francinny

[francinny]

Coisa

Algumas coisas nunca mudam

Como o sol que nasce diariamente

Algumas coisas são inerentes ao mundo

Como as folhas que dançam com o vento

Algumas coisas nunca falham

Como a chuva vir acompanhada do seu cheiro

Algumas coisas só são algumas coisas

Num emaranhado de nãos

Num emaranhado de testemunhos e testemunhas

Algumas coisas deixam de ser coisas

Algumas coisas passam a ser derrame

Derramamento de não coisas

Como o nome

Como o nada

Como a alma

Algumas coisas

C o i s a s

Coisa de dentro

Como o tormento

Como a besteira de escrever,

Sem querer nenhum monumento.

Como chorar porque mais uma vez percebeu que a vida é solidão

Alguma coisa como contar alguma coisa banal

A um amigo habitual

Rito de melancolia

Perceber ao final do dia

Aquela história engraçada que aconteceu

E que morreu com você

Alguma coisa

Será que sou eu

A coisa

Coisa sem alma

Ou coisa com alma demais

Alguma coisa

será que sabe o que é coisa?

Desaprender até fazer um nó na cabeça tão difícil de desfazer que nem se ousa tentar

A coisa quer esquecer o que é alma

E se a tem

Eu coisa

Apaixonar é coisa de gente desalmada

Coisa almada demais não quer saber o que é sofrer de solidão

Quero ser coisa

Essa coisa que não tem alma

Suplico: "me transforme em coisa".

[francinny]

O Quase.

Tentarei esquecer poesia criada.

Que não vou ser amada.

Substituir pensamento fadado

pela correria do dia e muito trabalho.

Fiquei ruim na arte de escrever.

Meu sacrifício!

Minha última letra bem escrita em papel

Foi carta de despedida...

Tinha que ter sido de amor.

Minha vida:

Toda vigiada,

Observada.

O tempo a sós com minha mente

É o tempo do descanso

Para o próximo dia que se aproxima.

Impedimentos do sofrer.

Não posso escorrer lágrimas

Não posso dar o enterro que minha poesia merece.

Me despedi dele naquela quase carta de amor,

Palavras em versos não simbolizam poesia.

Tento revelar a dor escrita,

Mas a escrita se despediu de mim

quando me despedi de ti.

Talvez um dia eu não precise mais segurar minhas lágrimas ao escutar Vinicius dizer "eu sei que vou te amar".

Seja porque não há mais quem me vigie

Ou porque não há mais lágrimas que se aventurem em cair.

De qualquer modo eu aguardo ansiosa por esse dia.

[francinny]

[francinny]

Ponte

Agora ele virou só um alguém, e fingir dói mais que amar.

Amor é tão leve e calmo,

E carrega uma felicidade quase infantil,

Ingênua .

Não sei se amei você,

Não sei se tive tempo para isso,

Não sei se quero mais tempo para descobrir,

Mas a paixão existiu

E destruí-la doeu mais do que os escombros de sete pontes sobre o meu corpo caído.

[francinny]

Tinta

Escrevo em tinta para não se apagar,

Em letra feia e corrida para não esquecer,

Que eu sei,

E sempre soube,

Que seria impossível

Mas aconteceu de amar você.

[francinny]

Eu não sei se dor e amor se escrevem com o mesmo traço, mas soam como uma sinfonia de negações.

[francinny]

Rio

Porque as dores precisam ser escritas em papel

E esse papel não �� digno de você

Esse lápis não é digno do meu amor

Eu desaprendi a viver, a escrever, e a amar...

Talvez eu nunca tenha aprendido a fazer essas coisas de fato

Mas descobri por recente demais

Que eu sei chorar os rios que afogam os sentimentos.

[francinny]

it won’t be like what you imagined. maybe you get the road trip to the beach with coffee in your hand and the radio playing, maybe you don’t. but happy shows up. it’s in a 2 AM game of jenga with your new college friends. it’s curling up for another marathon of netflix. it’s meeting the person who will be your best man at the wedding. it’s 4:45pm in the library when the girl in the study coral across from you quietly whispers “i’m going to set everything on fire” and then turns to you and asks if you wanna take a break for dinner (say yes, she’s very nice and you both need a moment away from the stress). it’s the mornings they have omelettes and in good books and in a puddle that looks cool. it’s sometimes picturesque, but more often it’s full-belly laughter at stupid things on the floor of your friend’s house while in the background someone is debating the best way to win settlers of catan. 

i know it gets dark early now and the tired is setting in and everything sort of feels blank and hazy and you want to spend ages staring at walls thinking of nothing

but happiness will find a way in. it will be small moments. look for them.

[francinny]

terrible years really make you understand the point of a new year. i know nothing much will have changed between dec 31 and jan 1, but we need to be able to partition off everything that’s happened to us, we need a moment to say, ‘that’s done, we’re done with it, it’s over’ and have a little hope that the future will be different. we need to be able to stop and take a breath and sing, in the middle of winter, and prepare ourselves for spring.

[francinny]

[francinny]

[francinny]

Sem ponto, sem vírgula, sem nada, só o estar brutal que me rasgou a alma, só ele cru.

[francinny]

Oceano me engole

Existe um oceano

E esse oceano me invadiu

Me tomou

Tomou tudo de mim

Invadiu minhas lágrimas

Invadiu minha alma

Invadiu minha mente

Invadiu meu corpo

Invadiu meu amor

Meu amado

Esse oceano me engoliu

Esse oceano tirou meu ar

E invadiu meu chão

E eu não consigo respirar

Não consigo viver

E eu não quero mais respirar

Não quero viver

Quero ser o oceano

Me entrego ao oceano

Esse oceano é o meu ar

Esse oceano é a dor

Que tirou tudo de mim

Mas me deu a liberdade

A liberdade da morte

Esse ano eu não vou sobreviver

Esse ano eu tenho o oceano inteiro pra me afogar

ME ENGULA

[francinny]

let a new life happen to you.

[francinny]

Talvez uma poesia

Poeta que é poeta que se preze,

Não se apressa em julgar outro poeta

E nem tão pouco

Se demora a reconhecer uma poesia.

Poeta que é poeta

Reconhece o charlatão

E se apaixona pela poesia

Que ele não conseguiu enxergar em si.

Se afunda no oceano

Que se prende em um balde de briquedo

Que uma criança levou a praia.

[francinny]

Anseio

Saudade de escrever.

É como uma ânsia que sai do meu peito

Aperta a aorta,

Estilhaça e me entrega.

É como um raio que vem tão rápido

Quanto as palavras que saem de uma boca nervosa.

É como um vômito doído,

ardente,

ansioso e impotente.

Saudade de escrever é como

uma asa que enfeita mas não me deixa voar.

[francinny]

Cegueira

Não quero escrever sobre coisas tristes

Não quero escrever sobre me sufocar.

Essa é a esperança que ainda existe

nos olhos de uma pessoa a se afogar.

Esperança ou desespero em se salvar?

Quero escrevê-lo,

a boiar,

Na calmaria de um ser...

Já morto.