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incancelável
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Nathan, 28
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incancelavell · 1 month ago
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Sententiae
In vino veritas Quem poderia imaginar Quantas contradições Cabem no seu olhar
Si vis pacem, Para bellum, Em outras palavras: Pernas, pra que te quero?
Dura lex, sed lex Mas para os amigos do rei Tudo relax
Natura non facit saltus Mas eu sim, pois não Nasci quadrado
Errare humanum est Pois nos pertence E os inventamos
Homo homini lupus est Adestrado e castrado
Quid pro quo Delírio Panem et circenses Razão
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incancelavell · 2 months ago
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Evangelho segundo o Bruxo do Cosme Velho
O amor parece uma almofada recheada de alfinetes. Essencial mas nunca macia.
Porque o conforto mata a chama, apaga o deslumbramento. E no silêncio cômodo, amantes já não se veem, não se escutam, não se tocam.
Quantos passam pela vida sem jamais amar? Ou amam só de leve, como quem teme o fogo.
O amor existe em abundância e se um dia você o entender, nunca mais terá sede.
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incancelavell · 2 months ago
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Copilotos
Você nem sonha em pensar… mas eu já me encharquei de você. Sem toque, sem promessa. Só com o que inventei nas entrelinhas do teu silêncio.
Talvez seja só minha carência, esse vício antigo de criar deuses onde só havia gente. Mas mesmo assim, eu fico. Rezo o teu nome como quem espera milagre.
Me afundo em mim pra te caber. Me livro dos velhos monstros (não por mim, nunca foi por mim), mas por essa ideia tua que me acorda antes do dia.
Você, talvez, ainda esteja longe. Alheia a esse amor que não nasceu, mas já sangra. Mas eu vejo. Vejo você como quem descobre fogo no escuro. Você não me vê. Ainda.
E o resto? O resto é só vontade. De escrever história em páginas que ainda estão nas árvores. Com pontos que tremem. Frases sem sujeito. E exclamações que nem foram gritadas.
Quero ser copiloto dessa viagem que você nem sabe que começou. Atravessar contigo uma estrada onde você talvez nunca entre. Mas eu tô aqui — com as mãos no volante e o peito aberto. Esperando que você tropece nesse afeto mal-ajambrado que só eu sei que existe.
Se for delírio… que seja o mais bonito.
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incancelavell · 2 months ago
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Tumblr media
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incancelavell · 2 months ago
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Final Feliz
Dizem que o homem paciente será imbatível, mas quem disse que eu quero ser invencível? Às vezes cansa, sabe? Esperar demais. Ficar parado enquanto a vida escorre pelos cantos, e os jardins ao redor parecem sempre mais verdes, mais floridos, mais vivos. É difícil suportar a ideia de que a primavera chegou para os outros e não pra mim.
Mas mesmo assim… aqui estou. Aberto. Vulnerável. Querendo propor o impensável: que você me veja, mesmo quando eu estiver disposto a ser destruído. Que aceite essa minha rendição como um ato de coragem. Sem máscaras. Sem orgulho. Sem pudor.
Por você, eu trairia meus próprios vícios. Romperia com tudo que sempre me prendeu. Faria o que nem por mim mesmo fui capaz de fazer. Não por desespero, mas por amor. Porque há algo em você que me faz querer ser melhor, ser mais, ser inteiro.
E o teu final feliz... sou eu. Te esperando. Não como príncipe, nem como salvador, mas como chão. Como tropeço. Torcendo em silêncio para que, distraída, você esbarre no que já está aqui há tanto tempo.
Eu nunca vou te ferir. Nunca vou te abandonar. Você será, se quiser, a razão que faltava pra tudo isso aqui fazer sentido. Posso ser o que você desejar, basta que, um dia, você deseje ser minha.
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incancelavell · 2 months ago
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Jacaré que dorme
Eu já mandei trazer
Minhas correntes paquistanesas
Hoje eu decidi perder
Já me desfiz das minhas defesas
E hoje a janta é fumaça
E o programa é ver a vida passar
Meu suor escorre às traças
Fruto que outro provará
Eu já tentei me livrar
Até quis sair à francesa
Mas mais certo que o dever
É minha dose de tristeza  
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incancelavell · 2 months ago
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Só por hoje
Tomo remédio pra insônia mas não quero dormir. Quero curtir a onda, rir sem motivo, sentir o tempo escorrer sem me pedir desculpas.
Já passou da minha hora — eu sei. Mas eu fico. Só mais um pouco. Quero aproveitar esses minutinhos de mim. Quando ninguém exige. Quando só eu me basto.
Posso me dar ao luxo, só por hoje, de não descansar. Porque às vezes descansar é esquecer quem se é.
Amanhã vai chover. A cidade vai alagar, as promessas vão boiar. Mas tudo bem. Eu posso virar. E me virar.
Durmo na janela, meio acordado, enquanto espero o Seu Moisés buzinar alto e abrir o mar de carros pra minha travessia.
Cheguei. Sem desistir. Nem de mim, nem do trabalho.
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incancelavell · 2 months ago
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O elefante entre nós
- ...
- ...
- O que foi?
- ... Nada...
- O nada não incomoda...
- Como?
- O nada não incomoda!
- Você está incomodada?
-... Você não?
-... Acho que não.
- O nada não incomoda.
- Como assim?
- Quantas vezes nós já não nos sentamos em silêncio um na presença do outro? Apenas existindo... E isso nunca me incomodou, o silêncio nunca foi tão gritante, as coisas nunca foram assim.
- Assim como? O que mudou?
- Não sei!
- Nem eu... Nem tudo precisa ser confortável.
- Eu sei, mas até o desconforto esperado é tolerável, isso é diferente.
- Isso o que?
- Não sei!
- Ok, talvez seja algo, mas precisa ser nomeado ou apontado? Não pode apenas ser?
-Talvez.
- Você quer dar um nome?
-Quero!
-Qual?
- Nada!
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incancelavell · 3 months ago
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La Nuova Gioventú
Com você por perto Gostava mais de mim. Como se sua presença aclarasse partes que eu esquecia de olhar.
Não sei se é certo. Talvez não devesse ser assim — me encontrar no reflexo dos seus olhos atentos, distraídos.
E agora eu já não sei o que ficou, o que partiu: se você levou um pedaço de mim, ou se deixou o seu, quieto, por aqui.
Com você por perto, eu era mais inteiro. Como uma casa simples, mas viva, aberta ao sol do fim de tarde.
E havia algo nisso que parecia certo. Mesmo que fosse só por um tempo, me fez acreditar em mim com mais calma.
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incancelavell · 3 months ago
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Troca de lâmpadas
Ontem à noite, o primo da minha mãe morreu. Não sei ao certo quantos anos ele tinha. Menos de quarenta, talvez trinta e poucos. Uma tragédia real. Daquelas que nem cabem em filme — de tão comum, de tão banal.
Foi trocar uma lâmpada em casa. Caiu da escada. Morreu. Simples assim. A vida se desfaz num tropeço.
O primeiro pensamento que me atravessou foi sobre a fragilidade da existência. E a sua absoluta imprevisibilidade. Ninguém — ninguém — sobe numa escada para trocar uma lâmpada esperando morrer.
Quantas pessoas acordam todos os dias completamente alheias ao fato de que estão vivendo suas últimas horas na Terra? Praticamente todas que morrem.
É irônico. É cruel. É quase engraçado.
Depois do susto, minha mãe comentou que a família não tem dinheiro nem para enterrá-lo. O caixão da prefeitura parece uma caixa de fósforos — pequena demais para a dignidade da morte. Indigno para quem vai e para quem fica.
E aí, quem morreu um pouco fui eu. Que mundo é esse onde até para morrer se precisa pagar?
De novo: cruel. De novo: engraçado. De novo: irônico.
Não tenho muitas lembranças dele. Sua voz, seu rosto — são fragmentos soltos, invisíveis. E mesmo assim, ele me habita. Porque eu me vejo nele. Me vejo em todos que já morreram.
Eu também troco lâmpadas. Eu também escorrego. Eu também caio. Eu só não morri. Ainda.
Descanse em paz, Júnior.
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incancelavell · 3 months ago
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Azul
E aí, você por aqui? Quanto tempo a gente não se vê? Eu quase nem te reconheci Mas juro que já vi você
Por aí, lá na UVV Com novos e velhos amigos Achei que não fosse me reconhecer Afinal…
Eu nunca soube se Você também me achava ¬Especial E mesmo com suas dúvidas Nunca me quis mal
E olha, que legal Acho que agora a gente Tem mais a ver E, sinceramente, Eu gosto de conversar com você.
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incancelavell · 3 months ago
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Love Is Like Life
Love is like life— It happens while You’re busy Making other plans.
One day it hits Like a cannonball, Right through your heart.
But many times, It’ll just graze you, Or shoot you in the leg— So you can make it out alive.
You’ll carry Some scars, I won’t lie. But in the end— At the very end— It will be worth it.
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incancelavell · 3 months ago
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Depois de Mim
Você me diz Que me deu sua juventude. Eu te dei meus vinte anos — E, apesar de tanto, Acho que fomos, No fundo, humanos... Felizes, ambos.
Até então, Você me deu Os melhores dias, A mais doce medida Do que é amar.
E gosto de pensar Que, depois de mim, Ficou mais fácil errar. Você pensa em mim Quando tenta escolher Quem vale a pena amar?
Também me deu Mil e uma chances, De voltar, como quem volta A um lugar que nunca deixou de ser. Mesmo eu correndo, Sempre indo embora, E deixando um pedaço em cada retorno.
Você me deu seu coração, Desnudou-se em palavras e gestos. E egoísta que sou, Não consigo lembrar Se, ao menos, dei algo de mim Que fizesse sentido.
E gosto de pensar Que, depois de mim, Ficou mais fácil errar. Você pensa em mim Quando tenta escolher Quem vale a pena amar?
E agora eu me pergunto, Se o amor que ficou É só o que eu perdi, Ou o que restou. E a culpa, que agora, Me pesa em cada olhar, Ainda me faz pensar: Fui mesmo capaz de amar?
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incancelavell · 4 months ago
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Object of desire
May I dive into the abyss of your soul?
And gladly drown in your burning paradise.
May I climb those twin peaks where the barbed wire gleams?
May I melt, softly, into the cave and never return?
I will cover you in storms of manhood, and push the world away.
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incancelavell · 4 months ago
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Nascimento
Como se não fosse nada, num dia qualquer Eu te vi — não como nas outras vezes Eu te vi de verdade, um anjo camuflado Em uma espessa cortina dourada.
E eu me apaixonei. Não teria como ser diferente. O que me surpreende É ter demorado tanto pra te ver.
E agora eu amo te orbitar, Só pra ver os cometas que caem em você. Eu giro em torno do teu mundo, Como quem não quer pouso, só presença.
E sonho com nós dois Nos desmanchando numa cama, Como se não houvesse hoje, ontem ou amanhã.
Se você ao menos se permitisse… Um novo big bang. E haveria luz outra vez.
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incancelavell · 4 months ago
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incancelavell · 4 months ago
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SACRIFÍCIO
Outro dia, numa conversa entre amigos — daquelas que só existem quando há confiança e silêncio depois das frases —, falei, meio perdido entre o que sentia e o que queria sentir: — Quem foi que plantou essa ideia de que a vida é feita de sacrifícios?
Talvez tenha sido alguém cansado. Alguém que já se despiu da esperança e se cobriu com o peso das horas. Não sei. E, pra ser sincero, nem quero discutir se é verdade ou não. Só sei que a vida é tudo. E tudo inclui o sofrimento — e aquela preguiça insuportável de sofrer.
Lembro de ter citado, quase como provocação, o Gênesis:
“No suor do teu rosto comerás o teu pão...”
Perdemos a eternidade e, de brinde, ganhamos esse expediente diário. Essa rotina de lutar, de cair, de ser lembrado o tempo inteiro de que somos pó.
Na hora, soltei outra:
— Jesus disse que o trabalho dignifica o homem, né?
Mas ninguém confirmou. E eu fui procurar. Bíblia, King James, até o Google. Nada. Ele nunca disse isso.
Mesmo assim, a frase paira — como se estivesse esculpida em pedra. Como se fosse lei universal: só há dignidade se houver suor. Então, pra seguir conversando, eu fingi que Ele disse. Perdão, Senhor.
E aí a dúvida bateu mais fundo: Se a dignidade só vem depois do castigo, o que isso diz sobre nós? Sobre a nossa fé? Sobre a forma como fomos ensinados a existir?
O trabalho, pra maioria, ainda é o lugar do esforço, da dor, da obrigação. E quando a gente não trabalha, sente culpa — como se devesse justificar o próprio oxigênio. Como se nossa existência precisasse gerar lucro pra ter valor.
Já ouvi que o trabalho é alienação. Já ouvi que é missão divina. Já ouvi que é cura contra o tédio. E também que é caminho espiritual. Sei lá. Talvez tudo isso diga mais sobre quem somos do que sobre o trabalho em si.
Mas... e se tudo isso for mentira?
E se a dignidade já estiver aqui, antes da planilha, da enxada, da meta? E se não for preciso provar nossa humanidade pelo peso da agenda ou pela conta bancária?
Sim, isso soa como heresia — quase como querer voltar ao Éden pela porta dos fundos. Mas e se esse pacto que fizemos com o sacrifício for só um contrato mal lido, com letras pequenas?
Talvez a verdadeira revolução não seja trabalhar menos ou ganhar mais. Talvez ela esteja em perguntar: E se a dignidade já for inegociável? Como a luz que atravessa a fresta da janela, mesmo quando a gente esquece de abrir os olhos.
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