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Que o mundo seja gentil com as crianças que já nasceram com uma dívida. Elas não sabem diferenciar o amor do ódio e nem entendem por que não são amadas. Em contrapartida, também não compreendem por que não conseguem amar quem deveriam. Delas, tudo foi roubado: a infância, a pureza, o sorriso, as noites, as lagrimas, os dias ensolarados, o calor, os aniversários, os natais. Só deixaram para elas o preço a se pagar por ter uma vida, a obrigação de se tornarem perfeitas.
Não foi tão difícil, já que não tinham nada. “Já que eram, o jeito era ser”. Desenharam um sorriso em seus rostos. Uma das crianças, para mostrar que mesmo vazio poderia ser útil, começou a trabalhar cedo, em buscar de ser alguém para as pessoas que a tornaram vazia. No fim, o sonho do oprimido é se tornar opressor. Mas como nem todos são iguais, a segunda criança, com sua fraqueza, não conseguiu aceitar a vida que lhe foi dada e, no dia em que nasceu, já tinha desistido da vida. Como era vazio, se preencheu com o álcool, na esperança de sonhar com uma vida em que fosse normal.
A terceira criança, como foi a última, se adaptou rapidamente à vida vazia. Já nasceu com um sorriso desenhado no rosto, segurando o choro e sendo agradável. Não queria ser como as outras, não queria se preencher de álcool, apesar de buscá-lo toda vez que o vazio se mostrava presente. Ela também não queria ser como a primeira, não era o suficiente. Queria ser a mais inteligente, a melhor, talvez assim se sentiria uma pessoa completa e especial. Queria vingança, mas quanto mais atacava seu inimigo, mais vazia se sentia. Quanto mais buscava a glória, mais solitária se tornava. Então, vivia bebendo, chorando, escrevendo e se enganando.
Por mais que não pareça, todas as crianças são iguais: só buscam ser amadas. Mas, depois de tanto tempo, nem sabem mais como isso funciona. Só querem ter um lar para chamar de seu. Talvez só quisessem ser crianças de novo e criar lembranças verdadeiramente felizes. Querem colocar a cabeça no travesseiro e dormir sabendo que não possuem nenhuma dívida, sentir um carinho que não machuque. As crianças – que já não são crianças - não conseguem assumir que o vazio dói. Sem nenhuma empatia, guardaram o vazio pra si, continuaram com o sorriso desenhado no rosto e a esperança de um dia pagar sua dívida e viver a vida que lhes foi roubada.
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Domingo. Depois de uma longa semana sem olhar para si, ela acorda com um certo alívio. Planeja o seu dia para ser o mais feliz possível, tenta ter ao seu lado as pessoas que mais ama. Toma um banho daqueles sem um depois, aquele que, além do suor, leva toda tristeza, ou pelo menos deveria. Ela coloca seu vestido vermelho, aquele que a faz gostar um pouco mais de si, vermelho cor de sangue, vermelho cor de vida, aquele vermelho que a ressuscita. Coloca seus acessórios vermelhos, aqueles que a acompanham a cada passo, que passaram por chuva, sol, suor, perfume, primaveras, invernos e lagrimas. Ela passa seu perfume, o mesmo de todos os dias - mas não o seu preferido. Penteia seus cabelos molhados, coloca uma música, música essa que vai preencher sua tarde, sua casa, seus ouvidos e seus pensamentos.
Ela mata sua sede com álcool, mas parece que no domingo o álcool não faz seu trabalho direito. Quanto mais bebe, mais consciente fica. Alimenta-se do vazio e dança com a solidão, enquanto a música tenta enganá-la. Toda vez que olha no relógio, horas se passaram. Ela pergunta: “cadê as pessoas?” E, como ninguém responde, ela imagina as pessoas, ela inventa. Afinal, só precisa esperar o domingo acabar e esquecer o vazio do dia. Enquanto ele não acaba, ela escreve.
JS
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Era uma vez... uma menina, que nasceu como uma página em branco pronta para absorver todas as coisas boas da vida, mas como toda criança, ela só estava viva porque tinha um coração e um pulmão, que trabalhavam em conjunto para a pequena menina viver.
A menina crescia todos os dias um pouquinho mais, pois estava feliz, ela conseguia respirar e amar graças ao seu coração e pulmão, que queriam dar o seu melhor para a menina viver, então ela ia para a escola, fazia amigos e brincava, assim como as outras crianças.
Um dia, o pulmão se cansou do coração, queria saber como era viver longe do coração e do trabalho de fazer a menina viver, mas ele não conseguia, ele pensava “como a menina vai viver só com o coração” e como não sabia ir embora, continuou...
Em uma noite, a menina acordou com um barulho aterrorizante, esse barulho vinha de dentro dela, era o coração e o pulmão, eles brigavam, pois, tinham raiva, o coração queria que o pulmão fosse diferente, queria que a menina não precisasse dele, pois assim, poderia ir embora sem culpa, a menina não queria ser responsável pela dor deles, quando eles se machucam ela também sente dor. E naquela noite a menina não dormiu...
O arrependimento e a culpa preenchiam os dias deles, então brigavam todos os dias por não estarem felizes. Na escola, a menina não tinha mais amigos e nem brincava, pois o coração e o pulmão não estavam mais fazendo o trabalho deles, então ela ficava em silencio e só conseguia ouvir e sentir a bagunça que estavam fazendo dentro dela.
A menina estava cansada, precisava encontrar uma solução para acabar com tudo, queria tirar aquilo de dentro dela, falar para o coração e o pulmão que eles não estavam fazendo bem para ela, eles precisavam viver por si só para serem felizes. Um dia então, depois de passar a noite chorando e implorar para ser ouvida, a menina colocou um ponto final, arrancou seu coração e o seu pulmão com as próprias mãos, e disse: “vocês estão me machucando também, quando o pulmão machuca o coração, ele me machuca”.
Agora ela estava sem seu coração e pulmão, e eles sem ela, sozinhos, pensaram que era o fim, o que seria da menina sem um coração para bombear seu sangue e um pulmão para respirar? E o coração, como iria sobreviver se existia para habitar o corpo da menina? Como o pulmão iria viver sem o coração.
Eles não morreram, na verdade, renasceram, a menina se transformou em uma mulher, o coração em uma senhora forte e gentil, o pulmão agora é um senhor que vive tranquilamente, finalmente podem se amar, pois agora, podem escolher estar perto um do outro ou viver livre, agora cada um tem seu próprio coração e pulmão e não vão mais se machucar.
JS
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“Ela parece que tem câncer”, “Ela tem uma energia negativa”, “Ela é chata”. O que um ser deve fazer de tão cruel para receber comentários assim? Ela se pergunta: se pensam assim por que ficam perto de mim? Será que uma pessoa desagradável deve sempre ser lembrada do quanto a sua presença incomoda? De tanto se incomodarem com a presença dela, ela mesmo não queria sua própria existência, achava uma maneira de ficar o mais distante possível das pessoas que “amava” ela, mas em nenhum lugar ela estava totalmente sozinha, como fugir de si mesmo? Mas porque ela quer fugir mesmo? A coitada nem mesmo sabe o porquê incomoda.
Acho que deveria existir uma lei que punisse comparar uma pessoa saudável, com alguém com câncer, alguém com dor, sofrimento, sem esperança, sem vida... quando será que ela perdeu a vida? Será que a cor também se foi? Será que ausência de doença significa saúde? Acho que no fundo eles tem razão, o corpo dela está morrendo lentamente, mas afinal, o de todos estão, mas a mente dela é tão motivada que nem percebeu a dor que causa a si mesmo. Eu arriscaria a dizer que a energia negativa deve ser por conta do cansaço, ela também sente essa energia que exala, como se suas células não quisessem ficar no seu próprio corpo, ela sente arrepios, talvez tenha sido sua alma avisando que não gosta de estar no corpo dela, mas o que a coitada poderia fazer? O que ela pode fazer, se o que a mantem motivada e viva é chato para as outras pessoas? Se ela quer ler o máximo de livros que puder, porque acredita que os livros que foram escritos antes dela existir, e os que serão escritos, possuem mensagem que alguém gostaria de passar, alguém que quer ser ouvido, alguém que encontrou coragem nas palavras, o que podemos fazer se ela acredita que a verdadeira beleza está na natureza, no silencio... se as fotos verdadeiras não são a que estamos mais bonitos, e sim felizes, e essas fotos não vão ser postadas em redes sociais em troca de um afeto superficial, elas serão lembranças que vão ser guardadas em álbuns e admiradas em todas madrugadas de saudades, e todas pessoas importantes conheceram cada pessoa de cada foto, e assim durarão eternidades.
E aquela que traz alegria, deixou de trazer... em que momento nossa menina se apagou? Ou será que não enxergam que os apagados são eles? E quando olham para alguém que pensa diferente, vão atrás da luz como um mosquito, faz alguém acreditar que no fundo do escuro mar tem monstros, engano deles, no fundo do mar existe milhares de vidas, mas que assusta quem gosta de viver no raso da praia. Mas ela vai seguir, enquanto eles olham o horizonte, ela afunda no abismo do seu oceano... 00:32 – 11/05/2024
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Eu gosto de pessoas que escrevem, não querendo ser pernóstica, são pessoas sinceras, ou pelo menos escrevem com sinceridade. Nos livros podemos encontrar os pensamentos mais profundos de pessoas de todas as idades, gêneros, lugares, situações, podemos sentir um momento sem nem estar lá, podemos imaginar a personalidade de alguém sem nunca ter visto pessoalmente ou até nascido em séculos diferentes, podemos ver um ponto de vista diferente da mesma situação. Por mais que algumas dessas situações possam ser desfrutadas pessoalmente e não em um livro, o livro carrega sinceridade, pois palavras que não saem da sua boca são mais fáceis de ser ditas, ou melhor, escritas. Quando escrevemos não filtramos as palavras por medo de julgamentos, não esperamos aprovação - até porque não escrevo em busca do certo ou errado, só é e pronto; não nos deparamos com olhares de julgamentos, é só você e seus pensamentos. E mesmo que futuramente alguém leia, já passou e eu não sou mais a mesma, essa página é apenas um retrato da minha mente no dia 07/05/2024 as 23hrs, só são palavras no meio das tantas que passam pelos meus pensamentos.
Talvez, se as pessoas escrevessem ficariam mais fáceis de serem entendidas, todos somos escritores, que todos tenham a dadiva de conseguir se expressar com as palavras, porque nem tudo a nossa boca é capaz ou tem coragem de expressar.
JS
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Futuro. O que é o futuro? - me pergunta uma criança de 4 anos. O que é o futuro? - me pergunto.
Será que é o tempo? O amanhã? Meu objetivo? Meu sonho? Será que é sobre mim ou sobre as pessoas? Será que meus sonhos e objetivos fazem parte do futuro ou são o futuro? Será que podemos viver o futuro se sempre estamos vivendo o agora? O futuro é a nossa motivação que nunca alcançamos? Ele pode ser visto, sentido ou vivido? Não, não pode, se não seria passado e não futuro. O futuro é o final? O fim é a morte. O futuro é a vida.
Como é o futuro em uma brilhante cabecinha de quatro anos de idade? Acredito que exista muitos sonhos junto com a criatividade das crianças, porém também acredito que eles não imaginam um futuro, se preocupar com o futuro é para pessoas que precisam provar algo para alguém ou para si mesmo, criança vive o agora, brinca o máximo que puder, ama o máximo que puder e ainda faz de tudo pra ficar o máximo de tempo acordado, pois não perdem nenhum segundo se quer do hoje, sejamos mais como uma criança, no fim, na sua pureza existe a razão.
JS
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Estagnada, sem ter para onde ir, mas para onde eu iria? Qual é o meu lugar? Fico pensando quem eu seria se não tivessem delimitado a minha existência, a minha família, o meu sobrenome, a minha moradia, a minha educação, mas, eu sou livre, pelo menos foi o que me contaram. Se esse lugar não é meu, de quem é? A quem pertence a cidade? No meu senso comum eu lhe respondo que pertence a todos, mas o que significa “todos”; todos estão aqui, mas só alguns são vistos, tem casas por toda cidade, mas só algumas trazem conforto, existem escolas por toda cidade, mas só algumas te levam a lua, existe lindos lugares pela cidade, mas me parecem tão distantes.
Existe uma cidade para todos, mas nela eu enxergo uma barreira t��nue, tão imperceptível para as pessoas que não conseguem olhar ao seu redor, porém tão impactante quando você a observa, como dói... nela contém toda a sua existência, seu passado, seu presente, seu futuro e de todos que vieram antes de você, a cada dia que eu aprendo mais sobre o passado, mais presente ele fica.
Eu olho adiante dessa barreira, eu estou aqui, mas eles não conseguem me ver, eles podem até notar a minha insignificante presença no ambiente, onde para eles eu não deveria estar, mesmo sem saber quem eu sou eles falam sobre mim, ou pelo menos sobre o meu povo, povo esse que deveria ser nosso, depois de ser oprimida por olhares, eu volto para a “minha cidade”, cidade essa que fica dentro da deles, que só existe por necessidade, porque a minha cidade morre para a deles viver, sonhamos e eles realizam nossos sonhos; a minha cidade não é muito longe da deles, mas é o suficiente para eu deixar de existir, e assim, dentro da barreira eu sou só uma estatística, um número, algo que nasceu, algo que traz despesas com ensino, com leito de hospital, algo que morreu, talvez o coração ainda bata um pouquinho, bem devagarinho... minha cidade é de mortos, mas, afinal, a quem pertence a cidade?
Ass.: Uma cidadã de papel – da cidade dos mortos
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E hoje o tempo se mostrou presente, talvez porque depois de bastante tempo esfriou, choveu... A nostalgia e a sensação de segurança ao tomar um banho com a água extremamente quente, me fez lembrar que por muito tempo esse era meu consolo. O frio também me trouxe a lembrança de um sobretudo amarelo que minha mãe comprou em uma pequena loja perto da minha casa. Chá, filme, pipoca doce, cobertor, conforto, uma sensação de saudade chegou junto à brisa, em uma manhã de sábado, e mostrou que assim como o calor a vida passa, talvez por um tempo talvez para sempre, espero me recordar novamente no próximo��inverno.
JS
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O Muro de pedra. Acho que compreendo este muro que lhe causa tanta revolta, a empatia por essas pessoas que foram impedidas de enxergar o muro. A quem reclamar? Como se vingar? Eles só podem se vingar de si próprio. Nada pode ser feito, eles constroem muros como se não existisse um amanhã, talvez exista depois do muro. Triste aqueles que enxergam o muro, aqueles que parecem loucos, mas estão lúcidos o suficiente para viver uma vida infeliz, uma revolta acumulada, eles só querem derrubar esse muro e perguntar o porquê de ser assim, mas estão tão doentes, sentem tanta dor, nunca terão forças para derrubá-lo, não faltou tentativas, e como não ter a quem culpar, a quem vingar-se, ele se vinga de si mesmo. O sentimento de injustiça vai devorando-o todos os dias.
Sorte tem aquele que é considerado normal, mas é tão louco que não enxerga o muro, aquele muro que limita ele, ele não tem permissão para sentir, para questionar, mas vive feliz, pois como não tem a quem culpar ele vive, se questiona, deita-se na esperança de acordar e compreender o mundo, acorda com fé e esperança de que não existe um mundo fora dos muros.
JS
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Solitude ou solidão? Dizem que a solitude é a arte de escolher se isolar, em busca talvez de entender seus sentimentos profundos. Na minha opinião é a arte da loucura. Solitário então, deve ser alguém abandonado pelo mundo, que odeia a sensação de ser só, não foi uma escolha. Sinceramente, na teoria pode até existir uma diferença entre os dois, mas na prática se torna um só. Por que alguém gostaria de se afastar do que torna a vida menos entediante? Escolher o silencio, aquele que parece bonito e inofensivo, mas que te cala, sufoca e te faz delirar. A desculpa é se reencontrar com seu “eu interior”, descobrir suas emoções, mas para isso não precisa condenar os anos de sua vida, é necessário viver para se reencontrar, viver com calma, olhar o céu, tocar a terra, cheirar as flores, admirar o processo magnifico que é preparar uma comida, sentir a melodia e principalmente conhecer o pequeno mundo, que está localizado em cada ser. Talvez esses mesmos motivos, fez com que alguém achasse que se isolar é melhor.
A solidão, daqueles que não escolheram estar só, mas por algum motivo estão. O que faz alguém achar que é capaz de excluir um ser da dádiva da vida? Matando-o aos poucos, a cada dia que passa e ele é esquecido, não faz diferença em uma ceia de Natal, tão pouco nos aniversários, de repente o mundo não precisa dele, e de que adianta ele ser completo dele mesmo se o mundo vive ao redor dele, e ele permanece morto, porque afinal, se ninguém lembra dele é porque ele foi morto na mente dessas pessoas, uma vida sem memórias não é uma vida. E o nosso pobre solitário, foi assassinado. Quem foi o culpado?
Você ainda pode encontrar o meio termo dos dois, aquele que não foi abandonado por ninguém, talvez por não ter uma personalidade tão desagradável. Ele também não escolheu se afastar das pessoas por conta própria. Ele não precisa se encontrar, pois já habita um corpo desde o dia em que passou a existir até o dia em que ele se transformar em nada. Mas ele é solitário e vive uma solitude, na verdade, enquanto escrevia encontrei a resposta que procurava, percebi que ele é só solitário mesmo, porque por mais que tenha se acostumado a viver sozinho e mesmo rodeado de pessoas ao seu redor, ele odeia essa sensação, o silencio assusta ele, estar só, assusta, fazer as coisas sozinho, pegar um ônibus, estar na multidão, comer, ler, todas essas tarefas simples causam uma enorme estranheza, uma falta, lhe falta tudo, deve ser algo na mente dele que veio com defeito, não importa o quanto o mundo mude ou quantas pessoas ele acumule na vida, ele só terá seu corpo e sua alma e isso nunca foi o suficiente para ele. Uma solitude involuntária é solidão.
JS
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Beleza, parece algo profundo mas é supérfluo. O que vem a ser a beleza? Onde eu a encontro? Como posso medi-la? As vezes uma pessoa pode até parecer bonita, porque você consegue ver, mas e se o que você vê for uma imagem colada em um papelão ou um boneco inflável, e se não existir vida nisso que você vê e chama de beleza. A beleza que muitos acreditam ser beleza, é ilusória, e junto acompanhada da ilusão está a mentira, a expectativa, o devaneio, a guerra... O que você faz com aquele boneco inflável? Você vive com ele e a sua ilusão? Você olha e imagina que existe alguém ali, tenta acreditar que ele é verdadeiro, que ama, que tem vida e uma alma... Ou você se dá conta de que não existe beleza onde não há vida, e para onde foi aquela beleza que você conseguia enxergar, eu te digo: a beleza não é o que você vê. A beleza não está na foto que tiramos de uma paisagem, ela está na sensação que sentimos, na importância que ela tem. Amamos tanto um momento que pensamos "quero guardar ele pra sempre em uma fotografia" e é aí que ela se encontra, a beleza é subjetiva, outras pessoas podem olhar aquela imagem, mas a beleza verdadeira só você conhece. Se a beleza estivesse só no que vemos, como um perfume seria bonito? Você pode enxergar a embalagem dele, mas a beleza é o que ele faz você sentir, as lembranças que ele traz, alguém que você se lembra...
JS
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