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"EU, PLANETA TERRA"

Mas eu sempre imaginei

Tua despedida, doída

Hei de ser em

Uma noite comum

Surpresa.

Nunca teve certeza do que queria

Eu te deixei ir

Para que alcance as estrelas

A lua

Saturno.

A Terra que deixou lhe espera

Mas o seu universo é grande demais

Para um simples planeta

E a Terra, todos os dias,

Continua admirando sua grandeza.

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Garota Fantasma

Não sei onde pisar Se posso estar Devo ficar? Cada palavra dita Com tamanha cautela Não pode ser explícita Para não dar trela.

Meus sentimentos acorrentados Em uma prisão Entalados Sem remissão. Queria poder transbordar Te encher com cada gota de amor Que ousasse escapar Apenas me resta esperar O dia em que voltará a me amar.

Serei invisível Nem vai me notar Cada grito Irei guardar.

Para que não se vá Dar-te-ei um descanso Do meu eu.

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Embriagado

Ando embriagando-me de palavras Tragando sentimentos diversos Soprados ao ar Ou no copo imersos Escrevo para não lembrar Dos nossos momentos em versos Sentados no bar  Cada demônio com seu dono  Sem medo do abandono A mais pura demonstração de sentimento Apenas aquele momento “Um grito que não podia ser calado” Tem alguém errado?  Não! Sabíamos disso quando os vidros tocavam o chão.

Mad & Ray, Memórias de Vidro, 8 de Maio de 2023.

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“Cidade falida”

O que é essa vida

Se não uma viagem só de ida?

Cujo a chegada é desconhecida.

Não há desvios nessa avenida

Mas largamos na partida

E vejo minha mente tão perdida.

Minha estrada foi destruída

Por cada despedida

Doída

Jaz meu eu falecida,

Em cada palavra que foi proferida

Deixando uma ferida

Na minha alma despida

Já não há mais saída

Sucumbi nesta descida

Por mim mesma esquecida.

Fui traída

Por esta cidade vendida

E por nós mesmos,

Falida.

Deixo no caminho minha única rosa caída:

Essa poesia.

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“Lua.”

Tarde da madrugada

Extasiada.

Contemplando  

Cada pontinho brilhante

Distante

Que cobre este céu

Como um véu.

O luar

Tornou-se um lar

E minha mente

Carente

Tão profunda quanto o mar

Coloca-se a escrever

Para a si mesma, aliviar.

Embora cheia de defeito

Óh, lua que se faz cheia

Seja minha.

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“Faísca”

Eu tenho tanto pra falar Mas ninguém de fato quer escutar Penso que,

Talvez Em meio à tanta estupidez Haja um pouco de sensatez.

Uma faísca

Que arde

Incendeia

Uma cadeia

De multidão

Com sede de revolução.

Nessa amarga

Vendida

E comprada Cinza Cidade.

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Em construção

O título seria somente para não ficar em branco. Um texto sendo construído e que seria alterado quando finalizado mas, me fez parar para refletir que, eu, de fato, estou em construção. Durante toda a minha vida, eu estive em construção. Não me lembro de nenhum momento em que eu possa ter pensado que, finalmente tudo está no lugar e meus objetivos (por mais fúteis que sejam) foram finalmente alcançados. Creio que durante minha vida toda estarei em uma constante construção e sentindo que ainda falta algo para me sentir completa, porém, não posso deixar de pensar. Há alguém que não esteja em construção?

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Foi necessário.

Sou constantemente enganada pela visão que possuem de mim, a qual eu realmente gostaria que fosse real. A que o meu pai tem orgulho, a namorada perfeita, a amiga leal. Mas, basta apenas um deslize para que me coloquem no lugar que realmente pertenço. A necessitada de atenção, a desonra da família, a vagabunda.

Seria tão mais fácil se eu seguisse meu próprio conselho de ignorar a mentira e aceitar a verdade mas, a mentira corrompe e a verdade dói.

Os piores momentos da minha vida, passei sozinha. Eu precisei me recompor.

Eu já fui quebrada tantas vezes e se tem alguém que tem orgulho de mim, esse alguém sou eu. Eu só preciso acreditar nisso.

Preciso acreditar que a menina de 12 anos assustada com roupas rasgadas e inocência perdida estaria orgulhosa de nós.

Preciso dizer para a garota de 15 anos já sem esperança em sua primeira tentativa de suicídio que nós ainda estamos vivas.

Preciso fazer a mulher de 22 anos entender que todas nós estamos com ela.

Todas sou eu e eu sou todas elas. E é só disso que eu preciso.

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O preço de estar *viva*

Triste deixar um rastro de estrago onde quer que eu passe.

Nem sempre serei lembrada por coisas boas que fiz mas sempre serei lembrada pelas ruins.

Uma ação ruim ofusca mil ações boas e genuínas.

Posso ser considerada muitas coisas. E eu sou todas elas.

Tudo o que falarem sobre mim, somente há duas vertentes: ou é mentira ou é verdade.

Se for mentira, por que me importaria? Eles estão mentindo.

Se for verdade, por que me importaria? Eles estão dizendo a verdade.

Sempre há um preço a se pagar.

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Rascunho

Tem dias que vejo o mundo tão lindo e aprecio cada detalhe bom mas, a maior parte dos meus dias são vazios e me lembram o quanto eu estou destruída por dentro. Só me resta escrever sobre isso, essa oscilação entre o bom e o ruim.

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O velho poeta

Velho poeta, quem dera todos fossem como você.

Quem dera todos enxergassem o mundo tão belo e tão apodrecido como você enxergava. Eu sempre quis entender como conseguia lidar com este equilíbrio tão bem.

Como conseguia tocar em algo que está claramente destruído e, ainda assim, enxergar a tal beleza extraordinária?

Poderia ter sido eu. Eu gostaria de ter aprendido tudo isto com você antes da sua partida.

Escrevo de outro plano mas, talvez agora estaríamos mais próximos.

Eu sigo contente por ter conhecido um poeta deslumbrante e que tenha me eternizado em cada verso.

Perdoa este texto improvisado em tua inspiração

De todo coração,

Da moça que um dia foi poeta.

- rayssa, 2024.

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Pensamentos misturados, uma nova descoberta

Eu sinto falta de uma conversa de verdade. Eu poderia dizer que sinto falta de alguém que não faça eu me sentir sozinha porque eu nunca tive isso. Eu sei que, a pessoa que está comigo jamais se sentirá sozinha ou abandonada em qualquer situação que eu possa estar porque eu me jogo de cabeça e trato os problemas do outros como se fossem os meus. Esse é o meu maior problema pois, quando sou eu quem estou com problemas, preciso lidar com eles sozinha e, fica cada vez mais difícil lidar com os meus quando já estou envolvida nos problemas de outras pessoas. Nunca é a minha vez de me sentir acolhida, de me sentir cheia. De não estar sozinha. Eu estou aguardando. Não é culpa de ninguém, esse texto é para refletir mais um de meus defeitos. Inclusive, eu poderia escrever sobre todos eles em tópicos. Pode ser que me ajude a entender as origens, como colocá-los para fora e, num mundo utópico, lidar com eles.

Este texto foi sobre me sobrecarregar e me doar demais enquanto o meu eu fica à beira do abismo esperando que eu o salve, o problema é: eu nunca faço isso.

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Último Suspiro

Se eu desistir De existir Não fique com medo É só o início.

E se um dia lembrar de mim Por fim Não se preocupe Me procure Dentro de ti.

Cada cigarro tragado Me trará mais perto Sei que deve estar intrigado Mas é o que considero certo

Sinto-me perdida Nesta despedida Talvez até covarde Mas creio que já seja tarde.

A vida é bela Singela Para quem sabe viver E eu, mera moça sorridente Escolhi morrer.

Sei que é difícil compreender Mas talvez eu nem tenha vivido Antes de morrer e renascer. Acrescento esse final Nunca escrito antes Talvez seja um sinal De que nunca estaremos distantes.

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“O encanto do poeta acaba após a segunda poesia, entendo.”

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Um sincero pedido de desculpas

Me desculpa por fazer ser difícil me conhecer ou por ser difícil fazer eu falar algo.

Me desculpa fazer coisas autodestrutivas que provavelmente são assustadoras para você, como por exemplo, ficar dias sem comer e não poder ficar sozinha com uma cartela de comprimidos.

Me desculpa por fazer você se preocupar comigo o tempo todo.

Me desculpa pelas coisas bestas que me deixam pra baixo e por agir exageradamente por coisas aparentemente insignificantes.

Mil desculpas por parecer fria e distante as vezes, quase que constantemente.

Peço desculpas por fazer parecer que me "apoio" em você e ao mesmo tempo fazer parecer que não me importo.

Me desculpa por falar muito sobre mim e por falar muito. Eu disse, a minha mente não descansa. É sempre uma quantidade exaustiva de coisas passando na minha cabeça por minuto.

Me desculpe por um monte de coisas, mas principalmente, por precisar me desculpar.

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Vamos falar de solidão?

 Uma escuridão incessável foi tomando conta do lugar de cada pedacinho de luz. Era como se tudo que iluminasse estivesse desaparecido.   Presa dentro do meu próprio corpo, gritando sem ninguém escutar.  Em meio a tudo isso, eu achei você. Eu senti o Sol por alguns minutos enquanto gritava desesperadamente com o único ar que me restava. Em questões de segundos, algo mais escuro do que a noite me encobriu.  Eu gritei você, você me ouvia. Fez doer mais do que já doía.  A sua indiferença, a minha culpa por ter me mostrado demais.   Isso me lembrou o motivo de ninguém nunca me conhecer de verdade. Eu escrevo minhas crises de formas poéticas e você achou interessante de ler, mas, a verdade não é linda. A verdade é feia. A verdade me deixa irreconhecível e eu só quero respirar.   Mas, eu agradeço por tudo que me fez sentir de bom. O que sinto de ruim, já não é mais novidade. O vazio é o meu normal. Você o preencheu por alguns instantes mas, ainda me sinto só. 

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A menina da estação

Ela é o grito no vácuo

As folhas que caem dos galhos no outono

E voam em busca de liberdade

Mas para ser sincera

É apenas pela graça

De nascer de novo na primavera.