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haruchiuji · 4 years
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Narrativas e confissões
[- gerais - específicas - profundas e superficiais]
O que [quase] ninguém sabe sobre as nuances, texturas e percalços das cavidades internas dessa minha habitação, chamada: vida.
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Na maioria das vezes e para a maioria das pessoas estou quase como o de costume, de espírito alegre, acessível, com aquele “quê” empático, receptivo e cheios de entusiasmos típicos desse meu otimismo/pessimismo insistente. O que poucos sabem, ou só com a convivência (e certa observação) fica perceptível, é a existência de um lado que se refaz em silêncios, que sofre de exaustão mental, e se recolhe reflexiva. Esse é um dos cantos que (de tão meu) compõe a pessoa que justo a mim coube ser eu, essa que venho me tornando a cada dia.
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Isso de transitar em obsessões por certos temas de estudo, ativa o botão que aguça a habilidade singular de hiperfocar a mente até absorve-la completamente a exaustão. E, não raro, - ao colapso. Que se perde em si mesma e se isola por horas, e as vezes dias. Sim, sou a pessoa que segura o xixi, fica horas em jejum sentada numa mesma cadeira, sem perceber o sol nascendo lá fora quando estuda um tema de interesse.
Sou capaz de passar muito tempo escrevendo ou estudando temas aleatórios que aguçam-me ou desafiam, sem (por vezes) se quer me dar conta do tempo passante. Minha mente fervilha velozmente. Faço com muita facilidade milhares de conexões associativas. Meu raciocínio é audaz e atros quando se pega desafiado. Resolvo espontaneamente equações de problemáticas humanas com frequente facilidade. Adoro quebra-cabeças de vários sentidos. Meu teste de Qi deu superior à média, e a criatividade é ponto facultativo que colorem meus dias. Um trunfo que livrou-me muitas vezes dos apuros que a minha mente distraída me colocava.
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Me questiono e trago comigo milhares de questões que me fazem ativa e muito compenetrada até o estafe. Me entedio com facilidade. E me sinto enormemente atraída por coisas novas. Adoro surpresas e atividades ao ar livre em meio a natureza. Trekking, flyer, e alpinismo podiam vir de registro como parte do meu nome. Aprecio vigorosamente aventuras que sugerem adrenalina, ao passo que na mesma intensidade sinto um enorme prazer no silêncio/ruídos de lugares campestres com cachoeiras, chuvas, e brisas em florestas. Tenho um cérebro que percorre o 8 ao 80 a 200km/h. O que me faz muito vulnerável dentro do contraste de uma cidade grande. Barulhos repetitivos, buzinas, sons de motor, obras em andamento, pessoas falando na rua, me deixam especialmente atordoada. Eu posso ouvir TODOS os sons ao mesmo tempo, sem exageros.
Dificuldades para dormir. O sono costuma ser leve, o que me deixa mais vulnerável e irritada no discorrer do dia. Ouso dizer que sinto certa “inveja” de quem dorme feito “pedra” em qualquer lugar a qualquer momento. Por justamente sofrer à saga de ter um cérebro que recusa se desligar, mesmo quando exausta. Valorizo e me esforço muito por um sono de qualidade. Tenho rituais para poder dormir bem, para ser uma pessoa não apenas produtiva e feliz mas tolerante e um pouco mais tranquila ao enfrentar um novo dia.
Em contra partida ao hiper-foco em temas específicos, sou completamente inapta para manter a atenção na maior parte das coisas simples que compõe uma vida normal. Ou mesmo de, calcular o tempo sem perder-me em mim mesma. E nos meus excessos. Pois sempre acredito que dará tempo de fazer milhares de coisas antes do compromisso com hora marcada. Qualquer mera ocupação pode distrair, absorver, e embotar a percepção correta do tempo.
Como por exemplo os inúmeros voos que perdi, ou a vez em que comprei minhas passagens de volta para casa com datas às avessas. Fui motivo de riso para amigos próximos muitas vezes, e tentei levar com bom humor esse tormento desajustado em que minhas faculdades executivas ocasionavam-me.
Meu relógio interno e senso de tempo nunca se alinharam bem com o relógio de pulso, e para não absorver certos prejuízos, me vi por vezes e mais vezes, fazendo um esforço (extremo), em adiar uma porção de compromissos (até cabíveis no tempo), para não correr o risco de me distrair e consequentemente me atrasar como de costume. Fato é que, ser pontual por exemplo, exige muito de mim. Preciso exercer muito esforço para não me distrair no meio do caminho rumo a hora marcada. Exigindo disciplina e muita força de vontade. A vontade de melhorar em todas essas questões nunca me faltou (“ainda bem”), e é o que muitas vezes me salvou/salva vez e outra.
Além disso, é muito comum ter picos de energia, euforia, entusiasmos que contrastam com cansaços e silêncios ao longo de um dia. Meu humor parece oscilar, quando na verdade é apenas a química do meu cérebro trabalhando em um padrão singular.
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Para além de tudo isso vem a empolgação, excesso de energia e motivação para COMEÇAR múltiplas ideias e projetos, que consomem as energias necessárias para ir adiante com cada um deles. Pois ideias e coisas demais para dar conta não encaixavam nas horas humanas que me cabiam em vida. Em suma, o excesso de energia investidos na CRIAÇÃO de coisas novas consomem e desgastam as energias para fazê-las durar. Passado a novidade, tédio. E assim mais um projeto/profissão se ia com a chegada de uma nova ideia.
Por essa razão me vi forçada a eleger mais de um item de interesse e morrer de trabalhar por eles para não enjoar rápido demais. Para então, encerrar etapas e iniciar novos ciclos de reinvenção. Nessa sequência além da área de formação em psicologia me vi desenvolvendo várias áreas periféricas de interesse e fascinação. Psicologia do estilo de vida saudável, psicologia do marketing e produção de mídia para internet. Isso incluía atuação artística como apresentadora, modelo e roteirista amadora. Além de professora de culinária, dona de uma pequena empresa de produtos naturais à palestrante. Me vi transitando em muitas coisas em ciclos obstinados. Fiz dinheiro e profissão com cada uma delas em fases. Sempre desassossegada buscando desinquieta aquietar os problemas desse funcionamento mental hiper-ATIVO.
Atualmente me vejo buscando equilíbrio, e soluções para prosseguir a jornada. Tentando encontrar caminhos que melhorem a vida. - e realizar sonhos - e executar de maneira efetiva a missão para qual confiou a mim o meu Senhor.
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Em fim, e em lamento eu diria que, por toda uma vida passei pela tristeza e pelo estresse de pensar ser isso tudo uma falha grave em meu caráter. Não que isso não seja uma falha grave, mas o que finalmente descobri é que biologicamente nasci com uma falha na fenda sináptica em que os receptores que permitem a produção da serotonina e noradrenalina, não funcionam corretamente. Explicando com isso milhares de coisas e eventos nas quais passei ignorante por toda uma vida. Muita angústia e sofrimento poderiam ter sido melhor administrados ou compreendidos uma vez consciente das minhas limitações, e características às avessas. [a saga de uma vida TDAH]
Sim, passei por situações sociais um pouco “turbulentas” eu diria, por falta de diagnóstico adequado, e falta de compreensão a cerca do funcionamento inato pelo qual não escolhi ao nascer. Fiz muitas amizades, conheci muita gente e deixei muitas pessoas para trás. Perdi amigos, momentos e certas realizações por motivos que hoje compreendo que poderiam ter sido melhor administrados, se antes soubesse as coisas que hoje sei.
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Oportunidades nunca me faltaram, fruto das múltiplas habilidades, interesses, e da capacidade de me conectar com pessoas, coisas e ambientes diferentes. As mesmas oportunidades incríveis que surgiram em minha vida (natural ou ativamente), são exatamente as mesmas que me vi deixando-as passar por vezes e mais vezes.
Hoje sigo no fluxo que visa desacelerar, que visa acertar. Sigo no fluxo de alguém que busca ardentemente melhorar. E ser/fazer feliz. Crescer. Apesar dos percalços, apesar dos pesares.
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haruchiuji · 5 years
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Avareza: Uma das características mais miseráveis da natureza humana
O efeito do pecado original é devastador na vida dos homens e a avareza, com certeza, é um desses. Um comportamento reprovável e ao mesmo tempo negado por todos, pois no fundo sabem que, no momento que admitirem, não serão vistos com bons olhos pelas pessoas que o rodeiam, ou seja, serão discriminados e apelidados com termos pejorativos tais como: “mão de vaca”, “pão duro”, “muquirana”, “mão de figa”, “mão fechada”, “ganancioso”, “mão de leitão”, “sovina”, etc.
Existem pessoas que apesar de serem avarentas, não conseguem enxergar em si mesmas tal característica. Há uma linha tênue entre ser comedido na administração de suas finanças, ser controlado nos gastos e ser um “pão-duro”. Então, como identificar uma pessoa assim? Pode um verdadeiro cristão ser avarento?
Primeiro, são pessoas que possuem um medo excessivo de perderem aquilo que adquiriram, seja por esforço próprio ou não. Agem como se fossem levar todos os seus bens para a sepultura como se houvesse tal possibilidade.
Segundo, são pessoas que relutam muito em gastar dinheiro, ainda que seja para cuidar da sua saúde, conforto e até com itens de necessidades básicas. Exploram ao máximo, tudo o que o seu próximo pode lhe oferecer. Só compram produtos que estejam em PROMOÇÃO. O prazer em tirar vantagem é irresistível. Os fazendo potenciais acumuladores. Alguns destinam compulsivamente grandes quantias em itens específicos como objetos, roupas, acessórios e produtos que denotem riquezas, isso ocorre pelo prazer de parecer ser. Seu fetiche mental consiste na crença de que coisas materiais são mais importantes que boas experiências. Isso ocorre as custas de sacrificar o conforto que poderiam desfrutar em outras áreas da vida. Para estas pessoas o que importa é conseguir viver bem, gastando o mínimo possível, sempre. O que comumente as fazem passar por muitos “perrengues” desagradáveis e desnecessários.
Terceiro, são pessoas extremamente apegadas aos bens materiais. Costumam amar mais “coisas” do que pessoas; sofrem quando precisam doar algum objeto, a não ser que esteja deteriorado, que já não possua nenhum valor, ou quando precisam abrir espaços para novas coisas a serem acumuladas. Ao fazerem qualquer tipo de negócio, supervalorizam os seus bens e tentam, de todas as formas, desvalorizar os dos outros.
Quarto, geralmente são egoístas e só conseguem enxergar o seu próprio umbigo. Até se propõem a ajudar ao próximo, desde que isto não lhe gere CUSTOS.
A avareza não escolhe raça, condição social ou até mesmo religião, por mais que esta as ensine exaustivamente o inverso. Ao contrário do que parece, ela não é exclusividade dos ricos. Parece que algumas pessoas tem uma grande dificuldade em lidar com este problema e nem mesmo os ensinos religiosos são capazes de libertá-las por inteiro.
As igrejas cristãs reformadas ensinam os seus fiéis a entregarem o dízimo de tudo aquilo que recebem, além da ênfase também a ajuda ao próximo. O exercício da entrega mensal de dez por cento de tudo aquilo que se recebe tem base bíblica e ajuda muito ao desprendimento, não obstante, também não é capaz de curá-la se ela o fizer por puro medo da condenação eterna ou de o “devorador” colocar a mão naquilo que ela já tenha conquistado.
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Certo é que a Bíblia condena veementemente a avareza. E a sua definição para esta atitude vai além das fornecidas pelos dicionários. A Bíblia a define também como idolatria, ou seja, um ídolo, um tipo de deus que hipnotiza milhões de pessoas e que irá leva-las para a perdição eterna se não se arrependerem a tempo. Segundo a Bíblia não há como servir a dois senhores. Infelizmente, a realidade de uma pessoa classificada como sendo avarenta é que ela ainda está aprisionada ao fascínio deste terrível falso deus e receberá a devida recompensa por isto.
O avarento emocional é aquele que está sempre calculando seus passos, é meticulosa para evitar o mínimo de riscos possíveis. Ele alega medo de sofrer ou de perder aquilo que possui.
Considera tudo precioso demais para colocar no meio na fogueira. Cada ação é posta sob avaliação: “será que devo fazer isso? Por que razão? Quem vai? Que horas volto? Quais as vantagens?
É uma pessoa cheia de reservas, movimentos milimetrados, regrados, polidos, calculados e minguados.
O avarento é uma pessoa minguada…
Sua maneira de amar é um tormento, pois só oferece se tem a garantia de receber. Alega trauma, mas no fundo é sovina, quer tudo para si.
Atrás de sua aparente segurança uma tristeza avassaladora o impede de se render a escolhas espontâneas e cheias de vida. Não dança, não tropeça, quase não fala ou se entrega ao prazer.
Tudo sob controle é seu lema.
Moralista camuflado está sempre apontando, criticando, maldizendo, praguejando a corrupção do mundo e as desventuras das pessoa ao redor. Os vizinhos são seu prato preferido, afinal ele se acha ponderado, sensato e cheio de verdade. Adora as verdades. Seu partido político é o melhor, o time é o vitorioso e sua religião soberana, apesar de ser pouco devoto.
Questionamento é para os fracos, acredita?
Seu destino? A solidão de quem pode ter mil pessoas ao seu redor, mas o incrível abismo que sua “retidão” de carater impõe a ele mesmo.
O avarento nega prazer a si e ao próximo. Quando o avarento nega auxílio ao próximo fica caracterizado o egoísmo através de um gesto de avareza.
Deixa de viver o hoje por medo do amanhã.
Apego, insegurança, sofrimento. É isso que o avarento recebe por seus atos de mesquinharia afectiva.
A boa notícia é que eu e você somos livres para fazermos as nossas próprias escolhas. Caso esteja em um relacionamento amoroso com um avarento, avalie com honestidade as possibilidades que você tem em realmente auxilia-lo. Estipule uma meta com prazo. Caso perceba que não ocorreram mudanças significativas. Faça a escolha de se retirar. Embora seja um ato generoso prestar apoio e auxiliar o crescimento da pessoa amada ninguém deve ser obrigado a mudar se não quiser. E, caso note resistência, fuja. Fuja do avarento. Pois avareza é uma doença da alma que cedo ou tarde arrastará ao pó o seu portador. Assim como ninguém é obrigado a mudar se não quiser, você também não é obrigado a padecer ao lado de uma pessoa miserável.
Lembre-se que a vida é feita de escolhas.
Eu espero honesta e francamente que todos nós decidamos hoje a servirmos ao único Deus, capaz de nos fazer vencer até mesmo a sepultura, Jesus Cristo de Nazaré, o maior de todos os tesouros. (Ex 18.21; Pv 15.27; Mt 6.24; Lc 12.15; 1Co 5.11, 6.10; Ef 5.5; Cl 3.5; Hb 13.5; 1Tm 3.3; 2Tm 3.2).
Por Juvenal de Oliveira, e outros clínicos e especialistas do comportamento humano.
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haruchiuji · 5 years
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PASSADO & MEMÓRIAS
— Revendo trechos de uma trajetória de quase uma década, não me vejo suspirando nostalgias como as que reencontro em fotos antigas entre amigos e familiares.
Foram 3 títulos de beleza. Um pouco mais de 10 anos nas variantes do universo da MODA. Alguns concursos, títulos e propostas (re)pensados e renunciados. Tendo em paralelo muita coisa vivida e construída nesse interim.
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Hoje é lembrança obsoleta. Lembranças de uma fase que contribuiu (de certa forma) para o meu crescimento. Não posso negar que aprendi com o que achava bonito e interessante, e em proporções maiores, também ensinou-me sobre as coisas das quais não poderia suportar. Vivenciei alguns limites. E sei que eu mesma os coloquei no caminho. Embora isso, muito do que passei fortaleceu convicções necessárias para a minha felicidade atual.
O que vivi contribuiu para a visão de mundo que tenho hoje. Mesmo consciente das renúncias que dei-me a permissão de fazer ao longo do caminho, sei que fiz bem. Sei que fiz lúcida. - de coração. E, mesmo uma parte minha se encontrando no talento da equação, outra maior NÃO se encaixava e sentia necessidade em alinhar as novas crenças ao propósito que foi tomando forma no discorrer do caminho. Um caminho do qual posso dizer hoje, – não me arrependo. Tudo o que vivi, e as escolhas e renúncias feitas me trouxeram até aqui. Mesmo sendo difícil, posso dizer que sou grata.
— Enormemente grata — , e minha gratidão não é por já poder-dizer-ter-obtido a REALIZAÇÃO de toda uma vida. Obviamente NÃO. Ainda não terminei minha construção. [um tijolinho por dia - à todo vapor]
Quanto ao “Auge da realização”, com essa ainda não me encontrei, posso afirmar. Mas me encontro corajosamente — realizando — um pouquinho a cada dia.
É preciso certa coragem pra viver essa vida. Não por ser ela necessariamente difícil ou complicada. Mas pelo desafio da coerência. da consistência. da perseverança - e - da assertividade. Esta última a principal, eu diria.
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haruchiuji · 5 years
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Agosto de 2019 - Capetown South África
[riscos calculados]
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Existe um grupo de pessoas que não teve apoio nem base familiar para se arriscar. Para escolher. Para lidar com as consequências, perdas e renúncias que envolve cada decisão tomada ao longo de uma vida. É comum encontrar pais super-protetores (daqueles autoritários ou não), tenderem a atropelar essa etapa do desenvolvimento. Afinal, suas tomadas de decisões sobressalentes e invasivas sobrepõem-se aos dos filhos. Esquecem-se de treiná-los para a vida. Um tipo de treinamento que envolve a oportunidade de errar, e o encorajamento para continuar apesar dê.
Como resultado temos uma leva de adultos medrosos. Que mal sabem descrever ao certo sobre suas preferências e gostos. Sua cor ou comida favorita? A que seus pais (ou outras pessoas do convívio próximo) escolherem ou disserem bons. Tomar decisões é sinônimo de extremo desconforto e sofrimento. Pois é difícil lidar com o que vai perder a cada escolha feita. Afinal, cada escolha envolve uma renúncia.
O medo por vezes os paralisa brutalmente. Vivem sob o medo. medo de errar, medo das coisas (do conforto) que irão perder, medo em ter de lidar com SEUS próprios erros, (e, quando pior) medo em ter que lidar com o apontamento de dedo e olhar decepcionado de terceiros. [da opinião alheia]
O que tenho a dizer?
Pessoas prósperas e em progresso continuo, se - ariscam - se permitem. Tem medo? Tem medo! Mas enfrentam seus fantasmas. Se planejam. Se lançam. Se inauguram. Não se permitem boiar sob uma superfície inanimada e passiva. Vão e fazem. Ao menos TENTAM, se permitem. E, não me refiro a atos impulsivos. Planos sem planejamentos. Vontades sem enredo, contextos e seus devidos cálculos. Me refiro a pessoas quê mesmo sentindo MEDO, e sendo sim zelosas e responsáveis, CALCULAM seus riscos e fazem por onde para inaugurar seus projetos.
Não. Não vivem sob a ótica do “e, se?”. Não se vitimizam passivamente em lamúrias sobre como a vida é difícil.
Pois afinal é difícil? É difícil, SIM!
Mas, no final a diferença entre uma pessoa e outra é o quanto está disposta a errar.
Erros cometidos por pessoas que foram cautelosas e comprometidas com seus projetos são bem-vindos. Bem vindos como LIÇÃO de vida.
– Vira aprendizado –
Amadurece e gera mais motivos para continuar. Continuar até acertar! Pois as dificuldades enfrentadas por quem foi treinado (educado) desde a tenra idade, se torna mais “excited” quando adultos.
E pra quem não foi educado para vencer independência?
Juro quê, tudo o que li e vi, dizia ser totalmente possível quando VERDADEIRAMENTE nos comprometermos a fazer e a mudar.
— Podemos tentar ? Podemos!
Queremos mudar?
[cabe à você — honestamente — se fazer essa pergunta ]
Este é um convite da minha pessoa a minha própria pessoa. Pois to me convidando a melhorar, quem vem junto?
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haruchiuji · 5 years
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A senhora bondade
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Vovó se tem alguém em pele e osso que transpira bondade e abnegação, esse alguém é você. Da última vez que nos vimos olho a olho, chorei com o nó embargado na garganta, pelas lembranças que o fitar em seus olhos, me ocasionaram. Sentir a pele da sua mão idosa, sem o mesmo vigor de antes não foi nada fácil. Ainda não o tem sido. Suas feições tem dia a dia perdido o viço, o brilho e a força. A vida tem se esvaído de ti, por entre os dedos, tão notavelmente quanto os ponteiros do relógio que anunciam o prenúncio de uma saudosa e ardida despedida.
Apertar sua mão e olhar para essa estrutura tão debilitada, lutando para se manter viva. Me assusta, confesso. Tenho milhares de lembranças bonitas de gestos piedosos, que levarei comigo com muito carinho. São varias as histórias de feitos teus durante toda uma vida, que me ensinaram preciosas lições. Mulher dedicada a família, doadora até a última gota. Com um coração tão generoso e piedoso quanto fora possível encontrar em um ser. Sua força e bravura diante de todos os desafios pelo qual passou durante a vida fazem de você uma sobrevivente singular. Pela bondade tão marcante em você.
Vovó veio ao Brasil por decorrência da segunda guerra mundial, no qual presenciou de perto muito sofrimento e dor. Passando por perdas incalculáveis. [talvez isso explique minha sensibilidade com notícias e documentários de guerra. Me pego com certa facilidade, profundamente comovida] Mesmo conhecendo os extremos na pele, nunca deixou de ser um mar de abnegação e coragem. Lutou muito, sofreu e deixou legado.
Olhar para você ajuda a desenvolver as minhas faculdades mais primárias, e a perceber o quanto ainda preciso crescer para construir um coração com dimensões próximas ao seu. Pegar em suas mãos e acariciar seu rosto frágil, me fazem orar fervorosamente por intervenção Divina, peço em súplicas a Deus que Seus anjos lhe apareçam em sonhos e lhe conte sobre a maravilhosa história da redenção, e sobre a Eternidade ao lado do bom Pastor. Pois se tem algo que desejo ardentemente, mais do que pela minha própria vida, é pela habitação de todos vocês no céu. Minha família.
Feliz dia das mães vovó. Eu amo você.
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haruchiuji · 5 years
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Mudanças e instâncias
26.05.2018 - sábado à noite - ES
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Esse último voo de volta para a casa foi acompanhado de um incômodo agudo no peito. Foi só colocar a chave no trinco da porta para sentir o prenúncio do que se manifestaria ao colocar os pés (e coração) para dentro. Respirei fundo em cada passo por entre a casa. E em quanto tocava as paredes do corredor, sentia um espiral intenso rodopiar em meu ventre sem que eu pudesse evitá-lo.
Dessa vez voltei por despedida. Essa que adiei o quanto pude. Passei por dias intensos e carregados de ansiedades. Me vi numa empreitada dolorosa e mais uma vez solitária. Comecei pela lista, depois o anúncio, que mesmo convicta, estava totalmente insegura sobre a decisão que em menos de 24h, me faria ver fogão, e ar condicionados indo embora pela porta de entrada. - e um telefone cheio de notificações para as próximas negociações. Uma dupla dose antagônica se remoendo em alívio e tristeza. Se esforçando em focar-se racionalmente no dever dessa angustiante etapa.
Pois manter um apartamento com os encargos fixos que o acompanham, e desfruta-lo levianamente, não me ressoava razoável a consciência. – então o alívio por encerrá-lo.
Porém, o sentimento que intencionei sufocar, estava aqui dentro se acumulando e me revirando à noite, em insônia e estômago embrulhado. Não queria passar pelo que hoje transbordou à tona. Me escorrem indesejáveis lágrimas. Mesmo consciente do dever, não há como negar a dor.
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Seria loucura ignorar esse exponencial emaranhado aqui dentro. Essa casa na qual me despeço, representa com relevância muito sobre quem eu sou, e sobre trechos expressivos de sonhos e necessidades emocionais que trago comigo desde a infância. Cada peça da casa foi gestada, e planejada. Passei tempo arquitetando os espaços que tinha por finalidade me acolher e acarinhar a alma (e que fez tão bem seu papel).
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Essa conquista trouxe-me amadurecimento e realização. Recebeu-me com um sorriso de: “bem-vindo ao início de sua vida adulta”.
Essa emancipação foi tão prazeirosa quanto necessária para desenvolver em mim um adulto saudável. É delicioso isso de dar conta de si, é solitário, é angustiante, e um tanto aterrorizante também. Da medo. Mas em geral é maravilhoso. E muito importante. Claro que os desafios não são fáceis. Mas são neles que nos descobrimos fortes e com uma capacidade de superação que antes desconhecíamos.
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Pelas adversidades nos é dado a possibilidade de nos descobrirmos grandes. Por mais pequenos e desesperados fôssemos durante a prova. Essa etapa é fundamental para todas as outras em sequência. E sinto terno lamento pelos que padecem do “complexo Disney World”, acariciados até as entranhas por Peter pan. Engodados na terra do nunca. Adultos infantilizados são a expressão ápice do fracasso de todo um potencial que poderia ser conquistado e desenvolvido. [Um enorme desperdício]
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Essa despedia está um tormento doloroso, mas reflexivo. E em quanto escrevo passo a entender que tenho tanto a agradecer por tudo o que vivi até aqui. Por cada benção concedida. Foram dias de alegrias, de trabalho, de muitas e muitas noites solitárias acompanhadas de muito crescimento.
Isso que hoje me sensibiliza e que me tirou o apetite por três dias, faz parte do apego que se vê em luto pela saga da despedida. É apenas uma fase. - eu sei. Mas que fase! Não é evitável isso do sentir. Sentimento é pulsão que lateja. E que nesse momento sente no coração medo, insegurança, e tristeza. É duro ver as peças que representam um pedacinho de si sendo vendidas por valor depreciado.
Não são apenas móveis, - são memórias de carinho. Não são apenas paredes pintadas, - são conquistas. Não é um apartamento inanimado, era meu refúgio, minha liberdade, meu recanto de paz, meu encontro comigo. E a mais profunda representação psicológica da sublimação. Um fenômeno extraordinário que não terminou seu download. Pois, isso de montar casinha era meu refúgio favorito na infância. Fruto do casamento dividido e conflituoso dos meus pais. Compreendo a íntima relação entre as duas instâncias, e minha obsessão em conquistar meu próprio espaço, e família.
Essa casa que insto montar é a criança que anseia encontrar anteparo, abraço e acolhida. Que necessita organizar e alinhar seu próprio canto do existir. Casa e familia são dois pilares que anseio desenvolver e organizar, não apenas por me alegrar e dar prazer, mas pelo ciclo que necessito fechar.
Por tanto, por a venda coisas de valor intangíveis, não é fácil. Me escorre insistente essa dor emocional transitória. Que rejubila gratidão, e chora um tipo de luto, - a da despedida.
Mas sei que, assim como coisas boas se vão, outras melhores ganham seu espaço. Então embora o chiado no peito molhe meu rosto, tentarei me lembrar que estou apenas abrindo espaço para bênçãos outras me encontrarem.
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haruchiuji · 5 years
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“Um homem mostra muito do seu caráter pelas coisas das quais ele ri.”
— Josemar Bessa.  (via reformada)
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haruchiuji · 5 years
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Seja livre.
Encontre alguém livre. Viva sem enroscos, sem amarras, sem complicações. A vida por si só já é cheia de desafios, não é preciso complicá-la mais.
O que vejo é tanta criatividade se expressando em problemas imaginários – desnecessários –, que fazem o medo de viver ser uma âncora pesada para discorrer os dias (é dispensável).
Uma pessoa livre tem personalidade, tem seus próprios gostos, seus próprios sonhos. Sabe o que quer e para onde está indo. É consciente do que tem feito para prorrogar seus próprios objetivos, mas que, mesmo assim, ainda estão no controle. Não se pauta nos outros. Não precisa, pois sabe o que quer. Tem opinião própria e sabe pensar por si só.
Uma pessoa livre é independente. Sabe dar espaço e preza pelo seu próprio. Sabe se colocar e se retirar. Não é de melindre nem frescura. É uma pessoa disposta, útil, de iniciativa. A ponta da fila. Tem um brilho bonito, diferente, e se destaca.
Pessoas livres sentem que podem fazer tudo, qualquer coisa. E isso é porque podem. Traçam a meta, vão longe. Dispõem-se e fazem. Têm autonomia e são confiantes para se aventurar em seus próprios projetos, pois acreditam neles e fazem acontecer. Simples assim. Sem mimimi.
Pessoas livres sabem se cuidar, não se pautam na opinião alheia. Não se apoiam na autoestima de terceiros. Contudo, escolhem serem cuidados mesmo assim e estão dispostos a cuidar de volta. Não por necessidade, mas por vontade.
Pessoas livres sabem tirar o melhor da vida – e isso contagia.
Normalmente, conquistam fácil, ou intimidam (os egos frágeis por aí).
Gente livre e descomplicada chama atenção. Quem é livre deixa o outro livre para ir e vir. Não é de amarras, mas de soluções práticas. Não implora, recebe. Não exige, dá.
Se você tentar sufocar uma pessoa assim, você estará perdido! Se tentar enrolar, não vai rolar. Com pessoas assim, é ou não é. Preto no branco. Se não for pra ser, quando menos esperar, verá escapar pelos dedos como água de represa.
Em resumo: encontre uma pessoa livre. Seja você essa pessoa! E lembre-se de que, no final das contas, ninguém será de ninguém. A pessoa será dela mesma, mas estará disposta a compartilhar com você a vida. E será inteira – intensa –, pois é bem resolvida.
Uma roda viva dentro de um espírito livre.
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haruchiuji · 5 years
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2018 - 2019
A reflexão abaixo é antiga. Mas estou postando hoje pois além de ser uma data conveniente é também um momento da minha vida em que tenho por costume fazer as minhas revisões e balanços a cerca do que vivi, realizei e posterguei durante o ano que me foi oportunizado.
Esse texto foi atualizado, embora, seja antigo. Veio à tona depois que recebi uma matéria a cerca de uma jovem médica vítima de um câncer de mama que deixou manuscritos em cartas a seus familiares. Contendo reflexões importantes e complementares as minhas próprias considerações sobre a vida.
Reflexão - Dez 2017 | ES
Eu só queria te dizer pra aproveitar melhor sua vida, dos grandes eventos às coisas pequenas do dia a dia. Reconhecendo a Deus em todas as coisas. É preciso notar mais os detalhes, e viver mais inteiro no presente. Hoje é tudo o que você tem, já parou pra pensar nisso?

Para de viver no automático. Se vc fez isso em 2018 não repita isso em 2019! Quebre o ciclo, faça diferente.
Hoje é a sua oportunidade.
Queria te dizer pra não perder tempo com o que não te faz bem. Não insista nisso. Para que investir seu tempo (algo tão precioso, único e que nunca mais voltará) com coisas, pessoas e atividades que te fazem mal? Se te influenciam para essa direção porque continuar nela?
Se questione mais.
Não viva hoje como se suas chances fossem eternas. Você sabe, não viverá para sempre nessa terra. Cada dia que você deixa de viver o seu melhor é uma prova de que está vivendo sobre a ilusão de possuir todo o tempo do mundo. E você não tem!

Cada vez que você adia alguma coisa, cada oportunidade que você perde. É uma chance que você desperdiçou de deixar seu legado. De fazer o bem, e viver o seu melhor.

Você pode não estar vivo amanhã.
As pessoas que ama podem não estar mais aqui.

Então para que depender assim de um amanhã que não te pertence? E que você não pode controlar?
Não estou defendendo com isso, uma vida imediatista, e irresponsável. Mas sim, uma vida mais presente. Mais inteira, mais plena, e mais rica em significado e propósito.
Não chegue ao final de sua vida com uma coleção de frustrações. Das coisas que poderia ter feito e não fez por medo, insegurança, ou falta de postura mesmo.

Viva de tal forma que um dia no futuro você possa olhar para trás e sentir orgulho de quem você foi, do bem que você fez, dos corações que você tocou, e da pessoa que se tornou. Chegue lá com boas histórias para reviver de lembrar. Seja hoje a pessoa que você quer ser.

Manda hoje aquela mensagem presa no peito, que vive ensaiando, mas que acaba nunca mandando.

Diz o “te amo” que você sente e não diz.
É preciso demonstrar e dizer que ama todos os dias.

Abrace forte, seja gentil, dê carinho. Expressar o afeto faz parte da parte bonita da vida.
Um dia você não poderá mais fazer essas coisas. Então, por favor não fique inerte esperando esse dia chegar. A gente nunca sabe quando isso acontecerá. Pode ser amanhã. Pode ser hoje. Pode ser agora.

E o que podemos fazer? Ser feliz agora. Viver o hoje. A vida pode ser encantadora e você é o único responsável para fazer isso acontecer !

Não adie a alegria, a doçura e a beleza da vida. Pare de dar desculpas, ou justificativas, pare de culpar os outros por sua infelicidade. Sua infelicidade é resultado dos seus medos, da sua covardia em fazer valer a pena cada dia!
Você é o único inteiramente e redondamente responsável pela sua vida, - pela sua felicidade. Não transfira o intransferível a outra pessoa. É pesado penoso, -cruel demais com você e com o outro.

Viva mais, ame mais, seja mais.
Não tenha medo! Seja grato, confesse a Deus seus pecados. E seja um com Ele. Ele pode te ajudar a seguir sendo útil, fazendo o bem, e sendo grande em atos e escolhas. Agradeça a Deus todos os dias, sem Ele nada fará sentido de verdade.
E isso, só depende de você. Das suas decisões.
Não deixe a vida te levar.
A vida é uma só. O que se tem da vida é a vida se leva. Que seja intensa, verdadeira, e útil !
Levanta desse sofá. Faça algo. Faça acontecer!
Essa é a sua oportunidade.
Então vai lá.
Vai ser feliz (hoje)!
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haruchiuji · 5 years
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Hoje tivemos um dia difícil em casa, um dia de despedida repentina, - e dolorosa.
Essa que está no meu colo é um pequenino tesouro chamado Rubi. Foi presente de uma amiga da família.
Rubi era um shitzu mini (um cachorrinho de bolso) bem proporcional à sua principal provedora de amor, Sophie 4 anos. Sosô saiu correndo em direção à porta para ir ao carro da vovó, e nossa pequena rubi achou oportunidade para explorar o mundo “selvagem” lá fora. Enquanto disparava em tom eufórico e brincalhão pela rua, seu outro dono de 10 anos correu desesperadamente em busca de resgata-la de um atropelamento. Pela primeira vez esse pequeno ser de quatro patas correu vigorosamente em direção à desafiadora avenida principal. Meu sobrinho atordoado e obstinado em resgatá-la, quase saltou entre carros para salvá-la. Sua mãe conseguiu alcançar seu ombro a tempo de uma tragédia maior.
Nossa preciosa Rubi sofreu um acidente que lhe custou a vida. Chegamos em meio ao tumulto dos eventos e presenciamos uma sofrida cena marcante, o choro agudo e desesperado do meu sobrinho de 10 anos que assistiu os últimos momentinhos de vida da nossa pequenina jóia rara. Nada havia que pudéssemos fazer. Confesso que, a vida não me preparou para esse tipo de dor. Minha cunhada abraçada com meu sobrinho, chorava tanto quanto o meu pequenino, e me olhava com um olhar atordoado implorando por socorro. Me senti tão aflita e desesperada quanto eles. Orei em silêncio, e pedi a Jesus que confortasse o coração dos meus sobrinhos. Clamei por sabedoria para conduzir o desfecho dessa história.
Alguns jovens mobilizados com a tragédia, pararam o carro em meio a avenida e tentaram reanimar nossa cachorrinha, juntamente do tio das crianças que sendo médico se esforçou por socorrê-la. Em prantos e revolta a solidária jovem que parou para nos ajudar, acolheu seu corpinho peludo no colo na esperança de vê-la sobreviver ao acidente. Mas em poucos minutos nossa cachorrinha deu seu último suspiro.
A enrolei em um lençol, e pensei comigo: “e agora?”. Tive que seguir, e encarar a triste reação emocional de luto de cada um dos meus sobrinhos. O mais velho de 12, tem um temperamento profundo, e tímido. Chorou silente, um choro doloroso que dilacerava meu coração a cada lágrima vertida. Sosô por ser pequenina demorou um pouco mais para compreender a dimensão da sua perda, o que não a impediu de ficar em prantos horas depois, implorando por abraçar sua cachorrinha.
Coloquei os pequenos no carro. E decidi que enterraríamos em frente à casa da vovó, pertinho de onde enterrei meu filhote de pintcher quando criança. Todos choravam, inclusive eu mesma me encontrei em grande dificuldade para manter o controle emocional. Titio das crianças com amor e vigoroso esforço fez a cova onde enterraríamos seu corpinho.
Em quanto isso, pedi para que todos se ajoelhassem para uma oração:
“Senhor Jesus, queremos agradecer por cada dia de alegria que nos concedeu através da vida da Rubi, por nos permitir experimentar um amor tão gostoso ao ladinho dela. Todos esses dias foram muito importantes e especiais. Somos gratos por cada dia, por cada momento de alegria ao lado dela. Também agradecemos por bondosamente não permitir que ela ficasse em sofrimento diante de seus últimos momentos de vida, e por termos a certeza de que ela está descansando e dormindo em paz. Num soninho profundo. Temos certeza que rubi cumpriu sua missão com nossa família. E hoje foi o dia dela terminar sua jornada conosco. Pedimos que conforte nossos corações pois sentiremos muitas saudades.”
Então, as crianças compreenderam que tínhamos muitos motivos a agradecer. Que rubi havia terminado sua missão com muito amor. E deveríamos ser gratos apesar da dor forte que sentíamos.
Pedi para que cada um deles colhessem flores, e passassem a mãozinha no corpinho ainda quente enrolado no lençol, afim de se despedirem de sua amiguinha. Com carinho um a um foi se despedindo de sua doce companheirinha. E com cuidado a colocamos em sua pequena cova cheia de flores. Todos juntos ajudamos a enterra-la. Colocamos pedras e flores e fizemos nossa última oração de agradecimento, e rogo por consolo.
Esse pedacinho miúdo de pêlos fofos chegou em casa preenchendo a vida dos meus sobrinhos de alegria e amor. Um amor despretensioso, genuíno e raro, - um amor que não espera nada (absolutamente nada) em troca, apenas um pouquinho de afagos e colo.
De fato esse minúsculo ser não nos servia de cão de guarda, nem de cão guia, ou, qualquer outro tipo e utilidade que muitos cães oferecem aos seus donos. Contudo, ela foi a melhor professora no campo do amor, fidelidade, felicidade autêntica, e carinho personificado. Um amor que cabia nos pequenos braços da minha sobrinha de 4 anos. Foi sua melhor amiga e companheira.
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haruchiuji · 5 years
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Por onde tenho andado?
Correndo contra o tempo aleatoriamente, com a cabeça cheia, estômago embrulhado, certo mal-estar e um leve desespero. Temo admitir, mas embora me esforce, trago comigo a velha sensação de estar cheia de pressa sobre uma nostálgica esteira familiar, antiga. Bem antiga.
A esteira da vida é quase uma piada. Em um dia você dorme cheia de planos e inspiração para fazer acontecer a tal da vida “perfeita”. No outro você está completamente envolvida-sugada-absorvida com seus planos fora de esquadro, bem dentro do olho do furacão, com a consciência desgastada, funcionando quase sempre no modo automático.
Digo isso por desabafo. Tenho tido recorrentes crises de hipoglicemia e intestino irritável. Lembro-me que na infância e nos altos da adolescência vivia sobre essa lástima. Mas que em um determinado momento, e doses de livros inspiradores, se viu provando a alegria de finalmente se libertar desses (entre outros tantos) perrengues de saúde. Isso tudo graças às mudanças (especialmente) no estilo de vida alimentar. Gostei tanto que quando menos percebi havia me tornado uma ativista do tema. Passei a trabalhar por isso com tanto amor e interesse que acabei em algum momento a fazer dela uma das minhas principais missões de vida. Fato é que, eu realmente aprecio o tema.
Porém, em algum momento do processo me perdi. E to tentando voltar às casas da roda da vida para tentar retomar de onde parei.
To aqui semi deitada, e exausta tentando me socorrer dos atropelos da minha própria mente. Tentado entender o que anda acontecendo comigo. Me sinto tão diferente, agitada, “maravilhosamente” produtiva e sem rumo, como nunca antes na história dos meus blocos de notas e reflexões.
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A verdade é que acabei de ler algo que dizia sobre a relevância do “white space” da mente, e isso me trouxe um insight instantâneo sobre meu quadro mental desgastado. Os “espaços em brancos” são necessários para a mente se refazer, e se equilibrar. São momentos onde podemos divagar em silêncio em nós mesmos. Sonhar acordados e “viajar na maionese”. Tão necessário quanto vital. Ocupar a mente de serenidade e quietude seria o que naturalmente faríamos se não estivéssemos tão abarrotados de informações aleatórias o tempo todo. Essa invasão “interneteira” seja por puro entretenimento ou dever decorrente dos ossos do ofício e do trabalho, costumam absorver com mais poder e violência os que trabalham com esse universo midiático hi-tech. Afinal, trabalho é trabalho é o que põe a mesa. Nem sempre será possível limitar o uso das telas. E é aqui onde me valho das perguntas (que sempre me faço quando a vida começa a pesar):
“que cê tá fazendo da sua vida? Onde você quer chegar? Você está indo pra onde?”
Daí surgem os dramas e os pesadelos. Como é fácil perder as rédeas. Como é fácil querer uma coisa e caminhar em sentindo contrário ou puramente randômico, que não leva de fato pra lugar nenhum. É fácil constatar que o que se queria a princípio está já necessitado de revisões e ajustes. Especialmente na rota construída diariamente para o alcance desses objetivos.
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Sim, tenho sofrido de insônia acredita? Um absurdo. Mas não. É real. Convivo com um sono meio ruim tem tanto tempo quanto tempo tem minha vida adulta. E tem piorado. Chego a passar noites inteiras em claro trabalhando. Ou simplesmente porque entrei em modo “zumbi”. Não preciso estar atarefada com coisas urgentes para entregar. Posso apenas estar ansiosa e triste por coisas cotidianas que as vezes pessoas e eventos se encarregam de trazer. As mazelas das relações interpessoais me afetam mais do que gostaria ou saberia lidar. E admito, eu não sei lidar com toda essa demanda. Não estava preparada pra nada disso. Então se algo ou alguém resolve destilar sobre mim suas demandas e exigências emocionais, reajo feito esponja. E adoeço. Me sinto facilmente exaurida no processo de certas ocasiões. Lidar com vampiros emocionais sempre foi doloroso pra mim. Sempre. Pois minha defesa sempre foi o passo pra trás. Mas é duro recuar quando se deve avançar. Então vem o dilema, e junto dele o meu processador mental começando a travar.
Me sinto em uma prova de F. O. G. O. surpresa com direito a consulta. Que enquanto queima a sola dos pés, me possibilita consultar os livros que prometem uma forma de sair com o mínimo de trauma possível da situação em que me encontro. Tenho estudado em paralelo. Devoro livros como quem come um prato de comida depois de dias em abstinência e fome.
Faminta e desesperada por respostas e amparo. Sigo entre pulos com os pés descalços, sapecados e sangrando.
Mas. Fato é que, fogo é fogo, fere ardido, deixa rastro. Leva tempo pra curar. Em quanto isso vai roubando sono. Animo e certa energia mental.
E por falar em energia mental, a minha está espalhada em tarefas diversas. Diversas (talvez) pelo medo do tédio. Do óbvio. Do inanimado. Do eco.
Porém, diversidade trás junto seus custos. Seus gastos. E tenho consumido bons números de folato por causa do volume de cortisol presente. Sem estresses. Como? Me pergunto. Como? Alguém aí com respostas ou pistas me conta?
Tenho vivido certa miséria de atropelamentos e corridas mentais desgastadas. Fazer tudo tá se vestindo de nada. E tá cansativo isso.
Seria melhor parar dar meia volta e pegar mais leve? Tentar de novo do jeito certo?
O que é o certo, me pergunto. Fazer menos com qualidade que caiba no tempo e na rotina. Ou continuar no mais sem tempo, sem saúde, com o medo aterrorizante da mesma senhora - a dona - rotina?
Afinal quem vive por amor cego ao imprevisível só quer suas fendas simpáticas funcionando corretamente. Pra não ter que buscar serotonina da fogueira da vida urgente. Porque cansa.
Sim, o dilema tá mais embaixo. Eu sei, mas embora reconheça isso eu não sei o que fazer, embora queira ter posse dessas respostas. Não as tenho. Admito.
Em paralelo à todos esses desafios está presente um quadro mental que nasceu muito extrapolado com nome no dsm de TDA-H, óh pois é. Esse amiguinho aí faz minha mente galgar 200km/h sem pestanejar. E sem cinto de segurança. É uma vida realmente intensa e cheia de energia pra gastar. Mas que se consome rápido. E sente exaustão. Dessas que deprimem. Não é fácil sofrer com a ansiedade - braço direito do TDAH e tristeza aleatória - pé esquerdo do mesmo.
Poe no mixer esses três, adicione todas as virtudes multipotenciais - criativas - de hiperfoco, mais os desamores terríveis da distração e tarefas pela metade. Tente viver 1 dia em minha mente. E você vai entender o que é um dia de safari na selva, a pé, sem guia, sem companhia e celas de proteção.
É bonitinho por fora, né? Tente ver um pouquinho daqui de dentro. Tá ainda custoso enxergar? Então se imagine com fome, sono e cólicas intestinais constantes enquanto tenta recortar com perfeição uma vida que corre dentro de uma mente em alta velocidade que perdeu a direção. Tente.
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Você que passando lê. Não ganha nada com isso. Eu sei. Mas conforta a empatia decorrente do ato. Se puder me escrever. Vou adorar ler um pouco sobre você, seus desafios e como lida com eles.
Por que além da psicologia, me despi do salto alto de livros ditos por sabedoria, e de toda minha coleção de informações sobre desenvolvimento pessoal e teorias ditas e escritas por aí, não porque diminuo o valor do conhecimento agregado até aqui, mas porque gostaria apenas de dar uma — pausa — hoje pra dizer que reconheço o ser humano em construção que tem residido nesse meu corpo miúdo. E que, assim como você, tem um coração batendo no peito a vontade de ser apenas uma pessoa mortal. Quebrável como qualquer outra. - inteiramente humana. e, visceral.
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haruchiuji · 6 years
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Travel - Pico da Bandeira
Subir o terceiro maior pico do Brasil não foi fácil (confesso). Noite fria, com ventos fortes. Quase 7 quilômetros, sendo percorridos em 3 horas e meia de subida. Essa que ficava cada vez mais íngrime e cansativa. Me fazia sentir uma certa angústia fastidiosa que era facilmente curada todas as vezes que eu olhava para o alto e avistava uma pintura estrelada que forrava o céu sob a minha cabeça de ponta a ponta. Irretocável, cheia de detalhes, e beleza que mão humana jamais conseguiria reproduzi-la. Nunca antes presenciei algo tão incrível.Talvez um dia em Aurora boreal possa vivenciar algo que supere a beleza do que avistei na densa noite do Alto Caparaó. Que noite! Acompanhada das pessoas que meu coração devotou amor. Fez o percurso mais vivido e alegre, por ser compartilhado. A companhia põe na memória o afeto que lembraremos depois.
E para minha alegria tenho comigo amigos tão queridos quanto irmãos.
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A chegada ao topo rendeu uma espera de quase uma hora e meia, com a temperatura abaixo de zero, e ventos gélidos (muito gélidos). Quase desesperador, se não fossem o isolante térmico e o aperto de todos juntinhos, em tentativa de não perdermos mais temperatura durante a espera daquele momento tão aguardado em nosso roteiro. Um nascer de sol exuberante, que relato humano não poderia descrever com justiça. A perfeição daquele momento, foi tão incrível quanto o céu generosamente forrado de estrelas cintilantes que a pouco nos deliciavam a vista. Os raios de luz despontavam em velocidade suficiente para marcar a memória eternamente. Pouco a pouco o astro mais bonito que se anunciava no céu entre nuvens alaranjadas ia nos aquecendo o corpo e os ânimos. E clareando nossa visão a cerca do lugar em que estávamos. No topo do mundo! Por entre, e sobre nuvens. Mais pertinhos do céu. Está pago. Viver esse momento, fazia-me olhar para trás e sentir que a angústia da fadiga era pequena demais. Não existe cansaço, nem dor, nem esforço extenuante que supere o prazer do refrigério que senti ao avistar (com esses frágeis olhos humanos), uma obra tão grandiosa, que se revelava em espetáculo no céu. Feita pelo Arquiteto mestre do universo.
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Isso me faz pensar no quanto ainda temos conosco as centelhas do Éden em nossos corações. Pois fomos criados para amar o belo. E prova disso está na corrida desenfreada pelo humano em desenvolver objetos, espaços, e experiências que alimentem nossas necessidades mais profundas. Nenhuma peça, ou suntuoso teatro, poderia representar um centígrado que seja do espetáculo contido na natureza. Aquele nascer de sol, foi um acontecimento impressionante, expressivo e tão emocionante quanto um parto inaugurando um nascimento humano. Depois de alguns minutos explorando aquele perímetro de topo supremo, a mente passa a compreender aquela nova realidade incomum, - surreal. De atmosfera rara e fria.
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Para então, chegar a hora de descer. É preciso voltar (infelizmente). O retorno foi tão impressionante quanto tudo o que foi vivido na subida e chegada. A visão agora se mostrava completamente diferente. A luz do amanhecer nos permitia amadurecer a visão em uma pitura grandiosa quanto fora o céu incandescente noite passada. Nem parecia o mesmo lugar. Um paraíso se revelava emoldurado por entre nuvens em meio ao colorido dos raios solares por todo horizonte. Um oceano lúdico, um mar abundante e gracioso de nuvens em fundo infinito. O caminho por onde pisávamos era todo forrado por grandes pedras, grama verde e água corrente que deslizava lateralmente ao circuito da nossa jornada, terra e céu se misturavam sublime naquele amanhecer. Que visão, - quanto peito - e - fôlego para mais essa grata surpresa. Que deliciosamente concluía o banquete da experiência extenuante que fora vivido em uma aventura intensa que durou pouco menos de 24h.
Café da manhã, almoço e jantar muito bem servidos a essa alma faminta.
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haruchiuji · 6 years
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Reflexão - A bola quadrada da injustiça
Jan. 2019
Nessa tarde infelizmente, vivenciei uma experiência que consternou-me profundamente. Sinto-me ainda muito vulnerável pela intensidade dos eventos que recém se passaram. O impasse pelo qual provei absurdo, ultrajante e de prejuízo inteiramente descabido me colocou em luta com pensamentos de indignação. [se eu contar o caso em si, a chance do foco sair do eixo é grande]. Por isso tentarei me ater apenas aos frutos do que ainda estou digerindo e tentando aprender.
Em meio ao calor dos eventos uma das pessoas presentes me disse o seguinte: “Você é japonesa não é? [na cultura japonesa a palavra é uma questão de honra]. Saiba que, o Brasil é um país onde não se deve confiar absolutamente em ninguém. Para se viver aqui é preciso viver construindo provas a seu favor sempre! Nunca confie em ninguém. Registre tudo. Desconfie de todos. Pois se houver ocasião e oportunidade te lesarão sem remorsos.” [ironicamente havia escutado coisa semelhante dias antes]
Me vi então, enfrentando uma situação onde por ingenuidade [ou, imaturidade] me peguei obrigada a absorver um prejuízo financeiro pontualmente absurdo. E embora revoltante, o que mais doeu foi o sentimento de injustiça. Sei que esse sentimento não é nada fácil de lidar, e não é fácil apenas pelo contexto de se tratar do Brasil ou do brasileiro. – ou, da cultura daqui ou de acolá. É universal! Ninguém gosta da sensação única que só a injustiça consegue fazer o corpo todo experimentar. Ser humano nenhum tem habilidades-natas pra passar bem com isso. O sentimento de injustiça é sozinho muito nocivo, e sei que remoe-lo é quase como por uma lupa na ferida e ampliá-lo. – um verdadeiro desastre emocional (que parece implodir de dentro do peito).
Você que está lendo isso provavelmente já deva ter sentido a dor de ser lesado em algum momento da vida. [compartilha comigo sua experiência?] Lidar com sentimentos desgovernados que reviraram meu estômago, renderam-me um trabalhão enorme pra por-me de volta ao eixo.
Comecei a travar uma pesada batalha interna. Os pensamentos de revolta pareciam unir-se em alta velocidade com a indignação e o ódio. Ambos se misturavam e se alastravam sem autorização prévia em minha mente. Orei silente por socorro. Então, passei a questionar minha situação.
Para cada pensamento de desgosto e tristeza, eu parava pra analizar minhas possibilidades. Sentar e chorar até desidratar? Ou reorganizar e ressignificar os eventos?
Decidi que deveria cultivar a gratidão a Deus na alegria e na dor, especialmente quando as coisas não saíssem como eu esperava, ou acreditasse serem boas para mim.
Não desejo nutrir ódio contra a pessoa que causou-me prejuízos descabidos. Remoer e por repetidas vezes falar sobre isso, não me ajudará a seguir em frente, só me prenderá ao problema.
Sabe, as coisas não aconteceram do jeito que pedi insistentemente em minhas orações e clamores a Deus, eu fiquei deprimida e me vi obrigada a engolir uma bola de fogo que se enrolava em minha garganta.
Onde estava Deus naquele momento? Afinal, eu orei e entreguei essa causa aos cuidados dEle. Eu não tenho dúvidas quanto ao poder que Ele possui para mudar aquela situação toda a meu favor afim de permitir com isso a justiça ser feita. E sei que Ele faria isso se isso fosse realmente o melhor para mim. Pois não tenho dúvidas do seu amor e cuidados comigo. Não tenho dúvidas quanto ao ódio que Ele mesmo sente pela injustiça fruto do pecado. Claro que, os que nos amam e nos assistem sofrem junto com a gente, e Deus tão mais com tudo isso.
Então conclui que: Se Ele tendo todo o poder para reverter a situação, permitiu que as coisas se desenrolassem da maneira como foi, Ele que sabe todas as coisas, saberia o que seria melhor para mim. Mesmo naquela situação. Me lembrei que, de alguma forma todas as dificuldades que passamos (e Ele as permite) são para o nosso próprio bem. Mesmo que não a intendamos no momento em que elas acontecem.
Existem maldições que podem se tornam bênçãos. Quem sabe? A graça de Deus abunda onde menos esperamos. E sua misericórdia é algo realmente difícil de explicar ou entender.
Refletindo nisso, as cenas que me converteram ao cristianismo na adolescência me vieram à mente. A imolação de Jesus enquanto cumpria sua missão terrestre. Que sendo Ele o próprio Deus, perfeito, inocente e todo poderoso, não se poupou a sofrer injustiças realmente extremas e terríveis. Quem seria eu então para murmurar as provações pelos quais Ele tem me dado a oportunidade de passar?
Me lembrei que Ele seguia amando e tentando salvar seus inimigos até o fim, foi bom, generoso e piedoso, mesmo em face a desolação e impiedade que sofreu. [chorei com as cenas que passavam em minha mente, e me lembrei do por quê me tornei cristã desde o primeiro anúncio acerca da história da redenção] E sabe?
Quase instantaneamente passei a não me sentir digna de reclamar absolutamente nada. Entendi que deveria tomar a minha cruz e seguir esforçando-me a fazer o que Ele fez e deixou para nosso exemplo. Perdoar e liberar.
Claro que tudo isso me foi um sofrido ensinamento. Um turbilhão de sentimentos perpassavam atropelados dentro de mim. E sei que devo concentrar forças para dar conta do que ainda tenho pela frente. Mas mesmo na injustiça (essa que ainda me dói), quero aprender com Jesus a ser como Ele e seguir seu exemplo.
Se Ele permitiu, Ele me dará o auxílio. Já concedeu. Tenho certeza disso. Ele nunca me desamparou e sei que não vai me desamparar agora. Ele é a minha força, - é tudo o que tenho. O-Deus-em-quem-tenho-crido.
Então decidi tentar. Tentar não me lamentar para não aumentar a tristeza, e correr o risco de me pegar murmurando contra Ele. Ou de alguma forma dar oportunidade para ampliar o problema e me sentir desanimada. O lamento é tão humano, não é pecado se lamentar, mas é um caminho de risco. Caminho esse que facilmente torna-se em um espiral que puxa para um buraco emocional muito ruim e negativo. [que, honestamente não dou conta] Por isso meu esforço está em trocar o lamento pelo aprendizado que se somará com as próximas coisas que irei fazer no futuro. Até nisso, ou apesar disso, amadurecemos. Louvado seja por isso.
E quanto a culpa? Sim, culpa. Incrivelmente com ajuda de terceiros ou apenas de nós mesmos é fácil ouvir aquela frase: “Como você pode ser tão ingênua! Parece no fundo dizer: como você pode ser tão burra?”. Bate e reverbera como um sino na cabeça. (mesmo sem perceber) Seguimos associando ingenuidade, honestidade, e credulidade com burrice, e idiotice. De forma bem pouco expressiva o foco vai para a ação deletéria do desonesto. Com isso noto o quanto é fácil gastar tempo e energia apontando a dimensão da minha própria ingenuidade. Nomeando-a de erro. Definitivamente isso não me motiva a ser uma pessoa melhor. Só me faz sentir pequena, e diminuída. Uma tola. É humilhante e constrangedor. Gerando culpa pela inaptidão em interpretar afiadamente a malícia maligno do mundo. Mesmo disso quero me desvencilhar.
Pois o que me cabe então? Lamentar ou agradecer por tanto mais que a cada dia recebo, e continuar?
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haruchiuji · 6 years
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Hoje tivemos um dia difícil em casa, um dia de despedida repentina, - e dolorosa.
Essa que está no meu colo é um pequenino tesouro chamado Rubi. Foi presente de uma amiga da família.
Rubi era um shitzu mini (um cachorrinho de bolso) bem proporcional à sua principal provedora de amor, Sophie 4 anos. Sosô saiu correndo em direção à porta para ir ao carro da vovó, e nossa pequena rubi achou oportunidade para explorar o mundo “selvagem” lá fora. Enquanto disparava em tom eufórico e brincalhão pela rua, seu outro dono de 10 anos correu desesperadamente em busca de resgata-la de um atropelamento. Pela primeira vez esse pequeno ser de quatro patas correu vigorosamente em direção à desafiadora avenida principal. Meu sobrinho atordoado e obstinado em resgatá-la, quase saltou entre carros para salvá-la. Sua mãe conseguiu alcançar seu ombro a tempo de uma tragédia maior.
Nossa preciosa Rubi sofreu um acidente que lhe custou a vida. Chegamos em meio ao tumulto dos eventos e presenciamos uma sofrida cena marcante, o choro agudo e desesperado do meu sobrinho de 10 anos que assistiu os últimos momentinhos de vida da nossa pequenina jóia rara. Nada havia que pudéssemos fazer. Confesso que, a vida não me preparou para esse tipo de dor. Minha cunhada abraçada com meu sobrinho, chorava tanto quanto o meu pequenino, e me olhava com um olhar atordoado implorando por socorro. Me senti tão aflita e desesperada quanto eles. Orei em silêncio, e pedi a Jesus que confortasse o coração dos meus sobrinhos. Clamei por sabedoria para conduzir o desfecho dessa história.
Alguns jovens mobilizados com a tragédia, pararam o carro em meio a avenida e tentaram reanimar nossa cachorrinha, juntamente do tio das crianças que sendo médico se esforçou por socorrê-la. Em prantos e revolta a solidária jovem que parou para nos ajudar, acolheu seu corpinho peludo no colo na esperança de vê-la sobreviver ao acidente. Mas em poucos minutos nossa cachorrinha deu seu último suspiro.
A enrolei em um lençol, e pensei comigo: “e agora?”. Tive que seguir, e encarar a triste reação emocional de luto de cada um dos meus sobrinhos. O mais velho de 12, tem um temperamento profundo, e tímido. Chorou silente, um choro doloroso que dilacerava meu coração a cada lágrima vertida. Sosô por ser pequenina demorou um pouco mais para compreender a dimensão da sua perda, o que não a impediu de ficar em prantos horas depois, implorando por abraçar sua cachorrinha.
Coloquei os pequenos no carro. E decidi que enterraríamos em frente à casa da vovó, pertinho de onde enterrei meu filhote de pintcher quando criança. Todos choravam, inclusive eu mesma me encontrei em grande dificuldade para manter o controle emocional. Titio das crianças com amor e vigoroso esforço fez a cova onde enterraríamos seu corpinho.
Em quanto isso, pedi para que todos se ajoelhassem para uma oração:
“Senhor Jesus, queremos agradecer por cada dia de alegria que nos concedeu através da vida da Rubi, por nos permitir experimentar um amor tão gostoso ao ladinho dela. Todos esses dias foram muito importantes e especiais. Somos gratos por cada dia, por cada momento de alegria ao lado dela. Também agradecemos por bondosamente não permitir que ela ficasse em sofrimento diante de seus últimos momentos de vida, e por termos a certeza de que ela está descansando e dormindo em paz. Num soninho profundo. Temos certeza que rubi cumpriu sua missão com nossa família. E hoje foi o dia dela terminar sua jornada conosco. Pedimos que conforte nossos corações pois sentiremos muitas saudades.”
Então, as crianças compreenderam que tínhamos muitos motivos a agradecer. Que rubi havia terminado sua missão com muito amor. E deveríamos ser gratos apesar da dor forte que sentíamos.
Pedi para que cada um deles colhessem flores, e passassem a mãozinha no corpinho ainda quente enrolado no lençol, afim de se despedirem de sua amiguinha. Com carinho um a um foi se despedindo de sua doce companheirinha. E com cuidado a colocamos em sua pequena cova cheia de flores. Todos juntos ajudamos a enterra-la. Colocamos pedras e flores e fizemos nossa última oração de agradecimento, e rogo por consolo.
Esse pedacinho miúdo de pêlos fofos chegou em casa preenchendo a vida dos meus sobrinhos de alegria e amor. Um amor despretensioso, genuíno e raro, - um amor que não espera nada (absolutamente nada) em troca, apenas um pouquinho de afagos e colo.
De fato esse minúsculo ser não nos servia de cão de guarda, nem de cão guia, ou, qualquer outro tipo e utilidade que muitos cães oferecem aos seus donos. Contudo, ela foi a melhor professora no campo do amor, fidelidade, felicidade autêntica, e carinho personificado. Um amor que cabia nos pequenos braços da minha sobrinha de 4 anos. Foi sua melhor amiga e companheira.
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haruchiuji · 6 years
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2018 - 2019
A reflexão abaixo é antiga. Mas estou postando hoje pois além de ser uma data conveniente é também um momento da minha vida em que tenho por costume fazer as minhas revisões e balanços a cerca do que vivi, realizei e posterguei durante o ano que me foi oportunizado.
Esse texto foi atualizado, embora, seja antigo. Veio à tona depois que recebi uma matéria a cerca de uma jovem médica vítima de um câncer de mama que deixou manuscritos em cartas a seus familiares. Contendo reflexões importantes e complementares as minhas próprias considerações sobre a vida.
Reflexão - Dez 2017 | ES
Eu só queria te dizer pra aproveitar melhor sua vida, dos grandes eventos às coisas pequenas do dia a dia. Reconhecendo a Deus em todas as coisas. É preciso notar mais os detalhes, e viver mais inteiro no presente. Hoje é tudo o que você tem, já parou pra pensar nisso?

Para de viver no automático. Se vc fez isso em 2018 não repita isso em 2019! Quebre o ciclo, faça diferente.
Hoje é a sua oportunidade.
Queria te dizer pra não perder tempo com o que não te faz bem. Não insista nisso. Para que investir seu tempo (algo tão precioso, único e que nunca mais voltará) com coisas, pessoas e atividades que te fazem mal? Se te influenciam para essa direção porque continuar nela?
Se questione mais.
Não viva hoje como se suas chances fossem eternas. Você sabe, não viverá para sempre nessa terra. Cada dia que você deixa de viver o seu melhor é uma prova de que está vivendo sobre a ilusão de possuir todo o tempo do mundo. E você não tem!

Cada vez que você adia alguma coisa, cada oportunidade que você perde. É uma chance que você desperdiçou de deixar seu legado. De fazer o bem, e viver o seu melhor.

Você pode não estar vivo amanhã.
As pessoas que ama podem não estar mais aqui.

Então para que depender assim de um amanhã que não te pertence? E que você não pode controlar?
Não estou defendendo com isso, uma vida imediatista, e irresponsável. Mas sim, uma vida mais presente. Mais inteira, mais plena, e mais rica em significado e propósito.
Não chegue ao final de sua vida com uma coleção de frustrações. Das coisas que poderia ter feito e não fez por medo, insegurança, ou falta de postura mesmo.

Viva de tal forma que um dia no futuro você possa olhar para trás e sentir orgulho de quem você foi, do bem que você fez, dos corações que você tocou, e da pessoa que se tornou. Chegue lá com boas histórias para reviver de lembrar. Seja hoje a pessoa que você quer ser.

Manda hoje aquela mensagem presa no peito, que vive ensaiando, mas que acaba nunca mandando.

Diz o “te amo” que você sente e não diz.
É preciso demonstrar e dizer que ama todos os dias.

Abrace forte, seja gentil, dê carinho. Expressar o afeto faz parte da parte bonita da vida.
Um dia você não poderá mais fazer essas coisas. Então, por favor não fique inerte esperando esse dia chegar. A gente nunca sabe quando isso acontecerá. Pode ser amanhã. Pode ser hoje. Pode ser agora.

E o que podemos fazer? Ser feliz agora. Viver o hoje. A vida pode ser encantadora e você é o único responsável para fazer isso acontecer !

Não adie a alegria, a doçura e a beleza da vida. Pare de dar desculpas, ou justificativas, pare de culpar os outros por sua infelicidade. Sua infelicidade é resultado dos seus medos, da sua covardia em fazer valer a pena cada dia!
Você é o único inteiramente e redondamente responsável pela sua vida, - pela sua felicidade. Não transfira o intransferível a outra pessoa. É pesado penoso, -cruel demais com você e com o outro.

Viva mais, ame mais, seja mais.
Não tenha medo! Seja grato, confesse a Deus seus pecados. E seja um com Ele. Ele pode te ajudar a seguir sendo útil, fazendo o bem, e sendo grande em atos e escolhas. Agradeça a Deus todos os dias, sem Ele nada fará sentido de verdade.
E isso, só depende de você. Das suas decisões.
Não deixe a vida te levar.
A vida é uma só. O que se tem da vida é a vida se leva. Que seja intensa, verdadeira, e útil !
Levanta desse sofá. Faça algo. Faça acontecer!
Essa é a sua oportunidade.
Então vai lá.
Vai ser feliz (hoje)!
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haruchiuji · 6 years
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Seja livre.
Encontre alguém livre. Viva sem enroscos, sem amarras, sem complicações. A vida por si só já é cheia de desafios, não é preciso complicá-la mais.
O que vejo é tanta criatividade se expressando em problemas imaginários – desnecessários –, que fazem o medo de viver ser uma âncora pesada para discorrer os dias (é dispensável).
Uma pessoa livre tem personalidade, tem seus próprios gostos, seus próprios sonhos. Sabe o que quer e para onde está indo. É consciente do que tem feito para prorrogar seus próprios objetivos, mas que, mesmo assim, ainda estão no controle. Não se pauta nos outros. Não precisa, pois sabe o que quer. Tem opinião própria e sabe pensar por si só.
Uma pessoa livre é independente. Sabe dar espaço e preza pelo seu próprio. Sabe se colocar e se retirar. Não é de melindre nem frescura. É uma pessoa disposta, útil, de iniciativa. A ponta da fila. Tem um brilho bonito, diferente, e se destaca.
Pessoas livres sentem que podem fazer tudo, qualquer coisa. E isso é porque podem. Traçam a meta, vão longe. Dispõem-se e fazem. Têm autonomia e são confiantes para se aventurar em seus próprios projetos, pois acreditam neles e fazem acontecer. Simples assim. Sem mimimi.
Pessoas livres sabem se cuidar, não se pautam na opinião alheia. Não se apoiam na autoestima de terceiros. Contudo, escolhem serem cuidados mesmo assim e estão dispostos a cuidar de volta. Não por necessidade, mas por vontade.
Pessoas livres sabem tirar o melhor da vida – e isso contagia.
Normalmente, conquistam fácil, ou intimidam (os egos frágeis por aí).
Gente livre e descomplicada chama atenção. Quem é livre deixa o outro livre para ir e vir. Não é de amarras, mas de soluções práticas. Não implora, recebe. Não exige, dá.
Se você tentar sufocar uma pessoa assim, você estará perdido! Se tentar enrolar, não vai rolar. Com pessoas assim, é ou não é. Preto no branco. Se não for pra ser, quando menos esperar, verá escapar pelos dedos como água de represa.
Em resumo: encontre uma pessoa livre. Seja você essa pessoa! E lembre-se de que, no final das contas, ninguém será de ninguém. A pessoa será dela mesma, mas estará disposta a compartilhar com você a vida. E será inteira – intensa –, pois é bem resolvida.
Uma roda viva dentro de um espírito livre.
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haruchiuji · 6 years
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“Um homem mostra muito do seu caráter pelas coisas das quais ele ri.”
— Josemar Bessa.  (via reformada)
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