escritesia

[escritesia]

“Fim de tarde, julho, de frente para o mar. Corações quebrados sob o pôr do sol. O dia em que eu fui embora, e como doeu precisar tanto. Mas é que se eu não fosse, não seria eu.

Você entende, não é?”

— J. Kelly

[escritesia]

“Crescer é entender que nunca foi culpa do amor.”

— J. Kelly

[escritesia]

“O mundo está repleto de dor

E eu estou repleto do mundo.”

— J. Kelly

[escritesia]

Sendo franca, eu nunca gostei de passarinhos. Não quando eles sempre foram o sinal mais claro de uma batalha perdida minha, com seus cantos repetitivos e irritantes às exatas cinco horas da manhã. Eles diziam: "mais uma vez, você não conseguiu pregar os olhos e ter uma boa noite de sono".

— J. Kelly

[escritesia]

Seria mentira eu lhe dizer que os meus melhores pedaços são esses que você está vendo. Você vê as minhas sobras, e eu vejo as suas. Por que não podemos falar a verdade? Por que eu não posso lhe perguntar sobre os seus amores passados? Como eu poderia não gostar de alguém que já te amou? Toque no meu peito e compreenda: o que eu lhe sussurro entre os lençóis a sociedade não me dita. A liberdade que eu lhe dou não é confiança, é o seu direito. Não, eu não estou inteira, eu também amei incondicionalmente vários com quem me deitei antes de você. E sendo bem sincera: ainda amo. Eu quero uma vida maravilhosa para todos eles, quero que tenham tudo o que sempre desejaram, quero que encontrem em outras pessoas o que não puderam ter comigo, entende? Do contrário, se eu não lhes desejasse o bem, ent��o não teria sido capaz de amá-los em primeiro lugar. Não, eu não estou inteira, eu deixei um pedaço meu com todos eles. Lhes dei apelidos que ninguém mais deu, fiz receitas que apenas eles provaram, e cada um gostava de uma parte diferente do meu corpo que nunca pude apreciar. Não, eu não estou inteira - e não espero que você esteja. Porque se eu te amo tanto, acho pouco provável que ninguém tenha o amado antes. Porque se eu te quis no segundo em que eu te olhei, acho pouco provável que ninguém mais o quisesse. Não, eu não estou inteira, e ninguém está. Os únicos inteiros são crianças, e aquelas pessoas mesquinhas que nunca aprenderam a amar direito. Você e eu, meu amor, somos esses pedaços que sobraram. Esses pedaços que todo mundo olha e pensa: “são pessoas muito estranhas”. E somos, não é mesmo? O mundo nos deu essa forma de amar que pouca gente tem. E eu não acredito na minha sorte em ter te achado entre os destroços.

[escritesia]

“Carrego coisas dentro de mim que só podem ser expressas com gritos.

Mas, se eu começar a gritar, eu não sei se eu consigo parar a tempo.”

— J. Kelly

[escritesia]

“Construir a si mesmo é desconstruir-se constantemente.”

— J. Kelly

[escritesia]

“Já vi de tudo

Já fui em todos os lugares

E ainda o melhor calor que já tive foi com você

Seja em teu colo, seja em teus lençóis

O sorriso que mais me desaba continua sendo o seu

És a melhor coisa que já pude ver, olhar, sentir

És o melhor lugar para onde fui ou visitei.”

— J. Kelly

[escritesia]

“Teu cheiro

Fecho os olhos e estou em Paris, na França, de frente para uma paisagem que não faço ideia como seja, mas se soubesse tenho certeza que você me lembraria ela, mais do que me lembra agora, mesmo que eu não a conheça. Fecho os olhos e estou na Itália, na Torre de Pisa, declinando mais do que ela em direção ao perigo de entregar-me. Fecho os olhos e eu sou uma borboleta, voando pelo mundo com o combustível infinito que seu último sorriso me deu. Fecho os olhos e faço parte de um soneto, uma carta de amor caprichosa que quis ter escrito a você antes de qualquer outro poeta ou escritor. Fecho os olhos e eu sou o céu, de cima te observo viver, daqui eu sou tua chuva necessária, teu sol que ilumina teu rosto, tua brisa, tua tempestade nos dias caseiros só para variar, tua neve que pinta a grama e a nuvem que passeia constantemente por ti. Fecho os olhos e de repente eu estou no mar, sentindo as ondas passearem pelo meu corpo, me tirando do chão, me fazendo flutuar, como fazes com tanta facilidade no meu dia a dia. Fecho os olhos e me sinto frágil, exposta, pela tua intensidade que me atravessa a pele e os arrepios, e que me derruba as resistências. Teu olhar felino me varre e parece me ler com precisão, resolvendo meus enigmas, decifrando meus mistérios, saindo de meus labirintos com facilidade e encontrando meus tesouros, minhas verdades desconhecidas até por mim mesma. Teu cheiro, fragrância pura que me frustra ser incapaz de descrever ou reproduzir. Teu cheiro, que me faz viajar para lugares imaginários, que me faz voar, que me faz amar, que me torna uma sonhadora que personifica o tempo todo as coisas mais simbólicas e naturais da existência. Teu cheiro, meu calmante. Teu cheiro, minha incógnita. Uma equação perdida. Um resultado esquecido. Uma sensação que, até poder ser explicada, continua sendo sobrenatural. Teu cheiro, meu vício, meu pecado sem culpa. E é em teu pescoço, aspirando o que não posso explicar, que me encontro resumindo a inexplicável vida em um fechar de olhos prolongado.”

— J. Kelly

[escritesia]

“Em meio a um mundo de tantos barulhos, constantes ou não, agudos ou graves, os silêncios sempre me chamaram mais a atenção.”

— J. Kelly

[escritesia]

Para ela

"Toda vez que eu olho para ela

Minha mente viaja

Para um lugar

Que eu nunca consigo voltar

Que eu sempre quero ficar

Toda vez que eu olho para ela

Eu me perco em seus traços

Em seu rosto

Em seu corpo

Nela

Em seu desenho perfeito

Contudo, eu sei que sou apenas um marinheiro

Pobre e sonhador

Vivendo à beira do mar

Pensando sempre em pular

Querendo uma sereia

Mas enquanto sofro

Colecionarei pérolas

Na intenção de admirar outra beleza

E esquecer a maior delas: ela."

— J. Kelly

[escritesia]

"Antes que me doa a pele rasgada

Pelos espinhos

Do que por sentir o coração doer

Em seu ninho

Guardado

Fechado

Seguro

Sem graça

Recluso

Antes cicatrizes históricas

Do que histórias sem cicatrizes."

— J. Kelly

[escritesia]

"Pesado

Gritante

Dilacerante

Passado

Mente que luta sem pausa

Coração ardente

Ansiedade latente

Depressão sempre à porta

Os mesmos demônios de sempre

Os mesmos silêncios

As mesmas partes quebradas

Os mesmos momentos

Repetitivos

Ecoantes

Frustrantes

Tantos "antes"

Como tortura

Ou punição

Por um pecado não cometido

Mas com coragem

Vontade

Certeza

Prossigo buscando a beleza

Por trás das cicatrizes

Presente

Precioso como o nome

Sol que marca a pele

Onde a história escreve

Ou apaga o que se teve

Futuro

Marcas desconhecidas

Merecidas

Esperadas

Ou não

Mas inevitáveis

[Nem tente fugir]"

— J. Kelly

[escritesia]

"Fui-me embora,

pois a amargura da morte me era melhor que a amargura da vida

O torpor dos vinhos e sua cor sangue não tinha mais gosto ou coloração que fizesse sentido, como eu, sempre dividido por contrários e grandes contradições

A agonia dos fins não assustavam mais

As temporárias e infinitas idas, sempre levando um pouco de nós

Temidas verdades

Breves certezas

Faltosos abraços, palavras curadoras, momentos de vida, como ela nasceu para ser, assim, bonita

Profundidade rasa, ideologias egoístas, água medrosa e inquieta para se mergulhar

Vendavais sempre tão agressivos e violentos, como se soubessem da maldade intrínseca ou estivessem revoltados por terem brigado com a maresia

Tudo tão poeticamente triste

Fui-me embora, pois a amargura da morte me era melhor que a falta de gosto da vida."

— J. Kelly

[escritesia]

Calendário

"Há exatamente um ano atrás eu estava vivendo uma das piores fases da minha existência, e olhar para hoje e ver como tudo mudou e foi diferente é uma coisa de outro mundo. Mas também fico pensando, em como vai ser e em como eu vou estar na próxima vez em que essa data se repetir. Ela vai ser melhor do que essa, e eu vou me sentir feliz por isso? Ou ela vai ser decepcionante pelo simples fato de ser sem graça ou nada comparada a como foi a anterior? De qualquer forma, percebi que aos poucos datas insignificantes passam a ser marcantes tão rápido e fácil quanto rasurar uma folha em branco ou colorir um desenho sem se preocupar com as margens. E tudo bem, faz parte, acontece, porque datas são apenas números para nos localizarmos no tempo e não para localizar a nossa vida ou definir como vai ser o nosso dia só porque da última vez foi desastroso.

No fim, independente do que aconteça, devemos deixar a vida nos marcar, sem colocar nas coisas a culpa ou responsabilidade pelo que aconteceu; Deixar a vida nos desenhar, sem tentar adivinhar o que ela vai escrever hoje.

A vida não segue um roteiro com numerações, amigo. Ela é pura coincidência e espontaneidade."

— J. Kelly

[escritesia]

1%

"Pouco a pouco

Meu sono

Minha voz

As manhãs

No espelho

No banho

No corredor

Passando pela janela do carro

Sentada ao meu lado

No meu celular

No banheiro

No quarto

Em cada música tocada

Em cada madrugada

Me cuspindo

Me rasgando

Me lembrando

Me impedindo de continuar

Deixando paredes pichadas

Sujas

Desbotadas

Rascunhos mal feitos

Listas jogadas no lixo

Planos sem intensão de serem concluídos

Rotina cinza

Poeira que acumula por entre o peito

Que faz os olhos ficarem fundos

Poemas queimados

Flores decompostas

Pisadas

Esquecidas

Cartas nunca enviadas

Sangue no chão

Mas, veste de novo

Veste de novo a roupa bonita do guarda-roupa

Se esquece um pouco de si

E se fantasia de vida

Finja que passou

E que a tempestade de anos atrás

Hoje não chove mais

E não te impede de viver

E veste de novo

Veste de novo a versão bonita de si mesma

Versão ilusória

Versão inexistente

Pano bonito que esconde a realidade

Remendos mal feitos

Sangrando através de curativos insuficientes para tantos machucados

O alarme tocou

Levanta!

Seja grata pelo dia que vem

Ainda que não seja um dia bom

Seja grata pelo dia que vem

Ainda que ele venha para te destruir

Você tem que ser grata, não é?

É o que eles sempre dizem

O alarme tocou

Mais um dia começa

O Sol nasce novamente

Trazendo consigo os mesmos raios dolorosos

Que não ardem mais que meu peito

Sufocada

Quieta

Perdida em si mesma

Num mundo paralelo de lembranças que doem

Mas veste de novo

Veste de novo o sorriso falso

Largado pelo canto do quarto

Veste de novo os olhos brilhantes

De quem ainda acredita em dias melhores

Veste de novo a versão bonita de si

Que é inexistente

Sem forças para levantar da cama

Sonhos que se desfazem a cada segundo que passa

Roupas amassadas e escondidas

Sem forças

Sem olhar para trás

Você está bem?

Estou."

— J. Kelly

[escritesia]

O que ninguém te conta

depressão  as vezes é as quatro da tarde junto com amigos no meio de uma risada que para de repente