intemperi-e
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vó diz: deixe passar tranquila
encosta na terra sente a fumaça no ar vem um céu de profunda cor bichos espalhados no chão laranja
um dia uma cobra passou no meio do caminho acho que então dá pra dizer no meio do caminho tinha uma cobra mas "não tenha medo, não, ela não vai te fazer mal, deixe passar tranquila" ela sabia de todas as coisas foi indo o bicho tranquilo mesmo mato a dentro e continuamos a levar o gado de volta
bate bate a semente vermelha vende o tempero na feira urucum feito da terra dos seus olhos suas mãos calejadas de trabalho carregou o mundo nas costas e depois passou pras próximas um cadin de mundo pra cada uma
meu pedaço tá menos puxado, eu acho mesmo assim pesado, penso aquele barulhinho da máquina era sinal de que a costura é de toda uma vida
o café a lenha me deu respiro pensei que o sol ainda ia esquentar mais vezes muito doce, que nem seus gestos muito vivo, que nem asa branca ecoando na sala muito causo, um xarope cura tudo que curava mesmo e uma pergunta "e cor namora?" "namora, o azul namora com o rosa, porque o azul significa 5 e o rosa 4, já o 2 namora com 1, eles são vermelho e preto"
eu te contei sobre toda a minha teoria de que as cores se identificavam com números e todos namoravam entre si porque sempre se combinavam cada um tinha um tipo de amor a senhora riu, mas parece que aceitou não questionou se minha imaginação colocava cor pra namorar acho que é porque eu não pensava em nada sozinho no mundo nem cor, nem número muito menos gente
toda vez que pensava na senhora na roça pensava que tava com bicho, com céu e com cor pensava na luz acesa enquanto dormia no banho de balde no som estralando Luiz Gonzaga e a dança que tomava a sala inteira eu que sou muito animada gostava só de ver, assistir uma das minhas apresentações preferidas
ainda bem que eu vim da minha mãe e ela veio de você pra conseguir dar conta do cadin de mundo que cê me deu todas as cores namoram é só olhar pro céu e quando eu olhar, cê vai tar lá cantando "é proibido cochilar..." fica o ensinamento deixa passar tranquila... não vai te fazer mal
te amo pra sempre, bença
L.
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não me despi
não me despi
cheguei da rua e não me despi
dentro de mim, vontade de te ver
dentro de mim também, saber que não devia querer te ver
saber que não vou te ver
mas carrego essa esperança na roupa
não me despi
me parece que essa tarefa era sua
calmamente ou com fúria
pensando nisso, cheguei da rua
bem me quer, mal te vi
mal me quer? te senti..
parece que essa tarefa era de ti
cheguei da rua, mas não me despi
continuei a ouvir aquele som
queria ir pra Bahia com você
e olha que eu nem posso te ver
e olha que eu nem vou te ver
e ainda assim, não me despi
essa tarefa com certeza era sua
k
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sorte
te amar não me trouxe sorte por muito tempo
não me trouxe tanta sorte te amar por muito tempo
confundir o que eu quero com a realidade
e cair na mesma armadilha que eu mesma crio
sempre pela metade
luto tanto pela outra parte
luto em vão
não me traz sorte tentar ser quem sou
não sei porque você aparece
parece cômodo, confortável
não sei porque se dá ao trabalho
se é ego, se é uma certa solidão
pra mim é tão óbvio
é uma pena que meu amor não traz sorte
porque o destinatário tá errado
e eu sei, mas não consigo não te enviar
uma palavra de amor
eu sei que não é você
eu nem sei porque isso acontece
deve ser essa minha coisa
de amor nenhum me trazer sorte...
é que quando ele trouxe você
eu achei que era a maior sorte do mundo
e parece que até hoje alguma coisa me faz
querer ter sorte
quando na verdade faz tão mal
não ligo de parecer esquisita, louca, otária
eu já entendi que é assim mesmo que eu vou ser
se algum dia eu tiver sorte
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aquele cigarro seu que eu não esqueço
fumando o cigarro que você gostava
aquele que você fumava toda chique encantada com os assuntos banais
engraçado como algo tão simples me faz lembrar de você
mesmo com todos os problemas e mentiras
só fumar me faz lembrar de você
aquela fumaça no quarto com horas contadas antes de ter que ir pra aula
juntas, ouvindo as músicas mais chatas que eu criticava
e mesmo assim eu amava ouvir com você
era tudo tão bom quando era com você
só que a parte ruim era tão ruim também
eu trago e lembro daqueles beijos perfeitos
daquelas noites em que parecia que toda loucura era nada perto da gente junta
e dessa parte eu nem me arrependo
o que eu vivi com você foi o amor da loucura
aquele que nem é de verdade
mas que arranca pele e deixa marca
mas que surge 2h da manhã quando você surge aqui pra me buscar e ficar com você
bem, quando você surgia né
eu nem acho que a gente devia ter continuado, mesmo
aliás, já devia ter acabado bem antes, né
mas a parte boa, que era muito boa, valeu cada noite
cada comida, cada sorriso, cada “tenho que ir embora...
...nãaaaaaao vai”
cada olhar que parecia me prender na tangente sem sair nem entrar
saindo e entrando cada vez mais em algo indescritível
e porra, falar do seu olhar é brincadeira, né mano
sem condição o tanto que me prendeu desde o primeiro momento
eu nem sei de você mais e eu espero que esteja feliz com ela
porque eu nunca poderia te dar essa felicidade
e você também não podia me dar, mas você me dava cada momento...
a gente era feliz no momento
e quando afastava era triste, e achava que era por causa da outra
quando na verdade era só o que a gente descobriu desde o início
incompatibilidade
a gente se queria muito, mas além disso a gente não queria mais nada em comum
é como eu já disse
eu te queria por muito
você me queria por tudo
que eu não podia te dar
o mais engraçado ainda é que eu quase nunca escrevi sobre você
foi só ver o cigarro que eu lembrei
da parte boa de ter você nos braços e em cima de mim
fumando o cigarro que você gostava
só que eu parei de fumar
k
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remember me
“Whatever you do in life will be insignificant, but it's very important that you do it. Because nobody else will. Like when someone comes into your life and half of you says you're nowhere near ready, but the other half says: make her yours forever.”
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burning
like a shovel on your neck
that has just been used in a blaze
you wanted the scars sticking on your skin
you wanted the left mark
a bruise into the shadows used as some kind of hope of forgiveness from the past
zero, one
two and a half seconds
you couldn’t handle it
but wanted to hurt you so badly
so you could be free
you won’t be free
the shovel is your mind
blind-escape
master key of guilty
it’s not about love
it is passion
death
and chaos
embrace it
enjoy the fire
feed the panic
and taste it
it’s burning now
surrender
k
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da definição dos amores
Capítulo I – Díade
eu me deitei sob sol queimante
aludi de súbito a figura de um deus-luz
parecia nascer em mim o despertar de um dia nunca visto
o testemunhar de um solo pútrido dando nutrição a flores e prantos
ó, calor em cascata
supre matéria
afaga temores da alma ora descoberta
mas sempre termina no expelir de combustão em brasa
tece esquinas
bambeia sangue-vivo em vermelho nobre
e derrama rímel do lado de cá dum espelho há muito encharcado
tu criaste em mim o amor da pena
a manhã clara de um céu que não me era tido
dum brasão de armas
de um acordar disperso e voluptuoso
o cais ao caos das histórias que deixei me atravessar sem importância
tu disparastes o incêndio amargo do sentir em desprezo
o inquilino devedor que desculpa a má fé da falta
tu viestes em una morada
e eu nos via como díade
preparados para nos multiplicar
e refazer a vida nula
caí em vazio testemunho
do amor do colo
que não cura nem trata de partir em véspera
não éramos díade
quinou a santíssima trindade
eu, tu e o nada
nascera morto
o amor que sonhou cálido
em prosperar doces frutos
como ir algo que nunca veio?
libertei-o
fi-lo pouco como quanto já era
e me desprendi do quente astro de se afogar nas chamas
libertei-me
fiz-me muito como quanto já devia
fui passear noutros cantos
ver se dava alguma planta em firme estrato
Capítulo II - Arvorecer
de ti, poemas e poemas
era cor de céu estrelado
era canto de dizer e mais dizer errado
achei que tinha deixado escapar o rumor da noite
o latido de cão que encontra fuga na madrugada
caí em vasto negrito de alvorada
fixei-me ao solo como cru broto de pétala
e desemboquei em mal-me-quer
tu me querias por muito
eu te queria por tudo
que nunca tivera antes
a gente padeceu em tempos desalinhados
e foi no arvorecer da tarde que nos desligamos
não era projétil de mesma órbita
por quanto parecesse for
em catálise de súplica e temor
um amor de prima natureza
era mais rima suja de boteco
e não sei o quê lá desses amores inconcretos de um jovem sonho
não é você, sou eu
que não reguei com afago
o redemoinho de teus beijos
ficou pra trás
o sonho de menina com menina
e a história de vinte e eternos anos
desabrochou em baixo quórum
não testemunhou a vinda da epifania
cedeu à pronta receita do desacreditar amargurado
curou só
e só isso, mais nada
Capítulo III - Berço
como era possível?
desbravar toda essa terra
e ainda achar que vai encontrar o mar?
não dava pé, meu bem
nunca tinha dado
era chá, vinho, choro camuflado
o despertar da fúria de um amor enclausurado
que se achava cômodo em um só quarto acomodado
tu eras berço
dava luz à coração estilhaçado
como era possível?
nascer de novo nessa terra
sem ninguém para testemunhar?
não era, meu bem
tu amamentastes cria-morta
que do teu peito ouvia fracos ruídos
chacoalhava e vibrava
mas caía novamente aos pedaços
era o amor da cura
o cuidado do cobertor sobre os braços
a ternura de familiar zelo
e íntimo desespero
era o amor da casa
que prosperava arranha-céu
e acabou da porta pra frente da rua
nula, nula
que vida injusta!
o berço quebrara
não há amor de cuidado que embale intensa matriz
de um ardor em colapso
curou pois, após abrupto moinho
que triturou as vias de falha
e tu nunca soubestes que te calhei em falta
o muito que nunca doara
Capítulo IV - Reacender
meus amores me causam câncer
em cada nova ponta te trago
sinto as cinzas corroerem o corpo
pesadelo de um sono torto
âmago de ser brasa em gelo
meus amores não entenderam ainda
que fumar custa caro
a tentativa de consumir algo e querer que permaneça
enquanto resiste a certeza do apagar
meus amores não me amaram
tampouco tragaram a parte de mim que sana a turbulência
inalaram a exigência de se carburar noutros cantos
às vezes acho que sou um cigarro
passo de boca em boca deixando rastro
e sou apagada no minuto seguinte
meus amores me causam náusea
a apatia do olhar
a ausência do sentido
padece um apelo de sôfrego desejo
em lapso tempo vomitam-me ao encontrar novo fósforo
meus amores me causam câncer
mas eu não vou morrer de câncer
eu vou morrer de amor de novo
até um dia não ter nem mais uma ponta pra acender
e queimar outra vez
meu coração se tornar�� vulcão inativo
uma hora expele fogo
e queima tudo
Capítulo V - Coliseu
muita areia e concreto
se constrói novo espaço
avante!
mais um teatro shakesperiano
a tortura do amor de novo
tempo que corrói e reconstrói o fio de cobre
que parece implementar nova ode
de ti, coliseu, o que esperar?
risadas, carícias, apelos, afagos?
tragédia e comédia
o sinuar do romance ao vivo
padece sempre sob novo enxágue
o amor é bruto demais para iniciar nova cena
tu morrerás por mim como morrerei por ti?
é sabido que não
tu me despertarás com banquete de graças?
talvez em um dia primaveril
tu não sabes, menina
é que lá de dentro
sugariam abelhas
viajariam densos terrenos
e em tua latitude encontrariam o doce amargo de amar em pedaços
pedra sob pedra
e a cada coluna nova disputa
pilastra atrás de pilastra
e por nova ventura um abalo sísmico
que dá retrato à estrutura
tentei enxergar seu amor como construção
daquelas que resistem ao tempo e erguem cidades
mas tu saqueia minhas preces
e se desfaz por ora, o amor das partes
assistirei ao espetáculo novamente?
comprarei ingresso de entrada sem saída?
coliseu resiste à intempérie
mas eu me desfaço em metamorfismo fluido
queria poder te olhar nos olhos
e ler os dizeres dos arcos
mas tu ainda não abristes a cortina do primeiro ato
sentarei na plateia e te aplaudirei de longe
com afinco de poder te encontrar no desfecho
e pedir um autógrafo de lembrança do amor
que assisti tentar crescer
enquanto padecia em meio a aplausos e gritos
tornaremo-nos surdas? ou dançaremos enquanto o mundo acaba?
quem vai saber, menina...
k
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a ideia de paraíso
meu paraíso obstruído agora pede passagem
rasgos selados em minhas veias carbonizadas de medo já são recortes esguios de um passado
eu crio, recrio, invento, refaço e fumo meus pensamentos tomados de euforia e horror pelo ode ao tempo
toda a saudade expeliu agouro
cada passo-tropeço deixou uma marca
e agora atropelo os apelos
conduzo meus próprios erros ao estado de existência
viver é jamais tarefa árdua o bastante pra quem persiste sonhando
não há nada de errado em acreditar em si mesmo
e desmontar palavras perfeitas, moralidades estampadas
cava teu próprio rumo e reconhece que ele te escapa aos dedos
mas te mantém em movimento
passa, desobstrui e encontra novos obstáculos
mas nunca para em definido molde
mesmo com momentos de pausa
eu teço o céu, uma arte holográfica de mundo-vivo
uma ideia benevolente de paisagem bonita
ministrada por supostos deuses de salvação necessária
meu paraíso difere
ele é aqui e agora, não tão bonito, não tão selvático
mas delineado na visão pueril de mais um acordar
de mais um grito de resistência em continuar desejando a sinergia de viver em busca de seus próprios anseios
e de estar feliz pelos sucessos alheios
cada peça entrelaçada do globo se conecta e te acrescenta
mas nada te ergue como tua própria arte
única ferramenta vindoura de persistência mundana
já que no fim o pó e a porrada te esperam em indomável segredo
faça-te
k
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Bota fogo em tudo quatro da manhã na pura gasolina a 3,299. E foda-se. Explode essa merda desse medo incessante e me tasca um beijo cru, cheio de vontade de réplica. Taca-lhe pau.
Sobe em poste, pega trem, pula catraca, arrasta carro, corre mesmo. Corre atrás pra caralho e fala que ama sim e todo a história clássica.
Eu quero amor assim, pra sentir direito, pra jogar no mar como oferenda e se perder pra lá das ondas. Não vou me segurar mais.
Mas não seja morno, não me faça prender dentro de mim mais uma vez por medo de arrancar o peito vivo sangue pra dizer que por você eu faço de tudo.
E se não for assim, eu nem quero, mesmo.
k
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obra em tempestade
cal, cimento e ferro
construo uma estrada mas não digo o seu nome
carrego tijolos rubros e pouco a pouco levanto paredes
mas não te mostro a verdade
tenho em mim a chuva no Equador à tarde
incansável, brota no solo em massa
corta a mata peito a fora
desvia um rosto e acolhe o mormaço
mas não te atinge
por muito tempo me senti de passagem
esperava seu adeus como se fosse de praxe
carreguei das paixões passadas o medo
a certeza de não poder te encharcar de abraços
obra em tempestade
demora e afunda a casa
enche o peito de lama
atrasa a entrega da alma
e acaba valendo pouco
me vendi barato
troquei lua e estrela por copo e prato
e mesmo assim não pude me erguer
casarão antigo
mansão de mil noites
meu amor por você foi conquistado na planta
mas não prosperou em grande edifício
escoou pelas ruas
k
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monologues of fortunate pt II
amount of announce
cold-hearted girl in an advertising office
-could you please love me gently?
-what for, darling?
-to make me feel less like a movie machine
-we don't work with this kind of product, but you can put an announce right there - the secretary pointed
-oh thank you, you’re gentle
in the door the publicity said
spontaneous love!!!!!
the other morning the garbage truck passed
-all this paper and just for feelings?
juniors dance
daddy can u please teach me how to fly?
-I don't have time but I already bought your wings baby
-and about the make up?
-I'll make up something for your mother, do some milk for your brother and then you can draw a smile on everybody's faces
is that okay honey?
-yes dad, just don't forget to play the music
you must follow the dance
ingenuous mistake
got a strange feeling in my pocket
gonna open it
surprise
it wasn't nothing but the addiction
"I'll love you for one more day and then I'll quit"
you can't do that
you smell it
and see it around
you want it back
she won't love you like I do
24hrs market
it just wasn't there anymore when you showed up
last round
today I drank coffee
tomorrow it will be wine
among all the things my tongue have ever tasted
your body was the one that seemed more mine
babe bye
a hotel room
your dress kisses the floor
my fingers walk through the sky
it's raining
I bet she could make you feel it
but you still remember the way I used to touch you
she may be better
but she's not me
you wish I was there
I'm right here
I’m fortunate
I talk alone
I die inside
babe bye
k
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unusual
it's not an usual conception of love it's something that inspires that makes me feel like I don't need to feel so much it's something about the way you think the way you laugh the way the reality becomes totally unnecessary I mean, it's not the romantic or platonic conception of love it's love for your head it's love for your body it's love for your soul it's love for your madness it's love for your freedom it's love for your presence it's love for your existence it's love for the inexistent need of explanation and I don't really understand those things but that's what attracts me the most I like things I can't explain
I have a insatiable taste for run away from reality I have a insatiable taste for you I want to taste all of your flavors and explode all the reactions I want you to come to my house to see a new verse I wrote about the sky I want you to come with me and sit in the banks of the park to see the sun approaches I want you to come here I want you to come in here it's a mad idea of love it's love for your anxiety it's love for your vulnerability it's love for your music you're the kind of music that touches my mind it's love for your blues and all the colors you create with the chaos it's a delirium the life we dream it's a tears for fears’ song and it's nothing compared with the dimension of this kind of love I don't want to know what's in your mind I want you to invite me to dinner and change the plans at 8:47 pm
k
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missing
I never understood missing until I looked myself in a mirror and saw you I felt you blowing up in my veins I touched the blankets hoping you were there I listened to every single song with some verse about you I thought you'd be on those rhymes, calling for me I claimed you to cure my pain I needed you so badly it felt like the worst abstinence a drug could offer
I never understood missing until I fell into the ground with my hands pulling my hair I scratched my head with blood nails I smashed my heart into raw meat I cried every single drop with some memory about you I thought you'd be on those tears, thirsting for me I screamed you so loud I threw myself so unwaryly it felt like the worst bruise a crash could induce
I never understood missing until you left me cold-hearted I burned for so long searching for you in the flames the fire destroyed me it left so many scars I still feel them through my mind
I never understood missing until you came and then left and then came again until there was nothing left to go
I never understood missing until I saw you with someone and then with someone else and then with another one until I was just an old history you didn't need to read anymore
I never understood missing until I realized if I thought I'd die for you I thought it right I did my love for you turned into radiation it contaminated every single cell of my body nothing came back to normal after you exploded around me I turned into pure cancer
gone girl it doesn't matter how much I wished you were never here
I never understood missing until I lost her because of you I was so damaged, I couldn't even see the cure around me
I never understood missing until I didn't miss you I was so used to being left, I didn't even suffered anymore
missing is really risky it could make you feel like you're better with something that actually always made you worse
but sometimes missing is really painful it could make you feel like you're crazy to let something so good go away I still missed her
with you, love was miss I don't miss you anymore I won’t miss you ever again I loved you but you loved the world and I'm out of space
k
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acho que encarei o espírito tal qual sua magnitude numa madrugada em pleno outono frio, frio, escuro e ventania pé quente debaixo da coberta pré frio nos assopres das clemências se de dia te ferve de sal e pimenta a cadência de viver em deslumbre à noite se estende sem estrelas feito roupa no varal de céu nublado
noite vasta que assola tudo pelo caminho e enche de ideia uma cabeça já muito oca - impulso voraz de viver até os oitenta e quatro oremos a fé toda vez que comemos desse pão abençoamos o pai, a mãe, a filha e o cachorro que por trás da nuvem late pra lua magnética em terra e vidrada em ar quem dera água pra derramar em taças a vontade de ser astro
cuidado
cão bravo
k
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