ele volta.
Yoohyeon não tinha ficado brava, ao contrário disso, mas estava começando a criar esperanças em algo que não parecia real. A garota aparentava apenas precisar de uma pessoa para afastar alguns homens irritantes do local, Yubin também fazia isso. Porem, a menina lembra também que Yubin é lésbica, que nem ela mesma. Mas tentava afastar da sua cabeça mais uma opinião sobre Handong, e essa agora repleta de esperanças. Mesmo assim, ela segurou na cintura da amiga da faculdade, sem malícia, apenas para ajudar. Mas não era a mesma coisa para Handong que riu e concordou com o toque, segurando na cintura de Yoohyeon também. Começou a tocar Bye, Bye e Handong chamou Yoohyeon para dançar dizendo que era a música preferida dela. Mesmo a outra menina não sabendo dançar muito bem, aceitou.
— Já memorizei seu corpo todo, para o caso da gente não se ver de novo. — Handong cantou para Yoohyeon, o que fez a garota se arrepia no momento que escutou.
Elas continuavam dançando e Handong sempre sorria bastante olhando para Yoohyeon tentando seguir os passos dela. Depois que a música acabou, enquanto elas aplaudiram, Yoohyeon olhava para Handong. Para ela, aquele dia era o que Handong estava mais bonita. Ela estava com uma roupa toda preta, camiseta, calça e botas. Mas não só isso, ela sorria e cantava tão alto, Yoohyeon admitia que era lindo ver a garota da faculdade assim.
Yoohyeon não tinha percebido mas Yubin estava na sua frente, virada para a direção do palco, cantando a próxima música.
— Yubin!
— Oi, eu estava te procurando, né. Você sumiu, fiquei preocupada. Mas aí eu vi que você estava bem ocupada com a moça então eu não quis atrapalhar.
— É a Handong.
— O que? — Yubin gritou e foi até a Handong. — Prazer, meu nome é Yubin, sou amiga da Yoohyeon. — Handong cumprimentou e se apresentou também, Yubin reagiu fingindo que nunca tinha ouvido sobre seu nome na sua vida.
Yubin começou a conversar com o Handong perguntando onde ela e a amiga se conheciam, sobre a faculdade, até que começou uma das músicas favoritas de Yubin, Supera. Enquanto ela gritava “Ele tá fazendo de tapete o seu coração, promete pra mim que dessa vez você vai falar não. De mulher pra mulher, supera!”, as outras duas meninas se divertiam olhando a garota animada com a música. Handong chegou mais próximo de Yoohyeon, entrelaçando sua mão na dela. Novamente, a garota ficou confusa com a investidas da colega de faculdade e tentou fingir que não tinha percebido, mas não tirou sua mão de perto da outra.
— Yoohyeon. — Handong comentou próximo de seu ouvido — Posso te fazer uma pergunta?
— Pode sim. — Yoohyeon riu porque sempre achava estranho quando uma pessoa te perguntava se podia fazer uma pergunta.
— Você e a Yubin namoram?
— O que? Não, ela é só minha amiga. Eu gosto de mulheres, mas estou solteira.
Yoohyeon colocou a mão no rosto e ficou tímida porque soltou sua orientação sexual no assunto, sem ser questionado antes. O que fez a Handong soltar um sorriso de aprovação. Ela colocou a mão no seu próprio peito e disse “Eu também” como se tivesse falando “Ninguém vai sofrer sozinho, todo mundo vai sofrer”.
Por mais que a Yoohyeon tivesse ficado surpresa de Handong também ser lésbica, não conseguia sentir nenhumas das suas investidas, pois ela achava que a amiga estava apenas sendo simpática. Para Yoohyeon, Handong tinha uma voz delicada e doce. Mesmo naquela bagunça do show ela ainda tinha um tom como se fosse uma condessa de algum palácio real. “Até o jeito que ela arruma o cabelo é muito chique”, Yoohyeon pensava.
Era o momento romântico do evento e Marília Mendonça dizia que era para cantar essa música para a pessoa que você estava apaixonado. Yubin sentiu que era o seu momento de sair para um bar o que fez Yoohyeon ficar brava com ela por ter largado naquela situação, mas Yubin estava se “vingando” dela ter largado ela sozinha lá na frente por alguns minutos.
— Como eu não tenho ninguém, vou pegar a minha cerveja. — Yubin gritou antes de sair — Precisa sair daí não meninas, eu busco bebida para vocês também!
Yoohyeon estava nervosa com o momento, como se tivesse escrito na sua testa que ela estava afim da Handong. As mãos dela suava e seu coração batia tão forte que parecia que quebraria sua caixa torácica. Handong puxou a mão de Yoohyeon, o que fez ela se desligar desses seus pensamentos, prestando atenção que a música já tinha começado. Era Apaixonadinha.
— Vamos dançar essa também? — Handong pediu e Yoohyeon apenas concordou com a cabeça.
Handong conduzia Yoohyeon nos passos, desde a última dança ela decorou alguns. Em um dos passos, Handong puxou a outra garota para mais perto, deixando os rostos próximos. Ambas sorriam uma para a outra como se naquele momento só existisse elas duas e a música ao fundo. Handong segurou na mão de Yoohyeon e rodou ela, puxando-a pela cintura.
— Ó que coisa boa! Tô sorrindo à toa! — ela cantou enquanto olhava para Yoohyeon, sorrindo.
Handong continuou olhando para ela, agora subiu sua mão para o rosto de Yoohyeon, que ficou surpresa com o toque e mordeu o lábio de nervoso. Handong esperava que a outra garota desse algum sinal que poderia continuar o que ela havia planejado. Mas não precisou, quando Yoohyeon por um lapso de coragem, cantou próximo de seus lábios.
— Apaixonadinha, você me deixou, apaixonadinha.
— Vem ficar perto da sua menina. — Handong completou a música e encostou seus lábios em Yoohyeon.
Elas se beijavam com tanta intensidade e sincronia que pareciam que suas bocas se conheciam a muito tempo. A compatibilidade do beijo foi tanta que demoraram um pouco para lembrar onde estavam e terminar. Elas se abraçaram, aproveitando o restante da música. Yubin voltou do bar abraçando as duas e curtindo o restante do evento. Entre mais algumas outras músicas, elas davam mais alguns beijos.
No final do show, elas três saíram juntas e Handong, que estava de carro, ofereceu uma carona para as meninas mas Yubin morava muito longe dela e Yoohyeon não queria deixar a amiga sozinha.
— Segunda na faculdade? — Perguntou Handong.
— Sim, mas me passa seu número para a gente ficar conversando até lá.
Handong passou o número e pediu para Yoohyeon mandar uma mensagem para guardar o contato dela também. Elas se despediram com um beijo e foram para caminhos opostos.
Chegando em casa, Handong verifica as notificações do celular e tem uma, de um número desconhecido, que ela já sabe que é da Yoohyeon.
"Ó meu neném, eu preciso do seu corpo, você me faz tão bem.
Yoohyeon"
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Mais que amigos
[Escrita com: @reflectofhar]
Mais um dia começava e Hyunseong já estava acordado e com o uniforme devidamente arrumado, afinal, a academia era muito rígida e qualquer sinal de amassado em suas roupas era motivo de alarde. Quando olhou para o lado, seu colega de quarto estava ali, dormindo. Hyunseong sorriu, por mais que já se conhecessem desde os doze anos, ele ainda se impressionava com o quão lindo Jeongmin era. Acordou de seus devaneios e foi acordar seu amigo, se demorassem muito iriam se atrasar para a aula.
— Jeongmin — chamou enquanto cutucava levemente seu braço, mas ele não acordou — Jeongmin! — chamou mais alto dessa vez, o que fez o outro acordar assustado, já se sentando na cama.
— O que aconteceu? — perguntou ofegante.
— Você está atrasado para a aula — o outro suspirou.
— Jura que você me acordou assim só por isso? Hyunseong, pelo amor de deus — ele já se levantava, sabendo que se demorasse mais o amigo o arrancaria dali, como já fizera várias vezes.
— Não vou te deixar perder mais aulas, vamos — disse o empurrando até o chuveiro enquanto ele resmungava.
Quando ele entrou, Hyunseong sorria novamente, apesar de ser difícil lidar com Jeongmin, ele amava acordar ao seu lado todos os dias.
Não era diferente para Jeongmin. Hyunseong era alguém que ele considerava muito, não existia algo na vida dele que ele não pedisse opinião para seu amigo. E se ele falasse que não era bom, ele concordava. Fingia que também achava isso desde o começo, mas concordava.
Eles passam o dia todo juntos e Jeongmin não tinha ideia como seria sua vida sem Hyunseong e nem queria saber. Esse era seu medo. Faz algumas semanas que Jeongmin sentia que Hyunseong era mais que seu amigo, ele sentia vontade de tê-lo mais próximo. E por mais que eles ficassem abraçados e fazendo cafuné um no outro quando ninguém estava vendo, ele tinha medo de ser considerado apenas como amigo e perder Hyunseong. E se ele odiasse gays? E se ele sentisse que Jeongmin era nojento assim como as outras pessoas achavam sobre homossexuais? E se ele nunca mais quisesse tocar em sua mão?
Jeongmin tentou afastar seus pensamentos, querendo que a água do chuveiro levasse todos eles para o ralo e que nunca mais voltasse. Ele queria que seus sentimentos intensos por seu amigo também fossem ralo abaixo. Ao mesmo tempo que ele não queria.
A cada dia ele desejava mais e mais a boca de Hyunseong na sua. E ele odiava tanto amar um garoto como ele amava.
As aulas já começavam, Jeongmin e Hyunseong sentavam com suas carteiras lado a lado, como sempre. Nenhum dos dois prestava atenção na aula, eles estavam conversando sobre qualquer coisa aleatória que tinham em mente, riam e levaram pelo menos duas broncas dos professores, mas não podiam ligar menos para isso.
No intervalo, eles também ficavam juntos com alguns de seus amigos, nesse dia, viram que tinha alguém novo na mesa. Um de seus amigos, Youngmin, apresentou o garoto como Jaeyoung, um aluno novo do primeiro ano. Em pouco tempo, o garoto já se integrou com o grupo e todos conversavam normalmente. Jaeyoung não deixou de notar a intimidade entre Hyunseong e Jeongmin e como era curioso precisou perguntar.
— Vocês dois estão namorando? — ele perguntou e todos ficaram em silêncio.
O grupo todo sabia que eles se gostavam, mas eles mesmos não sabiam, então todos evitavam falar disso. Mas não tinha como Jaeyoung saber disso.
— Não, claro que não, somos só amigos! — exclamou Jeongmin em um tom mais alto que ele planejara — Por que você acharia isso?
— É que vocês parecem muito próximos, desculpem se me enganei — respondeu Jaeyoung, já morrendo de vergonha por ter causado aquela situação.
Hyunseong não conseguiu falar nada, ficou surpreso por Jeongmin ter reagido de forma tão explosiva àquela pergunta. Ele odiava tanto assim a ideia de alguém ao menos cogitar que eles namoravam? De repente ele se sentiu tonto, precisava ficar sozinho. Assim que acabou o almoço, foi para o seu quarto, foi parado no meio do caminho por Jeongmin.
— Aonde você vai? Temos aula agora.
— Preciso ir para o quarto, não estou me sentindo bem.
— Quer que eu vá com você? O que está sentindo? — Jeongmin já colocava a mão na testa de Hyunseong procurando sinais de febre.
— Não precisa, eu quero ficar sozinho.
E assim ele foi para o quarto deixando um Jeongmin confuso para trás.
Mais tarde, Jeongmin voltou para o quarto e Hyunseong estava deitado, de costas. Ele sentou em sua cama, observando o amigo e pensando o que poderia falar mas não sabia como começar o assunto. Ele não entendeu o porquê ele ficou daquele jeito, será que é pelo o que Jaeyoung comentou? Será que ele ficou muito ofendido por isso?
— Aquele menino é louco, né? Falando que a gente namora — Jeongmin disse, tentando melhorar a situação.
Hyunseong não respondeu nada. Jeongmin se questionou se ele estava acordado mesmo, mas percebeu que ele estava mexendo com o fio do abajur, aleatoriamente. Então continuou a falar.
— Acho que as pessoas não estão acostumadas a ver amigos tão próximos como a gente, porque somos só amigos né e…
— Caramba, Jeongmin, eu já entendi! — Hyunseong falou um pouco mais alto que o de costume, assustando o outro
— Desculpe, eu não queria…
— É tão ruim assim? — Hyunseong se levantou, agora sentando-se de frente para o amigo, mostrando seus olhos vermelhos e cansados, como se tivesse passado a tarde chorando — Se você estivesse comigo?
— O que? Não! Quer dizer, eu não sei, não somos... aquilo né?
— Aquilo?
— Nós somos hétero, Hyunseong... não somos?
— Você é ridículo.
Hyunseong se levantou da cama, mas Jeongmin o segurou pelo braço, ficando de frente para o outro. Ele passou a mão pelo rosto do Hyunseong, tentando limpar suas lágrimas ao mesmo tempo que acariciava seu rosto. O mais alto pensou em falar algo, mas nenhuma palavra apareceu em sua mente aquele momento, ele só fechou os olhos e as lágrimas, que antes eram tão presas que faziam sua garganta doer quando saíam aos poucos, eram liberadas a ponto dele chorar intensamente.
Com a outra mão, Jeongmin segurou a cintura do outro, puxando ele para bem mais perto, pronto para um abraço para deixá-lo mais calmo, mas ele não conseguia tirar os olhos de Hyunseong. Ele não percebeu que o medo que ele tinha de se assumir poderia machucar tanto o seu amado, e ele também não sabia mais o que dizer para que aquilo melhorasse. A sua dor, a dor dele. Eles ficaram alguns minutos assim até que Hyunseong, enxugando suas lágrimas, começou a falar com uma voz fraca.
— Eu não quero me odiar.
— Por que você se odiaria?
— Porque todo mundo diz que é tão errado ser eu. Mas eu quero tanto continuar ser eu mesmo, não me importo ser quem eu sou, não me preocupo se algumas pessoas não gostam de mim. Mas Jeongmin, eu me importo com você e com o que você pensa. Eu não conseguiria viver sem sua aprovação, sem você. Eu não quero que você me odeie e eu não quero me odiar porque você me odeia. Eu quero continuar me amando, não só pelo o que sou mas por quem eu amo.
— E quem você ama?
— Você, Jeongmin.
Jeongmin o olhava sem reação, ficou pensando que suas palavras poderiam ter vários significados. Podia significar um amor de amigo, ou de família, mas nada disso combinava com a situação. O que era mais provável era que Hyunseong realmente dissera que o amava, romanticamente.
Por mais que Jeongmin esperasse ouvir essas palavras por anos, por mais que tenha sonhado com isso várias vezes, não conseguiu reagir quando realmente aconteceu.
— Hyunseong... Você... O que? — ainda estava atordoado ao dizer palavras desconexas. O outro logo se afastou dele.
— Não precisa responder, Jeongmin, eu vou embora — ele ainda chorava, mas precisava sair dali antes de ouvir mais alguma coisa que pudesse o magoar ainda mais.
— Não! Espera! — ele puxou Hyunseong pelo pulso para impedi-lo de sair. Ele não sabia o que dizer, nunca fora bom nessas coisas.
Fez a única coisa que conseguiu pensar na hora, chegou perto de Hyunseong e beijou seus lábios. Foi um beijo rápido, quando se separaram, o outro o olhava com os olhos arregalados. Jeongmin apenas respirava fundo e não conseguiu dizer nada. Até Hyunseong o puxar pela cintura e o beijar novamente, ato que ele correspondeu rapidamente, colocando os braços em volta do seu pescoço. O beijo foi mais profundo e durou mais dessa vez, fazendo com que eles se separassem com falta de ar. Ainda ficaram próximos, olhando nos olhos um do outro.
Jeongmin começou ter um ataque de riso de nervoso e Hyunseong olhava sem entender. Após alguns segundos rindo sem conseguir se controlar, ele tentou se explicar antes que Hyunseong fugisse de novo.
— Eu tive tanto medo, meu deus. Eu não sei porque, mas eu pensei que não poderia te contar, não poderia contar pra você que eu gosto de garotos. Não sei porque eu tive esse medo, mas eu tinha e eu tinha medo de te perder. Uma simulação de término perfeito da nossa conversa seria você me aceitando e ainda continuando meu amigo, eu nunca imaginei que você poderia corresponder meus sentimentos. Eu te amo há tanto tempo, Hyunseong. Como eu pude guardar esse sentimento forte por tanto tempo?
— Nós ainda temos todo o tempo do mundo — Hyunseong disse, entrelaçando seus dedos com os de seu amado — E agora estaremos mais juntos do que nunca.
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Lie
Duas semanas era o tempo que eu estava sem falar com ele. Além do fato de nossas empresas proibirem a gente de se falar até não resolverem tudo. Mas mesmo assim eu esperava uma mensagem sua.
Duas semanas atrás recebemos mensagens de nossas empresas, falando que estavam a ponto de soltar uma notícia que eu e Hongjoong estávamos tendo um caso. Nós eramos muito amigos mesmo não sendo da mesma empresa, nós não nos desgrudamos desde que a gente se conheceu nos bastidores de um dos nossos comebacks. Era normal acharem que somos um casal, eu olhava algumas coisas nas redes sociais como desenhos e histórias que os fãs inventavam e sabia que desconfiavam. Mas ninguém nunca tinha a certeza, mas sim, nós eramos um casal.
No decorrer do tempo, criamos um laço afetivo maior que a amizade e ele me beijou pela primeira vez. Foi antes de me deixar em casa, após um evento. Aí que eu percebi que gostava dele também, bem mais que um amigo. Começamos a namorar escondido de todo mundo: Pessoas do seu grupo, as empresas, fãs. Até que aconteceu esse dia.
Ele estava dormindo na minha cama quando a gente recebeu as mensagens das nossas respectivas empresas. Sentir um arrepio frio pela minha espinha, como se fosse um pressentimento de algo ruim. Eu liguei e meu empresário disse que estavam a ponto de soltar a notícia “Solista Seonghwa e integrante do grupo X, Hongjoong foram pegos em flagrante se beijando próximo do prédio da empresa”. Poderia falar que era impossível porque eu era muito cauteloso, mas sei que isso aconteceu. Eu lembro do dia e lembro que falei para ele que não era uma boa ideia. Mas fazia um tempo que a gente não se encontrava e aquele dia nós gravamos um programa junto e depois cada um precisava ir para um lado. Era o pouco tempo que a gente tinha e era difícil segurar as saudades, as vezes.
Hongjoong se levantou correndo, colocando a roupa e dizendo que depois me ligava. Desde então, nenhuma ligação. Eu não queria problema para minha empresa, eles sempre foram ótimos comigo, nem para Hongjoong, eu o amava. Mas eu estava a ponto de ligar e falar que gostaria de assumir o namoro. Eu e Hongjoong já conversamos disso uma vez e sei que ele apoiaria essa ideia.
----x----
– Gosto de sentir você perto de mim assim. – Hongjoong dizia encostando os lábios em meu pescoço – Passar semanas longe de você é uma loucura, estou quase debutando solo só para vir para empresa que você trabalha.
– Você é um ótimo rapper e compositor, deveria mesmo. Aí a gente namoraria nas mesas do escritório.
– Olha como você é safado. – Brincou
Nossos braços estavam entrelaçados, nossos corpos deitados na cama, nus, ambos podiam sentir a respiração e os batimentos do outro de tão próximos que estávamos.
– Seonghwa….se um dia….a gente precisar se separar?
– Por que a gente precisaria? – perguntei, preocupado.
– Não sei, eu tenho medo. Eu tenho medo das pessoas descobrirem e tentarem nos separar. Eu não quero me separar de você.
– Você quer seguir comigo mesmo se as pessoas forem contra?
– Eu vou sempre ficar com você, mesmo se o mundo for contra o nosso amor. Você é minha prioridade. A gente pode trabalhar junto, tentar abrir uma empresa, começar em outro lugar.
– Hongjoong, – eu ri, abraçando ele – eu não vou te deixar. Nunca.
Entrelaçamos nossos dedos, em uma promessa. Nunca.
----x----
Eu cheguei na empresa e o meu empresário estava me esperando já na frente do elevador. Antes que eu pudesse falar o que eu tinha decidido, ele comentou o que os outros decidiram por mim.
– Ufa! Felizmente fomos salvos. Podemos comemorar! O boato não vai sair, fica tranquilo.
– O que? Como assim?
– Hongjoong vai assumir o namoro dele. Na verdade, noivado. Ele vai se casar com uma atriz, não lembro o nome agora. Ele não pretendia falar nada mas já que aconteceu toda essa confusão com vocês, ele vai assumir.
Eu não conseguia falar nada. Meu estômago doía com tanta força que pensei que eu desmaiaria. Hongjoong vai se casar? Assumir namoro com uma mulher? Que mulher é essa? Ele nunca me falou dela. O que estava acontecendo. Eu pedi licença e corri pro banheiro. As lágrimas chegaram antes de eu entrar. Bati a porta com tudo e sentei no chão repetindo várias vezes que não era real, que não podia ser possível. Peguei meu celular e mandei várias mensagens para que Hongjoong me respondesse. Por isso que ele sumiu, ele não estava com coragem de me contar isso. Covarde. Meu coração batia com força e eu podia sentir uma tontura de tanta informação que levei hoje. Como ele pode me dar as costas assim? Isso só podia ser uma mentira.
Oi. Mais tarde a gente se fala.
Foi a única coisa que ele me mandou. De todas as mensagens que eu escrevi perguntando o que estava acontecendo, porque ele não falava comigo, que eu sentia a falta dele, que eu o amava, que iriamos passar por tudo isso junto. Ele só me respondeu isso.
Já era de noite e até agora nenhuma mensagem. Eu passava pelas páginas de notícia, esperando que aquilo aparecesse ao mesmo tempo que eu não queria ver. Eu queria olhar os dois juntos sabendo que doeria. Eu queria ver que era real e não uma mentira.
Ouvi um toque de alguma notificação no meu celular e corri para ler. Era ele.
Hongjoong: Você já soube?
Seonghwa: Sim, eu tive que descobri pelo meu empresário.
Hongjoong: Desculpa, eu não sabia como te contar.
Seonghwa: E você achou que assim seria mais fácil? Você vai fazer isso mesmo?
Hongjoong: Por favor, entenda. É preciso isso. Eu não posso jogar tudo para cima e fingir que não terá consequências. Infelizmente não podemos continuar.
Seonghwa: E o que a gente prometeu? Quem é essa mulher?
Hongjoong: Minha empresa decidiu e eu preciso seguir para continuar aqui.
Seonghwa: Então, me diz que você não me ama.
Hongjoong: Seonghwa…
Seonghwa: FALA QUE VOCÊ NÃO ME AMA!
Hongjoong: Seonghwa…terminamos. Eu desejo o melhor para você.
Seonghwa: Mentira! Você é um covarde, mentiroso.
Ele não me respondeu mais. Eu não sabia o que me deixava mais bravo: ele terminar comigo por telefone ou eu saber do casamento pelo meu empresário. Eu deitei na cama e sabia que aquela noite seria difícil. Tentei fechar os olhos esperando o sono chegar, mas, na verdade, o que aparecia era a imagem dele, beijando uma mulher. E eu passei a noite chorando e pedindo para essa dor passar.
De manha, a primeira coisa que fiz foi pegar meu celular e procurar as notícias e lá estava. Ele e ela, abraçados como um casal. Na frente da empresa dele. Ela era da mesma empresa e eles se conheciam há muito tempo, dizia a notícia. Era como se fosse um pouco da nossa história na história deles. Eu não conseguia acreditar que ele estava jogando tudo para longe desse modo. O amor dele não poderia ter acabado em duas semanas, não acredito que ele estava bem mas, com certeza, não estava pior do que eu estava.
– Noivado. – pronunciei em voz alta e me deu náuseas.
Ontem ele me prometia o mundo hoje ele estava colocando um anel no dedo de uma mulher. Entendo que ele estava tentando se salvar mas noivado? Precisava disso mesmo?
Ainda não tinha nenhuma mensagem nova dele, parecia que até nossa amizade acabou. Bem, boa sorte para explicar isso logo após um noivado. Eu estava a ponto de pedir para ser amante dele nessa história toda, com certeza amor-próprio é uma coisa que não cultivo.
Fechei meu olhos e coloquei meu celular em cima do meu corpo mentalizando que não me afetaria com isso durante os próximos dias que várias pessoas me marcariam em coisas dos dois. Ouvir o toque da notificação e quando eu vejo era de Hongjoong. Ele não disse nada, apenas mandou uma foto. Era o convite do casamento.
Ele estava inventando várias mentiras. Para mim, para os fãs, para ele mesmo.
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Capítulo 06
Demorou poucos dias para Hyunseong mandar uma mensagem para Jeongmin. A vontade dele era de ter feito isso um dia após o encontro deles na chuva, mas ele não tinha coragem. Depois de Minwoo insistir tanto sobre, convenceu o suficiente para ele mandar uma mensagem chamando para sair, aproveitando que era sua folga.
Jeongmin chegou no local onde ele marcou com o Hyunseong, é o bar que ele trabalha, mas não tinha contado pra ele ainda. Hyunseong estava agora com todo o cabelo solto, jaqueta de couro em um look todo preto, exceto sua camiseta, que era branca. Jeongmin estava pensando o tão lindo que o outro estava hoje e sua vontade era de beijar ele antes mesmo de entrar no local, mas ele segurou seu desejo dessa vez.
– Eu quero te mostrar uma coisa – disse Jeongmin, após pedir duas cervejas para os dois – você gostou tanto de me ver tocar naquele dia, que hoje eu quero mostrar mais disso.
– Você vai se apresentar aqui hoje?
– Sim, foi uma boa ideia esse encontro?
– Lógico que sim, eu vou adorar assistir
Os olhos do Hyunseong brilhavam olhando para Jeongmin, ele admirava muito o talento dele pra música e isso o cativava cada vez mais. Jeongmin deu mais um gole na cerveja e passou a mão no rosto do Hyunseong, comentando bem perto de sua boca que já voltava. O outro não conseguiu responder, apenas confirmou com a cabeça, ficando surpreso com esse toque. Os flertes do Jeongmin eram inesperados e sempre deixam Hyunseong tímido, mesmo ele gostando.
Jeongmin subiu no palco, agradecendo o pessoal que compareceu e começou a toca uma música do Vixx, Love Letter, e ele cantava olhando para o Hyunseong. Dessa vez, Hyunseong não se sentiu envergonhado, ao contrário, ele sentiu algo novo, era como se ao mesmo tempo que Jeongmin fosse uma pessoa que acabou de aparecer na sua vida parecia também como se ele já estivesse lá faz tempo. Seus olhares se conectavam com muita precisão e Hyunseong tinha certeza que estava cada dia, mais apaixonado pelo Jeongmin.
Jeongmin tocou mais algumas músicas e terminou o show, voltando animado ate o Hyunseong, perguntando o que ele achou, onde o outro estava tão animado quanto ele. Eles passaram mais algumas horas conversando e bebendo, até dá o horário deles saírem do bar. Jeongmin decidiu levar ele até em casa, antes de voltar pra sua.
– Então, chegamos. – Jeongmin falou, balançando os braços como se tivesse nervoso – Foi bom hoje né?
– Sim, eu gostei, eu me sinto muito bem com você e é sempre muito bom ouvir você cantando.
– Eu posso cantar pra você a hora que você quiser
– Sério? Eu vou cobrar hein. – Hyunseong falou bem próximo do rosto do outro, esperando que aquela ação pudesse ser completada com um beijo.
Pela primeira vez Jeongmin estava receoso de dar o primeiro passo, e isso o deixava mais confuso sobre a outra pessoa. O que ele tinha que mexia tanto com suas ações e pensamentos? Hyunseong percebeu que ele não faria nada, e puxou Jeongmin pela cintura, juntando seus lábios. O beijo não demorou muito para se aprofundar, a boca dos dois se conectavam tão bem que demonstrava como um nasceu para o outro. Os corações batiam em uma alta velocidade e descoordenado como se eles estivessem passando por um momento de alta adrenalina constante. Todo o sentimento que ambos tiveram hoje quando se olharam durante a música, foi concretizado com esse beijo. Não restava duvidas de que ambos estavam apaixonados e de agora em diante seria muito difícil um fugir do outro. Jeongmin sentiu a mão do Hyunseong por baixo da sua camisa e o afastou com rapidez.
– Desculpa, eu---
– Não precisa pedir desculpas, Hyunseong, eu gostei é que...todos os caras que passaram na minha vida foram todos muito rápidos e eu só quero que com você seja bem aproveitado, como eu disse, eu não quero ir com pressa, tudo bem?
– Sim, lógico. – Hyunseong concordou, compreendendo a escolha de Jeongmin
– A gente se vê outro dia então. Se cuida, Hyunseong.
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Capítulo 05
Aquele dia Jeongmin estava sem ânimo para sair com meus amigos, então decidiu ficar em casa, escrevendo. Saiu pra comprar um chá e foi atendido por um homem que ele achou muito bonito, ele até tentou ver se conseguia o número dele mas ele já namorava. O que lembrou que faz uma semana que ele não falava com Hyunseong e percebeu que o seu desanimo começou desde esse dia. Ele estava com vergonha de ligar e marcar de sair com ele. Jeongmin ligou pra ele bêbado, coisa que ele fazia com quem estava transando ou quem já transou, mas nunca com alguém que tinha acabado de conhecer. Decidiu que cancelaria tudo com ele, já que não tinha uma relação forte ou séria nenhuma e que aquilo parecia que estava ficando mais fora de controle do que ele poderia suportar. Mas as vezes se pegava pensando nele, só que ele sabia que Hyunseong ainda tinha seu número após suas ligações, então se ele não ligava, por mais que ele falasse que não acreditava em sinais do destino, resolveu aceitar que aquele era um.
Ele passou horas, tomando o chá, olhando pra janela e tentando escrever algo mas nada saiu. Ele sempre foi muito criativo e ótimo para escrever músicas, mas algo o bloqueava naquele dia. Ele tentou se distrair, as vezes, ouvindo algumas músicas para se inspirar e nada. Sentiu seu estômago te alertando que ele não tinha comido nada ainda, então saiu pra comprar algo. O tempo nem parecia que mudaria, mas algo dizia para levar o guarda-chuva e a intuição dele estava certo, porque começou a chover quando ele estava na rua.
Jeongmin avistou um moço a sua frente, debaixo da chuva e correu para ajudar e quando chegou perto percebeu que era Hyunseong. Ele tentou ficar calmo e fingir que estava bem em encontrar ele novamente, mesmo que a cena do Hyunseong de camisa social branca molhada não colaborasse nesse momento.
– Quer uma carona no meu guarda-chuva?
– Jeongmin!
– O que foi, parece que viu um fantasma?
Hyunseong não respondeu, apenas olhou para o menor com uma cara de irritado e continuou andando. Ele correu novamente até ele, bloqueando a chuva e ele o empurrou.
– Eu não quero
– E você vai ficar na chuva? Vai ficar doente assim.
– Melhor ainda, eu fico doente e morro logo.
– Por Deus, Hyunseong, precisa ser dramático assim? Vem, eu te levo até sua casa.
– Eu não quero e nem tenta me seguir de novo, que eu vou chamar a polícia e falar que você é um tarado sexual.
– Eu sou um mas nunca fui preso por isso
Jeongmin brincou para melhorar o humor do momento, mas isso só deixou Hyunseong mais bravo que foi em direção do outro, apontando o dedo com tudo na cara dele, que assutado, começou a olhar para os lados, quando o Hyunseong começou a gritar.
– Você fala que quer algo comigo, pega meu número, me liga as três da manha, bêbado e depois some, achando que esta ok? Eu sei que você não precisa me da satisfação nenhuma, eu não sou nada, mas...aaah, custava me explicar o por que sumiu?
– Olha---
– E ainda deu em cima do meu amigo na minha frente!
– O que? Eu dou em cima de muitas pessoas, você precisa ser mais específico.
– Minwoo. Na cafeteria. Senhor chá de hibisco.
– Ah, o moço fofo. Mas, eu não lembro de você lá, onde você estava? Espera, você trabalha lá então? Bom saber.
– Você é um idiota.
Ele saiu de perto dele de novo, agora mais rápido. Jeongmin correu até ele, o puxando pela mão, colocando na parede e bloqueando sua passagem com o seu braço, por mais que a diferença de tamanho fosse nítida, eles ficaram muito próximos e Jeongmin já tinha largado o guarda-chuva no chão, então nesse momento os dois estavam molhados. Para Jeongmin era difícil resistir aquele homem, ele parecia ser magicamente desenhado, tudo era tao perfeito nele, era como se alguém tivesse feito ele aos poucos, com cuidado e delicadeza, ao mesmo tempo que ele tinha traços fortes, bem masculinos. Seus olhos desceram automaticamente por seu corpo que era fácil de ser visto por causa da roupa branca molhada, Hyunseong percebeu quando tentou cobrir com suas mãos, tímido e Jeongmin voltou olhar para seus olhos.
– Olha, eu não desistir de você. Quer dizer, sim, eu apaguei seu número. Eu fiquei com vergonha, eu não sabia o que fazer, eu já sair com vários homens, Hyunseong, mas nunca alguém como você. Você me instiga muito, você me tira da minha zona de conforto e eu não sei se isso é bom ou ruim. Eu tenho medo de continuar com você ao mesmo tempo que eu quero continuar te conhecendo. Eu só acho que, se você quiser tentar de novo, podemos ir devagar, se conhecendo. O que você acha?
– Ok... – ele respirou fundo como se tivesse se arrependendo da sua escolha – Tudo bem, por mim tudo bem.
– Ótimo – ele pegou o guarda-chuva do chão e esticou a mão chamando o outro – então vamos, eu te levo ate sua casa, e você me passa seu número de novo.
– Não. Eu tenho seu número, quando eu quiser eu te ligo. E eu vou sozinho pra casa e nem pense em me seguir, a ideia de ligar pra polícia ainda está de pé, não duvide de mim.
Hyunseong sorriu e depois acenou como despedida pra Jeongmin, saindo correndo ate sua casa por causa da chuva. Jeongmin poderia ficar bravo com a situação de que o outro está tentando ter o controle dessa vez, mas o jeito dele de brincar com tudo isso estava excitando ele de certa forma, então, por que não brincar com as regras do Hyunseong dessa vez?
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Capítulo 04
Faz uma semana desde do acontecido da ligação do Jeongmin e depois daquilo os dois não se falaram mais. Hyunseong acredita que o outro excluiu seu número e desistiu. Ele poderia ligar, mas não queria ser o chato inconveniente. Achou melhor respeitar a escolha dele e deixar pra lá tudo isso. Hoje estava calmo no trabalho que Hyunseong e Minwoo estavam conversando coisas aleatórias até que entrou um homem, que mexia no celular sem olhar pra frente, mesmo assim andou direto até o caixa. Quando chegou próximo, Hyunseong percebeu que era o Jeongmin e se abaixou com tudo, se escondendo nas pernas do Minwoo.
– Hyunseong, você está---
– Shh, não fala meu nome, por favor.
– Oi, eu queria um chá de hibisco pra viagem, por favor.
Hyunseong escutou a voz dele e seu corpo estremeceu, sentindo todos seus pelos arrepiarem. Minwoo tentava se mexer, com dificuldade, porque ele não largava as pernas dele, usando pra se esconder ao mesmo tempo que ele praticamente rezava que Jeongmin fosse embora e não percebesse que ele estava lá embaixo.
– Algum problema?
– Ah, não, desculpe. É porque eu machuquei meu pé e estou andando com dificuldade.
– Nossa, não tem ninguém pra te ajudar hoje? Você devia ficar sentado.
– Eu até tenho, mas ele me abandonou por alguns segundos. – Minwoo disse pisando na mão do Hyunseong como uma indireta, que apertou sua perna com a outra, fazendo ele soltar um gritinho – desculpa, as vezes a dor vem e vai, sabe.
– Entendo, mas é muita maldade largarem você ai sozinho, com a perna machucada. Se eu pudesse te levava pra casa, pra cuidar de você. – Jeongmin fala, inclinando seu corpo próximo do Minwoo, piscando.
– Não precisa, meu namorado vem me buscar hoje. – Minwoo afasta seu corpo do outro, fugindo, e dando ênfase na palavra namorado
– Ah, foi mal. Então, obrigado pelo chá e melhoras.
Hyunseong não acreditava no que estava escutando. Jeongmin estava flertando com o Minwoo, a vontade dele era levantar e gritar mas lembrou que não tinha nenhuma relação com ele, muito menos poderia se mostrar e ter que explicar o porque se esconder atrás do balcão, então ele só segurou a raiva.
– Possa saber por que esse teatro todo, Hyunseong? Você tá devendo dinheiro pra aquele homem?
– Na verdade...eu estava saindo com ele.
– Com aquele cara? De verdade? Ele é bonito pra você.
– Primeiro, obrigado pelo elogio e segundo, não é bem saindo, a gente saiu uma vez e depois ele parou de me ligar.
– Vai ver que ele só queria sexo e você caiu.
– A gente não transou.
– Se beijaram pelo menos?
– Não.
– Ok Hyunseong, você saiu com esse menino pra onde então? Seguir ele pela rua não é um date.
– Eu encontrei ele na rua, a gente saiu pra conversar, dia seguinte ele me ligou bêbado e foi carinhoso comigo, depois ele sumiu e agora ele apareceu dando em cima de você.
– Eu nunca trocaria o Donghyun por ele, você sabe disso.
– Não é isso, eu só...eu achei que ele estava com vergonha porque ele me ligou bêbado, mas pelo jeito ele só desistiu mesmo e seguiu a vida. Eu nasci pra ficar sozinho mesmo.
– Ah, não começa com isso. Hoje eu vou sair com o Donghyun pra um bar eu acho que você deveria sair com a gente, quem sabe você não encontra alguém lá?
– Sair pra ficar de vela com vocês? Prefiro ficar em casa.
– Hyunseong, para de ficar em casa, vamos sair um dia, você não vai ficar de vela. Eu prometo.
Hyunseong estava arrependido de cair novamente na frase "você não vai ficar de vela". Mais tarde naquele dia, Donghyun estava aos beijos com o seu amigo na sua frente e ele fingindo que estava mexendo no celular, mas querendo sair de lá o mais rápido possível. Ele falou que pegaria uma bebida, mas, na verdade, fugiu do bar. Qualquer coisa, na sua cabeça, era só inventar que encontrou um homem e saiu com ele.
– O melhor que eu faço agora é voltar pra casa, comer pizza e assistir dorama e, com certeza, chorar. – comentou, sozinho, na rua.
Dois minutos após ele se afastar do bar, começou a chover e ele reclamava, com ironia, que seu dia estava ficando melhor a cada momento. Ele pensou em correr, mas desistiu. No momento, ele estava tomando chuva enquanto ele queria chorar por se sentir uma pessoa sozinha. Ate que ele sentiu que algo bloqueava a chuva em cima dele e quando ele olhou, era um guarda-chuva e dono do objeto estava ao seu lado, com um lindo sorriso.
– Quer uma carona no meu guarda-chuva?
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Capítulo 03
Hyunseong acordou três da manhã com o celular tocando. Tinha várias mensagens de um número desconhecido, ele pensou em ignorar mas a curiosidade de descobri quem era foi mais forte.
Pegou o celular e com dificuldade, por causa do sono, começou a ler as mensagens até percebe que todas eram do Jeongmin, o cantor que conheceu na rua.
"Hyunseong, é o Jeongmin...quando a gente vai se vê de novo?"
"Fala que você está acordado, por favor"
"Espero que não esteja dormindo, porque se não eu vou me arrepende disso amanhã mais do que deveria"
"Será que você me bloqueou?"
"Eu posso te ligar?"
"O que ele tinha? Por que tudo aquilo de mensagem de repente?", pensou. Quando ele decidiu responder, recebeu uma ligação, que no susto, jogou o celular na cama. Ficou olhando o aparelho tocando com o número do outro no visor, pensando o que ia falar, como ia falar, o que ele queria. Seu estômago estava doendo de nervosismo e sua ansiedade aumentando ate que ele pegou o celular e viu que Jeongmin desistiu da ligação.
– Ah, Hyunseong seu burro, idiota, trouxa, covarde!
Recebeu mais uma notificação de mensagem do Jeongmin que era um pedido de desculpas por ligar essa hora e vários emojis com cara triste. Ele não sabia se respondia ou se ligava de volta, não podia fingir que estava dormindo porque já tinha aberto a conversa e o outro já viu que estava online. Decidiu ligar pra ele e estava ansioso como se fosse seu primeiro amor de colégio ou algo do tipo.
– Jeongmin?
– Ah, Hyunnie..... – "Hyunnie?" – Desculpa te encher o saco essa hora, é que eu cheguei em casa, estou bêbado e sentir saudades da sua voz. Ah, eu acho que eu não devia falar que estou bêbado.
Hyunseong ficou em silêncio, não só porque não sabia o que falar mas também porque estava surpreso de ouvir que o músico estava com saudades dele. Ele estava assustado de um homem falar isso logo tão rápido para ele, mas, ao mesmo tempo, estava feliz, porque ele também passou o dia pensando no Jeongmin. Ele nunca fez muito sucesso com os homens, então tudo isso era estranho e novo para ele, mas começou a pensar que ele só estava ligando porque estava bêbado e que ele era o mais fácil da sua lista de números.
– Hyunseong, ainda está na linha?
– Sim, desculpa...é que, eu ainda estou acordando, estou um pouco lento.
– Me desculpa, eu fui um idiota pra te ligar essa hora, provavelmente quando acordar vou está com tanta vergonha que vou excluir seu número dos meus contatos.
– Não! – no impulso, ele acabou gritando – Quer dizer, não precisa apagar, está tudo bem.
– Ok, então depois a gente se fala. Beijos. Dorme bem querido.
Ele não teve tempo de responder nada, Jeongmin desligou e dormiu logo após. Ele ainda estava tentando entender o que tinha acontecido e se era ou não um sonho. Hyunseong voltou a deitar na cama pensando no jeito que Jeongmin o tratou pelo telefone e se era só o efeito do álcool ou papo para conquistar. Ele só esperava que ele não apagasse o número e não desistisse de chamar ele pra sair. Mesmo que agora ele tinha o número de Jeongmin, mas ele não tinha coragem de ligar pra ele.
Ele demorou horas para dormir novamente porque tudo aquilo não saía da sua cabeça, e o músico o intrigava cada vez mais e assim, aumentava seu interesse nele.
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Capítulo 02
– Ele parece diferente, Kwangmin. – Jeongmin comentou para meu amigo, ao telefone, explicando da noite de ontem
– Jeongmin, você fala isso de todos.
– Não...quer dizer, sim. Mas...ahhh, eu não sei. Era como se eu conhecesse ele há muito tempo, sabe?
– Eu estou assustado, você está querendo me dizer que Lee Jeongmin, vai enfim, namorar e parar de acordar em cama de desconhecidos?
– Eu não lembro de dizer essas palavras, querido.
– Então, explique-se...
– Vamos sair e você me paga uma cerveja, e ai explico tudo para você.
– Você não está inventando essa história só pra eu te pagar alguma coisa não né?
– Para, Kwangmin, você está ai vivendo sua vida de estudante nerd sendo sustentado pelo pai, eu só quero uma cerveja o que custa?
– Começa assim e termina eu pagando sua conta de luz
– Foi só uma vez e eu precisava terminar meus trabalhos da faculdade, você fala como se você fosse meu Sugar Daddy e nem idade você tem pra isso. Enfim, cerveja?
– Certo, depois do trabalho vamos no bar e você me conta tudo do seu macho novo.
Kwangmin era um bom amigo. Ele brinca, mas nunca recusou nenhuma ajuda e Jeongmin estava devendo muito pra ele. Ele já o ajudou em momentos que ele não tinha nada pra comer ou pagar uma conta de luz, ele tirava pouco dinheiro do trabalho que era tocar a noite no bar e não tinha conseguido outro emprego, ele tinha sorte que era bolsista na faculdade que fazia de música ao qual ele passou em todas as provas práticas como um dos melhores, o que faz o contrário das suas notas de colegial. E de todas as vezes que Kwangmin o ajudou, nunca deixou Jeongmin pagar de volta, ele falava que quando ele fosse muito famoso poderia pagar em dobro. Era só uma brincadeira do Kwangmin para não aceitar o dinheiro, mas, ao mesmo tempo, uma confiança no amigo, o que fazia Jeongmin não desistir.
Enquanto ele tomava banho para sair, lembrava de alguns flash de ontem. Hyunseong tinha chamado a atenção de Jeongmin mais do que ele pudesse imaginar. Ele era um homem musculoso, com um pouco de cabelo jogado no rosto e o restante amarrado num coque, não fazia o tipo de Jeongmin, não que ele não fosse bonito, mas os homens sempre passaram muito rápido em sua vida, ele nunca foi de se apegar a nenhum deles, mas Hyunseong era diferente, ele fazia o Jeongmin criar um sentimento de querer que ele ficasse em sua vida mais do que uma noite ele não entendia o porque sendo que não viu nada especial nele, mas quando ele chegou perto o fez perder o folego e isso o intrigava. Foi uma noite estranha que parecia até um conto romântico ou música que ele poderia ter escrito.
– E ai, Jeongmin, casado já? – Kwangmin brincou, quando Jeongmin chegou na mesa do bar onde ele já estava esperando.
– Como você é idiota, como se fosse algo novo eu a fim de um cara.
– Mas do jeito que você falou, parecia que o cara era um Deus, sua alma gêmea...
– Eu não acredito isso, você sabe. Não acho que temos apenas uma pessoa pra vida toda, isso é papo de solteiro que tá anos sem transar.
– Então me conta do seu novo Deus grego.
– Eu estava tocando na rua ontem e ele puxou assunto comigo. Ele chama Hyunseong, trabalha numa cafeteria, tem o mesmo gosto musical que o meu, é mais velho que eu e é muito bonito. Ficamos umas duas horas conversando, sobre a gente, mas...era estranho, eu sentia como se já conhecesse ele, sabe? Eu conversava muito abertamente com ele, todas as minhas coisas, até contei quando quase fui expulso do apartamento porque fiquei sem dinheiro.
– Você contou que é pobre pro cara? Perdeu o sexo da semana.
– Ele parecia muito interessado por mim, eu sei que eu sou muito bonito e interessante, mas eu não estava contando histórias para me gabar
– Desacredito dessa afirmação
– É sério, eu conversei com ele como se ele fosse meu amigo, eu...por isso que eu falei que é diferente. Isso me deixou curioso sobre ele.
– Curioso....sei. E vocês vão se encontrar de novo?
– Não sei, ele me passou o número de celular dele. Eu vou ver se marco alguma coisa.
– Manda mensagem pra ele agora!
– Que? Não, deixa pra depois, não estou com pressa.
– Tudo bem, eu sei que quando você beber bastante, você vai fazer isso. Mandar mensagem pra ele pedindo uma noite de sexo selvagem
– Você está enganado.
Jeongmin queria que ele estivesse enganado, mas Kwangmin o conhece melhor do que ele mesmo.
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Capítulo 01
Hyunseong estava atrasado novamente para o trabalho. Naquela situação, ele estava surpreso pelo fato de que ainda estava trabalhando, mesmo que nesse momento ele esteja abrindo a porta do café desesperado e ofegante porque correu desde o apartamento.
– Atrasado de novo.
– Desculpa, Minwoo. Eu prometo que eu posso segurar o turno pra você, o dia que você quiser.
– Não precisa, até porque eu nunca me atraso.
Minwoo disse com um ar superior, mas por pouco tempo porque não conseguiu segurar sua risada, jogando o avental na cara do seu amigo.
– Vamos, temos muito trabalho, duvido você conseguir sair tão cedo daqui.
E ele estava certo. Sábado é um dos dias que esse lugar recebe mais gente, então dificilmente eles tinham um tempo para respirar, além da hora de ir embora. Era dez da noite e Hyunseong já estava indo embora. Ele chamou Minwoo pra acompanhar mas ele tinha compromisso com seu namorado, então ele não queria ir pra casa direto e ficar sozinho, comendo qualquer besteira e assistindo um dorama triste onde seria mais uma noite ao qual terminaria chorando. Então ele decidiu comprar uma comida na rua e ir até o centro, andar um pouco. Hyunseong sempre gostou de passear a noite, observar as pessoas e como era lindo a cidade nesse horário.
Avistou um músico e algumas pessoas ao redor dele, e resolveu verificar. Quando mais próximo chegava, mais conhecido ficava a música que ele estava tocando ao violão, "Thank You For Being Born", uma de suas músicas favoritas.
– Vixx – comentou, num impulso, quando foi colocar dinheiro no case do violão e percebeu que foi alto o suficiente pra o outro ouvir, que o deixou tímido.
– Vejo que é um homem de bom gosto.
– Desculpa, eu só pensei alto. É que essa é minha música favorita deles
– É a minha também. Eu te conheço? – perguntou o músico, sentindo que Hyunseong tinha um rosto familiar
– Acho que não, isso é uma cantada?
Hyunseong ficou pálido essa hora, ele sentia que as palavras fugiam da boca dele e ele não tinha nenhum controle. Ele tinha pensando isso mas não queria falar assim, em voz alta, o que fez ele querer fugir de lá, mas ele não fugiu. Ele era péssimo para conversar com outros homens, principalmente os que ele achava bonito. Ele sempre teve uma dificuldade em se relacionar com medo da rejeição e ficava só desejando as pessoas, de longe. Mas o que ele fez nesse momento, deu certo, o outro começou a ri, gostando da situação que estava nesse momento.
– Olha, eu já estou terminando aqui. Se você quiser, a gente pode sair e tomar alguma coisa. E podemos nos conhecer melhor, pode ser?
– Certo, pode ser.
– Alias, meu nome é Jeongmin. O seu...?
– Hyunseong.
Hyunseong sentou em um canteiro próximo de Jeongmin, enquanto ele terminava de tocar sua última música, que agora era Infinite, outro grupo que ambos gostavam e novamente Jeongmin acertou a música. Hyunseong estava nervoso pra conhecer ele melhor. Era uma mistura de ele quer conhecer, com ele quer correr de lá o mais longe possível. Ele não falou aquelas coisas no intuito de dar em cima dele, mas pelo jeito, ficou parecendo. Mas ele não acreditava que um homem tão bonito estaria interessado em sair com ele, essa situação era impossível na sua cabeça, mas ele estava animado em saber que poderia ser real e que ele só tinha que se concentrar para não estragar tudo.
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