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Filipa Roque
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filipa-roque · 4 years ago
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on vacation now, I am reading the first volume of Greenberg's collected writings, it has a perfect passage on abstraction:on vacation now, I am reading the first volume of Greenberg's collected writings, it has a perfect passage on abstraction:
«"Art for art's sake" and "pure poetry" appear, and subject matter or content becomes something to be avoided like a plague.
It has been in search of the absolute that the avant-garde has arrived at "abstract" on "non-objective" art – and poetry, too. The avant-garde poet or artist tries in effect to imitate God by creating something valid solely on its own terms, in the way nature itself is valid, in the way landscape – not it's picture – is aesthetically valid; something given, increate, independent of meanings, similars or originals. Content is to be dissolved so completely into form that the work of art or literature cannot be reduced in whole or in part to anything not itself.
But the absolute is absolute, and the poet or artist, being what he is, cherishes certain relative values more than others. The very values in the name of which he invokes the absolute are relative values, the values of aesthetics. And so he turns out to be imitating not God — and here I use "imitate" in its Aristotelian sense — but the disciplines and processes of art and literature themselves. This is the genesis of the "abstract".»
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filipa-roque · 5 years ago
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No outro dia fui ver o mar. Este mar está murado, ainda assim ouvia-se o bater da ondulação, pelo filtro da máscara quase me chegava o cheiro distante da maresia. Este mar daqui não tem cheiro, o sal não se cola na pele quando secas ao sol. Cheguei ao Japão há precisamente um ano. Nunca foi tão difícil estar longe. As adversidades da quarentena fez voltar ao contacto mais frequente com as pessoas lá longe, em Portugal e em outras paragens. Quando os portugueses acordam, as notícias começam a chegar, números, a malfada conferência da DGS. E dizem, não saias de casa, como está o Japão, tem cuidado. Lá em Portugal, a vida faz-se lá dentro, aqui, no Japão a vida continua lá fora. 
O meu primeiro contacto mais próximo, com o novo tipo de corona virus, é assim que se diz no Japão, 新型コロナウイルス, foi quando a minha colega de casa voltou da segunda província mais infectada da China. Vinha preocupada, de máscara, mal chegou, mudou de roupa, lavou-se da cabeça aos pés e durante 14 dias ficou em casa assustada. Ela todos os dias devorava as notícias, eu ia dizendo, só podes ver duas vezes por dia, deixa estar se vieste doente, nós também já devemos estar. Nas minhas aulas de japonês, a professora passou a usar máscara, e dizia para ter cuidado com os chineses e usar máscara. No intervalo da aula sentava-me com os meus colegas, todos eles chineses, e bebia chá, de vez em quando algum deles sorria para mim e falava em inglês ou japonês. Quando disse à professora de japonês que tinha passado no exame de N4 de nível de japonês, ela ficou muito feliz. Na verdade, o meu maior medo de não passar no exame para o qual definitivamente não tive tempo de me preparar, era ter de dizer à professora que teria chumbado. Ela dá aulas de forma voluntária, é uma pequenina senhora, aparentemente severa, que aos fins-de-semana dá aulas de ténis de mesa. Quando lhe disse que tinha passado no exame de acesso ao mestrado, ficou ainda mais feliz, lembro-me que até me tocou, apesar do corona. É que o exame, sabem, era todo em japonês. Começaria o mestrado em Pintura, ontem, dia 1 de Abril. Hoje soube que foi ainda adiado uma outra vez para 18 de Maio. No recreio da escola aqui ao pé, ouvem-se as crianças a brincar, o parque infantil também está cheio. Este fim de semana, a governadora de Tóquio pediu aos habitantes para ficarem em casa, as pessoas saquearam o supermercado e enfiaram-se em casa. Tinha, tínhamos esperança que viessem aí algumas medidas. Não, Tóquio não está em lock down.
Nas ruas turísticas quase só se vêem japoneses, quem encheu os parques para ver sakura no primeiro fim de semana de floração foram os japoneses. Todos os dias quando acordo parece que vivo numa realidade alternativa, em que todo o mundo está em quarentena, e o Japão capitalista continua a sua engrenagem. Parece estranho sair à rua, ver a despreocupação das caras semi-tapadas pelas máscaras que todos já se haviam habituado a usar. Agora sou eu que devoro as notícias, as de Portugal, e as do Japão. À medida que os dias passam uma revolta foi-se acumulando em mim, nos telejornais mostram números. Os números dos EUA parecem um pouco mais importantes, assim como as cotações da bolsa. Os comentadores sentam-se na mesa e lá vão dizendo, difícil não é, é pois é, é sim. Começaram a passar mais exercícios físicos para as pessoas fazerem em casa para se manterem saudáveis. Eu não sei lidar com esta impassividade face à incerteza, com esta calma. Sei uma coisa, eu pertenço ao grupo de risco. Tenho passado a maioria dos dias em casa, juntamente com os dias que não podia andar muito, por ter partido o dedo do pé, já lá vão mais de dois meses. Já não sei em que fuso horário estou, que dia é, os dias vão ficando todos iguais. Ainda saio, muito de vez em quando, dentro de mim, ecoam as vozes de toda a gente que diz, fica em casa. Não tenho medo de ficar doente, habituei-me, cinco anos, fez cinco anos em Março, ou Fevereiro, já não sei, não interessa, que fui obrigada a habituar-me à incerteza da vida. Quando ficas doente mandam-te parar, abrandar, descansar, depois também te mandam forçar a fazer exercício, a trabalhar mais horas, a dormir menos, enfim. Nestes cinco anos descobri que ficar parada para mim não é solução, eu saio de casa, pouco, mas saio, esta é a minha confissão em tempo de pandemia. 
Em casa, agora somos quatro, ninguém fala inglês. Desde segunda que a outra Chinesa, trabalha a partir de casa, ela disse-me muito contente quando a semana passada congelava sacos e sacos de carne no congelador partilhado por quatro. Já há semanas me dizia, o Japão tem de entrar em lock down, todos os chineses de Tóquio o dizem. No andar de baixo, uma japonesa sai de casa todos os dias, vai comprar comida, e volta, nunca a vemos, mas sabemos que ela lá está enfiada no quarto. No andar de baixo há outra japonesa, todos os dias, à noite, bebericamos chá e estudamos, eu japonês, ela inglês. Outras vezes fazemos outras coisas. Hoje saímos, estava sol, fomos à minha padaria favorita, já só havia pão e quatro croissants, três de chá e um normal. Seguimos até ao supermercado, onde a massa contínua esgotada. À volta passámos pelo parque, as crianças continuavam a brincar como se nada fosse, o vento soprava e as pétalas de sakura esvoaçavam pelo ar, algumas pessoas fotografavam as flores, um rapaz atirava uma bola de basebol aos ramos para caírem petálas em cima da namorada que o acompanhava. Voltámos para casa, as folhas novas verdes aparecem nas árvores e a luz das 4 da tarde surgia entre o caminho junto ao rio. Temos sorte. Quando chegámos, vi que o vento tinha tombado a minha roupa a secar, corri pela escada acima, mais tarde vi que as pétalas de sakura que vinham no meu cabelo espalharam-se pela escada abaixo.
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filipa-roque · 7 years ago
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Mokuhanga - xilogravura tradicional japonesa, com Hiroki Satake, Machida, Tokyo
Mokuhanga - Japanese traditional woodcut, with Hiroki Satake, Machida, Tokyo
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filipa-roque · 7 years ago
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Litografia a seco com Yukie Hirakawa, no Kawalabo, Machida, Tokyo
Waterless lithography with Yukie Hirakawa, at Kawalabo, Machida, Tokyo
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filipa-roque · 7 years ago
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Fotolitografia com o mestre gravador Choichi Nishikawa
Photolithography with master Choichi Nishikawa
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filipa-roque · 7 years ago
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More from the collection of Tokyo National Museum in Ueno park
http://www.tnm.jp/?lang=en
Check my instagram account for more photos of my stay in Japan:
https://www.instagram.com/explore/tags/filipa_japan2017/
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filipa-roque · 7 years ago
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From the collection of Tokyo National Museum in Ueno park
http://www.tnm.jp/?lang=en
A lot of ideas, and shapes in my brain. Luckly in this museum you were allowed to photograph. 
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filipa-roque · 7 years ago
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One of the first days in Tokyo, the heat was unbarable, this guy was using a fan to keep his dog fresh!
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filipa-roque · 8 years ago
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a minha ajudante de atelier.
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studio helper
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filipa-roque · 9 years ago
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Filipa Roque, Informe (3 de 3), 2016, acrílico sobre linóleo, dimensões variáveis (vista de exposição Mostra'16)
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filipa-roque · 9 years ago
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️Lovely photo by @diogoalmeidamartins
#inesteles #mostra16 #repost
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filipa-roque · 9 years ago
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opening today at 6 pm. #mostra16 #lisboa #artfair #contemporaryart #painting #color #brushstroke #filiparoque (at Porto de Lisboa ( Port Of Lisbon ))
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filipa-roque · 9 years ago
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A edição da Mostra’16 em Lisboa é já esta sexta-feira no edifício Vasco da Gama na doca de Alcântara. 98 ARTISTAS, 108 SALAS
Podem ver as minhas pinturas mais recentes no primeiro piso do edifício.
A Mostra estará em exposição até 29 de Maio, de segunda a domingo, das 12.30 às 19.30. 
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The Lisbon edition of Mostra’16 is already this Friday at Vasco da Gama building at Alcântara dock, in Lisbon. 98 ARTISTS, 108 ROOMS
You can see my lastest paintings on the building first level. 
The exhibition will show until May 29th, Monday to Sunday, from 12.30 to 7.30 pm. 
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filipa-roque · 9 years ago
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Mostra’16 Porto Preview.
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filipa-roque · 9 years ago
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41 artistas, 5 andares, esta foi a Mostra’16 Preview no Porto, em Abril. 
A partir desta sexta-feira podem também visitar a edição da Mostra’16 em Lisboa, com 91 artistas, 108 salas! 
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41 artists, 5 floors, this was Mostra’16 Preview, in Oporto, in April.
This Friday you can all visit the Mostra’16 edition in Lisbon, with 91 artists, 108 rooms.
1. Filipa Roque
2. Clemens Behr
3. Miguel Palma
4. Nuno Direitinho
5. Valter Ventura
6. Paulo Arraiano
7. Ana Pais Oliveira
8. Pedro Calapez
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filipa-roque · 9 years ago
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May 10 th is World Lupus Day. Raise your right hand and do the Lhandsign to create awareness. Know lupus, go to worldlupusday.org and get informed.
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filipa-roque · 9 years ago
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Filipa Roque, À luz da chuva, 2016 
e/and
O lugar das coisas, 2014-2016
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